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Volteio e iniciação à
colocação em sela
1. PEÇAS DO ARREAMENTO E SUAS UTILIDADES.....................................................5
1.1 BRIDÕES..............................................................................................................................5
1.2 FREIOS...............................................................................................................................10
1.3 CABEÇADA.......................................................................................................................13
1.3.1 FOCINHEIRA.................................................................................................................14
1.4 RÉDEA...............................................................................................................................15
1.5 MARTINGAL.....................................................................................................................16
1.6 SELAS................................................................................................................................17
1.7 MANTA..............................................................................................................................18
1.10 ESTRIBOS........................................................................................................................19
1.11 PEITORAIS......................................................................................................................20
2. CAVALO DE SALTO........................................................................................................25
3. O SALTO.............................................................................................................................37
5. ADESTRAMENTO NO OBSTÁCULO...........................................................................55
6.TRABALHO NO EXTERIOR...........................................................................................59
6.1ACALMAR..........................................................................................................................60
6.2 EQUILIBRAR....................................................................................................................60
6.3 MÚSCULOS.......................................................................................................................62
6.4 FÔLEGO.............................................................................................................................63
7. TRABALHO A GUIA........................................................................................................65
8. TRABALHO EM LIBERDADE........................................................................................69
11.1 OBJETIVO......................................................................................................................106
11.2 MATERIAL....................................................................................................................107
11.3 DISPOSIÇÃO DO MATERIAL.....................................................................................107
11.5 OBSTÁCULOS..............................................................................................................108
12 ENREDEAMENTOS ESPECIAIS.................................................................................113
12.1.1 VANTAGENS.............................................................................................................114
12.1.2 DESVANTAGENS......................................................................................................115
12.2.1 VANTAGENS.............................................................................................................115
12.2.2 DESVANTAGENS......................................................................................................116
12.3.1 VANTAGENS.............................................................................................................118
12.3.2 DESVANTAGENS......................................................................................................118
Começamos pelos meios de que o cavalo dispõe para domínio de sua montada,
passaremos aos que permitem sua utilização, e em seguida às selas, todos os seus respectivos
acessórios, para chegarmos aos meios de proteção. Em seguida, em título à parte tratamos dos
enredeamentos especiais.
1.1 - BRIDÕES
No bridão comum, as argolas são corrediças, o que pode dar margem a beliscaduras
dolorosas e até mesmo ferimentos nas comissuras dos lábios do cavalo. Em tal caso, o
cavaleiro terá que tomar certas precauções, colocando no bocado, junto às argolas, discos de
couro ou de borracha, que evitam tais ferimentos. Há outros tipos de bridão, que dispensam
essas precauções, como o bridão Chantilly, o Verdun ou o bridão em “D”, o bridão de hastes
ou o de agulhas. Estes são os tipos normais de bridão. Além deles, existem outros, como o
bridão de duplo bocado, o ascensor e o Gag.
Tem como principal finalidade uma mais rápida e maior descontração do maxilar do
cavalo. Como seu nome indica, consta de dois bocados presos a uma mesma argola ou barra
lateral. Estes bocados, entretanto, não se articulam no meio como nos tipos normais. A
articulação de cada um é pouco deslocada para o lado, de tal maneira que, ao articular-se,
forma-se em seu centro uma espécie de “M”. É um bridão que dá um bom apoio ao cavalo,
apesar de ter uma ação um pouco enérgica. Geralmente seus bocados prendem-se de cada lado
a barras com argolas, como as do bridão de hasteou bridão de agulhas. Sua maior ação se faz
sentir quando as partes superiores destas hastes são presas à faceira da cabeçada.
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O bridão de duplo bocado pode, também, ser substituído por dois bridões comuns
usados numa cabeçada, de freio e bridão ou numa cabeçada comum de bridão. No primeiro
caso, utilizaremos duas rédeas, uma para cada bridão, enquanto que, no segundo, podemos
utilizar duas ou uma só rédea. É preferível a utilização da cabeçada de freio e bridão as duas
rédeas. É uma embocadura mais suave e que dá o mesmo efeito de descontração. Se
quisermos aumentar de muito sua ação, bastará que a usemos da seguinte maneira: chamemos
os bridões de A e B. Seguramos suas rédeas como as de freio e de bridão. Numa das mãos,
seguramos a rédea do bridão. A por fora e do bridão B por dentro. Na outra mão, invertemos
as rédeas, isto é, a ação do bridão A por dentro, e a do bridão B por fora. Obteremos assim
uma ação bastante forte.
São dois tipos de bridões baseados na aplicação do mesmo princípio que a rédea
Colbert. São, ao mesmo tempo, embocaduras suaves e poderosas. Em resumo, trata-se do
seguinte: um bocado de bridão, geralmente grosso, com argola ou outro dispositivo, dentro do
qual desliza uma peça que é a faceira, continuada pela rédea. A ação do bridão exerce-se de
baixo para cima na direção da nuca, pressionando violentamente as comissuras do lábio do
cavalo. O “GAG” dispõe de duas argolas, nas quais existem dois orifícios circulares
diametralmente opostos, através dos quais passa a faceira rédea. No bridão ascensor, as
argolas são substituídas por uma peça retilínea, com dois orifícios circulares nas suas
extremidades, um superior e outro inferior, para passagem do mesmo dispositivo faceira-
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rédea. Estes dois tipos de embocadura tem a desvantagem de transmitir ao cavalo, com certo
atraso, a cessão da mão do cavaleiro, devido à dificuldade da faceira-rédea de deslizar nos
orifícios das argolas ou peça que as substitui. Poderemos, ainda, utilizar uma cabeçada com
um bridão comum como se fosse um ascensor. Para tal basta que disponhamos de uma rédea
longa com uma única fivela. A rédea sairá da mão do cavaleiro, passará de força pra dentro na
argola do bridão, subirá como faceira, passará à cachaceira, descerá pelo lado oposto como
faceira, passará de dentro para fora pela outra argola do bridão e voltará à mão do cavaleiro.
Sua ação é de um bridão com rédea Colbert.
Os bridões têm uma ação elevadora sobre a frente do cavalo. Esta ação se acentua no
bridão ascensor e no “GAG”.
Falamos bastante sobre os bridões, descrevemos vários dos tipos usados. O que
importa, entretanto, saber, é que o que interessa realmente no bridão é a espessura de seu
bocado, pois que nos dirá de sua maior ou menor intensidade de ação. Aconselho para nosso
uso comum, termos dois bridões comuns, um de espessura média e outro grosso. Eles nos
bastarão, geralmente, para qualquer trabalho que desejamos. Bastará que saibamos utilizá-los
no adestramento de nossos cavalos.
Outros bridões também estão no mercado com várias finalidades, veja alguns:
1.2 FREIOS
Constituem uma embocadura muito mais enérgica que os bridões. Sua ação exerce-se
sobre as barras – espaço livre do maxilar inferior entre os incisivos e os molares – em vez de
sobre as comissuras dos lábios. Esta ação, contrariamente à do bridão, é abaixadora sobre a
frente do cavalo.
Para que os freios tenham realmente uma ação eficaz torna-se necessário que
disponham de uma barbela. Esta permite a ação dos braços de alavanca, constituídos pelas
caimbas do freio. Sem a barbela, ação do freio seria muito semelhante à de um bridão.
como finalidade impedir que o cavalo se defenda, procurando segurar a caimba do freio com
os dentes.
O bocado do freio pode ser reto ou ligeiramente arredondado, ou ainda ter um ligeiro
em sua parte central. O arredondamento ou o desvio na parte central destinam-se a dar maior
liberdade à língua espessa ou calha apertada, pois evitam que a língua seja comprimida
provocando dor e conseqüente reação do cavalo. Por outro lado, este desvio do bocado, a
chamada passagem de língua ou liberdade de língua, pode ser pouco indicável para os cavalos
que têm o palato cheio. Há inúmeros tipos de freio. Quanto mais longas forem as caimbas e
mais acentuada a passagem de língua, mais duro será o freio.
O freio mais suave, com caimbas curtas e bocado ligeiramente arredondado. Alguns
cavalos adquirem o hábito de passar a língua por cima do bocado. Em tal caso, basta
geralmente, limar sua parte superior tornando-se ligeiramente áspera. Isto costuma ser o
suficiente para evitar tal defesa do cavalo. Outras vezes, bastará substituir o freio sem
passagem de língua por outro que a possua. Geralmente, tal efeito se apresenta nos cavalos de
língua espessa e calha apertada, que assim procuram se defender da dor que sentem.
O freio “bomba” é um freio no qual as caimbas não são soldadas ao bocado. Este
desliza numa espécie de rebaixo existente nas caimbas, tendo assim um pequeno jogo. Ele
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tem um efeito que favorece a descontração do maxilar e uma ação mais suave, porém perde
em precisão.
O freio inglês enquadra-se dentro da mesma idéia do “Pelham”, sua ação é mais
precisa porque seu bocado é constituído por uma só peça. É uma boa embocadura, suave
quando na rédea do bridão, mais ou menos enérgica, quando usado nos locais das rédeas do
freio, aumentando-se ou diminuindo-se o comprimento da alavanca, segundo o local onde se
prende a rédea.
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1.3 CABEÇADA
Constam de uma cachaceira, que se prolonga dos dois lados pelas faceiras, onde se
prendem o bridão ou o freio. São completados por uma testeira ou uma cisgola. Para o uso do
freio ou de bridão isolados, usa-se a cabeçada como foi descrita. Porém, quando se quer
utilizar o freio ou bridão, torna-se necessário acrescentar outra faceira. Neste caso, prende-se
o bridão na faceira interna e o freio na externa. Para aumentar ou diminuir o comprimento das
cabeçadas, é feto de uma só vez, por meio de uma fivela, colocada no meio da cachaceira. Na
outra alcançamos o mesmo objetivo encurtando as faceiras, uma de cada vez.
Figura 12 - Cabeçada
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Focinheira
Outro tipo é chamada focinheira italiana, usada abaixo da embocadura. Sua ação é
muito mais enérgica que a focinheira inglesa. É usada com o bridão, e algumas vezes, com as
palancas (pequenos freios). O cavaleiro, ao ajustá-la, deve ter o cuidado de não apertá-la
demasiado para não prejudicar a respiração do cavalo, nem impedir que o cavalo possa abrir a
boca suficiente para dar a descontração do maxilar. A parte que envolve o focinho do cavalo
pode ser de couro redondo ou liso.
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Há uma variedade deste tipo de focinheira, na qual a parte que envolve o focinho do
cavalo consta de três peças articuladas. Uma que passa na parte superior e se articula por meio
de duas argolas, dos dois lados, com as duas peças que vão permitir a ajustagem da focinheira
na parte inferior do focinho do cavalo.
1.4 RÉDEAS
Figura 15 – Rédeas
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1.5 MARTINGAL
1.5.1Martingal Fixo
De uso quase obrigatório no pólo – é um meio empírico de impedir que o cavalo eleve
demasiado a cabeça, com perigo para seu cavaleiro. Não tem o mínimo efeito para abaixar a
cabeça do cavalo. Pelo contrário, dando-lhe um ponto de apoio pra cima, convida-o a elevá-la.
Não pode ser considerado como artifício para o adestramento e sim como meio de exploração
de um cavalo incompletamente adestrado ou, como no caso do pólo em que o animal fica
sujeito à ações bruscas e violentas da mão do cavaleiro. Sua única vantagem é limitar a
elevação da cabeça do cavalo, pois não impede que o cavalo estenda o pescoço. Para estar
bem ajustado deve estar tenso na medida em que o cavalo possa empregar em seu pescoço.
Não deve ser usado muito longo, pois em tal caso seu efeito seria nulo.
Tem uma finalidade diferente. Destina-se a impedir que o cavalo bata ou jogue a
cabeça em todos os sentidos. Não tem como muitos pretendem nenhum efeito abaixador sobre
os pescoço e cabeça do cavalo. Deve ser ajustado de maneira que no momento em que o
cavaleiro esticar suas rédeas em sua posição normal estas não formem uma linha quebrada.
Seu uso demasiado longo, ou curto, seria inútil ou prejudicial. Muito longo, não teria ação;
muito curto, daria um apoio ao cavalo para que este tirasse para cima, invertendo o pescoço.
Bem ajustado tem a vantagem de castigar automaticamente o cavalo que jogue ou bata com a
cabeça. Seu emprego na iniciação é quase indispensável, pois facilita ao cavaleiro canalizar o
pescoço do potro no corredor das ajudas. Da mesma maneira, deve ser sempre usado por
cavaleiros pouco experientes, a fim de amortecer os choques provocados pela irregularidade
da mão. É ainda, de enorme utilidade em concursos hípicos, em animais incompletamente
adestrados. Entretanto, no adestramento propriamente dito do cavalo é que, de certo modo, é
prejudicial, pois impede o cavaleiro de executar determinados movimentos necessários ao
flexionamento e correção do cavalo. Além disto, seu emprego, permanente e sistemático,
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pode levar o cavaleiro a acreditar, vencidas determinadas resistências, que não o foram, e que
mais tarde, poderão ser causa de sérios prejuízos. O cavaleiro só pode dar por aceitável o
adestramento de seu cavalo de salto quando puder prescindir do uso do martigal.
