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RIO DE JANEIRO
DA
CAPITAL DO BRASIL
1
10 DE JANEIRO
NOTICIA HISTÓRICA E DESCRITIVA
DA
CAPITAL DO BRASIL
PELO
Prof! ^
FERREIRA DA ROSA
Tenente-Coroiiel Hon. do Exercito
Cathed. do Colégio Militar do Rio de Janeiro e do Prytaneu Militar
Docente da Escola Normal
Sócio Hon. do Liceu I«it. Portug-uês, do Inst. de Prol. e Assiat. á Infância
e da Associação de L,a Prensa de Santiago do Chile
EDIÇÃO DO
ANNUARIO DO BRASIL
RIO DE JANEIRO
EM 1904 O GRANDE PREFEITO PAS-
ros. A
tniemoria das cousas acaba em
em poucas gerações, e os escritos du-
ram por muitos séculos». (P.e Lu/z
Gonçalves dos Sanctos, nas Memorias
para servir á Historia do Reino do Brasil ).
PRIMEIRA PARTE
O
Brasil entrou para a Historia como
mo atalaias de niar c terra, o movimento
teatro de Civilização, no anno dc 1500 d;t
da Civilização que ha mais de quatrocen-
tos anos principiou nesta parte da Amierica.
era christã. Incorponou-o ao mundo de ter-
ras então conhecidas o Almirante portu-
Habitavam, então, o litoral desta am-
pla bahia selvicolas chamadas tamoios, re-
guês Pedro Alvares Cabral, que denominou
presentantes da raça tupi, indivíduos for-
a nova terra «Terra de Santa Cruz».
tes e intrépidos, acaboclados e nus, viven-
Outros navegadores lhe sucederam,
do em comum nas aldeias, «tabas», ajun-
explorando o litoral da surpreendente des-
tamentos de cabanas, circundados por uma
coberta: Vicente Yanez Pinson, Diego de
trincheira, (cahçara), que os protegia con-
Lepe, André Gonçalves, João Coelho, Fer-
dira as surpresas da guerra
nando de Noronha e Gonçalo Coelho. Es- (2).
rio.
Parviapuan, e que, depois, se chamou do
Efectivamente, em 1501 Gonçalo Co-
Governador (14), estendiaim-se as viven-
das e fortificações desses Íncolas munidos
elho costeava, de Norte a Sul, com tres ca-
de arco e flecha, dominadores dc Guana-
ravélas, a Terra de Santa Cruz; e aos aci-
bara. As ilhas desertas e recamadas da
dentes geográficos que vinha observando
vegeta<;ão primitiva, o litoral formado de
e que annotava no seu Roteiro, vinha dan-
restingas e alagadiços, recortado em sali-
do, como se viajasse de Calendário aberto,
ências e reintrancias; cômoros que se re-
nomes de santos celebrados pelo Catoli-
petem, e montanhas que limitam o hori-
cismo.
zonte ao Norte; de permeio charnecas-)
Assim denominou S. Roque» o ca-
.
Essa ilha foi a base de operações trados na fidalguia, valorosiois por natu-
dos franceses cubiçosos de uma possessão reza, experimentados na guerra, devota-
na America do Sul. Em 1560 ahi sofreram dos ao amor da Patria e do seu Soberano.
derrota infligida por portugueses ao man- Partiram de Lisboa, em dois galeões
do do Desembargador Mem de Sá, Qo- fortemente armadoiS e tripulados, nos pri-
vemador Geral idb Brasil (7); (mas não meiros dias de Janeiro de 1564. Depres-
desanimaram: Reincidindo na pretensão, tor- sa chegaram á Bahia onde Estacioi se apre-
naram a apoderar-se da ilha; e atrahi- sentou a Mem de Sá, e recebeu reforços.
ram com habilidade os tamoiios para mais A 6 de Fevereiro fundeava a esquadra
eficazmente resistirem a novas tentativas deante da barra do Rio de Janeiro. Aqui
de expulsão. Estácio «foi maravilhado pelo terreno a
Diversas vezes foram os franceses ba- que a Providencia o conduzira; e pasmou
tidos, sempre se restabelecendo após. A estendendo' o olhar pela enseada dentro;
sua aliança com os indígenas ia se tornando e admirou o desenho com que a Natureza
cada vez mais forte, naturalmente exci- fechou em suas muralhas este grande pa-
tados contra lOS portugueses os ânimos de iz». (8). Finm;anido-se no propósito de
ambos. vencer, dirigou-se, ainda, ás capitanias de
Do facto chegou noticia a Lisboa; S. Vicente e Espirito Santoi, a reunir ele-
e do Trono de Portugal partirata ordens mentos de resistência.
para que tivessem termo as incursões dos Pesava-lhe o sacrificioi a que ia sub-
franceses e para que fosselm os tamoios im- meter os selvioolas enfeitiçados pelos hu-
Rio de Janeiro 15
Geral e obedecer á vontade do seu rei, linha que por sua ordem havia sido^ dedi-
navios franceses transpunham livremente a cada a S. Sebastião entre as primeiras
barra, alimentando de esperanças e de re- Qonstruções da Cidade,, lá, juntO' ao Pão
cursos tmateriaes a colónia que Viligagnon de Açúcar.
fundara na Ilha, e pretendia alastrar pelo
ciontinente com o nome de «França An-
tárctica». Sucediam-se as escaramuças sem
resultado^ ora no mar em encontros de
canoas, ora em terra, se se encontravam
os inimigos em avançadas,; por atalhos.
Mem de Sá foi informado dessa situaçãoi
pelo jesuita Anchieta que fôra á Bahia
tomar ordens sacras. Preparou-se,, entãoi,
aam 'mais gente e armas para vir em' apo-
io do Sobrinho: Nem o parente podia
ser desmerecido, nem o português ludibri-
ado,; nem contrariado o cumpridor de or-
dens reaes. Em 18 de Janeiroi de 1567
abrigaram-se na Enseada de Martimi Af-
fonso,; também denominada «Praia Verme-
lha» (14) onze barcos aparelhados para
a guerra. \
Rio de Janeiro 17
um monte sobranceiro á ilha até então cida- para séde do Governo do Sul. Em 1577 unifi-
dela dos inimigos, monte de onde se descor- cou-se outra vez o Governo djo Brasil, e re-
tinavam o vasto ancoradouro, e planicies e apareceu, então, como Governador do Rio de
várzeas circunjacentes. Janeiro, subordinado ao da Bailia, Sal\tador
Corrêa de Sá, que desta vez exerceu o cargo
por espaço de 21 anos.
Foi por sua determinação que se tras-
ladaram para a capéla-niór da igreja de S Se-
.
MARCO DA FUNDAÇÃO DA
CIDADE (COSTAS)
segundo capitão c governador, com suas ar- 3 Salvador Corrêa de Sá (filho de Mem de Sá
primo de Estácio), Capitão-Mór. Governou de
mas. E esta capela acabou no ano 1583 (^*'). e
Março de 1568 a 1572.
4 Christovâo de Barros, Capitão-Mór, que go-
vernou até 1576.
5 Desembargador Antonio Salema, 1576-77.
6 Salvador Corrêa de Sá, Capitão-Mór (2.^^ vez).
Quarenta e seis governadores efectivos 1577-99.
e vinte e quatro interinos se sucederam até 7 Francisco de Mendonça e Vasconcellos. Ca-
pitão-Mór. 1599-1602.
8 Martim de Sá, natural do Brasil. Capitão-
Mór. 1602-1608.
9 Affonso de Albuquerque. 1608-1614.
10 Constantino Menelao. Capitão-Mór. 1614-17
11 Ruy Vaz Pinto. De 19 de Junho de 1617
a
1620.
12 Francisco Fajardo, De 20 de Junho de 1620
a 1623.
13 Martim de Sá. (2." vez). De 11 de Junho
de
1623 a I632.
14 Rodrigo de Miranda Henriques. De I3 de
Junho de 1633 a 1637.
15 Salvador Corrêa de Sá e Benevides, 3
—
IV — 1637 a 1642.
16 Duarte Corrêa Vasqueanes (Interino). 19-111
1642 a 1643. r»
Luiz Barbalho Bezerra, natural do Brasil. Ue
-o -1
17
falecimento
1643 a 15 de Abril de 1644, data do seu
164o.
18 Francisco de Souto Maior, 7-V-1644 a
19 Vasqueanes, (2.^ véz). 22-111-
Duarte Corrêa
1645 a 1648. (21). . ^ >
20 Salvador Corrêa de- Sa e Benevides, (2' vez;.
Janeiro a Maio de 1648.
21 Duarte Corrêa Vasqueanes. (3^" vez. Interino)
12 de Maio de
1648 a 1649.
22 Salvador de Brito Pereira. De 25 de Janeiro
de 1649 a 20 de Julho de 1651, data em que faleceu.
23 Antonio Galvão. (Interino). 1651-1652.
24 D. Luiz de Almeida Portugal, Capitão-Mór,
1652-1657.
25 Thcmé Corrêa de Alvarenga, (Interino).
1657-1659.
26 Salvador Corrêa de Sá e Benevides. (3''vez)
1659-1660.
27 Thomé Corrêa de Alvarenga (2" interinidade).
1660.
28 Agostinho Barbalho Bezerra 1660-61 (22).
29 João Corrêa de Sá. 1661-62.
30 D. Pedro de Mello. 1662-66.
1763, ano em que a Capital do Brasil defini- 31 D. Pedro de Mascarenhas. 1666-70.
tivamente se transferio da Bahia para Rio de 32 João -da Silva e Souza. 1670-75.
Janeiro. Os quarenta e tres primeiros tive- 33 Mathias da Cunha, 1675-1679.
34 D. Manoel Lobo, 1679. (23).
ram no exercido as honras de Capitão Mór;
o quadragésimo quarto —
Arthur de Sá e de
35 João Tavares Roldon. (Interino). Outubro
1679 a Janeiro de 1681.
Menezes —
iniciou a série dos que trouxeram 36 Pedro Gomes. De 28 de Janeiro de 1681 a
patente de Capitão General. 1682.
37 Duarte Teixeira Chaves, 3-VI-1682 a 1686.
38João- Furtado de Mendonça. 22-IV-1686 a
Lista chronologica dos varões que 1689.
Rio DE Janeiko 19
48 D. Fernando Martins Mascarenhas dc Len- duto, (uii- foi levantada para aeiucduto. scr-
castre. De 1 de Agosto de !705 a 1709. (26).
52 Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho.
\indo um ,stou!i>jiara dar passajícni ás aj,'ua^
CHAFARIZ COrtixiAL
20 Rio DE Janeiro
li
da Patria". Governou, também, as capitanias Arsenal de Marinha onde até agora está; ali-
de Minas Geraes e S. Paulo. Foi sua grande nhou e franqueou ao transito a rua hoje cha-
preocupação defender e conservar a Colónia mada Carioca; cobrio de lages a longa vala
do Sacramento; e a sua morte foi atribuída da rua hoje chamada Uruguayana fundou o
.
;
cidia principalmente na cidade onde tinha zarro, fazendo a apologia do governo do Mar-
séde. Assim foi que deu inicio ao Arsenal quez do Lavradio, escreveu: "Constante na
de Guerra, na ponta chamada da Misericór- piedade, nem as leis o fizeram rigoroso, nem
dia onde cresceu e se manteve até 1910; cons- a espada sanguinolento; e sabiamente unia o
truio paioes de pólvora; aplanou o terreno da Poder com a Ternura, e a Justiça com a Hu-
ilha de Vilegagnon, fortificando-a fundou o
; manidade".
.
Rio de Janeiro
21
mesmo prédio hoje muito ampliado que avul- lho da Fazenda e da Junta do Comercio. Foi
ta na Avenida Passos. Protegeu as sciencias
condecorado com as gran-cruzes de Aviz, da
dando especial atenção ás pesquizas botânicas Torre e Espada, e de Izabel a Católica. Gen-
de Fr. José Mariano da Conceição Velloso. til homem do Paço. recebeu os títulos
de Con-
Inaugurou uma aula de Rhetorica. A Lavou- de e, depois, Marquez de Aguiar. Faleceu em
ra, o Comercio, a Industria mereceram-lhe 24 de Janeiro de 1817.
cuidados
Sucedeu-lhe D. José Luiz de Castro, se- D. Mjarcos de Noronha e
Foi 7" Vice-Rei
gundo Conde de Rezende, 5° Vice-Rei do Brito, Conde dos Arcos, que deixando o Go-
Brasil (1790-1801). Nivelou,
aterrando, o erno do Pará e Rio Negro, chegou ao Rio
Campo da Lampadosa (de que resta hoje o de Janeiro em 9 de Agosto de 1806, depois
espaço chamado Praça Tiradentes) Calçou . de 4 mezes de viagem. Coube-lhe a honra de
a Rua do Cano (hoje Sete de Setembro), e receber a Família Real, transformando Rio
a da Vala (hoje Uruguayana) Para conti-
.
Je Janeiro em Capital do Reino.
nuar a Avenida Beira-mar começada pelo seu nomeado Governador da Ba-
Foi, depois,
antecessor dava, mediante certas somas, paten- nia de onde regressou em 1818 para assumir
tes de Capitão, Tenente e Alferes, constituin- i direcção do Ministério da Marinha.
do a classe dos "Oficiaes do Cáes." Promo-
veu medidas de higiene publica e particular.
Melhorou consideravelmente a iluminação da
Cidade. Abrio a Rua dos Inválidos, assim Tinha já certa importância a Cidade do
chamada porque aí, logo, estabeleceu casa e Rio de [aneiro. A sua população attingira a
chácara para asilo dos soldados que invali- 60.000 habitantes (32). Havia 1311 oficinas
dassem no serviço do Estado. Aprimorou a e estabelecimentos comerciaes, 3 seminários,
instrução militar. Ainda guarda memoria do 2 recolhimentos de meninas; 5 hospitaes: o
seu titulo nobiliárquico uma rua por êle de- la Misericórdia, o de S. Frandsco da Peni-
lineada desde a Lavradio até a Riachuelo. íencia. o do Carmo, e o Militar, no Castélo.
mil rezes para alimentação publica. o silenciocom a gama de seus trinados com e
seus languidos pios — o belo ceo azul de sem-
pre — devia
tal paisagem desta região
ser a
*
nos seus dias prehistoricos.
Chegaram os portugueses. Recuaram os
A
presença da Familia Real aumentou aborígenes.Apareceram franceses na ânsia de
consideravelmente a importância do Rio de educar os tamoios contra os descobridores.
Janeiro que, sendo desde 1763 Cidade capi- Triunfaram portugueses fundando a ci-
os
Theodosio".
Imprensa Regia, a Junta do Comercio, o Ban-
co do Brasil, e outras instituições. Nos anos
Em quanto assim os senhores da terra se
aparelhavam para dcfende-Ja, o'- jesuítas igual-
seguintes creou o Jardim Botânico, a Biblio-
mente se mostravam zelosos na diligencia de
teca Publica, a Academia de Belas Artes, a
ocupa-la: Os altaresadeantavam-se ás forti-
Contadoria da Marinha, a Guarda Real de
ficações. Em 1572 já existiam as igrejas de
Policia. E montavam-se oficinas, fabricas,
Sebastião e da Misericórdia, e edificava-
S.
fundições Grande fòi o desenvolvimento ad- mes-
se a igreja de S. Francisco Xavier, no
.
1
: ,
Rio DE Janeiro 23
fóra não se permitiria mais edificação al- este Pavuna até suas cabeceiras; e dai, pc\os
guma, pois havia da parte de dentro "muitoí limites das fazendas "Retiro" e "Guandu do
chãos devolutos". ('"'). Sena" com a fazenda ou antigo ^lorgadio de
A actual rua Uruguayana ei-a por esse "Marapicú". até as calieceiras do Guandú
tempo uma vala (*^)' aproveitando a qual e por este á sua confluência no Itaguahy e ;
pretendera o 61." Governador da Cidade, por este até sua foz na baía de Se.petiba.
Luiz Vahia Monteiro, rasgar um Canal que Ao Sul, o Oceano Adantico.
comunicasse o mar da Ajuda com o mar da A
Oeste, a baia de Sepetiba.
Prainha, ilhando a Cidade (^-). A
Leste, a baía de Guanabara.
Em 1808 assentou o Senado da Camar?
que "seriam limites racionáveis, segun- Da sua população foram em 1920 re-
do o estado actual das cousas, por um lado o censeados 1.157.873 hab. {*^).
Rio das Laranjeiras, por outro o Rio Compri-
do, e por outro o mar em toda a sua circun- A Estatística Predial acusa a existência
ferência. E para certeza desta demarcação de 114.000 casas.
mJUtlou colocar marcos na Ponte do Catêtc
junto ao Rio das Laranjeiras ou Cario-
ca, e nas pontes que estão na passagem dc
Rio Comptido", (Arquivo dn Distriro Fede-
ral, tomo II, pag. 520). O Governo do ^lunicipio consta de dois
Um aviso de 8 de Agosto de 1317, expe- poderes: Legislativo (*^) e Executivo.
dido pelo Presidente do Real Erário, João O
Poder Legislativo Municipal ou Con-
Paulo Bezerra, e mencionado nas Memorias selho Deliberativo compõe-se de 24 Inten-
Históricas- de Pizarro, declarou sujeito ac dentes, eleitos pela Cidade, um dos quaes é
Imposto de Decimas "todos os prédios urba- pelos seus pares eleito Presidente.
nos situados desde o fim da Praia de Bota- O Poder Executivo Municipal é exerci-
fogo até o fim da Praia de S. Christovão, do pelo Prefeito, nomeado por Decreto do
terminando na ponte da estrada do Anda- Presidente da Republica que, naíuraimente.
rahy que vae para a igreja paroquial do En- o escolhe entre os cidadãos de reconhecida
genho Velho". capacidade.
Em 1831 a Camara ^Municipal comuni- Para os fins administrativos, executar c
cava ao Governo Imperial que para o lança- fazer executar as leis votadas pelo Conselho,
mento da Decima Urbana fôra fixado o se- e sancionadas pelo Prefeito, o Distrito Fe-
guinte perímetro: "Do principio da Praia de deral está dividido em 26 distritos (^*),
Botafogo, da ponte do Berquó, até fim da cada um confiado a um
Agente, servido por
Praia de S. Christo^iio, compreendendo c um Escrivão, e variável numero de "guar-
Campo da mesma denominação até a 2*. das".
cancela, e daí em linha paralela até fim da O
Conselho Deliberativo reune-se duas
Estrada da Joana, e desta seguindo a estrada vezes por ano, em sessões ordinárias: Uma
que passa pela frente da igreja do Engenhe de 2 de Abril a 31 de Maio, outra de 1 de
Velho até a ponte da Segunda-f eira o costãc ; Setembro a 31 de Outubro. Pôde ser con-
do Rio Comprido até os canos do Carioca, oe vocado extraordinariamente pelo Prefeito.
quaes em toda sua extensão servirão de limi A
séde do Conselho era no próprio edi-
te até Cosme Velho". fício em que está a Prefeitura C^") : em
1896. porém, tornou-se o local insuficiente.
PIoje Rio de Janeiro, depois de ter sido
24 Rio DE Janeiro
CIO DE Janeiro 25
mo especial dos serviços que llics são atri- assistênciahospitalar aos velho.s crianças t-
buídos :
adultos enfermos e indigentes; o estiulo dc
A' Directoria do Património compete o todas as questões dc Assistência publica e dc
tombamento e cadastro do território e bens beneficência pri\-1ada; assistência clinica ás
do Distrito Federal o arrendamento, ; alu- parturientes que a rcclaniein; serviços dc pue-
guel, fòro, compra e venda dos bens munici- ricultura; assistência dentaria á mfancia Cã-
paes, moveis e imóveis; o processo para desa- cohu- desvalida: organização e direícçào dc
propriação por utilidade municipal a ava- ; uma Escola Oficial de Enfermagem; supe-
liação e medição de todos os bens do Tombo rintendência dos cemitérios.
Municipal; as doações, legados, heranças e A' Directoria de Instrução cabe organi-
jidci comissos; o processo de aforamento zar e regulamentar os estabelccimc-Uos mu-
de terrenos devolutos, e o da acquisição de nicipaes de ensino primário e profissinnai, e
terrenos baldios no Distrito Federal. desenvolver o mais possivel os meios de ins-
A' Directoria de Obras e Viação peiten- trução popular, distribuir escolas, ])rovc-las
cem todos os serviços relativos a obras mu- de professores e de material, inspecciona-las
nicipaes, Carta Cadastral, viação em geral, dos pontos de vista medico, higiénico e peda-
embelezamento e saneamento da Cidade ele- ; gógico, e manter uma Escola Xormal dc
ctricidade, carris, e estradas de ferro e de ro- Professores.
dagem; maquinas; construções, reconstru- A' Directoria de Fazenda compete a ge-
ções, acréscimos e reparos de oredios de qual- rência de toda a economia financeira da Mu-
quer espécie, provisórios ou definitivos. nicipalidade. Tcni a seu cargo a contadoria ;,'e-
26 Rio de Janeiro
desde cabe
1919, privativamente orga- Dezembro de 1920. Tem por íi-n adquirir,
nizar todas as fontes de consulta his- guardar, conservar, e distribuir p-)r todos ns
tórica do Distrito Fedeial, c^uer era relação departamentos municipaes, o material, uten-
sílios, maquinas, aparelhos,.
aos factos sociaes e políticos, quer em relação ícrrrinientas, ar-
aos documentos e papeis de origem adminis- tigos de expediente, moveis, semen.es e tudo
i
Rio de Janeiro 27
Dr. Nicolau Joaquim Moreira (1S91-92) Quadro (/</ licccita arrecíulada r d.t
Dr. Candido Barata Ribeiro [\>'^2' Despeza paria pela M uniciptdidadc
do liio de Janeiro, ano por ano.
desde a j)roilaniação da llcpu-
blica:
Cidadãos que nomeados para o cargo
de Prefeito sucessivamente exer-
.\nno Receita Despeza
ceram o Poder Executivo Munici-
arrecadada elccluada
pal:
1S89 2.281 :969$829 2.275 19/$03.>
1890 8.591 161 $450
: 6.170 837$L-'0
' Alfredo Augusto \'ieira Earcellos, (in- 1891 .675 :182$880 4.8.^5 914$891
terino) 1892 17 179 :632$528 18.25Í1 803$'W6
Coronel ÍTenric[ue \'alladares, Engenhei- 1893 727 :lõ4$727
16./. 15.^)01 241$5.>3
ro Militar. (1893-94) 1894 17 .029 :449$274 10.938 ;í.545^97;
Dr. Francisco Furquim Werncck de Al- 1895 25.876 :865$590 2().'110 :039$336
meida, Politico, Medico, Prof. (lS94-97j 1896 33.510 :749$270 .^3.532 324$628
Dr. Joaquim José da Rosa, Medico. (In- 1897 19.703 :393$454 19.116 :970$008
terino) 1898 18.322 :716$499 18.935 :781$847
Dr. Ubaldino do Amaral Fontoura. Ju- 1899 23.484 :607$080 23.418 :58.^$198
ri.sconsulto. (1897-98) 1900 25.348 :345$189 24.^X39 ;489$616
K Dr. José Cesário de Faria Alvim, Poli- 1901 20.677 :534$885 21.179 8.V)$338
tico, Jurisconsulto. (1898-1900) 1902 26.264 :976$525 25.678 471 $282
Dr. Luiz Van Erven. Engenheiro Civil, 1903 30.773 :377$989 31..S78 810$319
(Interino) 1904 28.211 ;265$569 28.217 890$88,s
Coronel Honorio Gurgel, Politico, (Inte- 1905 31 .395 :873$320 31.3.59 ;97()$S48
rino) 1906 48.437 a 855178 48.132 71.=^$202
> Dr. Antonio Coelho Rodrigues, Juriscon- 1907 37.411 :736$707 }>7.72h :248$841
sulto,(1900) 1908 39.132 :935$422 38.931 :9I9$457
Dr. João Felipe Pereira, Engenheiro Ci- 1909 53.494 :900$627 53.304 27?>%?>22
vil, Professor. (1900-901) 1910 50.4.^^2 :016$303 50.291 :046$779
')
Dr. Joaquim Xavier da Silveira Tunior, 1911 39.071 :111$959 735$996
. Jurisconsulto. (1901-902) 1912 46.972 :224$686) 47.780 :813$496
Coronel da Guarda Xacional Carlos Lei- 1913 .50.194 :780$558 50.172 ;770$.-.0S
te Ribeiro, Politico, Comerciante. (Interino). 1914 4CÍ.203 :942$766 46.158 ;616$872
Dr. Francisco Pereira Passos, Indus 1915 51.515 1828862
: 51 . 553 :092$889
trial. Engenheiro Civil. (1903-906) 1916 57.206 681 $626
: 56.850 :340$216
-^ • General Francisco Marcellino de Souza 1917 41 .028 :525$023 53.615 ;?87.$595
.^Aguiar, Engenheiro MiHtar, (1906 909) 1918 44.94<i :372$267 54.153 ;017$612
Coronel Innocencio
-
Serzedello Corrêa, 1919 51.082 :108$166 93.132 :.331$134
Engenheiro Militar. (1909-910) 1920 57.444 1388754
: 68.795 :088$472
.Vl- General- Bento Ribeiro Carneiro Montei- 1921 65.588 :386$096 84.419 :415$836
ro, Engenheiro Militar, (1910-14) 1922 67.042 :842S500 69.114 :346$f^33
,
;
Dr. Rivadavia da Cunha Corrêa. Politi-
.
(1917-18)
Dr. Manoel Cicero P'eregrino da SiKa. Cidade do Rio de Janeiro edificou-se
'\
Professor, Director da Biblioteca. (Interino). á revelia da legislação que influísse nas cons-
Dr. André Gustavo Paulo de Frontin. truções. Na epocr. da sua fundação c. Siien-
Politico, Engenheiro Civil, Professor. (1919? cia não tinha ainda codificado as regras que
.(l-Dr. Milciades Mário de Sá Freire, Ju- vizam a salubridade dos povoados. aglome-A
risconsulto, (1919-20) ração de indivíduos correspondia a necessi-
Dr. Carlos Cesar de Oliveira Sampaio.
.
dade de habitações, e essas iam-se erguendo
Industrial. Eng." Civil. Prof. (1920-2/:) á vontade de cada dono, resultando da sua
Dr. Alaor Prata Soares. Tomou posse — localização o arruamento, em vez do arrua-
em 15 de Novembro de 1922. mento preceder a edificação.
28 Rio de Janeiro
cução essas leis municipaes que., afinal, o Mangue, na embocadura do qua! principicina
Prefeito Passos (1903-1906) aplicou, c^.n ou- o grande caes, e outra através do centro co-
;}
Rio de Janeiro 29
*
novo tuncl, comunicando Botafogo com a
Praia do Leme, barra fóra, em Copacabana; Também por cs.>e leni])o o Prefeito ha-
foram demolidas velhas casas da lua 13 de via realizado operações que tornai am i."<j>i-
Maio para alargamento e rectificação da mes- vel a continuação das obras, até enlao íeila-
ma recebeu importantes melhoramentos a
; com os recursos ordinários.
Ilha de Paquctá ;
começaram as dcmol'çGes E foi, realmente, admirável o que .-c icz.
para o alargamento da rua da Prainha ('"), A enumeração seria fastidiosa, e não in-
que eia uma das mais estreitas e toilas, e de tei=.ssaria a qiicm procura neste livro uui.i
muito pesado movimento de veiculo^... noiicia da Cidade actual ; mas nào póíie quem
i\linhadas as novas ruas, vendidos cm a descreve deixar de aludir á graiulc transfur
hasta publica os terrenos que sobejavam das mação operada naquele período.
desapropriações efectuadas, principiaram, lo- Em 31 de Dezembro de 1902. Rio de Ja-
go, as ediíict^ções por conta dos novos pro- neiro era uma Cidade estacionaria, sem atra-
prietários. A Prefeitura modificou, então, um ctivos, c de má fama no ponto de vista sa-
pouco a sua acção até meiado de 1904, á es- nitário. Logradouros públicos eram o Parque
pera de realizar o empréstimo que fòia au- da Praça da Rcpublic a Praça Tiiader.t^s, o
torizada a contrair para poder empregar Passeio Publico, a Praça Duque dc Caxias, 'C
33.048:000$ na execução do seu plano de Jaidim Botânico, e a Tijuca abandonada; —
melhoramentos. . teatro com aspecto exterior de teatro só o
* ''S. Pedro de Alcantara"; caes o "Pha- —
roiix", e o "Mineiro"'; edifícios notáveis —
Entretanto, o Governo Federal enipiecu- o Palacio da Presidência, o Asilo Gonçalves
dia as obras do porto, contratando a constru- de Araujo, a Casa da Moeda, o Gabinete
ção do caes ;'^^). Já se demoliam velhos ci- Português de Leitura, e a Candelária; calça-
sarôes da beira mar, na Saúde e na Gamboa mento —
paralelipipedos de granito nas me-
deiineavam-se ruas novas na superfície que lhores ruas e praças; veículos rápidos para
ia sei conquistada ao mar e a avenida
; dc transporte de passageiros —
o bonde e o til-
1800 metros era traçada como um rasgão sa- buri ruas largas, urna
;
—
a Rua Larga, hoje
nitário, desde a Prainha ao Passeio Publico, Marechal Floriano, e então menos extensa;
fazendo ruir no coração da Cidade 641 pré- ruas de grande transito, uma a do Ouvidor. —
dios, dois terços dos quaes eram reprcsenían- Iluminação geral a gaz.
tes fidedignos da Arquitectura sem Arte e da Em 31 de Dezembro de 1906 Rio de Ja-
habitação sem Higiene. neiro estava toda iluminada a electricidade.
O
Ministro incumbio dos trabalho.- desta Tinha como logradouros públicos o Jardim
Avenida uma Comissão de Engenheiros sob do Alto da Boa Vista, toda a Tijuca reforma-
a presidência do Dr. Paulo de Frontin, Pro- da, a Praça Marechal Deodoro, a Praça 7 de
fessor da Escoía Politécnica, e já notável pe- Março, hoje Barão de Drumond, o Jardirr. do
ia sua extraordinarra capacidade de trabalho. Valongo, a Praça I.t de Novembro com um
No Março de 1904 principiaram as
dia 8 de novo ajardinamento e coreto para musica; o
demolições, sendo atacados, simulíaneanienv, Largo da Carioca, a Praça da Gloria, a Ave-
os dois extremos do traçado. . nida Central; a esplendida Avenida Beira
;
30 Rio DE Janeiro
]\Iar. com seus jardins, estatuetas e belvederes cabotagem, e guarnecendo uma area de 175000
(-';. Edifícios públicos já se notavam o metros quadrados, concjuistada ao mar com
Teatio i\Iunicipal e o Pavilhão Monioe; par- grande gáudio da Estética e da Higiene. Con-
ticulares o Eacriptorio da Companhia Docas
; tinuam as edificações, e a arborização, o ajar-
de Santos, os cio Jornal do Comercio, do O dinamento, o asfaltamento de ruas e praças.
Pais, do Jornal do Brasil, da Light & Em 1910 a Qumta da Boa Vista foi fran-
Power, e Casa Guinle. O asfalto substituirá o queada ao publico, transformada em parque
pavimento de pedra em 35 ruas extensas. belíssimo. As escolas multiplicaram-se. O su-
{'^), O tilburi merencório cedia logar ao au- búrbio da Capital tem recebido grandes me-
tomo\el. (''^). O serviço de bondes melhorara lhoramentos. Os próprios costumes se modi-
consideravelmente, uniformizado pela Ilie ficaram Mais habites de elegância, mais cui-
:
atéi um Mercado de Flores aparecia na tra- dor. Sentimentos de bondade e lealdade inspi-
vessa prolongada do largo S, Francisco á rua ram todas as atitudes. A Sociedade vive num
da Carioca. C"^). ambiente feliz, multiplicando cuidados com a
E ninguém pense aue foi só isso qvie ai etlucaçao das novas gerações, a fim de opôr
fica mencionado. ATuitas outras obras de em- barreira moral á onda dissolvente que pelo
belezamento e asseio se efectuaram na Cida- mundo se propaga de folha em folha de pu-
de, sendo de maior relevância a extinção da blicações mal orientadas.
febre amarela, mortífera epidemia que asso-
lava periodicamente a Cidade, desde
1852. C^-'). BAIA DE GUANABARA
De 1906 para cá ainda muito se tem Na fua obra "A Baía do Rio de Janei-
feito. O
primeiro trecho de tres kilometros ro", publicada cm 1881, o Coronel de Enge-
e meio de Caes construído aí está servindo nheiros, Augusto Fausto de Souza, realizou
para atracação de na\-ios transatlânticos e de a feliz idéa de reproduzir trechos de muitos
j;
Rio DE Janeiro 31
autores (luc se ocuparam com o amplo atrio dorme'"; Combinados montes desde a Gavca
desta Cidade e recordou, mesmo, as compa-
; ao Tão de Açúcar recortam e esbatem no hori-
rações que alguns \iajantes ilustres, a propó- zonte a figura gigantesca de um vulto humano
sito, íizeram. E' niteressante por exempio, o deitado tm decúbito dorsal. Qiirslo colosso,
que dizem John Luccok achando a nossa diz o Comandante Rodrigues na "Dcscrizione
baía semelhante á baia de Sydney Horá-
;
— dcl viaggio delia flota di Naiioli'", cm 1H4Ò,
cio Say {^^) achando-a parecida com c) lago dorme di somo clcrno, par clic iolcssc iiidi-
de Genebra; — Maria Graham leíerni-
( ) t iirc plácida i'cntura conccssa a la sorprcii-
la
do-a aos portos de Bainbaim e de Trinque- dciitc baia di Rio dc Janeiro. Tal colossii tem
mole. Para outros a Baia do Rio de Janeiro prendido a atenção de muitos viajantes desde
lembra o Golfo de Nápoles, a Baia de Cons- as mais remotas eras; e inspirou a Gonçalves
tantinopla, a Embocadura do Tejo. . . Dias estes versos descri]itivi)s
o cimo do penhasco tornou-se já neste scculo res, praias, muralhas, artilharia, encontra-se
um mirante de onde se descortina feérico sct- " Vilegagnon"', ocupação do /a-iIU-
a celebre
nario. rante desse nome, ginásio onde éle exercitou
Da base do Pão de Açúcar estende-se pa- os tamoios para lutarem com os portugueses,
ra o N. a Peninsula de S. João, pertencente ao reduto onde êle sonhou a sua "França Antár-
Ministério da Guerra; local fortificado, guar- ctica". Mede 21600m2 de superfície. Está
da ocidental da barra. tratada como praça de guerra, e pertence ao
Se o olhar de quem passa a bordo puder Ministério- da Marinha. Ai tem seu quartel o
varar a peninsula dará na Enseada de Bota- Corpo de Marinheiros Nacionaes.
fogo, uma das mais lindas notas desta sinfonia Adeantando-se sempre defrontamos a
de belezas com que a natureza nos dotou. Ilha Fiscal (5700m2) surgindo dagua com um
ILHA FISCAL
Guarda oriental da barra é a Fortaleza úe bélo edifício gótico. Nela se acha a Repartição
Santa Cruz, fundada na rocha de granito, da' Carta Maritima. (^^). Doimina-a a Ilha
sustida pela muralha em que arrebentam as das Cobras (1544(X)m2), com diques, quartel
vagas espumantes e fragorosas, e reclinando-sc do Corpo de Intantaria de Marinha, Hospital,
em penhascos crivados de artilharia. Foi cons- repartições varias. Está ligada á Cidade por
truida, per Martini Corrêa de Sá, filho do 3.' uma alta ponte metálica, transitavel, e pen-
Governador Salvador Corrêa de Sá. dente da qual corre, por electricidade, quasi
Entre estas duas fortalezas mede a bana ao nivel dagua, um taboleir»^ transporta-
mil c quinhentos metros. dor. (69).
de guerra". Mais para dentro, pitoresca, aci- tencente ao Estado do Rio de Janeiro; á es-
dentada de constriações, circundada de arvo- querda, margem ocidental, está a Capital dos
~;
Rio de Janeiro 33
Estados Unidos do Brasil, o Districto Federal ilhas, e onde fumk-iam navios de vari:.Ua i.r-
da Republica. mação e tonclajjcm.
Olhando-se para o Ocidente a vista, en-
tretanto, não penetra na Cidade. O imenso
dorso verde das montanhas ergue-se, curva-se,
entrecorta-se, aproxima-se, afasta-se, e aca- X. da
.\ Ilha das Cobras cstA a Jlhad.is
ba apertando numa nesga de terra, bc.i- jurto ICnxadas. Era antigamenf.? uni airo rochedo.
ao mar, o mais denso do casario. \'ê-se ao Desbastado da pedra que sérvio, em 1755.
longe a -negra massa da Gávea como um imen- para edificar a Igreja do Carmo, na rua 1"
so cone de pedra que o raio truncou; ])críi- de Março, ficou plana com 31.700 ni^ de
la-se, aquém, ponteagudo e altaneiro, e (.:or- sui)erficie. Aí se instalou, em 1808, um hos-
covado, ás vezes embuçado cm floco.-; de nu- pital para a Esquadra Inglesa; aí esteve depois
vem. Mais perto estão os morros Cantagalo o Hospital dos Lázaros desde Março de
;
e Novacintra, por onde trepam habitações de 1883 é sede da Escola Naval (70), e depo-
claros matizes. E, á beira mar, numa carrei- sito de aviões e hidro-aero-planos do Ministé-
ra alvacenta de construções que o verde da rio' da Marinha.
arborização frisa em linha, marcada, á noite A Nordeste estão as ilhas Mocangue com
pelos fulgores da luz eléctrica, passa a longa depe^ndendas do mesmo Ministério. Mais
e magestosa Avenida, que borda a Urbs. próximo do litoral do Estado' do Rio de Ja-
Expõe-se ali o Outeiro da Gloria coroado neiro, para alem de outras ilhas e ilhotas,
de palmeiras, cravejado de mirantes de vi- acha-se a Ilha do Viana ('i) ocupada por
Aendas airosas como um grande hotel no um grande Estabelecimento de construção na-
flanco oriental, e a Ermida centenária, sa- val, propriedade da firma Lage Irmãos, e
liente, a meia altura. A
seus pés, cintada de competidor do Arsenal de Marinlia pela sua
granito, frisada, de dia pelo verde da arbo- vasta capacidade fabril. São admiráveis os
rização, e, á noite, faiscante de luz, v'ê-se a estaleiro, oficinas, escritórios e vivendas da
Avenida Beira-mar, logradouro lindíssimo Ilha do Viana.
coleando a Cidade. Ainda a Nordeste, e ainda mais junto do
iVlais para deante os bairros da Gloria e da litoral do Estado do Rio, acha-se, entre ou-
Lapa. Alveja o Casino do Passeio Publico; tras de menor importância, a Ilha das Flo-
a larga superficie de aterro feito
.istende-se res, que é Hospedaria de Imigrantes, mon-
jobre o mar com o desmonte do Castélo — tada com todo o conforto e higiene, Repar-
Agri-
515.600 m2. —
e enfileiram-se os edifícios
,
tição subordinada ao Ministério da
frondes a viração
constantemente ^^1^"^?^^
cortina-se novo panorama : Agora é o exten- embarcações de todos os
entre elas, sempre,
so caes provido de altos guindastes e flan-
tamanhos, fundeadas ou
em movimento.
queado de navios; são os grandes armazéns avul-
\ Noroeste vêem-se outras ilhas,
alfandegados por onde transitam mercado- 221.000 m2., on-
tando a de Bom Jesus, com
rias é a linha férrea do Caes facilitando a des-
;
Inválidos da Patria, fun-
de está o Asilo dos
carga, armazenamento e remoção de volumes cidadãos que se inu-
dado em 1858 para os
é, num súbito golpe de vista, a Avenida Rio militar^
-ilizarn nn serviço
tíranoo em sua máxima perspectiva Norte-
_
Dirige este A. I. P. o
Ma]or Domin-
Sul; são as avenidas paralelas ao Caes, fre- Rocha Argollo.
gos Gomes da
.^uentadas por centenas ae veículos; é para
o Sul o primeiro Pequeno Maciço da Cidade,
formado pelos graníticos morros da Concei-
ção, Providencia,Livramento e Pinto, cortina-
A terra que, entre N. e Noroeste, está
do antigo que nos encobre a urbs; é para o
acidentado de pela proa de quem navega observando essas va-
Norte, o vasto seio da baía,
. -
34 Rio de Janeiro
ORLA DE PAQUETA
ções.
