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OS PÃES DA PREPOSIÇÃO
Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
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I – OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
O historiador judeu Flávio Josefo, do I século da nossa era Cristã, indica que
o pão era sem fermento. Este pão, às vezes, é chamado de “pão da preposição”, do
verbo propor, em hebraico, literalmente, pôr diante (de Deus), daí também ser
traduzido por pão da Presença. (Lv 24.5-9).
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ALMEIDA. Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja – entrando com ousadia no Santuário de Deus,
pag. 25, Bristol – USA, 1985.
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O propósito da mesa era mostrar os pães que eram doze, como já visto
anteriormente, pequenos, e achatados, e redondos, postos em ordem, para serem
exibidos.
Pois bem, o livro de Êxodo nos apresenta um quadro deste homem caído,
mas redimido pela graça soberana de um Deus de amor; isto é, vemos esta graça
alcançando o homem destituído, mas reaproximando de Deus e restabelecendo sua
comunhão. Destarte, “Deus preparou a mesa para os sacerdotes em seu Santuário,
prefigurando o fato de que Deus prepararia uma mesa em Cristo para seu povo
redimido, os sacerdotes do Santuário eterno.”2
Esta mesa fora construída segundo o padrão divino, não humano. Após estar
pronta, ela foi posta no lado norte do Lugar Santo, em sentido oposto ao candelabro
de ouro, fazendo com que a luz deste candelabro alumiasse o pão e esta mesa.
É interessante ressaltar que esta mesa recebe diversos nomes nas Escrituras
Sagradas:
3. Mesa de ouro puro (Lv 24.6) – logo devemos estar limpos para participar da
mesa do Senhor;
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CONNER, Kevin J. The tabernacle of Moses, 1976.
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Logo, a mesa dos pães da Presença tipifica o próprio Cristo como o Pão da
Vida dado ao seu povo (Jo 6. 25-63), e aponta à mesa do Senhor (ceia) presente na
Igreja neotestamentária, que é o Corpo de Cristo (I Co 10.15-21; 11. 23-34; Mt 26.
26-28). Isto nos lembra das palavras do Rei Davi “Preparas-me uma mesa na
presença dos meus adversários...” (Sl 23.5; Mt 26. 17-20).
2. Os pães da proposição.
4. Pão presente (Mt 18.20): Esta presença do Senhor está conosco na mesa do
Senhor.
5. Pão da(s) face(s): Neste pão vemos um Deus (face) em três pessoas (faces);
isto é, o Deus triuno. No Novo Testamento, logo, vemos a glória deste Deus na face
de Jesus Cristo (2 Co 4.6). Todos nós, crentes em Jesus Cristo, esperamos a sua
vinda para vermos sua face (Ap 22.4).
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6. Pão da ordem ( I Co 11.34): Da mesma maneira como existia ordem na mesa
do Antigo Testamento, semelhantemente deve existir ordem no que diz respeito à
mesa do Senhor.
Em Levítico 24.5, assim está escrito: “Também tomarás flor de farinha, e dela
cozerás doze pães; cada pão será de dois décimos de efa”.
Percebe-se facilmente que este texto supracitado nos remonta a uma receita
divina para o preparo deste pão. Inicialmente, esta farinha teria que ser obtida de
grãos inteiros de trigo, obviamente, seria uma farinha da melhor qualidade. No
entanto, para que esse trigo se tornasse adequado para o fabrico do pão, ele tinha
de ser triturado até virar um pó. É interessante que A Bíblia NVI, diz: “Apanhe da
melhor farinha...”, logo, tipologicamente falando, esta “melhor farinha” representa as
tribulações, tentações, provações e sofrimentos do Senhor Jesus, que
semelhantemente como o grão de trigo, foi esmagado e quebrado para tornar-se o
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DANIEL-ROPS, Henri. La vie quotidienne en Palestine au temps de Jesus.
