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Aluno: Francelino Leandro – Mat.

: 17098

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL


DA COMARCA DE PILÃO ARCADO - BA.

APFD nº XXXXXXX/XX.XXXX.X.XX.XXXX

MÉVIO, brasileiro, (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX,


RG nº XXXXXX, residente e domiciliado a rua XXX, nº XX, Bairro do Buraquinho,
Pilão Arcado-BA, por seu advogado que a esta subscreve, conforme procuração
anexa a este instrumento, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência,
requerer:

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código
de Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS

Conforme consta no auto de prisão em flagrante em anexo, no dia 26 de


agosto de 2018 o requerente foi preso na companhia das senhoras Salé e Jóia, em
razão da suposta prática do crimes tipificados nos arts. 124 e 126 do Código Penal,
na forma tentada. Na lavratura do auto, foram ouvindo, inicialmente, os presos e
posteriormente os policiais, sendo informado aos presos de seus direitos de:
permanecer calado, de ser assistido por advogado e de contatar-se com seus
familiares, ficando todos presos à disposição do juiz.

Ocorre que Jóia, namorada de Mévio, estava grávida deste. Insatisfeito com
a gestação, o requerente suscita a possibilidade de um aborto provocado, Jóia
mesmo não querendo o aborto, concorda em realizá-lo. Salé, amiga de Mévio,
mulher experiente com o trato ginecológico, se dispõe a auxiliar no procedimento
abortivo. No entanto, comovida com as circunstâncias do caso, objetivando
obstaculizar a efetivação do aborto, Salé na preparação para procedimento abortivo
substitui a medicação abortiva por aspirinas.

II - DO DIREITO

Na situação fática fica evidente que o auto de prisão em flagrante esta


eivado de vícios formais e materiais, o que inexoravelmente conduz a nulidade da
prisão em flagrante.

II.a - DOS VICIOS FORMAIS

A forma dos atos exercidos pelos agentes do Estado são preceitos legais
preestabelecidos, que devem ser observados sob pena de ofensa ao principio da
legalidade. No caso em questão mostra-se evidente pelo menos dois vícios de
forma na lavratura do auto de prisão em flagrante. O primeiro destaca-se pela
inobservância do art. 304 de Código de Processo Penal, quando a autoridade
competente inverte a sequência das oitivas fazendo a oitiva dos presos antes do
condutor e testemunhas. A segunda, podemos perceber pela ausência, no referido
auto, quanto a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência, preceito estabelecido no §4º do referido dispositivo.
Em respeito a princípios constitucionais, estes vícios, por si só, mostram-se
suficientes para a anulação do auto de prisão em flagrante e consequentemente a
concessão do relaxamento de prisão, mas existem outros que precisam ser
suscitados.

II.b - DOS VÍCIOS MATERIAIS

Como trazido no auto de prisão em flagrante, o suposto crime cometido pelo


requerente não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade, para tanto o
mesmo foi autuado na modalidade de tentativa. O art. 17 do nosso Código Penal
preconiza o crime impossível, quando aduz que “não se pune a tentativa quando,
por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime.”

Nesse sentido, levando em consideração que o meio pelo qual se efetivaria


a prática abortiva seria através do uso de comprimidos abortivos, e, os comprimidos
de aspirina que seriam utilizados pela senhora Salé, absolutamente, impróprio para
a prática do aborto, podemos concluir que a situação que trata o auto de prisão em
flagrante configurara-se como crime impossível, tornando a prisão manifestamente
ilegal. Assim, indubitavelmente não resta alternativa além da obediência ao
mandamento do art 5º, LXV da nossa Carta Magna que prevê que “a prisão ilegal
será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.

III - DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, com fulcro no art. 5º, LXV da Constituição Federal,
art. 310, I do Código de Processo Penal, e a evidente incidência do “crime
impossível” consagrado no art. 17 do Código Penal. Postula-se o relaxamento da
prisão em flagrante imposta ao requerente, diante da flagrante ilegalidade de sua
prisão, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, determinando-se a
expedição do competente alvará de soltura em seu favor, como medida da mais
lídima justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Pilão Arcado, 28 de agosto de 2018.

ADVOGADO
OAB XXXXXX
Rol de Testemunhas:

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