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INTRODUÇÃO

A radiação ionizante tem sido utilizada em um grande espectro de aplicações


industriais, sendo a principal aplicação na esterilização de produtos médicos,
farmacêuticos, cosméticos e no processamento de alimentos. Esta técnica é
amplamente utilizada em países industrializados e atualmente apresenta uma forte
expansão nos países em desenvolvimento. (IPEN, 2017)

No que se refere a irradiação de alimentos, esta tecnologia tem recebido uma


crescente atenção em todo o mundo. Os motivos que despertam o interesse da
irradiação de alimentos estão relacionados com as grandes perdas de alimentos que
ocorrem constantemente como consequência da infestação, contaminação e
decomposição dos mesmos, a crescente preocupação com respeito às doenças
transmitidas pelos alimentos e o aumento do comércio internacional de produtos
alimentícios sujeitos a normas de exportação rígidas em matéria de qualidade e de
quarentena. Indo de encontro a estes motivos a irradiação de alimentos que é
pesquisada exaustivamente por mais de 40 anos, tem demonstrado ser segura, eficiente
e com inúmeros benefícios práticos, quando associada às boas práticas de manufatura
e de distribuição. (IPEN, 2017)

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1. IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS

A irradiação de alimentos é o tratamento do alimento por exposição a uma


quantidade controlada de energia de radiação ionizante por um tempo específico para
obter determinados objetivos desejáveis. O processo, aplicado segundo
recomendações internacionais contidas na legislação brasileira, não eleva o nível
normal de radioatividade do alimento, independente do tempo durante o qual o produto
é exposto à radiação, ou ao quanto de uma dose de energia é absorvida. Os alimentos
irradiados não ficam radioativos após este procedimento. (GHOBRIL, 2008)
O processamento por radiação pode impedir a proliferação de microrganismos
que causam a deterioração do alimento, tais como bactérias e fungos, pela alteração de
sua estrutura molecular, como também pode retardar o amadurecimento ou a maturação
de certas finitas e legumes através da alteração dos processos fisiológicos dos tecidos
vegetais. A irradiação pode aumentar o tempo de prateleira de muitos alimentos a custos
competitivos, ao mesmo tempo em que fornece uma alternativa ao uso de fumigantes e
substâncias químicas, muitas das quais deixam resíduos. (GHOBRIL, 2008)

2. TIPOS DE RADIAÇÕES IONIZANTES

As radiações ionizantes podem ser classificadas como partículas (ex: radiação alfa, beta
e nêutrons) e como ondas eletromagnéticas de alta frequência (radiação gama e raios
X). A radiação alfa é semelhante a átomos de hélio, sem os dois elétrons na camada
externa, e não é capaz de atravessar uma folha de papel. As radiações beta são
basicamente elétrons mais penetrantes, mas não ultrapassam uma folha de alumínio,
enquanto que a radiação gama é altamente penetrante, podendo atravessar um bloco
de chumbo de pequena espessura. Os nêutrons possuem alta energia e um grande
poder de penetração, podendo inclusive produzir elementos radioativos, processo este
denominado de ativação. Por isto mesmo não são utilizados na irradiação de alimentos.
Os raios X são relativamente menos penetrantes que a radiação gama, tendo como
inconveniente o baixo rendimento em sua produção, pois somente de 3 à 5% da energia
aplicada é efetivamente convertida em raios X. (USP-CENA/PCLQ)

3. IRRADIADORES

Irradiadores são os equipamentos portadores de fontes radioativas seladas, sendo


adequadas para irradiar produtos e também objetos a uma dose desejada. Duas fontes
podem ser utilizadas neste processo: Raios Gama e os aceleradores de alta energia. A
maioria possui fontes emissoras de radiação Gama, utilizando materiais como o
Cobalto-60, Césio-137, Irídio-192 e Amerício-241. (LEAL, 2014)

