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Curso Básico de Psicologia

Clínica

MÓDULO III

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MÓDULO III

CONCEITO DE SAÚDE

www.usp.br

Seria possível compreender bem o que significa e o que representa


transtorno psicológico sem ter o entendimento prévio do que significaria saúde?

A definição mais conhecida de saúde é a encontrada na Constituição da


Organização Mundial de Saúde, ou seja, aquela que se propõe a considerá-la um
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença.

Seria possível ser portador de um completo bem-estar? Dentro dessa


perspectiva, até parece que para ter saúde é necessário viver em outro planeta e
não habitar aquele a que aprendemos a denominar Terra. O conceito de saúde é
cada vez mais relativo e suas discussões atrelam esse bem a outras dimensões do

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bem-viver humano como saneamento básico, lazer e acesso à educação e cultura,
por exemplo.

O certo é que a percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas,


assim quanto às crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) define ainda a Engenharia Sanitária como sendo um conjunto de
tecnologias que promovem o bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que sem o
saneamento básico (sistemas de água, de esgotos sanitários e de limpeza urbana) a
saúde pública fica completamente prejudicada.

A OMS reconhece ainda que a cada unidade monetária (dólar, euro, real,
etc.) dispendida em saneamento economiza-se cerca de quatro a cinco unidades em
sistemas de saúde (postos, hospitais, tratamentos, etc.) e que cerca de 80% das
doenças mundiais são causadas por falta de água potável suficiente para atender as
populações. Portanto, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como
componente da qualidade de vida. (Wood; Cohen, 2007)

Assim, não é um “bem de troca”, mas um “bem comum”, um bem e um


direito social, em que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a

prática do direito à saúde. A partir da aplicação e utilização de toda a riqueza

disponível, conhecimentos e tecnologia desenvolvidos pela sociedade nesse campo,


adequados às suas necessidades, abrangendo promoção e proteção da saúde,
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Em outras palavras,
considerar esse bem e esse direito como componente e exercício da cidadania, que
é um referencial e um valor básico a ser assimilado pelo poder público. Para o
balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações.

A partir daí, deve-se perguntar: afinal, o que significa esse processo saúde-
doença e quais suas relações com a saúde e com o sistema de serviços de saúde?
Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele representa o
conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e
doença de uma população, que se modifica em diversos momentos históricos e do

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desenvolvimento científico da humanidade. Assim, houve a teoria mística sobre a
doença, que os antepassados julgavam como um fenômeno sobrenatural, ou seja,
ela estava além da sua compreensão do mundo, superada posteriormente pela
teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no meio
físico e concreto que o homem vivia. Em seguida, surge a teoria dos miasmas
(gazes), que vai predominar por muito tempo. Até que, com os estudos de Louis
Pasteur na França, entre outros, vem a prevalecer a “teoria da unicausalidade”, com
a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto, do agente etiológico, ou
seja, aquele que causa a doença.
Devido a sua incapacidade e insuficiência para explicar a ocorrência de uma
série de outros agravos à saúde do homem, essa teoria é complementada por uma
série de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que demonstra a
multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva
de um agente.
Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos provindos
principalmente da epidemiologia social nos meados deste século esclarece melhor a
determinação e a ocorrência das doenças em termos individuais e coletivos. O fato é
que se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo,
composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais.
Deve-se ressaltar ainda o recente e acelerado avanço que se observa no
campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, com suas implicações tanto
na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo,
surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do
processo saúde-doença, como o modelo epidemiológico baseado nos três
componentes: agente, hospedeiro e meio, considerados como fatores causais, que
evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, com o
envolvimento do ambiente (não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia
humana e sistema-serviço de saúde, numa permanente inter-relação e
interdependência.
Alguns autores questionam esse modelo, ressaltando, por exemplo, que o
“estilo de vida” implicaria uma opção e conduta pessoal voluntária, o que pode não

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ser verdadeiro, pois pode estar condicionado a fatores sociais, culturais, entre
outros. De qualquer modo, o importante é saber e reconhecer essa abrangência e
complexidade causal: saúde e doença não são estadas estanques, isolados, de
causa aleatória – não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma
determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de
organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou
da doença”.
Em última instância, como diz Breilh, “o processo saúde-doença constitui
uma expressão particular do processo geral da vida social”. Outro nível de
compreensão que se há de ter em relação ao processo saúde-doença é o conceito
do que é ser ou estar doente ou o que é ser ou estar saudável.
Sem aprofundar as grandes discussões sobre esse tema, que envolvem
entre outras, como base de discussão preliminar e compreensão, as categorias da
“representação dos indivíduos” e a “representação dos profissionais” ou mesmo das
instituições de saúde. Em um sentido mais pragmático pode-se destacar que em
toda população há indivíduos sujeitos a fatores de risco para adoecer com maior ou
menor freqüência e com maior ou menor gravidade. Além do que, há diferenças de
possibilidades entre eles de “produzir condições para sua saúde” e ter acesso aos
cuidados no estado da doença.
Há, portanto, grupos que exigem ações e serviços de natureza e
complexidade variada. Isso significa que o objeto do sistema de saúde deve ser
entendido como as condições de saúde das populações e seus determinantes, ou
seja, o seu processo de saúde-doença. Visando produzir progressivamente
melhores estados e níveis de saúde dos indivíduos e das coletividades, atuando
articulada e integralmente nas prevenções primária, secundária e terciária, com
redução dos riscos de doença, seqüelas e óbito.
Desse modo, há que se compreender outra dimensão, que é aquela que
coloca o processo de intervenção, por meio de um sistema de cuidados para a
saúde, para atender as necessidades, demandas, aspirações individuais e coletivas,
como, um processo técnico, científico e político. É político no sentido de que se
refere a valores, interesses, aspirações e relações sociais e envolve a capacidade

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de identificar e privilegiar as necessidades de saúde individuais e coletivas.
Resultantes daquele complexo processo de determinação e acumular força e poder
para nele intervir, incluindo a alocação e garantia de utilização dos recursos
necessários para essa intervenção.
É técnico e científico no sentido de que esse saber e esse fazer em relação
à saúde-doença da população não devem ser empíricos, mas podem e devem ser
instrumentalizados pelo conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico, pelo
avanço e progresso da ciência.
Portanto, o saber e o fazer em relação à saúde da população mediante um
sistema de saúde é uma tarefa que implica a concorrência de várias disciplinas do
conhecimento humano. E a ação das diversas profissões da área de saúde, bem
como ação articulada entre os diversos setores, que é requerimento para a produção
de saúde.
E aquela dimensão política inerente a esse processo social remete para a
necessidade de satisfazer outro requerimento, próprio dos processos políticos
democráticos, que é a participação social, ou seja, a participação ativa da população
na formulação, desenvolvimento e acompanhamento das políticas e dos sistemas de
saúde. Que hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), está minimamente
estabelecida nos conselhos de saúde (nacional, estadual e municipal) e
conferências de saúde.

