Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
O presente projeto de pesquisa tem como princípio a busca de uma relação entre
aluno-professor que oriente e motive seus alunos a exercer um pensamento mais critico
e criativo, diferente do que é encontrado atualmente nas escolas, onde o aluno apenas
decora teorias e conceitos e descreve com a perfeição com a qual foi dita, mas não
consegue explicar com outras palavras.
Essa é uma das problemáticas encontrada nos alunos do ensino médio, eles
apenas captam tudo o que é dito a eles como verdade, fazem suas anotações, mas não
tem o interesse de ir além disso, não querem buscar, pesquisar ou compreender melhor,
então se focam no que o professor fala e tomam aquilo como verdade, estão se tornando
meros repetidores de seus tutores.
Por isso que esse projeto de pesquisa tem como objetivo mostrar que não se
ensinar filosofia, e somente a filosofar, e que a escola não transforme o aluno em um
mero repetidor de um conceito, mas sim em um aluno que seja capaz de compreender
realmente os fatos ao seu redor e buscar possíveis soluções.
Como por exemplo, quando se cria um espaço na sala de aula que permita ao
aluno chegar a varias conclusões em relação a um determinado problema, esse é o tipo
de pensamento multiangular. E para isso a importância de um debate-investigativo, e
terá o professor como mediador desse debate, apenas fazendo com que os alunos
possam compreender o problema juntos e procurar vários meios de encontrar uma
solução, testando a sua veracidade.
Incentivar o aluno a trabalhar suas qualidades e ampliar suas habilidades, o
professor-mediador deve conhecer bem os conteúdos a serem trabalhados, para apenas
mediar os debates no caminho certo, é um professor que mostra o caminho a seu aluno,
mas não o percorre junto dele, deve deixar isso com o próprio aluno, fazendo com que
esse aluno chegue a conclusão por si mesmo, tire uma opinião sobre determinado
assunto, e procure uma ou varias maneiras de resolve-las.
Para isto trabalharei com os textos de Matthew Lippman, que já tem um projeto
similar a esse com crianças conhecido como “Filosofia vai a escola”, e os textos de
Walter Kohan, que também possui um projeto similar em Caxias, no Rio de Janeiro,
chamado de “em Caxias a Filosofia em-caixa?”. E também os textos de Gonçallo
Armijos e de Cerletti que me mostraram a importancia do questionar filosofico para se
ensinar a filosofia.
Esta é uma tentativa de ensinar filosofia de uma maneira mais fácil e possível,
tornando o professor não em um doutrinador de ideias, alguém que não transmite
conceitos já conhecidos, mas sim como filósofos que estão sempre a recriar o ambiente
de uma sala de aula propiciando condições em função de um contexto que se deve
ensinar.
Ensinar filosofia sem uma intervenção filosófica pode ser possível nas escolas
publicas do Brasil?
Existem varias circunstancias que dificultam o ensino no país, é diferente
ensinar filosofia a uma turma de um colégio particular do que em uma escola da rede
pública, não porque é mais fácil ensinar em um lugar do que no outro, mas sim porque
os contextos são diferentes, a realidade vivida por cada uma dessas crianças são outras
também.
Claro que esse espaço investigativo dialógico não é cem por cento correto, ou o
único método, para isto o professor não deve simplesmente se acomodar em seu cargo
de lecionador, ele deve estar atento as mudanças que ocorrem em sua volta, ele deve se
atualizar sempre, para poder compreender o mundo em que esta vivendo, o contexto em
que vive, e o de seus alunos.
Um bom professor é aquele que pode levar adiante, de forma criativa uma
construção do ensino de filosofia, implicando a ele em uma atualização cotidiana de
vários elementos que envolvem diretamente a seus alunos, e claro ao próprio professor.
Sendo assim a importância de conhecer muito bem o ambiente que rodeia seus
discentes, conhecer a realidade deles permite a esse professor-mediador uma maneira
mais fácil de empregar estratégias didáticas diversas para desenvolver a criatividade de
alguns alunos, e fazer com que ele encontre uma nova maneira de se expressar, e nisto
para o professor não serviria somente para alterar o rumo da aula, mas sim para repensar
no seu próprio limite de conhecimento.
Ensinar filosofia não é algo simples uma vez que não se trata de uma matéria
objetiva, mas sim de algo subjetivo, onde cada um pode tirar dali o que lhe serve ou
acreditar em alguma teoria ou um conceito, por isso ela deve se caracterizar pela sua
reinvenção constante.
Atualmente a filosofia se tornou parte importante no processo educacional, e os
professores agora passam a transmitirem a matéria de acordo com os critérios
estabelecidos pelos planejamentos oficiais e pelas instituições habilitadas para tal tarefa,
eles perderam um pouco da sua liberdade de ensinar filosofia, e isto estaria se
transformando em uma institucionalização do aprendizado.