Em 6 de Setembro de 1922 inaugurou-se
na Ilha a construção do caes de 600 m.
que servirá á Zona Franca do Porto do «Surgindo dagua á flôr, coberta de verdura,
Rio de Janeiro. «O mar, em torno dela, assim brando murmura:
* «Tu és de Guanabara a mais formosa ilha,
«Nenhum como tu em seu regaço brilha.
Passando a E. da Ilha do Govcr;-,ador,
deixando á direita interessantes arquipélagos, (M. ]. Gonçalves. Arq. do Ret. Lit. Port.)
.
Rio DE Janeiro
que
guardavam, as
I
de ferro construida pelo intrépido brasileiro por dias até poderem entrar na Doca da
I
José Augusto Vieira, em beneficio da formosa Alfandega, e ai efectuarem a descarga.
'
rio Bemfica. -e por onde se estende a Mata Doca da Alfandega e a Doca D. Pedro II
Maritima. toda constituída pela mirtacea deno- (1871) que não tardaram em mostrar a sua
;
nominada Mangue (Eugenia Nítida). Esta incapacidade para atenderem ás necessida-
í arvore beneficia aquêle trecho do litoral co- des do crescente comercio marítimo.
^
'•
berto de vasa, saturando as aguas com prodí- A Legislação do Império ainda, depois,
j,j
giosa quantidade de tanino, que contraria a (1869, andou concedendo
1885) favores a
putrefação. e oferecendo fresco seminário para quem melhoramentos
se propuzisse a fazer
a reprodução dos peixes, moluscos e crustá- nos portos do paiz. Muitas empresas se for-
ceos que vivem na baía do Rio de Janeiro. maram para aproveitarem esses favores;
A Mata Maritima guarnece o litoral desde mas CS malogros sucediam-se, e os anos fo-
Meriti até Retiro Saudoso, face N da Ponta . ram rolando, permanecendo o porto do Rio
do Caju'. de Janeiro lamentavelmente desaparelhado.
Desta Ponta até a embocadura do Canal O acervo dessas concessões foi ainda base
j
do Mangue, 2.750 metros Norte-Sul, cons- para outra, feita pelo Governo Provisório
'
truir-se-á o novo caes de atracação, prolonga- da Republica, em 1890; mas dificuldades
mento do que já está feito, e de que trato no financeiras continuaram a entravar o come-
capitulo seguinte. timento.
Quando, em 1902, o Dr. F. P. Rodri-
gues Alves assumio a Presidência da Repu-
b'.ica, declarou que ia promover a realização
Tal é em rápidos traços a Baía de Guana-
das obras do porto como inicio de um plano
bara. Tão grande que Frei Francisco de S.
de saneamento da Capital. Convidado para Mi-
Carlos, no seu poema "Assumpção", escrito
nistro da Industria o Engenheiro Militar,
no fim do século XVIII, já assim se manifes-
tava, referindo-se á Cidade do Rio de Ja-
então Senador por Santa Catharina, Lauro
S. Muller, os primeiros trabalhos do seu Mi-
neiro :
longa o melhoramento que havia meio sé- baía quasi todo o material flutuante dos
culo se impunha, escolheu o Ministro en- empreiteiros, realizou-se, com grande fes-
genheiros notáveis; e com êles trabalhou tejo, a inauguração dos trabalhos pela dra-
acuradamente até chegar á conclusão de gagem submarina, á direita e a distancia da
que o Governo devia contratar a obra, já ambocadura do Canasl do Mangue, envol-
então mais ou menos projectada: Um caes vendo a Ilha das Moças, que assim desapa-
acostavel entre a Prainha e a Ponta do Caju'. receu.
Em 1 de Maio de 1905, emergindo os'
primeiros vinte e cinco metros de caes, foi
colocada a primeira pedra da cantaria de
capeamento. ("6).
Em
1910 estava o Caes concluído. Al-
tura acima do nivel dagua, em maré máxi-
ma 3m,60; profundidade dragajda & a 10
metros a baixo da maré minima.
O Dr. Nilo Peçanha, que então exercia
a Presidência da Republica, resolveu ar-
renda-lo; mediante concurrencia, entre-
e,
de logo foi oficialmente constituída uma caes enfíleiram-se outros armazéns chama-
Commissão Fiscal e Administrativa das dos "externos", e que, em numero de 96,
obras do porto do Rio de Janeiro ("5). servem igualmente á importação e á expor-
Em 29 de Abril de 1904, reunido nesta tação.
Rio de Janeiro 37
i
AVENIDA RIO BRANCO A influencia Ce Craiijcan de Montigny
no ])rimeir() quartel do século \IX, v a <ic
Araujo Porto Alegre, no segundo (|u.irtel. «K-
que haviam resultado alguns exemplara <le
Desembarcando na Praça ATaiiá ("S) o linhas clássicas, tinha (k'>iai>arecid(i já (li-ante
viajante recebe uma agradável impress.ão. A da febre de construir muito, por ptuun preço,
Avenida Rio Branco ai se lhe apresenta recta, para dar grande renda.
longa, bem edificada. ])itoresca e muito co- Todos os estilos han.ies c Unhi> ;i> mm-
mercial . ]iosições extravagantes se misturavam nas
fachadas dos prédios. Km vão arqtiitcctos de
valor, nacionaes e estrangeiros, tentavam do-
minar a onda de mau gosto A onda era mais
:
energias profissionaes.
l'>lizmente a transformação do Rio de
Janeiro deu ganho de causa á língenharia: O
Arquitecto foi devidamente chamado par.i
influir no conforto das habitações c na es-
tética desta Capital, livrãndo-a da tristonha
monotonia das fachadas que vinha predomi-
nando desde a -cgnnda metade dci seculi»
XIX.
.\ Avenida toi traçada com 1801 melros
42 RiQ DE Janeiro
sejo de estimular arqmtectos e proprietários, granito, eomo muralha que sustenta a parte
promovendo concursos arquitectónicos, e ofe- nobre do rigorosamente clássico 34
edifício, :
recendo prémios á melhor obra que apa- colunas coríntias de mármore branco de Gar-
recesse . rara, tendo os dados e o entablamento de már-
As demolições, nivelamentos, canalizações more vermelho de Verona; com as bases, ca-
e calçamento da Avenida fizeram-se em vinte piteis e molduras da arquitrave, friso e cor-
mezes. Quando a 15 de Novembro de 1905, nija de bronze dourado.
o leito da Avenida foi solenemente inaugura- O Escriptorio Central da Companhia
do já havia muitos prédios acabados, perten- Docas de Santos, no canto da rua Theophilo
cendo aos arquitectos Antonio Januzzi, Ir- Ottoni projecto do Dr Ramos de Azevedo
;
.
mãos & Comp. o primeiro, habitado em 28 con.strução de A. Jannuzzi, Irmão & Comp.
de Março desse ano; é o que tem o n. 144. O Estabelecimento Theodor Ville, sob os
A Comissão já dispunha, então, só, de quatro ns. 79 e 81, onde está hoje instalado o Banco
terrenos para vender. Em fins de 1908 a Co- Alemão Tran -at antico ; é plano de A. Giert,
missão dissohia-se por ter concluído os seus construção do me mo.
e
trabalhos. (83). O prédio do c?. .to da rua do Rosario,
A iluminação da Avenida é feita por 55 propriedade de E. P. Guinle. 7 pavimentos,
postes centraes com 3 lâmpadas eléctricas ostentando na frontaria de granito quatro
cada um, e 104 candelabros lateraes, de 5^ enormes colunas monolíticas de grande beleza.
lâmpadas cada um. A
arborização consta de O Jarnal do Comrnercio, no canto da rua
53 arvores centraes {Machocrium typa), e do Ouvidor, grande edifício; croquis de Au-
333 lateraes ( Ligitstnnii japoiiicum) guste Huguier proiecto e construção de A.
;
Rio de Janeiro
43
TEATRO .MUNICIPAL
chada com dois cavalos alados do Escultor mores italiano e belga; as colunas que susten-
Corrêa Lima; ao centro baixo-relevos do tam o entablamehto das lojas são monolíticas
Prof. Pelsíus Verdíer. Interior lindo. O os portões de bronze, fundição- nacional ; os
projecto é do saudoso Engenheíro-arquíiecto vítraes das janelas são alemães. Ornamentam
Heitor de Mello. o eiitablamento do corpo principal seis sím-
Do mesmo autor é o edifício social do bolos esculturados pelo Prof. Bernardelli:
Derby Club, contíguo ao do Jockey. fazendo A Musica, a Poesia, a Dança, a Comedia, a
esquina com a rua Heitor de Mello, e dispon- Trajedia e o Canto. Encima o edifício, a
44 Rio de Janeiro
46 m. sobre o nivel do mar, vima águia de co- de los Rios, Professor da Escola, e executado
bre dourado, medindo seis metros de ponta a pelo Engenheiro Gabriel Junqueira. Mede
ponta das azas abertas. 74 m. de frente, ocupando 5180 m^. Consta
O vestibulo e a escadaria nobre são ricos de tres pavimentos, além do porão que tem
de ornamentação, associando-se o mármore, o 3,40m. de pé. direito; o estilo é Renascença mo-
onix e o bronze dourado, em balaustradas, es- dernizado. Encerra uma Pinacoteca já muito
tatuas e lampadários de lindo efeito. deco- A importante, digna de ser visitada. Vinte pro-
ração do foycr, a branco e ouro, obedece ao fessores catedráticos; alunos e alunas, que
estilo Luiz XVI. anualmente fazern a exposição de seus traba-
A sala tem capacidade para 1 . 700 espe- lhos. O edifício foi principiado em 7 de
ctadores — distribuídos pela platéa, por uma Abril de 1906. A Escola aí funciona desde
Rio de J.\.NElRO
ral da consulta, com 480 m-, acomoda Í36 do que figurou como Pavilhão <io Hrasil na
leitores, cada um em uma mesinha. A capaci- LitisiaiM Piirclhisc lixf^nsitioii, em 1904. Tani-
dade total dos depósitos dá para ijuardar l)em é conceiição aniuitectonica ilo (lencrai
1.062.000 volumes. V . M . de Souza .X^niiar
PAVILHÃO MONROE
ras, diariamente.
Afrequência mensal de leitores é, em Nesse extr.mio da Aveni-.la Rio Branco
media, de 6.500. e'-tA um obelisco comemorativo da sua aber-
Em 1876 iniciou a Biblioteca Nacional a tura, oferta dos Srs. A. jannuz;:i, Irmão &
:
46 Rio de Janeiro
Ministro da J^icção o Sr. Dr. Lauro Severi-ano' \'êem-se na base quadrangular os grupos
Muller, foi decretada, construida e inaugura- alegóricos de Caramuru, Cachoeira de Paulo
da a Avenida Central executando os traba- Afonso, Y-Juca-Pyrama e Anchieta, que sim-
lhos uma Comissão dc que era chcje o Dr. bolizam. respectÍA'amente, "os primeiros con-
Paulo de Frontin. 14-11-906. (88). tr.ctos da raça europea com a aborígene, o
concurso da raça escravizada, os primitivos ha-
bitantes do Brasil, e a influencia civilizadora
do Cato'ici^^mo na fase colonial da historia pá-
Ha na Avenida mais dois monumentos ; Atria''. A figura de mulher na face do pedes-
já referida estatua do Visconde de Mauá, e o tal voltada para o Sul alude á "supremacia do
. . .
Rio de Janeiro 47
Amor no conjunto das relações humanas". Xo junto dcie. um botei que se celebri/ou com o
alto do monumento o gruj.o principal é co isti- ome do seu jiroprietai i<>. cidadão íraiicé-, Mr.
tuido pelo Marechal "defendendo as ijrancies Pbaroux.
tradições brasileiras, idealizadas em Tiraden- Conserva ainda <> momn nonic esM- l ai -
tes, José Bonifacio e Benjamin Constant, que que borda o lado oriental da Praça 15 de No-
,
Aí se vê, também, "o vulto de uma doiizela Pode-se considerar e>la formada por dois
apontando o Futuro a um grupo de crianças, poHgonos: Um
o antiquissimo "Largo do Car-
que são avS gerações nascentes". (^^) mo" (91), que no fim do século XVII media
entre a rua Direita e o mar 165 metros, e de
su-
CENTRO COMERCIAL largura 99: o outro, resultante de aterros
cessivos, mede 30000 m2. Somam uma su-
DA CIDADE e ajardinada de
perfície prruada. asfaltada
O
mais frequentado cães do Rio de Janeiro 46000 m2
íoi por muitos anos o "Caes Pbaroux" a; Onde foi, propriamente, o Largo do
sim chamado por ter existido, longo tempo. Carmo avulta hoje a estatua equestre do Ge-
48 Rio DE Janeiro
.
Rio de Janeiro
Maio" em que Osorio deu a prova mais me- com a cidade de Xiteroi, ilhas Paquetá e Go-
morável lio se,.' grande ardor belicc so vernador.
Cobre o lado sul do quadrilátero em que Mais ao Sul, e igualmente á beira-mar,
se acha a estatua o edificio construido, em está o Mercado Geral de frutas, legumes,
1743, por ordem de Gomes Freire de Andra- carne, peixe, aves, etc. Ocupa uma area de
.
1808, a Família Real Portuguesa; e, de 1822 desenho execução da arte portuguesa no sé-
e
culo XVin. Foi levantado onde está
hoje a
a 1889, foi Palacio Imperial, nSo propriamente
estatua de Osorio, por ordem de Gomes Freire
de residência mas de recepção dos imperantes.
Vascon-
A Republica estabeleceu neste edificio a Re- de Andrade. No tempo de Luiz de
cellos e Souza (1779-90) foi
removido para
partição Geral dos Telégrafos.
50 Rio de Janeiro
este ponto que era então beira-mar, a íim de terno do casarão está hoje muito modificado
facilitara provisão de agua ás embarcações. por sucessivas obras de conservação e adorno.
Hoje, só por efeito dos aterros, está & 100 me-
tros do Caes. E' de granito artisticiniente la- A Igreja Catedral do Arcebispado foi
vrado, sendo de mármore os escudos com le- construída em 1761, para substituir a Capé-
gendas, as almofadas do cimacio e a balaustra- la de Nossa Senhora do O' que vinha de 1589,
da da varanda. Guarda o estilo que predomi- e se arruinara. Lançou -lhe a 1.^ pedra o Con-
nava no reinado de Luiz XV, de França; e de de Bobadella (93). O segundo corpo que lhe
é memoria venerável de um periodo longínquo completa a fachada foi levantado pelo Arqui-
em que já havia quem pensasse no embeleza-: tecto Pedro Alexandrino Cavroé, no reinado
r.;ento da Cidade. de D. Pedro I, quando já era Capela" Imperial.
Em 190S loi prmcipiad." a cr.nstrução
de uma torre alta ao lado da Igreja, concepção
do Redemptorista Gregorio. Consta de 6 an-
O na Ordem Toscana com 7,30 m
'
dares. 1.°
Norte, da Travessa do Comercio á Rua 1.° de Ordem Jónica, ll,4m, havendo ainda um espa-
Março, ainda se vêem construções que já apa- ço de 2,15™ para o relógio; o 4." andar na Or-
recem em gravuras muito antigas. A Oeste, dem Corintia com 10,23'" o 5." na Ordem
; i
formando esquina com a Rua Sete de Setem- Compósita mede 6,50m e o 6." no estilo Bar-
;
bro, restá o Convento do Carn.o que \em doj roco 5,20m. A estatua da Virgem foi fundida
primeiros anos do XVI século. As suas gros- em Antuérpia; é de bronze dourado; mede ó
sas paredes encerram a Sociedade de Geo- metros com o globo que lhe serve dc pedestal, i
grafia do Rio de Janeiro, a Academia do Co- A altura total da torre é, pois, de 60 metros e
mercio e o Museu Comercial. O aspecto ex- 40 centímetros.
li
;
Rio DE Janeiro
51
Janeiro vio traçadas as primeiras linhas da Governo Imperial, em 1875-77, e néle esteve,
sua grandeza; aí se soletrou a historia for- realmente, a Caixa até 1911. A Associação
tunosa do desenvolvimento desta Metrópole; Comercial, que se incumbira dos outros dois
fuiídio-os num só, independente, e
cada prédio actual é quarta, quinta ou sexta corpos,
reconstrução da barraca primitiva; cada
re- de outra arquitectura, construido depois.
construção foi levantada sobre ruínas de ou- O edificio do Correio custou 900:000$000;
tra que ao abater sepultou em bolores e caliça ocupa uma area de 40 m
de frente por 39 de
as memorias cómicas e dramáticas da longa
e fundo o estilo é do Renascimento, sendo em-
;
A Oeste, isto
para o lado de terra, e,
é,
também, paralela á rua 1." de Março, corre
a rua em que se ergue o templo de N.* S.^ da
Candelária, o mais sumptuoso da Cidade.
Afachada é de granito (^^), Consta de
um corpo central dois lateraes, sobre que se
;
FACHADA DA CANDELÁRIA
Assim, em cumprimento do seu voto, fin- Eendo a guarda de honra o batalhão de milicias
daram em terras próprias e dedicaram á SE- da Candelária)-. (Histórico da Fundação da igreja
NHORA DA CANDELÁRIA a igreja que mais da Candelária, feito em 1888, por incumbência
tarde designada para parochia. (Sanctwi/io
foi do Provedor Commendador Antonio Ferreira da
Mariano de Fr. Agostinho de Santa Maria). Silva a Jose Victorino de Souza).
56 Rio de Janeiro
lo, até o embasamento da cúpula que é de Pe- Quitanda, Avenida Rio Branco, ruas Gonçal-
dra Lioz. Foram, até, contadas as suas 1422 ves Dias e Uruguayana, e termina no Largo
pedras, pesando 630 toneladas. A linha ver- S. Francisco de Paula. Foi sempre preferida
tical do Cruzeiro mede 76 metros .
pelo comercio de artigos de- luxo, e nela tem
sua séde alguns órgãos da imprensa cario-
ca. (97)
A rua do Ouvidor mede 700 metros de
comprimento. A
praça onde desemboca tem
6000m2, e deve o nome á igreja que desde 1801,
aí tem a Venerável Ordem Terceira dos Mini-
mos de S. Francisco de Paula..
Esse belo exemplar de arquitectura reli-
giosa domina a praça pelo lado Sul. O pórtico
é de mármore de Lisboa, e em suas linhas obe-
dece á Ordem Compósita. O interior do tem-
plo, todo revestido de cedro esculturado, é
obra elegante de artistas nacionaes Valen- —
tim da Fonseca e Silva, Antonio de Pádua e
Castro —
que viviam no principio do século
dezenove.
Em frente á rua do Ouvidor, na face oci-
dental da praça, está um grande edifício cujos
alicerces foram em
1749, lançados para a igre-
,
obra de Luiz Rochet, escultor francês, e foi fes- 1." edi ção d'Os Lusiados, c outro exemplar tle
tivamente inaugurada no dia 7 de Setembro de outra edição da mesma obra (jue o Almirante
1872, quando se comemoravam 50 anos de In-
dependência e de Império.
Estatua e pedestal são de bronze; medem
2,4 m de altura e pesam 18000 kg. José Boni-
facio está de pé, tendo na mão direita uma pe-
na com que escreve o "Manifesto ás Na-
ções (^^) e o braço esquerdo num gesto de
orador. O pedestal, octogono, tem nas quatro
faces menores figuras femininas alegóricas da
Sciencia, Integridade e Poesia.
Justiça, O
rrionumentorepousa sobre um embasamento
de maiTOore do Jura de um mietro de al-
tura.
O Largo S. Francisco de Paula comuni-
ca-se com a rua da Carioca pela Travessa São
Francisco que acabava na rua Sete de Se-
tembro; foi o Prefeito Passos quem a pro-
longou até a rua da Carioca.
/
58 Rio de Janeiro
rece-se, logo, a Avenida Passos, digna de de Alvarenga (lo^) q^g communica a Tra-
menção. vessa das Belas Artes com a Praça Tira-
Éa antiga rua do Sacramento. Media, dentes.(i04).
até 1903, apenas270 metros. Hoje, da Praça
Tiradentes (S.) á rua Marechal Floriano Chegados a esta praça achamo-nos a
(N,), é uma via recta, bem calçada e edifica- cerca de mil e duzentos metros Leste-Oeste
da, com 550 metros de comprimento, comu- da Praça 15 de Novembro e a 1400 metros
nicando-se logo com a rua Camerino que se N. O. da Praça Mauá.
dirige para o Caes acostavel. Mede a Praça Tiradentes 22000 "^2; Ne-
Onde está a igreja matriz da divisão la desembocam, do lado oriental, as ruas
denominada "Sacramento" havia,
eclesiástica Sete de Setembro e Carioca que se prolon-
ainda em fins do século XVIII uma feia la- gam, a Oeste, pelas ruas Constituição e
goa conhecida por "Lagôa da Panela", povoa- Visconde do Rio Branco.
da de aves aquáticas, rãs e camboatás. Fica- Do lado Norte desta praça está situa-
va dentro do campo então chamado da "Lam- do o Teatro "S. Pedro de Alcantara", cons-
padosa", por causa da igreja da Lampadosa, truido em 1813 com o nome de "S. João",
construida em 1770, que ainda existe e for- e já tres vezes incendiado e reconstruído, em
ma a esquina da rua Luiz de Camões. 1824, 1851 e 1856(i05)
isso lhe chamaram a "Casa dos Pássaros cional João Maximiano Mafra, Prof. da an-
que chegou a ter como funcionários um pre- tiga Academia de Belas Artes; e executado
parador, dois ajudantes, tres serventes e dois com modificações, pelo artista francês, Luiz
caçadores. Era, em suma, um rudimento de Rochet. Ocupa no jardim uma area de 232m2.
Museu de Historia Natural. Essa casa, aca- Sobre uma base de granito de 3,3m de
bada em 1818, e reformada no Ministério altura assenta o pedestal de bronze, octogo-
Rio Branco (1871-75) é hoje a séde do Minis- no, com 6,4m de altura, ostentando nas qua-
(^^i).
tério da Fazenda e Tesouro Federal tro faces principaes grandes grupos alegó-
Tem quatro faces limitando uma
area de ricos dos rios Amazonas, Paraná, Madeira e
4168m2 Uma face na rua Lédo, outra no S. Francisco. D. Pedro I está a cavalo, tendo
Bêco do Tesouro, e fachadas para a Avenida ,na mão direita erguida a Constituição do Im-
Passos e para a Travessa das Belas Artes. pério que jurou aos 25 de Março de 1824.
Neste lado esteve instalada, desde 181Ó A
vertical da estatua equestre mede 6 me-
até 1909, a Escola Nacional de Belas Artes. tros; a altura total do monumento é, pois,
A fachada que ainda lá se ostenta é obra de de 15.7m. O bronze pesa 55000 kg., entre- A
Grandjean de Montigny (102). O
próprio ga deste monumento á- Cidade efectuou-se,
portão de ferro foi desenhado por esse hábil com grandioso festival, em 30 de Março de
Arquitecto. 1862 (106).
Este portão, actvial entrada do Ministé-
rio da Fazenda, está defronte da rua Barbara Está, também, nesta praça, desde 24 de
Rio DE Janeiro
foi oActor Francisco Corrêa Vasques, que No angulo desta pra(;a cimi a rua \'is-
fôra discipulo de João Caetano, e que conse- condc do Rio Branco, está a Secretaria do Mi-
guio, em longos anos de tenacidade, meios de nistério da Justi«;a e Negócios interiores.
ESTATUA DE D. PEDRO I
60 Rio DE Janeiro
mitido na véspera. Este nome durou pouco; o Hospital é creação do Dr. Luiz Barbosa,.
prevaleceu o anterior até 1889, quando outro Director do Departamento Municipal de As-
sucesso politico de que a mesma praça foi sistência. Lançou-lhe a pedra fundamental
teatro determinou a mudança do seu nome o Prefeito Dr. Carlos Sampaio, no dia 7
para "Praça da Republica". de Setembro de 1921 (^o^). Foi inaugura-
do em 14 de Novembro ed 1922.
A superfície desta praça é de 198000 O Hospital de Pronto Socorro consta
metros quadrados (^*'^). O quadrilátero é li- de duas secções distintas, tendo cada uma
mitado por prédios da mais variada arquite- salas de operações, de curativos, ves-
ctura. tiário dos médicos, enfermeiras e, quartos de
CASA DA MOEDA
Do lado Sul da praça, entre casas vulga- residência do cirurgião e dos internos. Uma
res, está o Quartel Bombeiros,
c^-^^rv^ de das secções, a gratuita, é destinada aos indi-
construído em 1908, e ocupando uma area de gentes da zona urbana da cidade, vitimas de
MóOO'"^. Desse mesmo lado, sob o n." 17, ha acidentes, desastres e doenças súbitas a ou- ;
um belo prédio que pertence á "Societá Ita- tra, tem. dois destinos Hmitados : a) recolher e
liana di Beneficenza e Mutuo Soccorso". tratar as pes,sôas abonadas que precizem de
Xa face oriental onde desembocam oito
, sfKorro medico-cirurgico de urgência, M)
ruas, apenas merecem menção a Escola P—^- internar os funcionários municipaes, de
fissional "Rivadavia Corrêa", a Prefeitura vencimentos medianos que necessitarem de in-
Municipal, e o Arquivo Publico Nacional. tervenções operatórias urgentes e que as pa-
garão por determinada tabela oficial, em.
Do lado ocidental estão o Posto Central prestações descontadas nas respectivas fo-
de Assistência Publica e o Hospital de Pron- lhas. Este favor será extensivo á familia da
to Socorro. A
Assistência, que acode a todos funcionário, de conformidade com as exigên-
os pontos onde haja vitimas de desastre cias que serão estabelecidas no regulamento
ou de enfermidade súbita, existe desde 1901 do hospital.
.
Rio DE Janeiro
61
litar; o antigo palacete oferecido em 1818 de altura sobre alto sopé de cantaria. Tem qua-
pelo Comercio da Bahia ao Conde dos Ar- tro portões, um em cada face. A obra deste
cos, e que tem servido de séde ao Senado Fe- parque foi resolvida pelo Ministério do Im-
deral (110) ;a Casa da Moeda, sob o n. 173, pério, em 1873; custeada desde então pela
construção de 1859-66 (m) e sob o n. 197,
; Camara Municipal, executada sob a direcção
o prédio em que tem séde o Comando Su- (í\-j Dr. Glaziou, francês, de raras aptidões
perior da 2. a Linha do Exercito, prédio em como Botânico e Arquitecto paisagista. Foi
cuja frontaria ha uma lapide com a seguinte inaugurado em 7 de Setembro de 1880.
incrição : Desta casa, residência do Mare- De grande beleza é este sitio de recreio, si-
chal Deodoro da Fonseca, sahiu este general tuado no meio da Cidade, dividindo o antigo
para proclamar a Republica dos Estados Uni- do novo povoado, servindo de separação entre
dos do Brasil, no dia 15 de Novembro de o que existe desde o século XVI e o que só
1889. A Intendência Municipal, sob a pre- se fez do século XVIII em deante. As ruas
sidência do Dr. José Felix da Cunha Mene- deste parque, macadamizadas, ocupam 43522
ses, para perpetua»- esse facto mandou colo- metros quadrados; a superfície plantada é
car esta lapide em 14 de Novembro de 1890. de 85578 metros quadrados; os lagos e rios
O grande edifício do Ministério da Guerra, estendem-se por 17962 metros quadrados.
reconstruido em 1908 (112) ocupa uma area O trajecto das aguas, o agrupamento
.
62 Rio de Janeiro
das plantas obedecem a um risco acertado que vamente escasso é o numero de vivendas; pre-
a Arte inspirou. Malvaceas, oitis, dracenas, dominam igrejas, repartições publicas, escri-
crotons, amendoeiras, eucaliptos, aglaias, co- tórios particulares, de negocio de to-
casas
queiros, palmeiras, essências varias, gozam a das as categorias, de todas as escalas, de to-
excelência do sólo e dão-nos o gozo da sua das as especiaUdades.
fórma, da sua sombra, do seu colorido, do Muitos anos a Cidade teve por limites a
seu aroma. Nos lagos cintilam cardumes de rua da Prainha, hoje Acre, a rua da Vala, hoje
peixes vermelhos, e na superfície tranquila Uruguayàna, o Largo da Carioca, e a rua
das aguas deslizam cisnes formosos nos vas-; da Ajuda de que resta apenas um leve tre-
tos lençóes de grama, nas moitas luxuriantes cho com o nome de rua Chile. Não era, en-
e nas ilhas pitorescas vivem e prolificam pe- tão somente feira, mas, também, povoado.
quenos quadrúpedes, e aves de linda pluma- Em melados do século XVIII a onda humana
magem. As pontes são graciosas, de variados transpoz a Vala, rompeu as divisões topo-
desenhos, sempre imitando o rústico e Qe ; gráficas, invadio o "Campo", e foi-se esten-
qualquer delas se tem boa perspectiva sobre dendo para o interior. Á
densidade da popu-
trechos encantadores da paisagem do Parque. lação correspondia a necessidade de ar, e os
A Cascata, situada junto ao portão de Oeste, bairros foram se formando em todas as dire-
é uma admirável imitação da natureza vetus- cções surgindo de alagadiços e charnecas, es-
ta : O
seu interior, vasado, de galerias transi- calando morros e bordando enseadas.
táveis, lembra as grutas calcareas em que ha A urbs expandio-se. Rio de Janeiro dilatou
estalagmites e estalactites; e algumas destas seu perímetro. Os "engenhos" e "fazendas"
gotejam para completar o scenario de uma do Sertão dividiram-se em chácaras; as chá-
lapa natural caras retalharam-se em pequenas proprieda-
Neste Parque se tem celebrado festas de des: Alinhou-se o casario, levando vida, ruí-
grande concurrencia popular. A largura de do, novidade, progresso a todos os pontos desse
suas aléas e a extensão da sua praça central território que montes e vales acidentam e fa-
admitem construções decorativas de grande zem pitoresco.
efeito. Para concertos musicaes ha ali, frontei-
ros um ao outro, dois pavilhões de ferro e
madeiras nacionaes, construídos em 1904. A
conservação e asseio de todo o recinto do par-
que estão a cargo da Inspectoria de Matas e descrição atéqui feita compreende ruas
A
Jardins da Prefeitura que aí mesmo tem seu e praças pertencentes a quatro distritos mu-
Escritório tecnico-administrativo (^^^) nicipaes, que foram as primeiras freguezias
ou
paroquias da Cidade.
1° Candelária que, pelo recenseamento de
1920, tem residentes apenas 3962 indivíduos,
A Praça da Republica marca o extremo sendo 2595 solteiros.
ocidental deste empório de comercio da Ame- 2° Santa Rita. Recenseados 38.164 indiví-
rica do Sul que Rio de Janeiro é. Numa area duos sendo 24.361 solteiros.
de um
milhão de metros quadrados, desde o 3" Sacramento com uma população de
mar á Praça da Republica, entre as avenidas 27.370 indivíduos dos quaes 17.740 solteiros.
que partem dos caes Pharoux e ]\Iineiros, con- 4° S. José onde foram recenseados 27714
densa-se o forte movimento comercial da Ci- indivíduos, sendo solteiros 17.762.
dade. Até aí não se lhe pode chamar um Total nos quatro Distritos 97.210 indiví-
centro de população; é, antes, uma grande duos sendo 61.406 do sexo masculino e 31.804
feira: Nessa area, apinhada de piredios, relati- do sexo feminino.
TERCEIRA PARTE
gem direita do S. Francisco, rio que separa anos antes de extinta a Companhia, fizeram
Minas da Bahia. Adeante dou um capitulo intensa e extensa lavoura de cana, e estabe-
de histeria desta Estrada. leceram grande Engenho de Açúcar. Como
já tivessem, desde 1575, vasta fazenda e um
O subúrbio do Rio de Janeiro foi pri- Engenho notável em torno da igreja S.
meiramente, e ainda é, servido pela E. F. C. Francisco Xavier, foi aquêle chamado "En-
B. que, para atender ao povoado, conta 20 es- genho Novo" para distinguir do mais anti-
tações no curto espaço de seus primeiros 22 go que. passou, então, a ser conhecido por
kilometros (^^'^). Os trens sucedem- se, noite "Engenho Velho".
e dia, entretendo comunicação ininterrupta Os terrenos do Engenho Novo e fazen-
entre o centro comercial e a zona rural do das circunjacentes, estão hoje divididos em
Município. pequenas propriedades, cortados e recorta-
CANAL DO MANGUE
Ao longo da linha estendem-se as ha- dos pelas ruas praças e travessas, que regu-'
bitações alegres, desenvolve-se o comercio a Iam e comunicam o povoado já muito denso.
retalho, instalam-se fabricas inúmeras; e os
tratos de terra mulíiplicam-se, produzindo Meyer é território do Engenho Novo;
frutos que remuneram o suor fecundante. Estação inaugurada em 13 de Maio de 1889.
No km. 4 a Estrada serve ao elegante É considerada pela sua renda como uma das
hipódromo d)o Derby-Club: 200000 m.2 de mais. importantes estações suburbanas da E.
e pista de 1450 metros. A pe-
superfície, F. C. B.. Centro de grande povoação pene-
quena distancia da Estação «S. Francisco trada por diversas linhas de bondes. Comer-
Xavier» estava o hipódromo do Jockey- cio avultado.
Club, ora de mudança para o bairro doi Ha no Meyer um Posto Municipal de
Jardim Botânico. Assistência Medica, inaugurado em 12 de
Outubro de 1920, por iniciativa do Prof Dr. .
ratiba e ao N- Inhaúma e Irajá. Natureza pelas estradas de rodagem, ora rectas, ora si-
luxuriante, clima salubre. Muitas habitações nuosas, espelhando-se o sol nalguns filetes
pitorescas, pomares, pequena lavoura, indus- de agua corrente; destacando-se as habita-
trias relativas. ções em
grupos, coloridas, aqui entre palmei-
Jacarépaguá é muito
procurado como ras que se perfilam, ali entre casuarinas que
retiro saudável. Ainda
conservam qua-
aí se se debruçam a chaminé de uma usina, o ter-
;
tro das antigas fazendas de grande laboi reiro de uma casa antiga; a mata, cafesaes,
agrícola avultando a fazenda "Taquara" pe- laranjaes, canaviaes, hortas e latadas, tudo
la sua importância e excelente posição ve- — aparece como embutidos de um grande mo-
lho solar da familia Fonseca Telles. saico. Limitando o horizonte, em planos di-
A cerca de 4 km. da Taquara, rumo ferentes, corre a cadêa de montes interrom-
Oeste e S. O., estende-se a mata do Rio pida só da parte Sul . para que a \4sta
. .
A PENNA. JACARÉPAGUÁ
Grande que termina no serro do Pau da Fo- alcance o brilhante azul do mar, ao longe, fo-
me, limítrofe de Guaratiba. Aí, sobre as coli- ra da barra, muito fóra, pleno Atlântico.
nas, o ar é o mais puro, embalsamado pela Jacarépaguá tem o seu sólo regado poi
floresta; e a flora, até, parece das zonas tem- nada menos de vinte riachos, dentre os quaes
peradas e frias. cinco são manancíaes que abastecem de agua
A mesma excelência de ar se goza na potável quasi todo o Subúrbio. Conta cerca
Fazenda chamada "Engenho Novo", com a de tres mil casas numa superfície de 159
flora, porem, das regiões intertropicaes. Esta km.2. O recenseamento de 1920 contou em
Fazenda de 10.000.000 m.2 foi em 1912 ad- Jacarépaguá 19.800 habitantes.
quirida pelo Governo Federal para instalai
uma Colónia Agrícola de Alienados. A pe-
dra fundamental do edifício foi lançada em
30 de Maio de 1920. Num cômoro s.obranceiro. á Estação
Sobre uma imensa mole de granito es- Cascadura, cercado de vegetação, e tendo en-
calvado, 160 metros a cima do nível do mar trada pela rua Coronel Rangel (antiga do
está a igreja de N. S. da Penna, construída Campi nho) que conduz a Jacarépaguá, está
em 1781. Do amplo adro dessa igreja avísta- o Hospital "N. S. das Dôres", pertencente
se quasi toda a superfície de Jacarépaguá. É á Irmandade da Santa Casa de Misericórdia,
lindo o panorama circular e vasto : matiza- e destinado exclusivamente a mulheres tu-
do por todos os verdes da vegetação, riscado berculosas. E' um Sanatório primoroso: Op-
Rio DE Janeiro
tima instalação, aspecto liado, irrcprcensivcis ;ilmliando não pára. e lia por
condições higiénicas, perfeito conforto,
ai vivendas bem
cari- confortáveis c pitorescas.
nhoso tratamento; dêle me ocupo na mono- l-xistc na Penha, próximo da Estação
grafia da Irmandade da Misericórdia. desse nome da
K. F. I^oi)oldina, um "Horto
Na mesma rua, centenas de metros ade- Fruticola" de rjO.OOO m.-'. pertencente a So-
ante, está o Quartel do 1." Grupo de Artilha- ciedade Nacional de Agricultura. Nesse Hor-
ria de Montanha. to, com grandes viveiros do mudas de en.\er-
Fertilizam suas terras algumas das correntes cimentos comerciaes na grande arca deste
se conhece em toda Rio de Janeiro templo tá a 27 km. ,151 da estação inicial na Praça
mais frequentado do que esse. Durante o ano, da Republica. Tem séde no Realengo a Es-
e, principalmente, no mez de Outubro, milha- cola Militar. ,
res de devotos vão lá cumprir promessas fei- Ha, também, neste logar uma importan-
tas em horas de atribulação. O acesso ao San- te fabrica de Cartuchos e Artefactos de
tuário é menos penoso depois que no pró- Guerra.
prio granito, e por dotação de uma devota, A segunda estação, aberta em 1 de
foram lavrados 365 degraus que os pés dos
. Maio de 1890, é no kilometro
Bangií',
peregrinos já gastaram, e que em 1913 fo- 30,812. Avulta aí com seu grande estabeleci-
ram renovados, a escopro, por conta da Ir- mento a Fabrica de Tecidos de Algodão da
* * *
lengo, aberta em 2 de Dezembro de 1878 es- ; Ilha (18,5 km.) e Cabuçiú, (8 km.) logares
Rio DE Janeiro
muito pitorescos de Guaratiba, que é o 23." c (jue éo Mercado omlo diarianu-nt!.- abas-
Distrito Municipal: (181 km.2) limitado
ao tecem os 616 retalhistas ( açougucin.> anu-
Sul pelo Oceano Atlântico onde tem ensea- )
almente licenciados.
da com. bom ancoradouro, e onde é abundan-
A Municipalidade, por .^cus funcio-
te a pesca. Guaratiba é regada pelos rios Pi-
rios técnicos, fiscaliza o asseio dos
raké e Portinho tem montes vistosos e va- mata-
;
douros, eprocede a exame niacro.scopico e
les ubérrimos, luxuriantes pastos; riqueza micro.scopico da carne, antes de .ser entrcijue
de madeiras; mas não tem, qua.si, industrias;
ao consumo. Para isso ha cm Santa Cruz
e o seu comercio é, apenas, o de viveres. O
dez médicos in.spectores, dois nicdiaos mi-
recenseamento de 1920 contou lá 23.609 in-
croscopistas, quatro veterinários e vários
divíduos.
ajudantes. Em S. Diogo, depois de uma via-
• * • gem de tres horas, a carne é novamente in-^-
peccionada por outros médicos. (125)
72 Rio DE Janeiro
do Machado, hoje Praça Duque de Caxias. partem incessantemente bondes com os se-
Depois os seus trilhos estenderam-se para os guintes disticos
bairros de Botafogo, Laranjeiras e Gávea. Alto da Boa Vista —
Entrada da Flo-
A linha de Copacabana foi entregue ao tra- resta da Ti j uca. Extensão da linha 16.100
fego em 1892. Desta data até 1904 a Com- metros.
panhia realizou a substituição total da trac- Andarahy-Leopoldo —
Bairro Sudoest
ção animal pela tracção eléctrica. da Cidade. 10371 metros.