SAÚDE MENTAL

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http://s.socialesaude.zip.net/

O conceito de saúde mental deve envolver o homem no seu todo


biopsicossocial (biológico, psicológico e social), o contexto social em que está
inserido assim como a fase de desenvolvimento em que se encontra. Neste sentido,
podemos considerar a saúde mental como um equilíbrio dinâmico que resulta da
interação do indivíduo com os seus vários ecossistemas: O seu meio interno e
externo; as suas características orgânicas e os seus antecedentes pessoais e
familiares (Benedito, 1975).
Numa abordagem à influência de fatores sociais na saúde mental, foi
referido que a saúde mental deixou de serem a ausência de doença, problemas
mentais e psíquicos, mas sim a percepção e consciência dos mesmos, e a
possibilidade pessoal e/ou coletiva de solucioná-los, de modificar e de intervir sobre
eles (Uribe Vasco et al., 1994).

DEFICIÊNCIA MENTAL

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http://www.gazetadelimeira.com.br/jornaldamulher

A partir do século XX começou-se a estabelecer uma definição para o


Deficiente Mental e essa definição diz respeito ao funcionamento intelectual, que
seria inferior à média estatística das pessoas e, principalmente, em relação à
dificuldade de adaptação ao entorno. (DSM-IV, CID 10).

Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do Retardo


Mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento
adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades:
comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento
interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades
acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”.

Essa é também a definição de Deficiência Mental adotada pela AAMR


(Associação Americana de Deficiência Mental). Na Deficiência Mental, como nas
demais questões da saúde mental, a capacidade de adaptação do sujeito ao
objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente relacionado à
noção de normalidade. Teoricamente, deveriam ficar em segundo plano as
questões mensuráveis de QI, (Coeficiente de Inteligência) já que a unidade de
observação é a capacidade de adaptação.

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Acostumamos a pensar na Deficiência Mental como uma condição em si
mesma, um estado patológico bem definido. Entretanto, na grande maioria das
vezes a Deficiência Mental é uma condição mental relativa.

A deficiência será sempre relativa em relação aos demais indivíduos de


uma mesma cultura, pois a existência de alguma limitação funcional,
principalmente nos graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um
diagnóstico de Deficiência Mental, se não existir um mecanismo social que atribua
a essa limitação um valor de morbidade. E esse mecanismo social que atribui
valores é sempre comparativo, portanto, relativo.

Como vimos nas definições acima, Deficiência Mental é um estado onde


existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano,
considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social onde se
insere a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente
em uma determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a
capacidade dessa pessoa satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o
diagnóstico relativo.

Segundo critérios das classificações internacionais, o início da


Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um
transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a
Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo
acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de
Inteligência (QI ou equivalente).

Classificações da Deficiência Mental

A Deficiência Mental se caracteriza assim, por um funcionamento global


inferior à média, junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes

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habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais,
utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades escolares, administração
do ócio e trabalho. Para o diagnóstico é imprescindível que a Deficiência Mental se
manifeste antes dos 18 anos. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser
determinadas através de avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas e
nunca numa única abordagem de diagnóstico.

Tipo de classificação baseada na intensidade dos apoios necessários:

Intermitente: O apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se


por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio
continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por
exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios
intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade.

Limitado: Apoios intensivos caracterizados por alguma duração contínua,


por tempo limitado, mas não intermitente. Nesse caso incluem-se deficientes que
podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o
treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios
durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta.

Extenso: Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade,


normalmente diário pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida
familiar, social ou profissional. Nesse caso, não existe uma limitação temporal para o
apoio, que normalmente se dá em longo prazo.

Generalizado: É o apoio constante e intenso, necessário em diferentes


áreas de atividade da vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior
intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.

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Ainda baseada na capacidade funcional e adaptativa dos deficientes, existe
outra classificação bastante interessante para a Deficiência Mental. Trata-se da
seguinte:

Dependentes: geralmente QI abaixo de 25; casos mais graves, nos quais é


necessário o atendimento por instituições. Há poucas, pequenas, mas contínuas
melhoras quando a criança e a família estão bem assistidas.

Treináveis: QI entre 25 e 75; são crianças que se colocadas em classes


especiais poderão treinar várias funções, como disciplina, hábitos higiênicos, etc.
Poderão aprender a ler e a escrever em ambiente sem hostilidade, recebendo muita
compreensão e afeto e com metodologia de ensino adequada.

Educáveis: QI entre 76 e 89; a inteligência é dita “limítrofe ou lenta” e estas


crianças podem permanecer em classes comuns, embora necessitem de
acompanhamento psicopedagógico especial.

Essa classificação bastante simples é extremamente importante na prática


clínica, pois, sugere o que pode ser proporcionado à criança com Deficiência Mental.

Por outro lado, a classificação da OMS - CID.10 (Organização Mundial da


Saúde) é baseada ainda no critério quantitativo. Por essa classificação a gravidade
da deficiência seria:

Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que


têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível
vegetativo.

Agudo Grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para


instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua
capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear,
são crianças que necessitam revisões constantes.

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Moderado: O máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível
pré-operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de
autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem-elaboradas. Quando
adultos podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam
necessitando de supervisão.

Leve: São casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas


mais complexas com supervisão. São os casos mais favoráveis.

TRANSTORNO MENTAL

Durante séculos as pessoas com sofrimento mental foram afastadas do


resto da sociedade, algumas vezes encarcerados, em condições precárias, sem
direito a se manifestar na condução de suas vidas. Hoje em dia, as atitudes
negativas os afastam da sociedade de maneiras mais sutis, mas com a mesma
efetividade. Você provavelmente conhece alguém que tem problemas mentais.