Tanto o martigal fixo como o de anéis devem ser completados por uma coleira, que
evite fiquem pendurados entre as mãos do cavalo, no momento em que este empregar o
pescoço. Para maior segurança, será aconselhável colocar nesta coleira um passador por onde
se enfie o martigal (gamarra).
Figura 16 - Gamarra
1.6 SELAS
Não iremos aqui pretender descrever este ou aquele tipo de sela. Restringir-nos-emos a
aconselhar o cavaleiro no emprego que deve fazer das mesmas.
Devemos fazer uma recomendação aos cavaleiros. Será de toda a vantagem que, nos
treinamentos, dispensem o uso das borrainas. Serão, assim, obrigados a empregar-se mais a
fundo nos treinamentos, alcançando uma fixidez que só vantagens poderá trazer no futuro. De
toda vantagem seria também se o cavaleiro pudesse dispor de uma sela para cada um de seus
cavalos. Poderia, assim, melhor adaptá-lo ao cavalo evitando deformações na armação da
sela, que mais tarde, poderão vir a causar ferimentos no dorso do cavalo. A adaptação da sela
ao dorso do cavalo sendo perfeita, pode ser dispensado o uso das mantas para proteção do
mesmo.
1.7 MANTAS
As mantas de sela devem ser de feltro prensado ou outro tecido que permita uma boa
adaptação da sela ao dorso do cavalo. O emprego de mantas de tecido demasiado espesso
pode provocar a deformação da armação da sela, com abertura excessiva da mesma no cepilho
e a compressão do garrote. Seria quase certo, no fim de algum tempo, a formação de edemas
ou de ferimentos nesta região, o que se deve evitar a todo custo. De cada lado da manta, na
região que corresponde às abas da sela, ela deve dispor de pequenas correias que permitam
sua fixação às mesmas.
Figura 18 - Manta
Sobre cilhas
Nada mais são do que um reforço das cilhas. Evitam o rompimento de um látego e
permitem, mesmo que tal fato se dê a continuação do percurso.
1.9 LÓROS
Figura 20 - Loros
1.10 ESTRIBOS
Figura 21 - Estribos
1.11 PEITORAIS
Têm por fim impedir que a sela escorregue para trás, principalmente nos cavalos
magros. Existem dois tipos:
Figura 22 – Peitoral
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É preferível ao da caça, pois não puxa a sela. Seu emprego atende ao mesmo objetivo.
Deve ser forrado de feltro ou qualquer outro material que evite os ferimentos que o atrito do
couro sobre a pele do cavalo possa provocar.
Figura 24 - Cabeção
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Figura 25 - Guia
Caneleiras
Formadas por uma folha de feltro, com uma tira elástica que as envolve e na qual são
fixadas fivelas e correias. A tira elástica é mantida presa ao feltro por uma dupla costura.
Figura 26 - Caneleiras
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Boleteiras
São protetores para os boletos, muito usados para os animais que se tocam quando em
marcha. Poderá ser de couro, no modelo que vem na figura final, ou de pedaço de feltro fino,
mesmo flanela, em cujo meio se prende um simples cadarço. Para colocá-lo, basta que
ajustemos este cadarço, e em seguida, rebatamos a parte superior sobre a inferior.
Figura 27 - Boleteiras
Ligas
Cloches
Figura 30 - Cloches
Capas
Servem para proteger o cavalo no inverno ou da poeira do verão. Devem ser ajustadas
por uma sobre cilha, para evitar que se desloquem do seu lugar normal.
Figura 31 - Capa
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2. CAVALO DE SALTO
Da existência dessas qualidades e seu perfeito aproveitamento pelo cavaleiro é que irá
depender o sucesso. Algumas delas serão naturais, outras terão que ser criadas pelo cavaleiro.
Em qualquer caso, ele deverá sempre procurar desenvolvê-las e apurá-las.
Para atingir os objetivos a que nos propomos, devemos, pois, saber o que procurar em
um cavalo e como identificar o que procuramos. O nosso trabalho será, então, dividido em
várias partes, em que estudaremos cada coisa separadamente. Começaremos pela escolha do
cavalo, passaremos a seu adestramento, subdividindo-o em adestramento propriamente
dito e adestramento no obstáculo, terminaremos pelo aperfeiçoamento do cavaleiro.
Assim, teremos que nos limitar a indicar os pontos mais importantes a abordar na
escolha de um cavalo, isto é, como proceder quando formos escolher nosso futuro cavalo de
salto. O problema apresenta 2 (dois) aspectos distintos: Um de fácil solução, outro de solução
um tanto indefinida. O primeiro relaciona-se com o tipo físico do cavalo, daí deduzimos o que
nos interessa. Já o segundo é bastante mais difícil. Teremos que estudar o moral do cavalo e
procurar descobrir as qualidades que desejamos. Feito isto, teremos que procurar deduzir as
influências recíprocas que o tipo físico e as qualidades morais do cavalo possam ter.
Será bom que não esqueçamos também que é do perfeito entrosamento das qualidades
físicas e morais do cavalo que dependerá o resultado final desejado, quer dizer, não devemos
esquecer umas em detrimento de outras, nem que tanto umas como outras podem ser
melhoradas. Este entrosamento é tal, que muitas das qualidades morais do cavalo irão
depender de suas possibilidades físicas. Dito isto, passamos a estudar as qualidades que
desejamos encontrar no cavalo que iremos trabalhar.
Muitas vezes, ao simples olhar lançado sobre um animal, observamos suas aptidões
para o mister visado. Entretanto, tal nem sempre acontece e, outras vezes, um cavalo qualquer
apresenta qualidades notáveis. É quem tem disposições naturais, muitas das vezes físicas, e
possui mais potência do que seria lícito julgar em um simples exame. Assim, guardemo-nos
de julgar um cavalo por sua aparência. Antes de condená-lo ou julgá-lo favoravelmente,
devemos experimentá-lo. Se esta experiência, em liberdade montado for favorável, devemos
conservá-lo e trabalhá-lo.
O que desejamos de um cavalo de salto? Que salte um bom estilo qualquer que seja
o obstáculo que lhe apresentemos, conhecido ou desconhecido, sem hesitação e sem a menor
tentativa de se desviar, executando facilmente as mudanças de direção que lhe impusermos,
calculando bem seus últimos lances, para se destacar de uma boa distância,
POTENTEMENTE, depois de ter oposto ao seu movimento a retomada indispensável ao
engajamento de seus posteriores e a elevação de seu antemão. Para tal, deve possuir as
seguintes qualidades: Energia, potência, calma, franqueza, agilidade, flexibilidade, equilíbrio,
destreza e respeito pelo obstáculo.
Em que consistem?
a) energia: qualidade natural do cavalo, que lhe permite encontrar, dentro de si,
reservas que o tornam capaz de enfrentar com êxito, as dificuldades que apresentemos;
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f) flexibilidade: muitas vezes natural, mas a ser sempre cada vez mais
desenvolvida, permite ao cavaleiro um grande e fácil domínio sobre sua montada, em
qualquer velocidade e direção, e ao cavalo as retomadas que terá de impor, por si mesmo, ao
seu movimento;
i) respeito pelo obstáculo: qualidade que devemos sempre desejar aos nossos
cavalos de salto. Qualidade que os fará, sempre, empregar-se a fundo em qualquer obstáculo,
para transpô-lo com a certeza de não o tocar. Pode ser natural ou resultado de um trabalho
especial com este objetivo. Geralmente, é a consequência da potência e da energia do cavalo.
“As duas primeiras, em geral, geram a terceira; são as qualidades mestras porque
implicam no equilíbrio e na destreza. Podem ser aperfeiçoadas ou adquiridas por um
adestramento sábio, mas isto exige tempo e paciência.”
“Entre dois cavalos de classes diferentes, haverá sempre a mesma diferença, do ponto
de vista POTÊNCIA E VELOCIDADE, após um trabalho idêntico de longa duração.”
Parece interessante citar a definição de GUSTAVE RAU, antigo diretor dos haras do
Grande Reich e juiz olímpico - “Exige-se atualmente, dos cavalos, que tenham massa,
equilíbrio natural, flexibilidade natural, inteligência nata e calma, com exclusão de qualquer
nervosismo. É um novo cavalo que se deseja.”
Feita esta dissertação sobre as qualidades que devemos procurar no cavalo, passemos
agora a ver como devemos proceder para a escolha do cavalo. Quatro fases distintas irão
constituir nosso exame:
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Entretanto, tal fato não significa que devamos abandonar, de imediato, o cavalo que
não satisfaça tais condições. Significa, isto sim, que devemos examiná-lo com maior atenção,
descendo, o seu exame aos mínimos detalhes a fim de procurar seus bons pontos.
a) de perfil: Deve ser bem convexo no conjunto de sua linha superior, pescoço,
dorso-rim, garupa, isto é, seria defeituoso se tivesse o pescoço invertido, o garrote amassado,
o dorso e o rim cavados, a garupa chata. O rim tem uma grande importância. É mau se for
amassado. É preferível que seja arqueado, principalmente se for longo. Não quer dizer que os
cavalos de dorso de carpa devam ser afastados. Tais animais, geralmente, têm tal rigidez da
coluna vertebral que prejudica muitas das boas qualidades que possam ter. Alguns cavalos
têm a bossa do salto, quer dizer, uma saliência bastante forte do ângulo interno da garupa.
Esta saliência pode, erradamente, fazer parecer que o rim seja cavado. É preciso não se deixar
enganar. Esta linha de cima deve, finalmente, mostrar um cavalo tão alto de garrote quanto de
garupa. Se a garupa é mais alta que o garrote, o jogo das espáduas terá sua elevação para o
salto pior. Este fato pode ser corrigido por um adestramento bem dirigido. Como todo bom
cavalo de sela, o saltador deve ter o garrote bem destacado, a espádua longa e inclinada, o
peito profundo, o rim largo, convexo e bem inserido, a garupa larga e ligeiramente inclinada,
membros sólidos com articulações baixas, joelhos bem descidos e a coxa longa. No perfil de
seus aprumos, é preciso que seja direito. Acampado, é proibitivo; sobre si de trás, sem
importância primordial, porque todos os cavalos de salto assim se tornam. Deve dar a
impressão de uma mola pronta a se dobrar, como um arco cujas extremidades se aproximam
elasticamente e não de uma rede pendente entre os suportes dos anteriores e posteriores.
e) faces: secas.
g) garrote: Bem destacado e prolongado para trás, com capacidade para inserção
de grandes massas musculares.
Quanto mais longo o antebraço, mais baixo o joelho, e mais curta a canela, maior
rasância das andaduras, maior facilidade de movimento e, portanto, maior rendimento das
andaduras com menor esforço.
s) rins: Curtos e largos. Os rins devem, tanto quanto possível, ser largos e um
pouco arqueados (convexos).
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t) garupa: Tão larga e longa quanto possível, sem quebrar a harmonia do conjunto,
e um pouco inclinada a fim de facilitar a acomodação das grandes massas musculares que aí
devem existir e se irão formar com o trabalho.
u) coxas: Bem desenvolvidas, mais largas que as ancas e bem descidas, quer dizer,
possuindo músculos nadegueiros mais longos possíveis.
v) jarretes: Tão baixos quanto possível, com grossos ossos, permitindo boa
articulação e bom apoio para inserção dos tendões.
x) tendões: Como os dos anteriores, secos e bem destacados, como uma boa corda
de um instrumento de música.
a.c) altura: O animal que procuramos não poder ser de pequeno talhe, pois o
cavalo pequeno forçosamente terá seus meios um tanto limitados, sendo raro os de recursos
excepcionais. Não devemos, porém, prejudicar-lhes a agilidade tão necessária para os
percursos fortes. Além disso, iria implicar uma massa enorme de difícil flexionamento e
custosa manutenção.
Destes pontos, devem ser olhados com atenção: aprumos, pescoço, espáduas, garrotes,
rins, ancas, coxas e jarretes. Eis, em detalhe, os pontos que devemos conservar no exame do
tipo físico do cavalo. Sempre que possível, façamo-nos acompanhar de um veterinário de
confiança neste exame. Será de toda vantagem que ele examine, particularmente, os seguintes
pontos: olhos, pés, coração, pulmões e rins do cavalo.
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Não devemos, ao realizar este estudo, procurar observar como termo de comparação,
as andaduras de um velho cavalo de concurso. Este, com o trabalho, teve suas andaduras
modificadas. Se já é um velho cavalo, calejado no ofício, o brilho das mesmas desapareceu
totalmente.
Parece ter adotado uma andadura picada bem distinta das andaduras fluentes que
desejamos. Não acredite que seja sempre a fadiga que lhe deu estas andaduras. O estado de
alerta permanente em que o cavalo de concurso vive, durante um percurso, leva-o a preparar-
se, a todo o momento, para o que der e vier. Ele procura conservar sempre o maior contato
possível de suas bases bipedais e tripedais com o solo. Para tal, só tem um percurso, diminuir
a amplitude de seus lances, comprovado este fato por uma maior repetição do número de suas
batidas.