Iniciado com grande êxito aquele servi- Bom Sucesso —
Zona rural do Municí-
ço de carros sobre trilhos para os bairros do pio (passa pelo Hospital Central do Exerci-
Sul, não tardou que outra companhia se or- to). 12968 metros.
ganizasse — esta com capitães ingleses — Caes do Porto —
Partem dois bondes
para servir os bairros de Oeste e Sudoeste: nesta direcção: O que entra pela rua 1.° de
S. Christovão e Engenho Velho. Foi a Rail Março, faz um trajecto de 4720 metros; o
Street Company (Decreto de 19 de Outubro que entra pela rua Sete de Setembro faz um
de 1870) que mais tarde se nacionali"OU, trajecto de 8980 metros.
também. Engenho de Dentro —
Subúrbio da Ci-
Cruzando linhas da já então "Ferro Car- dade. 16233 metros..
ril de S. Christovão", foi lançada a Compa- Estrada de Ferro —
Partem 3 bondes
nhia Ferro Carril de Villa Izàbel (Decreto com destino á estação inicial da E. F. C. B.
4896, de 22 de Fevereiro de 1872) cujos car- Um por 1.° de Março, Buenos Aires (2218
ros comunicavam o nascente bairro desse metros) outro 1." de Março, General Cama-
;
nome com o centro da Cidade. E este mes- ra, (2150 metros); outro pela rua Sete de
mo centro não tardou a ser percorrido por li- Setembro, Avenida Passos (2350 metros).
nhas de bondes pequenos, de companhias Itapirú —
Bairros de Catumby e Rio
concurrentes "Loqomotora", "Fluminenlse", Comprido. 5392 metros.
:
Power Company Limited, oriunda do Cana- Saúde e Gamboa até Canal do Mangue).
dá, com
o capital de 60.000.000 de dólares
5790 metros.
em acções, e mais 50.000.000 em debenturas; 5. Luis Durão —
Bairro de S, Christo-
e adquiriu primeiro as companhias Villa Iza-
vão. 8406 metros.
beí, S. Christovão e Carris Urbanos, depois
Silva Manoel —
Sopé do Morro de San-
•
do serviço de
.
Asylo Izabel —
Quarteirões novos no
bondes no Rio de Janeiro, em 1922: principio do grande bairro Engenho Velho.
5500 metros.
Do meio da Praça 15 de Novembro ou da Ccíjií — Bairro de S. Christovão. No
beira-m^r, na mesma praça, junto ás Barcas, termo de seu percurso serve este bonde a 3
:
Rio DE Janeiro 73
pelo Caes do Porto. Extensão da linha 4480 Barcas, na Praça 15 de Novembro. Percurso
6205 metros.
Sá e Haddock-Lobo)
5. Januário
-
Bairro de S. Chnstovao.
Caclwnibx —Subúrbio. 2323 metros.
8327 metros.
bonde fa^^^e a
José Bonifacio —
Subúrbio. 2.^23 metros.
Rtia Chile-E. F. (Este
de 25UO me-
Boca do Mato —
Zona rural. 3200 me-
Estrada de Ferro um percurso tros.
tros). 5. Francisco .Vat-íVr — Subúrbio. 4569
metros.
Inhaúma — Zona rural. 4880 metros.
NA FLORESTA DA TIJUCA
QUARTA PARTE
OS ARRABALDES
São Christovão. O seu litoral na baía no Rio de
Janeiro
fica entre a embocadura do Canal do Mangue
e a embocadura do Canal de Bem fica.
Conhecida a viação da Cidade, é oportu- Peio
no lançar a vista pelos arrabaldes do Rio
lado de terra confina com Engeniio
Velho —
Janeiro, logares pitorescos por onde se
de 14." Distrito, e Engenho Novo — 17." Dis-
alas- trito.
trou a população em busca do ar e do
campo. Foi grande centro de permutas entre vas-
Comecemos por S. Christovão, passagem tos armazéns de sal e artigos de importação,
primitiva dos cavaleiros e dos. longos comboios
que lá se estabeleceram, e as tropas que, pela
de carros para as antigas províncias do Rio de
Estrada Real de Santa Cruz, traziam os pro-
Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. dutos da grande e da pequena lavoura das pro-
Foi originariamente uma Fazenda, a víncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
"Fazenda de São Christovão", pertencente aos Geraes. Esse grosso comercio de fumo, café e
jesuitas, compreendida na Sesmaria que Está-
cereaes, foi naturalmente desviado daí, pJa
cio de Sá lhes concedera em 1 de Julho de
inauguração da Estrada de Ferro, em 1859;
1565. Lá está, ainda, sobre uma colina, o edifí-
mas ficou uma população abundante, c o ger-
cio do antigo Colégio construído em 1752, ho-
me do desenvolvimento industrial.
je Hospital dos Lázaros.
O centro do bairro é a Praça Deodoro,
Confiscados, em 1759, os bens dos jesui-
180000 m2. Foi lindamente ajardinala, cm
tas,foram as terras desta Fazenda divididas, e parte, no ano de 1906, sendo, então, reservada
começaram a ser desde logo povoadas.
para exercícios militares de equitação e des-
A principio a area dessas terras consti-
portivos uma grande area de forma elíptica,
tuio um 2° distrito da Freguesia do Engenho dominando a qual ha bancadas cobertas para
Velho; em
1856, sendo já mais densa a popu- espectadores.
lação, formou-se desse distrito uma paroquia
*
que teve para Matriz a capela de N. S. da Con-
ceição existente na rua S. Januário; desde
Na face oriental desta praça está o edí-
1865, porem, S. Christovão tem Matriz própria
ficio da Intendência da Guerra, com 56 me-
que é a igreja construída junto á praia do mes- faz esquina com a rua Ma-
tros de fachada ;
instalação é primoroso. Foi inaugurado em télo onde por muitos anos existio para "fazei
1900. E' seu director desde o inicio o Dr. Ben- todas as observações astronómicas e meteoro-
jamin Franklin de Ramiz Galvão. lógicas úteis ás scienoias tem geral e ao Brasil
Do lado Sul ha a Escola "Gonçalves em particular". A
instalação principiou em
Dias", no prédio que foi oferecido á Muni- 1913, lançando-se a Pedra Fundamental em
cipalidade pelo Comercio do Rio de Janeiro, 28 de Setembro. A conclusão demorou ^or
em 1870, como expressão de regosijo pelo ter- causa da guerra.
mo da guerra Brasil-Paraguay. Ha desse mes- A area desapropriada para o Observató-
rio Nacional é de m2 40589, circunscritos por
um perimetro de 1135 metros; e custou ao
Tesouro 416: 865$. O orçamento do Arqui-
tecto andou por 591 -.000$. A
instalação ocupa
tres esplanadas, estando a superior 32 m. aci-
ma do nivel do mar. No edifício principal
acham-se a Directoria, a Secretaria, e os ga-
binetes dos assistentes; biblioteca, arquivo,
laboratórios, oficinas e os sismografos. Erti
pavilhões á parte as lunetas meridianas e as
equatoriaes, as pêndulas e cronometros.
Todos os trabalhos se fizeram sob vistas
do doutíssimo Director do Observatório, Dr.
Henrique Morize, também Professor de Físi-
ca na Escola Politécnica, da Universidade do
Rio de Janeiro.
O morro S. Januário é contornado pelas
ruas General Bruce (SE), General Argollo
(SO), General José Christino (NO), e Se-
nador Alencar (NE) por todas o Observa-
;
o Exercito e para fortificações, e produz to- face N. da península c^ue se chama Ponta do
dos os artigos e artefactos necessários aos ser- Cajú, está o Hospital "S. Sebastião", creado
viços militares do Norte ao Sul do Brasil. E', por influencia dos conselheiros Ferreira Vian-
também, uma escola técnica industrial militar. na, Barão do Loreto, e Dr. Rocha Faria, para
Dispõe de oficinas de maquinas, forjas, fun- isolamento de pessoas acometidas por moles-
;
Rio de Janeiro
vilhões de madeira e quatro de pedra e cal, la- reforma fôra realizada pelo grande jardineiro
vandaria a vapor, estufas de desinfecção, for- paizagista Dr. x^ugusto Francisco Maria Gla-
no para incineração do lixo, e mais dependên- ziou que embelezou o Parque obedecendo á
cias. É estabelecimento modelo no ponto de vontade do ultimo Imperador.
vista da Higiene, e localizado de modo que po- A Republica incluio a Boa Vista nos pró-
de receber doentes por mar e terra. Dis- prios Nacionaes, e adaptou o Palacio para re-
põe de mais de trezentos leitos. Dirige-o des- união do Congresso Constituinte, em 1890;
de 1892, o Dr. Carlos Seidl. mas não cuidou do Parque; a mudança do
Museu para lá em 1892, também não o livrou
* do desprezo a que parecia condenado. O
autor deste livro, nO
Paiz de 12 de Março
No mar, em trente á praia do Retiro de 1896, descreveu o clamoroso estado de a-
Saudoso, longe da enseada, vêem-se as ilhas bandono a que chegara. Pouco se fez,
Sapucaia, 53900 m2, e Bom Jesus, 92100 m2. entretanto A
União entendia que o trata-
:
pertencentes .ao 25." Distrito Municipal. Em mento do Parque devia ser municipal, e a Pre-
frente á Ponta do Cajú está a Ilha dos Fer- feitura que lhe não competia tratar das pro-
reiros, 25200 m2, prestes a inoorporar-se ao priedades da União. Afinal, quando Presidente
continente, por meio de aterros. da Republica, em 1910, o Dr. Nilo Peçanha
niandou efectuar obras de saneamento, nive-
* lamento e embelezamento que andaram por
1.227:979$; e o Parque foi entregue á Pre-
feitura Municipal.
No 13.° Distrito Municipal, que talvez
conte 60.000 habitantes, ha 53 fabricas, 132 E' hoje um dos mais vastos e formosos
oficinas diversas, 666 estabelecimentos co- logradouros públicos da Cidade.
merciaes, 2 quartéis militares, 15 estabeleci- A
sua entrada principal, com tres portões
mentos particulares de instrução e 11 escolas de serralharia, ostenta-se fronteira á
artísticos
publicas municipaes. Avenida Pedro Ivo. Daí, em linha recta e
plano ligeiramente inclinado, parte a Ave-
nida Pedro 11, 700 metros até o Museu.
Parque da Boa Vista Da
area total do Parque 84500 metros
quadrados são de alamedas macadamizadaiS,
Confinando com o 13.° Distrito (São 16000 de passeios cimentados, 70000 de bos-
Christovão), mas ocupando a Sudoeste do mes- ques e arvoredos, 160000 de gramados, 32500
mo uma area de 1.033.800 m2. pertencente metros quadrados da superfície de lagos e
ao 14.° Distrito (Engenho Velho), está o Par- rios; 3680 no planalto ajardinado.
que da Boa Vista, esplendido logradouro que Das inúmeras obras de Arte destacam-se
foi Quinta Imj>erial, amplo terreno circun- o interessante mármore da Escultora D. Nico-
dante do Palacio em que residiram sucessiva- lina Vaz de Assis "O Canto das Sereias", e o
mente El-Rei D. João VI e os imperadores "Templo em Ruinas", bela colunata dórica so-
D. Pedro I e D. Pedro II. bre uma ilhota do grande lago.
Esse Palacio fôra antes, e em termos De dia a paisagem oferece agradáveis pers-
menores, propriedade e vivenda campesina do -^ectivas Ruas extensas sob docéis de verde
:
comerciante Elias Antonio Lopes que em 1808 fronde, vastos e veludosos gramados, caraman-
fez a cortezia de po-la á disposição do Prín- cheis artísticos, lagos, rios, pontes rústicas, bos-
cipe Regente para morada condigna dos so- ques, ilhas pitorescas, l:udo se harmonizando
beranos de Portugal. Em reconhecimento de num conjunto primoroso,- exibindo, á porfia,
tanta liberaHdade o Príncipe agraciou o seu todas as habilidades da arquitectura paisagista.
bom vassalo com o Habito de Cavaleiro da Pode-se percorrer o Parque de carro. pé le- A
Rio de Janeiro
81
reptis.
A Noroeste de S. Christovão aclia-se o A a\Tenida principal deste bairro é o
arrabalde de Vila Izabel que a Serra do En- "Boulevard 28 de Setembro", com mais de 20
genho Novo separa da linha suburbana da metros de largura, e 1625 metros Leste-Oeste,
E. F. C. B. desde a rua S. Francisco Xavier até a Praça 7
Vila Izabel faz parte do 15° Distrito Mu- de ]iIarço tem alegretes ao centro, e á direita
;
*
comerciaes tem duas fabricas de tecidos de al-
godão e juta. A Brigada Policial possue na rua
No
principio desta Avenida, á esquer- Barão de Mesquita um excelente Quartel Re-
num planalto de 107000 metros qua-
da, estão, gional. O Ministério da Guerra mandou cons-
drados, o Instituto Profissional "João Alfre- truir nos terrenos onde antigamente esteve o
do" e o Asilo "S. Francisco de Assis". Hospital Militar do Andarahy, óptimos edifí-
O Instituto existe desde 1875, e guarda o cios para a Escola de Estado Maior aí inaugu-
nome do seu fundador, Conselheiro João Alfre- rada em 12 de Outubro de 1921. O Colégio
do Corrêa de Oliveira, então Ministro do Im- Militar do Rio de Janeiro
que adeante me a
pério. Recolhe meninos desvalidos, e dá-lhes refiro, domina amplo terreno no encontro das
instrução primaria e profissional para o que ruas Barão de Mesquita e S. Francisco Xa-
tem aulas de Português, Geografia, Arinnotica, vier.
Sciencias Naturaes, Geometria Plana, Mnsica, Confina este bairro com Aldeia Campis-
Desenho, Modelagem e Electrotécnica, e ofi- ta —
outra area de belas vivendas formado
cinas de Carpinteiro, Marceneiro, Entalhador, por muitas ruas e travessas.
Torneiro, Latoeiro, Ferreiro, Correei/o e Sa- Para Andarahy, Aldeia Campista e Vila
pateiro. Izabel, partem bondes do centro da Cidade, a
O numero de matriculas é de 400. Diri- curtos intervalos.
ge o Instituto o Dr. Alfredo Magioli de Aze- Contam-se no 15." Distrito 84.171 habi-
vedo Maia- tantes.
O Asilo foi inaugurado em 10 de Julho
de 1879 no prédio da rua Visconde de Itaúna
onde está hoje o Hospital do mesmo nome. Aí Tijuca
esteve até 1921, ano em que foi trasladado
para a chácara do Boulevard 28 de Setembro, E' o 16.0 Distrito Municipal. 11484 ha-
antiga séde exclusiva do Instituto Profissio- Abrange uma area de 40 km'2, 5610.
bitantes.
nal. Acomodaram-se no mesmo sitio, em ins- Da Praça 15 de Novembro partem os bondes
talações distintas, o abrigo da Infância e o que se dirigem para a Tijuca. Itinerário: A.s-
abrigo da Velhice — repartições muni- sembléa. Carioca, Rio Branco, Frei Caneca,
cipaes. Salvador de Sá. Estácio de Sá, Haddock Lo-
O Asilo comporta 290 indivíduos — ho- bo, Conde de Bomfim, Estrada da Tijuca, Al-
mens demais de 65 anos, e mulheres de mais to da Boa Vista, Estrada das Furnas. Dos 16
—
de 60 sem restrição de côr, nem de nacio- ki^ometros percorridos, 1700 metros perten-
nahdade. Para se_r admitido basta que não pos- cem á rua Haddock Lobo, 3700 metros á rua
sa mais trabalhar, não tenha amparo, não so- Conde de Bomfim. As chácaras ao longo des-
fra de moléstia contagiosa, não seja louco, sas ruas são notáveis por sua formosura e tra-
nem alcoólico, e tenha pelo menos dois anos tamento O bonde percorre essas duas ruas em
.
15.000 m2, Imdamente ajarchnada desde 1903. Bom Retiro que foi Ministro do In^rio em
CASCATiNHA
E' muito frequentada; tem botequim a um la- 1857. Roças velhas, morros esgotados de hu-
do, e coreto, ao centro, para musica. E' o ves- mo, cobertos de samambaias e de capim gor-
tibulo da Floresta da Tijuca — diadema ver- dura. totalmente ravinados, foram adquiridos
dejante da Capital da Republica. pelo Governo, e entregues ao cuidado adminis-
84 Rio de Janeiro
trativo do major Manoel Gomes Archer, há- apenas, o chilrear da passarada, o murmúrio
bil silvicultor. Até 1874 o trabalho consistio das folhas que a aragem balança. Aqui um re-
em limpar as nascentes, regularizar o curso gato, ali uma grota, adeante uma ponte rústica
das aguas, fazer estradas, fixar o sólo da mon- sobre um hiato da montanha; de quando em
tanha, sistematizar a arborização. Nas matas vez uma abertura na mata, deixando que a
virgens de Guaratiba foram. escolhidas as essên- vista dardeje o panorama longínquo da Ci-
cias mais adequadas para constituírem a dade.
Floresta da Tijuca Araribá, bicuhyba, canéla
: Dois mil oitocentos e cíncoenta e um me-
batalha, canéla limão, cedro-rosa, goiabeira tros depois do Alto da Boa Vista o passeante
cascuda, guarajubá, guarapiapunha, guaretá, chega ao planalto do "Bom Retiro", nome que
jacarandá-tan, jequitibá, pau-brasil, e tantas não somente exprime homenagem ao titulaj do
outras madeiras de lei, foram semeadas em vi- Império que deliberou fundar a Floresta, m
veiros, e plantadas, aos milhões, com eucali- como traduz, realmente, a serenidade poética
ptus de seis espécies diversas, e imbús, camu- desse remanso, a 659 metros de altitude. I
rús, mangabas —
infinita variedade de caules, Outra curva do caminho conduz ao "Ex- I
imensa variedade de frondes. (t34). celsíor", 611 metros sobre o nível do mar. E'
Da magnificência da Floresita da Tijuca um soberbo mirante. A parte N da Cidade e I
só pode fazer idéa quem lhe percorre as ex- da baía, toda se oferece ao espectador. O bair-
tensas alamedas com mais de 20kilometros de ro de S. Cristóvão daí se vê, aberto, delineado, I
desenvolvimento, em suas diferentes secções, como uma enorme carta topográfica. Os pe-
giaciosamente traçadas por encostas, sahencias quenos rnorros cobertos de casario mial dei-
e reintrancias, elevações e depressões do gran- xam perceber seu relevo. O leito da Estrada
de acidente geográfico. Aí se encontram os ti- de Ferro, a elipse dos prados de corridas ver- ;
pos mais notáveis da riqueza florestal dos tró- ticaes chaminés de fabricas reduzidas a dimen- m
picos; aí se nos oferecem admiráveis paisa- sões minúsculas polígonos irregulares de ter-
;
gens,, quer estendamos o olhar por horizontes renos desocupados; trechos de pequena lavou- I
longínquos, quer contemplemos o esplendor ra; o entrecruzado das edificações, as ruas tra- I
dos quadros que nos rodeiam- fegadas por inúmeros veículos que parecem I
miniaturas, tudo se distinguindo e tudo se con-
* fundindo como num labirinto imenso, tudo ex-
tasía o observador sentado no silencioso pia-
•
quadrada. As naiades que a Mitologia grega sa companheira desde o principio até o fim da
desenha com tanta doçura não podiam ter da- jornada. barranco, -uma nascente, um fio
Um I
do vida e amor a scenario mais iluminado nem d'agua fresca por entre musgos esmeraldinos, l|
a solidão mais cariciosa. Aqui alva como fran- tudo está subordinado á arvore, tudo é vassalo ||
jas de jaspe, ah transparente copio lençóes de do génio da Floresta. Sabiá, joão de barro, co- ||
leíro, galo da serra, gaturamo, camaxirra,
saí,
cristal, a agua desce, batendo nos diferentes |
planos da rocha íngreme cujas arestas vai que- bemteví, alternada ou conjuntamente ^ vozeam ||
brando e, de século em século, afeiçoando ás seus cantares e as suas melodias consoam com |
;
uma, duas e tres horas, á sombra, ouvindo, tissima planície de variadíssima cromática por |
Rio de Janeiro 85
onde se espalha, e vive, e se agita a cidade cursiouista sente-sc preso tio verdadeira cxal-
inteira. taçâo.
Tudo lá, em baixo, no taboleiro monstro Da serra ao mar a vida inteira dc uma
que o mar limita ao Sul, e que as aguas da cidade de milhão e meio do Iiahitantos! Da
NA FLORESTA DA TIJUCA
«
Baía de Guanabára banham nosi seus recor- serra ao mara Lavoura, as industrias mais
variadas, o Comercio e as artes, as escolas, os
tes orientaes.
Lá cerca de cento e quinze
estão mil campos de recreio e as casas de oração A !
prédios, mais de tres mil ruas, mais de 200 generosidade, a felicidade,o trabalho, a co-
municabilidade alegre de tanta gente bôa; e
praças e jardins.
grande, o azedume, a malquerença, a acção^ mofina e
Tão nitido é o espectáculo, tão
ccnstante de alguma gente má! Tudo
tão extranho, tão impressionante, que o ex-
;
86 Rio DE Janeiro
Sueste com seus 395 m. i^to é, 625 abaixo do larga extensão as florestas de Jacarépaguá
Pico de onde nos achamos olDservando tudo. Gu?.ralil)a; ao lado S. brilham uns traços da
Espectáculo maravilhoso ! lagôa Camorim, a grande distancia, e o vasto
A
custo arredamos o olhar do grande la- mar azul bordando o horizonte.
birinto em que a Civilização transformou a É este azul, realmente, a moldura cons-
selva dos tamoios —
sonho cubiçoso dos in- tante do grande panorama que se observa do
trépidos liuguenotès, teatro ininterrupto do la- Pico da Tijuca, a 1020 m. de altitude: Azul
bor de colonizadores portugueses, scenario do céu, azul da Guanabara, azul do Atlântico.
brilhante da actividade intelectual de brasilei- Nos dias límpidos este azul tem nuanças .^en
cantadores, realçando a paisagem de onde
ros e estrangeiros, no Império e na Republica.
Tres séculos e meio decorreram desde a charne- quer que seja contemplada; mas não ha duvi-
ca e a taba até essa infinidade de habitações da em que o mais estupendo ponto de vista pa-
construídas, esse arruamento nivelado e asfal-, ra admirar a grandeza, a originalidade e a
tado, até a facilidade de comunicações que beleza do Rio de Janeiro é esse mirante sump-
todos gozamos, e até o Progresso, a Instrução, tuoso que a natureza oferece de graça aos ex
a Higiene fisica e moral que fazem agradável cursionístas de todo o mvmdo.
a vida no Rio dejaneiro. É a extraordinária
obra de tres séculos e meio que aí está a nos-
sos pés, falseando á luz do mesmíssimo sol
que dardejava nos alagadiços e rarefazia o ar Descendo do "Pico" pode-se mudar de
nas malocas indígenas. caminho, sempre dentro da Floresta,
A custo arredamos o olhar da vasta pla- ha sempre aue vêr de novo e de deslumbrante;
nície em aue os montes parecem jardineiras Ora é uma beleza natural, um granito de for
decorativas, e os zimbórios, e as cúpulas e as ma caprichosa, ora um grupo de caules esguio
torres dos templos pequenas iluminuras de entrelaçados de cipós que parecem cordoalha
um grande livro aberto ao pensamento. ora uma obra d'Arte, uma gruta, um veio d'a-
Brilha radioso contornando a planície o gua.
mar mediterrâneo que é a Baía de Guanabara Na avenida Fr. Velozo encontra-se
e mancham-lhe o brilho, sem lhe prejudicar a "Cascata Argentina", mimoso sitio, de long
beleza cerca de noventa ilhas verdejantes e de em longe visitado, mas sempre, ininterrupta;
.w 11 liiía ilíi1ifcÍaá>A^ttffir^iln^iY
Rio DE
postas como nos antigos monumentos megalí- Passos em 1903 restaurou; cobre-a um gra-
ticos ou como se um
cataclismo arrojasse umas cioso caramanchão de onde pendem cestas
de encontro ás outras, sobrepondo-as, perl<- com orquídeas véem-
lindíssimas. Deste logar
lando-as —
deixam aqui passagem por onde re os morros que limitam Botafogo ao Sul;
transita o excursionista curioso, formam ali todo o hr.irro do Jardim Botânico aparece
galerias onde somente penetra a luz difusa, num plano 480 metros inferior. Ao longe, a
acolá circundam áreas que o sol devassa, a pi- Leste, as montanhas verde negras do Estado
no. E o regato, ao lado, espumando e cantan- do Rio; ao longe, a Sueste, as planuras do
do .. Brassavolas, bromelias, catleias, lia-
. mar imenso.
nas flexuosas, e outras muitas delicadezas do A "\"ísta Chineza". a 413 m. de altitude,
reino vegetal enfeitam os interstícios das pe- é outro mirante de grande espectáculo. Fica
dras, bordam as entradas das furnas, vicejam num cotovelo da estrada que liga a Tijuca ao
nas rugas do granito secular . . . Jardim Botânico. Tem um chalé rústico para
É um passeio deleitoso o passeio á abrigo e descanso. Daí se estende o olhar por
.
88 Rio de Janeiro
uma vastidão tamanha que nunca o observa- zendinhas e as chácaras; hoje é um cruza-
dor acaba de admirar A' esquerda, em córte
: mento de mais de quarenta ruas bem calçadas,
quasi vertical, o ponteagudo Corcovado, e inteiramente edificadas, e servidas por linhas
uma nesga do bairro de Botafogo lá, adeante, ;
de bondes: "Bispo", "Estrela", "Itapagipe",
o cónico Pão de Açúcar, flanqueando a aber- "Santa Alexandrina", "Itapirú" e Catumby".
tura da barra aos pés o bairro da Gávea na
; ; Riachos afluentes do Rio Comprido, e
frente o Arpoador em cuja praia se desfaz aguas dos montes, ocasionavam enchentes da-
em espuma o turbilhão incessante de ondas nosas na estação das chuvas. Vários estudos
que rugem mas que se não ouvem. A' direita se fizeram para combater o mal. O Prefeito
o vasto mar sem fim. a costa guinando para
. . Rivadavia Corrêa principiou desapropriações
o Sul. para rectificar e aprofundar o rio de modo a
Este mixto maravilhoso de florestá densa franquear a corrente das aguas quando se
e de quadros abertos sobre a Cidade, esta avolumassem. Quando Prefeito o Dr. Paulo
conjugação harmoniosa da natureza expon- Frontin essa obra foi, então, empreendida
tânea com as obras de Arte estudadas, um com presteza e vantagem para a estética da
tal contraste de impressões torna sem par Cidade. O rio corre, agora, encaixotado entre
esta região magnifica, adorno esmeraldino da
- rampas gramadas, pelo meio de uma extensa
mais futurosa cidade da America. Por entre- avenida qvie tomou o nome de Paulo de Fron-
meio da serra, ao longo de estradas perfeita- tin.
mente conservadas, esses pontos referidos são Para tal melhoramento realizado em tres
outros tantos passeios de magnifica formo- mezes foram escavados e removidos cerca de
sura, refrigerantes,
salutares, servindo ao 60000 metros cúbicos de terra, construídos
mesmo tempo de reparadores fisicos pela pu- mais de 3000 metros de muro de concreto,
reza de seus ares e excelência de suas aguas, assentados 10000 metros de "meio fio" de
e de grande regalo para os sentidos pelo que granito, e plantadas 400 arvores de sombra.
oferecem de agradável e encantador. A
Avenida Paulo de Frontin, inaugura-
da em 23 de Julho de 1919, termina numa
Está percorrida a Tijuca. numa só volta, Praça, antigo Largo do Rio Comprido, que
em cinco horas,quando ela dá passeio para em homenagem ao ilustre Engenheiro, tomou
dia's e dias, sempre sot^ novas impressões. o nome de Praça Condessa de Frontin.
O regresso deve ser feito pela Gávea. A
Administração Municipal 1903-06 mandou
transformar o antigo e estreito caminho
«Quebra Catigalhas», entre Ti;uca e Jacaré- ARRABALDES DO SUL
paguá, numa estrada de rodagem sinuosa e
larga com 3428 metros de comprimento. A
remate soberbo para o soberbo
volta" por aí é
A fim de proseguir na excursão pelos
passeio da Tijuca. As perspectivas sucedem- arrabaldes do Rio de Janeiro, agora para o
Comprido cavou o seu leito de 4600 metros na por doação dos frades de Santo Antonio insta-
direcção Sul Norte, e despejava-se no Mangue. lados no morro. Chamou-se, então, "Campo
Estendeu-se o povoado ao longo do rio e ; de Santo Antonio". Onde estivera o Forte,
a Camara Municipal, em 1875, reconheceu o onde esteve depois o Cemitério levantou-se
Bairro do Rio Comprido. As propriedades em 1748 o Hospital da V. O. 3.^ de S. Fran-
foram se valorizando, subdividindo-se as fa- cisco da Penitencia, e aí permaneceu até
Rio de Janeiro 89
1905, erguendo-se no mesmo logar o vasto Carioca como originado de k-aa-ry-oy — pala-
edifício hoje existente, e cujo corpo central é vras tupis que significam "corrente do
.saída
ocupado pelo "Correio da Manhã". mato ou do monte".
Fronteiro a este acha-se o escritório Os capitães mores e governadores (jue se
d'«A Noite». sucediam na administração da Cidade bem
de-
Em redor do Largo da Carioca ha umas sejavam canalizar essa boa agua para o cen-
vinte Jojas com estabelecimentos, comerciaes. tro do povoado que dispunha somente
de ca-
O movimento de veículos e de peões é ininter- cimbas; não tinham, porem, meios de empre-
rupto. O meio do Largo é ajardinado, e no ender tão gr.uide obra. \-.n\ l(>72 o tk)vern(i
meio do jardim, entre cojiados oitis, brilha á da Metrópole autorizou verba j)ara es.se fim;
noite um lampadário. e em 1673 João da Silva e Souza, 32" Gover-
Domina o Largo do lado Sul a pesada nador do Rio de Janeiro, deu principio ao en-
construção de um chafariz, substituto de outro canamento do Carioca. Parece, entretanto.
OS ARCOS DA CARIOCA
bem mais elegante que trouxe o nome ao lo- que se não fez de tal verba uma aplicação ri-
gar porque a agua corrente de suas torneiras gorosa, porquanto só em 1700, vinda lá do
era a famosa agua do rio Carioca. alto, costeando o morro em calha de telhas,
Nasce este rio na Tijuca, acima das Pai- chegou a agua a um ponto que hoje se pode
neiras. Tinham fama de excelentes as suas indicar como principio da Ladeira de Santa
aguas. Rocha Pitta regista, como já vimos, a Thereza e das ruas Riachuelo e Evaristo da
tradição de que as aguas do Carioca "davam \'eíga. Aí em largo tanque. Daí,
se lançava
vozes suaves aos músicos e mimosos carões em barris, cântaros, potes e mais vasilhas, a
ás damas". Esse nome Carioca— apelida — criadagem transportava a linfa cristalina para
os naturaes da Cidade. Que quer dizer as melhores casas da Cidade de dez mil habi-
Cariocaf tantes .
nheiro, Von INIartius, Adolpho Varnhagen, em antes reparar todo o aqueduto até as origens;
muitas parecendo que laborou a fantasia. Al- e sobrevieram as invasões francesas de 1710
e 1711 perturbando tudo. Por muitos anos
fredo do Valle Cabral, estudioso funcionário
que houve na Bibliotéca Nacional, optava pela quem quiz agua do Carioca mandou bu-ca-la
conjectura de Lery, que é dos mais antigos es- naquele ponto que era tido por "muito dis-
critores sobre cousas do Brasil, e admitia tante" do comercio e residências.
. :
90 Rio de Janeiro
Ferro Carril Carioca que aí tem a estação ini- queirão uma area de 28196 m.2, incumbio o
cial de seu trafego para o morro de Santa IVIestre Valentim (i'*i) de aproveita-la com a
Thereza, ao longo do antigo Aqueduto, até sua graciosa habilidade de modo a oferecer ao
alcançar a E. F. do Corcovado, no Silvestre. publico um logradouro pitoresco e higiénico.
A Ferro Carril Carioca contorna por Leste E
assim se fez.
o morro de Santo Antonio, a 30 metros de Depois de por muitos anos ser ponto fa- <
o Visconde do Rio Branco; continuado e con- fonte luminosa no meio do grande gramado
central. Nas ruas do Passeio encontra-se a
cluído a 31 de Dezembro de 1^77, sendo Mi-
nist) o da Fazenda o Barão de Cotegipe. Plano gente com vultos conhecidos : O
poeta Gonçal-
e direcção do Engenheiro Dr. A. de Paula ves Dias (143), outro poeta. Castro Alves
Freitas. (144), e o jornalista Ferreira de Araujo, fino
!
Rio de Janeiro
-comentador das Coisas Politicas na "Gazeta l)iramides de granito cobertas de hera, dedica-
de Noticias" qne fundou e dirigio até a mor- das por N alentuii á "Saudade do Rio" c ao
te. (145). "Amor do Publico" — delicadezas do seu es-
pirito afectuoso: assim como o tanque eiicos-
Desde 1904 ha no Passeio Publico um tatlo ao onde a agua ha (juatorzc decé-
terrat;*)
Aquário com plantas e animaes da baía do Rio nios murmura, caindo das mandibulas de dois
de Janeiro. Das suas vinte piscinas quatorze, jacarés de bronze, também modelados pelo
encerram, geralmente, peixes, e as outras zoo- M<.">tre \'alentim. Xo alto desse taníjue, emer-
fitos, crustáceos, moluscos e quelonios. Ao la- gindo da folhagem que o reveste ainda se
do de cada piscina lia quadros com os nomes coL. crva em escudo de mármore o hrazâo he-
das espécies á vista. Entre os zoofitos ha sem- raldico do Capitão General de Mar e Terra
pre exemplares de Gorgonias róseas, varias Luiz de Vasconcellos e Souza.
actinias, ouriços, estrelas do mar, e algas ver- O terraço do Passeio Publico deixou de
ser uma varanda sobre as ondas (jue se
espre-
des em torno de cuja rama o cavalo marinho,
Hippocampiis Guftulatus, não raro passeia a guiçavam na areia; Desde 1905 foi o mar
dali afastado pela interposição da Avenida
sua interessante figura. Nas paredes das pis-
cinas, e sobre as grutas que servem de retiro Beira-Mar. Em 1921-22 ainda maior aterro .se
levantava
vermes tubi:olo3, ostentando seas pe-ia:hos esquartejava o jardim, a Prefeitura
um edificio destmado a ser
branquiaes e retracteis, e atestando a excelên- no lindo belvedere
cia do meio artificial em que vivem. alugado para Casino
Recordando o periodo da nossa Historia
O Aquário é um instrumento de ensino
que o publico frequenta assiduamente, e por em que se fez o Passeio Publico ainda e.stá
de pé o Portão com as efigies de D.
Maria I
onde deve desfilar a mocidade das escolas ao
familiarizar-se com os primeiros rudimentos e de D. Pedro num medalhão de bronze dou-
H
escudo
rado, reverso do que ostenta o moderno
da Historia Natural. porque o
as n>unicipal. Não tem mais utilidade
Da primitiva factura do jardim são
92 Rio de Janeiro
mi
ze :
—
Pedro Alvares Cabral, Comandante da
Frota que aportou ao Brasil em 1500. tomai" MONUM. DO 4° CENTENARIO
posse da terra para a Coroa de Portugal —
FIGURA DE CAMINHA
Pero Vaz de Caminha, Escrivão da Frota, e
cuja carta narrativa é a primeira pagina da corda este monumento a obra do Diplomata,
Historia do Brasil. —
Frei Henrique de Coim- em 1865, e a do Parlamentar que consagrou á
bra, Capelão da Frota, celebrante da 1.^ Mis- Abolição uma grande parte da sua energia cí-
sa na terra descoberta. A
altura total do mo- vica, defendendo o Projecto de Lei que apre-
numento é de 10 metros. sentara como Ministro de Estado, e que, pro-
Rio DE Janeiro
95
96 Rio de Janeiro
Começa no Largo da Gloria, metendo-se Manoel Ferraz de Campos Salles (3.° Pre-
entre ela e a Avenida Beira-Mar o outeiro da sidente) 1898 a 1902;
Gloria, matizado de habitações. A
rua do Ca- Francisco de Paula Rodrigues Alves (4:°
tête é sinuosa, larga, asfaltada, bem edificada e Presidente) 1902 a 1906;
de grande trafego. Correm por ela os bondes Affonso Augusto Moreira Penna (5.°
e mais veículos que se dirigem a Laranjeiras, Presidente) 1906 a 1909, e Nilo Peçanha (Vi-
Gávea, Copacabana ou desses pontos para o ce Presidente) 1909 a 1910;
centro de comercio. Hermes Rodrigues da Fonseca (6.° Presi-
Ruas transversaes dão para a Avenida dente) 1910 a 1914;
Beira-mar (Leste) e para os morros de Santa Wenceslau Braz Pereira Gomes (7." Pre-
Thereza e Nova Cintra (Oeste). sidente) 1914 a 1918;
Sob o n." 2 está o Asilo "S. Cornélio" de
que trato adeante.
Na rua Santo Amaro que principia entre
os ns- 22 e 26 da rua do Catête acham-se os
edifícios hospitalares da Sociedade Portuguesa
de Beneficência, Estabelecimento notável.
Fundou-o em 1840 o espirito de Caridade
'
Na
esquina das ruas do Catête e Silveira
No 1° pavimento do Palacio faz-se; toido o
expediente de Secretaria e audiências pubHcas.
Martins a Prefeitura construiu em 1904 a
No 2." pavimento ha salões de estilos pompeia-
Escola "Rodrigues Alves".
no, veneziano e mourisco, destinados a solenes
A seguir está o Palacio da Presidência,
recêpções, banquetes, etc. o terceiro pavimen-
;
Caboclas (o mesmo rio das Laranjeiras a que vae encontrar a Avenida Beira-mar; Senador
se refere Mrs. Maria Graham). Até 1850 hou- Vergueiro e Marquez de Abrantes que dão na
ve aí uma ponte construída por uma empre- mesma Avenida em Botafogo e Conde de ;
sa que cobrava pedágio, por isso largos anos se Baependy que corre em direcção oposta á
chamou ao logar "Ponte do Catête"; depois Barão do Flamengo.
