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DE MAPUTO
Secção laboral
Contra
I – Dos Factos:
1.°
2.°
Sucede que, no dia 09 de Maio de 2016, a A. celebrou com a R. um novo contrato a
prazo incerto desempenhando a função de Técnica nº 03, sendo a última remuneração
o valor de seis mil e setecentos e cinquenta meticais e trinta e um centavos (6.750,31
MZN) como atesta a cópia do contrato por prazo incerto e a cópia do extracto bancário
que se juntam e se dá por integralmente reproduzidas como documetos nº 2 e nº 3
respectivamente, anexos à presente Petição Inicial;
3. °
4.°
5.°
A A. Nunca teve processo disciplinar visto que exercia as suas actividades com
pontualidade, assiduidade, zelo e diligência necessários para o cumprimento cabal das
actividades, comportando-se sempre honesta e respeitosamente para com todos. A,
durante todo tempo que laborou para a R., não foi-lhe concedida o gozo das suas férias;
6.°
Porém, acontece que no dia 4 de Fevereiro de 2018, após A. ter cumprido a jornada
laboral e depois de ter passado a hora da rendição acordada, o chefe do posto marcou
à A. uma falta por alegadamente por ter abandonado o posto, por ter sido encontrada
pelo chefe do posto há alguns metros do lugar onde laborava, afirmando que A. não
devia ter saido do posto antes de ser rendida por um outro funcionário;
7.°
Ora, por causa de constantes atrazos, foi acordado verbalmente que as trabalhadoras
podiam deixar o posto de trabalho após esperar 15 minutos de tolerância, o que foi
que a A. fez;
8. °
A., querendo inteirar-se da falta que lhe foi marcada, foi ter com o chefe do posto a
fim de solucionar os equívocos, porém, acontece que o chefe do posto informa-lhe
verbalmente que já não a queria naquele posto e que A. devia apresentar-se na sede da
Direcção dos Recursos Humanos na Matola sem ter-lhe passado nenhuma Guia de
Transferência ou outro documento similar;
9.°
10.°
A., teve como seu último dia de trabalho o dia 5 de Fevereiro de 2018, e o último
vencimento foi do mês de Janeiro de 2018, até à data da sua expulsão tinha trabalhado
10 dias contados para o mês de Fevereiro;
11.°
Assim, A., foi afastada do seu posto de trabalho injustamente, sem a rescizão do
contrato e sem nenhum processo disciplinar visto que não haver matéria para lhe acusar
e instaurar um procedimento disciplinar.
12.°
II- De Direito
13.°
14.°
A não reintegração do trabalhador no seu posto de trabalho corresponde a
despedimento tácito e sem justa causa e em clara desobediência ao quadro jurídico-
legal vigente na República de Moçambique, e impregnado da sua coragem exacerbada
a R., violou até a própria Constituição da República, por violar o direito ao trabalho e
uma vez que esta proíbe também o despedimento fora dos casos previstos pela Lei (arts.
84 e 85, nº 3 CRM), e com animus infringendi, despediu a A sem justa causa, não se
conformando com dispositivos legais injuntivos;
15.°
Perante esta situação, facilmente se conclui que o A. foi despedido sem justa causa, e
que a intenção da Ré não se ajusta ao quadro jurídico-legal. Assim, se conclui sem
esforço, que a Ré forçou o despedimento, porque não existem fundamentos plausíveis
para o despedimento, como facilmente se demonstrou;
16.°
O poder de aplicar sanções ao trabalhador, não pode ser visto como um poder
discricionário, sem limitações, pois, a lei impõe que a aplicação de qualquer sanção
disciplinar, tenha lugar quando o trabalhador viole os seus deveres profissionais, o que
não foi neste caso em apreço, pelo contrário, no caso vertente, a Ré é quem violou o
seu dever de respeitar os direitos e garantias do trabalhador, previsto no art. 59, al. a)
LT;
17.°
Por não ter sido usado o poder disciplinar tendo em conta os limites previstos na lei,
faz com que o despedimento efectuado pela Ré, seja sem justa causa, devendo se
considerar ilícito com todas as consequências legais que daí advêm, visto que tem
causado tambem grandes prejuizos, isto é, danos nao patrimoniais sofridos pela A.,
como grande angustia por ter ficado sem emprego e consequentemente, privado a A.,
do necessario sutento e cuidados de saude para si e familiares, por todos estes danos
deve a A ser indemnizado;
18.°
Assim sendo, visto que a Autora celebrou um contrato de trabalho por tempo
indeterminado na vigência da Lei 23/2007 de 1 de Agosto e que prestou trabalho para
a Ré durante 2 anos, 4 meses e 24 dias, mais 44 dias de férias não gozadas e 10 dias de
trabalho que efectuou no mês de Fevereiro, tem aquele Direito à Indemnização
calculada nos termos do nr.5 do artigo 69° conjugado com o nr.2 do art.128° ambos
da LT;
19.°
Assim temos:
III. Do Pedido :
20º
Nestes termos, e nos demais em Direito ao caso aplicáveis e com mui douto
suprimento, a presente Acção de Impugnação de Despedimento, deve ser recebida,
julgada e procedente, porque provada e consequentemente:
1. Procuração forense;
2. Atestado de Pobreza;
3. 6(Seis) documentos;
4. Duplicados e copias legais;
O Mandatário Judicial
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