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Orientação para construção

do figurino
Docente: Carla Gracinda
Figurino e suas Funções

Figurino é aquilo que cobre a pele do ator enquanto este está em cena e suas
funções variam de acordo com a ideia da encenação a que estão submetidas.

Contudo, muito além do aspecto material, o figurino pode ser visto como um símbolo,
um instrumento e elemento essencial da narração.

O figurino, além de permitir essa ligação entre a figura dramática e o espetáculo, é


parte fundamental da própria construção do personagem.

No teatro, o figurino tem uma função específica: a de contribuir para a


elaboração do personagem pelo ator e constituir, também, um conjunto de
formas e cores que intervêm no espaço do espetáculo e devem, portanto,
integrar-se a ele.

Caminhando neste sentido, Pedrosa (apud Bernardes, 2006) enfatiza essa função
comparando-a a comunicativa da roupa. No teatro, esse diálogo vem por meio do
figurino e, assim, permite ao espectador identificar as personagens.
O Figurino e suas Funções (cont.)

Holt (2001), exemplificando a importância do figurino, assevera que quando os


atores entram em cena, mesmo antes de falarem, o público já terá apreendido
uma boa quantidade de informação. De acordo com o autor, a imagem toda é
composta de sinais aos quais os espectadores reagirão, e o figurino ainda
assessora o ator por ser uma espécie de disfarce.

Girard e Ouellet (1980) também discorrem sobre esses aspectos: o que chamam de
“indumentária” pode servir de símbolo ao recorrer aos tipos que remetem a uma
forma de teatro (metatexto); pode ainda informar a idade, estado civil, classe
social e sexo ou então dissimulá-los (disfarce); pode manter relações dialéticas
com outras personagens e adquirir função espaço-temporal. Por fazer parte
importante dos signos de que dispõe o espetáculo, tudo aquilo de que se cobre o
ator ainda interfere na história desenrolada. “O figurino é uma forma específica de
ficção. Ele está a serviço de uma narrativa” (DUNCAN, 2002, p. 212).

Dentro desse contexto, Holt (2001) aponta o efeito do figurino em localizar a


peça num determinado contexto histórico e social e de representar a mudança
desses durante a ação. O autor, além disso, atribui ao figurino à função de
“espetáculo”, pois o mesmo é capaz de descrever coisas que as palavras não
conseguem.
Figurino Teatral -Especificidades

No teatro, a cena é vista em sua totalidade e tridimensionalidade, ao contrário dos


meios filmados. Muitas vezes, é encontrada grande distância entre o palco e o
público. Por consequência, o figurino teatral deve apresentar-se bem marcado,
como argumentam Leite e Guerra (2002), para que possa ser enxergado com
clareza.

Como pequenos detalhes não são vistos, os acabamentos não precisam


estar perfeitos, pode-se aproveitar para usar tecidos mais baratos, e deve-se
preocupar mais com o que produz efeito à distância.

Ghisleri (2001) adiciona a isso a limitação do orçamento, que é muitas vezes


pequeno e requer o uso do improviso e da adaptação. Além disso, lembra
que deve ser analisado o efeito das luzes sobre as cores utilizadas, além da
harmonia destas umas com as outras e com o cenário.
Etapas e Processos de Criação de Figurino

Etapas fundamentais que devem ser seguidas: briefing, estudo da peça, estudo
histórico, croquis, estudo de materiais e adereços, desenho técnico, modelagem,
confecção, ensaio geral, etc. Aqui, cabe descrever apenas as etapas que se
referem à criação.

A fase de briefing consiste em uma reunião de pré-produção com o diretor e os


responsáveis pela cenografia, iluminação, coreografia, para que ele explique o
que quer da peça, o estilo visual e, por conseguinte, o tipo de figurino. São
esclarecidas todas as dúvidas possíveis e também o cronograma (GHISLERI,
2001).

Depois da primeira reunião com o diretor, o figurinista começa a estudar a peça.


Segundo Holt (2001), as primeiras leituras do texto permitirão perceber com que
tipo de peça se está trabalhando, e a seguinte servirá para desvendar as
personagens individualmente: os humores, a função de cada um na cena, as
mudanças de personalidade, os relacionamentos com outras personagens,
sua importância, e principalmente sua função dramática.

