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O HOMEM DE NEGRO

Primeiramente ele tem muitos nomes: o Homem de Negro, Janicot, Herlequim, Hellekin, Arlequim, a Grande
Cabra Negra, Velho Risk, Velho Nick, Velho Hob, e por ai vai. Às vezes ele toma a forma de um gato preto,
sapo, lobo, galo, coruja, corvo, serpente ou cabra mas na maioria ele assume simplesmente a de um homem
vestido todo de preto, hora com chifres de veado, bode ou touro, hora com o corpo de um homem com a
cabeça de um javali, lobo, touro ou cabra. Suas imagens cruzam as fronteiras de culturas e continentes que
apontam-no como Master Leonard na Alemanha, Black Donald na Escócia, Old Nick na Nova Inglaterra, Legba
no Benim e na Nigéria, Baron Samedi no Haiti e o deus das cavernas Tio na Bolívia, que ainda recebe
sacrifícios de sangue.
Ralph Lowe Thompson acredita que o arquétipo do Homem de Preto como representante do Diabo remonta
aos tempos paleolíticos, onde ele era originalmente um deus do submundo, dos mortos, da riqueza, da
regeneração e da fertilidade, por isso as imagens consistentes na cor preta, dos chifres e do falo ereto que
continuaram a permear as representações de muitas culturas quando retratavam esse ser. Preto para cavernas,
escuridão, morte e o submundo, chifres como símbolo de regeneração e riqueza, seja nos animais para caçar e
rebanhos de gado, bem como metais encontrados dentro da terra, e o falo novamente para fertilidade e
virilidade. Nossos ancestrais acreditavam que toda a vida vinha da morte e que os mortos eram nossa fonte de
fertilidade. No folclore do Sabbath das Feiticeiras europeias, Thompson vê o Homem de Preto como o Deus-
Feiticeiro ou um representante dele dentro de um grupo.
A partir de relatos da inquisição e de folcloristas, o título de "O Homem de Preto" é usado se referir ao Deus-
Bruxo, o Grão-Mestre, e também ao 13º homem de um clã. Ele era o responsável pelas iniciações dos novos
membros daquele grupo. Nos relatos dos julgamentos sob tortura, as bruxas afirmam como tiveram que beijar o
homem de preto ou fazer sexo com ele para serem iniciadas, descrevendo-o como tendo um corpo
anormalmente frio e duro. Em outras confissões, eles tiveram que beijar um sapo ou um pacto oral era feito com
uma marca ou tatuagem em alguma parte do corpo.
Dentro da visão mais moderna, acredita-se que o Homem de Preto era o único que conhecia os verdadeiros
nomes e residências de todas as bruxas. Um dos papéis do Grão-Mestre, ou Homem de Preto, era convocar os
membros do clã para se reunirem para o Sabbath tradicionalmente realizado perto da água, em um bosque, em
uma colina ou em um local sagrado de xilogravura. Contos sensacionalistas descrevem os ritos sabáticos como
incluindo muita devassidão, álcool, unguentos, orgias, bem como danças sagradas e sacrifícios de animais
como oferendas ao Deus de Chifres. Na Idade Média, tudo isso era repugnante, mas hoje conseguimos analisar
que muitos componentes vinham de antigos rituais realizados pelos cultos extáticos de divindades pagãs, como
Dionísio, Ártemis e Pan.
O Homem de Preto não andava sozinho, ele muitas vezes tinha uma consorte apelidada de "A Rainha de
Elphame", nome dado à Rainha das Fadas na Escócia, que era considerada a escolhida do "Deus Antigo". O
folclore escocês e escandinavo mais antigo retrata a Rainha de Elphame como uma poderosa feiticeira, aquela
que mais se destacava dentro do clã.
Esse ser, no entanto, não pode ser separado da imagem do Diabo cristão, uma vez que ele é uma
manifestação desse Deus selvagem sem nome algum e nomeado com todos os nomes ao mesmo tempo. O
Diabo é a sombra que habita o "Deus Antigo", ele é a profanação de tudo que um dia foi sagrado, ele
representa muito mais do é dito no folclore judaico-cristão, sendo uma figura extraordinariamente complexa; a
um nível que sua natureza não pode ser completamente traduzida.
Segundo Gemma Gary, o Homem de Negro é tanto uma manifestação do Deus Antigo, como um companheiro
das feiticeiras que era responsável por guiar e velar por aqueles que caminhavam no entre mundos. Era ele
quem levava mensagem de um clã a outro na época da caça às bruxas e segundo o folclore da Cornualha ele
era o Bucca.
Em suma, o Homem de Negro é uma figura que transita por entre as bruxas, é dificil encontrar alguém que não
tenha tido algum tipo de contato com uma figura semelhante. Ele é cercado de mistério e por isso categoriza-lo
é algo impossível. Seja um mestre, um guia, um ancestral ou uma manifestação divina, o Homem de Negro é
alguém que protege as bruxas desde os tempos que se há registro.
Você já teve alguma experiência com essa figura misteriosa? Compartilha conosco.
- Sarah Anne Lawless -

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