“Isto é muito bom. Os membros do cavalo devem mover-se no eixo de marcha e não
de lado.” - (Coronel Forl Thomson).
“O bom saltador de concurso, não rasa o solo. Muitas vezes, tem andaduras elevadas
que recorda as do Hackney.” - (Bizard).
“Nas três andaduras, é preciso sentir sob si uma máquina boa, enérgica e deslocando-
se em perfeita simetria. O bom cavalo não é forçosamente o mais confortável, porque sua
potência pode diminuir-lhe a flexibilidade. É assim que um cavalo de rim tenso e que joga
forte, dará, a cada lance de galope, uma raquetada nada agradável, mas apreciável para
demonstrar sua aptidão para o salto.”- ( Benoist-Gironiere) .
3. O SALTO
Estudaremos então:
c) a análise de salto.
1º – Elevação: batida;
3º) ELEVAÇAO: Esta ação faz o cavalo bascular sobre o obstáculo (passagem dos
posteriores) e precipita a descida do antemão.
No instante da sua retomada, para o reinício do galope ( fase mais crítica do salto em
razão da instabilidade do equilíbrio), o cavalo executa como que outro salto pequeno.
Do mesmo modo que o cavaleiro, o rim do cavalo deve funcionar durante o salto
alternadamente, em flexão e extensão. A nuca e o rim do cavalo equilibrado e adestrado
devem estar em condições de funcionar facilmente nesses dois sentidos. Esta liberdade de
movimento só é possível quando o cavaleiro conserva as mão no seu lugar de preferência
baixas, permanecendo sempre mais altas que o bridão e não na direção da nuca. As rédeas,
enquadrando, desse modo o rim do cavalo, dão a coluna vertebral o máximo de liberdade para
atuar nesses dois sentidos.
A tensão das rédeas deve ser limitada ao contato com a boca, permanecendo o cavalo
na mão e tenso na extremidade das rédeas. É indispensável que os dedos estejam sempre
prontos para se abrir a fim de permitir o deslizamento das rédeas, em caso de necessidade do
cavalo ou de atraso do cavaleiro. Não perturbar o cavalo de salto é, realmente, mais
importante do que aquilo que denominam, aliás, impropriamente, posição no obstáculo.
c) as pernas: como na equitação corrente, é com as pernas e não com as mãos que
se deve montar no obstáculo. O cavaleiro deve fazer-se esquecer sobre o dorso do cavalo e
não manifestar sua presença, nem fazer sentir a sua energia e vontade de saltar senão o ventre
do cavalo (calcanhares baixos, barriga das pernas endurecidas). No obstáculo, também, não
são as pernas que devem forçar, disciplinar e obrigar o cavalo a se distender.
As ações das pernas, sempre necessárias nos grandes obstáculos, são executadas por
meio de pressões periódicas, cadenciadas com o movimento vertical do dorso-rim do cavalo.
O contato dos calcanhares deve ser constante.
I) Não atrasar, ou seja, não opor o peso de sua massa aos esforços de projeção e de
recepção do cavalo;
A ação de baixar a cabeça provoca a curvatura do rim. Olhar ao longe, para frente,
obriga o rim a funcionar na sua posição normal, num ou noutro sentido, conforme a
necessidade.
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Figura 38 - Pé no estribo
O cavaleiro abre os seus ângulos articulares esticando-se, por assim dizer, pelas suas
extremidades, ao mesmo tempo em que endireita o corpo para “acomodar” a bacia e colocar-
se em equilíbrio; ele desce o mais que pode sobre os calcanhares, como se desejasse pesar, em
forquilha contra o cepilho.
Fixar o olhar no obstáculo que vai transpor, não tem outro efeito senão o de impedir o
cavalheiro de “estar com seu cavalo”. Se, ao contrário, o cavaleiro não olhar para a barreira,
qualquer que seja a distância da batida em relação ao obstáculo, saltará com o cavalo. Isto
porque os movimentos reflexos são mais justos e mais prontos do que os voluntários.
Figura 39 - Aproximação
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Para poder ficar com o cavalo durante o salto, deve o cavaleiro estar “adiante de seu
cavalo” durante a batida. Esse avanço variará segundo a natureza do obstáculo, a velocidade e
o grau de impulsão do cavalo. A aderência dos calcanhares e o ponto de apoio que a parte
inferior da barriga das pernas encontra na elevação do ventre do cavalo, permitem ao
cavaleiro tomar, com toda a segurança, o avanço necessário. É este ponto de apoio que,
mesmo no caso de refugo brusco, permite ao cavaleiro conservar-se na sela. Isto lhe dará uma
firmeza maior do que apertar os joelhos ou levar as pernas para frente.
Figura 40 - Batida
Curvar o dorso nesse momento teria como consequência enviar a bacia para trás e as
pernas para frente, provocando um atraso que não lhe permitiria receber-se com o cavalo no
retorno ao solo. Elevando-se sob o cavaleiro, o corpo do cavalo fecha os ângulos articulares
deste e os dobra de algum modo.
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Figura 42 - Planar
O movimento que o cavaleiro deve executar nesta fase do salto corresponde ao que faz
uma pessoa sentada para levantar-se. Impedir o avanço dos joelhos torna impossível
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restabelecer o equilíbrio sobre os pés. È ainda a elevação do ventre atrás da bota que fornece
ao cavaleiro o ponto de apoio necessário à execução desse movimento da bacia.
Figura 43 - Descida
Figura 44 - Recepção
Concluindo diríamos que são pontos essenciais que caracterizam o chamado “salto
racional” prescrito em todas as escolas da atualidade:
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Isto será a obra do adestramento. Ele é que nos permitirá, inicialmente, restabelecer o
equilíbrio do cavalo comprometido pelo peso do cavaleiro, adaptando-o às novas exigências a
que irá ser submetido, e capacitando o animal a dispor de sua massa em todas as direções e
em todos os sentidos, e preparando seus músculos, seu coração e seus pulmões pra
satisfazerem todos os esforços que terão de realizar.
Assim sendo, teremos de abordar dois objetivos distintos que, entretanto, se entrosarão
intimamente durante o trabalho: o adestramento propriamente dito e no obstáculo.
Muito teríamos a falar sobre esse assunto. Entretanto, seus princípios e métodos são os
mesmos de sempre, já nossos conhecidos, de maneira que nos limitaremos a marcar estágios a
serem atingidos e certas maneiras de agir, para procurarmos alcançar o objetivo final o mais
rapidamente possível, libertando-nos de certas exigências, o que o adestramento de um cavalo
, tendo em vista sua preparação para abordar as dificuldades da Equitação Acadêmica, não
nos permitira fazer.
a) Apoio: É a tensão dada pelo cavalo às rédeas ajustadas pelo cavaleiro. Durante
a iniciação do cavalo, o cavaleiro deve ter tido a preocupação de com ele estabelecer esta
ligação. Muitas vezes, o cavalo se furta a isto e o cavaleiro é obrigado a procurá-lo pelo meio
que se dispõe encurtando as rédeas até encontrar as rédeas até encontrar a boca do cavalo.
Após encontrá-la, impulsiona seu cavalo energicamente para frente para forçá-la a manter o
contato, até conseguir que o cavalo a ele se habitue e se acostume a procurá-lo por si mesmo.
É o primeiro passo que deve ter sido dado. Se não o foi plenamente, cabe-nos corrigir esta
falha. O cavalo, com seu pescoço estendido, procura ligar-se a seu cavaleiro, encostando-se
firme e francamente em sua mão para poder atender às suas solicitações.
Confirmando esta ligação do cavalo com o cavaleiro, devemos cuidar para que dela
não abuse, isto é, não procure ganhar da mão do cavaleiro, forçando-a ou atirando-se sobre ela
para vencê-la. Será preciso que o cavalo a procure e aceite na medida necessária à
compreensão mútua que entre eles deve existir. Para evitar, será necessário, então, que o
cavaleiro ensine o cavalo a confiar na mão, sem entretanto, perder-lhe o devido respeito.
Como? Duas coisas podem acontecer: ou o cavalo toma um apoio exagerado sobre a
mão do cavaleiro, sobre ela deixando cair todo o seu peso, quer dizer, colocando-se
completamente sobre as espáduas e deixando-se arrastar por seu peso ou resiste
violentamente, cerrando seu maxilar e tirando ou sacando contra a mão.
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Para sua obtenção, o cavaleiro deverá resistir com a mão em oposição às reações do
cavalo. O cavaleiro tensiona uma das rédeas do bridão, fixando-a de uma maneira absoluta,
numa ação de rédea intermediária – 5º efeito – a fim de forçar o cavalo a volver a ponta do
focinho para o lado onde a rédea age e encurva-se para este lado, obrigando-o ao mesmo
tempo a elevar a extremidade anterior.
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Se o cavaleiro não tem confiança de poder resistir tão longamente quanto se torne
necessário, nada o impede de procurar o ponto de apoio para sua mão, ficando em condições
de ceder a qualquer momento.
Ao sentir esta resistência oposta pelo cavaleiro, o cavalo vai tentar livrar-se dela.
Apoiar-se-á sobre ela para em seguida tirar, para fazê-la ceder. É uma verdadeira obsessão do
cavalo. É preciso que a mão, sem se mexer, possa resistir a todas estas investidas do cavalo,
opondo uma resistência igual à reação do cavalo, nunca superior. O cavalo reagirá a tudo,
durante muito ou pouco tempo, violentamente ou não conforme seu temperamento. De
repente, cede. Este é o momento crítico. È imprescindível, para um êxito rápido, que o
cavaleiro o pressinta para poder ceder simultaneamente. Está ganha a primeira parada. Será
preciso confirmar esta vitória parcial. As reações se repetirão. As resistências da mão se lhes
oporão. De cada vez obteremos um resultado favorável mais rapidamente. A vitória final está
próxima.
São muitas, e quase tudo que desejamos para o nosso trabalho. Como obtê-la? Muito
facilmente. Já conseguimos a descontração do maxilar, prossigamos.
Depois de obter a descontração do maxilar como foi dito acima, o cavaleiro deverá
depois ceder à descontração obtida, manter certa tensão numa das rédeas, de baixo para cima
e da frente para trás. O movimento natural do cavalos será nova descontração seguida de uma
tentativa de extensão do pescoço, num movimento de direção inversa à da nossa última ação
de mão. Encorajemo-lo nesse movimento. Quanto terminar, nova tensão nas mesmas
condições, acompanhada de nova extensão com cessão da mão, acompanhando o movimento
da extensão. E assim por diante até obtermos a completa extensão do pescoço. Da mesma
maneira que quando tratamos da descontração do maxilar, será de toda vantagem obter a
extensão com o cavalo engajado no movimento para frente. Aqui a necessidade é ainda maior
para obrigar o cavalo a completar a extensão do pescoço pela extensão da cabeça, evitando
que execute a extensão colocando-se atrás da mão. Só depois que a execute corretamente e
facilmente em movimento é que lhe iremos pedir o mesmo movimento, parado. Tanto ao
pedir a descontração do maxilar como ao pedir a extensão do pescoço do cavalo devemos
utilizar indistintamente as duas rédeas – direita e esquerda – a fim de obter um cavalo que
atenda igualmente bem nos dois lados do maxilar.
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e) Mobilidade das ancas (ação da perna isolada): Nossa cavalo, agora, já se apóia
sem forçar a mão, mantendo-se tenso, marcha com seus posteriores engajados e senhores da
massa, o dorso-rim arqueado, as espáduas livres, a base do pescoço entre as rédeas, em
andaduras amplas, regulares e cadenciadas. Além disso, conhece as rédeas elementares – a de
abertura e a de apoio. Temos, então, de ensinar-lhe as rédeas de oposição. Nosso primeiro
passo será ensinar-lhe a ação da perna isolada. Qual a finalidade de ação? Permitir-nos
determinar ou limitar, ou ainda, evitar o deslocamento lateral das ancas, de maneira a
podermos obter plena superioridade de deslocamento de uma das extremidades do cavalo, a
anterior ou posterior, ou igualmente de deslocamento de toda a massa. O que significa isso?
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Sabemos que movimento é consequência de posição e ação. Posição dada pelas rédeas e ação
dada pelas pernas. Ora, as pernas também contribuem para dar, ou melhorar, auxiliam na
obtenção desta posição que determina o movimento desejado. É justamente o que esse ensino
nos irá proporcionar: o aproveitamento da perna para obtenção dessa posição. Como atingir
tal resultado?
Paremos nosso cavalo na pista, à mão esquerda, por exemplo, procurando não o deixar
avançar, por meio de uma tensão nas rédeas, particularmente na rédea direita, recuamos nossa
perna direita , fazendo-a agir através da cilha, perpendicularmente ao flanco do cavalo. Esta
ação da perna deverá provocar um encurvamento do cavalo para a direita com avanço do
posterior desse lado numa tentativa do cavalo de avançar para frente, começando o
movimento por este posterior que foi solicitado. Ora, nossa ação de mão não lhe permite esse
avanço e nossa rédea direita tende a acentuar essa encurvação do cavalo para a direita. Ele só
poderá escapar ao constrangimento da ação que exercemos procurando entrar com o seu
posterior direito sob a massa, avançando-a para frente e para a esquerda, cruzando pela frente
do posterior esquerdo, cedendo, assim, a esta verdadeira compressão que exercemos sobre o
seu flanco, por um deslocamento das ancas para o lado oposto. Se não atender logo à ação de
nossa perda, podemos reforçá-la por uma ação do chicote empregado no local aproximado de
ação da perna. É o que desejamos. Partimos em frente, endireitando o cavalo e fazendo-o
retomar a pista. Contentemo-nos com um único passo, bem executado, com facilidade, o
posterior direito avançando e cruzando pela frente do esquerdo. Quando este movimento
estiver bem compreendido de um lado, ensinamo-lo do outro, fazendo-o ceder à outra perna.