Transtornos mentais como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares,


uso de drogas e álcool, demência e esquizofrenia, pode afetar qualquer pessoa em
qualquer época da sua vida. Na realidade, elas podem causar mais sofrimento e
incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde.

Apesar disso, pessoas com essas condições, muitas vezes atraem medo,
hostilidade e desaprovação em vez de compaixão, apoio e compreensão. Tais
reações não somente influem para que se sintam isolados e infelizes, como são
impedimentos para que busquem ajuda efetiva e tratamento. A saúde mental é
componente chave de uma vida saudável.

O termo “doença mental” ou transtorno mental engloba um amplo espectro


de condições que afetam a mente. Doença mental provoca sintomas tais como:
desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória.
Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a mente; outras vezes,

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desconfortos, escondidos no fundo da mente podem desencadear outras doenças
do corpo ou produzir sintomas somáticos.

Um grande espectro de fatores – nosso mapa genético, química cerebral,


aspectos do nosso estilo de vida podem causar algum tipo de transtorno mental.
Acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas relações com as outras
pessoas – participam de alguma forma. Seja qual for à causa, a pessoa que
desenvolve a “doença mental” ou o transtorno mental, muitas vezes se sente em
sofrimento, desesperançada e incapaz de levar sua vida na sua plenitude.

Existem muitos tratamentos efetivos para a doença mental. Eles podem


incluir medicamentos e outros tratamentos físicos, ou tratamentos pela fala
(Psicoterapias) de várias espécies, aconselhamento e/ou apoio no dia-a-dia da vida
em diferentes formas. Diferentes profissionais da saúde podem estar envolvidos na
assistência da pessoa que está mentalmente enferma: clínicos gerais, psiquiatras,
enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e grupos de
apoio voluntários, dentre outros..

As causas do sofrimento mental são complexas e os psicólogos, assim como


outros profissionais da saúde mental não têm todas as respostas. Sabe-se que
alguns aspectos da doença mental, tais como ansiedade, desespero e sentimentos
suicidas, nem sempre são fáceis de serem tratados, pois envolvem âmbitos os mais
diversos da existência humana.

Na antiga Grécia, sinais corporais ou “stigmata” feitos por cortes ou


queimaduras no corpo, marcavam as pessoas como diferentes. Pessoas com
doença mental que há muito não são marcadas no corpo, mas atitudes críticas e
prejudiciais podem ser tão danosas quanto às marcas corporais. Basta abrir um
jornal, ligar a TV ou ir ao cinema para perceber tais atitudes.

Enquanto a mídia não aceitar essas queixa pelas percepções negativas,


toda vez que um programa, artigo ou filme retrata um estereótipo ou falha em

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esclarecer um mal entendido sobre doença mental, ela auxilia na manutenção de
mitos.

Os estigmas podem surgir por diferentes caminhos. As pessoas com


sofrimento mental podem agir de forma diferente. Uma pessoa deprimida pode se
apresentar triste ou apática; alguém na fase maníaca da doença bipolar pode
parecer exageradamente feliz ou irritável.

O problema é que quando alguém é marcado como diferente, é difícil para


ele ser aceito, não importa o quanto ele tente, Eles não conseguem afastar o
estigma e o resultado disso, pois perdem a confiança em si mesmos. Com o tempo,
começam a se sentir como estranhos e que não se enquadram na vida.

Pessoas com transtornos mentais ou doenças mentais continuam a ser


prejudicados e discriminados em todas as áreas de suas vidas, desde onde
encontrar um lugar para viver, encontrar um trabalho. Não é surpreendente que
muitas pessoas com doença mental grave terminem pobres ou sem teto.

Cabe a todos nós tomarmos conhecimento do dano que provocamos com


nossas atitudes negativas e nossa colaboração para isolá-los. Seja quem formos e
seja o que fazemos, nós podemos combater os efeitos danosos do estigma
estendendo nossa amizade, apoio e compreensão em vez do nosso julgamento e
discriminação, para as pessoas que estão mentalmente doentes.

Descrever pessoa com doença mental como “louco”, “esquisito”, “Pinel”


“lunático”, o diminui como pessoa a não ser levada seriamente ou com a percepção
que ele é perigoso pode excluí-lo das atividades do dia a dia. Muitas pessoas
acreditam que doença mental é incurável. Eles podem até ver certos tratamentos,
como com antidepressivos ou psicoterapias, como sem valor ou mesmo danosos,
mesmo que em muitos casos tenham se mostrado efetivos.

O fato é que cientistas estão fazendo progressos no desvendamento da


estrutura e química do cérebro. Como conseqüência tem-se melhor compreensão da

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mente e com ela funciona. Entretanto, a doença mental tem muitas causas. Ela não
é apenas uma questão de química alterada e envolve questões sociais, emocionais,
cognitivas e físicas.

Principais transtornos mentais

Depressão

http://escrevoapenas.blogs.sapo.pt/arquivo/depressao.jpg

Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos


sentimentos. Todos se sentem angustiados de vez em quando, ou muito alegre às
vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é
algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento.

Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao


incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para
superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais
mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente
quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou
procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.

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Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças
conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com
a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela
prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que
ocorre para o clima da região em questão.

O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios
a banho de sol. Nos climas tropicais e polares haverá dias mais quentes, mais frios,
mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de
variação.

O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro


dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores, assim como o não
deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de
um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se
comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação
final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de
sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a
roupa para se bronzear.

Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as


suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém
sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por
isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não
faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de


tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação
corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um
grupo de sintomas centrais:

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• Perda de energia ou interesse
• Humor deprimido
• Dificuldade de concentração
• Alterações do apetite e do sono
• Lentificação das atividades físicas e mentais
• Sentimento de pesar ou fracasso

Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no


batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos
de melhora e piora. Eles são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está
melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem.
Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os
sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o
diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está
acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro. Outros
sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são:

• Pessimismo
• Dificuldade de tomar decisões
• Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
• Irritabilidade ou impaciência
• Inquietação
• Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
• Chorar à toa
• Dificuldade para chorar
• Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
• Dificuldade de terminar as coisas que começou
• Sentimento de pena de si mesmo
• Persistência de pensamentos negativos

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• Queixas freqüentes
• Sentimentos de culpa injustificáveis
• Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda
do desejo sexual

Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo


usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo
bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de
exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases
depressivas.

Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados


nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o
desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de
vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a
vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas
mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver
doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos
é o infarto do miocárdio.

Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca


infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas
enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%.
Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos
pacientes. Está sendo investigado.

A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As


pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma
variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção
dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal,
mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para
justificarem desânimo e tristeza.

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O limite a partir do qual se devem usar antidepressivos não é claro,
dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente
apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de
sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a
partir do qual se deve entrar com medicações. Existem alguns mitos sobre o câncer
e as pessoas que padecem dele, tais como"os portadores de câncer são
deprimidos".

A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no


paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para
uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao
tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer,
com ou sem depressão estão sendo mais enfocadas do que a investigação das
melhores técnicas para tratamento da depressão.

Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se
durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta
é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que
sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o
lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e
perda de apetite.

Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu
novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente
metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso
estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão
pesado.

Para se afirmar que o paciente está deprimido tem-se que afirmar que ele
sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou
interesse pelas atividades nas quais apreciava. E, não consegue ficar parado e pelo
contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos
inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se

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culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na
família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem
pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para
que possamos dizer que o paciente está deprimido.

A causa exata da depressão permanece desconhecida. Eventos


desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos
acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio
depressivo. Contudo, tais eventos não podem ser responsabilizados pela
manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se
recupera com o tempo. Os eventos estressantes provavelmente disparam a
depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos
estressantes são: perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de
habitação contra vontade, doença grave, pequenas contrariedades não são
consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão.

O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência


genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram
que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor
mais as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos
ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos.

Ansiedade

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A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva


excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente à interpretação de uma situação
de perigo. Parente próximo do medo, (muitas vezes onde a diferenciação não é
possível) é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e
palpável enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais
subjetivas.

A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra


a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos
como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das
secreções (urinárias e fecais) aumento da motilidade intestinal, cefaléia (dor de
cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico
(Crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga
de um Neurotransmissor chamado Noradrenalina.

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O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma
situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem
estar.

Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este
estado acontece o estado ansioso.

Evolutivamente faz muito pouco tempo que saímos dos tempos da caverna,
onde os perigos de vida e a necessidade de luta eram uma constante. A excitação
do Sist. Nerv. Central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta
ou para a fuga.

O que interpretamos como perigo hoje, transcende e muito o perigo de vida


biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades,
de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são
fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso.

Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contacto com o novo, com


situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados
ansiosos.

A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma


aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma
maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível. Este movimento
mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão mental, uma
ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se
livrar do perigo o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz
aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.

Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob


controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto faz com que ela se
excite e se o problema não tiver uma solução mental imediata. Como o que acontece

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na maioria dos casos terá a chamada ansiedade patológica, que tende a se
cronificar e piorar com os anos.

A ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de


seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos as
manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma
criança agitada, às vezes, hiperativa, que chora com facilidade e às vezes até com
dificuldade de dormir.

A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de


mamar e numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança. A segunda é
uma infância carente e problemática onde as dificuldades dos pais, mas
principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, vão
fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta. E vá gravando e
condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem
acontecer a qualquer momento.

A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou


desconhecidas.

O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O


novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentido
de que algo ruim ou perigoso pode vir a acontecer.

É mais ou menos assim, “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de
fora e não está sob controle é perigoso". É a clássica postura do pessimista, como
aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão
Lippy, que sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!" Traumas de
infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também podem
desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas
específicas

Transtorno Bipolar

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É uma enfermidade na qual ocorrem alterações do humor, caracterizando-se


por períodos de um quadro depressivo, que se alteram com períodos de quadros
opostos, isto é, a pessoa se sente eufórica (mania). Tanto o período de depressão,
quanto da mania podem durar semanas, meses ou anos.

O termo mania não significa “repetição de hábitos”, mas sintomas de euforia.


O Transtorno do Humor pode ocorrer, ao longo da vida, dentro de um curso bipolar
ou unipolar. O curso unipolar refere-se a episódios somente de depressão e, no
bipolar, depressão e mania (euforia). O Transtorno Bipolar do Humor atinge de igual
maneira homens e mulheres em torno de 1% a 2% e, geralmente, entre os 15 e 30
anos de idade.

O transtorno bipolar também pode atingir as crianças, manifestando-se com


sintomas predominantes de humor ansioso e irritável. O humor da pessoa oscila de
muito eufórico (agitado), para muito triste (com desesperança, desmotivação e
desvalia).

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Como em outras doenças, o Transtorno Bipolar do Humor afeta não só
quem o tem, como também, o cônjuge, familiares, amigos e empregadores. Se
depressão, mania forem acompanhadas de alucinações (ouvir, ver, sentir o que não
existe) e delírios (pensamentos irreais à realidade) trata-se do subtipo psicótico. As
pessoas que sofrem de Transtorno Bipolar levam, em média, 8 anos antes de serem
diagnosticadas ou receberem tratamento adequado, o que pode causar grande
sofrimento e perdas.

Tipos de Transtorno Bipolar do Humor

Existem quatro formas de Transtorno Bipolar do Humor:

- Transtorno Bipolar Tipo I – Períodos de mania (euforia) com humor elevado


e expansivo grave o suficiente para causar prejuízo no trabalho, relações sociais
podendo necessitar de hospitalização contraposta por períodos de humor deprimido,
sentimentos de desvalia, desprazer, desmotivação, alterações do sono, apetite,
entre outros. Geralmente, o estado maníaco, dura dias ou pelo menos uma semana,
e períodos de depressão de semanas a meses.

- Transtorno Bipolar Tipo II – Períodos de hipomania, em que também ocorre


estado de humor elevado e agressivo, mas de forma mais suave. Um episódio de
tipo hipomania, ao contrário da mania, não chega a ser suficientemente grave para
causar prejuízo em atividades de trabalho ou vida social.

- Transtorno Bipolar Misto – Períodos mistos, em que em mesmo dia haveria


alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar
triste, com sentimentos de desvalia e desprazer e, no momento seguinte, estar
eufórica, sentindo-se capaz de tudo, falante e agressiva.

