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Ano 10 | número 2294 | Maputo, Quinta-Feira 13 de Setembro de 2018

Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda
Sede: Bairro Central, Av. Maguiguana, n.º 1049 | Casa n.º 65000 R/C | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009
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O cúmulo da desvergonha

“Website” do Conselho Constitucional

publicita Estatutos do partido Frelimo
Maputo (Canalmoz) – Para quem
tinha dúvidas de que o Conselho
Constitucional é também uma cé-
lula do partido Frelimo, eis que
as dúvidas estão dissipadas. A pá-
gina do Conselho Constitucional
na internet está a publicitar os es-
tatutos do partido Frelimo como
sendo “Lei dos Partidos Políticos”.
O “Canalmoz” visitou a página do
Conselho Constitucional, na madru-
gada de quinta-feira (precisamente
quando eram 1h23), e deparou com
os Estatutos do partido Frelimo onde
devia constar a lei que rege o fun-
cionamento dos partidos políticos.
Para localizar a tamanha des-
vergonha, basta aceder a: www.
cconstitucional.org.mz/Le-
gislacao/Outra-Legislacao . vor do partido governamental.
No último “link”, que se refere ao
“Decreto n.º 18/90, de 28 de Agos-
to, atinente ao Estatuto dos Partidos
Políticos”, está publicado, na verda-
de, na página do Conselho Consti-
tucional, o Decreto n.º 18/90, de 18
de Agosto, ou seja, os Estatutos do
partido Frelimo. Esta é uma situação
em que o garante do respeito pela
Constituição da República está a
violar o princípio constitucional da
independência, fazendo propaganda
do partido Frelimo de forma aberta.
É muito provável que os Esta-
tutos do partido Frelimo venham
a ser removidos ainda hoje, mas
está clara a propaganda a fa-
O Conselho Constitucional está,
neste momento, a analisar dois recur-
sos, sendo um da AJUDEM e outro da
Renamo, sabendo-se que o partido
Frelimo, que é publicitado pelo Con-
selho Constitucional está altamente
interessado em que esses dois recursos
sejam rejeitados, para que o seu can-
didato ao cargo de presidente do Con-
selho Autárquico da cidade de Mapu-
to, Eneas Comiche, concorra sozinho.
Para já, o Conselho Constitu-
cional demonstrou qual é o seu
partido. Resta saber se vai permi-
tir que o seu partido tenha con-
correntes em Maputo. (Redacção)

Na Ilha da Inhaca

Embarcação naufraga e há sete

pessoas desaparecidas
Maputo (Canalmoz) – Uma embar-
cação com destino à Ilha da Inha-
ca, que trasnportava dez pessoas,
naufragou na tarde de quarta-feira.
Até ao momento, apenas três passa-
geiros foram resgatados com vida.
“O barco saiu de Maputo sem
autorização e, devido ao mau
tempo, naufragou”, disse ao “ dor do distrito municipal Kaphumo,
o porta-voz da Polícia confirmou a ocorrência e disse que
em Maputo, Leonel Muchina, que as acções de busca ficaram suspen-
considera que os pescadores fo- sas por falta de visibilidade. “Temos
ram negligentes ao optar por se fa- pouca informação sobre o sucedido,
zerem ao mar sem autorização. mas posso garantir que as buscas vão
Contactado pelo na noi- continuar nesta quinta-feira”, disse.
te de ontem, Titosse Romeu, verea- Segundo as autoridades, a mis-
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2 Av. do Bagamoyo, n.⁰ 611, 1.⁰ Andar Direito - Beira

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são de busca e salvamento é senvolvimentos sobre o sucedido. e estão em cursos acções com vista

tal
uma acção conjunta que envol-
ve vários sectores marítimos. O
promete trazer mais de-
Segundo o porta-voz, as autoridades
moçambicanas resgataram três pes-
CAPITAL
soas com vida durante o dia de ontem,
ao resgate dos desaparecidos. Mais
detalhes na próxima edição. (An-
dré Mulungo e Reginaldo Mangue)
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Flávio Menete avisa