4. UTILIZAÇÃO DA IRRADIAÇÃO

De acordo com a dose de aplicação, a irradiação pode duplicar ou triplicar o tempo


de estocagem de produtos alimentícios – permitindo seu transporte por longas
distâncias, matar os insetos invasivos das frutas e vegetais, e combater a contaminação
resultante da falta de higiene na produção de carnes industrializadas – eliminando
patógenos de origem alimentar. A irradiação age na:

 Inibição do brotamento em bulbos e tubérculos


 Retardo da maturação de frutas e legumes
 Desinfestação de grãos, cereais, frutas e especiarias
 Eliminação de parasitas (Cisticercose e Triquinose - vermes)
 Redução da carga microbiana (fungos, bactérias e leveduras)
 Eliminação de microrganismos patogênicos (Salmonella spp e outros)
 Esterilização

Além disso, a irradiação é também promovida como um substitutivo para o brometo


de metila, um agrotóxico usado para controlar os insetos, as ervas daninhas e os
patogênicos em mais de cem culturas, que está sendo deixado de lado porque deteriora
a camada.(ENUT,2007)

5. PROCESSO DE IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS

A energia, durante a irradiação, atravessa os alimentos, que não entra em contato


direto com fonte radioativa. São operadores qualificados que controlam e monitoram
eletronicamente essa fonte de radiação e o tratamento dos produtos, que é feito através
de um console que fica situado fora da câmara de irradiação. Os alimentos irradiados
são colocados em "containers" que através de um monotrilho são conduzidos para
dentro da câmara de irradiação, onde irão receber a dose programada de radiação
gama. (ALVES, 2010)

5.1 Radurização: Aplicações com doses baixas (< 1kGy)

Objetiva inibir brotamentos (batata, cebola, alho, etc.), retardar o período de maturação
(frutas) e de deterioração fúngica de frutas e hortaliças (morango, tomate, etc.) e
controle de infestação por insetos e ácaros (cereais, farinhas, frutas, etc.).
Proporcionando estocagem de longo prazo, sem uso de inibidores químicos de
brotamento, prevenindo perdas sem o uso de fumigantes químicos e previne a
disseminação de pestes e insetos.
5.2 Radicidação ou radiopasteurização: Aplicações com dose média (1kGy -
10kGy)

Ideal para pasteurizar sucos, retardar a deterioração de carnes frescas, controle de


Salmonella em produtos avícolas, etc. Aumenta a qualidade da conservação e previne
a intoxicação alimentar.

5.3 Radapertização ou esterilização comercial: Aplicações com dose alta


(<10kGy)

Usado na esterilização de carnes, dietas e outros produtos processados, destruindo de


populações de microrganismos, que promovem estrago de alimentos e destruindo
patógenos, incluindo formadores de esporos, tais como Clostridium botulinum.

6. VANTAGENS DA IRRADIAÇÃO

Existem vários aspectos positivos para usar o tratamento de irradiação nos alimentos
em prol da sua conservação:

 Permite a irradiação de produtos refrigerados e congelados uma vez que


todo o processo se realiza a frio.
 Devido ao elevado poder de penetração dos raios gama, existe uma maior
quantidade e variedade de alimentos que podem ser tratados sem
manipulação durante o processo.
 Durante todo o processo de tratamento, o alimento nunca entra em contato
direto com a radiação, dificultando assim aumentar o nível normal de
radiação deste.
 Ocorre um considerável aumento na vida útil de frutas frescas, vegetais e
carnes, o que facilita o processo de distribuição desses produtos. A
irradiação é um tratamento eficaz a eliminar as bactérias patogénicas que
causam essas doenças.
 Alimentos em embalagens termo-sensíveis podem ser tratados, uma vez que
a irradiação não aumenta a temperatura tanto do alimento como da
embalagem.
 Ovos, larvas de insetos e vermes internos aos alimentos são atingidos pela
irradiação, sem prejuízo para os alimentos. (ESAC, 2010)