Quando se obtiver com facilidade igual, um passo de ambos os lados, procuramos obter dois
passos. Basta a repetição das mesmas ajudas. Depois três passos e assim por diante. O
principal é obter o movimento de maneira a executá-lo passo a passo, a fim de, em momento
algum, perder o comando do movimento e permitir que tal movimento venha a se transformar
numa defesa para o cavalo, permitindo-lhe a fuga das ancas para escapar à ação da perna.
Poderemos chegar até à meia pirueta sobre as espáduas. Teremos, assim, um animal cujas
ancas se deslocam, a comando, facilmente, para um e outro lado, sob a ação da nossa perna
atrás da cilha.
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5. ADESTRAMENTO NO OBSTÁCULO
Quer dizer, ensinar o cavalo a se equilibrar na frente da barreira, calcular sua batida
para o salto, elevar-se, planar sobre a barreira, passar seus posteriores, receber-se e retomar
seu movimento para frente no mesmo equilíbrio anterior ao salto.
Pelo que acabamos de dizer, vemos que temos dois pontos importantes a abordar: o
movimento antes e depois do salto e a execução deste salto. Ora, falar em movimento
subentende equilíbrio; e execução do salto é a ginástica necessária para sua perfeita
realização. Quer dizer, temos dois assuntos a abordar: o equilíbrio no salto e a ginástica no
salto. Ambos são o objetivo constante de nosso trabalho até os alcançarmos completamente.
Apesar de seu profundo entusiasmo, temos que abordá-los isoladamente.
Antes de tudo, vejamos a andadura em que devemos executar nosso trabalho. Qual a
andadura que iremos saltar? Evidentemente, ao galope. Logo, teremos que preparar nosso
cavalo para se equilibrar perfeitamente ao galope e, nesta andadura, executar seu salto,
prosseguindo em seguida, o mesmo movimento.
Ora, o galope é uma andadura viva, assimétrica, em que o cavalo, inicialmente, tem
certa dificuldade para se equilibrar e chegar ao obstáculo em perfeitas condições de executar a
batida para o salto. O cálculo desta batida é a parte básica do salto. Dela irá depender todo o
resto do salto. Uma má batida terá sempre como consequência um salto mal executado. Logo,
teremos certa dificuldade para ensinar o gesto do salto ao cavalo, utilizando a andadura
galope.
Qual a andadura ideal para isto? O trote, andadura perfeitamente simétrica, sem
báscula, em que o cavalo se encontra perfeitamente à vontade para calcular o lugar de partida
nas melhores condições. Entretanto, o trote não nos permite ensinar o cavalo a se equilibrar
para executar esse cálculo ao galope. Ele, facilitando ao cavalo o cálculo da batida, permite-
nos apenas o ensino do gesto do salto. O resto terá que ser feito, evidentemente, na andadura
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em que iremos saltar, quer dizer, em que iremos executar nossos percursos – o galope.
Teremos, pois, que fazer um perfeito entrosamento do trabalho nestas duas andaduras,
para explorarmos as vantagens de um e de outro, e evitarmos os inconvenientes de ambos.
- SALTO AO TROTE
I – VANTAGENS
-acalma o acavalo;
II – DESVANTAGENS
-freia a impulsão.
- SALTO AO GALOPE:
I – VANTAGENS
II – DESVANTAGENS
Temos, pois, que procurar os meios que nos permitam atingir estes objetivos:
equilíbrio e ginástica no salto. Deles, particularmente, dependerá o sucesso.
Quais os meios que iremos lançar mão?Quais os processos que utilizaremos para levar
a um bom termo o adestramento no obstáculo?
Vejamos o que temos que ensinar ao cavalo. É preciso que o cavalo chegue ao
obstáculo calmo, reunido, em suma, equilibrado; que durante a aproximação calcule a batida;
que a execute e faça todos os gestos subsequentes do salto; que continue após o salto no
mesmo grau de equilíbrio anterior.
Para isso, será necessário: que possamos manter o mesmo domínio que sobre ele
exercemos fora do obstáculo; que demos a ginástica necessária para sair-se airosamente de
todas as dificuldades encontradas; que lhe ensinemos a calcular sua batida e a executar o gesto
do salto.
b)Trabalho em liberdade;
c)Trabalho à guia;
Dispomos aí dos processos necessários para ensinarmos nosso cavalo a saltar como
desejamos.
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6. TRABALHO NO EXTERIOR
a) Acalmar o cavalo
b) Equilibrá-lo
e) Ginástica do salto
6.1 ACALMAR
“Habitue seu cavalo a passar em qualquer parte e não ter medo de nada. Se o sentir
temeroso diante de um objeto qualquer, que lhe parece assustador por seu aspecto ou por seu
ruído, deixe-o com as rédeas longas, não o inquiete encurtando-as. O cavalo o escuta e
compreende sua segurança. Acaricie-o.
Se o cavalo tem realmente medo e se atira para o lado, não o traga de volta ao objeto
de seu temor pela rédea direita. Ele ainda fugiria mais nesta direção perigosa para ele. Tome-
o, ao contrário, na rédea oposta.
Por meio de uma rédea intermediária, traga sua massa de volta ao ponto abandonado
tanto mais facilmente quando não o verá mais, pois tem a extremidade do chanfro solicitado
para o outro lado. Suas pernas, naturalmente, agem com energia, porém sem afobar. É preciso
que ao medo não se junte o temor, a brutalidade do cavaleiro. A quem não aconteceu, quando
o cavalo se lança para à esquerda, quer porque se assusta de um objeto colocado à sua direita,
quer porque deseja defender-se para não transpor um obstáculo, sentiu-se importante para
trazê-lo de volta com a rédea direita? Resistindo a ação desta rédea, o cavalo lança todo o
peso de seu pescoço sobre a espádua esquerda, mantém suas espáduas para este lado ou ainda
volve à esquerda ou foge para a esquerda...”
“Quanto mais livremente deixar seu cavalo olhar, menos medo ele terá. Travará,
assim, conhecimento com todas as coisas que nunca viu. O cavaleiro, cedo, deverá habituar-se
a marchar assim, com as rédeas completamente abandonadas. É a melhor maneira de acalmar
um cavalo irritado e não exasperá-lo por ações de embocadura...”
Com os cavalos árdegos, sua principal preocupação será fazê-lo marchar ao passo e
obrigá-lo a marchar ao passo em todas as circunstâncias. Aí chegaremos se aplicarmos o
método que indiquei anteriormente no início do capítulo sobre o adestramento.
Se você está em grupo, habitue seu cavalo a deixar seus companheiros e marchar
calmo, afastado e longe deles. Para fazer tirar de forma um cavalo, que a isso se nega, é
preciso servir-se primeiro das pernas e em seguida de uma rédea intermediária e, não de uma
rédea direita, já vimos o porquê acima. Se puder variar seu passeio, não volte pelo
caminho de ida, nunca regresse pela mesma estrada.
6.2 EQUILIBRAR
Procure tudo o que possa habituar o cavalo a jogar com sua massa anormalmente
sobrecarregada pela sua.
“O cavalo pouco seguro ao passo toma o hábito de recuar seus posteriores e engajá-los
muito pouco sob si. Ele será infinitamente menos hábil em retomar seu equilíbrio, se um
61
motivo qualquer o fizer perdê-lo, do que o cavalo habituado a engajar sob si seus posteriores e
servir-se de sua cabeça como de um balanceiro, e a não temer o incômodo produzido pela
mão de seu cavaleiro.
(Gustavo Le Bon)
Tem-se a tendência de encurtar as rédeas; parece que se tem mais ação. É um erro...
“Só montam com as rédeas curtas os cavaleiros que não se servem de suas pernas, montam
enganchados, não estão sentados, ou os que estão sentados, ou os que estão vergonhosamente
agarrados como um moleque conduzindo seu cavalo ao bebedouro.” (L´Equitation des Gens
Pressés, Cte. Des Comminges).
“Com o pescoço alongado, completamente livre, o cavalo está muito mais sólido
sobre as pernas que com o pescoço mantido desajeitadamente elevado... ele não pode cair
porque seu rim livre de qualquer incômodo lá está para ampará-lo.” (Gen Jules de Benoist).
“Se seu cavalo tem tendência a olhar o firmamento, passeie-o num terreno revolvido.
Rapidamente ele baixará a cabeça. As mudanças de inclinação do terreno, as diferenças de
resistência do solo, sem falar da passagem e salto de obstáculos, forçam o cavalo a fazer
esforço com o post-mão e, além disso, a variar seu equilíbrio a todo o momento. Subindo, ele
é obrigado a deslocar todo o seu peso para frente e trazer seus posteriores sob a massa para
projetá-la mais energicamente. Descendo, é arrastado por seu peso, obrigado a escorar-se
sobre o antemão, engajando-se cada vez mais. Vê-se que fruto a ginástica tirará do emprego
das andaduras em terreno variado e como o cavalo será mais rapidamente flexionado por um
trabalho no exterior bem empreendido que pelo trabalho de picadeiro mais cerrado.”
6.3 MÚSCULOS
6.4 FÔLEGO
O animal aprenderá a dosar deus pulmões num ritmo variável com a velocidade do
galope, perfeitamente cadenciado, o que torna a respiração, sobretudo, facilitada. Por
outro lado, os “tiros” curtos, sem tirar o animal do ritmo, forçam-no a realizar inspirações
profundas para levar a seus pulmões a quantidade de oxigênio necessária, aumentando o
desenvolvimento dos mesmos e a capacidade torácica do cavalo. A alternância do galope,
trote e passo permitirão obter um grande desenvolvimento muscular.
c) equilíbrio: Idem. Deixar inteira liberdade ao cavalo para que tome por si a
atitude mais conveniente.
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g) trabalho do dorso-rim:
Tudo estará em saber que, parte do gesto de saltar está deficiente e necessita ser
desenvolvido, escolher o tipo de obstáculos mais favorável a suprir tal deficiência e a ele nos
aplicarmos mais cuidadosamente.
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7. TRABALHO A GUIA
O trabalho de salto à guia pode ser iniciado antes mesmo que nosso cavalo esteja
completamente pronto no trabalho à guia.
Para podermos iniciá-lo, basta-nos que nosso cavalo trabalhe com relativa facilidade
no círculo, nas duas mãos, ao passo e trote, e atenda aos comandos dados. Durante a
iniciação será de toda a vantagem que os primeiros saltos sejam realizados fazendo o cavalo
passar o obstáculo acompanhando o homem que o conduz. No trato diário, ele se habituou a
seguir seu tratador. Exploremos isto para o salto. Escolhamos um obstáculo baixo, de
aparência bastante simples, frente ampla, bem referenciado e enquadrado. Façamos o auxiliar,
que conduz o cavalo, avançar para o obstáculo ao passo, depois em acelerado à medida que se
aproxima do obstáculo. Acompanhamos o animal, prontos para estimulá-lo se houver
qualquer indecisão. O auxiliar salta o obstáculo e o cavalo o acompanha. Alto. Recompensa.
O principal é que o auxiliar tenha a habilidade suficiente para não atuar sobre a guia, que
servirá apenas para a condução do cavalo. Cabe ao cavaleiro evitar que o cavalo fique
indeciso, refugue, faça o parar, etc. As paradas devem, sempre , ser obtidas por meio da voz ,
nunca da guia.
Depois que o animal compreende o que se quer, vamos tratar de fazê-lo passar o
obstáculo no círculo. Baixemos, se possível, o obstáculo que transpusemos com o cavalo
acompanhando o auxiliar.
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Colocamos o cavalo em círculo à frente do obstáculo de maneira que este círculo seja
tangente à perpendicular ao meio do obstáculo. Damos-lhe impulsão e, aos poucos,
aproximamo-nos do obstáculo para enviá-lo sobre mesmo na direção da perpendicular ao seu
meio. É preciso que quando o cavaleiro envie o cavalo sobre o obstáculo esteja pronto para
ceder a guia e ao mesmo tempo acompanhe seu cavalo na altura deste. Outro cuidado a tomar
será evitar que a guia possa vir a ficar presa ao suporte do obstáculo, o que impedirá sua
cessão. Para evitar este perigo, uma vara curta colocada como paraflanco, com uma
extremidade no solo e outra repousando sobre o suporte, será de grande utilidade. A guia
deslizará sobre ela e deixará de haver o perigo que fique presa. Estas últimas recomendações
têm por fim evitar as ações bruscas e extemporâneas sobre o chanfro do cavalo, que o levarão
a executar incorretamente o salto.