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- Transtornos Ciclotímicos – Períodos em que haveria uma alteração crônica
e flutuante do humor marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e
numerosos sintomas depressivos que se alterariam. Contudo, não seriam
suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza
de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente confundida com o jeito
de ser da pessoa, “de lua”.

Principais teorias etiológicas

Apesar de se desconhecer a base causal, existe uma interação complexa


entre fatores biológicos, genéticos e psicossociais para tentar explicar o Transtorno:

- Fatores Biológicos – As teorias dos neurotransmissores, nos sistemas


noradrenérgico, seratonérgico e dopaminérgico, que têm características
semelhantes, pois todos se originam em núcleos localizados no tronco cerebral e se
projetam para amplas áreas do pró-encéfalo, têm sido admitidas na etiologia dos
Transtornos Bipolares. Além destes, outros neurotransmissores, incluindo o
glutemato, neuropeptídeos, como a colecistocinina e o hormônio liberado de
corticotrofina, têm sido implicados assim como anormalidades no eixo hipotalâmico -
pituitário - tireóide são comuns no Transtorno Bipolar.

- Fatores Genéticos – Quando um dos pais apresenta Transtorno Bipolar,


existe de 25 a 50% de chance de o filho adquirir Transtorno Bipolar. Quando maior a
distância de parentesco, menor a possibilidade de ter um Transtorno Bipolar. Os
estudos de gêmeos têm mostrado que a taxa de concordância em gêmeos
monozigóticos é de 33 a 90% e gêmeos dizigóticos cerca de 5 a 25%. As
associações entre o Transtorno Bipolar I e marcadores genéticos têm sido relatadas
para os cromossomas 5,11 e x.

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- Fatores Psicossociais – Os acontecimentos vitais estressores precedem,
mais freqüentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e poderiam
provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas neurotransmissores e
sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma
pessoa importante, uso de drogas, entre outros, podem contribuir para o
desencadeamento da doença.

Achados clínicos – como identificar:

Mania

- Humor “para cima”, excitado, exaltação, alegria exagerada e duradoura;


irritabilidade (impaciência, “pavio curto”);

- Agitação, inquietação física e mental; - aumento da energia, da


produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar;

- Pensamentos acelerados, tagarelice;

- Achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza e


poder;

- Otimismo e autoconfiança exagerados;

- Aumento dos gastos, endividamentos;

- Distração fácil: tudo desvia a atenção;

- Maior contato social e desinibição, comportamento inadequado e


provocativo, agressividade física e/ou verbal;

- Erotização, aumento da atividade e necessidade sexuais;

- Insônia, redução da necessidade de sono;

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- Quando grave, ocorrem delírios e/ou alucinações, estressores precedem,
mais freqüentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e poderiam
provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas neurotransmissores e
sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma
pessoa importante, uso de drogas entre outros, podem contribuir para o
desencadeamento da doença.

Depressão

- Humor “para baixo”, tristeza, angústia ou sensação de vazio;

- Irritabilidade, desespero;

- Pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;

- Cansaço mais fácil, desânimo, preguiça, falta de energia física e mental;

- Falta de concentração, lentidão do raciocínio, memória ruim;

- Falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia;

- Pensamentos negativos repetidos amplificados, pessimismo, idéias de


culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio);

- Sentimentos de insegurança, baixa auto-estima, medo;

- Interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no


passado e no futuro;

- Redução da libido e vontade de ter sexo;

- Perda ou aumento de apetite e/ou peso;

- Insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado;

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- Dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras
doenças: dor de cabeça, nas costas, no pescoço e nos ombros, sintomas
gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo, dentre outros;

- Em depressões graves, alucinações e/ou delírios.

Tratamento do Transtorno Bipolar

O tratamento envolve manejo nas fases agudas e na terapia de manutenção.


Os quadros agudos demandam contenção imediata dos sintomas através da
farmacologia: estabilizadores do humor, antidepressivos (se necessário),
antipsicóticos (se necessário) e, muitas vezes internação hospitalar para proteção do
paciente.

Os episódios de depressão aguda são tratados, preferencialmente, com


antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, pois são maiores indutores
de “virada” maníaca (eufórica) ou hipomaníaca, mais comuns com as ADT
(tricíclicos).

As fases maníacas podem ser controladas com Carbonato de Lítio, Ácido


Valpróico, Carbamazepina, lomotrigina, gebapentina e topiramato. Se sintomas
psicóticos estiverem presentes, é necessário o uso de antipsicóticos ou
benzodiazepínicos. Muitas vezes, é necessária a combinação de drogas, isto é, mais
de um estabilizador do humor associado, antidepressivos, mesmo na fase de
manutenção.

Existem substâncias que propiciam a desestabilização do quadro do humor


e que devem ser identificadas (tricíclicos, esteróides, álcool e os estimulantes).

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Psicoterapia

Sabe-se que a terapia cognitiva pode contribuir na adesão do tratamento e


na prevenção das recaídas, tornando-se um valioso acessório para o tratamento
farmacológico. Como relatado anteriormente, o Transtorno Bipolar não se limita
meramente a um problema bioquímico, mas também, psicológico e social (envolve
dificuldades pessoais, familiares e sociais). Existem outros tipos de psicoterapias
como individual, grupal, de família, conjugal, entre outros, mas, o que importa é se
está surtindo resultado na melhora do paciente e na sua qualidade de vida.

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)

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Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter
se feito eventualmente. Provavelmente, ouviu em algum programa de rádio ou TV,
leu em alguma reportagem de jornal ou revista que lavar as mãos seguidamente,
revisar várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar, não gostar de
segurar-se no corrimão do ônibus. Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos
demais membros da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta
de um banheiro público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar numa
funerária, de deixar um chinelo virado. Assim como outros comportamentos
semelhantes, podem, na verdade, constituir sintomas do chamado transtorno
obsessivo-compulsivo ou TOC.

E você deve ter ficado com dúvidas quanto a ser ou não um portador. Medos
e preocupações fazem parte do nosso dia-a-dia. Aprendemos a conviver com eles
tomando certos cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos
antes das refeições ou depois de usar o banheiro, desligamos o celular antes da
sessão de cinema ou verificamos periodicamente o saldo bancário de nossa conta.