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pão da vida (Jo 12.24). Destarte, como nesta farinha não havia nenhuma impureza,
da mesma maneira, na humanidade de Cristo, inexistia pecado – era perfeita. (Sl
147. 14; Is 28.28; 52. 14; 53). Falando sobre a perfeita humanidade de Cristo,
Robert Clark, em sua obra O Cristo de Deus, assim descreve Jesus:
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O pão sem fermento era usado na Festa da Páscoa (Êx 12. 14-30, 34);
O maná foi o pão para o povo de Israel em sua caminhada no deserto;
A oferta de cereais feita com a melhor farinha era uma espécie de pão (Lv.2);
O pão estava relacionado à Festa de Pentecostes na oferta moída (Lv 23.15-
17);
A arca da aliança continha pão no vaso de ouro com maná (Hb 9.4; Ap 2.17);
Abraão ofereceu pão (três medidas de farinha) ao Senhor (Gn 18. 1-6; Lc
11.5);
Elias foi fortalecido pelo pão que o anjo preparou para ele que pôde viajar 40
dias e 40 noites sustentado por esse alimento (I Rs 19.8);
Davi recuperou as forças ao comer os pães da mesa da Proposição (I Sm
21.6; Mt 12. 1-4);
Durante as reformas do Rei Ezequias, foi restaurada a ordem na mesa do pão
consagrado (2 Cr 29.18);
O pão da Presença é novamente restaurado após o cativeiro da Babilônia,
sob a liderança de Neemias (Ne 10.33);
Jesus alimentou 5.000 pessoas com 5 pães e 2 peixes (Milagres dos pães –
Mt 14.15-21);
4.000 pessoas também foram alimentadas com o milagre dos pães e dos
peixes (Mt 15. 32-38).
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1. A Palavra de Deus é vida.
Jesus citou este versículo ao ser tentado pelo Diabo para transformar pedras
em pães (Mt 4.4). O que se depreende do comentário supramencionado é que a
vida real se baseia no total compromisso com Deus, o Criador de tudo. Isto,
obviamente, requer disciplina, sacrifício e muita dedicação a tudo que emana da
Palavra do Senhor.
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3. A Palavra de Deus é nosso sustento específico.
De fato, “o Senhor Jesus [...] revela-se como [...] o pão da vida” (Jo 6.35).
Em João 6.35, assim está escrito: “Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida;
aquele que vem a mim, de modo algum terá fome...”. Ouçamos Wlliam Barclay nos
explicar esta rica passagem bíblica:
Esta é uma das grandes passagens do quarto Evangelho e, de fato, de todo
o Novo Testamento. [...] o que quis dizer Jesus quando afirmou: "Eu sou o
pão da vida?" Não basta ver esta frase como algo bonito e poético. O que
significa? Examinemo-la passo a passo. Numeraremos os passos para que
se veja claramente o movimento do raciocínio. (1) O pão sustenta a vida. O
pão é a substância da vida. O pão é aquilo sem o qual a vida não pode
continuar. O pão é essencial para a vida. (2) Mas, o que é a vida? É
evidente que toda esta discussão se move acima e além do plano físico.
Quando se fala da vida trata-se de algo muito superior à mera existência.
Qual é este novo significado espiritual da vida? (3) A vida é a nova relação
com Deus. A verdadeira vida é a nova relação com Deus, essa relação de
confiança, intimidade, obediência e amor sobre a qual já meditamos. (4)
Mas essa relação só é possível graças a Jesus Cristo. Sem Ele e separados
dele ninguém pode entrar nessa nova relação com Deus. (5) Quer dizer
que Jesus dá vida. Sem Jesus é impossível a vida em todo o sentido da
palavra. Sem Ele, a vida pode ser existência, mas não é vida. (6) Portanto,
se Jesus der a vida, se for o essencial da vida, Ele pode ser descrito como o
Pão de Vida. Para expressá-lo em forma muito menos bela, Jesus é o
essencial sem o qual a vida não pode nem começar nem continuar. Mas,
uma vez que o conhecemos, aceitamo-lo e o recebemos, desaparecem
todos os desejos insatisfeitos, os desejos insaciáveis do coração e da alma.
A fome e a sede da situação humana se apagam quando conhecemos
Cristo, e quando, através dele, conhecemos a Deus. A alma inquieta
encontra a paz; o coração faminto se sente satisfeito.
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Logo, as pessoas comem pão para satisfazer a fome física, a fim de que
sejam sustentados naturalmente, contudo, só poderemos satisfazer a fome de nosso
espírito e sustentar a vida espiritual se atentarmos para um relacionamento correto
com o Senhor Jesus.
2. Jesus, o pão de nossa comunhão com o Pai.
Em Atos 2.46, assim está escrito: “E, perseverando unânimes todos os dias
no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração”.
Wiliiam Barclay diz que aquela Igreja “era uma Igreja em comunhão. Tinha o
que alguém chamou a grande qualidade de estar juntos. Nelson explicava uma de
suas grandes vitórias dizendo: “Tive a alegria de comandar um grupo de irmãos”. A
Igreja só é uma verdadeira Igreja quando é um grupo de irmãos.”
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CONCLUSÃO
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