Na reunião, eles resolvem questões como o estilo do período, detalhes


como, por exemplo, necessidade de troca de roupas, e o significado que a
peça deve ter para o público. Em seguida, ele pode então começar uma
pesquisa mais específica.
Critérios para elaboração de um figurino:

Enredo; Espaço; Tempo e Personagem.


>>Critérios para elaboração de figurino

♦ Enredo

Esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, é o


desenrolar dos acontecimentos.

O enredo determina o gênero da narrativa, contém todas as


informações a cerca das personagens e período histórico, além de ser
possível extrair cores, formas e texturas.

♦ Espaço

Define a localidade geográfica onde a história se passa, além de


retratar diversas etnias ou regionalismo.
>>Critérios para elaboração de figurino

♦ Tempo

- Ponto histórico ( passado; presente; futuro).

- Recorte do tempo
Ano: estações; meses; feriados.
Dia: manhã; entardecer; noite.
Atemporal: uma atmosfera menos real e mais manipulável.

♦ Personagem

Na construção da personagem, auxilia a diferenciá-las ou torná-las


semelhantes diante do espectador, além de ajudar na formação da sua
identidade, criar estereótipos ou determinar o gênero da narrativa
(tragédia; drama; comédia...)
Elementos fundamentais para criação de um figurino:

Estilo; Cores; Volumes; textura e Silhueta.


>>Elementos fundamentais para criação de um figurino:

♦ Estilo:

Classificação dos figurinos Seguindo a classificação adotada por Marcel Martin e


Gérard Betton, os figurinos podem ser classificados em três categorias:

● Realistas: Figurinos que retratam o vestuário da época com precisão histórica.

Exemplo: Cena do filme 12 anos de escravidão

Figurinista: Patricia Norris


Século XIX
● Para- Realista: Figurinos que tem como referência a moda da época à qual a
produção artística/cultural está se referindo, realizam uma estilização em que a
exatidão histórica não está em primeiro lugar;

Exemplo: Cena do filme “Cleópatra”-1963

Figurinistas: Irene Sharaff e Renie Conley


● Simbólicos: quando a exatidão histórica perde completamente a importância e
cede espaço para a função de “traduzir simbolicamente caracteres, estado de
alma, ou ainda, de criar efeitos dramáticos ou psicológicos”.

Exemplo: Cena do filme Alice no país das maravilhas

Figurinista: Colleen Atwood


Alice in Wonderland é a obra infantil mais conhecida de
Lewis Carroll, publicada a 4 de julho de 1865.
>>Elementos fundamentais para criação de um figurino:

♦ Cores

É possível determinar outras características do espetáculo, por exemplo o estado de


espírito da personagem, tais como alegria, tristeza...
Bem como definir o gênero trabalhado no espetáculo, seja o drama ou a comédia,
além de estimular a interação com o público.

Exemplo: vermelho
Significado do Vermelho: A cor expressa paixão, amor, desejo mas também
simboliza o orgulho, a violência, a agressividade ou o poder.

Novela: Alma Gêmea


Um dos destaques foi Cristina
(Flávia Alessandra), que
abusava da cor vermelha,
como uma típica vilã de
desenho animado.
>>Elementos fundamentais para criação de um figurino:
♦ Volumes

Afim de evidenciar traços marcantes na silhueta corporal das personagens, são


utilizados recursos como enchimentos para enfatizar uma cena, utilizando formas
exageradas ou pequenas demais, como também podem ressaltar algum detalhe
pertinente para a compreensão de um personagem, como por exemplo, uma barriga
saliente em um personagem cômico.
Exemplo:

Atriz: Vera Holtz Personagem: Dona Redonda - Saramandaia


>>Elementos fundamentais para criação de um figurino:
♦ Silhueta

Defini o período histórico a qual está inserido o figurino, além de distinguir o


personagem masculino do feminino. Em alguns espetáculos é possível, por
exemplo, alterar as silhuetas corporais para que uma atriz faça o papel de um
homem somente utilizando roupas com uma silhueta masculina.
Exemplo: Cena do filme Albert Nobbs- século 19

Atriz Glenn Close Personagens Albert e Hubert Atriz Janet McTeer


>>Elementos fundamentais para criação de um figurino:
♦ Textura

A textura é um elemento muito explorado na composição dos figurinos, pois altera a


percepção óbvia dos materiais empregados na construção do figurino aos olhos do
público, agregando status ao materiais. Através de diferenciadas técnicas
(beneficiamento) é possível transformar qualquer tecido ou material.
Exemplo: O figurino da novela 'Liberdade, Liberdade' foi marcado pelo
envelhecimento das roupas para mostrar uso.

