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EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DA BAHIA
I – DAS PRELIMINARES:
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desnecessária, num primeiro momento, a produção de provas da hipossuficiência
financeira.
I.4. DO PREPARO
Pois bem, este Recorrente obteve o prejuízo mensal de 3,99, o qual está
registrado no extrato da sua conta telefônica como “Compra de conteúdo Mozca”, o
que não faz qualquer sentido, tendo em vista que o Recorrente, em nenhuma
hipótese, contratou os referidos serviços.
III – DO MÉRITO
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processuais comuns ditadas pelo CPC, e presentes a
hipossuficiência (econômica ou técnica) ou a verossimilhança da
alegação.
Entretanto, ainda que a lide envolva uma relação de consumo,
que privilegia o consumidor através da inversão do ônus da
prova, este não está dispensado de produzir mínima prova a
amparar sua alegação, sob pena de afastar a verossimilhança do
seu relato.
Ficam prejudicados os pedidos de indenização por danos morais
e de restituição do valor, porquanto sucessivos.
Assim, ante o exposto e tudo mais que dos autos consta, julgo
improcedente a queixa formulada por FRANQUILINO DA CRUZ
BRITTO c TIM CELULAR S/A.” (grifos aditados)
Ademais, o próprio CDC, em seu art. 6º, inciso VIII, é taxativo quanto as
hipóteses de inversão do ônus da prova, a qual somente deve ser aplicada ao caso
concreto quando o alegante demonstrar a verossimilhança das suas afirmações ou
quando este for hipossuficiente.
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Primeiro porque trouxe aos autos o Extrato da sua conta de telefone
celular, com as devidas discriminações dos valores cobrados pelas ligações
realizadas e pelo serviço não contratado pelo Recorrente no valor de R$ 3,99, bem
como a reclamação com o número do protocolo em que havia solicitado o
ressarcimento por um serviço que não havia contratado.
Ora Egrégia Turma, não há como aceitar que tais provas não são
verossímeis com as alegações do autor, uma vez que o mesmo produziu o que
estava a seu alcance e que são suficientes para comprovar que o mesmo estava
sendo cobrado de maneira absurda por um serviço, insisto em repetir, não
contratado. Vejamos os prints abaixo:
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Dessa maneira, por se tratar também de situação de hipossuficiência do
Recorrente, uma vez que o mesmo se encontra desempregado, conforme a
declaração de hipossuficiência e carteira de trabalho em anexo, deve ser
reconhecido pelo juízo a quo o direito à inversão do ônus da prova, pois que este
Recorrente não tem como comprovar que contratou um serviço por SMS, pois, como
já dito diversas vezes, este não solicitou, aceitou ou contratou o serviço denominado
“MOZCA”.
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É certo ainda que o ônus da prova pertence exclusivamente à
Recorrida, nos termos do 373, II do CPC, sendo explícito que não demonstrou
sequer indícios de veracidade das alegações.
Dessa forma, requer o Recorrente a reforma da sentença para que
seja declarada a inversão do ônus da prova, devendo a Recorrida comprovar
que o Autor enviou SMS requerendo, aceitando ou contratando os serviços em
epígrafe.
Noutros termos, a força probante do ato ilícito gera presunção júris tantum
de ocorrência dos danos morais. Pressupõe-se que consistiria num mister inatingível
carrear aos autos de um processo provas materiais das diminuições que afrontaram
a honra da vítima, enfim, seria impossível amealhar aos autos lágrimas e
sofrimentos sob a forma de provas, como faz crer os argumentos do juízo. Se algo
poderia ser provado, seria com a inversão do ônus da prova, através da juntada de
extrato comprovando a utilização dos serviços pelo cliente.
De outro plano, o Código Civil estabeleceu regra clara de que aquele que
for condenado a reparar um dano deverá fazê-lo de sorte que a situação
patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o
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montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral,
portanto.
CÓDIGO CIVIL
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.
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não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também para que
o valor não seja irrisório, dentro dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
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III – CONCLUSÃO
Nestes termos,
Pede deferimento.
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