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SOUZA E SILVA, Maria Cecília Pérez de; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. As transformações em frases simples. In: ______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 2, p. 48-92.
SOUZA E SILVA, Maria Cecília Pérez de; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. As transformações em frases simples. In: ______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 2, p. 48-92.
SOUZA E SILVA, Maria Cecília Pérez de; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. As transformações em frases simples. In: ______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 2, p. 48-92.
Uma série de fenômenos importantes do português se explica a partir da
existência de estruturas profundas e de regras transformacionais que as relacionam às estruturas superficiais. Veremos como essas regras operam em frases simples. A estrutura profunda de uma frase corresponde à oração acrescida dos principais “modos de dizer” – os tipos de frases. O acréscimo de qualquer um desses tipos vai implicar na existência de várias transformações. São tipos obrigatórios: o declarativo, o interrogativo, o imperativo e o exclamativo, pelo fato de não poder existir frase da língua que não contenha um deles. Existem, também, os tipos facultativos, cujo emprego depende de uma opção do falante, podendo, pois, ocorrer frases que não os contenham. É o caso do passivo e do enfático. Os tipos facultativos vêm necessariamente combinados com um tipo obrigatório, devendo-se ressaltar que nem todas as combinações entre tipos obrigatórios e facultativos são possíveis. De um modo geral, é possível afirmar que os tipos obrigatórios se excluem mutuamente, mas combinações possíveis parecem existir entre o tipo exclamativo e os tipos interrogativo e imperativo, embora predomine sempre, nesses casos, a função emotiva. Cada um dos tipos obrigatórios admite dois subtipos: o afirmativo e o negativo. Os tipos facultativos (passivo e enfático) vêm necessariamente combinados com um dos tipos obrigatórios, podendo ocorrer ambos na mesma frase. Chama-se descrição estrutural à formula que a oração deve apresentar para permitir que se operem nela certas alterações ou transformações. Ao procedimento que permite verificar se a oração apresenta estrutura compatível com a descrição estrutural da transformação a ser aplicada, isto é, se pode ser decomposta (analisada) em uma sequência de elementos cuja estrutura (total ou parcial) permite a aplicação de determinada transformação, denomina-se analisabilidade. A fórmula resultante das alterações operadas pela transformação recebe o nome de mudança estrutural. O tipo passivo, à semelhança do imperativo, sofre determinadas restrições por parte da proposição. De modo geral, para permitir a transformação passiva, a oração deverá apresentar a estrutura sujeito – verbo – objeto direto, sendo o sujeito agente (animado ou dotado de força, de movimento) e o verbo, portanto, um verbo de ação. Existem, ainda, duas formas de representação da transformação passiva: a analítica e a sintética. O tipo enfático manifesta-se, em muitos casos, por meio da expressão de realce é que, podendo a ênfase recair sobre qualquer dos elementos da oração (sujeito, verbo etc.), o qual será topicalizado. A ênfase pode ser expressa, também, por meio da reiteração de elementos do material (pleonasmos, anacolutos) e do acréscimo de outras partículas de realce (como, ora, mas etc.) acompanhando, geralmente, o tipo exclamativo. A negação enfática é obtida pelo uso de partículas como nunca, jamais. Existem, além destas, diversas outras formas de exprimir a ênfase em português, entre as quais se destaca, evidentemente, a entonação, cujo padrão pode variar conforme o elemento a ser enfatizado. Além das modificações acarretadas à oração, decorrentes do tipo que a precede, existem outras transformações que independem do tipo, como as de pronominalização. Sabe-se que existem dois tipos de pronomes pessoais em português: os retos e os oblíquos (além dos pronomes de tratamento). Postular-se-á que somente os pronomes retos existem no nível da estrutura profunda, os segundos – tanto os átonos quanto os tônicos – resultam sempre de transformação dos primeiros. A transformação clítica transforma um pronome reto da estrutura profunda em pronome oblíquo átono na estrutura superficial, quando este exerce a função de complemento verbal não regido de preposição. A transformação oblíqua transforma um pronome reto da estrutura profunda em pronome oblíquo tônico na estrutura superficial, quando este vier antecedido de preposição. Quando, numa mesma frase, ocorrem dois SNs idênticos e correferenciais, aplica-se a transformação reflexiva (clítica ou oblíqua). Existem, ainda outras transformações de pronominalização, como a anafórica e a recíproca, que estão intimamente relacionadas à coordenação. SOUZA E SILVA, Maria Cecília Pérez de; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. As transformações em frases simples. In: ______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 2, p. 48-92.