Não podemos pensar que estamos em paz

Capital
com feridas da guerra dentro de nós
Maputo (Canalmoz) – A Ordem dos
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pletamente que estivemos numa a construção de um plano de acções
Advogados de Moçambique afirma guerra por causa da falta de trans- nacional que busque estabelecer a
que é hora de a sociedade moçam- parência num processo eleitoral. paz duradoira e a reconciliação em
bicana se sentar e analisar de forma Flávio Menete falava, na quarta- Moçambique com a participação
aberta as feridas das guerras que as- -feira, em Maputo, à margem do activa de todos os sectores da so-
solaram o país, porque “o pior que “Seminário sobre justiça transicio- ciedade. Segundo os organizadores,
pode acontecer é pensarmos que es- nal: um olhar sobre Moçambique”, é uma oportunidade para conhecer
tamos em paz quando as feridas da que é promovido pela organização em primeira mão boas práticas e
guerra continuam dentro de nós”. não-governamental “Advogados lições aprendidas de experiências
Flávio Menete, bastonário da Or- Sem Fronteiras Canadá”, cons- de outros países, compartilhadas
dem dos Advogados de Moçam- tituída por advogados e juristas, por especialistas do Brasil, Cana-
bique, disse que, se a sociedade com o apoio do Alto Comissaria- dá, África do Sul, Mali e Colômbia.
moçambicana não conseguir se- do do Canadá em Moçambique Flávio Menete disse que é preci-
guir os passos de diálogo aberto e e com a colaboração da Ordem so, desde já, começar por referir a
franco, “vivemos em tensão per- dos Advogados de Moçambique. importância da justiça transicional,
manente e, a qualquer momen- O seminário pretende difundir en- sobre a qual afirmou: “Tem a ver
to, podemos voltar ao conflito”. tre os interlocutores moçambicanos, com o facto de nos darmos tempo
Nos últimos dias, tem sido recor- incluindo organizações não-gover- para sentar e ver o que aconteceu
rente a ideia de que os órgãos de namentais, o conceito de “justiça de durante os conflitos, incluindo os
gestão eleitoral têm gerido muito transição” e os mecanismos que a aspectos maus que integram viola-
mal o processo, ignorando com- compõem e dar contribuições para ções dos Direitos Humanos. Se não
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aprofundarmos alguns aspectos,
corremos o risco de manter o sen-
timento da guerra dentro de nós”.
Flávio Menete afirmou que, nos
conflitos, há, em regra, muitos abusos
de menores, incluindo a violação se-
xual. “Será que nós analisamos estes
aspectos? Não! Mas há muito trauma
da guerra em menores que foram usa-
dos para a guerra, em menores que
foram abusadas sexualmente. Essas
marcas continuam na vida dessas pes-
soas. O que foi feito para a mudança
dessas pessoas?”, disse Flávio Menete.
Por sua vez, Pascal Paradis, di-
rector-geral da organização “Ad-
vogados Sem Fronteiras Canadá”,
afirmou que a justiça transicional é
a troca de experiências internacio-
nais sobre processos de estabeleci-
mento da reconciliação nacional e
da paz. “Não é o processo apenas
de advogados, é importante para
todos, no sentido de se alcançar
uma paz duradoira. Na História re-
cente, contamos cinquenta histórias
de justiça transicional, ou seja, são
conflitos que precisaram de inter-
venção de outros países para alcan-
çar a paz”. (Reginaldo Mangue)

Depois de sabotar candidaturas

CNE apela à não abstenção

Maputo (Canalmoz) – Depois de sa-
botar completamente o processo elei-
toral, rejeitando candidatos e asses-
sorando outros para desistirem, para
criar instabilidade no processo, agora
a Comissão Nacional de Eleições e o
Secretariado Técnico de Administra-
ção Eleitoral estão a andar de bairro
em bairro a explicar a importância das
Associação das Empresas
eleições e da participação popular.
A CNE foi quem preparou o pro-
cesso da desistência fraudulenta dos
candidatos da AJUDEM, segundo
um áudio de um dos desistentes,
que foi publicado pelo “Canal de
Moçambique”. Premeditadamente,
a CNE criou condições para a AJU-
DEM não participar nas eleições.
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Na cidade de Maputo, a CNE
e o STAE estão a apelar à não a
abstenção e a explicar o novo fi-
gurino eleitoral, concretamen-
te a questão do cabeça-de-lista.
A presidente da Comissão Provin-
cial de Eleições da Cidade de Mapu-
to, Ana Chemane, disse, ontem, no
início da formação aos agentes de di-
vulgação, que, à luz da nova lei das
autarquias, a eleição é feita por via de
uma lista apresentada pelos partidos
políticos, o que vai permitir que os
eleitores não tenham que ver o can-
didato à presidência da autarquia.