Isso acaba criando certa autoridade do professor em cima dos alunos dentro da
sala de aula, o professor começa a por regras e obriga os alunos a copiarem milhares de
coisas em seus cadernos, e os alunos acabam a se desmotivando e façam as coisas
simplesmente por mera obrigação, de algum modo criado por esta hierarquização entre
professor aluno.
Talvez essa hierarquização que ocorre dentro das salas de aula prejudique um
pouco no desenvolvimento do pensamento, o aluno não precisa ver o professor com
certa autoridade, pois o professor também pode aprender com eles. mudar o espaço
tradicional de aula para este espaço aberto pode de algum modo dissipar esse
sentimento de autoridade, e fazer com que o aluno sinta-se mais a vontade a falar,
questionar e debater.
Por tanto o método tradicional utilizado em nosso país pode estar um pouco
defasado, criar um espaço diferente na sala de aula é mostrar aos alunos que a retenção
do saber não esta toda na mão do professor e que ele esta ali para auxilia-los, o espaço
investigativo-dialógico permite a reflexão dos alunos em conjunto com o professor,
quebrando um pouco da visão autoritária encontrada atualmente, colocando o professor
em um nível igual ao dos alunos.
E antes de tudo, esclaro aqui que a minha a arte de ensinar esta baseada em
algumas condições para que ao menos ela possa ser tentada, e para isso consideramos
uma delas como o espaço investigativo-dialógico, isso significa dar um passo à frente
nas aulas, isto vai além de oferecer uma disciplina formal para os alunos.
Valorizo aqui o modo como Sócrates fazia filosofia se expressava através das
constantes perguntas, e assim ele mantinha a sua vontade de fazer filosofia. Tal
atividade não poderia diferenciar-se de filosofia do fazer filosofia, não podem estar
separadas, filosofia e filosofar se encontram unidas, tanto na pratica como no ensino,
por tanto professores e alunos também precisam estar unidos em um único espaço
comum investigativo. Para que assim todo ensino de filosofia se torne um ensino
filosófico.
O professor não deve adotar uma posição de doutrinador, ele não deve ensinar
uma filosofia própria ou a de outrem, mas desde que adote uma posição filosófica,
filosofará com seus alunos, todo ensino recai sobre uma forma de intervenção filosófica,
seja sobre textos, sobre problemáticas ou ate mesmo temáticas não habituais da filosofia
e do cotidiano. E esse tipo de debate investigativo cai sobre uma perspectiva filosófica.
Objetivo:
Fazendo isto através de um debate aberto entre eles, fazerem com que eles criem
hipóteses para problemáticas já vista ou sobre problemas encontrados por eles em seus
cotidianos e encontrem maneiras de resolver, fazerem com que eles criem hipóteses de
solução, e para isto nada melhor do que a investigação.
Mas como sabemos um filosofo não é um criador nato, ele não pode inventar
questões de problemas que não existe, o que seria da filosofia senão existisse a arte, a
politica, a ciência e demais temáticas, a tarefa aqui de um ensino de filosofia é levar ao
conceito o que esse mundo nos apresenta.
Podendo encontrar algo que faça germinar no filosofar dos filósofos que possam
ser encontrados e atualizados nos aprendizes de filosofia, nestes alunos que estão lá para
realmente aprender. Assim estaríamos ensinando a eles a maneira correta de se
enxergar, um olhar que não quer deixar nada para trás, que permita problematizar as
afirmações e colocar em dúvida tudo aquilo que se apresenta como óbvio, natural.
Mas o grande desafio que um professor encontra nas suas aulas não é a
transmissão de conhecimento sobre historia da filosofia, mas sim que se produza uma
mudança subjetiva, se existe um espaço compartilhado de pensamentos por meio de
diálogo não somente os alunos irão aprender, mas também aquele que esta a ensinar, em
outras palavras é o professor-mediador que deve criar o ambiente para estimular os
estudantes a interrogar e estimular neles a vontade pelo saber.
Estas não são habilidades unicamente exclusivas da filosofia, toda matéria bem
aplicada pode gerar um pensamento critico, mas isto para a filosofia se torna de grande
importância, pois constitui a essência de um pensar.
Um bom professor é aquele que promove o pensar, ele não deve ensinar para que
os alunos repitam ou decorem, ele ensina a pensar criticamente e a argumentar de
maneira coerente.
E para isso o professor deve mediar um debate entre os alunos onde eles possam
questionar e levantar hipóteses e se possível testa-las, e levantar outras hipóteses
relevantes, através de um dialogo.
Metodologia
Mas como fazer para aplicar tudo o que foi dito ate agora nas salas de aula
coerentemente? É certo que o espaço investigativo não é uma maneira privilegiada ou o
único método de ensinar, cada professor poderá realizar de seu próprio jeito, não há uma
maneira de lecionar com sucesso, qualquer tema filosófico a qualquer aluno em
qualquer contexto, isso seria ilusório.