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Os primeiros saltos devem ser os mais fáceis possíveis para que o cavalo possa
compreender o que se quer e aprender o mecanismo do salto. Depois disso as dificuldades
irão aumentando progressivamente com a evolução do preparo do cavalo. Nosso objetivo não
é facilitar o salto, mas, ao contrário, vencer-lhe a dificuldade. Se os primeiros saltos são
executados em obstáculos bem referenciados, abordaremos rapidamente os que exigem
reflexão e equilíbrio.
Estes dois tipos de obstáculos são os ideais para a ginástica do salto do cavalo. Sua
combinação judiciosa ensinará ao cavalo a executar um gesto de salto perfeito, dando-lhe, ao
mesmo tempo, recursos para sair-se bem de uma abordagem defeituosa.
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A eleição destes dois obstáculos não significa que devamos abordar os obstáculos
compostos referenciados. Devemos fazer o cavalo saltar os obstáculos das mais diversas
apresentações, constituição e aparência, ainda que seja somente para habituar o cavalo a tais
obstáculos. O que queremos dizer, com a escolha do obstáculo vertical e do oxer para a
ginástica, é que estes dois tipos de obstáculos são os que melhor ensinam o cavalo a executar
o salto. O número de saltos a executar é muito variável. Os obstáculos que exigem pouco
esforço físico podem ser saltados muitas vezes. Entretanto, desde que as dimensões nos
obstáculos aumentam e o cavalo seja obrigado a despender maior esforço, teremos que ser
mais parcimoniosos, 7 a 8 saltos em cada mão, terminando por um salto particularmente bem
executado. O trabalho de ginástica de salto à guia deve, de preferência, ser feito ao trote.
Excepcionalmente, executemos ao galope e ao passo. Ao galope, a velocidade da andadura
permite que o cavalo aproveite um pouco a velocidade para se descuidar do obstáculo,
executando, assim , uma trajetória menos correta. O trabalho ao passo, devido a falta de
impulsão da andadura, exige uma melhor preparação. O animal tem que estar completamente
submetido a guia. Entretanto, apresenta grandes resultados quando feito em cavalos que tem
grande dificuldade em elevar as espáduas. Nesses cavalos podemos chegar a ter que recorrer
ao salto parado.
8. TRABALHO EM LIBERDADE
Não iremos de nos dar o trabalho de fazer uma descrição do que seja picadeiro, coisa
sobejamente conhecida. Desejamos, entretanto, salientar que não é necessário um picadeiro
das dimensões regulamentares – 60x20 metros – para a realização deste trabalho.
lados maiores, para armação dos saltos; suportes que permitam obter uma largura até 1,40m
para os obstáculos tipo oxer, vãos variáveis de 10 a 11 metros e de 7 a 8 m que nos permitem
a armação dos duplos e triplos a distancias variáveis.
Tomadas essas providencias inicias, o instrutor comanda “olá” para fazê-lo parar. O
tratador faz parar, afaga-o e recompensa-o. A seguir comanda “PASSO” e o tratador torna a
repor o cavalo no movimento para frente. Repete-se esse mecanismo várias vezes seguidas até
que o animal comece a executá-lo por si mesmo. À medida que o tratador avança calmo e
francamente, vai, aos poucos soltando as rédeas do cavalo, deixando-o à vontade,
continuando, porém, a marchar ao seu lado na pista, mesmo quando executa os altos. É um
habito a criar no cavalo desde as primeiras lições.
Ao vir ocupar seu lugar na linha do meio, o tratador deve dirigir-se para próximo do
instrutor. Teremos então, o instrutor no centro do picadeiro e dois auxiliares de cada lado do
instrutor, na linha do meio. Ao todo, cinco pessoas. É mais do que suficiente.
Para isso, deve receber o animal quando a garupa do mesmo passa em sua frente e
acompanhar o animal, conservando-se a altura de suas ancas, durante toda a extensão do lado
menor, só deixando-o por si depois que ele toma o outro lado maior e nele dá alguns passos.
Se necessário, eleva o braço que segura o pingalim e conserva-o elevado. A visão do pingalim
auxiliará muito para evitar as defesas do cavalo nos cantos do picadeiro.
Desde que o cavalo conserve seu movimento para a frente, naturalmente, trata-se de
confirmar a lição já iniciada quando o tratador ainda se encontra junto dele: ensiná-lo a parar .
Isto deverá ser conseguido pelo comando “Ho-la”, repetido às vezes que se torne necessárias
para conseguir a obediência do cavalo. Este comando já e seu conhecido desde seu desgaste
na guia. Já tornou a ouví-lo no picadeiro para parar, pelo tratador. Deverá bastar, para
conseguir o que se deseja. Se o animal custa a obedecer este comando, o instrutor ou tratador,
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que lhe são mais familiares, esboçam um movimento na direção de sua cabeça quando ele se
aproxima. O cavalo surpreendido com a aproximação de um homem esboça uma meia-parada
Continuando a ouvir o comando, completa o alto.
Será bom lembrar que todos os comandos feitos a voz devem partir de uma única
pessoa: o instrutor. Mesmo que a voz do tratador lhe seja mais familiar, nem este nem
qualquer dois outros auxiliares deve dizer qualquer palavra.
Repete-se toda esta lição, o alto e a retomada do movimento várias vezes até que o
cavalo a tenha bem gravada.
Depois disto, uma das vezes que o instrutor tenha comandado alto, ele ou o tratador
avança até o cavalo, o segura pelas rédeas, o faz cortar o picadeiro e mudar de mão. Coloca-o
corretamente na pista e retoma seu lugar na linha do meio. Repete-se, em seguida, toda a lição
na outra mão.
Feito isto, ensinemos nosso cavalo a tomar o trote. Comando de “Trote”, reforçado por
um movimento mais vivo do auxiliar na direção das ancas do cavalo ou uma ameaça mais
acentuada do pingalim. A não ser com certos cavalos muito apáticos, o resultado é imediato.
Obtido o trote, deixa-se o cavalo dar uma ou duas voltas no picadeiro e em seguida
faz-se com que ele tome o passo. O comando de “Pas-so” em voz lenta repetida até que o
cavalo tome a andadura desejada. Em seguida, alto. Depois passagem do trote ao alto. O
procedimento é semelhante ao que se teve, quando do movimento ao passo e do alto. Não se
esquecer de recompensar o animal várias vezes.
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Conseguido o trote, mesmo procedimento para o galope, durante este ensino, toda vez
que se quiser mudar de mão proceder da maneira indicada anteriormente. Antes de
prosseguirmos, será de toda a conveniência fazermos algumas observações:
e) os pingalins dos auxiliares devem agir por sua presença. Somente em casos
raros, e sempre a comando do instrutor, devem intervir para castigar o cavalo;
f) qualquer castigo deve ser feito procurando provocar o movimento para a frente,
portanto, deve ser aplicado sobre as ancas na altura das dobras das coxas;
g) todo o castigo que se tiver de aplicar ao cavalo deve ser enérgico, porém, isento
de qualquer sombra de brutalidade;
i) Qualquer recompensa deve ser dada com o cavalo parado na pista, tão direito
quanto possível, de frente para a direção em que marchava. Isto tem por fim evitar que o
animal aprenda a abandonar a pista e tente aproximar-se dos homens a pé que se encontram
na linha do meio.
Nosso cavalo já conhece o movimento para a frente nas três andaduras, sabe mudar de
andadura e de velocidade, sabe fazer alto. Para completar seu ensino primário, falto-nos,
agora, ensiná-lo a mudar de mão. Vejamos como proceder. Consideremos a figura abaixo.
Sejam I o instrutor, T o tratador e A, C e D os auxiliares. O cavalo trabalha à mão direita, no
sentido indicado pela seta, ao trote curto. Queremos que, quando chegue a K, mude de mão
pela diagonal KM. Como deverão agir I, T, A, C e D para consegui-lo? Da maneira seguinte:
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acompanha-o durante a cabeceira. Está completa a mudança de mão. Para mudar de mão
novamente, procede-se de maneira semelhante.
Todo o ensino que acabamos de ver, deve ser executado lentamente, graduando as
exigências e sem acumulá-las numa mesma sessão. Só assim teremos um animal capaz de
trabalhar em liberdade em plena calma e confiança. Qualquer precipitação nossa, nós mesmos
pagaremos no prosseguimento do trabalho.
Com o trabalho que executamos, nosso cavalo trabalha nas três andaduras
calmamente, muda de andadura e de velocidade a comando, sabe mudar de mão e
poderíamos ainda, ensiná-lo a cortar o picadeiro, porém este ensino é destituído de finalidade
para nosso trabalho.
a) Se tem pretensão natural para o trote ou para o galope, quer dizer, em que
andadura é mais destro, mais equilibrado;
c) cavalo de lances amplos: aumentar a ginástica do salto ao trote bem curto para
ensinar-lhe a executar uma trajetória bem curta, contornado o obstáculo. Obstáculos verticais
e oxer. Duplos e triplos com vãos progressivamente apertados;
Façamo-lo tomar o galope e repitamos a lição. Depois que tiver passado bem nesta
andadura, recompensá-lo novamente. Elevemos, então, a vara progressivamente até cerca de
80 centímetros, repetindo a lição ao trote e ao galope. Contentemos-nos com isto na primeira
lição.
No começo, executemos no máximo dois trabalhos desta natureza por semana. Nos
trabalhos subsequentes, substituiremos a vara simples que usamos anteriormente, por uma
dupla, cuja altura poderemos levar até cerca de 1 metro.
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Feito isso, voltemos aos limites anteriores. Nossos obstáculos escolhidos, oxer e
vertical, terão, inicialmente pé, quer dizer , o primeiro plano vertical terá duas varas, sendo
que a de baixo ficará a meio caminho da de cima ao solo. Aos poucos, iremos elevando esta
vara de baixo, até aproximá-la o mais possível da de cima, eliminado o pé, de maneira a atrair
a atenção do cavalo para o elemento superior. Poderemos, mesmo, chegar a suprimi-la
totalmente. Com o mesmo objetivo poderemos fazê-lo saltar de “Arrepio” alguns obstáculos
referenciados.
Teremos então, nosso cavalo confirmado nos obstáculos isolados. Temos uma noção
perfeita da maneira como salta – seu gesto de salto a andadura e a velocidade em que prefere
aproximar-se, se sua trajetória é tensa, ou se tem recursos para ir às provas fortes.
Como faremos isso? Colocando um vão que facilite ao cavalo o que desejamos.
Começaremos com dois lances. Qual a distância ideal a utilizar? Para os cavalos de lance
curto – 10 metros; para os de lance normal – 10,50 m e para os de lance grande – 11 metros.
Quando o animal estiver certo na passagem do duplo, executando corretamente o primeiro
salto, dando os dois lances de galope entre os dois lances de duplo, saltando o segundo
elemento corretamente, tudo isto sem precipitação nem hesitação, começaremos a dificultar-
lhe o trabalho.
Logo que estiver compreendido o mecanismo dos duplos a dois lances, passamos ao
ensino do duplo a um lance. O mecanismo é o mesmo; os cuidados a tomar, os mesmos. O
vão entre estes obstáculos variará entre 7 e 8 metros. A progressão na variação dos vãos será a
mesma anteriormente citada.
Nosso cavalo está, então, senhor dos obstáculos duplos. Passemos aos triplos. Nossa
progressão de trabalho será a mesma. Armaremos o último obstáculo, depois o segundo,
finalmente o primeiro. Os vãos, no início, serão os que mais lhe favoreçam. Depois
começaremos a variá-los para aumentar as dificuldades. Não devemos variar os dois vãos ao
mesmo tempo. Variamos o segundo, isto é, entre o segundo e o terceiro elemento. Depois que
o animal estiver senhor dele, é que passaremos a variar o primeiro.
nas dificuldades como puder. O segredo é não lhe apresentar exigências superiores aos seus
meios.
Se nosso cavalo apresentar uma trajetória muito tensa, devido a grande rigidez de sua
coluna vertebral ou a um excesso de ardor, poderemos procurar corrigir esse defeito usando
obstáculos duplos, triplos ou mais, com vãos 4 metros, usando particularmente verticais
fechados que obriguem a contorná-los. Em pouco tempo, o animal aprenderá a flexionar sua
coluna para vencer estas dificuldades. Se , ao contrário, o animal procurar se reter antes do
salto, em vez dos verticais, usamos obstáculos tipo oxer e , aos poucos, aumentamos os vãos
até 4,50 m.
Este trabalho nos duplos, triplos ou mais, com esse vão – 4 a 4,50 m , correspondem
a uma batida – só deve ser feito depois que o animal estiver perfeitamente confirmado nos
triplos a uma lance.
A base de nosso trabalho está feita, daí em diante iremos aperfeiçoar nosso trabalho.
A sequência a seguir está mais ou menos delineada no quadro que se segue. Qualquer
variação que se impuser caberá ao instrutor fazê-la de acordo com o que observar durante a
progressão do trabalho.
83
No interior do recinto limitado pela cerca interna é que irão ficar o instrutor e seus
auxiliares. Ao longe das duas paredes, sobre a pista, são dispostos suportes para a armação
dos obstáculos, de maneira a poder armar os obstáculos mais variados, inclusive duplos e
triplos, a vãos variáveis.