"Largo do Catête", até 1897 em que nêle se Nas ruas Senador Vergueiro e Marquez
ergueu a estatua de José de Alencar. de Abrantes, asfaltadas ambas, nada ha de ne-
José Martiniano de Alencar nasceu no tavel : Pitorescas residências, bem cuidados
Ceará a 1 de Maio de 1829. Faleceu no Rio jardins, e um
grande trafego de veículos. For
de Janeiro em 1877. Foi jornalista, politico, ro- elas passam os bondes da Praia Vermelha. Le-
mancista e dramaturgo. Exerceu, também, o me, Ipanema, Humaytá, Largo dos Leões,,
Magistério como lente de Direito Mercantil Jardim-Leblon e Gávea, que cruzam Botafo-
no Instituto Comercial. Foi varias vezes go. Prefiramos, porém, chegar a este bairro
Deputado á Assembléa Geral Legislativa, e percorrendo a Avenida Beira-mar.
Rio DE Janeiro
\
100 Rio de Janeiro
numento inaugurado ali dejunho do mesmo drão de heroísmo, bronze admirável, oferecido
ano. pelo Governo do México ao celebrar-se o 1.°
Sobre uma coluna de granito, alta de 8 Centenario da Independência Política do Bra-
metros, está de pé o Almirante, na atitude em sil. Foi ali inaugurado este monumento em 16
KE-SO —
a Avenida Oswaldo Cruz, li-
perde o espectáculo, novos coloridos se ofere-
gando Flamengo a Botafogo. Dezeseis anos cem, e novos efeitos de luz. O olhar oscila en-
depois, 1921-22, o Prefeito Carlos Sampaio
em tre o concavo da Enseada de Botafogo e a am-
resolveu proseguir na beira-mar, contornando plidão da baía de Guanabara. Ao Sul, e do ou-
metros, e
o morro com uma bela cur^-a de 759 tro lado da Enseada, avultam a Faculdade de
oferecendo novos encantos aos que passeiam Medicina, o Ministério da Agricultura, o Insti-
pelo Rio de Janeiro. tuto Benjamin Constant, o Hospital de Alie-
Quando se bifurca a Avenida ergue-se nados ao Norte, e pela baía dentro, avístam-se
;
graciosa e potente, gesto audaz, talhe magní- ao longe a Esplanada da Exposição, Vilega-
fico, a estatua de Cuhautemoc, mexicano pa- gnon, a Ilha Fiscal, uma floresta de mastros.
Rio de J.\neiro
101
e a Serra dos Órgãos. Passam perto enor- seis milhões de de agua, domina-?e o
litros
mes transatlânticos e barcos veleiros, lanchas a panorama :
Ao
Ocidente o Corcovado (704
vapor, canoas de pesca e frágeis embarcações melros), ao Oriente o Pão de Açúcar (395
de regatas. A
brisa beneficia o ambiente, acari- metros) entre os dois, lá, de Leste para Sul.
;
cía-nos a pele; o silencio é sedativo dos a Babilónia (239 metros) e outros morros
nervos. Goza-se aqui uma hora feliz, agra- sucessivos que nos ocultam o Oceano; e, ao
decendo a Deus tanta beleza, e louvando longe, ao Sul, truncada, escalvada, a pedra
os homens pelo talento de aproveitá-la. inaccssivol (jue tem o nome de Gávea (841
metros).
Botafogo Botafogo é um dos muitos vales por on-
de a Cidade se infiltra e se alastra. Foi ba-
Estamos na Enseada de Botafogo, (i»"), cia dos rios Berquó e Banana Podre, hoje
Dir-se-ia que desembocamos num lago. Cir- canalizados; fez-.se nivel, demoradamente,
cundam-nos, em amfiteatro, as montanhas co- por aterros que, afinal, foram reduzindo o
bertas de vegetação- Numerosas vivendas bor- âmbito da Enseada. O bairro é limitado ao
dam, á distancia, a linha da Enseada. Entre as X. pelos morros Mundo Novo e Viuva, a
casas e o parapeito da Avenida estendem-se, Leste pela Enseada; ao Sul pelos morros que
ourvilineos, a rua antiga asfaltada em 1913, separam Botafogo de Copacabana; a Oeste
os passeios cimentados, os verdes gramados, pela garganta da Piassava e o maciço do Cor-
e tres caminhos paralelos, dois para veicul''s covado. Da Avenida Beira-mar ao Alto da
e um para cavaleiros, tudo obra de 1906. Piassava (L. O.) mede 2240 metros: pela rua
A Arquitectura nesta parte da Aveni ^Ia Real Grandeza (N. S. mede 1500 metros.
)
o sopé das montanhas, e, ás vezes, escalando- 200$000; por morte de D. Pedro I, a quem
as afoitamente, segue o compacto das habita- couberam palacete e terreno, tudo foi vendido
ções, abrigando nada menos de quarenta mil por 47:000$000 ao estadista e diplomata Mi-
habitantes. guel Calmou du Pin e Almeida, Marquez de
No encontro da Avenida Beira-mar Abrantes, que o habitou até falecer, em 1865,
com o prolongamento da Avenida Oswaldo vindo depois a pertencer ao Barão do Catête e
Crs/. está o busto, em bronze, do Almirante Visconde de Silva q^ue casara com a Marqueza
Marquez de Tamandaré — Joaquim Marques viuva. Já pertencia a herdeiros dc Visconde
Lisboa, que nasceu no Rio Grande do Sul em quando foi demolido, em 1919, e dividida a
13 de Dezembro de 1807, e faleceu nesta Ca- propriedade do terreno, (i^^).
E' notável o facto de haver na Cidade tres Pedreira do Pasmado que tem recua.!., desde
bustos do saudoso Prefeito: um na area cen- a l)eira-mar. dando passagem a veicuKw. o
já
tral do edificio da Prefeitura, ai levantado
por iniciativa dos funcionários municipaes;
dando espaço para construções. W
sc está le-
vantando a nova sede da Policlínica de H.ita-
outro á porta de um estabelecimento comer- fogo. (159). Logo em seguida é a Praia da
cial da rua 1." de Março, homenagem dos res- Saudade.
pectivos proprietários ao venerando cidadão
que tanto bem fez á Cidade; este, de Botafo- primeiro grande edificio que sc vê é
C)
go, ainda de origem particular, está no ponto o Hospital de Alienados, íundatio eni 1841,
em que a 15 de Novembro de 1906, quando o inaugurado em 1852,e que ocupa 140000 m^.
Dr. Passos deixava a Prefeitura, se lançou a de chão, com uma fachada de 200 metros. No
Pedra fundamental do monumento que a Ci- corpo centra! do pavimento inferior observa-
dade lhe devia. Ele assistio á solenidade, e as- se a Ordem Dórica, tal como se vc no Teatro
sinou a Acta que então se lavrou; oficialmen- Marcélo, de Roma; o pavimento superior, na
te, porém, nada mais se fez ! Ordem Jónica, é reprodução do tempo de Mi-
Vêm da Avenida
ter a esta concavidade nerva Poliada, na Grécia-
Beira-mar as ruas Senador Vergueiro e Mar- A organização e funcionamento deste
quez de Abrantes; a rua Farani que dá para Hospital sempre mereceram o elogio de alie-
uma pequena rêde de edificações e comunica nistas notáveis que o têm visitado.
Botafogo com Laranjeiras; as ruas Marquez Com o nome de "Hospicio D. Pedro 11"
de Olinda e D. Carlota que terminam nas ruas pertenceu á Irmandade da Santa Casa da Mi-
Assunção e Bambina; e as ruas S. Clemente, sericórdia até 1890, quando se lhe anexou a
Voluntários da Patria e Passagem, grandes Colónia de Alienados da Ilha do Governador.
artérias do populoso bairro. Em 1911 foram separados os sexos, ficando
os homens na ilha e com as mulheres se cons-
;
do por D. Pedro II; só uma parte do edificio toria já bem longa este estabelecimento de en-
está concluida. O titulo que ostenta é de urri sino medico.
antigo professor do Estabelecimento, depois
seu Director —
General Benjamin Constant, Quando o Capitão General de Mar e Ter-
um dos fundadores da Republica. ra Luiz de Vanconcellos e Souza assumio em
A matricula é de 130 individues, compre- 1779 as funções de Vice Rei do Brasil obser-
endendo ambos os sexos. A assistência aos ce- vou e comunicou logo á Metrópole que no Rio
gos é aí a mais perfeita, havendo aulas e ofici- de Janeiro havia apenas quatro médicos para
nas em que se lhes cultiva a inteligência e se unia população de 30.000 habitantes. O
Go-
lhes estimulam as aptidões; ao mesmo tempo verno autorizou-o, então, a entender-se com a
que se lhes proporcionam divertimentos com- íklunicipalidade que escolheria quatro dos me-
pensadores -do seu- infortúnio. Dirige este Es- lhores estudantes para irem a Coimbra com-
tabelecimento o Dr. Mello Mattos. pletar seus estudos, a expensas do Estado; e
.
O Ministério da Agricultura, Industria e tal foi a pratica até 1808 quando a Família
Comercio, creado em 1910, acha-se em mages- Real se mudou para o Brasil. Chegando á
toso edificio que ha muitos anos se principiara Bahia o Príncipe D. João, Regente do Reino,
para Universidade, e que, em 1908, se concluio logo se apressou em crear uma Escola de Ci-
para a Exposição Nacional. Ai funcionam as rurgia, anexa ao Hospital Militar; e, quando
directorias do Serviço Geológico e Mineraló- no Rio de Janeiro, igualmente anexou ao Hos-
gico, Inspecção e Fomento Agrícolas, Prote- pital Militar uma Escola Anatómica, Cirúrgi-
cção aos índios, Postos Zootécnicos, Patrona- ca e Medica —
5 de Novembro de 1808.
tos. Agrícolas, Povoamento do Solo, Estatísti- Esta foi a origem da actual Faculdade de
ca, etc. Medicina.
Rio DE Janeiro 105
Não tardou que as necessidades exigissem mento. A' Congrega<;ão de seus professores,
o desenvolvimento deste Curso; em 1813 deu- aos seus directores sucessivos oprimia a ne-
se-lhe nova organização passando algumas au- cessidade de uma mudan(;a para instaiaçio
las afuncionar em salas do Hospital da Irman- ampla definitiva e capaz; mas falhavam os
dade da Misericórdia, na Praia de Santa Lu- recursos e a boa vontade dos governantes. Foi
zia mas só pelo Decreto de 9 de Novembro de
; o ilustre Professor e Director. Dr. Aloysio de
1826 que creou a Escola Medico Cirúrgica, Castro — filho de outro estimado Director, e
elevando o Curso a cinco anos, foi conferido erudito Professor, e notável clinico, o fale-
diploma de Medico aos estudantes que fossem cido Dr. Francisco de Castro, —
(luem con-
aprovados em todas as matérias seguio meios de dar a Faculdade instalação
Em 1831 a Regência Inifierial reorgani- condigna, arrancando-a do feio recanto onde
zou tanto a Escola do Rio de Janeiro como a tudo lhe contrariava o progredir, sem, aliás,
da Bahia, passando a seis anos o Curso. Em im])cdir (|ue fulguras.sem docentes e discentes.
1832 as duas receberam o nome de Faculda- Com ser grande, o eilificio novo ainda
des; e a Santa Casa franciueou as suas enfer- não é suficiente; outro corpo igvial, e um me-
marias aos professores para as aulas de Cli- nor, intermédio, serão levantados para Ad- —
nica. ministração e Biblioteca este, e aquele para
Em1856 a Faculdade do Rio de Janeiro o Instituto de Anatomia. A area total ocupa-
instalou-se completamente no antigo Recolhi- da será, então, de 20000 m-.
mento das Órfãs da Santa Casa, junto do
Hospital, e ai permaneceu até 1918. O edifícioem que funciona agora a Fa-
Notáveis professores inspiraram com seu culdade, excelentemente dotado de salas de
saber numerosos estudantes que se fizeram aula, e provido de laboratórios magnificos.
PRAIA VERiMELHA
homens de Sciencia. médicos distintos, e, por tem dois pavmientos sobre uma area de 80
sua vez, professores abalizados. Tornou-se metros de frente por 100 de fundo. No pri-
grande a Faculdade com as reorganizações de meiro andar o ^'^.^«/'"P''^^^"
Toscana; a Ordem Comt.a no segundo.
Un^
1869, 1879 e 1883: ouanto mais avultava, po-
balaustrada remata a fachada. Em ^tz de te
rém, mais acanhado parecia o seu estabeleci-
!
lhado tem terraços transitáveis. Ha um pa- Abstraindo das construções, podemo-nos con-
teo interior, octogonal, ajardinado, de lindo siderar no próprio teatro em que se achou
aspecto, com 1310 m^. de superfície. A
cons- Estácio de Sá, de 1565 a 1567. Pudessem es-
trução principiou em 1916, e a inauguração tes rochedos contar o que viram nessa hora
foi em 12 de Outubro de 1918. da conquista do sólo sobre que se devia er-
guer a primeira Capital da America do Sul
Foi aqui, junto ao Pao de Açúcar, que exis-
tio a "Vila Velha" lembrada pelos cronistas.
Deste extremo da Avenida Beira-mar o Foi aqui, em volta do hirto penedo que, em
espectáculo ainda é maravilhoso.O cerco de 18 de Janeiro de 1567, desembarcaram as hos-
Urca, 224 metros acima do nivel do mar. e co- em baixo, distante, as lagoas Piratininga e
iberta de vegetação. Itaipú. O vasto Oceano. As ilhas Pae, Mãe,
Até 1817 não ha memoria de que alguém Cotunouba. Alagadas. Kagarras, Redonda e
houvesse galgado o Pão de Açúcar. Consta Rasa com seu farol (i^-) e. como recortes ;
que nesse ano foi lá uma corajosa inglesa. fundos no litoral que se prolonga do Pão de
Depois, de longe em longe, alguns rapazes Açúcar para o S.. as praias Vermelha, Leme,
afoitos repetiram a temeridade. A rocha é ta- Copacaliana. Ipanema e Leblon. Um pano-
lhada quasi a pique. Em 1912 organizou-se rama extensíssimo, dominado de um só golpe
uma empresa que estabeleceu o caminho aéreo de vista De dia tudo banhado de Sol, á noite
:
cias este observatório surpreendente !Quan- o conheceram nos séculos anteriores ao XVI os
tas gerações passaram sem pensar, siquer, selvicolas que lhe chamavam Sacopenopã.
neste soberbo mirante, hoje tão acessível que Nesse estado rude povoavam-n-a uns pescado-
se tornou passeio favorito, quotidiano ! lançavam suas rêdes, e dormiam em palhoças.
COPACABANA. LEME
tafogo do Oceano Atlântico. Para alem desses tres curiosos em busca de novos ares. novos
montes correm a costa e praias do Sul cio Dis- horizontes. Quem v.a Copacabana declarava
trito Federal e os novos bairros de Leme, Co- encantador o espectaculô do ceo, do mar e
pacabana, Ipanema e Leljlon das praias.
Rapidamente, qualquer veículo chega a
esses bairros, traspassando o granito por um
dos dois túneis nêle rasgados. "Entre rolos de espuma ruge e brama
Na curva praia a onda buliçosa"
Copacabana permaneceu até os últimos
anos do século XIX coberta de cajueiros, pi-
tangueiras, jambeiros, araçazeiros e maçaran- mas a distancia era grande, e os cornodistas
dubeiras era um areal enorme, agreste, qual
; contentavam-se com ficar sabendo que para
.
alem daqueles montes havia mais espaço para to Paulo de Imoiuíii. Curreni iK-la Avenida
os
vida, larguesa e respiração da Cidade. automóveis de passeio, e ao longo passam em-
Em 1891 a Companhia Ferro Carril barcações cie tinios os pc)rtes v de tXKlos os
Jardim Botânico, cujos bondes, aHás, já se portos. Illumina-se á noite, fulgurante, a Ave-
anunciavam para Copacabana, sem i)assareni nida e sintila ao largo, solitário, o Farol da
;
da Rua Real Grandeza, no sopé de Vila Rica, Rasa. A arrelwntaçâo das ondas enche o ar
abrio um túnel aí na rocha para que as suas de sons e de saes, É festival para os olhos e
linhas cliegassem imediatamente á e.xtensa, de- salutar para o sangue este hiniinoso flanco
cantada e futurosa praia. A facilidade de trans- da C "idade.
porte levou lá meia população ávida de con- Longos anos os moradores do Rio ilc Ja-
templar a imensidade de luz, de colorido e de neiro se coiuentaram com as aguas (|ue ba-
movimento das aguas que são lendário manto nham o litoral da sua baia Retiro Saudoso, :
espesso do prefundos mistérios, e que se adel- Cajú, S. Christovão, Santo Christo, Saco do
gaçam transparentes, espumando rendas na Alteres. Cambõa, .Sauoe. .Santa Luzia, I^pa,
areia. Não faltou quem advinhasse o porvir Gloria, Russell, l-Mamengo, Botafogo ('*^),
de tão graciosa localidade. Chãos foram ad- e as praias das iliias Pa(|uetá e Governador.
quiridos, divididos e subdivididos, a pregos .\ pi^pulação, porem, cresce e procura lega-
reduzindo muito o logradouro publico da entre a mata e o mar, resi)ira-se aquêle am-
beira-mar. Os materiaes afkiiram, constru- biente feito nos dois grandes laboratórios do
cções mil se fizeram. Copacabana é hoje um mar e da mata.
arrabalde primoroso, dom muito comercio, * ^ *
cerca de cinco mil casas, algumas de linda ar-
quitectura, e a 45 minutos da Cidade. Por exigências do trafego crescente a
É uma perfeita e ampla vila balnearia. mesma Companhia de I)ondes abrio em 1904
NORTE DE COPACABANA,
A NOITE. VISTA DO
PAO DE AÇÚCAR
faltada, toda edificada, e com algumas grandes zou tocios os cursos dagua que nela desembo-
chácaras i'^^^), ou por Voluntários da Patria, cam fixou o regime de communicação entre
;
rua mais moderna, recta, bem edificada ao as aguas da Lagoa e do Oceano guarneceu- ;
longo de seus 750 metros. Estas duas ruas Ihe a periferia com 510 metros de caes de
COPACABANA, A NOITE
recebe-as a rua Humaitá que começa onde milhões de metros cúbicos de aterro, levan-
acaba S. Clemente e se dirige para Sul, aca- tondo uma superfície de 1500000 m.^ calçou ;
bando á margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, e arborizou os terrenos assim nivelados, arean-
a 500 metros do Largo dos Leões. do novos logradouros públicos. Lagoa que A
A Lagoa Rodrigo de Freitas é assim cha- só era apreciada de longe, a Lagoa que, até,
mada por ter sido seu proprietário, e dos ter- andava em risco de ser condenada pela Higie-
rienos circumvisinhos, Rodrigo de Freátas ne, é hoje nm logar de recreio
. e não tardará
;
Soares, desde 1598, em quanto pertenceu a Chega-se ao Jardim Botânico logo de-
Diogo de Amorim Soares que a encontrou com pois de ter deixado á esquerda a Lagoa Ro-
o nome indígena Sacopenopã. Esses tres drigo de Freitas. A viagem até lá, de bonde,
homens eram grandes lavradores de cana e pode consumir 50 minutos de automóvel
;
^
da Lagoa abrangiam toda a superfície desde É o mais conhecido estabelecimento pui
Botafogo ao Corcovado e ao Leblon. blico brasileiro. Ninguém visita esta Capital
.
Rio de Janeiro
111
que não queira ver o Jardim Botânico. A in(lei)endente hoje c subordinado ao .Minis-
;
graça local, está o Açude do rio Macaco, casa antiga centro de antiga propriedade agrí-
obra notável, com capacidade para 55 milhões cola, ali uma habitação moderna em chalé gra-
de litros de agua. Abastece parte da Gávea, aguas que serpenteiam na planicie, rezes
cioso,
Botafogo e Copacabana. que mugem nas encostas. A nota bucólica
mina a extensa rua do seu nome, bifurca-se aqui passámos, maravilhados, regressando da
a linha de bondes, para Leblon e para Gávea. Tijuca. O Prefeito Passos mandou nivelar e
Esta segue pela rua Marquez de S. Vicente, alargar estradas para que de automóvel fosse
com 2.400 metros de comprimento. O
bonde possível, em horas, desvendar todos esses en-
percorre-a até o extremo, passando por entje cantadores scenarios que dantes, só de longe
chácaras antigas, residências confortáveis, do- em longe a curiosidade, a afoitesa e a energia
minadas por verdejantes morros que, depois logravam avistar. O Prefeito Carlos Sampaio
do bonde a estrada contorna, sempre em subida mandou rasgar communicação entre esta praia
até o Alto da Boavista. e a do Leblon, é a
Uma recta imaginaria de 5 kilomstros,
apenas, separa esta culminância da que vimos
na Tijuca sob a mesma denominação. Ainda Avenida Niemeyer
que menos alto que o da Tijuca, o da Gávea
tem magnifico horizonte : O Corcovado, o Esta Avenida mede 4.700 metros ; é
Pão de Açúcar, a Lagoa, a Enseada, a baía, o larga, plana, bem calçada, bem iluminada,.
.
Rio de Janeiro
113
•i
. ,
e culminância famosa que todo viajante logo Engenharia Naconal, e da primeira via férrea
avista do mar, e a que toda a gente dese- qiie se lançava no Brasil para sitio exclusiva-
ja subir. mente de recreio. Em
1906, depois de vicis-
Tem um rival o Corcovado (704 É : situdes, passou a ser propriedade da The Rio
o Pico da Tijuca (1020 a que já subi- de Janeiro Trainway, Lighf &
Pou<er C. Ltd
mos — com muito maior custo, porem, do que em .912 substituio por tracção eléctrica
.
Sempre desafiou os excursionistas auda- trada está no prédio 151 da rua Senador Octa-
zes o Íngreme pináculo. A
frequência com viano, 37 acima do nivel do mar.
que êle era escalado foi acertando atalhos e A em direcção normal a
linha férrea sae
tomando a subida cada vez menos áspera. essa rua depois de uma curva passa ao lado
;
Por ultimo até senhoras alcançavam a pé o direito do vale -do Silvestre por um viaduto
dorso da miontanha, e chegavam em algumas com tres vãos de 25 metros cada um e, ven- ;
horas ao cume do escalvado granito. Era raro cendo por um grande corte o espigão que se
o Domingo em que se não efectuasse ao menos lhe depara, pela encosta da
desenvolve-se
um piquenique no alto do Corcovado, reféi- montanha até na altura de 465
Paineiras,
torio sem igual na America, atalaia de imenso metros. Deste ponto ganha o lombo do Cor-
descortino covado, e não tarda a parar na altitude de 670
metros. O restante faz-se suavemente, a pé.
Em 1881 os Engenheiros F. Pereira
Passos e J. Teixeira Soares requereram con- * * *
cessão para uma estrada de ferro de acesso ao
Corcovado. Em
7 de Janeiro de 1882 o Go-
verno deu a concessão, e em 16 de Abril desse Ao Corcovado pode-se ir, também, par-
ano aprovou plantas e perfis. Em
9 de Ou- tindo do Largo da Carioca num bonde da
. .
Rio de Janeiro
115
Esse colossal viaduto rectilineo é o Aque- poeticamente sonil)ria que vae ao Silvestre ;
duto solidamente construido no século XVIIl aqui domina á direita os bairros de Catumby
a fim de conduzir a ceo aberto as aguas do e Rio Comprido, de população condensada, c
rio Carioca para o chafariz de 16 bicas então alguns tratos de terrenos explorados pelo hor-
levantado no mesmo logar onde a.nda hoje se ticultor adeante, á esquerda, o bairro de La-
;
Sob uma temperatura deliciosa, seja qual dejar olhares no pitoresco das duas margens
fôr a estação do ano, este recanto é um refri- da hnha, e de felicitar os pulmões com o pu-
gério ; a Lnfa é agradavelmente desalterante ;
ríssimo ar ambiente. Vinte minutos depois
e até os próprios olhos
,
descansam penetrados chega a Paineiras.
de luz, uma luz suavíssima coada pelas frondes É de bom alvitre apear. Ha, mesmo, aí,
altas da selva, e refletindo-se delicadamente excelentes, Hotel e Restaurante. Paineiras é
nas folhas tremulas da mimosa avenca. um planalto com belíssimos pontos de vista.
Poucos passos adeante é o Silvestre, se- Agradabihssimo é o passeio de 6 km. em nivel,
reníssimo logar de repouso. Parece um ermo, ao largo do Aqueduto, em plena mata. As
e está tão perto da multidão. aguas famosas do Carioca por aí correm, ainda
É
recommendavel uma demora no Silves- sobre o mesmo leito artificial construído pelo
tre. Já dissemos, mesmo, que êle só por si 32.**Governador da Cidad^q, João da Silva e
constitue um passeio. Ha lá serviços de re- Souza (1670-1675) o primeiro que resolveu
fresco e de restaurante, e uma biquinha dagua levar o rio ao centro da Cidade é a mesma;
de raio, esgarçando a mata que parece sempre rescendo muitos metros acima de nossas ca-
surpreendida com a sua passagem, e espan- beças ;do outro lado a rocha altiva, ora bo-
tando rôlas, e' assustando colibris, e, se é verão, juda, escalvada, querendo tomar-nos a passa-
interrompendo o fio sonoro do monótono zoar gem, ora dobrando-se em recôncavos atufados
das cigarras. O passageiro não cessa de dar- de vegetaes que se esticam á procura de luz,
Rio de Janeiro n?
contribuição de agua vem dos recôncavos ro- do seu génio dominador, arrancou-o dessa
chosos aumentar a corrente. De. vez em quan- liaixada em que êle só ouvia o cho<jue infer-
do um panorama esquadrinhador de belezas. nal (los inlcriv<sos mundanos para vir ás alfu-
SILVESTRE. RESERVATÓRIO
Quem ape a nas Paineiras não se arre- ras contemplar a esvrutura colossal deste
pende, antes marca o sitio para objecto ex- ponto- do Planeta em que vive e labuta.
clusivo de uma nova excursão.
A^assiz. D'Orbigny. Arago. Freycinet.
Darwin, De La Sallc, \\ ilkes. Demersay. La-
* * * Marmol. Elihu
droux, Sarmiento, Cantillo.
Root, Julio Roca, Mabileux. Richet,
Ferri.
Retomando o trem, sobem-se mais algu- Ferrero, Gemenceau, Roosevelt, Alberto L
mas centenas de metros de rampa, já na lom- Re- dos Belgas, e tantos outros, tendo passado
bada superior do monte e os quadros des-
; pelo Rio de Janeiro, e subido a este penhasco
limíbrantes começam a aparecer. grandioso exprimiram a sua admiração de
No Pico do Corcovado o excursionista homens cultos ou em exclamações patéticas, ou
emudece por instantes. Lança o olhar em em frases líricas de grande exaltação senti-
torno, e não é mais senhor de si. A emoção mental. Nada ha, efectivamente, comparável
empolga-o. Ainda que tenha percorrido as a es*.e panorama em que se desdobra a vasti-
partes mais belas do Globo, encontra-se deante dão de uma cidace, ^WMÍHiPsa moldura de
.
terras e aguas, montanhas e lagos que a cir- O Grande Maciço da Cidade divide, se-
cundam . para, e esconde uns dos outros os distritos mu-
nicipaes urbanos, variando as culminancias
* * * desses numerosos acidentes, e tornando reál-
mente dificil um golpe de vista geral.
neiro, tudo isso figura na exposição que fize- S . Januário, Barro Vermelho, e outros e, ;
3n
descrição I
canalizado e aproveitado para adorno. São
. .
mil e tantos metros de comprimciUo. outra larga supcrficie edificada, mas não des-
cobrirá num relance esses refúgios da pojuila-
Estácio dc Sá é bairro constituido pelas (;ão, nem de uns bairros se avistam outros
ruas e ladeiras que contornam e escalam pelo bairros. Só ha um ponto de onde .sc dcscor-
O BAIRRO
A BARRA DO RIO DE JANEIRO. A ENSEADA DE BOTAFOGO E
DO MESMO NOME, VISTOS DG ALTt) DO CORCOVADO
de embarcações. Avistam-se, de um só golpe cima dos outros, qual entre outros se esconde,
centenas de navios de variada tonelagem, uns dividindo-se em miríades de tectos de miría-
ao largo outros atracados ao Caes uns re- ;
des de construções erguidas e reerguidas já
cebem carga outros descarregam alguns estão ;
varias vezes em tres séculos e meio de labut"
em conserto. Dezenas de rebocadores e lanchas de melhoramentos, de reformas, de progresso
velozes cruzam por entre êles escaleres da
; Aguilhoando o espaço, aqui, ali, acolá
Armada, botes a frete, canoas de pesca, barcos mais adeante, por toda a amplidão, surge
de todos os tamanhos sulcam as aguas em campanários, torreões e cúpulas, distintiv^
todas as direcções. Borda o litoral, de igrejas e de moderníces arquitectónicas. Lá
linha SE-NOde 3500 metros, o Caes Acosta- está como um risco de luz no maciço do casa-
vel eriçado de guindastes e de mastros de rio a Avenida Rio Branco. No morro Santo
navios. Aqui está a Ilha das Cobras ligada ao Antonio em via de transformação: ador-
continente por uma alta ponte de ferro. Perto mece um convento triste e esquecido. Daí para
da ilha amarram couraçados, caça-torpedeiros Leste era o vale húmido a charneca paludosa
e outros vasos de guerra. Não longe vê-se a em que a agua do charco algumas vezes rece-
Ilha das Enxadas, séde da Escola Naval. Do bia a visita do mar. Aterrou-se o brejo com
outro lado está o território do Estado do Rio as alcatifas da Civilização, e sobre esse aterro
de Janeiro, cuja ponta mais próxima é a "Ar- primitivo sucessivas camadas de Civilização
mação", com repartições dependentes do Ar- se estenderam. iHoje é isso que se está vendo:
senal de Mar'nha. Daqui se aprecia bem o A Cidade pletórica, vaidosa, cheia de casas e
movimento ininterrupto do porto, atestando a de preconceitos, sem mais espaço para igrejas
importância comercial da Cidade que tem os sem area para mais estabelecimentos.
seus interesses ligados aos interesses de tantas O formigueiro humano aí desafia em
nações manufactureiras. actividade a actividade dos grandes centros
populosos do mundo ; e desde a Bolsa de tí-
Se nos voltarmos para o Sul, o olhar tulos até o iMercado de Frutas, desde o lu-
corre pela imensa superfície de telhados que xuoso armazém de modas até o humilde bufa-
não têm nível, que não têm uniformidade, que rinheiro, desde as agencias dos transatlânticos
não têm orientação, que se aguçam, que se até as bilheterias das estradas de ferro, tudo é
empinam, que se apertam, qual espreita por movimento, negocio, permuta de interesses,
Rio de Janeiro
121
fendas das ruas sobem vibrações de ar aque- Coração Nacional, ora calmo, ora airitado
cido menos ao sol escaldante do Trópico do
;
DO ALTO DO CORCOVADO
(A NOITE,
COM EFEITOS DE LUAR)
edificações em alas ao longo de ruas asfalta- cioso de crédito, receioso da improbidade, am-
das contribuem para o embelezamento e parti -
bicioso de gloria marcando com seus vivis-
;
INSTRUÇÃO PUBLICA
O
ensino profissional c .im;>;í,o e minis-
trado no Instituto "João Alfredo"
(interna-
A Constituição da Republica deixou
aos
to), nas escolas "Visconde de
Cayrú", "\'is-
municipios o encargo da instrucção primaria. conde de Mauá", "Alvaro Baptista" e
"Souza
A Lei Orgânica do Distrito Federal dá
ao
Aguiar" (externatos) para meninos e nas ;
O ensino primário é difundido por 285 ou escolas maternaes "Campos Salles" e "Ma-
escolas mixtas, 115 escolas femininas, 35 es- rechal Hermes".
colas masculinas. As escolas que funcionam Mais de 50 °|° dos cargos de Magistério
em prédios próprios muncipaes têm nomes são exercidos por senhoras.
próprios de cidadãos que se distinguiram por Os internatos têm cada um seu Medico
algum merecimento. O ensino é gratuito e clinico. Os externatos e escolas primarias são
leigo. Compreende Leitura, escrita e teoria
: sistematicamente visitados por médicos admi-
da linguagem Arimetica pratica até "regra
; tidos mediante provas publicas do seu saber
de tres" elementos de Geometria
; Sistema; como higienistas ; esses insf>eccionam os pré-
Métrico elementos de Geografia e Historia,
; dios escolares e observam quotidianamente a
principalmente do Brasil lições de cousas
; ; saúde de alunos e professores, prevenindo, me-
noções concretas de Sciencias Fisicas e His- dicando, evitando a propagação de moléstias.
toria Natural Instrução IMoral e Civica
; ; São em numero de 23 os inspectores mé-
trabalhos manuaes e trabalhos de agulha. dicos escolares outros tantos são os inspecto-
;
(Faz muita falta o estudo do Desenho em suas res exclusivamente literários que também visi-
Trabalham nas escolas primarias 320 pro- Taes inspectores, como todo o funciona-
fessoras catedráticas, 2158 professoras adjun- lismo deste ramo administrativo, são subordi-
tas de varias categorias, 2 mestras e 2 contra- nados ao Director Geral da Instrução Publica
mestras. A
frequência em 1922 foi de 39976 Municipal, autoridade escolhida pelo Prefei-
crianças to. De 1920 a 1922 foi Director Geral o Dr.
. . . .
Instituto Electro-tecnico
COLÉGIO PEDRO II
"Oswaldo Cruz".
Instituto
PROVISÃO. A experiência que temos de que
Escola "Wenceslau Braz" (artes e ofi-
nesta Cidade e seus contornos se perdem muitos
cios)
moços que, ficando órfãos de pae em tenra idade,
.
Professor de Canto leccionava apenas duas a letras foram empregados em diver.sas ofici-
vezes por semana.
nas mecânicas. Em 1821 o Regente H. Pedro,
O Património do Colégio ia se formando atendendo a fortes solicitações, restal^eleceu o
á custa de esmolas durante o 2." reitorado Orfanato na casa antiga, acentuando-lhe, porem,
;
reconstrução de 1918.
Os Órfãos de S. Pedro passaram naquela Grande reforma, porem, foi realizada em
ocasião a ser conhecidos por Órfãos de S Joa-
25 de Março de 18.37 pelo Ministro Bernardo
.
Art. 3.° — Neste Colégio serão ensina- Foi seu primeiro Reitor o Dr. Joaquim
das as línguas latina, grega, francesa e ingle- Marques de Almeida Rego. As aulas come-
sa, Rhetorica, e os princípios de Geografia, çaram em Fevereiro de 1858.
Historia, Filosofia, Zoologia, Mineralogia, Bo- Dispenso-me de assinalar outras muita?
tânica,Quimica, Fisica. Arimetica, Álgebra, revisões do Regulamento que não alteravan
Geometria e Astronomia. '
a natureza da Instituição.
Em 1889 o Governo Imperial comprou
O diploma de Bacharel em Letras apa- por 200:000$ o prédio da Praça D. Pedro I,
rece ai pela primeira vez. hoje Praça Deodoro, para onde se mudou e
Foi primeiro Reitor nomeado para o Co- onde até agora está o Internato.
légio Pedro II D. Frei Antonio de Arrábida,
Bispo de Anemuria. No di a2 de Maio de
*
1838 abriram-se as aulas. Os alunos saíam
á rua em terno de casaca verde com botões
amarelos, e chapeo alto de pêlo de seda. Depois do Decreto 11 .530 de 18 de Março
de 1915 o Colégio Pedro II é constituído pelas
*
duas secções —
Internato com 200 alunos e
Externato com 400, sob um mesmo Director.
O seu programa é o de uma sólida instrução
Novo Regulamento expedido em 1 de Fe-
fundamental que habilite o estudante a satis-
vereiro de 1841 pelo Ministro Antonio Carlos
fazer plenamente as exigências de um exame
Ribeiro de Andrada Machado e Silva, do 1.°
vestibular para admissão em qualquer escola
Gabinete do 2.° Império, alterou para sete anos
ou faculdade universitária.
o Curso de Bacharelato. 2 de Dezembro Em Cada- secção do Colégio tem um Profes-
de 1843 o Ministro José Antonio da Silva
sor de Português, um de Francês, um de Inglês,
Maia, do 3.° Gabinete, ouvido o Conselho de
um de Alemão, um de Italiano, um de Latim,
Estado, expedio Decreto sobre o modo de con-
um de Espanhol, dois de Matemática Elemen-
ferir o Grau O bacharelando, de joelhos,
:
* *
Em
1851 o Colégio foi encorporado ap Os professores do Colégio Pedro II, au-
património nacional, isenta a sua séde da De- xiliados por outros de outros estabelecimen-
cima Urbana, vendidos os seus prédios e em- tos oficiaes de ensino, constituem as comissões
pregado o produto em apólices da Divida Pu- julgadoras dos estudantes que anualmente pe-
blica, inalienáveis. rante o Colégio requerem exame de seus co-
Em 1857 foi o Colégio dividido em dois nhecimentos nas varias matérias do Curso
estabelecimentos — Internato e Externato, Normal de Preparatórios. No fim do ano lec-
cada um com seu Reitor. O internato insta- tivo de 1922 essas comissões examinaram em
lou-senuma chácara, alugada, da rua Conde Português, 1.044 estudantes Francês, 797 ;
;
do Bomfim canto da rua S. Francisco Xavier. Latim, 233 ; Inglês, 565 Alemão, 6 Espa-
; ;
.
Rio de Janeiro
129
nhol, 7 4
j Italiano, ; Aritmética, 1.183 ; Álge- rios por serviços de guerra, do Exercito
bra, 617 Geometria, 500 e da
;
; Geografia, 1.226 ;
Marmha e mcxliante retribui<;ão. filhos
;
de fa-
Hist. Universal, 760 Hist. do Brasil', 1.214
;
milias estranhas a essas classes.
;
COLÉGIO MILITAR
I
então Ministro da Guerra, e inaugurado em 6 ral e de Mineralogia. Bôas salas de aula.
ide Maio do mesmo ano. Foi seu primeiro Di- \'asto campo de exercícios. Dormitórios e re-
i
rector o então Coronel Antonio Vicente Ri- feitórios muito higiénicos.
I'
beiro Guimarães. A êle e á Congregação de A
matricula oscila entre 600 e 800. ul- O
I
professores que o Governo Imperial nomeou timo Regulamento (Março de 1922) limita em
,
se deve a organização e plano de ensino que 750, sendo 125 gratuitos.
I fizeram o Colégio notável desde o seu primeiro
lano lectivo. Os professores catedráticos são 14, e 12
Internato de instrução e educação mili- adjuntos ;
leccionam, porem, activa e dedica-
tar receber gratuitamente filhos
destina-se a damente cerca de 40 professores porque ha
de oficiaes efectivos e reformados, e honora- catedráticos e adjuntos adidos ao Colégio, e
. . . . :: . . .
Têm sido directores do. Colégio Militar O seu curso é de tres anos, sendo o 1.»
do Rio de Janeiro, depois do primeiro que Fundamental. Decreto 12.956 de 10 de Abril
deixou o cargo em Julho de 1891 : de 1918. Os alunos são praças de pret.
Coronel L. Mendes de Moraes (1891-93) . Os aprovados no Curso Fundamental são
Tenente Coronel João Carlos Marques chamados por ordem de merecimento, para
Henriques (1893).
Coronel Roberto Trompowsky Leitão de
escolherem a arma que preferem — segundo
as vagas em perspectiva na Infantaria, na Ca-
Almeida (1894). valaria, na Artilharia e na Engenharia d
Coronel José Alipio Macedo da Fontoura Exercito. Feita a escolha seguem os doi
Costallat (1894-904). anos do Curso Especial, em que cada alun
Coronel Manoel Rodrigues de Campos dentro da Escola pertence a tuna unidade mi
(1904-06).