Uma questão de extrema importância aqui é a relação que cada professor tem
com o filosofar e seu ensino, e para isso o professor de filosofia não pode ser apenas um
técnico que repassa as ideias dos especialistas.
Quem ensina filosofia deve ter um dia se perguntado por que e para que se
ensina filosofia? E de que ela serviria para esse grupo ao qual vou me dirigir? E ao
assumir uma decisão com respeito ao que é filosofia, em consequência deve avaliar-se e
determinar como fazer.
O professor deve sempre se atrever a pensar, pois isto supoe uma maneira nova
de se relaciornar com o mundo e com os conhecimentos, sem reproduzi-los, tornando o
espaço escolar em uma atividade de produção e criação.
Pensar é uma arte e pode supor algo novo com o que a pessoa se confronta um
ato de produção criadora, e não apenas como reprodução e repetição. Por isso o
professor deve criar um espaço em sala de aula que é possível a formulação de
perguntas, e não o lugar onde o professor somente oferece respostas a perguntas que
eles sequer nem fizeram. Os textos filosóficos serão uma ferramenta importante, mas
não um fim em si mesmo, compreender o texto é apenas um passo nesta caminhada e
não o fim.
Tal esquema didático deve constar de duas etapas, uma aonde a problematização
vai se formar e as interrogações deverão surgir, e outro aonde se vai em busca de uma
tentativa de resolução, ou ate mesmo hipóteses para resolver esses problemas. Ou seja
primeiro tenta distinguir didaticamente a construção de um problema e depois tenta
resolve-o.
O interessante neste método é que isto não supõe uma posição colocada aos
alunos pelo professor, ou mesmo ideias desse professor, mas sim abre espaço para o
pensar desse estudante na medida em que essa problematização seja uma construção
coletiva.
Por isso sugiro como esquema para uma didática em sala de aula, a
problematização compartilhada, a tentativa de resolução, uma nova problematização
compartilhada e uma nova tentativa de resolução, um ciclo sem fim.
- Investigação:
Esta é uma habilidade que todos nos possuímos e formamos no meio em que
vivemos, a partir de nossa orientação, da nossa cultura, da nossa forma de interpretar
algo, vamos construindo nossos conceitos e nossos “pré-conceitos”, por isso o educador
deve levar em conta o meio em que o aluno esta inserido, e partir de problemas
relacionado ao que esta mais próximo dele.
Observar e ter a consciência de tudo que esta ao nosso redor, tudo que nos
envolve, e de possibilidades que podem entrar nesse meio, resolvendo impasses, mas
observar criativamente e abrir os horizontes para novas possibilidades de outras
relações.
- Modo de questionar
Neste caso o educador deve auxiliar o aluno para que ele consiga fazer questões
que tenha um conteúdo de interesse investigativo, que faça com que ele se interesse pela
questão e faça com que ele corra atrás de uma solução para ela, principalmente nas
situações em que estão envolvidos.
Ja que podemos fazer questões, mas nem sempre elas tem uma relevância
filsófica, e por isso que o professor deve mostrar ao aluno o caminho para se fazer
questões que lhe afetam e refletir nela por um outro viés, levando ele a uma maior
reflexão ao questionamento.
- Criar hipoteses
É plausível que os alunos sejam capazes de trazer a tona hipóteses para questões
que temos ou que outros nos propõem, imaginar possíveis soluções para as questões ou
problemas do cotidiano vivenciados por eles.
Para ser capaz de formular essas hipóteses os alunos devem ampliar o seu
raciocínio criativo, deve ser capaz de supor alternativas, de inventar possibilidades, pois
esta é uma exigência muito importante nos dias atuais já que tudo ocorre de maneira tão
rápido e pode se modificar com frequência, e já que não temos uma regra pronta e
definida para resolver tudo, isso possibilidade que o aluno possa analisar o problema de
vários ângulos diferente e pensar de varias maneiras diferente em uma solução.
- Argumentação
para isso o aluno deve buscar explicações, justificativas para se apoiar nos seus
argumentos, deve buscar comprovações para suas afirmações. E não aceitar informações
gratuitas sem que se pague o preço da comprovação, é necessário que ele vá em busca
de um prova que possa se basear em sua fala. E neste caso o educador não pode apenas
exigir do aluno que ele entregue essas provas, é preciso orientar o aluno o caminho e os
meios para localizar essas provas.
- Referências:
LIPMAN, Matthew. A filosofia vai à escola. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
PALÁCIO, Gonçalo Armijos. De como fazer filosofia sem ser grego, estar morto ou
ser gênio. Goiás: Editora Ufg, 2004.
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Educando para o pensar: o que é uma educação para
o pensar?. São Paulo: Afiliada, 2002.
LORIERI, Marcos Antônio. Educando para o pensar: educação para o pensar. São
Paulo: Afiliada, 2002.
CASTRO, Eder Alonso. Educando para o pensar: Pensando sobre educação, ética e
transversalidade. São Paulo: Afiliada, 2002.