Esses mesmos comportamentos e preocupações, entretanto, podem se


tornar claramente excessivos, quando repetidos inúmeras vezes em um curto
espaço de tempo e quando acompanhados de grande aflição.

É comum, ainda, pelo tempo que tomam que comprometam as rotinas e o


desempenho no trabalho. Isso configura o que, de forma convencional, chamamos
de obsessões ou compulsões, sintomas característicos de um transtorno bem mais
comum do que se imagina, o TOC.

O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV)
entre os chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se sob a forma de
alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos
pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções
(medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).

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Sua característica principal é a presença de obsessões: pensamentos,
imagens ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade
ou desconforto, e das compulsões ou rituais: comportamentos ou atos mentais
voluntários e repetitivos, realizados para reduzir a aflição que acompanha as
obsessões.

Dentre as obsessões mais comuns estão à preocupação excessiva com


limpeza (obsessão) que é seguida de lavagens repetidas (compulsão). Outro
exemplo são as dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações (compulsão).
A obsessão está ligada aos pensamentos; já os atos ou comportamentos são
denominados de comportamentos compulsivos.

O que são obsessões?

Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma


repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números,
músicas, etc. Sentidas como estranhas ou impróprias, as obsessões geralmente são
acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer.

O indivíduo, no caso do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não


consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas
absurdas ou ilógicas, causam ansiedade, medo, aflição ou desconforto que a pessoa
tenta neutralizar realizando rituais, compulsões, ou através de evitações (não tocar,
evitar certos lugares).

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As obsessões mais comuns envolvem:

• Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação


• Dúvidas
• Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento
• Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras
pessoas
• Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios,
relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de
crianças, falar obscenidades, etc.)
• Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou
economizar
• Preocupações com doenças ou com o corpo
• Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias)
• Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais,
cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças)
• Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis.

O que são compulsões ou rituais?

Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e


repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que
devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são lavar as mãos,
fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar
objetos sem utilidade, repetir perguntas, etc.

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As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às
obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por
uma obsessão.

Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de
aliviar a aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é
tentado a repeti-las, em vez de enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los,
tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus rituais.

Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam
prevenir (p ex., alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não
aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao
sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por trás desses rituais existe
um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre
nas superstições.

Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como


sinônimos, embora o termo “ritual” possa gerar alguma confusão, na medida em que
praticamente todas as religiões e diversos grupos culturais adotam comportamentos
ritualísticos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis ave-
marias, ladainhas, rezar 3 ou 5 vezes ao dia, benzer-se ao passar diante de uma
igreja. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc.

Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os


japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares,
envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa
preferência para o termo “compulsão” quando se fala em TOC.

As compulsões mais comuns são:

• De lavagem ou limpeza
• Verificações ou controle

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• Repetições ou confirmações
• Contagens
• Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento
• Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar
ou economizar
• Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números
• Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.

Compulsões Mentais

Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são
realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas
têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns
exemplos:

• Repetir palavras especiais ou frases


• Rezar
• Relembrar cenas ou imagens
• Contar ou repetir números
• Fazer listas
• Marcar datas
• Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por
pensamentos contrários.

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ESQUIZOFRENIA

Esquizofrenia é uma doença mental que afeta a capacidade da pessoa


distinguir se as experiências vividas são ou não reais. Afeta ainda a capacidade de
pensar logicamente, sentir emoções e sentimentos, e comportar-se em situações
sociais.
Não há cura para a esquizofrenia, mas o tratamento controla os sintomas e
ajuda a pessoa a ter uma vida parecida com a de quem não sofre da doença. Ou
seja, pode trabalhar, namorar, ter amigos e divertir-se.
A esquizofrenia é uma doença que tem início no fim da adolescência e
começo da vida adulta (15 a 25 anos). Embora a freqüência seja igual entre os
sexos, pode começar mais tardiamente nas mulheres.
Em torno de 1% da população mundial tem Esquizofrenia.
Esquizofrenia é uma doença complexa, intrigante e sua causa ainda não é
conhecida.

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Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante - pessoas que têm um
familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença - mas ainda
não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o
desenvolvimento da esquizofrenia.
Gêmeos idênticos têm 50% de chance de desenvolver a doença quando um
deles já desenvolveu.
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma
combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa
tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados fatores
ambientais.
Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais envolvidos,
mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no
parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia.
Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora,
geralmente, a doença se manifeste em meses ou anos.
Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com
alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas.
Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes
são incapazes de contar para seus familiares.
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou
para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os
amigos e param de estudar ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem
os sintomas mais característicos da psicose. (Perda da noção da realidade)

Mudanças na Percepção do Pensamento

a) Delírios: são crenças não verdadeiras, baseadas numa inferência


incorreta sobre a realidade exterior, apesar de provas e evidências contrárias. O
paciente pode sentir que seus pensamentos são influenciados, controlados,
inseridos ou transmitidos para fora da cabeça. Os eventos normais do dia-a-dia
passam a ter significado diferente. O indivíduo pode sentir-se perseguido ou

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discriminado e achar que tem poderes ou atributos especiais. Pode sentir que seu
corpo está mudando ou que recebe influências de forças externas.
b) Alucinações: são falsas percepções na ausência de um estímulo externo,
mas com as qualidades de uma verdadeira percepção. Isto é, eles podem ver, ouvir
e sentir coisas que não estão realmente no local.
As alucinações podem ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, gustativas ou
uma combinação de todas.

• Auditivas - são as mais comuns em esquizofrenia e podem ocorrer na


forma de barulhos, músicas ou mais freqüentemente como vozes. Estas vozes
podem ser sussurradas, ou claras e distintas, podem falar entre si ou ser uma única
voz. Podem comentar o comportamento da pessoa e, às vezes, podem dar ordens.
• Visuais - podem ser simples ou complexas, podendo envolver fachos
de luz, pessoas ou coisas.
• Olfativas e gustativas - ocorrem em geral juntas como cheiros ou
gostos ruins.
• Táteis - o paciente tem a sensação de ser tocado ou picado, ou ainda
sensações elétricas como se insetos estivessem rastejando sobre a pele.

c) Distúrbios formais do pensamento: os pensamentos mudam de assunto


completamente e esta alteração aparece na fala da pessoa.