Coronel Alexandre Carlos Barreto (1906-
litarmente organizada — ou Companhia de In-
fantaria, ou Bateria de Artilharia, ou Compa-
1916)
Coronel Alexandre Henriques Vieira Leal
nhia de Engenheiros — com obrigações d
arregimentado, como qualquer soldado na ca
(1916-19) sernã. Concluído o Curso o aluno recebe a su
Coronel Olavo Manoel Corrêa (1919-21). espada e o titulo de "Aspirante a Oficial".
General Alfredo Odoarto da Silva Moraes Alem da sua instrução técnica, tem a pratica
Nomeado em 1921. Fôra Secretario do Colégio do serviço em todas as suas minúcias. Co-
de 1895 a 1898. É dos mais antigos professo- nhece a sua arma e a vida de relações militares.
res do Estabelecimento. Para os distribuir pelos corpos do Exer-
O Secretario, em 1922, Tenente Agricola cito segundo a arma em que se especializa-
da Camara Lobo Bethlem, foi aluno do Colégio ram o Ministério da Guerra chama os Aspi .
Rio de Janeiro
COLÉGIO MILITAR
Escola Naval, com séde na Ilha das En- e a dirigiu em caracter particular. Foi seu
xadas. Regulamento de 7 de Abril de 1920. propósito contribuir para a obra regeneradora
Dá instrução teórica e pratica aos jovens que do magistério primário.
I tendo sentado praça como Aspirantes a Guarda- Encerraram-se as aulas com a mesma so-
marinhas, se destinam ao serviço da Marinha lenidade perante o Imperador, a 20 de Dezem-
de Guerra Nacional — navegadores, comba- bro de 1875, extingindo-se então a Escola,
tentes ou Engenheiros-maquinistas porque uma disposição da lei orçamentaria
Escola de Aviação Naval. Séde na Ilha desse ano, autorizava a creação de escolas
das Enxadas, emquanto se não muda para a normaes tornando ipso facto disj)ensavel a que
Ilha do Governador. Regulamento de 17 de fóra creada por iniciativa particular.
Janeiro de 1917. Subordinada ao Chefe do Essa escola funcionou na casa 104 da
Estado Maior da Armada, tem por fim pre- Rua Larga de S. Joaquim (hoje Marechal
parar aviadores para os complexos serviços da Floriano) O seu curso era de 3 anos, e al-
.
Municipio para a pratica do ensino. Dias", escola primaria mixta. na Praça Deo-
No dia 2 de Dezembro de 1876, lançou- doro.
se a pedra fundamental. Era dia aniversario A Escola Normal rege-se em 1922 pelo
do Imperador que então viajava pela Europa, Regulamento que baixou com o Decreto n." 1059
achando-se como Regente a Princeza Isabel, de 14 de Fevereiro de 1916, alterado parcial-
e sendo Ministro do Império o Conselheiro mente por vários decretos posteriores.
José Bento da Cunha Figueiredo. Realizou- A Escola Normal do Distrito Federal teni
se ás 2 horas da tarde na Rua da Relação es- tido 19 directores desde 1880 até 1922 :
ta), Inglez de Souza (jurisconsulto), Joaquim cia Rodrigues Alves, concedeu séde á Acade-
Nabuco (sociólogo), José Verissimo (critico), mia no Syllogêu Brasileiro.
Lucio de Mendonça (poeta), Machado de Assis Em 1919 faleceu nesta Capital o livreiro
(romancista e poeta), Medeiros e Albuquerque Francisco Alves que dotou a Academia com
(poeta e jornalista), Olavo Bilac (poeta e fo- o legado de alguns milhares de contos.
lhetinista), Pedro Rabello (poeta e jornalista),
Rodrigo Octávio (novelista e Professor de Di-
reito), Silva Ramos (escritor e filólogo), Tei- Cadeiras da Academia. Nomes dos
xeira de Mello (historiador) e Visconde de respectivos patronos (em grifo) com
Taunay (historiador e romancista) reuni-— as datas da sua existência.
limites
ram-se, em 28 de Janeiro de 1-907, na sala da Nomes dos académicos fundadores (o
Redacção da Revista Brasileira, e declararam 1." adcante de cada patrono). Su-
oonstituida a Academia, mesmo sem o apoio cessores dos que passaram á Eter-
oficial que lhes vinha sendo prometido, e que nidade.
faltava
Machado de Assis apresentou, então, o
Estatuto constante de dez artigos, redigidos
1 — Adelino Fontoura (1859-84)
Luis -Murat (1861)
por êle, Joaquim Nabuco, Silva Ramos, Ro-
drigo Octávio e Inglez de Souza que compu- 2 — Alvares de Acevedo (1831-82)
nham a primteira Directoria. Em seguida Coelho Netto (1864)
inscritos também como sócios fundado-
foram 3 — Arthur de Oliveira (1851-82)
Coelho Netto, Filinto de Almeida, José do
res Filinto de Almeida (1857).
Patrocínio, Luiz Murat e Valentim Maga-
lhães que tinham comparecido ás sessões ante-
4 — Basilio da Gama (1740-95)
Alcides Maya (1878)
riores. Todos foram aclamados membros efe-
ctivos e perpétuos da instituição, juntamente 5 — Bernardo Guimarães (1827-84)
com Affonso Celso, Alberto de Oliveira,, Al- Raymundo Corrêa (1860-1911)
cindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Re- Oswaldo Cruz (1872-1917).
dondo, Pereira da Silva, Ruy Barbosa, Sylvio Aloysio de Castro (1881).
Romero e Urbano Duarte que já haviam ade- 6 — Casimiro de Abreu (1837-60)
rido á idéa da fundação, aceitando o convite Teixeira de Mello (1833-1907).
para fazerem parte da Academia. Arthur Jaceguav (1844-1914).
Procedeu-se, então, á eleição de mais dez Goulart de Andrade (1882)
membros para completar o numero de 40, _
7 Castro Alves (1847-71)
obtendo maioria absoluta Aluisio Azevedo,
Valentim Magalhães (1859-1903).
Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domicio
Euclydes da Cunha (1866-1909).
da Gama, Eduardo Prado, Luiz Guimarães
Afrânio Peixoto ( 1876)
Jor., Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima,
Raymundo Corrêa e Salvador de Mendonça. 8 — Clandw Manoel da Costa (1729-89^
Escolheram os 40 académicos os seus res- AlI)erto de Oliveira (1857).
pectivos patronos literários e realiz'0u-se a
;
9 — Visconde de Araguaya (1811-82^
'sessão inaugural em 20 de Julho de 1907. Magalhães Azeredo (1872).
Nesse mesmo dia informou Machado de Assis
que a Academia recebera das livrarias "Gar-
10 _ Evaristo da Veiga (1799-1837)
Ruy Barbosa (1849).
nier" e "Laemmert", exemplares encadernados
de todas as obras dos Académicos e de seus 11 _ Fagundes Varella (1841-75)
veneráveis patronos. Foi assim iniciada a Bi- Lucio de Mendonça (1854-1909)
bliotéca que mais tarde tomou grande vulto Pedro Lessa (1859-1921)
com a oferta de mais de mil volumes das bi- Eduardo Ramos (1860)
bliotécas de Lucio e Salvador de Mendonça. 12 — França Júnior (1838-90)
Outras sessões se efectuaram no Gabi- Urbano Duarte (1855-1902)
nete Português de Leitura, na Associação Augusto de Lima (1860)
Christã de Moços, no Colégio Pedro II e na
Academia Nacional de Medicina. 13 — Francisco Octaviano (1825-89)
Visconde de Taunay (1843-99).
Em8 de Dezembro de 1900 o Presiden-
do Interior Francisco de Castro (1857-1901).
te Campos Salles e o :\Iinistro
Martins Júnior ( 186()-1904) .
V
. . . . . . .
19 —
35 Tavares Bastos (1839-75)
Joaquim Caetano (1810-73)
Rodrigo Octávio (.1866)
Alcindo Guanabara (1865-1918).
Silvério Gomes Pimenta (1849-22) 36 — Theophilo Dias (1854-89)
Affonso Celso (1860)
20 — Joaquim M de Macedo (1820-82)
.
,
28 — Manoel Ant. de Almeida (1832-61)
7
Viana
— Giierra Junqueiro.
Inglez de Souza (1853-1918).
Xavier Marques (1861).
8 — Guilherme Blost Gana ((1829-1905).
Victor Orban.
29 — Martins Penna (1815-48) 9 _ Henrique Ibsen (1828-1906). Conde
Arthur Azevedo (1855-1908). de Monsaraz (1852-1913). John
Vicente de Carvalho (1866). Cásper Bramer (1922).
. .
Rio de Janeiro
pela morte, em Seteml)ro, de D. Silvério por sua capacidade, porem, e pela aptidão dos
Gomes Pimenta, Bispo de Mariana. Candi- profissionaes que nêle se congregam dedica-
dataram-se para ocupa-la os srs. Gastão Pe- damente, hoje ali são ])re])arados todos os
nalva. Rocha Pomba. Gustavo Barroso, Otto soros e vacinas mais em uso. Alen^ disso,
Prazeres, Mário de Lima e Monsenhor José faz-se no Instituto "Oswaldo Cruz" o estudo
Landim das moléstias infecto contagiosas que se pro-
Foram publicados em 1922 quatro nú- pagam no homem e nos irracionaes e lá se ;
uma Associação destinada a salvar os rapazes actividade, muita fé, muito amor, muita ener-
dos perigos que lhes oferecem a rua, os bote- gia da vontade Ás seduções da ociosidade,
:
qtuns, as tavolagens e os alcouces. Condoera- dos falsos deleites e dos vícios, que desviam
se dos patrícios, amigos e colégas que per- os moços da Associação, é preciso saber opôr,
diam tanto tempo de suas folgas em cousas hábil e infatigavelmente, a propaganda do
prejudiciaes ou, mesmo, em cousa nenhuma, Bem, até vencer a cruel resistência, até des-
tempo que podiam aproveitar no melhora- pertar mesmo os indiferentes.
mento do seu corpo, da sua inteligência e do Os secretários norte-americanos são ad
seu caracter. Reunio aquêles que julgovi ca- miravelmente preparados para esse oficio ;
para um novo e grande edifício, se aqui sub- luaioridade não faltava ás sessões, interessan-
screvessem 100.000 (quatrocentos contos ao do-se por todos os trabalhos.
cambio da época) a A. C. M. reunio todos Sucederam ao \'isconde de S. Leopldo
os seus amigos e reconhecidos pelos serviços na Presidência do Instituto :
Barão Homem de Mello (1889). dotar o Rio de Janeiro, capital de seus domí-
Dr. João Severiano da Fonseca (1890). nios Sul Americanos, figura o IMuseu (^^2)
Dr. José Alexandre Teixeira de Mello que êle fundou com muitos exemplares da
(1891) fauna brasileira empalhados e classificados
Henrique Raffard (1892-1905). pela Naturalista Xavier, na tal Casa dos Pás-
Dr. Max Fleiuss —
De Janeiro de 1906 saros com uma soberba colecção mineraló-
até agora —
tendo sido de Janeiro de 1901
•
;
1919, de 178 l.m^ na Avenida Henrique Val- se acha hoje o Arquivo Nacional.
ladares, terreno doado pelo Governo para a Aí esteve até 1892 o vasto mostruário
construção da sua séde. que actualmente ocupa o antigo Paço Impe-
O Instituto conta 172 sócios efectivos, rial da Quinta da Boa Vista.
honorários e correspondentes. Oprimeiro Director nomeado por D. João
VI para o Museu que acabava de crear foi o
frade franciscano José da Costa Azevedo,
MUSEU NACIONAL maranhense de nascimento, estudante do Curso
Secundário de Coimbra, Bispo de Pernambu-
co, Lente de Mineralogia na Academia IMili-
No Campo da Lampadosa, em frente á tar do Rio de Janeiro. Faleceu em 1822.
Lagoa da Panela, o Vice-Rei Luiz de Vascon- A pedido do notável politico e homem de
cellos mandara construir um edifício para Sciencia, José Bonifacio de Andrada e Silva
Museu de Historia Natural. alguns naturalistas estrangeiros como o Barão
Em quanto lenta e solidamente a obra Lingsdorff, Netterer (fundador do IMuseu
era executada pelos presos, mandou improvi- Brasileiro em Vienna). Berche (de Hambur-
zar mais rapidamente uma casa térrea para go). Paoli R. Schuch, Dr. Sellow e Saint
deposito de animaes empalhados e de alguns Hilaire, enriqueceram o Museu com espéci-
exemplares vivos, predominando aves pelo — mes geológicas, mienralogicos e zoológicos.
que o povo a denominava Casa dos Pássaros. Quando faleceu o grande José Bonifacio a
Foi encarregado desse pequeno estabelecimen- sua família distinguio o í^luseu com a oferta
to o Ornitologista Francisco Xavier Cardoso do esplendido Gabinete ^Mineralógico que lhe
Caldeira, a quem o povo apelidou Xavier dos pertencia
Pássaros. Depois de Fr. José da Costa Azevedo
O pedra e cal quando concluí-
edifício de tem dirigido o iMuseu o Dr. João S. Caldei-
do foiErário Régio, e hoje é Tesouro Fe- ra. Fr. Custodio Alves Serrão. Dr. Cesar
deral. Onde se alastrava a Lagoa da Panéla Burlamaqui, Conselheiro Freire AUemão,
ergue-se desde 1820 a igreja matriz do Sa- Conselheiro Ladíslau N^etto e Dr. João Ba-
cramento . ptista de Lacerda. Hoje e^tá sob a direcção
do Prof. Dr. Bruno Lobo.
*
No correr de um século de existência por
tal forma se avolumaram as colecções e cre-
Entre melhoramentos e institui-
outros sceu a importância da instrução publica que
ções com que El. Rei D. João VI resolveu varias vezes se fez necessário reorganiza-lo,
.
Rio de Janeiro
A
segunda secção consta de modelos e CLIMA DO RIO DE JANEIRO
meios modelos de unidades de diversas catego-
rias da nossa marinha de guerra antiga e
moderna O conjunto dos fenómenos meteorológi-
Na terceira se acham bandeiras brasilei- cos habituaes numa regiãq do Globo consti-
ras que se desfraldaram em logares e ocasiões tue o que se chama o Clima dessa região.
de grande importância para a Historia do Esses fenómenos meteorológicos devem
Brasil. Aí estão á bandeira e o estandarte de ser metodicamente observados, registados e
seda que arvorava a Fragata "Constituição" comparados para darem base scientifica á de-
na viagem de ^larço de 1843 em que trouxe terminação climatogica de uma localidade.
da Europa a Imperatriz D. Thereza Chris- No Brasil a serie mais completa de ob-
tina. Também lá se vê a primeira bandeira servações refere-se justamente ao Rio de Ja-
da Republica usada por navio brasileiro o — neiro. As mais antigas são de 1781, feitas pelo
Paquete "Alagoas" que em Novembro de 1889, padre jesuíta Bento Sanches Dorta, português,
conduzio á Europa a Faniilia Imperial, de- considerado Astrónomo distinto pelo sábio Di-
posta .
rector do Observatório Nacional, Dr. H. Mo-
Aquarta e quinta secções são relicários rize, em cujos escritos procuro conhecimentos
vitrina de medalhas militares e comemorati- cia de Santiago dei Estero, Republica Argen-
Carlos Simoens da Silva que o fundou em que sopre a "brisa do mar", entre as 12 e 14
1879. enriquecendo-o desde então com as horas. Não é raro, então, ver que a coluna
mais variadas e interessantes aquisições. termométrica baixa 4, 5 e 6 centígrados Se .
Compõe-se de tres secções distintas este refresco se não dá, e a temperatura con-
;
Rio de Janeiro um notável Congresso de Ame- duram ás vezes dias, e corresponde-lhes uma
ricanistas alta barométrica.
O
TOPOGRAPHIA População
Urbana 790.823 habitante!
latitude S .... Entre 22" —44 — 45"
— 06'- 06" e 23"— 04'— 25" População
recenseada
Suburbana e rural 356.776
Longitude W de Greenwich Entre 43° e 43''-45'— 58"
(1-0-1920)
Marítima 10.274
DIstricto Federal 1.157.873
População calculada para todo o DIstricto Federal 1.183.(62
Área da zona urbana . . . 1661(2 421.050m2
habitantes
> > » suburbana 997k2 511.950m2
(31—10-1921)
» geral do DIstricto Federal 1.163k2 933.000 m 2
MOVIMENTO DO ESTADO CIVIL
Zona Zona Médli
Exposição em geral N E Urbana suburbana Total diari*
TOPOGRAPHIA População
22° -53'—41', População Urbana 790.823 habitantes
Latitude S
Longitude W de Greenwich . . 43°— 13'— 23" — 2h5 2m53,s5 recenseada Suburbana
Marítima
e rural 356.776
10.274
(1-9-1920)
DIstricto Federal 1.157.873
Area da zona urbana 164,km2 469.822
> > > suburbana 995,l(m2 036.005 População calculada para todo o DIstricto Federal 1.256.370
> de diversat ilhas *,km2 427,073 habitantes
> geral do DIstricto Federal .... 1.163.km2 933.000 30-IX-1922)
EiposiçSo geral NE
MOVIMENTO DO ESTADO CIVIL
AltitadK / máxima ...... 460 metros
Média
da area { minima 1 Zena Zona
habitada v média da parte mais populosa 3 > urbana suburbana Total dUría
Nascimentos . . 483 222 705 100.71
Casamentos . . 225 35 260 37 14
Óbitos 313 142 455 65.00
NOTA— Estes dados se baseiam em informações do Observatório . . . .
(2)
33 14 47 6.71
Naeional e da CommiasSo da Carta Cadastral. Nascidos mortos
etc
(2) Predominaram afecções do apparelho digestivo (114). hprih<.ri cólera
caso algum de benberi,
Óbitos por doenças transmissíveis 137, não se registando
e raiva^
ou enterite cobriforme, crup,, escarlatina, febre amarela, lepra, Pejte
244 eram do sexo masculino e
Dos 455 indivíduos falecidos nesta semana ultima do ano
menos de ano: 88 de a o ^ de J>
388 eram brasileiros. 102 viveram
12 de 10 a 20- 67 de 20 a 30; 63 de 30 a 40; 2o
1
de 40 a 50, 34 de | ^ ou f ^
em hospitaes. asilos, recolhimentos, etc. 106.
de mais de 60 anos Faleceram em domicílio 348;
. . .
14 horas, conforme a estação, até o Pôr do As chuvas foram escassas nos dous pri-
Sol. Ao cair da noite dá-se quasi sempre um meiros mezes, e ligeiramente acima da normal
período de "calma", cortado por "brisas em Fevereiro, o "deficit" pluvíometrico de De-
loucas" de duração muito variável. Depois zembro foi 71.3 milímetros, e de Janeiro 55.7
sopra o "terral" até amanhecer. milímetros. A
precipitação mais intensa foi
Quando o Sol passa para o hemisfério observada entre 23, 24 horas do dia 3 de Feve-
boreal o$ ventos de SE e SSE tornam-se reiro, com 15.2 milímetros, intensidade pouco ]
NNO
j
mas vezes até 11 e 12 horas. velocidade dos A de 9 a 15 de Janeiro, e o mais seco ocorreu
ventos no Rio de Janeiro, ainda com as maio- entre 7 e 15 de Dezembro.
res depressões barometricas, nunca excede de Foram registados apenas tres dias com
30 metros por segundo, e isso mesmo em ventos fortes — um em Dezembro (mau tempo ,
O
nevoeiro seco é fenómeno observável com trovoadas) . 1
nos mezes de Agosto, Setembro, e na pri- Nenhuma anomalia se notou na taxa dei
meira quinzena de Outubro. São atribuidos a humidade relativa cujo calor médio muito se 1
queimadas na. zona agrícola as tempestades ; aproximara da normal dos mezes considerados.
os dissipam. O céo permaneceu um pouco menos nu-
A media anual de dias perfeitamente blado do que é comum no verão, havendo um
claros é de 131 excesso de 79 horas de insolação. Contaram-
A media da pressão atmosférica é de se 6 dias claros, 50 nublados.
34 encobertos e
758.60. Dada a a nossa re-
relação intima, em
A humidade relativa é em media de gião, entre o movimento dos systemas isobá-
78 °[®. A tensão do vapor atmosférico é em ricos moveis e o estado geral do tempo, o verão
media 16.5. também correu sem nenhuma anomalia cons-
pícua, do ponto de vista da circulação geral das
*
baixas camadas atmosféricas.
De um modo geral, poder-se-á dizer que
Como informação complementar dou a a estação càlmosa de 1921-22, no Distrito
seguir as quatro estações de 1922, em resumos Federal, foi seca no maior período, e de calo-
organizados pelo Instituto Central da Dire- res normaes.
ctoria Meteorologia recentemente
de desane-
xada do Observatório Astronómico. O Outono
Nenhumaanomalia acentuada caracteri-
O Verão zou o outono de 1922 no Distrito Federal. A
O verão de 1921-1922 no Distrito Fe- temperatura foi ligeiramente mais alta noà
deral transcorreu sem anormalidade de nota. mezes de Março e Maio, e quasi perfeitamente
A
temperatura media de cada mez, muito normal no mez de Abril.
pouco variou com relação ás respectivas nor- Houve apenas dois períodos relativa-
maes e, considerando-os em conjunto, o valor
;
mente frios um entre 8 e 21 de Abril, outro
:
médio resultante foi exactamente igual ao valor entre 10 e 18 de Maio. Foram sentidas as se-
médio normal da estação estável entre nós. A guintes temporadas de calor, de 18 a 29 de
soma das máximas acumuladas em todo o Março, de 1 a 5 de Abril, de 4 a 9 e de 19 a
verão, pouco se afastou da soma normal, ao 25 de Maio.
passo que;, com a soma das mínimas, verífí- A
mínima absoluta da estação (17°) foi
cou-se um afastamento negativo sensível indi- observada aos 10 de Abril. maior tempe- A
cando terem sido as madrugadas mais frescas ratura registada foi 34° em 26 de Março.
que habitualmente, o que é explicável pela •As mudanças mais bruscas de tempera--
menor nebulosidade observada e, portanto, tura de uma hora a outra, aliás pequenas, de-
maior radiação nocturna. Houve apenas dous ram-se em Março, e as de um dia ao outro,
períodos acima de 30°, o de 21 a 25 de De- em Maio.
zembro e o de 22 a 25 de Janeiro A máxima .
As chuvas foram mais frequentes em
absoluta registada no Castélo, foi de 34°2, Março e Abril. As de Março ficaram muito
ocorrida duas vezes, a 7 de Janeiro e 20 de acima da normal em virtude dos grandes agt^a-
fifíriiriiMiiíiíinilÉ^
. . .
R«o DE Janeiro
143
ceiros do dia 30.
As precipitações de Maio
poroutro lado, apresentaram
um "(Jeíicit""
periodo invernoso — a de 23 de [unho.
de OSO.
pluviometrico de 349 mms. De
modo geral o A taxa dc humidade
outono de 1922 teve, no Distrito relativa
relati\ foi infer.or
Federal um rmal. excepto no mez
excesso de chuvas de perto de cem .
de Julho cujo valor
milimetros mcdui Igualou a normal.
O
período mais chuvoso correu
de 1 a 10
de Março, e o mais seco entre
A nebulosidade esteve abaixo
da normal
14 e ''S e a msolação mais
de Maio. alfa do que é usual no
mverno
Ocorreram quatro ventanias, nos dias
23 Contaram-se 25 dias claros, 23
e 30 de Março, e em 9 e 10
de Abril. A da encober-
madrugada de 10 de Abril foi impetuosa, atin-
tos e 44 nublados.
gmdo a rajada máxima a velocidade de 23,2 m. A névoa seca foi. estranhamente, pouca
este ano. no mez de Agosto.
por segundo
A
taxa de humidade relativa esteve, na
media, sempre acima da normal.
Primavera
- 1
A nebulosidade
A
Primavera dc 1922 no Distrito Fe-
foi maior do que é co- deral não apresentou nenhum
mum no outono ; e, como o excesso não .se tico anómalo. A temperatura
aspecto climá-
verificou só á noite, consequentemente, houve foi ligeiramen-
te mais baixa nos mezes de
regular "deficit" de insolação que montou Outubro e No-
vembro. Tomando os tres mezes da estação
a 53 horas.
em conjunto a temperatura esteve apenas dous
Contaram-se apnas 10 dias claros ob- ;
décimos de grau abaixo da normal Os perío-
servaram-se 33 encobertos e 49 nublados. .
únenft, e, a despeito das tres ventanias de Ou- tecimento, Repartição creada, depois da guerra,
tubro, a primavera carioca de 1922, traduzida subordinada ao Ministério da Agricultura.
por valores médios, não revelou, em face dos O pensamento primitivo- foi combater a
dados normaes de muitos anos, anomalia apre- acção da carestia pela aproximação dos agri-
ciável . cultores e pequenos productores do próprio
consumidor, evitando o intermediário ga-
nancioso .
"
Rio Grande 6.000.000 carne seca de 1 600 a 1 800 réis o kg
. batata
. . ;
"
Ciganos 4.000.000 de 400 a 500 réis, açúcar branco de 1.* osci-
"
Covanca 1.300.000
" lou entre 600 e 900 réis, café a 2$000, ovos
Tres Rios 800.000
" de 1$500 a 2$000 a dúzia.
Madame Rocha 144.000
"
Maracanã e S. João 13.000.000
"
Em Janeiro de 1922 as vendas efectua-
Trapicheiro 1.148.000 das nas feiras do Rio de Janeiro atingi-
"
Andarahy 2.000.000
1.813.000
" ram a soma de 1 164 :550$900. Fevereiro,
Macaco ;
"
Lagoinha 543. QOO
"
1.456:665$600; Julho, 1 .554 :643$450; Agos-
Silvestre 455.000
" to, 1.637:330$600; Setembro, 1 .670:793$300;
Chororó 100.000
Caboclas 472.000
" Outubro, 1.719:953$200 Novembro ;
"
Surubi 400.000 1.543:848$ 100; e Dezembro, 1 .796:763$100.
Só a venda de arroz nas feiras importou
em 1 179 :847$700 açúcar, 633 :1 18$900
A colecta e agua está
distribuição de
.
596:890$850;
; :
Rio de Janeiro
145
A
Assistência Publica está, felizmente, Ordem Terceira dos Alinimos de S. Francisco
bem lançada no Rio de Janeiro. Os governos de Paula.
municipal e federal, e a iniciativa particular Asilo de Inválidos da. Patria ; Ministério
têm se preocupado muito com o assunto. da Guerra.
Desde que se gera no ventre materno até Asilo "Izabel", para meninas adminis- ;
S. Francisco de Paula.
Hospital "S. Zacarias" ; para crianças.
Hospicio "N S. da Sande" , para adultos.
.
Hospital' da V O.
. 3." da Penitencia.
Hospicio 'S. João Baptista", para adultos. Hospital de Estrangeiros ; Empresa par-
Hospicio "N S. do Socorro", para adultos.
.
ticular .
Rio de Janeiro
completas de higiene e recursos falhos para Onde havia apenas seis ambulâncias fi-
Assistência a Municipalidade cambaleava. caram trinta ; e ao material rodante de pron-
Estava pedindo uma reforma a Repar- to socorro associou um Ivande-ambulancia
tição, quando o Dr. Carlos Sampaio, nomea- creação do seu espirito de medico e de admi-
Barbosa, abalizado professor da Faculdade d*" nistrador.
Medicina, e iniciador do socorro medico de ur-
gência na Policia de Botafogo que fundara
em 1900.
Ao tomar posse do cargo, em 17 de Neste mesmo período administrativo,
Junho de 1920, proferio o Dr., Luiz Barbosa 1920-22, Dr. Luiz Barbosa efectuou a
o
substancioso discurso onde fez promessas fe- transferencia do Asilo "S. Francisco de
lizmente realizadas no curto prazo de dois Assis" para o Boulevard 28 de Setembra aco-
. .
quentam o Estabelecimento ainda mal acomo- Policlinica de Botafogo foi lançada solene-
dado na rua Visconde do Rio Branco, mas com mente em 14 de Julho de 1922, perante o Pre-
uma construção já bem adeantada e espaçosa feito, professores da Faculdade de Medicina,
"na rua do Areal membros do Conselho Deliberativo, muitos
No ano 1922 o Dr. Moncorvo expoz médicos e amigos da Instituição. O infatigá-
uma admirável colecção de observações feitas vel Medico, Professor e Administrador, re-
sobre costumes das mães, costumes infantis, cordando 22 anos de experiências, labutas,
vicios oriundos da ignorância, e perigos con- satisfações e contrariedades, benefícios e dedi-
sequentes, ameaças permentes á saúde das cações, proferioum vibrante discurso que foi
crianças pelos descuidos, erros, defeitos na ali- atentamente ouvido e que o lornal do Comer-
mentação, no vestuário, na habitação, nc cio estampou no dia seguinte. Por êle se pôde
berço, e pelos contactos com animaes parasi- avaliar a grande obra de esforços e beneme-
tários ou contubernaes . Um
verdadeiro museu, rencias de que já tem surgido, aliás, outras or-
sob o nome realmente de Museu da Infância ganizações O Arquivo Medico Brasileiro,
:
Rio DE Janeiro
controu a benevolência das Exmas. Sras. Clóvis Corrêa, Didimo Napoleão, Corrêa da
Stella de Carvalho Guerra Duval em cuia — Veiga, Braune Capper, Annibal Prata. É Vice
casa se efectuou a primeira reunião, e que Director o Dr. Fernando \'az.
ainda é a Presidenta da Associação, Mme.
Wenceslau Braz, D Jeronyma de Mesquita.
— *
que actualmente é a Tesoureira, e D. Jenny
Amaral — actual Secretaria ; cavalheiros, e
firmas comerciaes e industriaes muito auxilia- De accordo com o Departamento Nacio-
ram, também nal de Sande Publica foi creado junto ao Hos-
A fundação da PRO MATRE, no dia pital um Dispensário para tratamento de mu-
.
1." de Abril de 1918, reunio em torno do Dr. lheres, gravidas ou não, que apresentem mo-
Fernando de Magalhães médicos distintos, dis- léstias venéreas.
postos a colaborar na grande obra de Sciencia
e Caridade. *
O Governo Wenceslau Braz doou á As-
sociação um terreno na Rua Venezuela, junto
á Doca Pedro II aí havia um velho casarão
;
Espalhados pela Cidade ha vários Postos
que foi aproveitado. Quando a gripe assolou Externos de Consulta Gratuita da PRO MA-
a população, em Outubro, já o Hospital PRO TRE, onde médicos especialistas atendem
aos
MATRE se ofereceu para receber vitimas da doentes como nos próprios ambulatórios da Rua
grande epidemia, e tratou-as piedosamente. Venezuela
Um incêndio na Doca Pedro II, em 1919, A Municipalidade subvenciona anualmen-
danificou totalmente o Hospital PRO MA- te a PRO com 24:000$000. MATRE
TRE Seguiram-se dias de
! desassossêgo,
mezes 'amargos, por não ter a Associação como
atender á pobreza que mais precisa de assis-
tência nas atribulações do puerpério.
DA SANTA CASA DE IRMANDADE
Não tardou, porem, a reacção. No mesmo MISERICÓRDIA
terreno, sobre os mesmos alicerces reergueu-
se o edificio, agora novo. apropriado para os
seus fins. As famílias Rocha, Mendes Campos, A "Santa Casa de Misericórdia", como
Passos, Sutton e Ottoni concorreram com as geralmente se denomina, é instituição de
ori-
sócias mais devotadas para que se reabrisse o gem portuguesa. O seu creador Fr. Miguel —
Hospital PRO MATRE. Em 25 de Setem- de Contreiras nasceu na Espanha mas — ;
bro de 1921 o Dr. Fernando de Magalhães foi em Lisboa onde fazia vida religiosa, e com
.. . ) . .
a colaboração de D. Leonor, filha do Duque Dessa data por deante muitos melhoramentos
de V;zeu, esposa de D. João II, que teve a tem recebido, e recebe, sempre, o vasto refugio
sua primeira séde, em fins do século XV, a dos enfermos pobres são notáveis as alas da
;
primeira Santa Casa de Misericórdia. frente e dos fundos onde ha primores de ar-
Instituio-se a Confraria ou Irmandade da quitectura, e que foram concluídas pelo bene-
Miserxordia em 15 de Agosto de 1489. seu O mérito Provedor Zacharias de Goes e Vas-
Compromisso tem a data de 29 de Setembro concellos
desse ano, ainda que só fosse impresso em De- Ao longo de trinta enfermarias ha neste
zembro de 1516 .
hospital geral mais de mil leitos para homens
Julgada excelente a Instituição destinada e mulheres de qualquer raça, nacionalidade ou
a hospital'zar enfermos, asilar órfãos e inváli- crença. Oitenta e seis médicos e cirurgiões vi-
dos, confortar religiosamente os encarcerados, sitam diariamente essas enfermarias, auxilia-
mandou El-Rei que se fundassem irmandades dos na sua missão de sciencia e caridade por
ou confrarias de Misericórdia por todas as ci- mais de 40 alunos da Faculdade de Medicina.
dades para alivio dos sofredores
e vilas A actual Provedoria procedeu a uma reforma
Ao Brasil chegouo espirito piedoso e ; completa de todo o Hospital, e ampliou-lhe o
em 1545 fundou-se a primeira Irmandade de aparelhamento dotando-o de um Hydrothera-
Misericórdia no Rio de Janeiro. Só em 1582, pium, instalações de Raios X, e pavilhões para
porem, surgio o primeiro hospital, ali, mesmo, cirurgia. Da Faculdade de Medicina funcio-
na~ praia que dez anos mais tarde recebeu o nam muitas aulas nas enfermarias da Santa
nome de Santa Luzia por causa da igreja á Casa
beira-mar construída sob tal invocação. Im- A entrada do Hospital Geral, num largo
provisou-o o jesuita Anchieta, de acordo com recinto chamado "Sala do Banco", 26 médicos
os Irmãos da Misericórdia, para tratamento e adjuntos atendem a centenas de enfermos
de enfermos desembarcados de uma frota es- dos que não necessitam de hospitalização e que
.panhola que ])assou de viagem para o Estreito ali recebem grátis os remédios receitados.
de Magalhães. Irmãs da Congregação de S. Vicente de
Á semelhança do que sucedia em Portu- Paula, que são chamadas "Irmãs de Caridade",
gal eram aqui escolhidos os Provedores da Mi- em numero de 58, auxiliadas por 47 enfermei-
sericórdia entre os maioraes da Cidade. O ras e enfermeiros, fazem todo o serviço er.
Compromisso estabelecia que o Provedor fosse volta dos doentes. Os mais empregados sã'
"homem de autoridade, prudência, virtudes, em numero de 181 É ha largos anos Director
.
reputação e idade taes que os outros irmãos o Geral do Estabelecimento o Dr. Arthur Maxi-
reconhecessem como cabeçí^, e naturalmente miano da Rocha.
lhe obedecessem". A
dedicação dos Provedo- Seria interessante uma estatística dos en-
res, a piedade dos irmãos e o aumento da po- fermos tratados no Hospital da Misericórdia
pulação fizeram com que o Hospital fosse Não a tenho, não ha, nem seria fácil obte-la.
crescendo em capacidade e em perfeições O Provedor em
que publicou
actual, noticia
No livro "Os Provedores da Santa Casa ha anos, alude a 200 enfermos no ano de 1650, a
de iMisericordia da Cidade de S. Sebastião do 400 no ano de 1837, a um movimento de 5 123 .
Rio de Janeiro" estão registados 153 Provedo- no ano de 1839-40 e demonstra um movimen-
;
que ha noticia, até o Dr. iMiguel Joaquim Ri- O ano compromissal 1921-22 (1 de Julha
beiro de Carvalho, eleitoem 1902. a 30 de Junho) começou com 1.088 enfermo
Desejo, apenas, mencionar aqui os diver- recolhidos ás 30 enfermarias entraram du- ;
sos estabelecimentos mantidos pela venerável rante o ano 16.889 saíram 15.020 ;
falece- ;
Instituição, pois não é possível escrever sobre ram 1 790 . ficaram em tratamento 1 167
;
.
o Rio de Janeiro sem lhe fazer referencia. (A percentagem de 9,958 ficará reduzi-
da a 8,027 °|°, se se considerar que 347 entra-
ram moribundos, falecendo nas primeiras 2
horas .
Rio de Janeiro
151
tratadas para aleitamento das criancinhas. As órfãs dos dois estabeleci incnins vivcin
A
criação, a educação, o ensino profissio- em commum, sem distinção, rateando-se a des-
nal,tudo se faz no grande edifício. As educan- peza. As desvalidas tem o dote de 800$000, e
das que prestam serviços de ama seca percebem as recolhidas de 800$000 a 2 :000$000. quando
mensalmente 20$000, formando seu pecúlio que casam com licença.
rende 4 1|2°|°, com acumulação semestral aos ; O primeiro Recolhimento instalado com 5
21 anos são colocadas em casas de família, órfãs ao lado do Hospital Geral aí permaneceu
aptas para cosínhar, lavar, engomar, costurar por um século, até 1842. Teve depois sedes
ou bordar, alem da instrução literária que te- sucessivas, corrido, ás vezes, por vendavaes
nham, adquirido segundo sua capacidade ou epídemicos fftie obrigavam a Administração a
aplicação. Os meninos logo que podem, entram pôr as órfãs a bom recato. Hoje. na sua séde
para as oficinas de calçado, alfaiataria, enca- definitiva, é modelo de ordem e de conforto,
dernação ou tipografia, de cujos lucros são par- dando abrigo, instrução e dote ás órfãs e ás
também, seus pecúlios.
ticipantes, constituindo, desvalidas, em numero de 190. Por aí tem
Os que gostam de musica estudam, e formam q passado centenares de meninas arrebatadas
Banda do Estabelecimento. Aos 18 anos são pela >ríserícordia aos torvelinhos da infe-
paes, ouro, e 9 prédios de aluguel o das Des- ; pregados ainda lhes sobra tempo para aten-
;
validas consta de 366:300$000 em apólices fe- derem a encomendas de fóra cujo produto é
deraes, e do magnifico prédio onde residem. aplicado na compra de suas roupas e calçado.
Irmãs de Caridade educam e instruem as As que atingem a maioridade continuam, ás
órfãs ensinando-lhes artes domesticas de grande vezes, no serviço da Casa, vencendo salário ;
epidemia. O grande Provedor José Clemente rias foram tratados 2.130 enfermos.
poz a Irmandade da Misericórdia em destaque A despeza total para 1921-22 foi orçada
para esse empreendimento. No morro da em 370:047$000.
Gamboa, antigo do Chichorro, existia a Casa
de Saúde do Dr. Peixoto. A Irmandade adqui-
río a instalação, depois a própria chácara onde
estava a Casa de Saúde, e abrio, rápido, a en-
fermaria publica. As epidemias sucederam-se.