7. DESVANTAGENS DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS

A radiação de ionização também quebra algumas ligações químicas no próprio


alimento. Os efeitos das alterações químicas nos alimentos são variados. Alguns
são desejáveis, enquanto outros não. Alguns exemplos de alterações no
alimento são:

 alterações na estrutura de certos alimentos, muito frágeis para suportar


a radiação, como por exemplo, alface e outros vegetais de folhas verdes
ficam murchos.
 amadurecimento e maturação retardado de algumas frutas e vegetais
que prolongam sua duração para consumo
 redução ou destruição de alguns nutrientes como vitaminas, redução dos
valores nutricionais (o efeito é comparável à perdas na pasteurização por
calor)
 alteração de alguns compostos flavorizantes
 a formação de compostos que não estavam originalmente presentes
requer o controle rigoroso dos níveis de radiação
 geração de radicais livres, alguns dos quais se recombinam com outros
íons. (TODAFRUTA, 2006)

8. O IMPACTO DA IRRADIAÇÃO DOS ALIMENTOS SOBRE O CONSUMIDOR


O interesse da sociedade nas questões relacionadas à proteção ambiental
reflete-se cada dia mais no comportamento dos indivíduos. Apesar da aprovação e
controle no emprego da irradiação, diversas barreiras ainda persistem e vem impedindo
que os alimentos irradiados alcancem a completa comercialização.
Essas barreiras estão relacionadas ao custo de sua utilização e da aceitação pelo
consumidor.
Apesar de cientificamente aceito como um excelente método na conservação de
alimentos e de atualmente ser também o único capaz de tornar inativos os patógenos
em alimentos congelados e crus, esse progresso no uso comercial da irradiação tem
sido lento. Interpretações erradas dos consumidores, que frequentemente, por falta de
informação, acham difícil avaliar os benefícios dessa técnica de processamento têm
limitado o uso desta tecnologia.
Em função disso, atitudes devem ser implementadas começando pela
conscientização desses consumidores em relação à segurança e os benefícios obtidos
por esta técnica assim passando também por um estreitamento nas relações entre as
indústrias do setor e o governo, que precisam ser fortalecidas. Para resultados bem
mais eficazes, é preciso conhecer melhor os processos e seus efeitos. (ORNELAS,
2006)
CONCLUSÃO

O emprego da radiação ionizante na agricultura tem sido útil em várias fases,


desde o melhoramento genético das espécies, bem como na produção, controle de
pragas e no armazenamento dos frutos, prorrogando a vida dos mesmos e assegurando
suas qualidades fisiológicas.

Dessa forma, é considerada uma técnica eficiente na conservação dos


alimentos, pois, reduz as perdas naturais causadas por processos fisiológicos como:
brotamento, maturação e envelhecimento, além de eliminar ou reduzir microrganismos,
parasitas e pragas.

Apesar desses benefícios, o fato de haver deterioração de nutrientes e a


escassez de informações precisas sobre as consequências dos produtos químicos
formados no processo de irradiação cria a necessidade de cautela quanto ao uso da
irradiação de alimentos.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

IPEN
https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=731

CARLOS NABIL GHOBRIL


http://www.iaea.org/inis/collection/NCLCollectionStore/_Public/40/096/40096420.pdf

LEAL, Ley. Esterilização por irradiação - Hospital Municipal de São Gonçalo dos
Campos, 2014

ENUT – ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OUROPRETO.


http://www.enut.ufop.br/pet/mainframes/murais/irradiação.htm

ALVES, Bruna. CENAP-Centro de Educação de Profissionais-Curso técnico em


radiologia, 2010.

ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE COIMBRA, 2010

http://www.esac.pt/noronha/pga/0910/trabalho_mod2/irradiacao_grupo4_t2_word.pdf

TODAFRUTA

http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=12231

ORNELLAS, C. B. D., GONÇALVES, M. P.J., SILVA, P. R., MARTINS, R. T. Atitude do


consumidor frente à irradiação de Alimentos, 2006.

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