Jornalísticas (AEJ) Ana Chemane disse que o proces-

so de preparação de votação ao ní-
vel da autarquia da capital do país

Assembleia-Geral Constituinte
está a um bom ritmo, uma vez que,
depois da aprovação da nova lei das
autarquias locais, que trouxe um
Conforme acordado nas reuniões preparatórias, convocam-se novo modelo ao processo de vota-
os representantes das empresas de comunicação social regis- ção, os órgãos eleitorais estão em-
tadas em Moçambique para voluntariamente participarem na penhado na organização do proces-
Assembleia-Geral Constituinte (AGC), pelas 11 horas do dia 14 so tendo em conta essas mudanças.
“Estamos a realizar esta formação
de Setembro de 2018, a ter lugar nas instalações da mediacoop
no sentido de uniformizar os nossos
SA, sita na Av. Amílcar Cabral, 1062. métodos de trabalho. Depois desta
A AGC tem a seguinte agenda proposta: formação, os técnicos vão também
– discussão e aprovação dos Estatutos da Associação transmitir esses conhecimentos aos ór-
– eleição dos corpos sociais gãos de apoio a todos os níveis”, disse.
– outros assuntos de interesse dos participantes Segundo Ana Chemane, neste mo-
mento, decorrem trabalhos de edu-
Maputo, 3 de Agosto de 2018 cação cívica eleitoral levados a cabo
A Comissão Organizadora pelos agentes de educação cívica em
todos os distritos municipais. “Temos
em todos os distritos municipais bri-

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gadas móveis de agentes de educação
cívica. Existem também agentes elei-
torais a fazer o mesmo trabalho”, disse.
Dirigindo-se aos formandos, Ana
Chemane afirmou que não se trata
apenas de educação cívica, mas, sim,
de munir os agentes eleitorais de co-
nhecimento sobre a legislação, para
que eles possam exercer as suas ac-
tividades nos termos da lei, a fim de
evitar os ilícitos eleitorais e tornar o
processo o mais transparente possível.
Bastonário da Ordem dos Engenheiros diz que
efeitos das mudanças climáticas estão a atingir
níveis mais elevados no país
Maputo (Canalmoz) – Ibrahimo
Remane, bastonário da Ordem dos
Engenheiros de Moçambique, diz
que as mudanças climáticas estão a
tornar-se cada vez mais extremas e
que os seus efeitos já atingiram os
níveis mais altos na História do país.
Ibrahimo Remane falava ontem,
durante o início do 3.o Congres-
so de Engenheiros da Língua Por-
tuguesa, que decorre em Maputo,
e disse que, à medida que o tem-
po passa, as mudanças climáti-
cas têm uma influência cada vez
maior na vida das populações.
“Os níveis do mar estão a aumen-
tar. As mudanças climáticas estão a
tornar-se cada vez mais extremos. As
emissões de gás de efeito de estufa es-
tão agora nos níveis mais altos”, disse.
Ibrahimo Remane considera que as
acções devem estar mais concentra-
“Os órgãos de gestão eleitoral
envolvem-se com os partidos polí-
ticos, órgãos de informação, orga-
nizações da sociedade civil, onde
se apresenta as actividades que vão
ocorrer em cada etapa do calendário
eleitoral, e apresentamos os docu-
mentos legais que orientam”, disse.
Abstenções
Ana Chemane afirmou que, se
das na diminuição dos impactos do
dióxido de carbono, que ocorrem
principalmente devido à queima de
combustíveis fósseis para produção
de energia no sector dos transpor-
tes, de edificações e na utilização do
carvão mineral, petróleo e gás natu-
ral para produção de electricidade.
Impactos dos fenómenos
Ibrahimo Remane diz que é re-
corrente, no país, que obras pú-
blicas como escolas, estradas,
hospitais e pontes sejam destruí-
das pela acção de natureza, tais
como vendavais, ciclones e cheias.
Segundo Ibrahimo Remane, a da seca em Maputo; território e
explicação que normalmente a
sociedade dá é que as obras fo-
ram mal feitas. Diz que devem
resistir aos fenómenos naturais.
houver abstenções nas eleições
de 10 de Outubro, não podem
estar relacionadas com o fac-
to de o eleitorado estar confuso
face ao novo figurino da eleição
do presidente do Conselho Au-
tárquico. “Neste momento, está a
divulgar-se a nova lei das autar-
quias locais. A formação visa ca-
pacitar os vogais da CNE e STAE
de ferramentas para fazer face às
eleições”, disse. (Cláudio Saúte)
“Como engenheiro, a forma como
concebemos os nossos projectos e
reconstruímos os projectos não pode
ignorar conceitos de sustentabilida-
de”, disse Ibrahimo Remane e acres-
centou que o Congresso é uma plata-
forma de diálogo entre os engenheiros
dos países de língua portuguesa, di-
vulgando os sectores económicos,
realidades socio-económicas, opor-
tunidades de negócios, para os en-
genheiros e empresas de engenharia.
O 3.o Congresso de Engenheiros
da Língua Portuguesa está subordi-
nado ao lema “Mudanças climáti-
cas” e vai abordar os temas: recur-
sos minerais; projecto de mitigação
ambiente; engenharia como factor
de resistência; o papel da acade-
mia no ensino da engenharia; alte-
rações climáticas. (Cláudio Saúte)
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