No Brasil do fim do século XVIII e início do


século XIX, época em que se passou a
trama de Liberdade, Liberdade, as roupas
e os tecidos eram artigos que se tinha em
pouca quantidade e aos quais o acesso era
restrito. Respeitando essa realidade, os
personagens, escrita por Mario Teixeira e
com direção artística de Vinícius Coimbra,
os personagens repetiram alguns figurinos
por diversos capítulos. E para dar o tom do
desgaste pelo uso, cada peça foi
confeccionada e envelhecida.
Etapas e Processos de Criação de Figurino

Holt (2001) sugere a construção de uma tabela de figurinos, em que na direita


entram os personagens e em cima as cenas. As intersecções devem conter o
número exato de figurinos e sua descrição. As roupas devem ser contadas
cuidadosamente na leitura do texto, pois, muitas vezes, não são indicadas
diretamente.
A próxima etapa, e uma das mais importantes, é o estudo de referências para a
peça.

As escolhas de estilo devem levar em conta não só a precisão histórica, mas


a personalidade individual das personagens (HOLT, 2001). Bernardes (2006)
aponta alguns meios de pesquisa utilizados para a criação de figurinos: filmes,
centros de informações e bibliotecas. Se a obra for atual, considera-se a
observação de pessoas, os materiais de moda e os pesquisadores de história com
enfoque no vestuário. Um método de pesquisa muito utilizado entre
profissionais, como Jane Greenwood, Ann Hould-Ward e William Ivey Long é a
colagem. São produzidos grandes painéis com imagens recortadas de
revistas, livros, desenhos e fotografias para imersão no tema, na época e no
local onde se passa a história (PECKTAL, 1999).
Painel de Ambiência
Na etapa inicial de pesquisa para composição do figurino, a
quantidade de informações levantadas é grande. Muitas vezes fica
difícil organizar estas informações. Para facilitar a visualização destas
informações, usamos Painel de inspiração, Ambiência, Painel
Temáticos, Mood Board (“quadro de atmosfera”). Esse recurso é
muito utilizado por designers de todas as áreas para organizar e
traduzir visualmente uma idéia, definir um estilo, contar uma história e
explorar um conceito.

O painel de ambiência, nada mais é do que um painel de colagem


de fotos, imagens de revista ou internet, amostras de tecido e
materiais, objetos, cartela de cores, os shapes
(formas/modelagem), esboços e desenhos e até palavras-chave.
Pode ser feito manualmente ou computadorizado.
Exemplo de painel de ambiência
Tradução da
frase:
“Você pode
olhar mas
Você não
pode tocar”

A história se passa em 1899 e gira em torno de um jovem poeta, Christian, que desafia a autoridade
do pai ao se mudar para Montmartre, em Paris, considerado um lugar amoral, boêmio e onde todos
são viciados em absinto. Lá, ele é acolhido por Toulouse-Lautrec e seus amigos, cujas vidas são
centradas em Moulin Rouge, um salão de dança, um clube noturno e um bordel (mas cheio de
glamour) de sexo, drogas, - o que é ainda mais chocante -cancan. É então que Christian se
apaixona pela mais bela cortesã do Moulin Rouge, Satine.
Exemplo de painel de ambiência

Esta série britânica de drama segue a vida da família Crawley e seus empregados
em uma casa de campo. A série começa com o naufrágio do Titanic, em 1912.
Bibliografia

CALANCA; Daniela. História Social da Moda. Senac São Paulo,


2008.

HELLER, Eva. A Psicologia das Cores. Como as Cores Afetam a


Emoção e a Razão. GG, 2012.

FOGG; Marnie. Tudo sobre Moda. Sextante, 2013.

LAVER; James. A roupa e a moda. Companhia das letras, 1989.

MACKENZIE; MAIRI . –Ismos: para entender a moda. Globo, 2010.

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