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As transformações em frases simples

(Resumo)

Uma série de fenômenos importantes do português se explica a partir da


existência de estruturas profundas e de regras transformacionais que as
relacionam às estruturas superficiais. Veremos como essas regras operam em
frases simples.
A estrutura profunda de uma frase corresponde à oração acrescida dos
principais “modos de dizer” – os tipos de frases. O acréscimo de qualquer um
desses tipos vai implicar na existência de várias transformações. São tipos
obrigatórios: o declarativo, o interrogativo, o imperativo e o exclamativo, pelo
fato de não poder existir frase da língua que não contenha um deles. Existem,
também, os tipos facultativos, cujo emprego depende de uma opção do falante,
podendo, pois, ocorrer frases que não os contenham. É o caso do passivo e do
enfático. Os tipos facultativos vêm necessariamente combinados com um tipo
obrigatório, devendo-se ressaltar que nem todas as combinações entre tipos
obrigatórios e facultativos são possíveis.
De um modo geral, é possível afirmar que os tipos obrigatórios se
excluem mutuamente, mas combinações possíveis parecem existir entre o tipo
exclamativo e os tipos interrogativo e imperativo, embora predomine sempre,
nesses casos, a função emotiva. Cada um dos tipos obrigatórios admite dois
subtipos: o afirmativo e o negativo. Os tipos facultativos (passivo e enfático)
vêm necessariamente combinados com um dos tipos obrigatórios, podendo
ocorrer ambos na mesma frase.
Chama-se descrição estrutural à formula que a oração deve apresentar
para permitir que se operem nela certas alterações ou transformações. Ao
procedimento que permite verificar se a oração apresenta estrutura compatível
com a descrição estrutural da transformação a ser aplicada, isto é, se pode ser
decomposta (analisada) em uma sequência de elementos cuja estrutura (total
ou parcial) permite a aplicação de determinada transformação, denomina-se
analisabilidade. A fórmula resultante das alterações operadas pela
transformação recebe o nome de mudança estrutural.
O tipo passivo, à semelhança do imperativo, sofre determinadas
restrições por parte da proposição. De modo geral, para permitir a
transformação passiva, a oração deverá apresentar a estrutura sujeito – verbo
– objeto direto, sendo o sujeito agente (animado ou dotado de força, de
movimento) e o verbo, portanto, um verbo de ação. Existem, ainda, duas
formas de representação da transformação passiva: a analítica e a sintética.
O tipo enfático manifesta-se, em muitos casos, por meio da expressão
de realce é que, podendo a ênfase recair sobre qualquer dos elementos da
oração (sujeito, verbo etc.), o qual será topicalizado. A ênfase pode ser
expressa, também, por meio da reiteração de elementos do material
(pleonasmos, anacolutos) e do acréscimo de outras partículas de realce (como,
ora, mas etc.) acompanhando, geralmente, o tipo exclamativo. A negação
enfática é obtida pelo uso de partículas como nunca, jamais. Existem, além
destas, diversas outras formas de exprimir a ênfase em português, entre as
quais se destaca, evidentemente, a entonação, cujo padrão pode variar
conforme o elemento a ser enfatizado.
Além das modificações acarretadas à oração, decorrentes do tipo que a
precede, existem outras transformações que independem do tipo, como as de
pronominalização. Sabe-se que existem dois tipos de pronomes pessoais em
português: os retos e os oblíquos (além dos pronomes de tratamento).
Postular-se-á que somente os pronomes retos existem no nível da estrutura
profunda, os segundos – tanto os átonos quanto os tônicos – resultam sempre
de transformação dos primeiros. A transformação clítica transforma um
pronome reto da estrutura profunda em pronome oblíquo átono na estrutura
superficial, quando este exerce a função de complemento verbal não regido de
preposição. A transformação oblíqua transforma um pronome reto da estrutura
profunda em pronome oblíquo tônico na estrutura superficial, quando este vier
antecedido de preposição. Quando, numa mesma frase, ocorrem dois SNs
idênticos e correferenciais, aplica-se a transformação reflexiva (clítica ou
oblíqua). Existem, ainda outras transformações de pronominalização, como a
anafórica e a recíproca, que estão intimamente relacionadas à coordenação.
SOUZA E SILVA, Maria Cecília Pérez de; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. As
transformações em frases simples. In: ______. Linguística aplicada ao
português: sintaxe. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 2, p. 48-92.

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