Ali foram recolhidos, alternadamente umas
vezes, outras vezes simultaneamente, enfermos hospício "S. JOÃO BAPTISTA".
de febre amarela, de de cólera
varíola e É uma das tres enfermarias publicas abertas
morbus. Ampliou-se a casa para corresponder pela Irmandade em 1850, e custeadas pelo Ser-
ás necessidades. De 30 leitos e 3 quartos parti- viço Funerário. Funcionou primeiramente numa
culares passou a ter 300 leitos e 14 quartos casa depois abrangida pelo Cemitério S. João
particulares. Foi teatro de lúgubre movimen- Baptista. Ergueu-se definitivamente na super-
to naqueles períodos calamitosos. fície deixada por 4 prédios que a Irmandade
Em 1888 o Governo creou os hospitaes comprara e demolira na Rua de Copacabana,
de isolamento "S. Sebastião" e "Santa Bar- hoje Rua da Passagem. Em 1 de Janeiro de
bara" O Hospício
. N
S da Saúde foi, então,
. . 1852 entrou aí o primeiro enfermo que saio
sensivelmente aliviado. Nunca, porem, deixou curado a 22. A Irmandade lutava com difi-
de ter enfermarias especíaes para moléstias culdades. Em Agosto de 1856 fechou-se a En-
contagiosas até ficar esse serviço exclusiva- fermaria "S. João Baptista", onde haviam sido
mente afecto ao "S. Sebastião". acolhidos e tratados 2.050 enfermos.
Já na Provedoria actual recebeunovos Outras vezes mais foi aberta e fechada
melhoramentos ampliação
e 340 leitos, distri-
: segundo as necessidades, até que em 14 d
buídos 16 pelos quartos particulares. É o se- Julho de 1881 se reabrio com 90 leitos, e so'
gundo hospital da Irmandade. Tem Escola de a denominação de Hospício. Hoje possue 1
Enfermeiros, e um serviço de cirurgia dos me- leitos, parte dos quaes constítue a Secção Gíne
lhores da Cidade. cologíca sob a direcção gratuita do Senado
Dirige o Estabelecimento o Dr. Neves Costa Ribeiro.
Armond A frequência do Hospício foi de 669
Anexo ao Hospício existe um Asilo para enfermos.
recolher as crianças que acompanham as mães São enfermeiras 7 Irmãs de Caridade qu'.
enfermas, e para interna-las definitivamente, têm sob suas ordens 12 serventes.
se estas faleoem. Também aí são internadas Anexos ao Hospício ha um Consultório e-
as crianças que entram no Hospício para tra- uma Farmácia.
tamento e que não têm quem as procure de- A
sua despeza- em 1921-22 foi de
pois de curadas. Estas asiladas em numero 121:000$000.
hoje muito reduzido, aprendem costura, bor- Dirige o Hospício o Dr. F. Soares Pe-
dado, renda, crochet, tricot ; lavam e passam reira, e o Consultório está a cargo do Dr. Octá-
a, ferro toda a roupa dos enfermos e dos em- vio Ayres
: .
Rio de Janeiro
153
*
4>
mero de 34.092, eas formulas aviadas 37.584. o Governo concorrido com 700. É um perfeito
Dirige o estabelecimento o Dr. Alberto Sanatório, todo luz, higiene, conforto c cari-
de Figueiredo. nho. Alem das salas da Administração e de
visitas,consta de seis pavilhões circulares, in-
dependentes entre si, e ligados a outros tantos
*
rectangulares por passadiços envidraçados.
Cada pavilhão tem dois pavimentos, e em cada
pavimento ha 16 camas, h cubagem é de
ASILO "SANTA MARIA". Num prédio 80 m3. para cada leito. Scientistas estrangei-
e chácara da Rua da Passagem estão sob este ros que o têm visitado afirmam não haver no
nome dois estabelecimentos de assistência, género estabelecimento que o iguale.
á puberdade e á velhice. Ai se encontram Durante o ano 1921-22 recolheram-se ao
sob o mesmo tecto a decrepitude e a esperança Hospital 1.316 enfermas das quaes se retira-
37 mulheres que já foram validas, e 57 ram com mais saúde ou perfeitamente cura-
que o serão. das 623.
Também é obra do inolvidável Provedor A despeza foi de 346:320$000, concor-
José Clemente Pereira. rendo o Governo com a metade.
As creaturas que por sua idade avançada Vinte Irmãs de Caridade respondem i>ela
nada fazem, nada esperam, respiram, ao ordem, asseio e exacta observância das pres-
menos, o ar puro de um recanto salubre, parte cripções medicas. Tudo está sob a direcção do
da vastíssima chácara que o Cónego Antonio insigne medico. Dr. J. J. da Silva Gomes. A
Rodrigues de Miranda legou á Misericórdia, entrada, em baixo muito longe dos pavilhões,
em 1831. As que aprendem a viver no mundo ao nivel da Rua Coronel Rangel, funciona dia-
dedicam-se á Lavandaria instalada com grande riamente um Consultório Publico que, neste
larguesa em 1877, e melhorada de ano para ano. ano compromissal, forneceu 107.245 formulas
Aí se limpa e se conserva toda a roupa dos hos- preparadas a 88.316 consultantes pobres da
pitaes, por meio de 10 maquinas a vapor e localidade
uma turbina.
As órfãs têm retribuição f>ecunLaria.
*
constituindo pecúlio com as mesmas vanta-
gens da Caixa Económica ; e têm dote de
300$000, se se casam.
Dirigem o serviço das moças e prestam ASILO DA MISERICÓRDIA. Dese-
que as Irmãs de Caridade dirigem, instruem oficinas são tirados anualmente nove contos
e educam no trabalho. para a manutenção do Estabelecimento.
Actualmente estão lá internadas 180 órfãs
cada uma das quaes terá 300$000 quando *
se case.
O Património do Asilo compõe-se de tres
prédios urbanos de aluguel, e 236:500$0OO em HOSPITAL DE CRIANÇAS. A Ir-
apólices federaes. mandade- da Santa Casa de Misericórdia do
Rio de Janeiro sempre, como temos visto, foi
alvo da munificência de moradores desta Ci-
dade. Nos tempos coloniaes os portugueses
europeus ou americanos, que faleciam no gozo
de fortuna, se testavam, lembravam-se sempre
INSTITUTO PASTEUR. Na Prove-
doria do Barão de Cotegipe (1883-89), e com
da "Santa Casa". Na primeira metade do sé-
culo XIX ainda foram muitos os legados-
apoio do Governo, foi á Europa o Director
do Hospital Geral, Conselheiro Ferreira dos
Assim se formou o grande património da ve-
nerável Instituição distribuidora de copiosos
Santos, estudar o tratamento da raiva pelo
beneficies
processo que então descobrira o sábio Pasteur
e a Irmandade da Misericórdia não tardou em
;
dade. Já ali completaram a sua educação 231 numero de curativos foram preparadas gra-
;
Rio de Janeiro
155
Oftalmologia Dr. Guedes de Mello possuía quatro tuiithas Uma mais rica para
— ;
:
Oto-rhino-laringologia Dr. João Ma- os irmãos outra para os que o não eram, e
;
rinho
[)odiam pagar
— a terceira para os pobres e a
;
; ;
Ginecologia Dr. Castro Peixoto ultima, conhecida pelo nome de lancha, desti-
—
;
Hidroterapia —
Dr. G. M. Armsbrust
O costume, porem, de sepultar no chão e
— em
;
bosa .
frades e devotados.
de Faria chefia o Laboratório de Pesquizas e
Analises
Adespeza do Estabelecimento em 1921 Entretanto, a Cidade aumentava. Xem
foi de I40:981$600. toda gente pertencia ás associações religiosas
que davam sepultura. cemitério de 265 m.^ O
que a Irmandade da Santa Casa tinha para os
*
seus irmãos e para os pobres que morriam no
seu hospital era a Xecropole do Rio de Ja-
HOSPITAL "S. ZACHARIAS".
Único neiro de 1831 a 1838 recebera 22.279 cadá-
;
prezados porque se desprezaram, outros porque de D. João VI, a pedido de Lord Stranford,
Ministro da Inglaterra, para repouso eterno
nunca tiveram a fortuna de serem compreen-
didos.
dos membros da Igreja Anglicana. É de pe-
Em virtude de um legado do Padre José
quenas dimensões, encravado no bairro da
de Oliveira, falecido em 18 de Junho de 1866,
Gamboa, na encosta do morro do mesmo nome.
a Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São
Pedro comprou á da Misericórdia, dentro dos *
O
Cemitério S. João Batista mede 531 ampliado e concluído em 1911 com a superfí-
metros pela rua General Polydoro (antiga cie de 205635 m^
Berquó) e 325 metros pela rua Real Grandeza, O Cemitério Municipal de Irajá começou
abrangendo o morro que o separa de Copaca- em 1894, e foi concluído em 1901 com a su-
bana. É esteticamente bem delineado, e en- perfície de 40.000 m2.
. .
inaugurado em 29 de Junho de 1896, está no por longo tempo iiulcscritivel Ha, contudo, .
logar denominado "Santo Antonio", com uma aspectos que se ptxlem tomar c fixar como
superficie de 50 metros por 100 metros. expressivos, ao menos para futuras compara-
O
Cemitério Municipal de Guaratiba está ções, quando já não predominem, tendo se
na chamara Estrada da Ilha. Mede 150 metros deixado alterar ou substituir.
por 200, adquiridos na Fazenda Santa Leoca- Estes aspectos residem na alimentação, di-
versões, cultura, religião, enterramentos, co-
dia por 7:000$000.
mercio, relações pessnaes.
O Cemitério do Curato de Santa Cruz . .
1899. Ocupa uma superficie de 200 por 300 minutissimo. Vinho pouco se bebe cerveja ;
;
Teatro Municipal.
140 automóveis, 93
;
outros veículos, 14 ; ;
O Teatro Nacional propriamente dito
quédasí 63 soterrados, 25
;
queimaduras, ;
está em organização Da Escola Dramática e
:
40 afogados, 45
;
arma de fogo, 10, e por
;
do Instituto Nacional de Musica hão de sair
electricidade, 11. Segmentos de membros in- laureados artistas que se notabilizarão no
feriores e etc, 34. Natimortos,
superiores, Palco
1.554. Doenças, 843. Autopsias de médicos Festas populares ou tradicionaes não ha
legistas, 664 exames, 34. Serviço do Depar-
;
no Rio de Janeiro, a não ser o Carnaval de
tamento Nacional de Saúde PuMica nati- :
que me ocupo adeante. As festas nacionaes
mortos, 1.554 ; doenças, 843. Total 3.095. — são propriamente de iniciativa oficial.
. . . .
A Sociedade gosta de sar'aus dançantes em grande numero. Pena é que a leitura que
que já foram mais frequentes em casas de fa- proporcionam não seja cuidadosa, humanita-
mília do que o são hoje nos clubes elegantes riamente edificante alguns falham deplora-
:
*
O CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO
A religião tem se reduzido á intimidade :
Cada um com a sua crença, abandonadas ha A geração que vai desaparecendo teve a
muito as exterioridades espectaculosas imaginação ainda excitada pela fama do Car-
naval de Veneza que as crónicas vinham exal-
* tando desde o fim do século XVII. O Carna-
val de Nice igualmente reclamou a atenção
dos que passam tempo divertindo-se Rio de
Aofuneral das pessoas que morrem só
.
riados Republica.
da Mais ou menos os Carnaval não se celebraria no Brasil antes dos
mesmos de necessidade ou de luxo,
artigos portugueses aqui chegarem "dilatando a fé e
produtos nacionaes e de toda a parte do o império" uma vez, porem, estabelecidos em
;
mundo. Muita seriedade nas transacções a — torno da cruz erguida como sinal dà posse, o
prazo entre os comerciantes, dinheiro á vista Calendário foi rigorosamente observado, e 1'
para os consumidores estava o Domingo da Quinquagesima obstina^
damente, popularmente consagrado a Momo,
Do que teriam sido os folguedos carna-
*
valescos nessas eras longínquas pode-se, talveri
fazer ídea. A Civilização caminhava para o
Nas relações sociaes guardam-se muita Ocidente, mas caminhava comerciando os :
cortezia e muita galantaria. Não ha outra aris- próprios padres exploravam a terra, monta-
tocracia que não seja a do Caracter. Os indi- vam engenhos, fabricavam açúcar. Nem havia
vidues elevam-se e recomendam-se pelas suas f'0rça para resistir ao Carnaval que propagava
virtudes, seja qual fôr a sua estirpe. Toda no mundo o espirito de desordem, estouva ']
gente lê jornaes e revistas que se publicam mento e irreverência das saturnaes romanas ;
.
Rio de jA.\ElRO
Em
1856 já a festejada Sociedade ti 'ha feira. Tinham fulgor repentino e apaga-
concurrentes á conquista dos aplausos da mul- vam-se logo
tidão Era a Sociedade União Veneziana que
; Em 1864 apresentaram-se mais duas so-
muita verve e luxo e conhecimentos históricos ciedades Titeres do Diabo e Nova Chroma-
:
|
empregou para disputar a palma á iniciadora tica. Uma delas organizou o seu préstito com
desta forma popularissima de celebrar o as artistas de companhias francesas de ope-
Carnaval reta então existentes nesta Capital. A multi-
O Entrudo nunca desaparecera totalmen- dão exultou mas as familias recusaram-se daí
;
O Carnaval foi, pois, festejado por cinoo São estes os teatros existentes no Rio de
grandes colectividades que encheram as ruas Janeiro em 1922 :
Rio de J.\NEIRO
Silva". O
teatro foi denidlido em 1920. c edi- tradas na importância de 89.655 :21.^5r(
v
ficada a Escola em 1921.
;
Ha mais de 20 circos moveis, e pequenos sobre penhores mediante o juro de 4 'V' ,iu aiio.
teatros fixos, abarracados, que entretém a
po-
pulação das zonas suliurbana e rural.
Na
de empréstimos .secção
.Monie de —
Socorro —
houve 412 operações em I8í(l na
CAIXA ECONÓMICA E MONTE
importância de 35:376$()10, pagando os mu-
DE SOCORRO tuários 721$185 de juros. P^Mam resgatada--
58 cautelas até 31 de Dezembro des.se ano.
Em 1871 o Monte de Socorro emprestou
A Caixa Económica do Rio de Janeiro 660:648$000 sobre 7.103 penhores dos quacs
data de 1861 Abona por ano aos depositan- 6.458 foram resgatados, reentrando í)06:081$.
.
balanço foi encerrado com 43.774 cader- Monte de Socorro poz em leilão 525
penho-
netas emitidas res para rehaver 72:205$000. luros entrados
os juros abonados subiram a
;
Em 1891 bouve 19.868 novos dei)ositan- 27.811 penhores. Destes foram resgatado.-,
tes que em 97.483 entradas realizaram a eco-
26.643 num total de 4 602 ;-450$0O0 Foram a . .
nomia de 17.523:103$000. Houve nes.se ano leilão 1.278 penhores por 149 ;657$C)00. Juro,
37.197 retiradas na soma de 10.940:486$826. pagos pelos mutuários 281 :048$450.
Juros abonados pela Caixa 793:930$940. C)
Em 1921 os empréstimos atingiram a
7.933 :682$000 sobre 39.630 penhores aquela ;
saldo pertencente aos depositantes importava
quantia rendeu ao Monte de Socorro juros na
€m 21.540:308$616.
Foram a leilão
Em 1901 entraram 22 724 :S02$000 na importância de 435:906$800.
.
29 :699$000.
juros abonados 2.955 :048$421 Total dos .
Ortigão, Drs. Solidonio Attico, Francisco So- passaram a ser dadas por meio de corneta,
lano Carneiro da Cunha, e Barão de Santa em vez de apito
Margarida, Secretario do Conselho. Em 1872 chegou a segunda bomba a
Exerce eficazmente a Gerência o Dr. Ho- vapor. Em 1875 não tinha mais que essas duas
rácio Ribeiro da Silva bombas e 16 braçaes.
De 1876 a 79, sob a direcção do T. Co-
ronel de Engenheiros Conrado Jacob de Nie-
meyer, o material aumentou, foram instalados
CORPO DE BOMBEIROS seis Postos em diversos pontos da Cidade e ;
Rio de Janeiro
163
oficiaes. rêde telefónica própria, Lorjiu de avuiao liuutcs. c diamava-M- IVaça da CouMi-
Sande, Escola Profissional. Handa de Mu- tuiçâo (|uando se inaugurou essa estatua
eques-
sica, etc
tre, em .ÍO de .Març,. de ]S(>2. () momimnuo
O
material de socorro é (|nasi todo auto-
é do artista francês Louis Kochet. modificado
móvel Bombas possantes, es;-adas engenho-
:
pelo l'rof. brasileiro Maximiano Mafra.
sas, aparelhos de salvação em mais
de cinco- Cu.stou 334:710$375. levantados cm ires suh-
enta viaturas, além de trinta e tantas de scripções populares.
tracção animal. Os mais aperfeiçoados re-
cursos em conjugação com a destreza do JOSÉ BOXIFACIO de Andr.ida i > ,,
pessoal Orador politico. Grande mentalidade na Ind:--
Comandante : Coronel .Mariciano de Oli- l)endencia do Brasil e na organização do
im-
veira e Avila. pério. \'iveu de 1763 a 1838. Formi.u-sc em
Ha Estações de Bombeiros em Botafogo, Coimbra onde chegou a leccii.nar. Teve cele-
no Caes Acostavel em S. Christovão e no bridade eurojiéa como homem de Sciencia.
Meyer. Para o serviço maritimo ha flutuantes Está de pé no Largo de S. Francisco de
e material apropriado. Paula. O
monumento foi inaugurado no dia
Em
caso de mobilização do Exercito o 7 de Setembro de 1872, por iniciativa do
Corpo de Bombeiros formará como Força Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Auxiliar. Os oficiaes, sargentos e praças, de- Custou 60:000$000.
pois de reformados são reservas das Forças
Auxiliares do Exercito. MARIAXO PROCOPIO Ferreira Lage.
O ultimo Regulamento é de 31 de De- Engenheiro empreendedor. Viveu de 1820 a
zembro de 1921 Consta de 22 capitules e
:
1872. O
seu busto em bronze, do Artista ].
403 artigos ; refere-se a um efectivo de 1.064 Enderlin, foi oferecido pela sua Exma.
viuva
individues perfeitamente disciplinados e adeí;- e colocado em 1887 no Jardim das
Ofici-
trados para o serviço de extinção de incêndios. nas (Engenho de Dentro), da Estrada de
Encontra-se no Diário Official de 3 de Agosto Ferro Central do Brasil, de que foi Director
de 1922. (1869-72).
de 1803 a 1880. A
sua estatua equestre, obra Estadista. Fundador do Colégio Militar do
de Bernardelli, foi inaugurada no jardim da Rio de Janeiro, em 1889. Busto em bronze de
Praça Duque de Caxias, em IS de Agosto de Bernardelli, inaugurado em Abril de 1906 na
1899. Custou 120:000$000, obtidos por sub- praça central do Colégio Militar.
scrição popular
OMonumento do 4.** Centenario do Des- ALMIRANTE TAMANDARÉ. '
Mar
cobrimento do Brasil é, também, de Bernar- quez de Tamandaré. (Joaquim Marques Lis
delli Está no Largo da Gloria Foi inaugu-
. .
boa) . Exemplar de nobreza e de intrepidez
rado em 3 de Maio de 1900. Representa, em 1805-1897. O seu busto, modelado por Beneve
grupo, Pedro Alvares Cabral, Pero Vaz Cami- nuto Berna, e fundido em bronze no Arsenal
nha e Frei Henrique de Coimbra. Promovido de Marinha, foi inaugurado em 16 de Dezem
pela Associação do 4.'' Centenario do Desco- bro, de 1906, na Avenida Beira-mar, em Bota
brimento do Brasil. Custou 220:000$000. fogo. Promovido pelo Club Naval. Custou
9:000$000.
GONÇALVES DIAS (Antonio). Poeta
CHRISTIANO OTTONI. Engenheiro
e erudito. Viveu de 1824 a 1864. Por inicia-
empreendedor. 1881-1896. Primeiro Directo
tiva de Olavo Bilac, está o seu busto de-bronze
da E. F. Pedro II, hoje Central do Brasil
solíre uma berma de granito no Passeio Pu-
Está em frente á estação inicial da Es
blico, onde foi inaugurado em 2 de Junho de
trada, desde 29 de Março de 1908. o bronze
1901. É escultura do ilustre Bernardelli.
de Bernardelli que representa o grande patrio-
Fundido no estrangeiro, custou 600 fran-
ta e administrador. Deve-se á iniciativa da
cos =3 :000$000.
Comissão do Jubileu da E. F. C. B. Custou .
30:000$000.
VISCONDE DO RIO BRANCO (Jo.-^é
da Silva Paranhos) Estadista e Parla-
IVIaria .
i883. Está na Avenida Beira-mar. em frente da Rio Branco, deante da Biblioteca. Foi
ao Syllogêu Brasileiro, para onde a estatua foi inaugurado em 21 de Abril de 1910. Custou
transferida do Largo de S. Domingos onde 180 :000$0000, obtidos em subscrição popular
fôra inaugurada em 7 de Agosto de 1905. É promovida pela Comissão Glorificadora do
de Rodolpho Bernardelli. Promovido pelo grande patriota.
Instituto da Ordem dos Advogados Brasilei-
foi inaugurada em
17 de Setembro de 1910 comerciante Sr. com. Antonio Kibcirv» Sea-
em frente á velha Escola de Medicina. Custou l)ra. e inaugurado cm 1016.
na Avenida Ik-ira-
13:000$000, angariados entre Discipnlos c mar. trecho dc líotafogo. ('"«'l
Amigos. Em
1922 foi trasladada para a Ave-
nida Pasteur, junto á Faculdade de ]\ledicina CUAUHTEMOC huhgcna nu-xicano.
da Universidade do Rio de janeiro. valoroso defen.sor do território
pátrio, sím-
bolo heróico da civilização
aztcca. intrépido
NILO PEÇANHA. Exerceu a Presidên- sustentador da liberdade da .sua
raça. "her..e
cia da Republica, como
Yice-Presidente. de nacional" do grande povo ibero-aniericaiio.
lá
1908 a 1910 foi Ministro das, Relações Exte-
;
* * *
JORNALISMO CARIOCA
O Social |')I7
* * *
Para Todos Vm
Gazeta da Bolsa V) S
Monitor Mercantil P>19
í^racilian American l'M')
JORNAES DIARIAMENTE PUBLI- Hoje 1«)1')
Matutinos 1 *'
numero em Exportador Brasileiro . . . 1''22
r'20
O Jornal 1919
A Patria 1920
O Dia 1920
PUBLICAÇÕES MENSAES
Consulta do Comercio . . . 1920
O Diário do Commcrcio . . 1922
O Brasil 1922 1." numero em
Rez'ista Medico-Cirurgica do
Vespertinos 1." numero em Brasil 1893
Revista Comercial do Brasil 1903
A Noticia 1895
Revista Synicatrica .... 1"X)7
A Tribuna 1900
Leitura para Todos 1908
A Noite 1912
Medicina Clinica 1*X)8
A Rua 1913
Illustração Brasileira .... 190*^
O Rio Jornal 1918
Revista Mariliíua Brasileira . 1909
A Folha 1919
Mocidade 1913
Bôa Noite 1920
O Automóvel 1914
A Vanguarda 1922
Revista de Industria e Co-
O Combate 1922' 1916
mercio
O Rebate 1922
Revista. Italia-Brasile .... 1917
A Escola Primaria 1917
Revista Brasileira de Enge-
PUBLICAÇÃO BI- SEMANAL nharia 1910
Comercio do Brasil .... 1921
America Brasileira 1921
1.** numero em
A Ordem 1921
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL O
Arquitecto Grandjtean de Montigny,
da Missão Artistica Francesa, foi convidado
1.° numero em para levantar o projecto. Aconstrução foi
Revista da Academia Brasi- começada em Outubro de 1819. A
inaugura-
de Letras
leira 1910 ção da primeira Praça do Comercio do Rio de
Rcznsta da Lingiia Portuguesa 1920 Janeiro efectuou-se no dia 13 de Maio de
Revista da Sul America . . 1920 1820, aniversario natalicio do Monarca. (^*^)
Em19 de Julho D. João VI consa-
grou-lhè uma visita. Foi recebido com grandes
PUBLICAÇÃO ANUAL demonstrações de cortezia, pronunciando dis-
cursos um representante do comercio portu-
l." numero em guês e outro do comercio inglês. (^^*)
As paixões politicas que por aquelle
Revista do Instituto Histórico 1839 tempo excitavam muito os ânimos, dividindo a
Folhinha Lacinmcrt .... 1839 população, invadiram afinal, a Praça do Co-
Ahnanack Lacinincrt .... 1844 mercio, e não houve mais a necessária unida-
de de vistas entre os seus membros. O ano
de 1821 foi tumultuoso e o edificio foi teatro
de scenas violentíssimas (•^*'')
• Os comercian-
tes abandonaram-n-o . Em ,1824. o primeira
Imperador mandou encorpora-lo, .com,o pró-
prio nacional, á Alfandega que lhe ficava ao
INDUSTRIA E COMERCIO lado.
Em 1834 os comerciantes pediram á Re-
gência do Império que lhes concedesse un>
A primeira das muitas vantagens que logar para celebrarem as suas reuniões e ob- :
imprevistamente nos trouxe, em 1808, a fa- tiveram o antigo "Armazém do Sêlo", na rua
milia real portuguesa foi a Carta Regia dc Direita, em frente á que já era e ainda hoje é
28 dc Janeiro, assinada pelo Principe D. João, Rua da Alfandega.
Regente de Portugal, na Baia. onde acabava Aí se organizou a Sociedade dos Assi-
de chegar em transito para o Rio de Janeiro. nantes da Praça do Comercio aí foi resolvi-
;
Por esse acto ficaram os portos do Brasil aber- da a construção de uma sede condigna. Foi
tos a todas as nações do mundo por esse acto
;
outra vez chamado para dar o risco o Arqui-
o comercio brasileiro vio íranrjueadas rela- tecto Grand jean de ^Nlontigny e sobre a :
ções que até então só eram .permitidas por in- mesma area do Armazém do Sêlo ergueu-se
termédio das praças de Lisboa e Porto. rápido a nova Praça que foi inaugurada em
Foi o romper d'alva para a Independência 2 de Dezembro de 1836, aniversario nátalicia
do Bra-sil, dizem os politicos foi a letra ini-
; de D. Pedro II.
cial da historia da prosperidade do Rio de Ja- O desenvolvimento comercial e industrial
neiro, dizem os economistas da cidade tornou em breve deficiente na ca-
Depois ainda houve o Alvará de 1 de pacidade e mesquinho no aspecto o edificio
Abril do mesmo ano que ordenou a mais com- construído. Em 1867 os Assinantes da Praça
pleta liberdade de Industria, derogando per- do Comercio constituiram-se em Associação
turbadoras proibições do século anterior. Comercial que em 1868 abria uma grande
Logo se amiudaram as comunicações in- subscrição para nova obra, maior e melhor,
ternacionaes ; aumentou logo o numero de em dois corpos, um destinado a Bolsa e a
casas estrangeiras na nova metrópole portu- outro a escrítoi-ios comerciaes. Em 1870 o es-
guesa. Braços, inteligência, capital afluíram pirito generoso dos homens de negócios, dese-
.rápido na diligencia natural de acharem em- jando comemorar o termo da guerra Brasíl-
prego remunerador. Paraguay, destacou uma parte da soma já
Avultando as transações, sentiram indus- então arrecadada, e empregou-a na construção
triaes e comerciantes necessidade de uma de um edifício destinado a Escola (i*'^) Esse .
Em
Abril de 1875 o Governo fez lançar lheiros comi)onentesda Directoria vencedora :
nos últimos dias do ano já se tratava das n? (Agencia) .... ISSI Rs. 3.000:000$
cessarias adaptações Brasilianisch Ba n
fiir Deutscliland .
M. 25.000.000
Banco da Lavoura e
do Comercio do
Brasil 1889 Rs. 5.740:000?
Oprogresso industrial foi muito mais de-
Banco de Credito Real
morado que o comercial. A
mineração atraio de Minas Geraes 1890 Rs. 7.00® :000?
as actividades. Em
vez de estabelecer manufa-
Banco dos Funcioná-
cturas para ganhar ouro, o homem ia logo d:-
rios Públicos 1890 Rs.
. . .
8.000:000$
rectainente procurar o ouro nas suas longín-
Banco de Credito Ru-
quas fontes. ral e Internacional 1891 Rs. 1.241:00»$
Emfim, lá por meados do século XVUT The London & River
ensaiava-se no Rio de Janeiro a tecelagem de
Plate Bank, Lmt.. 1S92 £ 2.000.000.(1-0
algodão e de seda havia algumas oficinas de.
;
Banco Nacional Bra-
passamanaria fabricavam-se chapeos moles
; :
sileiro 1893 Rs. 2.000:000?
cordoalha, saboaria e olaria ganhavm incre- Banco Hipotecário do
mento. UmAlvará inflexível mandou parar Brasil 1894 Rs. 16.000:000?
tudo isso, pelo facto de taes industrias dete- Banco Construtor do
rem nas cidades braços que deviam ser enca- do Brasil .... 1903 Rs. 1.312:000?
minhados para o interior, em bem do progresso Banco da Província
agrícola. do Rio G. do Sul 1907 ,
Rs. 10.000 :000?
Com porem, da Família Real a In-
a vinda, Banco Espanhol dei
dustria recrudesceu no Rio de Janeiro. Rio de La Plata 1909 Pes. 148.000.000
A passamanaria, a tecelagem de algodão Banque Française et
e seda restabeleceram-se apareceram fabricas
; Italienne pour
de massas alimentícias e de chocolate foram ; TAmerique du Sud 1910 Fr. 50.000.000
montadas uma distilação, uma oficina de cal- Banco Mercantil do
deireira, fabricas de papel e de rapé. um cor- Rio de Janeiro . 1910 Rs. 10.000:000?
tume e correspondente preparo de couros, fun- C r é d i t Foncier du
dição de metaes, e uma Fabrica de Pólvora Brésil ...... 1910- Fr. 50.000.000
(oficial) Banco Germânico da
Proclamada a Independência, o espirito America do Sul —
industrial proseguio
arrojadamente, multipli- Detítsch SucUxme-
cando-se as instalações. A
única desse tempo rikanisch Bank. . 1911 M. 4-000.000
que ainda hoje existe «é a Fabrica de Vidros Banco Alemão Trans-
fundada pelo cidadão francês F. A. M. Es- atlântico — Deu-
berard tsch TJhersceisch
Bank 1911 M. 4.000.000
Banco Comercial do
Porto (Agencia) 1913 Rs. , 200:000?
Banco Nacional Ultra-
BANCOS FUNCIONANDO NO RIO marino 1913 Esc. 48.000.000
DE JANEIRO EM 1922 Banco Italo Belga . . 1914 Fr. , 20.000.000
The National City
Começo das
Bank of N. York 1915 Dol. 40.000.000
Nomes operações Capital
no Rio Banco Popular do
Brasil 1915 Rs. 800:000?
Banco do Brasil 1808 Rs. 100.000:000? American Foreign
. .
Bank Corpora-
S. Paulo, sem se (juerer >al)cr o «jia- c>iá dc
Dol. S .804.200
permeio. Entretanto, é tão agradável e inte-
Banco do Rio <Ie Ja-
lectual o conhecimento dos logarcs por »muIi' .-íc
1917 Rs. 5 .000 :000$
R. F. Central do Brasil não é uma
transita. .\
Cretlito Popular do
rude via que .se possa percorrer de olho.s fe-
1917 Ilimitado
chados. Arte e Natureza se associaram para
Banco Holandês da
lhe darem excelência. A Central já não é um
America do Sul .1917 Fl. 30 .000 :000$
simples meio de transporte fi. taml)cm. um
:
Banco Pelotense 1918 . . . Rs. 30 .000:000$
agradável e>i)ectacul(.. Conhecc-la C- ilustrar c
Banco de Credito Geral 191S lis. .116 :400$
espirito. E. por(|ue assim penso, persuadi -me
Banco Português do
de (|ue seria bom .serviço contar aqui ao menos
"Rs. 50,.000.000$
a sua historia. Descreve-la .sairia dos limitjs
Banco Hipotecário e
deste livro.
Agrícola do Esta-
lio de M . Geraes 1919 Fr. 10..000.000
Brasil
.
1920 Rs.
100 .000.000
4 .000 :000$
víncias interiores — Paulo e Minas (íe-
S.
Banco Auxiliar do
raes. Cma lei de 31 de Outubro dc
especial,
1835. autorizou a conces.são do privilegio n --
Comercio .... 1920 Rs. 200 :000$
The Royai Bank of
40 anos. O Marquez de Barbacena foi incum-
bido de estudar as disposições da Praça dc
Canadá 1920 Dol. 25 .009.000
Banco Comercial dos
Londres á cèrca da organização dc uma C om-
panhia para tal fim.
Vareg:istas .... 1921 Rs. 1 .000 :000?
The Canadian Bank of
Como oficialmente nada se tivesse conse-
guido, requereu o Dr. Thomaz Cockrane. em
Comerce ....
1921 Dol. 15 .000.000
1839, privilegio exclusivo para organizar Com-
Banco Sul Americano 1922 Rs. 400 :000$
panhia e construir uma estrada férrea que
B a n c 0 Brasileiro de
principiaria na Pavuna e, galgando a Serra
Depósitos e Des-
Geral, alcançaria a margem (]>< riu Parahyba.
1922 Rs. 100 :000$
até Rezende.
Banco Católico do
Brasil 1922 Ilimitado
A Camara dos Deputado» íui apresenta-
Banco de Credito Au- da a petição, resolvendo-se ai que o Dr. Co-
ckrane se dirigis.se ao Poder Executivo. Di-
1922 Rs. 100 :000$
ficuldades inerentes aos processos oficiaes de-
Banco de Espanha e
meterem hombros a essa obra o Visconde do dock L0I30. L. P. de Lacerda Werneck. Je-
Rio Bonito, o Dr. Caetano Furquim de Al- rónimo J Teixeira Júnior e J Baptista da
. .
data que a Estrada, transpondo a Serra do da plataforma, seguindo-o. depois, outros, ti-
Alar, dividir-se-ia em dois ramaes para : Um rados pelas locomotÍA-as "Imperador"' e "Im-
a povoação da Cachoeira, em S Paulo, outro . peratriz" (^^-) Ao cabo de pouco mais de
.
para Porto Novo do Cunha, nos limites da uma hora chegou á Estação a noticia telegrá-
Província do Rio de Janeiro^ com a de Minas fica de que o trem inaugural havia atingido
Geraes '\Oueimados". e i^epetiram-se as manifesta-
Começaram as obras em 11 de Junho de ções de contentamento, e subiram aos ares
'
1855, tendo sido escolhidos para Ponto Ini- novas girandolas. e as bandas de musica en-
cial o extremo X. da face ocidental da Praça cheram o espaço de sons alegres, tudo concor-
da Aclamação, hoje Praça da Republica. Foi dando para espalhar melhor no Rio de Janei-
preciso demolir a igreja paroquial de Sant'- ro a faustosa noticia do grande melhora-
Anna, aí levantada pelos crioulos em 1735. mento .
Teixeira Júnior, Roberto J Haddock Lobo, .:sendo numa das salas da Estação Inicial ser-
.
Inicial Arquitectonicamente modesto, o edi- gunda secção, na Serra do ]\Iar, e estando con-
.
ao Dr. Francisco Ignacio ^larcondes Homem s|m. Lisboa. Rio de Janeiro, Montevideo e
de Mello, Presidente da Companhia que ini- Buenos Aires)
ciara e concluíra obra de tamanha relevância.
Em 1890 o Governo da Republica adquiric Societé Gencrale dc Transports Marilt-
a E. F. São Paido-Rio dc Janeiro, e decretou nies á Vapciir —
(Génova, Marselha, Las
. . . . . . . . . .
Palmas, Dakar, Rio, Montevideo. Bueno.= Trinidad, Barbados. Rio, IMontevideo e Bue-
Aires) nos Aires)
Navigasione General Italiana — (Géno- Prince Line — New York, Rio, Santos,
va, Barcelona, Dakar, Rio, Santos, ^lontevi-
deo e Buenos Aires) .
Stray's South America Line — (New
York, Rio, Santos, Montevideo e Buenos
Sociedade Triestina de Navegação Co- — Aires)
sulicli —
(Trieste, Napoli, Alméria, Las Pal-
mas, Rio, Montevideo e Buenos Aires) Delta Line — Mississipi Shipping Com-
pany — (New Orleans-Brasil)
Lloyd Sahatido - (Génova, — Barcelotia.
.
Rio, Santos e Buenos Aires) The Booth Steamship C", Ltd. — New
York —
Brasil)
Aktien Gescllschaft Hugo Stinnes — .
Rottcrdani-Ziiid Amerika Line — Servi- United States and Brasil Steamship Line
ço combinado de Van Nivelt, Goudriaan & — ( New
York, Rio de Janeiro, Santos e portos
Cos. Stoomvaart Maatschappij c Holland de Africa) .
leans — Brasil).
Transportes Marítimos do Estado, Por-
Lamport & Holt Line — (New York, tugal e Linha Portuguesa de Navegação —
. . .
CENTENARIO
!
como prevaleceu, em 1921.. a idéa de uma Ex- mente, díspendiosissimamente, cm poucos meze.s
posição Universal. o que —
está fora de duvida .se —
inxiia
Desde logo se tratou do logar onde deve- ter feito com mais tempo, mais estudo, mais
ria ser instalada a Exposição e, nesta Cidade
;
calma, mais acerto, e muito menos dinheiro.
de 1116 kilometros quadrados, com tanto ter-
reno desocupado, áreas vastissimas na zona
j
j
suburbana —
tão necessitada de melhoramen- *
tos, teve surto e realização a lembrança de se
crear uma superfície no-\-a para o grande cer-
tame comemorativo !
No dia 7 de Setemro de 1922. sobre
O Prefeito. Professor das Escolas Poli- aterro de Santa F.uiza. onde fõra a .Avenida
.
técnica e Naval, homem instruído, viajado, W ilson, estava lançada, realmente, a Avenida
j
imaginoso e pratico, dispuzera-se a realizar o das Nações. Na area que fôra do antigo Ar-
I muito desejado e necessário arrazamento do senal de Guerra avultavam palácios de grandio-
"Castélo", um morro sem higiene, sem estética, sa arquitectura. com]K)sição graciosa de artistas
sem antes rude obstáculo ao areja-
utilidade, nacionaes. Procedeu-se oficialmente á inaugu-
I
mento da zona comercial. Não faltaria onde ração da Exposição, havendo. ai)enas prontos,
[
lançar a terra dêle proveniente mas como ha- ;
acaljados na véspera, o "Palacio das Festas",
:
via pareceu mais cómodo e expedito
pressa, e os pavilhões da Bélgica, Dinamarca. Ingla-
lança-la mesmo ali, por assim dizer, no sopé terra. França, Japão, e Grandes Industrias Na-
do morro, dentro dagua, na baía do Rio de cionaes. Estavam por acabar, a meio construí-
Janeiro dos ou apenas esboçados, o Paviliião dos Esta-
A
estranheza do publico foi grande mas ;
dos, o das Pequenas Industrias e o da Esta-
divulgada a noticia de que sobre o terreno com tística (nacionaes). e os pavilhões do Mé-
que se ampliasse a Avenida Beira-mar (Santa xico, dos Estados Unidos da America do
Luzia, Lapa, Gloria) se traçaria, formosa, a Norte, da Argentina, de Portugal, da Suécia,
"Avenida das Nações" da Grande Exposição da Noruega, da Itália e da Tcheco-Slovaquia.
do Centenario, a surpresa converteu-se em es-
pectativa. Todos se conformaram.