Na parede externa, deverá existir uma abertura para dar acesso ao cavalo e ao
pessoal, e na interna, outra para que o pessoal possa passar aparar o recinto central. Podemos
ainda, em lugares previamente escolhidos, prever aberturas especiais na parede externa, para
dar maior facilidade de acesso a certos obstáculos de difícil transporte, tais como muros,
rolos, tonéis, etc.
86
idem. Se quiser andar ao passo, estimulemo-lo. O principal é não deixá-lo parado. Quando o
instrutor sentir que o cavalo está perfeitamente a vontade, bem calmo , é que pensará em
começar o trabalho. A progressão a seguir para ensinar o cavalo a fazer alto, partir ao passo,
tomar o trote, tomar o galope, retomar o trote, retomar o passo, fazer alto é a mesma que já
vimos no trabalho em liberdade. Apenas teremos uma diferença durante todo esse ensino.
Será ensinar o cavalo a mudar de mão. Não nos sendo possível fazê-lo mudar de mão pela
diagonal como no caso do trabalho em liberdade no picadeiro, pois as duas cercaduras – a
parede e a cerca o impedem – temos que ensiná-lo a parar, e , em seguida, a fazer meia volta.
Parar, já lhe o ensinamos. Fazer a meia volta torna-se fácil, basta que o instrutor ou um dos
auxiliares se aproxime do cavalo pela sua frente, com o braço que segura o chicote levantado
ameaçando-o. A ameaça do chicote, geralmente, é mais do que suficiente, o cavalo faz a meia
volta. Obtido o resultado desejado, alto, recompensar o cavalo. Repete-se esta operação
fazendo-a acompanhar do comando “virar”. Em pouco tempo, o cavalo associará este
comando com a ameaça do chicote e executará a meia volta sem ser necessário a intervenção
do instrutor ou de qualquer auxiliar.
Podemos, assim, considerá-lo como dos mais importantes a que se submetemos nosso
cavalo. Os objetivos finais, múltiplos e variados, permitem-no considerá-lo quase completo
para a preparação do cavalo de concurso:
a) ginástica de salto;
f) correção da trajetória;
g) ajustagem da trajetória.
É demasiado comum vermos cavaleiros avançarem a pleno galope com seus cavalos
para o obstáculo e, ao se aproximarem do mesmo, fazerem um alto violentíssimo. Em
seguida, não menos violentamente, obrigam os pobres animais a darem “marcha-a-ré”.
A base do pescoço do cavalo está muito baixa, sua coluna vertebral rígida, seus rins
anormalmente cavados, seus posteriores completamente fora da massa. Para livrar-se da mão
brutal que procura dominá-lo de qualquer maneira, o animal fugirá completamente ao apoio,
elevando a cabeça e pescoço isoladamente, sem qualquer correspondência do resto da massa.
Os defeitos, cuja correção visamos, permanecerão e aumentarão.
Como, então, proceder para obter os resultados desejados? Primeiro passo a realizar:
escolha do obstáculo. Como sempre, iremos escolher os obstáculos que melhor se prestam
para a educação do cavalo, isto é, iremos escolher os obstáculos tipo oxer e os verticais. As
dimensões destes obstáculos dependerão do adiantamento do cavalo e de seus recursos.
No início do trabalho, quando o animal possui pouca ginástica de salto, é evidente que
devemos trabalhar mais ao trote do que ao galope. Nesta andadura, visaremos mais a ginástica
do salto, a correção da trajetória do salto e o domínio do cavalo antes e depois da barreira. Ao
mesmo tempo, aproveitamos para desenvolver a franqueza do cavalo e, aos poucos, ajustar-
lhe a trajetória.
Três coisas podem acontecer então: o animal salta calmamente, sem se reter, e sem
precipitação; o animal se retém para o salto ou o animal se desorganiza após o salto.
No primeiro caso, nada teremos a fazer. É exatamente, o que desejamos. Então, cabe-
nos por o cavalo ao passo e recompensá-lo largamente.
No segundo caso – quando o animal se retém – temos que corrigir-lhe esse defeito.
Como? A correção deve ser imediata ao salto, se possível, ainda durante a plena execução do
gesto de salto. O cavaleiro impulsiona o cavalo mais ou menos energicamente, em proporção
91
Todo mecanismo que acabou de ser visto deve ser repetido até que o animal enfrente o
obstáculo, salte sem se reter e sem se precipitar, após o salto, retome o mesmo trote com que
enfrentou a barreira.
A abordagem enviesada obriga o cavalo a ajustar sua trajetória, colocando seu vértice
sobre o ponto mais elevado do obstáculo.
Nesta fase do trabalho, iremos exigir que o animal conserve o mesmo grau de
submissão ao cavaleiro, aprenda a equilibrar-se na frente da barreira, a calcular a batida, e a
receber-se equilibrado após o salto.
Para que o animal salte em boas condições, é importante que se mantenha equilibrado
e perfeitamente engajado na frente da barreira, isto é, que se conserve calmo, apoiado, sem
alterações bruscas da andadura em que enfrenta o obstáculo senhor de sua massa, com seu
peso naturalmente distribuído e em condições de fazer os deslocamentos deste peso que se
tornem necessários. Como consegui-los? O trabalho a realizar nada mais é do que repetição
do anteriormente realizado ao trote.
Este círculo deve ter um diâmetro tal que permita ao cavalo se equilibrar no galope –
cerca de 10 metros.
Mantém o animal nesse círculo até obter o que disse acima. Se o animal demora em
ceder o maxilar, em se apoiar, o cavaleiro faz alto, pede a descontração do maxilar do animal
e retoma o galope, no mesmo pé e na mesma mão em que estava anteriormente ou no outro pé
e na outra mão.
Insiste no círculo que o animal se encontre nas condições acima descritas: apoiado,
descontraído, equilibrado sobre o círculo e calmo.
Será bom lembrar que a mão do cavaleiro, durante este trabalho, deve estar sempre
vigilante, e quem determina a descontração e obriga o engajamento são as pernas que, agindo
energicamente, obrigam o cavalo a se reunir e a procurar abrir o caminho para frente, só lhe
restando, para tal, descontrair seu maxilar.
93
O alto, nesta última condição, servirá apenas para irritar mais o animal. O alto deve ser
feito com o animal bem direito frente ao obstáculo.
Se não for possível a correção, nas condições acima, é preferível deixar para fazê-lo
após o salto, exigindo do cavalo uma retomada imediata e a entrada em círculo, bem apertado
logo após o salto. ( Não esquecer a ação das pernas neste momento. )
Se o animal salta no lance em que veio, sem se reter e sem se precipitar nos últimos
momentos antes do salto, e se recebe calmo após o salto, o cavaleiro deixa-o dar alguns lances
após o obstáculo, e, progressivamente, faz tomar o passo. Recompensa-o, deixa-o andar um
pouco ao passo livre, sem qualquer outra exigência.
Se, pelo contrário, se retém, se precipita nos últimos momentos antes do salto, ou se
desorganiza após o salto, temos que submetê-lo a algumas correções. Se se reteve, o cavaleiro
deve imediatamente após o salto ou ainda durante o salto, se possível, impulsioná-lo
vivamente com as pernas ou se necessário, com o chicote. Deixa-o lançar-se para a frente e
94
em seguida, retoma-o progressivamente. Feito isto, volta a repetir o mecanismo anterior, torna
a enfrentar o obstáculo para saltá-lo e é possível que, em consequência da correção anterior, o
animal agora se precipite. Acalma o cavalo até restabelecer-lhe a calma, tranquilidade e apoio,
e deixa-o saltar. Torna-se a se reter, nova correção. Procede dessa maneira até que o cavalo
deixe de se reter, sem entretanto, se precipitar.
A medida que o animal vai se acalmando, a retomada após o salto deve se tornar mais
aproximada da recepção , até chegarmos a retomada do próprio momento da recepção.
O animal será assim levado a enfrentar a barreira calmo, apoiado, engajado, pescoço
estendido, executar o alto e deixar-se retomar imediatamente após o salto.
de executar o salto novamente, sendo que desta vez no sentido contrário; da mesma forma que
anteriormente, como viemos pela direita, viramos para esquerda e damos sequência ao
trabalho, completando o círculo para a esquerda, ficando em condições de novamente saltar o
obstáculo no sentido contrário. Neste trabalho devemos ter a preocupação de abordar o
obstáculo sempre reto. Podemos utilizar para isso um corredor de varas no chão, antes e
depois do salto. Para que este trabalho seja bem executado, o nosso cavalo deve estar pronto
para executar as mudanças de pé para ambos os lados, com o intuito de buscarmos a reunião,
evitando ao máximo que o nosso cavalo entre na andadura trote.
Ao saltar deve o cavalo, lançando seu pescoço fazer de seu corpo um prolongamento
daquele, descrevendo uma parábola, na qual ficará contido o obstáculo. O Vértice da
trajetória, deverá estar no ponto mais alto do obstáculo.
Assim, o cavalo deve executar a batida a uma boa distância, elevar-se sobre o
obstáculo, e se receber a uma distancia aproximadamente igual a distancia da batida. Isto, se o
obstáculo saltado for um oxer ou vertical. Se ,no entanto, o salto for executado em um
obstáculo combinado, que tenha seu ponto mais alto, colocado em um plano mais alto da zona
da batida que é marcado por elementos mais baixos, a batida deverá estar próxima do
obstáculo do que a recepção. Pode ser comparada a trajetória de dardo lançado pela mão de
um homem.
O animal ao saltar lançará seu pescoço como fosse a ponta do dardo e fará seu corpo
funcionar como prolongamento daquele, descrevendo uma parábola na qual ficará contido o
obstáculo. A parábola descrita é resultante da força muscular agindo no momento do salto e
do peso do animal.
A forma da trajetória sempre será de uma parábola que poderá variar em relação ao
obstáculo. Poderá variar devido ao tipo de obstáculo:
a) Oxer e Verticais:
III - Poderá variar em um mesmo obstáculo em três tipos: salto curto, salto
justo e salto longo.
No salto curto, obrigará uma elevação acentuada das espáduas, com a batida muito
próxima do obstáculo. No salto justo (é o que desejamos) o cavalo despende o mínimo de
esforço para transpor o obstáculo. O salto longo requer do animal boa impulsão e muita
disposição para executar o salto.
As três formas de saltar serão usadas durante o trabalho, pois vão capacitar o animal a
melhor dispor de suas energias para executar percursos futuros, e obrigará ainda o nosso
cavalo a dispor corretamente de seu pescoço que será alongado e arqueado de acordo com as
circunstâncias.
b) em liberdade;
1,10m
MARCAÇÃO
d) cavalos com trajetória muito alta: Colocar do lado da batida uma vara que será
afastada até 3,00m antes do obstáculo e outra entre 3,00 a 4,00m do lado da recepção. Pode-se
também, saltar uma dupla ou oxer de arrepio, tomando o cuidado que o último elemento caia
com facilidade para evitar lesões. Em casos cuja trajetória esteja um pouco alta podemos
saltar oxers e paralelas enviesadas.
102
Exemplo:
1,10m
3,00m 3 a 4,00m
e) cavalos que administram mal seus últimos lances: Colocar uma vara a 1 m de
um obstáculo baixo, e outro obstáculo mais alto a 7m do primeiro. Após, acrescentar um
terceiro obstáculo com mais altura a 11 m do segundo. Se persistir o problema, trabalhar nos
cavaletes ao galope com 11m de intervalo com 0,50 m de altura, dentro dos quais se efetuará
2 lances e a 11 m do último colocar um obstáculo de 1 m de altura ou mais.
f) cavalos que saltam rasante: Armar ginástica com distâncias reduzidas relativas
à andadura em que se irá trabalhar. Isto obrigará a ganhar a altura perdida no avanço de sua
parábola defeituosa. Outra forma é colocar uma cauda de andorinha.
EXEMPLO: Trote
Exemplo: cauda de andorinha ou saltar oxer com a vara da frente mais alta que a vara
de trás.
Nunca devemos utilizá-los para ensinar o animal a saltar mais alto, isto será com o
amadurecimento do cavalo.
Assim será fácil indicar ao ajudante se queremos abrir tal ala, dar mais pico, fechar
ou abrir o pico, etc... Para animais que saltarão o passarito pela primeira vez é conveniente
abrir O PICO uns 2m e ir fechando gradativamente.
104
III - Para cavalos que se aproximam demais dos obstáculos, deve-se diminuir a
distância entre as pontas das varas que tocam ao solo (ala), obrigando o cavalo a afastar a
batida do salto;
IV - Para cavalos com tendência a saltar em um dos lados, colocar uma vara
apoiada sobre o pico da cauda no lado em que o cavalo tende a saltar;
V - Oxer com passarito, a largura não deve ser grande demais, assim melhora a
báscula no salto.
O cavaleiro deve estar sempre atento para evitar qualquer refugo ou desvio, que
poderá acontecer em virtude das medidas adotadas para a correção da trajetória.
Varas menores: É uma variação do método anterior. Utilizar uma vara ou cano
mais fino com cerca de 2 m de comprimento. Pode ser utilizada tachas na ponta da vara (
1mm a 1,5 mm ) para cavalos mais rústicos.