Transtornos de Comportamento e Motor

Muitos pacientes apresentam diminuição de iniciativa, transtornos motores e


alterações no comportamento social. Um paciente pode ficar parado por um longo
período de tempo ou engajar-se numa atividade repetitiva sem finalidade.
Os extremos podem incluir o estupor catatônico - situação na qual o paciente
fica imóvel por um período longo, ou o excitamento catatônico, onde o indivíduo
apresenta atividade motora incontrolável e sem objetivo.

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Outras alterações motoras são estereotipias (movimentos repetidos sem
objetivo aparente) e maneirismos (atividades normais, mas fora de contexto).
Geralmente a deterioração do comportamento social ocorre junto com o
isolamento social. Os indivíduos podem negligenciar seus cuidados pessoais, vestir
roupas sujas ou inapropriadas, e suas coisas e ambientes permanecerem
descuidados e desarrumados.
Podem ainda desenvolver comportamentos que contrariam as convenções
sociais como falar obscenidades em público ou apresentar maneiras rudes à mesa.
Podem ser encontrados nas ruas marchando, falando alto e gesticulando.
Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem
dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Essa situação
corrobora ainda mais a certeza, destes pacientes, de que as pessoas não gostam
deles.

Transtornos do Afeto

A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma


característico da esquizofrenia. Muitos pacientes são indiferentes ou apáticos,
evitam o contato com olhar, apresentam ausência na inflexão na voz, mudanças na
expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem
estar diminuídos. Com freqüência perdem a capacidade de sentir prazer e podem
descrever-se como vazios de emoção.

Reações dos Pacientes aos Sintomas

A pessoa com esquizofrenia altera seu entendimento do mundo na tentativa


de explicar as experiências vividas. Devido às experiências serem incomuns, as
explicações também são. É difícil explicar para alguém o fenômeno de ouvir vozes.
Pacientes mais crônicos, que já apresentam dificuldades de relacionamento social,
ficam isolados e muitas vezes envolvidos em suas próprias fantasias.

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Podem imaginar que outras pessoas tentam prejudicá-los, não estão
interessadas nele ou querem criticá-lo.
Alternativamente, os pacientes podem experienciar reações negativas de
outras pessoas durante os episódios psicóticos, o que pode pesar ainda mais na sua
imaginação. Percebem ainda que não são mais competentes no trabalho. Ele pode
ter sido um bom estudante durante anos ou um trabalhador devotado e competente,
mas após a doença percebe que houve diminuição de sua performance.
A experiência de estar "louco" é uma das mais dolorosas e significativas.
Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, quando as decisões estão
bloqueadas, quando as emoções inexplicadas e não esperadas aparecem, há uma
conscientização do clima de horror, de que mente está fazendo armadilhas e que foi
embora seu modo usual de agir.
A experiência da psicose faz com que o paciente mude o conceito a respeito
de sua própria mente. A experiência do distúrbio faz com que a pessoa desacredite
nos seus processos de pensamento, mesmo quando estes voltam ao normal.
O paciente perde a fé de que possa pensar propriamente. Após a psicose,
ele tem conhecimento de que alucinou e, por algum tempo ou para sempre, ele não
será capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser
ouvidos em locais e horas não esperados.

Tratamento

O tratamento da esquizofrenia envolve vários tipos de profissionais que


trabalham em equipe.

Os objetivos da equipe de saúde são:

• Controlar os sintomas da doença tentando minimizar os efeitos


deletérios da medicação
• Prevenir riscos de suicídio e crise paranóide
• Evitar hospitalizações
• Desencorajar o paciente ao uso indiscriminado da emergência médica

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• Cuidar da saúde geral do paciente
• Melhorar sua qualidade de vida e dar à família suporte emocional

Talvez o fator mais importante para cumprir estes objetivos seja assegurar
que o paciente faça o tratamento. Devido ao isolamento social, idéias paranóides,
negação da doença e desconforto com os efeitos colaterais das drogas, muitos
pacientes abandonam o tratamento.

Tratamento Farmacológico

Antipsicóticos "típicos" ou clássicos são aquelas medicações que tendem a


produzir sintomas extrapiramidais (EPS). Estes agentes têm sido as principais
drogas na farmacoterapia da esquizofrenia por mais de um quarto de século.
Os sintomas que respondem melhor aos antipsicóticos típicos são os
chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações. Já nos sintomas
negativos, além de não responderem tão bem, podem ser acentuados com seu uso.
A maioria dos autores divide o tratamento farmacológico da esquizofrenia
em duas fases: aguda e manutenção ou profilática.

Fase Aguda

Envolvem a tentativa de aliviar os sinais e sintomas associados como


delírios, alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento.
Apesar da variação das doses utilizadas na prática clínica, as doses recomendadas
para a fase aguda situam-se em 600-700 mg de clorpromazina ou equivalente/dia ou
5-20 mg/dia de haloperidol ou flufenazina.
A administração de altas doses de antipsicótico (neuroleptização rápida) no
tratamento de pacientes agudos não é indicada devido à falta de estudos
controlados, demonstrando que esta medida é mais eficaz no controle de sintomas
psicóticos. Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a
necessidade de tratamento em longo prazo com antipsicóticos.

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Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de
recidiva e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por
tempo indefinido.

Fase de Manutenção ou Profilática

Esquizofrenia é uma doença que dura a vida toda, como diabetes ou


hipertensão. A maioria das pessoas com esquizofrenia necessitará de cuidados
médicos e medicação pelo resto de suas vidas.
As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam
os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode
sofrer uma recaída.
Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter
uma recaída dos sintomas psicóticos.
É muito importante que elas possam reconhecer que estes estão voltando, e
procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como delírios ou
alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade,
insônia e depressão.
Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer
com seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída.
Enquanto esta necessidade de tratamento por longo tempo é bem
reconhecida pelo médico, freqüentemente não é bem aceito pelo paciente.
Muitos estudos mostram quão inconstantes e não confiáveis eles podem ser
em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem, e não entendem
porque devem continuar tomando o remédio; ou ainda, porque os efeitos colaterais
são muito desagradáveis.
A introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável,
possibilitou uma maior adesão destes pacientes ao tratamento.

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HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO

Http://Www.Plenarinho.Gov.Br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg

A hiperatividade, denominada também como desordem do déficit de


atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os
sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem,
memória e habilidades motoras.

Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou


acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e
comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com
a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável
da criança.

O comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão


ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar
adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse emocional, convulsões
ou distúrbios do sono.

Também pode estar relacionado à paralisia cerebral, intoxicação por


chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou

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alimentos e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o
nascimento.

Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento


antes de tratar a hiperatividade da criança.

O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e


social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e
aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas
crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos.

As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e


são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir.
Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e,
aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar
coisas.

As crianças hiperativas toleram pouco, as frustrações. Elas discutem com os


pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente.
Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas.

Precisam de muita atenção e tranqüilização. É importante para os pais


perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e
expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses
comportamentos são acidentais e não propositais. Para a criança hiperativa e sua
família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há
simplesmente muita coisa acontecendo - muito estímulo ao mesmo tempo.

Devido à sua incapacidade de concentrar-se e ao constante


bombardeamento de estímulos, a criança hiperativa pode ficar estressada.

A criança hiperativa pode ter muitos problemas. Apesar da "dificuldade de


aprendizado", essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados
comportamentos não são aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e de ser

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educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Pode ser
frustrada, desanimada e envergonhada.

Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema


nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa.

A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas,


mas não entende por que é tão diferente.

Fica perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir


as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança
hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa auto-estima.

Um especialista em comportamento infantil pode ajudá-lo a distinguir entre a


criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças
até mesmo as menores podem correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas
sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço.

Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada


adequadamente - e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente
ativa - é importante que seu filho receba um diagnóstico preciso.

Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode


ser comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se
transformar em uma criança "modelo". Esteja preparado para descrever, de forma
precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais.
Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse
com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito.

Podem precisar de várias consultas antes que o comportamento hiperativo


torne-se aparente. Não se preocupe. Um especialista em crianças, geralmente, pode
realizar um diagnóstico preciso.

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Ao tratar da criança hiperativa, sua meta é ajudá-la a fazer o melhor
possível, em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho
está lutando com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso.
Explique, se preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu
filho não se comportar bem.

Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração.

É preciso muita paciência - e vigor - para amar e apoiar a criança hiperativa


em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa
estão sempre preocupados e atentos, sempre "em alerta". Conseqüentemente, é
fácil sentirem-se cansados, abatidos e frustrados. É de importância vital para os pais
de a criança hiperativa, serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado,
além de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho.

TRATAMENTO CONVENCIONAL

Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar
outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do
ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas
neurológicos.

O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para


hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema
nervoso e aumentar a capacidade da criança hiperativa de prestar atenção.

Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse
medicamento a seu filho. A tioridazina é um tranqüilizante ao qual se pode recorrer
se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais
difíceis.

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Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode
ser interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem
novamente, após as férias.

Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses
medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu
filho freqüente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere
esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o
medicamento. (Converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer
tratamento, durante qualquer período de tempo).

PSICOTERAPIA E PSICOPEDAGOGIA

Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está


lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento.
Podem ser de grande valia.

Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em


várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e
aprenderá a partir dos seus erros.

Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de


modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente
entendido e executado por todos que dele participam - pela criança bem como pelos
adultos.

É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa


vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com
disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas
objetivam ajudar e não punir.

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Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a
quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir.

Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente


para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho
quando a tarefa tiver sido concluída.

Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a
concentrar-se.

Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente.


Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que
transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e
inteligente entedia-se facilmente.

Cooperar com o hiperativo para ajudá-lo a realmente concluir um projeto.


Concluir um projeto oferecerá uma idéia de competência e maior auto-estima. O
domínio e conclusão de uma tarefa requerem elogios.

Busque terapia para você e seu cônjuge. Para ajudar a diminuir os


sentimentos de frustração e isolamento, os pais da criança hiperativa precisam de
informação e apoio.

Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e


a ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você
também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem
estressados ou culpados por deixarem uma criança "difícil" com outras pessoas
competentes. Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga.
Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contato com uma pessoa
que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos.

Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho.
Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso.

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ATIVIDADES FÍSICAS

São fundamentais, principalmente aquelas que mantêm a criança em


contato com a água, como a hidroginástica e a natação. É importante saber que a
água exerce um efeito calmante. Práticas como a yoga e o tai-chi-chuan também
são interessantes, pois treinam a mente para que fique quieta.

ALGUNS CUIDADOS IMPORTANTES

Durante a gestação, mantenha a exposição a chumbo ambiental ao mínimo


possível e elimine álcool. Os dois têm sido relacionados à hiperatividade.

Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de
exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal
esmaltada.

ALGUNS FATOS SOBRE A HIPERATIVIDADE

Há um equívoco muito grande, principalmente nas escolas, em


“diagnosticar” crianças como sendo hiperativas. Embora muitos pais de crianças
enérgicas perguntem aos médicos sobre a hiperatividade, ela não é problema
comum. Agitação não é sinônimo de hiperatividade. Ansiedade também não.
Tampouco problemas de concentração. É fundamental procurar um psicólogo, de
preferência especialista em Psicopedagogia ou Psicologia Escolar.

De acordo com um artigo publicado no British Journal of Psychiatry, apenas


3% das crianças são realmente diagnosticadas com a desordem do déficit de

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atenção. A hiperatividade é dez vezes mais comum nos meninos do que nas
meninas. A causa ou causas exatas da hiperatividade são desconhecidas.

Os profissionais de saúde teorizam que a desordem pode ser resultado de


fatores genéticos; desequilíbrio químico; lesão ou doença na hora do parto ou depois
do parto; ou um defeito no cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau
funcionamento do mecanismo responsável pelo controle das capacidades de
atenção e filtragem de estímulos externos.

Metade das crianças hiperativas tem menos problemas comportamentais


quando seguem uma dieta livre de substâncias como flavorizantes, corantes,
conservantes, glutamato monossódico, cafeína, açúcar e chocolate e mantém
psicoterapia associada a atividades físicas, ou seja, o tratamento deve ser
multidisciplinar.

Parabéns! Falta muito pouco para você concluir.....

GLOSSÁRIO

Os termos desconhecidos deste módulo foram explicados no próprio corpo


do texto, não havendo necessidade de incluir termos no glossário.

-------------FIM DO MÓDULO III-------------

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