Odesmonte já estava iniciado. O aterro
foi-se alastrando. A ponta Leste da Cidade
avançou rápido, puxando quinhentos metros
na direcção de Vilegagnon. Ao mesmo tempo Ao Rio de Janeiro chegavam diariamente
o Morro da Viuva era contornado por uma forasteirosdo interior e do exterior. Desde
bela Avenida talhada no granito É a Avenida : Agosto que desembarcavam no Rio de Janeiro
Ruy Barbosa, novo trecho da Avenida Beira- representantes diplomáticos de nações amiga».
mar. Saneava-se e embelezava-se a Lagoa Ro- Até 6 de Setembro estavam acreditados junto
drigo de Freitas canalizava-se o Rio Mara-
;
do Presidente da Republica do Brasil os De-
canã, no Engenho Velho, pelo centro de outra legados Especiaes da Alemanha, Argentina.
. .
Bélgica, Bolívia, Bulgária,, Canadá, Chile, tico Juramento da Bandeira pelos alunos das
China, Colômbia, Cuba, Dinamarca, Estados escolas publicas municipaes.
Unidos da America do Norte, Equador, Espa-
nha, Gran-Bretanha. Itália, Japão, México, Ni-
carágua, Noruega, Paraguay, Perú, Portugal,
S. Salvador, Suécia, Suissa, Tclieco-Slova-
quia, e Uruguay assim como o Pontificado
;
sadas, 1." 2P e 3.° batalhões de Caçadores, 1." Felizmente não aconteceu assim para a
Batalhão de Engenharia l.*^ Brigada de Ar-
;
Nação Brasileira em 1822.
tilharia —1.° e 5." grupos de Artilharia Mon- Porque o povo português, que lhe desco-
tada, 1.° Regimento de Artilharia de Monta- briu o génio e cultivou a nobreza, a considerou
nha, 15." Regimento de Cavalaria Independen- antes como filha do que colónia.
te. Policia Mihtar. Total 20.000 homens. Elie lhe deu a educação moral, social, re-_
AParada terminou por uma carga de ca- ligiosa ; desenvolveu suas excelentes disposi-,
valaria de impressionante efeito. ções para as artes, sciencias, comercio em ;
Rio de Janeiro
ISl
nem mesmo
uma lagrima porque era o ;
pre.sença dos representantes
sangue português que corria nas veias de naçõe-,
do anugas. Ministério, militares,
jovem e nobre principe que acabava de pronun- magistrados, pro-
fessores, senhoras, comerciantes,
ciar a frase histórica industriaes.
"Independência ou
:
congressistas, que o Sr. Presidente da
logi,
Morte !"
Kepui)Iica declarou aiíerta a
Desde então Exposição, o Sr.
a generosa Xai^ão Brasileira,
Munstro do Interior proferiu seguinte di^
tão jovem ainda, se laní^ava sobre o caminho curso :
revelam ao mundo inteiro o "desenvolvimento I jiv.ados das Xaçôes amigas .Minhas Scnhn !
E. se bem que é da união dos espíritos que independência que logrou e deixar jnigar se
resultam os grandes benefícios peço a Deus merece, ainda mais. a confiança dos que espr-
realiza-los sempre com vantagem, removendo ram do seu porvir.
tudo que lhe possa servir de obstáculo. Nenhuma linguagem falará melhor do que
Que o Cruzeiro do Sul. que brilha sobre o certame que hoje inauguramos.
esta terra privilegiada, possa, para o futuro, Ele não se realiza como pretexto jiara
como no passado não a iluminar senão
.
de festins, mas como demonstração de esforços
cousas nobres, generosas e admiráveis." extraordinários de inteligência consujnidos
num .século de actividade, em c|uasi todos os
ramos de tralialho.
Haverá ai mostras desse passado.
Umas servirão para acentuar como os
Ás 16 horas foi solenemente inaugurada povos devem guardar certos patrimónios lega-
a Exposição. Era a terceira grande solenidade dos por seus maiores, exemplos do seu bom
comemorativa gosto e da sua i^ersonalidade técnica outras ;
182 Rio de Janeiro
servirão para abrir os olhos aos que se aferram dos Estados Unidos da America do Norte
á rotina e hão de constituir, pela comparação ao lançamento da pedra fundamental
assistio
com os produtos aperfeiçoados aqui expostos, do monumento que o seu paiz oferece ao
benéfico estimulo para melhorar e progredir. Brasil.
Esse ultimo efeito ha de vir, sobretudo, da Houve na Embaixada norte-americana
lição ciue nos trazem os povos mais adiantados Recepção ás altas autoridades, Corpo Diplo-
do mundo, cultores das maravilhas de todo mático, delegações estrangeiras e Sociedade
género que facilitaram o bem estar dos homens Brasileira.
e concorreram para leva-los, com rapidez, de A bordo do Maryland foi pela Delegação
um a outro extremo da Terra, aproximando-os norte-americana oferecido um almoço ás altas
reunindo-os, tornando possível conhecerem-se autoridades brasileiras, embaixadores espe-
melhor, para um dia, que praza aos céos já ciaes e Corpo Diplomático.
tenha chegado, abandonarem as suas descon- A União dos Empregados no Comercio
fianças e prevenções, geradoras de males, e en- reunio-se para ouvir a Oração Civica de
frentarem uns aos outros, somente como hoje, Coelho Netto.
nestes campos de jombate do pensamento e O Embaixador do IMexico ofereceu ao
do trabalho, donde só resultam benefícios para Brasil a imponente estatua de Cuhautemoc,
a humanidade e brilho para a civilização. inaugurando-a no local em que está.
Em nome do Governo da Republica, agra-
deço aos Chefes de Estados, Embaixadores e
Enviados das Nações Amigas, a honra que Houve mais :
curso que nos trouxeram para o l)om êxito da Baile a bordo do encouraçado Hood ,
da Republica, sendo cantada a opera // Gua- Recepção do Embaixador Francês aos di-
ranv. inspirada composição do INIaestro bra- plomatas presentes no Rio de Janeiro, e á
sileiro Antonio Carlos Gomes. Sociedade brasileira ;
Republica do Brasil aos chefes das missões Banquete em caracter intimo do Sr. Pre-
especiaes ; e Recepção çoncorridissima, em sidente da Republica ão Embaixador Espe--
Palacio ;
cial da Santa Sé ;
Congresso de Estudantes de Escolas Se- sempre ficámos irmãos irmãos, mais nos ;
'
cundarias ;
aproximamos ainda no momento do centená-
Congresso Carmelitano Nacional rio da vossa independência, em que as duas
;
minha terra sente pela vossa terra admirável. A estada do Presidente de Portugal no
Aguas brasileiras, 16 de setembro de 1922. — Rio de Janeiro, entre 17 e 27 de Setembro de^
Antonio José de Almeida." 1922 foi uma sucessão quotidiana de de-
monstrações afectuosas. S. Ex.'^, poude apre-
ciar o espirito fraternal das duas nacionalida-
A bordo do Porto chegou pouco' depois
des, a alta cultura do povo que descendia da
este radiograma:
radiante cultura lusiada, e o grande esplendor
da metrópole, que, ha 355 anos, portugueses
"Rio de Janeiro, 16 de Setemljro de 1922 fundaram nesta parte da America. S. Ex.^
— Tenhogrande prazer em apresentar a reconheceu o trabalho dos últimos cem anos
V. Ex.**, Senhor Presidente da Republica de vida nacional, a obra genuinamente brasi-
Portuguesa, os cumprimentos de boas vindas leira do ultimo quarto de século transforman-
-
transcendente, que bem justifica a profunda cia do Brasil do que D. João \'I que. nos
comoção com que é recebida por todos os seus treze anos de adnunistração, cuidou exa-
brasileiros. ctamente de preparar o paiz para o Governo
Espirites menos observadores poderão, de S! mesmo, abrindo-lhe os portos, dando-
^talvez, acreditar comemoração, á
que, nessa Ihe arte, academias, bibliotecas, im-
escolas,
jual a presença de V. Ex." dá excepcional re- prensa, liberdade de comercio e de industria,
levo, se dissimula o jubilo nacional pela vito- meios de transporte, vias de comunicação,
ria que os brasileiros alcançaram contra os por- exercito, armada, cultura, em uma palavra,
tugueses em
1822. Um
exame menos super- tudo quanto podia conduzir-nos á vida de
ficial do acontecimento, porem, logo dissipa soberania. Fe-^lo com f) propósito declarado e
o equivoco, e mostra a toda a luz que o que firme de formar, no Brasil, o grande império
estamos festejando, neste momento histórico, do futuro. Quando êle partio, em 1821, já o
é antes uma data da raça. nosso paiz tinha seis anos de vida como Reino,
Porque não haveria Portugal de come- com a sua politica, a sua justiça, a sua admi-
morar hoje conosco a emancipação politica de nistração e o .seu credo religioso —
condi-
um paiz que elle descobrio, povoou e defen- •
ções essenciaes á formação da nova nacionali-
deu contra a cobiça dos invasores ? Porque, dade. Essa formação já o veJho monarca a
.
tureiro .
porque se vinha formando lentamente na
Assim, pois, o grito do Ypiranga dado — consciência nacional, visto que.' de facto, o
pelo filho ás margens do ribeirão paulista — Brasil, apesar de colónia, foi desde cedo nação,
nada mais foi do que a consequência lógica tendo mais condições de vida, própria do que
dos actos do pai. Esse grito, partido da alma tantos outros povos que, ao longo da Historia,
portuguesa de D. Pedro, com aplausos de com aparência de indej>endentes, mais não
portugueses e filhos de' portugueses, não foi foram do que organismos subordinados a
nem podia ser um l:)rado de guerra contra Por- outros mais poderosos que os, dominaram.
tugal, mas um protesto vibrante contra os O nervosismo, mais feito, afinal, de deso-
desatinos das Cortes de Lisboa. lação e despeito do que de má vontade, que.
Fez-se a Independência. em Portugal, se manifestou logo após o acto
As relações entre os dous povos ou, me- definitivo da Independência, desapareceu sem
lhor, entre os dous ramos do mesmo povo. demora, porque aqueles, que lá lutavam contra
que a força irresistivel da evolução natural un:a' forma de governo retrograda e reaciona-
desunira sem separar, ou cujos corpcs sepa- ria, compreenderam que se, para êles, a
rara sem as almas desunir, nem foram, a bem fórmula da própria independência individual
dizer, interrompidas. Os portugueses que fi- e colectiva era a revolução Hberal, aqui, no
caram conosco não se sentiram, em 1822. Brasil, a revolta contra a mesma opressão só
como não se sentem hoje, em terra estranh'A. podia revestir um aspecto o da Inde- —
As forças mandadas de Lisboa pelas Cortes pendência.
hostis, não tiveram contra si apenas os bra- Como V. Ex.*'', acaba de dizer, com firme
sileiros feridos no seu orgulho, mas também exactidão e escrupulosa verdade, Portugal des-
os portugueses liberaes, indignados com a di- coi)rio, povoou e defendeu contra a cobiça, dos
ctadura colectiva dos deputados da Rege- estrangeiros o vasto território do Brasil.
neração .
O Brasil independente dê hoje tem pois
Portugal, pelo seu Rei, preparara o Brasil Gue agradecer a Portugal o facto de êle lhe
para a Independência, como o pae prepara o ter legado, intacto, á custa de torrentes de
1822 é, pois. uma data luso-brasileira, é uma tão rico património. Mas Portugal tem que
data da RIaça. E, assim, nada mais natural agradecer ao Brasil independente de hoje a
que os dous povos, unidos outrora por esse energia, a bravura, a inteligência e o amor
espirito de justiça e de liberdade, de progresso da Raça com que elle tem sustentado, au-
e de empreendimentos ousados que levaram mentandc~a, desenvolvendo-a e dourando-a de
os portugueses ao descobrimento e impeliram uma maior majestade e beleza, a sua obra, que
os brasileiros á Independência, se reunam hoje foi a maior gloria do seu grande passado.
também, com a amizade e o carinho de sempre, Creio que estamos pagos perante a
para festejarem juntos um acontecimento que Historia.
a ambos deve encher de orgulho. Nenhum povo deve menosprezar as hon-
É. portanto. Sr. Presidente, com o mais radas origens que teve e nenhum povo tem ;
intimo regosijo C[ue, em nome da Nação Brasi- o direito, de olhar com resentimento ou tris-
leira, e no meu próprio nome. saúdo ao glo- teza sequer a separação do seu todo daquella
rioso Portugal, na pessoa de V. Ex.-'. em cuja parte que, no exacto cumprimento dos desti-
honra levanto a minha taça." nos históricos, tuna vez sentio em si a acção
de forças indomáveis que a levaram ao legiti-
mo afastamento.
Assim respondeu o Sr. Dr. Antonio.
É esse o motivo que determinou V . Ex.''
a render., neste momento, um sentido culto a
José de Almeida :
me
Portugal. É essa a razão que impele a
mim, a prestar profunda e comovida homena-
gem ao Brasil
"Sr. Presidente ! V. Ex.-^ o disse : o Sete de Setembro é
que é hoje o Brasil foi um facto espontâneo e zar uma festa da Raça.
normal, consequência de uma evolução inexo- Em verdade, nesta data ha gloria que
rável, que nenhuma força seria capaz de chegue para todos. Somente eu. Senhor Presi-
impedir. dente Dr. Epitácio Pessoa, devo declarar
.
Rio de Janeiro
187
ousada que está intervindo eficazmente nos bplos e de algarismos, levado ao conhccimentii
destinos do mundo.
de realidades que ignorava.
Brasil e Portugal são duas Pátrias irmãs,
Imigração, nacionalidades, nascimentos,
cada uma vivendo em sua casa. tendo um pas-
casamentos, óbitos, instrução, agricultura, in-
sado até ha cem anos comum, e um futuro, em dustria, importação, exportação, estatística
dc-
muitos pontos, diverso, mas. em tantos outros cuaria, tudo ali se mostrava impressionante-
equivalente mente sob todos os ])ontos de vista o Mrasil
;
Us brasileiros sentem-se em Portugal como foi estudado e exposto aos olhos do visitante.
na sua Patria. De lá transporto para aqui somente alguns
Os portugueses, em vastos núcleos de tra- algari.smos referentes ao Rio de Janeiro. São
balhadores, sentem-se no Brasil, como na sua do recenseamento de 1920 :
de um poder plástico sem igual, serve ma- Podem-se distinguir, ainda, 598,-^07 adul-
ravilhoso instrumento de civilização e solida- tos masculinos 559.566 mulheres adultas
riedade —
os dois povos que se sentem
;
presos nas espiras desse verbo quasi divino. betos 163.086 estrangeiros letrados e 73.150
I
se auxiliem sempre e se entendam cada vez Fsta secção da Exposição foi organisada
mais ? Creio que cousa nenhuma, já que o pelo Director Geral de Estatística, Dr. Bu-
sentimento fraterno que enleia os seus cora- lhões Carvalho.
ções, perenemente, alvoroçados pela estima
comum, é tão forte, que em caso nenhum a
vontade dos homens o pode quebrar. E o
nosso encontro aqui. Senhor Presidente, é um Notáveis concertos se realizaram no Pa-
eloquente testemunho 'dessa esplendida rea- lacio das Festas, interior e exteriormente. A
lidade . concurrencia de visitantes á Exposição, sempre
Senlior Presidente !
grande, mantinha cheios de admiradores <»s
Em nome da Nação Portuguesa, e no pavilhões da Argentina. America do Norte.
meu próprio nome, agradeço a \'. Ex.", e ao Inglaterra. ?kIexico, Noruega. Tcheco-Slova-
Brasil, a entusiástica e comovida recepção que quia. Portugal, Japão. Itália. Bélgica, França
me fizeram, e de que guardarei perdurável — cada qual com suas especialidades, seu cunho
188 Rio de Janeiro
caracteristico, seus primores manufactureiros, toso que pela primeira vez se abrio em cidade
seus engenhos, suas utilidades. Fizeram-se co- brasileira.
nhecidos muitos artigos novos, houve intercam-
bio de relações comerciaes. Lucrou o nosso Ao estandarte da Independência que des-
mercado, lucraram os mercados estrangeiros, fraldámos em 1822 trouxeram em 1922 seu
todos alargando a esfera de suas transacções. E convivio afectuoso os lindos estandartes de
o fino espirito de quem sabe gozar as belas ar- tantas nações laboriosas. Oxalá que esta har-
tes extasiou-se com a mobiliário e tapeçaria do monia, esta associação de esforços nunca des-
Pavilhão de Honra da França, com os for- faleçam ;
que as nacionalidades que nos visi-
mosos quadros e soberba prataria artistica de taram sempre nos estimem como nós as pre-
Portugal e com as delicadas esculturas italia- zamos, e sempre, todas as bandeiras se encon-
nas. Todos os produtos da prodigiosa activi- tr,em reunidas para o Progresso, e para a feli-
dade humana apareceram neste certame faus- cidade humana.
NOTAS
4
.
NOTAS
(1) >'As confusas noticias e diminutos co- diversos costumes, e vivessem em guerra per-
nhecimentos com que ainda estava a nossa Côrte manente com seus visinhos, os goitacazcs c os
no ano 1530 a respeito de mares e continentes goianazcs. percehia-se claramente que os tamoios
que seguem da Bahia de Todos os Santos para o procediam do mesmo tronco que os Tiipinain-
Sul até o Rio da Prata deram bastante motivo bás da Bahia, os Cactcs de Pernambuco, os
para que o Sr. Rei D. João 111, desejoso de Pitaguares da Parahiba do Norte, os Tiipinam-
conhecer este resto ainda não explorado, fizesse quins de Porto Seguro, os Ooitacazes dc S.
aprontar uma Armada e a mandasse examinar Thomé, os Goianazcs dc S. Vicente, os Carijós
a Costa do Sul de todo este Continente até o de Capanea, e os Guaranezes, mais aoi Sul e mais
famoso Rio da Prata, nomeando para Coman- , ao interior». (Pereira da Silva. Historia ColonittI,
dante daquella expedição a Martim Affonso de Cap. II).
Sousa, seu Conselheiro a quem ordenou que
estabelecesse uma Colónia no logar que pare- (^) Este local foi pelos primeiros povoa-
cesse mais cómodo para isso. Com prospera via- dores chamado do Carioca» por desem-
Praia
gem' chegou a esta altura de 23.o avistando bocar aí o rio desse nome; depois foi Praia
logo terra; e, mandando aproximar as embar- do Lerype'\ nome do navegador e cronista fran-
cações á Costa, divisou, no dia 1.° de Janeiro cês que aí residio até 1612. Também foi Praia
de 1531, um boqueirão defendido de altos pe- da Aguada dos Marinheiros e Praia do Juiz >
nhascos por uma e outra parte, e com uima Pedro Martins Namorado Salvador Corrêa dc .
grande lage no centro, que, dividindo as aguas, Sá ai deu a Sebastião Gonçalves (Sapateiro)
oferecia duas barras para o interior de uma 100 braças de terra de sesmaria para morada e
dilatada bacia com muitas ilhas de diferentes lavoura como a casa ficasse bem á vista,
; e,
de Janeiro, 1577-99.
!l
Escripto por seu irmão l Pero Lopes de Souza
publicado por Rrancisco Adolpho de Varnhagen
ii
||
e intrépido Oficial de Marinha. Nasceu em Pro- de Janeiro de 1915, um Marco feito de gra- I
vins (Seine-et-Marne) em 1310, e faleceu perto íiito, e com uma placa de bronze em que se lê I
de NQm,our;-íde Janeiro de 1571. Era So-
a 8 o seguinte:NESTE LOCAL / EM i 1565/FORAM
brinho dede Tlsle Adam, Grão-Mestre
Villier LANÇADOS/POR/ESTACIO DE SÂ/OS PRIMEI- 1
dos Cavaleiros de Rhodes. Cursara a Universi- ROS FUNDAMENTOS / DA CIDADE DE 1
,/
dade de Paris onde foi condiscípulo de Jean SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO. /
|
Calvin. MARCO COMMEMORATIVO- QUE MANDOU | /
da Costa (1553-58); Mem de Sá foi o ter- ção de vermelha dada a esta praia. As suas »
Estas afirmações encontram-se nos An- quer outra praia do litoral da bahia; e issoi
(*) j
naes do Rio de Janeiro, MS. da Biblioteca Na- devido ás condições geológicas do local. As areias .
de Cão» e o penedo base comum^ á «Urca» e \por as terras da costa do Brasil serem tão 1
já agora
nelas muytas povoações e esperanças
vador emquanto ia a S. Vicente inspeccionar
de fazerem muytas mais pelo teitfno cm\
se
as minas. Salvador pretendeu acomodar os nni-
diante, não podiam ser ião inteirameníe
gover- mos perdoando aos revoltosos c admitindo o
nadns. ifomo compria per hum só governador,
Governo de Bezerra; mas a Camara, não con-
como tc quinelas ouve, assentei... de mandar tente, depoz por sua vez o seu
eleito, e ficou
doas governadores ás ditas
para partes, hum com o Governo desde 8 de Fevereiro até II
residir na
cidade do Salvador da Capitania da de Abril de 1661 em que benevolamente o
en-
Bahia de todos os Santos, e outro na cidade tregou a João Correa de Sá, filho do Gover-
)de S. Sebastião do Rio de Janeiro...- (Carta nador legal.
Regia de 10 de Dezembro de 1572).
(-') D. Manoel Lobo faleceu no Sul onde
Por iniciativa do Instituto Historie-) e
(-") fôra em nome da Coròa de Portugal fundar a
Geographico Brasileiro, e particular empenho de Coloma do Sacramento para assegurar a pos-
D. Pedro II, esta sepultura foi aberta em 16 sessão portuguesa até a margem esquerda do
do Brasil, desejando fazer-lkes mercê muito da França e de Portugal por motivos dinásti-
conforme a boa vontade que lhes tenho, cos e politica espanhola, e sabendo-se quanto
(22) Este fôra imposto pelo povo amo- Para vingar essa morte outra expedição se
inado que depuzera Alvarenga, deixado por Sal- organizou em La Rochelle. Vieram 18 navios
194 Rio de Janeiro
com 3.000 homens, sob o comando de Duguay- (51) O que constituía a Coló-
território
Trouin. No dia 12 de Outubro de 1711 trans- nia do Sacramento que constitue hoje a Re-
é o
puzeram a barra do Rio de Janeiro, assaltaram publica Orienta! dei Uruguay.
a liba das Cobras, e inflingiram cruel vexame á
Cidade que, a titulo de resgate, se vio obri- (^-) Monsenhor Pizarro avaliou em 50.144.
gada a pagar 610.000 cruzados, 100 caixas de O Luiz Gonçalves dos Sanctos escreveu: «A
Pe.
açúcar e 200 bois. população desta Cidade nos princípios do ano
Sobre estas invasões muito se tem' escrito, 1808 cliegaria a 6OS0O0 almas, repartidas pe-'
fazendo alguns autores injustiça ao Governador las quatro freguezias: Sé, Candelária, S. José
Francisco de Castro Moraes quando lhe atri- e Santa Rita».
buem fraqueza ou inércia. A Historia desapai-
xonada reconhece o esforço que êle empregou
para defender a Cidade.
(33) DECRETO —
D. João, por graça
de Deus, Príncipe Regente de Portugal, e dos
Algarves d'aquem e d'alem mar, em Africa de
(2-) este Governador quem mandou
Foi Guiné, e da Conquista, Navegação, e Comercie
canalizar aguas do Ric Carioca. Nasce este
as da Ethiopia, Arábia, Pérsia e índia, etc. Faço
rio na Serra da Carioca, maciço central d't Rio saber aos que a presente Carta de Lei virem,
de Janeiro, acima da Estação «Paineiras» da E. que tendo constantemente em Meu Real Animo
F. Corcovado. Ainda hoje o restante de suas os mais vivos desejos de fazer prosperar os
aguas desce Larangeiras. Tinha fama a agua Estados que a Providencia Divina confiou ,ao
do Carioca, única que se bebia em quanto na Meu Soberano Regimen: e dando ao mesmo tem-
Cidade não houve mais de vinte mil habitantes. po a importância devida á vastidão e localidade
v.A fonte de que bebem os vizinfws da Cidnde dos Aleus Domínios na America, á copia e va-
é um. copioso rio chamado Carioca, de puras riedade dos preciosos, elementos de riqueza que
e cristalinas aguas que, depois de penetrarem elles em si contêm, e, outro sim, reconhecendo
os corações de muitas montanhas, se despenha- quanto seja vantajosa aos Meus fieis Vassalos
vam por altos riscos, uma légua distante da Ci- em geral uma perfeita união e identidade entre
dade, onde as iam tomar com algum trabalho; os Meus Reinos de Portug'al e dos Algarves, e
mas aquele Senado, com magnifica fabrica e os Meus Domínios do Brasil, erigindo estes
liberal trouxe para mais perto o rio;
despeza, àquela graduação e categoria politica que pe-
e de próximo o laborioso cuidado do General los sobreditos predicados lhes deve compelir,
Ayres de Saldanha de Albuquerque, que neste e na qual os^ ditos Meus Domínios já foram
tempo com muito acerto governava aquela pro- considerados pelos Plenipotenciários das Poten-
vinda, o trouxe para junto da Cidade com cias que formaram o Congresso de Vienna, as-
maior grandeza e uiiíidade. É fama acreditada sim no Tratado de Aliança concluído aos 8 de
entre os seus naturaes que esta agua faz vozes Abril do corrente ano, como no Tratado final
suaves nos músicos e mimosos carões nas da- do mesmo Congresso: Sou, portanto, servido,
mas», (Rocha Pitta, Hist. da America Portu- e Me Praz Ordenar o seguinte:
Meus Domínios Ultramarinos; e a todos os Mi- mandado construir em 1605 pelo 8." Gover-
nistros da Justiça, e mais pessoas a quem per- nador do Riu de Janeiro. O forte qtic fôra
tencer o conhecimento e execução desta Carta em principio dentro do mar achava-se em l()j:j
tíe Lei, que a cumpr;am e guardemi e façam in- longe dêic, e totalmente arruinado; nessa época
teiramente cumprir, e guardar como nela sc os oficiaes e soldados da guarnição da Cidade
I contem, não obstante quaesqiier Leis, Alvarás, pediram e alcançaram do 0.» Governador li-
Regimentos, Decretos ou Ordens emi contrario; cença para ali edificarem uma capela onde fos-
'
porque todos e todas Hei por derogadas, para sem sepultados. Concluída a capelacm 1028, sob
este eteito somente, como se delas fizesse ex- invocação
a de Santa Vera Cruz>, os oficiacs
pressa e individual menção, ficando aliás sempre soldados
e seus proprietários reuni ram-se em
em vigor. E ao Dr. Thomaz Antonio de Vila- Irmandade religiosa». (Noticia anexa ao COM-
nova Portugal, do Meu Conselho, Desembargador PRíWlISSO da Irmandade. Rio. 1S02).
do Paço, e Chanceler Mór do Brasil, Mando
'
que a faça publicar na Chancelaria, e que dela (•'") O actual cstatlo é rccDiistruç.V) de
se remetam copias a todos os Tribunaes, Ca-
1809 a 1842.
beças de Comarca, e Vilas deste Reino do Bra-
sil publicando-se igualmente na Chancelaria Mór
;
! Sobre este assunto de histórica importância vasta superfície compreendida entre o antigo foss/j
I do Brasil, do Pe. Luiz Gonçalves dos Sanctos, Cidade Nova). Ainda em 1711 toda esta imensa
vol. pags. 5 a 37.
area era assim designada nas memorias que re-
I
2.0,
latam; a tcmada da Cidade pelos francezes,' apesar
de se achar já por esse tempo' retalhada e edifi-
{"^) Com a reforma constitucional de 12 cada em muitos logares por difereptes chácaras).
de Agosto de 1834 (Acto Addicicnal) ficou a (Haddock Lobo, Tombo, pag. 10).
Cidade do Rio de Janeiro com seu Termo des-
ligado da Província, ora Estado do Rio de
{'!) Vala aberta para escoamento das aguas
Janeiro, constituindo a Côrte ou Município Neu-
i
do a Capital da para o
Republica se mudar
I
mandou cobri-la; mas a vala deu o nome á rua
planalto Central de Goyaz. «Por Decreto de 30
até 1865, ano em que a Municipalidade do
de Dezembro de 1833, o Curato de Santa Cruz,
Rio o substituio por Uruguayana em memoria da
j
('f) de N. S.
I
i «Calabouço» e «Cafôfo», extremo SE do antigo que foi demolido em 1911. «Prainha» extremo
1 Arsenal de Guerra, demolido em 1921 para ce- N. da Avenida Rio Branco, e onde se abre
; der logar Exposição Comemorativa do
á 1." hoje a Praça Mauá.
Centenario da Independência do Brasil. Um kDo Canal para dentro afirmava o Go-
baixio pedregoso contornante dessa Ponta foi vernador, Kficant campos, cir-
muitas roças e
í
coberto pelo aterro então feito para ampliar a cunstancia precisa para a defença da Cidade,
superfície, e lançar 500 metros para Leste a a qual consiste em conservar dentro dela os
Avenida Beira-mar. moradores... sendo necessário recolher vacadas
I
196 Rio de Janeiro
€ outros gados, que tudo se pode alimentar nomeou uma Com. de Recenseamento que verifi-
do Canal para denlro>\ (Carta de Luiz Vahia cou a existência de 235.381 hab.
Monteiro a El- Rei, ení' 7 de Julho de Vi 26), O João Alfredo creou em
M. do Império
1871 a de Estatística, que no ano
Repartição
seguinte recenseou 274.972 hab.
(^3)Em 1757 mandara El-Rei que o Go-
Na Republica, organizada a Repartição Ge-
verno Municipal do Rio de Janeiro tivesse o
ral de Estatística, o M. do Interior Cesário
nome de Senado da Camara». Compunha-se,
Alvim ordenou um recenseamento que apurou
então, do Juiz de Fora como Presidente, 3
522.651 habitantes.
vereadores, 1 Procurador, 1 Escrivão e 2 al-
motacés.
Em 1900, sendo M. do Interior o Dr.
Alfredo Maia, procedeu-se a novo recenseamento
quç apenas achou 431 mil e poucos habitantes,
Assim se chamava o sitio que hoje,
(}^) pelo que foi cancelado.
nivelado, tem o nome de Praça José de Alen-
car. Houve aí uma ponte sobre o rio que tem
tido todas estas denominações: Carioca, Catête,
O recenseamento de 1906, ordenado pelo
Prefeito Passos, deu á Capital da Republica
Caboclas e Laranjeiras.
811.443. hab,, e não foi julgado certo.
Eni 1808, segundo calculo de Monsenhor Candelária, Santa Rifa, 3.° Sacramento, 4.'^
2.o
Pizarro, era de 50144 o numero de habitantes S. José, Santo Antonio, 6 ° Santa Tliereza,
5.t'
informa que sob o reinado de D. João VI a tovam, 14.0 Engenho Velho, 15.o Andarahy, 16.^
população do Rio chegou a 70.000. Tijuca, 17.0 Engenho Novo, I8.0 Meyer, e sete
Em 1821 o recenseamento dirigido pelo Ou- suburbanos: 19.o Inliaúma, 20.o Iralâ, 21. o Ja-
vidor da Camara, Joaquim José de Queiroz, carcpfflguá, 22° Campo Grande, 23.o Guaratiba,
apurou 112.695 hab. 24.0 Santa Cruz, 25.° lliias. Por Decreto de 5
Emi 1838 o M. do Império, Bernardo Pereira de Agosto de 1915 foi creado o 26.o distrito,
de Vasconcellos, mandou proceder a novo 'te- Copacabana.
'censeam.ento, e achou 137.078 hab. Outro Decreto de 5 de Janeiro de 1918
Emi 1849 o Cons. Euzebio de Queiroz, por divídio o Distrito Federal em tres zonas: Ur-
intcrmjedio do Dr. R. Haddock Lobo, re- bana,, Suburbana e Rural; sendo a Urbana ainda
J.
censeou 266.466 hab. subdividida em tres sub-zonas. O Jornal do Co-
Em 1856 o Senador Nabuco de Araujo, mercio do dia 6 desse mesimo mez e ano traz
M. da Justiça, por intermédio da Policia, obteve a discriminação dessas zonas e sub-zonas, o que
um' resultado bem inferior: Apenas 188.158. não trasládo para aqui por economia de espaço
EíTií 1870 o M. do Império Paulino de Souza e porque não interessa á descrição.
K
Rio de Janeiro
sua séde era numa casa do Terreiro do Paço do porto desta Capital, c a outras coniplemcn
(hoje Praça 15 de Novembro) canto da rua tares.
do Mercado. Aí sofreu incêndio perdendo todo
o seu Arquivo. Depois funcionou na casa do
Ouvidor, a qual tem hoje o numero Q() da rua
(")TcM em iuMuipui «i nume tic Aviíiid.i
Central, por não terem consenlid» que lhe fos
desse nome. Em ISOS achava-se outra vez no
sem dados os (seus nomes nem o í>residcnto tia Re-
mesmo prédio da rua da Misericórdia, de onde,
publica, nem o Ministro
da Viação; tonuu
afinal, saio ás pressas porque lh'o reclamavam
nome actual em
Março de 1012, data t|..
10 de
para hospedar a comitiva do Principc Regente
falecimtnto do Barão do Rio Branco (filhu ú»
a chegar de Lisboa. Foi, então, para a rua Di-
Visconde do mesmo titulo) que nos últimos de/
reita (hoje l.o de Março), n.o 8. Em 1S09
anos de sua vida exercera com brilho o car^ >
na então chamada Praça da Aclamação (hoje logradouros que estão a seu carg.o:
Praça da Republica) entre as ruas S. Pedro
e Sabão (hoje General Camara). Em 1878 dei- Quinta da Boa Vista. 628000 metros qua-
xou esse edificio que estava em' ruinas, e foi drados, excluídos lagos e alamedas.
ocupar outro hoje, também, já desaparecido, na Parque da Praça da Republica. 114 130 m-.
mesma praça, canto aa rua que tem o nome Praça Marechal Deodoro, 122229 m.-.
qe Fr. Caneca. Concluidas as obras da restaura- Avenida Bcira-mar (Botafogo). 6696 m.-.
ção do Paço Municipal, em 1882, para lá vol- .Avenida Beira-mar (Lapa, "Russell e Fla-
tou, até que eni 1896 esse ficou só com a mengo). 16770 m.-.
Prefeitura. O edificio da Prefeitura foi pelo Passeio Publico. f6A\0 m.-.
Prefeito Passos ampliado até a rua
•
José I^raça Ferreira Viana (Ip^ncma) 16000 m. .
(;'-) O Dr. F. P. Passos fôra Engenheiro Jardim do Largo dos Leões. 5430 m.-'.
Chefe de varias estradas de ferro, e por duas Jardim da Lagôa Rotir. de Freitas. 7150 in-.
vezes Director da E. F. Central do Brasil. Jardim do Alto da Boa Vista, 4330 m-.
Jardim da Praça S. Salvador. 2130 m.-.
J;>rdim da Pr. Marechal Floriano (Aven.
(•"•) Por ser a primeira obra do novo Pre- Rio Branco). 164C m.-.'
feito, muitos anos antes projectada por outros
Jardim do Valongo (Camerino) 1530 m. \
e rapidamente executada por êle, qUiz o Povo Alegretes da Aven. 28 de Setembro 1230 m-'.
que se chamasse -«.Avenida Passos >, e assim
Jardim da Pr. da Harmonia 4350 m.-.
ficou. Jardim (io Largo da Carioca '410 m.-.
Jardim do Meyer 13000 m.-.
(*) Foi canalizado pelo Prefeito Passos fraca Saenz Pena 11200 m.-.
na extensão de 2637 metros, desde a sua foz, Jardim entre Campos Salles e Affonso Pen-
no Flamengo, até a rua Senador Octaviano (Cos- na 4410 m.-.
Jardim do Reservatório (Estácio de Sá)
me Velho).
1780 m.-.
uma superfície de cerca Se 800 mil metros qua- O Dr. Theodoro Sampaio, em seu livro
drados.Os maiores percursos N. S. e Leste <0 Tupy na Geographia Nacional», acha que a
Oeste podem ser feitos só sobre asfalto. De grafia antiga deste vocábulo seria Guanabara
Gávea ou de Leblon Botafogo,
á Tijuca, por ou Guanabara, composto de dois termos tupis
Gloria, Espirito Santo, Engenho Velho, uma li- Guoná-barâ —
que valem por Guá-nã-para, dado
nha de mais de 20 km., oferece pavimento a abrandamento do p, resultado g-oá=seio, nan
todo asfaltado. semelhante, e para=-ma.r, que; é o sinus similis ma-
ri de outro investigador, Dr. Baptista Caetano.
Publica o Dr. Oswaldo Gonçalves Cruz, Me- spesso manto de la vegetazione lussoreggiante
dico e Bacterologista, que se propuzera a livrar che le cresce soprou e la riassorbe nel suo verde
a Cidade da terrível febre amarela, adoptando ciipo. La lucce, che abbagUa nella baia, dl spegne
o mesm.o sistema empregado em Havana. O ora nel falta di questa vegetazione ; sulla citá, su!-
Governo proporcionou-lhe todos os recursos, e dolline, sullc montagne in grandi zone escure e
a obra foi executada com o maior êxito. A Ci- misteriosa di ombre vellutate. (Francesco Bianco.
dade é muito grata á memoria deste Scientista <La Magio di Rio Janeirov. O PAIZ— 16-IX-920).
brasileiro, seu intrépido e infatigável saneador. O romancista italiano Edmundo de Amicís
Em 26 de Agosto de 1922 constituio-se no Bra- assim se exprimio a respeito da baía do Rio
sil a Fundação Oswaldo Cruz) que sob os de Janeiro em artigo publicado em La Let-
auspícios de perpetuo culto á memoria do tura> de Milão, 1889:
grande sabío patrício, pretende objectivar seus
destinos na instituição de obras de assistência,
'Sim. Mantegazza tinha razão quando me
instrução técnica e educação profissional. F seu escreveu Com: sua licença, Rio de Janeiro é mais *.
Vice-Presidente já ofereceu tudo que fôr ne- cunda. Oh! Sem comparação! Todavia, parere-
cessário para sistematizar a campanha contra o me alguma vez sonhado, confusamente, num
ter
Câncer, começando por um terreno da rua Ma- sonho imenso, luminoso e gentil, alguma cousa .
ríz e Barros para construção de um Hospital. de semelhante a essa visão. Não é uma baía
aquilo: É um pequeno mar mediterrâneo recor-
tado de enseadas que se diriam competindo en-
(f^) Guanabara expressão
é hoje poética tre SI na graça das no sorroso das
curvas e
designativa aguas da baía de Rio de Ja-
das margens. E aquelas cem ilhas que ah estão
neiro. Não conhece a origem, nem a si-
se lhe disseminadas são o mais encantador arquipéla-
gnificação. É um vocábulo que se encontrou go do planeta. E
anfiteatro de montanhas
este
na boca dos indígenas, e que uns investigadores que o mais maravilhosa coroa de
rodeia é a
querem que exprima seio de mar (Varnhagen), granito que a natureza jámais preparou para a
outros acham' que se aplicava á margem ociden- capital de um império. Se sobre as obras da
tal, em quanto que Niterói designava a mar- natureza se pudesse exercer a critica, como so-
gem' oriental onde, efectivamente, está assentada bre as obras de um artista, eu diria que nesía
a Cidade desse nome. sua grande obra ela procurou demasiado aberta-
Rio de Janeiro
199
mente, para maravilhar os homens, a novidade e o Brasil, em IS li. a Imperatriz I). Thcro/.i
os contrastes da beleza». Christina.