10.4.3 Conclusão
11.1 OBJETIVO
Exigindo uma andadura calma e regular, cadenciada, um tanto lenta, obriga o cavalo a
um engajamento acentuado, que o força a arredondar o dorso-rim e liberar as espáduas, e a
uma grande concentração muscular, que lhe permite a falta de velocidade de andadura.
Por outro lado, é pouco favorável aos cavalos que se cuidam demais do obstáculo,
retendo-se e perdendo a impulsão. É preciso não confundir o cavalo que se retém com o que
se ajeita diante da barreira. Ambos encurtam os lances que precedem o salto com uma
diferença primordial – o primeiro perdendo parte da impulsão necessária ao salto, o segundo
conservando-a integralmente. Este último caso é qualidade que deve ser explorada enquanto
que o outro é um defeito a eliminar. Neste segundo caso, dizemos que o cavalo “sajatria”.
107
11.2 MATERIAL
Figura 64 – Cavalete
Os cavaletes devem ser colocados a uma distância de 1,30 a 1,50m entre si e a cerca
de 4,50 metros do obstáculo a ser saltado. Estas distâncias entre os cavaletes e entre eles e o
obstáculo variarão com a amplitude da andadura do cavalo.
4,50m
Os cavaletes devem ser passados ao trote, numa andadura lenta e cadenciada, que
muitas vezes, lembrará um esboço de “passage”. O animal deve enfrentá-los calmamente,
bem apoiado, pescoço estendido, numa andadura franca e regular.
Para facilitar sua passagem nos cavaletes, o animal elevará ligeiramente a andadura,
sobrando mais suas articulações. Para tal, terá necessidade de arredondar o dorso-rim para
facilitar o engajamento dos posteriores, o que elevará a base do pescoço e lhe libertará as
espáduas. Estará, assim, em condições francamente favoráveis à execução do salto. Isto será
ainda facilitado pelo apoio e uma ligeira extensão do pescoço, que favorecerão uma perfeita
articulação do dorso-rim.
11.5 OBSTÁCULOS
Colocação, já dissemos atrás, os obstáculos devem ser colocados de 4,00 a 4,50m após
os cavaletes. Para os verticais, será preferível a distância menor, muitas vezes chegando aos
3,50m quando quisermos aumentar as exigências. Em tal caso, será de toda a vantagem
diminuirmos a distância entre os cavaletes. Com este procedimento, obrigaremos o cavalo a
um maior arredondamento do salto.
Quando usarmos duplos, triplos e mais, devemos vigiar e examinar bem os vãos entre
os diversos elementos a fim de não perturbar o animal modificando-lhe a regularidade da
andadura, obrigando-o a um encurtamento ou alargamento da mesma. Os obstáculos , se
possível , devem ser fixos ou quase.
109
I - passam-se os cavaletes;
e) Passagem dos cavaletes com mudanças de direção: Feito este trabalho, iremos
aumentar nossas exigências. O cavaleiro arma uma série de cavaletes, seguido de um
obstáculo isolado e a seguirem ângulo reto, para cada, duplo de 10, 50m , nova série de
cavaletes.
Passa a primeira série e o obstáculo e toma à direita ou à esquerda e passa uma das
novas séries. Todo este movimento deve ser repetido sem alteração da andadura e sem perda
da calma.
Obtido isto, após cada uma destas séries, arma-se um novo obstáculo. Quando esta
nova exigência não apresentar mais dificuldades podemos ampliá-las com novas mudanças de
direção e com utilização de obstáculos duplos, triplos e mais. Isto terá por finalidade obrigar o
animal a saltar vários obstáculos seguidos como se tratasse de um percurso , executando em
todos, um gesto perfeito e na mais completa calma. Ao mesmo tempo, assegura ao cavaleiro
um grande domínio sobre sua montada.
Embora não ensine o cavalo a calcular a batida para o salto, o trabalho nos cavaletes é
um ótimo exercício . Obriga o cavalo a abordar a barreira com atenção, apoiando, pescoço
estendido, dorso-rim livre, portanto em condições de executar um salto correto.
Adiante, por meio de figuras, apresentamos algumas sugestões sobre trabalho nos
cavaletes.
112
Estudaremos sobre este título diversos artifícios que de lançamos mão, para forçar o
cavalo a uma mais pronta obediência a nossa vontade ou para apressar o seu adestramento.
Estas rédeas, em vez de serem usadas presas às argolas do bridão, deslizam por dentro
delas, indo da mão do cavalo até a cilha onde se fixa. Ao colocá-la , para facilidade de uso,
devemos verificar que estejam presas da seguinte maneira: da m]ao do cavaleiro, ela vai à
cilha, passando de fora para dentro pela argola do bridão. Podem fixar-se a cilha entre os
anteriores do cavalo, ou lateralmente sobre as abas da sela.
Obtida e confirmada a extensão do pescoço, que nos garante o avanço dos posteriores
sobre a massa, podemos começar a usar a rédea alemão para fixar a colocação da cabeça no
cavalo na posição, isto é, para fixação do ramener.
12.1.1 Vantagens
Permite obter:
I - a extensão do pescoço;
II - a articulação da nuca;
IV - ginástica do dorso-rim;
12.1.2 Desvantagens
Diferem da rédea alemã pelo fato de depois de passarem nas argolas do bridão, irem
passar sobre a crineira , em vez de virem prender-se à cilha. Conforme o efeito desejado,
podem passar mais ou menos alta sobre a crineira, desde a região do garrote até a nuca. No
momento em que passam sobre a cachaceira, tem o mesmo efeito que o bridão ascensor e o
“GAG”. Podem prestar ótimos serviços para forçar um cavalo rebelde a articular a nuca.
Como no caso da rédea alemã, o cavalo deve ter o máximo cuidado de ceder a
mão, desde que o cavalo ceda o maxilar e articule a nuca. No caso contrário, estaria
encolhendo o cavalo.
12.2.1 Vantagens
12.2.2 Desvantagens
É formada por duas cordas iguais, terminadas numa extremidade por um mosquetão e
na outra por uma correia ajustável. Estas duas cordas são complementadas por uma cachaceira
com duas roldanas nas extremidades. Sua colocação é simples. Fixa-se a cachaceira com
roldanas na cachaceira. Em seguida, prende-se as extremidades terminadas por correias
ajustáveis, das rédeas na barrigueira, por entre os anteriores do cavalo. Feito isto, faz-se as
duas rédeas passarem nas roldanas da cachaceira, de maneira a entrarem de trás para diante,
vindo fixar-se por seus mosquetões nos anéis do bridão. A ajustagem das rédeas será feita na
extremidade que se fixa à barrigueira. O cavalo submetido à rédea Chambon não pode
levantar a cabeça. Qualquer movimento que tente fazer neste sentido será bastante penoso e
ele encontrará alívio com a extensão de seu pescoço. Resultado ótimo – o balanceiro pescoço
estando estendido e abaixado, obriga o cavalo a arredondar o rim, elevar a base do pescoço,
engajando os posteriores para retomar o equilíbrio rompido para a frente. O cavalo que
levanta a cabeça, encontra uma resistência que aumenta à medida que sua reação se torna
maior. É lhe preciso ceder e só o pode fazer para baixo, e eis muito tempo ganho para sua
mão quando pedir a descontração para baixo.
Como utilizá-la? Antes de colocá-la pela primeira vez, devemos deixar o cavalo se
distender um pouco. Depois, então, podemos prendê-la, tomando o cuidado de não apertar
muito. É possível que o animal se negue ao movimento para frente e até mesmo tente bolear-
se. Sem precipitação, fazê-lo avançar. À medida que o cavalo se habitue com o enredeamento
e vá abaixando progressivamente o pescoço, iremos ajustando mais a rédea até obter a total
extensão do pescoço. Normalmente, logo que colocamos à Chambon e soltamos o cavalo, ele
sai num trote curto e cadenciado- é a andadura que devemos usar para trabalhar com a rédea
Chambon.
Alguns cavalos levam muito tempo para ceder. Neste caso, devemos aumentar
fortemente a exigência da rédea , encurtando-a de saída, até provocar sua reação. Se o cavalo
ainda resiste, paremo-lo e cheguemos a ele. Atuemos sobre uma das rédeas até ceder, façamo-
lo igualmente do outro lado. Obtida a primeira cessão, o resto se consegue facilmente.
Não devemos realizar grandes sessões com a Chambon. São de muito melhor proveito
pequenas sessões diárias de curta duração. Podem ser dadas à guia, em liberdade ou, ainda,
montado. É preferível, entretanto, dá-las em liberdade. Trote bem cadenciado. Em pouco
tempo, verá o cavalo transpirar onde os seus músculos trabalham, e dará conta de bons
resultado. O trabalho montado força demais os rins do cavalo; a permanência da atitude ao
que o rim é forçado acrescida do peso do cavaleiro, exige um esforço demasiado grande, o
que não devemos solicitar.
118
12.3.1 Vantagens
II - articula a nuca,
IV - estende o pescoço,
VI - engaja os posteriores,
12.3.2 Desvantagens
São pequenas rédeas que ligam a embocadura diretamente à cilha. Servem para tentar
obter a colocação da cabeça do cavalo. Entretanto, com muita facilidade podem colocar o
cavalo atrás da mão. Não apresenta nenhuma vantagem prática para o adestramento. É
bastante empregada na doma dos cavalos.
119
O trabalho com estas rédeas é um bom processo para a iniciação rápida, nas mãos de
um cavaleiro experimentado. Ela pode igualmente ser empregada no adestramento
propriamente dito, como complemento do trabalho à guia, para a preparação trabalho à mão,
particularmente nos palanques.
A parte móvel é formada por uma forte guia. Coloca-se o Barnum da seguinte
maneira: colocado o bridão na boca do cavalo, passa-se a correia por cima da cabeça do
cavalo. Em seguida, enfia-se, sucessivamente, a guia na argola do bridão que fica na
extremidade da parte fixa (anel do bridão livre), passa pela argola na extremidade da correia,
de novo no anel do bridão já utilizado, por cima do pescoço, ao outro anel do bridão e termina
fixando-se no anel onde começa.
Ao comando “Vem”, ele avançará para você, mesmo sob ameaça, para que seja
afrouxado o enredeamento que o castiga. Em geral, os cavalos que experimentam o Barnum,
dele se recordam para o resto da vida. Sua ação é grande auxílio para se obter o domínio de
cavalos difíceis e mesmo para a doma de cavalos xucros.
É uma variação da rédea alemã. A diferença é que, essas rédeas, após passarem pelas
argolas do bridão, não vêm diretamente às mãos do cavaleiro. Elas são presas em argolas já
existentes em rédeas comuns, próprias para isso. Com a rédea Tidmann é possível realizar
saltos, montados.
2. O trabalho à guia 6
5. O trabalho montado 14
• Bibliografia 37
3
• A formação de base do cavalo de obstáculos
Em equitação desportiva, onde se inclui a modalidade de saltos de obstáculos,
o objectivo do ensino do cavalo é torná-lo completamente ao dispor do seu
cavaleiro para que este possa utilizar, de forma eficiente e racional, todas as
suas capacidades físicas no seu desempenho e desenvolvê-las até ao seu
limite.
Para tal existem elementos indissociáveis a desenvolver em simultâneo. São
eles a obediência e a capacidade atlética que se refere ao tónus muscular, ao
reforço do tecido tendinoso e ao desenvolvimento da capacidade respiratória.
Para o desenvolvimento destes elementos os meios que temos à nossa
disposição são:
Tudo isto aliado aos cuidados de saúde necessários ao bem estar do cavalo
que está sujeito a um esforço físico exigente: alimentação adequada;
vacinações; desparasitações; ferração de qualidade; acomodação em box
segura e confortável com dimensões em concordância com o tamanho do
cavalo; para além duma vigilância atenta do veterinário assistente.
5
• As várias fases do ensino
2. O trabalho à guia
6
sua natural tendência para retomar a liberdade que o leva a sair em fortes e
desenfreadas galopadas, nocivas à sua integridade física. Acidentes graves
podem ser evitados. A pessoa que o tem à guia pode mesmo ser atingido com
um coice ou algum encontrão despropositado fruto da sua excitação e falta de
disciplina.
É também uma forma de manter o cavalo em trabalho sempre que exista um
motivo que impeça de o fazer montado: uma lesão do próprio cavalo (no dorso
por exemplo), uma lesão do cavaleiro, falta de tempo, etc.
Material a usar:
A escolha de um bom cabeção de guia á fundamental, assim como o seu
correcto ajustamento.
O cabeção deve ser cómodo mas ao mesmo tempo ter a capacidade de
controlar minimamente o cavalo.
Existem vários tipos de cabeção desde o suave ao mais violento:
• Com focinheira de couro;
• Com focinheira metálica articulada;
• Com focinheira metálica rígida.
Devem ser escolhidos consoante a sensibilidade de cada cavalo, começando
sempre por utilizar o mais suave e só passar para um de efeito mais forte caso
exista um apoio abusivo na guia por parte do cavalo.
7
O seu ajustamento deve ser cuidadosamente efectuado e não deixado à mercê
de um tratador menos qualificado.
