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MARTINS, Nilce Sant'Anna. A Estilística da Frase. In: Introdução à Estilística: A Expressividades na Língua Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. p. 216-232.
MARTINS, Nilce Sant'Anna. A Estilística da Frase. In: Introdução à Estilística: A Expressividades na Língua Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. p. 216-232.
MARTINS, Nilce Sant'Anna. A Estilística da Frase. In: Introdução à Estilística: A Expressividades na Língua Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. p. 216-232.
A frase é uma forma de comunicação caracterizada por uma linha
melódica resultante de variações de entoação sobre uma sequência de palavras. A unidade melódica pode ser formada de um ou mais grupos de intensidade, com o tom passando de um grupo a outro, e podendo ser marcadas por pausas lógicas, respiratórias ou expressivas. A extensão de uma unidade melódica pode variar de uma palavra monossilábica a um conjunto de várias sílabas. Não há critério na divisão das unidades, havendo certa margem para a interpretação pessoal. Cada segmento melódico termina por uma inflexão de voz, que pode ser de tom mais ou menos elevado ou mais ou menos grave. A frase declarativa termina sempre por um tom mais grave, caracterizando-se por esse abaixamento da voz. Muitas frases se dividem em duas partes: prótase, que termina pelo som mais alto, e apódose, marcada pelo tom descendente. A frase é simétrica se a prótase e a apódose têm número equivalente de segmentos; assimétrica se uma é bem mais extensa que a outra. O ritmo do discurso vem da combinação dos segmentos melódicos, do seu número e extensão. As combinações são variadas e devem ser consideradas nas análises estilísticas. No texto são utilizadas como exemplo algumas frases de textos literários, onde podemos perceber de forma clara a segmentação e as características como uso de repetição, sinonímia, gradação, antítese, paralelismo etc. Acompanhamos a análise dos segmentos melódicos e do paralelismo em textos como a prosa de Olavo Bilac e de Miguel de Cervantes, onde temos contato com binarismo e o paralelismo em diversas formas. A concordância tem na língua portuguesa particular importância, pois além de ser um fato gramatical, é também um fato estilístico, sendo ainda um dos aspectos em que o uso culto e o popular da língua mais se distanciam, constituindo uma marca de classe social. Inexistente em certas línguas, muito reduzida em outras, a concordância não corresponde a uma obrigação lógica ou natural, sendo uma questão de uso e tradição. A autora nos fornece a visão de Jesus Belo Galvão, que distingue dois tipos de concordância: a lógico- formal e a estilística. A concordância lógico-formal é estabelecida pela gramática normativa, apoiada no uso comum, e imposta pela escola como a correta. Já a concordância estilística é a que ultrapassa os limites da correção, a que atende a necessidades expressionais particulares, a que oferece a quem fala ou escreve possibilidades de escolha. Segundo o mesmo autor, existem três casos em que se pode considerar a concordância estilística: concordância por atração, concordância ideológica e concordância afetiva. A concordância por atração ocorre quando o adjetivo e o verbo concordam não com o termo que logicamente lhes determinaria as flexões, mas com um termo mais próximo e de maior importância no contexto de quem fala ou escreve. Na concordância ideológica, as flexões assumidas pelo verbo ou pelo adjetivo não são compatíveis com os termos presentes na frase aos quais eles se prendem gramaticalmente, mas com a ideia que eles despertam na mente de quem fala ou escreve. Considerada às vezes anômala ou defeituosa, mas comumente aceita e justificada, a concordância ideológica é vista pela estilística como um recurso de expressão, uma possibilidade de particularizar um sentimento ou pensamento. A concordância afetiva é a que se deve ao influxo da emoção. Outros estudos estilísticos da concordância também são apontados por diferentes autores. A concordância estilística acaba por chamar a atenção e ter uma força expressiva por ser pouco frequente, sendo observada e estudada por pesquisadores de grande importância.
MARTINS, Nilce Sant'Anna. A Estilística da Frase. In: Introdução à Estilística:
A Expressividades na Língua Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. p. 216-232.
FICHAMENTO: ILARI, Rodolfo. O Estruturalismo Linguístico: alguns caminhos. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina (Org.). Introdução a linguística. São Paulo, SP: Cortez, 2011. 3 v. cap. 2, p. 53-92.