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ÚNICA COISA NECESSÁRIA

As três idades da vida interior, R. Garrigou-Lagrange, O.P.

A vida interior, como qualquer um pode facilmente compreendê-lo, é uma forma


elevada da conversa íntima que cada um tem consigo mesmo, enquanto se concentra em
si, ainda que seja no meio do tumulto das ruas de uma grande cidade. Desde o momento
que cesse de conversar com seus semelhantes, o homem conversa interiormente consigo
mesmo acerca de qualquer questão que o preocupa. Esta conversa varia muito segundo
as diversas épocas da vida; a do ancião não é a mesma que a de um jovem; também é
muito diferente segundo o qual o homem seja bom ou mau.
Enquanto o homem busca com seriedade a verdade e o bem, esta conversa íntima
consigo mesmo tende a converter-se em uma conversa com DEUS, e pouco a pouco, em
vez de buscar-se em todas as coisas a si mesmo, no lugar de tender, consciente ou
inconscientemente, a construir-se o centro de tudo que há, tende a busca a DEUS em
tudo e substituir o egoísmo pelo amor de DEUS e pelo amor das almas em DEUS. É
esta é precisamente a vida interior; ninguém que descure com sinceridade deixará de
reconhecer que assim o é.
A única coisa necessária de que falava JESUS4 a Marta e Maria consistem em dar
ouvidos à palavra de DEUS e em viver segundo ela.
A vida interior assim compreendida é em nós algo muito mais profundo e necessário
que a vida intelectual ou o cultivo das ciências, mais que a vida artística e a literária,
mais que a vida social e política. Não é difícil, infelizmente, encontrar com grandes
sábios, matemáticos, físicos, astrônomos, que não possuem em si nenhuma vida interior,
estes se entregam aos estudos da ciência como se DEUS não existisse; em seus
momentos de concentração não conversam de maneira alguma com ELE. Eles não têm
nos momentos de solidão, nenhuma conversa íntima com Ele. Suas vidas parecem, sob
certos aspectos, ser a procura da verdade e do bem em certo domínio mais ou menos
restrito, mas elas são tão mescladas de amor-próprio e de orgulho intelectual, que nos
perguntamos se darão frutos para a eternidade. Muitos artistas, literatos e políticos não
ultrapassam esse nível de atividade puramente humana que é, em suma, exterior e
superficial. Poder-se-ia afirmar que o fundo de suas almas vive de um bem superior a
eles mesmos? A resposta parece negativa.
Isso demonstra que a vida interior, ou a vida da alma com DEUS, há de ser chamada
com toda razão a única coisa necessária, pois é através dela que tendemos para o nosso
fim último, e por ela nos é assegurada nossa salvação, a qual não se deve separar muito
da progressiva santificação, porque esta é a própria via da salvação.
Pode-se dizer que muitos pensam assim: no fim das contas, basta com que eu me salve;
e não é necessário ser um santo. Que não seja necessário ser um santo que realize
milagres, e cuja santidade seja oficialmente reconhecida pela Igreja, o que é evidente;
mas para ir ao céu é preciso empreender o caminho da salvação, e este não é outro que o
próprio caminho da santidade: Ninguém entra no céu sem essa santidade que consiste
em estar puro de toda falta; toda falta, mesmo venial, deve ser apagada, e a pena devida
ao pecado deve ser suportada ou remitida, para que uma alma goze para sempre da visão
de DEUS, O veja como Ele se vê e O ame como ELE se ama. Se uma alma entrasse no
céu antes da remissão total de suas faltas, não poderia ficar lá, e ela mesma
espontaneamente se precipitaria no purgatório para ser purificada.
A vida interior do justo que tende para DEUS e que vive d’ELE és certamente a única
coisa necessária; para ser santo não é necessário o ter recebido uma cultura intelectual
ou possuir uma grande atividade exterior; basta viver profundamente de DEUS. Isto é o
que observamos entre os santos da Igreja primitiva, muitos dos quais eram gente
humilde e até escravos; isto é o que vemos em um São Francisco, em um São Bento
José Labre, em um Cura d’Ars e em tantos outros.

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