A sua focinheira deve ser colocada bem justa sobre o alto do chanfro, sem
contudo tocar, para não ferir, as apófises zigomáticas.
Deve ser munido de uma cisgola que deve ser bem ajustada nas ganachas,
afim de evitar que a faceira exterior toque ofensivamente no olho do cavalo.
A guia deve ser colocada na argola do lado interior do círculo para o lado em
que se trabalha, evitando que a focinheira rode no chanfro provocando grande
desconforto no cavalo ou até mesmo algum ferimento.
8
A guia deve ser de material leve e resistente. Caso seja munida de um
musquetão, este deve ser de abertura prática e segura. O seu comprimento
deve rondar os 8 a 10 metros, pois o círculo ideal de trabalho à guia é de 15 a
18 metros.
Devemos estar munidos de um chicote leve e com uma ponta suficientemente
comprida para alcançar o cavalo quando necessário.
Procedimentos importantes
A encurvação
Como fazer para obter uma boa encurvação com o cavalo à guia? Na
encurvação, o cavalo deve adaptar a sua coluna vertebral, da cabeça à cauda,
à curvatura do círculo. Vejamos aqui o quadro do General Decartentry, que o
pode
Esclarecer:
9
O cavalo que anda sobre o círculo deitado sobre um cone não está encurvado.
O cavalo que anda sobre o círculo como sobre um cilindro, ajustando a coluna
vertebral à curvatura do círculo da cabeça à cauda está encurvado.
10
Seguindo estes princípios educativos, podemos dar início a um desbaste em
segurança para o cavaleiro ao mesmo tempo que teremos um cavalo sempre
disponível para efectuar correctamente um bom trabalho à guia quando
necessário e ao longo da sua vida, preservando a sua saúde física e moral
Uma vez ultrapassada esta fase do ensino do cavalo poderemos passar a
exercícios mais elaborados tais como os primeiros saltos em liberdade e à
guia.
11
É aconselhável um prévio aquecimento do cavalo antes de iniciar a sessão.
Dar-lhe algum tempo para que manifeste o seu natural contentamento pelo
simples facto de ser posto em liberdade. Pelo menos três pessoas munidas de
chicote devem ser colocadas ao longo da linha do meio do picadeiro. Devem
ser experientes neste tipo de trabalho e estarem perfeitamente sincronizados.
Num dos lados do picadeiro devemos construir um corredor com cerca de 4
metros de largura um pouco mais largo no lado da entrada, como que em
forma de funil convidando assim o cavalo a entrar no mesmo e transpor o salto
sem hesitações. O obstáculo deve montado a meio do corredor e de forma a se
poder subir e alargar fácil e rapidamente.
Este trabalho deve ser sempre encarado como um divertimento para o cavalo
que o deve fazer com prazer e confiança. Por isso a dimensão do obstáculo
deve ser aumentada progressivamente quer em altura como em largura e
nunca atingir dimensões inadequadas à experiência do cavalo, nem tão pouco
se deve abusar do número de saltos por sessão que pela exaustão provocada
passará a ser uma tortura para o cavalo.
Devemos evitar o uso de cabeções de prisão largos que irão a todo o tempo
incomodar o cavalo ao bater – lhe na face e nos olhos. Será mais apropriado a
ausência de qualquer cabeçada ou mais sofisticadamente o uso de uma
ajustada cabeçada de bridão. É igualmente desaconselhável o uso de qualquer
arreio de dorso ou cilha. É de toda a conveniência o uso de caneleiras e
protectores apropriados.
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aprendermos determinados posicionamentos que o cavalo entende e aos quais
reage de modos distintos.
5. O trabalho montado
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5.1. O desequilíbrio do cavalo montado.
Extraído de “Equitação”
Müseler Berger-Levrault, 1966
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5.3. O cavalo à frente das pernas e encostado na mão
Seguindo esta linha de trabalho, vamos obter com facilidade um cavalo à frente
das pernas e encostado correctamente na mão.
Em equitação desportiva e nomeadamente em saltos de obstáculos, o trabalho
geral do cavalo necessita que este último esteja à frente das pernas e
encostado na mão. Caso contrário o cavaleiro não poderá exercer sobre ele um
controlo suficientemente preciso para poder explorá-lo ao máximo.
A procura prematura e obcecada da colocação sobre a mão e fora deste
contexto de respeito pelo equilíbrio natural do cavalo, coloca enormes
problemas e impossibilita a progressão do cavalo. É aconselhável por isso, não
trabalhar essa questão isoladamente, mas sim incluída no trabalho geral do
cavalo e, em especial, conjuntamente com o que diz respeito ao emprego do
pós-mão, sendo assim uma consequência desse trabalho e não um objectivo a
atingir.
18
A importância do ensino no plano
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(fase ascendente). Assim subirá o garrote para passar habilmente o dorso
sobre o obstáculo. Por fim, durante a fase descendente, ele deve cuidar o seu
gesto de posteriores.
Realizar este encadeado de movimentos de um modo harmonioso exige do
cavalo coordenação, flexibilidade, rapidez de reflexos e alguma força.
A natureza do cavalo determina muito a sua aptidão natural para os saltos.
Existem cavalos dotados de um bom equilíbrio, em particular no galope. As
suas passadas devem ter cadência e amplitude no plano, mas igualmente na
abordagem e na recepção dos saltos.
Um cavalo que acelera naturalmente os últimos passos na aproximação do
obstáculo e que faz as suas batidas sempre de forma diferente, é um cavalo
difícil e com problemas de controlo de equilíbrio, cometendo faltas com
facilidade.
É igualmente importante o respeito natural pelas varas. Um cavalo que não é
cuidadoso e “limpo” é sempre difícil de corrigir. Normalmente este defeito deve-
se a um equilíbrio natural deficiente aliado a um mau gesto dos anteriores ou
falta de rapidez de movimentos.
Por fim, a força e os meios físicos são fundamentais para a transposição das
combinações mais exigentes pelas suas dimensões e distâncias.
Estas qualidades podem ser inatas no nosso cavalo sendo sempre desejável
desenvolvê-las e tê-las à nossa inteira disposição.
Noutros casos existe mesmo a necessidade de quase fabricar uma ou outra
dessas qualidades em cavalos que as tenham menos desenvolvidas. Isto é
possível através de exercícios próprios que nos permitem trabalhar o estilo do
cavalo sobre o obstáculo.
Esses exercícios devem fazer-se no início sobre cavaletes e mais tarde sobre
obstáculos de alturas razoavelmente pequenas, utilizando linha se
combinações. Sobretudo numa primeira fase o objectivo não é saltar alto mas
sim saltar melhor.
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A origem dos cavaletes.
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mais vivacidade e ligeireza. Sentiam-se também muito mais seguros sobre o
salto.
O sistema Caprilli foi adoptado pela maioria das escolas de cavalaria pouco
depois de 1900 e numerosos países construíram as suas instalações copiadas
da escola de equitação italiana Pinerolo : fossos, barreiras e muros
condicionados por varas no chão colocadas de maneira permanente sobre
linhas, a boas distâncias, a uma ou duas passadas de cada obstáculo,
saltáveis num galope calmo mas activo.
As escolas segundo as suas especificidades, empregam o sistema Caprilli de
maneiras ligeiramente distintas. A Alemanha, por exemplo, combinou-o com o
seu próprio método de ensino, o que produziu resultados notáveis nas suas
equipas de saltos de obstáculos, antes da segunda guerra mundial.
Na era moderna houve quem adaptasse este sistema ao seu próprio sistema
de treino e produzisse obra de grande qualidade equestre e de grande
utilização no sistema de treino actual. Destaca-se a obra de Reiner Klimke
“Cavaletti” adaptada à modalidade de ensino, o Bertalan de Némethy “ O
Método de Némethy” onde se descreve uma técnica moderna de
aperfeiçoamento do cavalo de obstáculos e do seu cavaleiro. Ambas as obras
se baseiam no conceito descoberto e desenvolvido por Caprilli de que
trabalhando sobre cavaletes, através do interesse que eles despertam no
cavalo de olhar o solo e ao mesmo tempo o obrigam a desenvolver nos seus
andamentos um tempo de suspensão a par da amplitude, são só por si um
factor de ginástica que sem desgaste físico e moral lhe desenvolvem o seu
potencial locomotor e saltador, para além dos benefícios que trazem ao
cavaleiro na sua colocação em sela.
Material a utilizar:
Pessoalmente prefiro usar varas redondas e com algum peso com cerca de
15cm de diâmetro e 1,80m de frente. Em cada uma das extremidades é
colocado um taco de madeira a fim de estabilizar as varas para que não se
desloquem com facilidade quando são tocadas pelos cascos dos cavalos, ao
mesmo tempo que lhes dão um pouco mais de altura (entre 15 e 20cm),
obrigando assim o cavalo a levantar bem os seus membros ao ponto de terem
mesmo de empregar bem os músculos do dorso e do pescoço. Estas varas,
juntas duas a duas, formam um a frente de 3,60m, ideal para o nosso trabalho.
Existem cavaletes que nas extremidades têm uma cruzeta em X que suporta as
varas. Creio que esse sistema é mais perigoso para o cavalo que em caso de
furta poderá embater nelas e magoar-se. Essas cruzetas podem também ser
perigosas para o cavaleiro em caso de queda.
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Modo de utilização:
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A finalidade deste exercício é cativar a atenção do cavalo e de a dirigir ao solo.
O cavalo alonga o pescoço para baixo, desde a espádua até à cabeça, olhando
com atenção e com cuidado por onde pisa para não tropeçar nos cavaletes.
Por outro lado, ele deverá levantar os membros mais alto do que se trotasse
normalmente sobre terreno plano, ginástica que fortifica os seus tendões e os
seus músculos, especialmente os dos posteriores. Por sua vez a atitude de
“olhar o solo”, obriga o cavalo a arredondar o dorso, fazendo trabalhar os seus
músculos, tornando-o forte e flexível.
O cavalo deve pisar o solo, quer com o anterior, quer com o posterior,
exactamente a meia distância entre as duas varas dos cavaletes. Se a
distância estiver demasiado curta, o cavalo aproximar-se-á cada vez mais de
cada vara sucessiva. Se estiver demasiado longa, ele não conseguirá alongar a
sua passada o suficiente e tentará dar uma curta passada extra ou mesmo
saltar. Uma ou outra situação não será favorável ao fim pretendido com este
trabalho.
Se o trabalho com cavaletes for bem conduzido haverá por parte do cavalo um
melhor controlo da coordenação do peso do seu corpo e por consequência
uma melhoria considerável do seu equilíbrio.
O cavalo aumentará a sua autoconfiança e o seu físico desenvolver-se-á
tornando os seus andamentos mais regulares, harmoniosos e flexíveis.
Aprenderá a deslocar o seu centro de gravidade com facilidade e toda a
segurança. Todos estes elementos se vão desenvolver e organizar
progressivamente constituindo bases sólidas para os saltos de obstáculos.
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6.3.O trabalho de ginástica de obstáculos
Logo que o cavalo assimile bem a técnica para transpor um salto isolado é de
toda a conveniência iniciar um trabalho sobre linhas e compostos. Para além
do exercício de ginástica que isso proporciona ao cavalo vai também, esse
trabalho, melhorar muito o seu estilo e a sua técnica, pelo facto de ter que se
exercitar o que se passa antes e depois do salto. O cavalo para realizar
correctamente um percurso deve, depois de cada salto, estar de novo
disponível às ordens do seu cavaleiro para abordar o salto seguinte. Para isso
ele terá de recuperar rapidamente o seu equilíbrio e a sua passada de galope
na recepção de cada salto, para abordar sem dificuldade o salto seguinte
evitando assim a falta.
A regulação da batida
Trabalhar a rectitude
trote
trote
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A importância do facto do cavalo se receber a galopar na mão correcta depois
do obstáculo
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6.4.O treino do percurso
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O aquecimento
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O reconhecimento do percurso
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Depois de uma boa preparação no campo de aquecimento e de um
reconhecimento prévio do percurso, o cavaleiro pode agora concentrar-se
totalmente na forma de montar o seu cavalo na pista.
É fundamental a conservação do equilíbrio e do ritmo, sempre em
concordância com a velocidade imposta e a altura dos obstáculos.
Na abordagem e na recepção do salto, as mudanças de posição do cavaleiro
ao seguir o movimento do cavalo no salto, devem ser feitas suavemente e
sempre acompanhadas da pressão exercida pela perna bem descida,
assegurando assim o movimento para diante, mas sem perturbar a boa
mecânica do salto ao cavalo. Uma aproximação do assento do cavaleiro nos
últimos passos reforça a impulsão das pernas sem perturbar o cavalo,
permitindo-lhe a transposição do salto correctamente.
A conservação do ritmo e da impulsão são essenciais à regulação da
aproximação do salto.
A minha experiência diz-me que é mais fácil alongar, ainda que muito
progressivamente, a passada na abordagem de um salto do que não ter
espaço e por isso ter que reter o cavalo com a mão. Mais experiente é o
cavaleiro, mais cedo e mais longe do salto ele tomará a sua decisão.
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• BIBLIOGRAFIA
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