Emi S dc Dezembro de 1876 toinou o nome
Para
(^^) determinar com precisão a de Escola Naval. Em 18S3 instaluu-se na Ilha
hora legal na baía de Guanabara a Superin- das Enxadas que o Governo, cm IS()Q, compr.ir.i
tendência de Navegação faz diariamente um si- por l. l3G:0O0s. Em 1SQ<) ane\ou-se-lhc a Lsa)la
nal lummoso, ás 12 horas precisas, pela queima de Maquinistas. Em 101 J foi a Escola Naval
de uma carga de magnésio no interior da torre para Enseada Baptista das Neves, perto d«;
a
central do edifício da Ilha Fiscal, no momento Angra dos Reis, ocupando a ilha uma Esoh
de ser bruscamente arriado o galhardete azul de Grumetes. Em 1921 a Escola Naval regres-
e ibranco que é cinco minutos antes içado n-. sou á Ilha das Enxadas, e a Escola de Gru-
mastro NO da m.esma torre. metes foi para Baptista das Neves.
Quando por qualquer motivo falha c sin.-il
luminoso, horas precisas, o galhardete
ás 12 ("') Esta não pertence ao Distrito í-edernl;
volta ao tope fim de ser bruscamente arriado
a faz, como outras muitas, parte do território do
10 minutos exactos depois de 12 horas, ao re- Estado do Rio de Janeiro.
lâmpago da queima de outra carga de nnagnesio.
Este serviço foi interrompido durante a Ex- ("-) O Recensamento dc 1920 encontrou
posição porque a Superintendência de Navegação nas ilh.Ts da Guanabara 13.033 hab.
saio da Ilha.
Os signaes sãofeitos da mesma armação me- do Rio de Janeiro, tem^ um curso, dc 25. 500 km..
tálica que hoje se encontra localisada sabre a
torre de menagem do edifício do Batalhão Na- ('') Esta soma não foi somente despen-
val, visível de todos os ancoradouros habituaes dida no Caes, mas, também, nas avenidas que
do nosso porto. lhe são complementares como vias de comuni-
Foi igualmente inaugurado outro posto idên- cação.
tico, dentro do recinto do forte de Copacabana,
que servira á população daquelle bairro, aos ("-') Com as modificações que a experiên-
banhistas, e ás pequenas embarcações em geral. cia aconselhou, e novas necessidades impuzerani,
essa Comissão transformou-sc em 1912 na actual
Inspectoria Federal de Portos Rios c Canaes.
A Academia
de Marinha veio com a
cujo Regulamento, de 31 de Dezembro
ultimo
Família Real Portuguesa de Lisboa para Rio
de 1921, se acha no r)i(irio Oficia! de 27-IV-22.
de Janeiro em a nau Conde Henrique. Depois
que foi promulgada a Constituição Portuguesa
ipassou a denomínar-se Academia Nacional e Real
(•<) No exterior desse cubo de granito que
de Marinha ou dos Guardas-Marinha. Procla- encerra documentos e moedas comemorativas, ha
Academia Militar que funcionava na Escola Po- Paulo Rodrigues Atves^ c Ministro da Indus-
tria, Viação e Obras Publicas o Major de En-
lytecnica, e aí esteve por 2 annos, voltando
genheiros Lauro hcveriano Muller.
para S. Bento até 1839 em que passou para
bordo da náu Pedro II, construída em 1830 no
Arsenal da Bahia. () Servem quatro pelo menos a cada ar-
Em 1849 a Academia passou-se para o pré- mazém, que, internamente, c servido por outros
dio que depois foi Liceu Literário Português, guindastes. Os da beira do caes são de capa-
cidade para uma e meia, tres e cinco toneladas.
e que, de outro proprietário, ainda se ostenta
Os internos são 158 eléctricos, para tonelada
na Praça Mauá.
e meia cada um, e tres de vapor, para
lOtonc-
Em 185S o Governo reorganizou-a, e deu-
Ihe o nomíê de Escola de Marinha, que em Ju- ladas e para 20 toneladas cada um.
levantou, sobre uma coluna dórica de granito, Caixa de Amortização, o Club Militar, o Club
o vulto em bronze do cidadão Irineu Evange- Naval, a Policlínica Geral e o Teatro Muni-
lista de Souza (1813-89) primeiro Barão e de- cipal.
pois Visconde de Mauá, industrial notabillissimo,
de rara capacidade empreendedora. O Brasil de-
{^^) Ê uma das associações mais prosperas^
ve-lhe, entre outras iniciativas, a sua primeira
do Rio de Janeiro. Fundada em- 1881, ano em
estrada de de Mauá», ligando
ferro: «E. F.
que não conseguio mais de 371 sócios, ccnti
a Côrte a Petrópolis. Saíam barcas dali, de
hoje cerca de 20 mil. No «Rio de Janeirj^ que
perto do logar onde se acha a estatua, para o
escreviaem 1904 e a Prefeitura publicou em
porto da Mauá, no interior da baía, litoral do
1905 ocorre uma estatística de associações que
Estado do Rio, e lá, então, comteçava a Es-
mostra bem a importância da Associação dos
trada que subia a Serra, vterminando em Pe-
Empregados no Comercio do Ric de Janeiro.
trópolis. Hoje essa linha pertence á E. F. Leo-
poldina, que tem a estação inicial na rua Fi-
gueira de Mello. (^-) O Lyceu é creação da Sociedade Pro-
A este mesmo brasileiro, Visconde de Mauá, pagadora das Belas Artes, e mantém, para am-
deve o Brasil a primeira instalação do Ca.bo bos os sexos, gratuitamente, cursos artístico, co-
telegráfico Submarino para comunicações com a mercial e técnico profissional, dispondo de ofi-
vão, Ode Avillez Barrão, J. F. de Lacerda dispersa da Historia das Beías Artes no BrasTl;
ia a Revista do. Instituto Histórico, tomos '74 e 78,
Coutinho, M. Fialho de Valladares, J. F. Pes-
tana, A. de Britto Belfort Roxo, M. Bacellar,
encerra matéria interessantíssima a respeito.
zações por mudanças "1.636:442-'?; despeza com pag. 219, ha um histórico escrito por um de i
escrituras, etc. 318:241-'^ ; tolha do pessoa* seus Directores, o Dr. Alexandre Teixeira ae
J. ;
3.721:864$: conta's de material 3.723]247S. O Mello. No meu livro ORio de Janeiro em 1900
matenai venaiuo das demolições produzib . . . ha, também uma noticia desenvolvida que, aliás,
529:874?; e oficializaram-se os terrenos em que ainda se não refere à moderna instalação. In-
foram construídos o Pavilhão Monroe, a Bi- teressante é, ainda, o que a respeito da Bi- j
vol. I, pag. 308-311 do livro Memorias p>ini ("•') t interessante o que sob o titulo -C.i
servir á Historia do Reino do lira^il. poli Pr pela Imperial) escreveu o Dr. Moreira de Kik
Luiz Gonçalves dos Sanctos. vedo no I.o vol. do seu Rio de Janeiro; c
Monsenhor Pizarro no tomo VI ilas Mnnori.a
Hisioricas.
Esta data é a do ofcrccinioni.) r mau-
giiração do obeliscu um ano depois de inaugu-
'')
rada a Avenida, c quando não liavia mais terre- I lv'i;ein lie-i vii n i mii.i luiiiu.i snixc
esta igreja tambcTi a encontrará nas mcsm.i^
nos disponíveis.
obras supra ci^ddas.
decorado com todas as ordens honorificas do 1780, ano em que nela rcsidio o Dr. Framisco
Império, e com muitas medalhas de Campanha. Berquó da Silveira que exerceu com dislinç.ri
Em' 1872 bacharelcu-se em Sciencias Físicas e as funções de Ouvidor, cargo de Maj^istratura
Matemáticas. Coronel em 1874; Brigadeiro em ir.orou no prédio que hoje, reformado, tem n
1883. Era Ajudante General do Exercito em numero 96, e que depois foi adquirido cijx-
1889, quando se proclamou a Republica. O Con- cialmente para residência dos Ouvidores. Antes
tivera esta rua o nome de Aleixo Manoel, um
gresso Constituinte elegeu-o, em 1891, Vicc-Pre-
sidente da Republica, açoreano, terceirense, que se notabilizou por seus
vindo a exercer a Pre-
sidência, pela renuncia do Marechal Deodoro, de bens e virtudes; o Pe. Pedro Homan da Costa,
1892 a 189-1. Faleceu a 29 de Junho de 1895.
por seu grande prestigio, também lhe deu o
nome algum tempo.
(101) o
Tesouro Nacional compreende Di- sua obra O Rio de Janeiro, vol. 2.o, pag. 139;
rectoria Geral,Contadoria Central da Republica, e Dr. Escragnole Doria, no Jornal do Comercio
Directorias da Receita da^ Despeza, de Contabi- de 13 de Fev. 1920.
lidade e do Património: Gabinete do Consultor
da Fazenda.
(106) D. Pedro, filho de D. João VI-, nas-
O Regulamento para os servigos da Admi- ceu em' Lisboa a 12 de Outubro de 1798; veio
nistração Geral da Fazenda Nacional foi pu-
com' seu pae para o Rio de Janeiro em 1808,
blicado no Diário Oficial de 31 de Dezembro
e aqui ficou, em 1S2Í, como Regente, quando
de 1921.
D. João regressou a Lisboa. Em 1822 procla-
No Jornal do Comercio de 28 de Junho mou o Brasil nação independente,
e foi Im-
de 1908 ha sobre esta Repartição Publica uma
perador constitucional. Em 1826, aclamado Rei
'
D. Marcos de Noronha e Brito, 8.o Conde dos largo o intervalo entre as cadeiras da plaíéa.
Arcos, que fôra 7.o e ultimo Vice-Rei no Rio Os 124 camarotes de suas 4 ordens oferecem
de Janefro. Tendo sido grande promotor de me- largueza «uficiente para quatro pessoas se sen-
vorecera industrias, fundara uma tipografia, uma O teatro nada tem tie rico; t'i(|'i. porém,
bibliotéca, um teatro, e construirá o Passeio Pu- é arejado e vistoso.
blico ainda hoje existente, o Comercio da Baía O tecto está coberto Je medailiuo qnc- o
deliberou significar-lhc a sua gratidão. O Conde enfeitam sem lhe dar realce: Representam —
Auber, Bellini, Taglioní, Bibiene, Verdi, Doni-
viera para o em ISIS para assumir o cargo
Rio
de zetti, Schiller, Cataloní, Serxandoni e Meyerbeer.
Ministro da Marinha. Por ordem dos Co-
Fóra desse circulo, isolado, e entre palmas e
merciantes bahianos foi adquirida uma das gran-
des chácaras desta Cidade —
a que pertencia
louros, apparece Rossini — como príncipe cie
foi creada pelo Decreto de 23 de Janeiro de hoje arrazado, e do Morro de Paula Mattos: e
comunicava-se coní r Mangue, a N. O..
1697; depois de andar por vários edificics, in-
clusive a Casa dos Governadores, estabeljceu-
intere5>ante o que a respeito Jo
se no Tesouro até 1868, ano em' que se instalou fc
definitivamente onde está. Ocupa uma arei de Canal do Mangue se lê no livro O Rio de la-
204 Rio de Janeiro
miro, do Dr. Moreira de Azevedo, 2.° volume, tomo XXXVIII. O Archivo do Distrito Federai \
pagina no Jornal do Comercio de 17
343; e também publicou algo curioso do inventario a j
de Junho de 1905 Discurso do Dr. Alfredo — que se procedeu depois do confisco dos bens ^
pitulo «Fabrica do Gaz. , a pag. 327 do 2.3 portes necessários para a distribuição de carnes
\'ol. da obra do Dr. Moreira de Azevedo. e sub-produtos, segundo as exigências de um;:
grande capita!.
A Concorrência esteve aberta desde Fe^'e-
(11-) No Guia da
Estrada de Ferro Centra!
reiro até 15 de Maio.
do Brasil, do Engenheiro Civil V. A. de Paula
Houve propostas, mas não satisfaziam as
Pessoa, vol. I, pag. 50, encontram-se as datas
condições do Edital.
inauguraes das primeiras estradas de ferro em
diversos paizes vendo-se que o Brasil figura
j^Iq
no numero das que mais
nações cedo introdu-
f^jo de Janeiro, em todo o
e
ziram tão util melhoramento. Brasil, chama-se bonde ao veículo que nos du-
tros paizes tem o nome de tramway, tramvia e
«carro americano:;. A razão é a seguinte:
As estações da E. F. C. B. na linha
(1-°)
Em
1868 foi levantado na Praça do Rio de
do Subúrbio são: Lauro Muller, a 1920 metros
Janeiro um Empréstimo, segundo o método in-
da estação inicial; S. Chrisíovão, 3226 m.; Man-
glês: bond pagável em ouro. Naturalmente, só
gueira, 4842 m. S. Francisco Xavier, 5809 m.;
;
tituto Histórico e Geographico Brasileiro, tomo bstituiu-a pelos cómodos bondes que vão até
V, pag. 154; e na pag. 165 da 2.^ parte do o Alto da Boa Vista. Depois adquirio também
'
-
I y iV'ni-¥iiitfrlAitfiiiSrilfiiíàtf^^ li
Rio i)h Janeiro
205
,'1 E. F. Corcovado cuja tracção a v^por sii- " Fornecer aos engenheiros, civis ou mi-
bstituio pela eléctrica. E, porque, com c fim litares, que tiverem de desempenhar comissr.i-;
de dar tracção eléctrica a todas as sur.s linhas de caracter geográfico c geodésico, os conhv-ci
de transportes se fizera proprietária de iinia mentos praticoj indispensáveis, mediante uni cur-
concessão para o fornecimento de energia colhida so metódico, findo o qu.il n . h \i, -i> t.
em cachoeiras a 70 kms. desta Capital, assumi >
firmado peio Director.
também a responsabilidade da iluminação nu- Hl.' Publicar anualnituu, .ikni il.is aii.Ks
blica, passando a executar o Contracto da So-
e outras obra- que forem necessárias, um Anuá-
cieté Anonyme du Oaz. Também tomou a seu rio contendo todos os dados astroiioinicus uteis
cargo o serviço de comunicações telefónicas, cu- á nasegaçã» e ás determinaçxVs gi-ogr.n ficas.
jo contracto foi reformado por' Decreto AAuni-
cipal de 13 de Outubro de 1922.
i^''-) A histori 1 ilesii- Hospital encontr.i-sc
na citada obra do Dr. Marques Pinheiro; no Rio
('-•') Havia quatro serviços de transporte- dr Janeiro, do Dr. Moreira ile A/e\edo, volume
Um do Com. João Xavier deOliv-eira Mcnezcà, pae I; e no Rio ite Janeiro em I9()(t, de Ferreira
da
e avô de médicos distintos; outro de Antonio Rosa, pag. 75.
Ignacio açoreano, muito devotado ao
Vila f<eal,
tios quadrado; de terreno onde plantou /853 se imprimam exclusivamente toda a legislação
arvores)\ e papeis diplomáticos que emanarem de qual-
quer Repartição do meu real. serviço, e se pos-
.
(1^-^) O sistema orográfico do Rio de Ja- sam imprimir quaesquer obras».
neiro,constituido por maciços independentes do Foi D. Rodrigo de Souza Coitinhc, depois
chamado sistema orográfico brasileiro, é inter- Conde de Linhares o inspirador desse Decreto.
ramente distinto da Serra do Mar. Para a Imprensa Regia foram no-
administrar
O primeiro Urbano — Grande Maciço — meados €m
Comissão o Desembarg. José Ber-
da Cidade (Carioca — Andarahy)) estende-se na nardes de Castro —
Jose da Silva Lisboa, de-
direcção E-0, do cume do Pão de Açúcar por pois Visconde de Cairú Mariano José Pereira —
morros de Botafogo e Copacabana até J acarc- da Fonseca, depois Marquez de Maricá Silves- —
paguá (19 kiiometros) e na direcção S-N, da
; tri Pinheiro Ferreira M. F. de Araujo Gui- —
Ponta do Marisco, na Gávea, ao Morro de Igna- marães, e o Cónego Francisco Vieira Goulart.
cio Dias, em Inhaúma (17 kilom.). Tem 65 Re\izor de provas, José Saturnino da Costa Pe-
pontos culminantes, sendo mais destacados Pão reira.
de Açúcar (395) m.). Pedra da Gávea (842 A. Imprensa Regia em 1822 passou a cha-
m.). Corcovado (704 m.) Pico da Tijuca (1020 mar-se Tipografia Nacional; e em 1889 Imprensa
m.), e 23 morros isolados desde o centro da Nacional.
Cidade até o Subúrbio. Interpõem-se os vales Dc Dr. Antonio de Paula Freitas ha, publi-
de Gávea, Botafogo Laranjeiras, Gloria, Centro, cada em 1877, uma boa monografia sobre a
Saúde, S. Christovão, Engenho Velho, Andarahy, Tipografia Nacional. Publicado em 1881,
Engenho Novo, Jacarépaguá e Inhaúma. por Alfredo do Valle Cabral, existe um volume
— —
O segundo Rural é constituido por um Annaes da Imprenso Nacional.
grupo de 19 pontos culminantes na direcção
E-O, o mais alto dos quaes é o Morro da Pedra ('•^*') Foi a Sociedade Propagadora das Be-
Branca (1023 metros). Dêle se destacam tres las em 1856 pelo Arquitecto Fran-
Artes fundada
contrafortes, um para Norte com tres kiiometros —
cisco Joaquim Beihencourt da Silva de paes
de extensão, e dois pontos culminantes; outro açoreanos, e nascido em viagem para o Bras-il.
para Oeste com 8300 metros de exten-ã., e
Tem por fim promover o desenvolvimento e per-
tres pontos culminantes; e outro para Sul, com
feição das artes, e manter um Liceu de Artes
15 km., e 12 pontos culminantes.
e Oficios que facilite a nacionaes, e a estrangei-
O
terceiro —
Rural, também consta de — ros o estudo das belas artes, não só como es-
sete maciços destacados com 31 culminancias en-
pecialidade, mas, íambem, como aplicação aos
tre 50 e 278 metros de altitude; tem mais
oficios e industrias.
17 morros isolados por entre os quaes se di-
Eleito Secretario Perpetuo da Sociedade que
latam o? povoados de Irajá, Guaratiba, Campo fundou, Bethencourt da Silva organizou e diri-
Grande, Santa Cruz. gio o Liceu a que consagrou o máximo da sua
actividade e paternal dedicação. Coube-Ihe a for-
(i''S)
Em relação a este chafariz ha uma tuna de ver a Sociedade prospera e o Liceu
nota na obra do Pe. Luiz Gonçalves dos San- reputadissimo. Quando em 1911 faleceu o be-
ctos; ha uma «Memoria Histórica» do Cónego Fer- nemérito fundador a Sociedade Propagadora das
nandes Pinheiro, no Tomo 25 da Revistn do Ins- Belas Artes elegeu para substituil-o como Se-
tituto Histórico; ha importantes noticias no Os~ cretario o Bel. r : Bethencourt aa Silva ri-
J.
tensor Brasileiro (1846)); no O Rio de Janeira lho, que é ipso facto o Director do Liceu.
do Dr. Moreira dè Azevedo )1877), e n'0 Com- Foi sob a hábil direcção deste, e com au-
mientario de Ferreira da Rosa (Abril de 1906). xilio oficial, que se construio o vastíssimo edi-
fício em que o Liceu hoje funciona, sem, aliás
(12") A propósito, vale bem' a pena de con- ocupa-lo todo.
tar que foi sóm.ente na presença do Príncipe
Regente D. João que Rio de Janeiro teve oá-
(139) Maio» é muito an-
Esta «Rua 13 de
tensivamente uma tipografia, cousa até então
.tiga, 1888 o nome de «Guarda
e conservou até
proibida «porque podia ser instrumento de prv
Velha» por haver nela permanecido longos anos
pagandã infensa aos interesses do Estado». Em
uma estação de Policia necessária á boa ordem
1744 estabelecera-se aqui com tipografia, sob
entre fâmulos e escravos empregados no trans-
a protecção do Conde de Bobadella, Antonio
porte de agua. da Carioca, serviço que ocasio-
Isidro da Fonseca que tinha em Lisboa' o mesmo
nava frequentes desavenças e conflitos.
negocio; mas vieram logo de Portugal ordensi ter-
minantes para encerramento da oficina.
Só no dja 13 de Maio de 1808 apareceu (1-0) Esta rua traçada no logar do desa-
um Decreto fundando a Imprensa Regia «onde terro chamou-se por muitos anos Rua das Man-
Rio de Janeiro
gueiras, recordando o monlc que ali dcm^r.u fcslas de Santa Cecília, celebradas na igreja do
fornecendo seua a copadas arvores da Manf^i/cra Pano por uma irmandade de .Musiciis que teria
Indica. sido origem de uma Sí)cicdadc dc Musica dc
onde saio o actual
Instituto Nacional dc Musica.
Valentim da Fonseca e Silva — .v\es-
(1") Também recomendável o que a respeito se
é
tre Valentim —
nasceu em Minas Qeraes, da encontra no Cap. XXIV da Noticia Histórica
união de um contratador de diamantes, de na- de Varias Instituições prntnirenfrs ao Miaisttrio
cionalidade portuguesa, com uma preta brasileira.
do interior.
(láí) Ferreira de Souza Araujo (1-) Ha sobre Caxias varias obras: Vida
(Rio de. Janeiro 1848-1900). Estudara Medicina do Grande Cidadão Luiz Alves dc Limii c Silva,
e doutorara-se ; mas o seu brilhante espirito vol- pelo Pe. Joaquim Pinto de Campos (Lisboa.
tou-se para o exercendo-o com a
jornalismo 1878); Homenagem Post/iurna, saída da Tipo-
maior distinção como Redactor-Chefe da Gaze- grafia do O Cruzeiro (Rio 1880); ftshoço de
ta de Noticias que fundou com Elysio Mendes uma Gloriosa Vidn pelo Cap. Raymundo Scidl
e Henrique Chaves em 1876. (Rio 1903); O Duque de Caxias á a lnte<:.ridade
do Brasil, por Sylvic Romero (Rio 1903).
(1") Ha desta igreja uma boa noticia no
primeiro volume do -O Rio de Janeiro.) do Dr. Traduzo para aqui uma passagem do
(1 -)
«do arroio que embeleza e fertiliza este sitio. «envio muito saudar, como aquêle qUe amo.' Aten-
«Justamente á entrada deste vale oferece-se a «dendo á Representação que fizestes subir á
«vista uma planície verde através da qual des-
«Minha Real Presença sobre se achar interrom-
«lisa a corrente de agua no seu leito pedregoso.
«pido e suspenso o comercio desta Ca'[)itania
«Alegram o pitoi-esco dessa planície grupos de «com grave prejuízo dos Meus Vassalos e da
«lavadeiras em que predominam pretas; quasi «Minha Real Fazenda, em razão das criticas e
«todas usam lenço branco ou vermelho na ca- «publicas círcumstancias da Europa; e querendo
«beça; um pano de muitas dobras lhes cae do «dar sobre este importante objecto alguma pro-
«ombro direito para debaixo do braço esquerdo; «videncía pronta e capaz de minorar o progressD
«uma saia de grande roda é o seu vestido fa- «de taes danos: Sou servido Ordenar interina
«Torito. Algumas passam uma rodilha em torno «e provisoriamente, em quanto não consolido lim
«do ventre suspendendo a saia, como as hindus: «sistema geral que efectivamente regule seme-
«outras usam um deanteiro de mau gosto, es- lhantes matérias, o seguinte: ;l.o Que se- —
«pecie de avental só para o busto. «jam admissíveis nas alfandegas do Brasil todos
«Contornam a planície matizada por estas «e quaesquer géneros, fazendas e mercadorias
«mulheres sébes de acácia e mimosa, laranjeiras «transportados em navios estrangeiros das Po-
outras arvores frutíferas limitando as cha- 'tencias que se conservam em paz e harmonia
«e
«caras. Para além das chácaras vêem-se os ca- «com a Minha Real Corôa ou em navios de
cfeeiros cobrindo os morros que limitam o sce- «Meus Vassalos, pagando por entrada 24 o/o, a
«nano. «saber: 20 de direitos grossos e 4 de donativo
«Não são grandes, nem magnificas as cas.ns «já estabelecido, regulando-se a cobrança destes
campo neste vale, mas todas têm suas va- «direitos pelas- pautas ou aforamentos por que
«de
bonita escadaria para o <até ao presente se regula cada uma das ditas
«randas e, ás vezes,
<tandar nobre; os pavimentos térreos são sempre «alfandegas, ficando os vinhos aguardentes e azei-
«tes doces que se denominam molhados, pagando
«armazéns ou moradas de escravos. Todas têm
«o dobro dos direitos que até agora nelas sa-
cairoso portão,; e o caminho do portão á casa
«é cuidadosamente ladeado de .flores e plantas
«tisfaziam. —
2.o Que não só os Meus Vassalos
«ras firma um extraordinário cunho de 'beleza «cultura que tanto desejo promover, todos e
«e fragrância». «quaesquer géneros e produções coloniaes, á ex-
«cepção do Pau-Brasíl ou outros notoriamente es-
«tancados, pagando por saída os imfesmcs di-
(1^*) O Syllogêu é edifício próprio nacio-
«reitos estabelecidos nas respectivas Capita-
já
nal concluído em 1904 por ordem do Ministro
«nias, ficando, entretanto, comio em suspenso,
do Interior, Dr. José Joaquim^ Seabra que logo
«e sem vigor, todas ou
as Leis Cartas Regias
prometeu ao Presidente da Academia Nacional
«outras Ordens que atéqui proibiam' neste Es-
de 'Medicina Dr. Alfredo Nascimento, que ah
«tado do Brasil o reciproco comercio e. nave-
daria séde para essa antiga e prestimosa ins-
«gação entre os Meus Vassalos e Estrangeiros. O
tituição. I>epois foram recebidas no mesíni"^ edi-
«que tudo assim fareis executar com o zelo
fício Histórico e Geográfico, o Ins-
o Instituto
«e actividade que de vós espero. Escrita na
da Ordem dos Advogados e a Academ'ia
tituto
«Bahia, aos 28 de Janeiro de 1808 PRÍN- —
Brasileira de Letras. Então o Dr. Alfredo Nas-
CIPE.
címlento solicitou do erudito helenista Dr. Ramiz
Galvão um nome apropriado para a séde de
tão diversas associações; e, entre outros vocá-
(156) A do Morro da Viuva pu-
respeito
bulos oferecidos, foi preferido SYLLOGÊU que blicou o Dr. Fazenda um folhetim na A
Vieira
logar, Jiomem que viéra de S. Vicente com Es- No Brasil o influxo das civilizações novas
tácio de Sá. «do Pacifico 6 apvnas perceptível. Entretanto,
aqui mesmo no Rio ha um vcstijjio fv>ctico
o mesmo cronista referido, Dr. Vieira "C religioso do tempo em que o dominio cs-
Fazenda, publicou em 7 de Agosto de 1Q06, «panhtíl dava unidade ;i península ibérica. Por
no mesmo jornal A Noticia, mn folhetim rela- quasi um século éramos esp.iahocs. Por csm?
tivo ao Palacete Abrantes. -tempo, entre Pcrú e Bolívia o /elo da fé
«cristã um templo dos Incas numa
fazia destruir
(1S9) «solitária aonde acorria o gentio supersti-
ilha
y\ Policlínica de Botafogo foi cm QOO
fundada pelo excelente e bondoso Medico, Dr. cioso, e>pcrando dos seus deuses o
milagre dc
Luiz Barbosa, de acordo com a Sociedade Pro- consolação e remédio para as miscrias hiunanas.
liagadora da Instrução aos operários da Frc- «O Cristianismo destruío aquêics deuses e
Uiiezia da Lagôa que lhe proporcionou casa. Pra- ^aquela idolatria c repoz no templo incaico a
ticando a Caridade e servindo á Sciencia, desen- <imagem de Nos-.;a Senhora. A continuidaiic dos
volveu-se a Policlínica, c aumentou a sua ca- milagres não se interrompeu c, antes, avultou
pacidade beneficente, dispondo hoje de consul- "C centuplicou com a imagem de Maria na ilha
tórios aparelhados, laboratórios, de Copacabana. Esse culto de Nossa Seniiora
sala de opera-
<da Copacabana passou da solitária ilha do Peru
ções e leitos para operados, em ambiente da
mais perfeita higiene. O seu Corpo Clinico está «a todo o domínio espanhol com a fama de todas
("1) O Jornal do CorTtercio de 1 2 e 13 de (i$5) Q nome Largo dos Leões > vem de
( utubro de 1918 dá noticias da Faculdade e antigos proprietários — tres irmãos dc apelido
do novo edifício ; c capitulo XIV da Noticia Marques Leão, proprietários de extensos chãos
Histórica de Varias Instifuições é todo referente no fim do caminho de S. Clemente e principio
á Faculdade de Medicina; e no tomo 74, parte da Piaçaba, hoje Humaytá. Aí cederam éles ter-
2.'', pag. 265 da Revista do instituto Histórico reno para um logradouro publico, e o povo
ha também que ler a respeito. Em 1908, co- chamou ao espaço doado Largo dos Leões».
memorando o Centenario do Ensino Medico, a O logradouro ainda existe; mas a Unha de bon-
.Academia Nacional de Medicina publicou uma des deflocou essa denominação duzentos metros
obra interessante. para o Sul, na rua Humaytá, onde tem a sua
curva de reversão.
São do erudito
(i'^^')
João Ribeiro escritor Municipalidade, em 1918, trocou esse no-
A
.as seguintes linhas nO Imparcial de 11 de Ou- me pelo de Ruy Barbosa, em homenagem ao
tubro de 1920: grande intelectual residente ha muitos anos no
I 4
; ; ; ;-
prédio que teirt o n.o 134; depois restabeleceu neta de D. João VI; foi depois Rainha de
o nome antigo. Portugal sob o nome de D. Maria II;
Emi 6 de Março de 1821 outro filho de
(1") Ha, de Felix Emilio Taunay, um qua- D. Pedro, o Principe da Beira, D. João Carlos,
dro, na Pinacotéa das Belas Artes, representando que faleceu no ano seguinte;
a «Mãe d' Agua» antes de construído o Reser- Em 11,de Manço de 1822 a Princeza D.
vatório. Januaria Maria que casou aos 22 anos com- o
Conde d' Áquila
(168) D_ prei Antonio de Guadelupe, fran- Em 17 de Fevereiro de 1823 a Princeza
ciscano, natural de Portugal recebeu a mitra; p. Paula Mariana que faleceu em 1833;
na Sé de Lisboa. Foi moralista insigne, devo- Emi 2 de Agosto de 1824 a Princeza D.
tadissimo á sua religião e ao bem da humani- Francisca "Carolina que casou aos 19 anos com
dade. Chegou de Janeiro em' 2 de
ao Rio o Príncipe de Joinville, D. Francisco de Or-
Agosto de 1725, e tomou posse da Diocese co- léans;
mo 4.0 Bispo no dia 4. Foi sempre de uma Era' 2 de Dezembro de 1825 o Príncipe
actividade exemplar. Quando regressou a Lis- D. Pedro que veio a ser 2.o Imperador do
boa em 1740 estava exausto de forças, e aí Brasil
faleceu nesse mesmo ano, com' 68 de idade. Emi 23 de Fevereiro de 1845 o l.o filho
de D. Pedro. II, Principe D. Affonso, que fa-
(169) o autor deste Livro escreveu para o leceu ent 1847; :J
Aires emi 1916, uma Memoria sobre Colégios Izabel, que casou com o Conde d'Eu, foi tres
vezes Regente do Império, e faleceu em Paris,
'
a Nação rende homenagem aos seuS filhos di- da Marinha Real Portuguesa;
lectos, ficou gravado o nome do venerando crea- Baptismo do primeiro e único filho desse
dor de tão benemérita instituição. consorcio. Infante D. Sebastião, em 17 de De-
zembro de 1811;
("1) V. O Rio de Janeiro ertí 1900, de Casamento do Principe D. Pedro, filho de
Ferreira da Rosa, pag. 345. D. João, com' a Princeza d'Austria D. Maria
Leopoldina Josefa Carolina, em' Novembro de
(1^2) «Querendo propagar
conhecimen- os 1817;
tos e estudos das no Reino
sciencias naturaes Aclamação de D. João VI, em Fevereiro de
do Brasil que encerra em si milhares de obje- 1818;
ctos dignos de observação e exame, e que po- Baptismo da Princesa D. Maria da Gloria,
demi ser empregados em beneficio do Comercio em) 3 de Maio de 1819;
da Industria e das Artes que muito desejo fa- Coroação de D. Pedro I; baptismo de seu
vorecer como grandes mananciaes da riqueza, filho D. Pedro casamento do mesimo, como 2.c
;
Rio de Janeiro
211
assistir, quando deixou a Prefeitura, em 15 de dins existentes nas entradas do edifício da Secre
Novembro de 1906, á Ceremonia da Pedra Fun- taria de Estado, na Praça 15 de Novembro, de-
damental deste pequeno monumento, aliás so- vendo ser colocada na fwsição que melhor con-
mente erguido tres anos depois da sua morte. vier».
:
como ferro velho. Nas Oficinas da E. F. C. B., uma de cariatides destinadas a sustentar o
serie
estação «Engenho de Dentro», è
suburbana de telhado de vidro que cobriria a passagem, se se
conservada, entretanto,como num museu, a lo- realizasse o projecto primitivo de tres corpos
comotiva «Baronesas, primeira que correu sobre distintos combinados numa mesma composição ar-
trilhos na America do Sul. Pertenceu á Estrada quitectónica.
tà't\Jl-l-e:..n:it,íi^.i,'i ..
índices
4
DHMOBiiann ti
ÍNDICE GERAL
Academia de Marinha —
Nota 70 Baptisados no P. da Bôa Vista — Nota 1731
Agua do Carioca, 89, 90 e ... . 115 Barão de Capanema ló-*
Ajuda —
Veja Nota 42 Barão do Amazonas, 99 e 164
Alberto Barth 100 Barra do Rio de Janeiro 32
Alfandega (edifício) . 52 Bateria de S. Tiago 22
Alfandega (receita) 37 Belas-Artes — Notas, 86 e 102
Alimentação Publica, 144 e 157 Biblioteca Nacional, 44 e 45
Almirante Barroso Qí; Biblioteca Municipal 26
Almirante Tamandaré, 102ie .... 164 Boletim de Estat. Demogr. Sanitária . 141
Alto da Bôa Vista (Tijuca) .... 8} Bolsa. 136 e 168
Andarahy 82 Bom Retiro (Tijuca) . ..... i>J
.
.
. 36
Escola Nacional de Bellas-Artes ... 44
Escola Naval 33
Comi de Hist. c Est. de Assist. Publ.
e Priv 26
Escola Naval de Guerra . ... 131
Escola Normal, 125 e 131
Compi-nhias de Navegação . ... 173
Escola Politécnica 56
Conde dos Arcos 61
Escola Veterinária do Exercito 130
Conde de Bobadella, 19 e .... 90
Estácio de Sá, 14e
. . .
17
Conselho Deliberativo Municipal . . 23
Estácio de Sá (bairro)) 1T9
Contencioso Municipal 26
Estações Suburbanas da E. F. C. B. . 66
Copacabana, 108 e 109
Estações Suburbanas da E. F. Leopol-
Corcovado, 114e . ... ... 118
dina 69
Corpo de Bombeiros, 60 e 162
Estaç. Suburb. da E. F. Rio d'Ouro 69
Correio Geral (edifício)) ..... 51
...
.
Pinto^> ...
46 Igreja de S. Francisco de Paula ... 5t
95 Igreja de S. José 22
Fortalezas da barra 32 Ilha do Bom Jesus . , : . .
Industria e Comercio
Q 168
Imprensa Nacional
Inhaúma
....... 90
Benjamin Constant
.
....
26
104
Governadores 18 Instituto Historie» e Geográfico,, Brasileiro
Gov. Ayres de Saldanha 19 Institutos Militares deEnsino, 130 c . 137
Gov. Duarte Corrêa Vasqueanes
Gov. Francisco de Castro Moraes
. . 18
19
Instituto Nacional de Musica .... ?M
. .
Instituto Oswaldo Cruz (Manguinhos) 135)
Gov. D. Manuel Lobo 18 Instituto Pasteur . !54
Governo do Municipic 23 Instituto Profissional «João Alfredo» . 82
Guanabara 30 Instituto de Protecção e Assistência á In-
fância 148
H Instrução Publica
Intendência da Guerra 77
Irajá 69
Histórico da Cidade 13
Irm. da Santa Casa da Misericórdia, 149 157
Horto Fruticula da Penha .... 69
Horto Municipal . 81
Hospício de S. João Baptista ... 152
J
Hospital de Alienados 103
Hospital Central do Exercito ... 146
Hospital José Carlos Rodrigues ... 154 Jacarépaguá 68
Hospital dos Lázaros 78 Jardimi Botânico, 110 e 112
Hospital da Misericórdia . .... 150 Jardins Zoológicos 81
L
I
O Realengo 70
Receita da Municipalidade - 1889-1922 27
Obelisco da Av. Rio Branco ... 45 Regras para a Construcção da Avenida 41
Obrasi do Porto 29 Recolhimento de Santa Tereza ... 151
Rio de Janeiro
219
S
Uruçumirim, 13e 16
E
A Ibarra do Rio de Janeiro, a enseada Enseada dc Botafogo. Vista do Morro
de Botafogo e o Bairro do mesmo da Viuva loi
nome, \àstos do alto do Corcovado 119 Escola de São Christovão (oferecida pe-
A Cascata. Aspecto do parque da Praça la Associação Comercial) . . . 160
da Republica . 61 Estatua de Buarque de Macedo . . . li..
A estatua do General Osorio, na Pr.
. Estatua de D. Pedro I
A
1 5 de Novembro
Palma Mater
18
111
Estatua de José Bonifacio
Estatua de Jose de Alencar
...
. . . MS
A Penna. Jacarépaguá 68 Estatua do Almirante Barroso . .
"'i
F
B
Fachada da Candelária j 5'i
Bambus, no
Jardim Botânico ... 112 Fachada do Hospital «N. Sra. das Dôrcs» 09
Biblioteca Nacional 44 Floriivno Peixoto, no alto do monu-
•
mento n
Fonte, no Jardim da Gloria .... 95
car . . . 108
Copacabana. Extremo norte . . . 109
Copacabana. Vista do Pão de Açúcar 11
H
Costão oriental da barra guarnecido pe-
la fortaleza «Santa Cruz» ... 3l
Hospital «N. Sra. das Dòres» (parque)
D
Ilha Fiscal ;
da Tijuca, 74 e
Na, floresta .... . 85
Trecho da Avenida Niemeyer ... 113
Trecho da Avenida «Rio Branco», vista
Nave Central da Candelária
No parque da Bôa Vista
. . «. . 53
81
de norte para sul ...... 42
u
O Um' aspecto das «Furnas de Agassiz» . 8?
Um aspecto do Largo da Gloria . . 92
o Amor (monumento Floriano Peixoto) 48 Um' aspecto do Passeio Publico •
. . _91
O Corcovado, visto da Tijuca ... 116 Um' aspecto do poente, na Gávea. Vista
O «Gigante que dorme», visto de fóra tomada da Avenida Niemeyer . . 114
da barra . 30 Um paxdlhão do Hospital Central do
O monumento do 4.° Centenario . . 93 Exercito 146
O relógio da Gloria 93
«O Ultimo Tamoyo», quadro do prof.
Amoedo 15 V
Orla de Paquetá 34
Os arcos da Carioca 89 Vista do alto do Corcovado .... 120
OUto aspecto da Enseada de Botafogo, Vitral fronteiroá- entrada do Hospital
102 e 103 dos Lázaros 78
ACABOU DE SE IMPRIMIR
NA TYPOGRAPHIA DO ANNUARIO DO BRASIL,
(ALMANAK LAEMMERT)
R. D. MANOEL, 62 — RIO DE JANEIRO
iro. da Rosa »
Ri n de *^aneira«
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