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1.

Princípio da precaução versus princípio da prevenção

Os princípios vêm de forma sui generis vincular as obrigações e


comportamentos comportando-se de forma diferente sob diferentes fatos no
caso concreto, que ao contrário das regras, eles visam a validade ao invés da
mera vigência, segundo Robert Alexy regras “vigem”, princípios “valem”.1

Desta forma, os princípios adquirem grande importância para o direito


ambiental porque visam proteger a condição constitucional de meio ambiente
ecologicamente equilibrado como direito fundamental. Assim, abordando alguns
princípios estruturantes observando de forma precaucional e de antecipação
para a organização de uma democracia ambiental, uma vez que consumado o
dano ao meio ambiente sua reparação é muito incerta e penosa.

Segundo Leite e Ayala, apud Sirvinskas, o princípio da prevenção se dá


em relação ao perigo concreto, ao passo que em se tratando do princípio da
precaução, a conduta é dirigida ao perigo abstrato. Há uma pequena divergência
entre Sirvinskas e os outros dois, pois ele alega que a prevenção é gênero, no
qual a cautela e a precaução são espécies.2

O princípio da precaução alega que a incerteza científica, ou seja, diante


de ameaças ainda não confirmadas sobre a periculosidade de produtos,
condutas, não deve significar a omissão do poder público nem privada, no que
diz respeito ao adotar medidas necessárias sobre a proteção dos bens
ambientais, observando um ato in dubio pro ambiente.3

Este princípio tem amparo internacional no princípio 15 da Declaração


Rio-92:

“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve


ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis,
a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como
razão para postegar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.”4

1
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo Malheiros,
2008.
2
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. São Paulo: Saraiva, 2018.
3
LEITE, José Rubens Morato et al. Manual de direito ambiental. São Paulo: Saraiva, 2015.
4
DECLARAÇÃO DO RIO, Agenda 21, CNUMAD, 1992.
E na Convenção sobre Mudança do Clima:

As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, evitar ou


minimizar as causas da mudança do clima e mitigar seus efeitos
negativos. Quando surgirem ameaças de danos sérios ou irreversíveis,
a falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão para
postergar essas medidas, levando em conta que as políticas e medidas
adotadas para enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em
função dos custos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao menor
custo possível. Para esse fim, essas políticas e medidas-devem levar
em conta os diferentes contextos sócioeconômicos, ser abrangentes,
cobrir todas as fontes, sumidouros e reservatórios significativos de
gases de efeito estufa e adaptações, e abranger todos os setores
econômicos. As Partes interessadas podem realizar esforços, em
cooperação, para enfrentar a mudança do clima. 5

E no ordenamento pátrio, encontra-se na Lei de Biossegurança nº


11.105/2005 em seu artigo 1º “[...] e a observância do princípio da precaução
para a proteção do meio ambiente.”.6

Apesar de o princípio da precaução não está explícito na Carta Magna,


deve ser observado de forma implícita no que diz respeito às suas disposições,
em especial nos incisos do artigo 225 que visam auferir ao Estado o dever de
garantir a efetividade do meio ambiente ecologicamente equilibrado através de
suas decisões políticas à cerca dos riscos.

Então, o Poder Público tem a obrigação de preservar a biodiversidade,


seja de forma positiva ou restritiva proibindo condutas que possam comprometer
de alguma forma espaços, territórios, exigindo-se estudos de impacto ambiental
para a instalação de obra, processo, atividade que possa potencialmente ser

5
BRASIL. Decreto nº 2.652, de 1º de julho de 1998. Promulga o texto da Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima. Diário Oficial da União 02.07.1998.
6
BRASIL. Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta incisos do artigo 225 da CF. estabelece
normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos
geneticamente modificados, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e dispõe sobre a
Política Nacional de Biossegurança.
lesiva e, deve fiscalizar com finalidade de controlar técnicas, métodos e
substancias que possam submeter a riscos ao meio ambiente.7

A avaliação de riscos é o pressuposto para aplicação do princípio da


precaução e, baseia-se na insuficiência, na dúvida, imprecisão de dados
científicos.

Enquanto o princípio da prevenção, atua quando a avaliação dos riscos já


ocorreu e há a certeza científica em relação aos riscos e perigos do meio
ambiente. Assim, partindo da análise do inciso IV, parágrafo 1º do artigo 225,
CF, que ao delegar ao Estado o dever de exigir e fiscalizar o estudo prévio de
significativo impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade, estes
impactos são identificados e a partir daí exigir o melhor meio e tecnologia a ser
empregada com o foco de diminuir os impactos ambientais nos setores de
produção, indústria, exploração.

Destarte, adota-se a ideia de Leite e Ayala, ele é uma forma de eliminação


dos perigos cientificamente comprovados, ou seja, os perigos concretos,
utilizando-se como limite conciliador entre os meios de produção que
estabelecem bem-estar econômico, social em equilíbrio com o meio ambiente.

Constata-se que o princípio da precaução e da prevenção se


complementam porque ambos têm objetivo de preservar os bens ambientais
com o fundamento na dignidade da pessoa humana, com propósito de antecipar
danos e atuar em conjunto com outros princípios (como equilíbrio,
balanceamento, a proporcionalidade, não discriminação) essenciais para
garantir um meio ambiente ecologicamente saudável.

7
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>

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