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10 TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO

Pedro Marcelino

Introdução

Atualmente são muitas as críticas a agressividade, ao egoísmo e a


ansiedade presentes na humanidade em geral. Porém, apesar da ideia
quase universal de que para mudar o mundo é preciso mudar primeiro a
si mesmo, pouco ou quase nada é feito para a superação interna desses
elementos de desequilíbrio.

Aí surge a questão: Como faço para mudar a mim mesmo e superar a


minha agressividade, egoísmo e ansiedade?

A hipótese que norteia esse texto e o curso meditação e


multidimensionalidade é que pelo treinamento da meditação você pode
superar estados mentais como a agressividade, egoísmo e ansiedade,
além de outros que o impedem de ser uma pessoa mais equilibrada.

Note que utilizei a palavra treinamento, justamente para frisar que isso
pode acontecer, mas terá o seu preço. Tal como qualquer pessoa pode
conseguir um corpo saudável se praticar esportes, uma pessoa pode
dominar sua mente se praticar técnicas meditativas.

Simples? Nem tanto.... Para conseguirmos entender a relevância do


treinamento no pensamento oriental, devemos lembrar as diferenças
entre a cultura em que nascem as grandes escolas de meditação e a
nossa.

Na nossa cultura ainda somos muito orientados pelo dom (gift,


literalmente presente em inglês), ou seja, aquilo que a pessoa ganhou ou
já nasceu sabendo.
O pensamento por detrás das grandes tradições meditativas era
totalmente orientado pelo esforço. Sidarta Gautama (propositor do
budismo) treinou intensamente durante 6 anos, mais de 12 horas por dia,
para alcançar o estado de desperticidade (nibanna ou nirvana).
Bodhidarma (patriarca zen) ficou sentado dentro de uma caverna
meditando continuamente durante 5 anos. Um retiro inicial de meditação
budista tântrica (tibetana) durava em média 3 anos.

Com esses dados, você percebe que preguiça, indisciplina e


pensamentos milagrosos andam no caminho oposto da meditação.

Também é importante frisar que a ciência ocidental ao se aproximar da


meditação e do pensamento oriental vem conseguindo verificar os
benefícios psíquicos e fisiológicos da prática da meditação, entre eles:
redução da ansiedade, redução da pressão arterial, relaxamento
profundo, aumento de imunidade, melhora na regulação da glicose em
diabéticos, maior resistência a dor crônica, aumento da empatia,
compaixão, inteligência emocional, serenidade, atenção e concentração
etc. (GOLEMAN, 2002, p.175-185)

Sobre as ideias presentes nesse texto

Conheci o pensamento oriental e a meditação em 2001, “por acaso”,


enquanto folheava uma revista no trabalho e, após isso comecei a
comprar livros, fazer cursos e retiros de meditação.

Apesar de experimentar muitas técnicas das de diferentes tradições


orientais1, a minha prática maior foi das meditações do Zen, bem como
seus princípios filosóficos, que são uma amálgama do Budismo Indiano e
do Taoísmo filosófico.

No ano de 2005, fui apresentado a Conscienciologia pelo atual


coordenador da Reconscientia, Romeu Reginato, e desde lá venho

1 Técnicas do yoga, budismo tibetano, tantra, sufismo, taoísmo. Coloco dessa maneira menos específica, pois
o número de técnicas pode passar de cem.
estudando muitas técnicas com diversos professores, em especial com
Waldo Vieira, nas tertúlias diárias e com Regina Camillo, nos cursos de
Parasemiótica e Paraciência e em orientações individuais de pesquisa.

Essas duas fortes influências teórico-práticas orientaram muitas das


experiências que tive quando apliquei as técnicas que serão
apresentadas aqui e estudei as obras – citadas nas referências – sobre
pensamento oriental.

A metodologia que empreguei foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida


pelas experiências nos cursos “casuísticas de pesquisologia2:
pensamento oriental” e “casuísticas de pesquisologia: meditação e
multidimensionalidade” ambos ministrados por mim desde 2012, além
dos laboratórios, cursos e vivências pessoais.

Para facilitar o entendimento, o texto está organizado em duas partes: na


primeira são apresentados conceitos básicos para adquirimos um olhar
mais coerente com o pensamento oriental e na segunda parte as
técnicas são discriminas, junto de indicações e conceitos com o seu
respectivo passo-a-passo.

PARTE 01 – CONCEITOS

Nos próximos parágrafos alguns conceitos básicos sobre meditação e


pensamento oriental serão apresentados para que possamos nos
aproximar mais dessa epistemologia que em alguns aspectos se
diferencia muito do nosso modo de funcionar no ocidente.

Tal como fez Jung (1988, p. 27 e 28) gostaria de alertar que ao invés de
imitarmos externamente e mecanicamente os orientais, ou a imagem
que conhecemos dele, devemos olhar com mais cuidado a meditação e
seu conceitos até chegarmos no ponto além da cultura, do idioma, das
crenças, das diferenças, onde existe uma comunicação de ser humano

2 Cursos que trazem as casuísticas de autopesquisa dos voluntários da Reconscientia e que veem ocorrendo
desde 2012.
para ser humano, um ponto que chamo de essencial ou das
semelhanças.

Meditação

A meditação é um tipo de técnica, um conjunto de procedimentos


racionais que objetivam o alcance do estado meditativo, através do
treinamento de diversos atributos como o relaxamento ativo, a atenção
plena no aqui-agora e a identificação com a consciência, ser ou self.

Estado Meditativo

O estado meditativo é um estado onde a consciência encontra-se


identificada com o seu ego extrafísico, self, si mesmo, com o mentalsoma
parcialmente descoincidido ou projetado, num estado de
imperturbabilidade, serenidade, equilíbrio holossomático e expansão de
consciência.

Não confundir estado meditativo com reflexão, pois esse processo


cognitivo é muito distinto do estado meditativo. Historicamente, essa
confusão começou com a tradução, feita pelos missionários europeus,
que traduziram as palavras orientais que denominavam meditação
(dhyana, samadhi, zen) como o termo meditação oriundo do latim,
meditare (literalmente pensar sobre).

3 Habilidades Essenciais

O estado meditativo é a meta, o desenvolvimento das habilidades é o


processo. Focar na meta pode ser frustrante, visto que ela é um pouco
complexa. Assim, mais simples e pragmático é focar nas habilidades que
precisam ser desenvolvidas para tornar o acesso ao estado meditativo
fácil. Abaixo, as 3 habilidades essenciais.
1. Relaxamento Ativo
Esse relaxamento é um pouco paradoxal, pois não necessita da
inatividade ou do repouso, ele é uma espécie de relaxamento ativo ou
ação sem esforço. Nele você pode fazer qualquer ação, porém o
relaxamento persiste por dentro.

No Taoísmo, esse paradoxo de uma ação sem esforço, foi chamada de


wu-wei (無為), literalmente ação sem ação. Geralmente quando a pessoa
faz algo “com o pé nas costas” esse relaxamento aparece.

2. Atenção Plena

A atenção plena não é concentração, nem atenção ordinária, pois ela


necessita da plenitude do ser, ou seja, o que a profª. Regina Camilo
chama da presença consciencial e que vem sendo chamada de
mindfulness.

Você pode estar fazendo qualquer coisa e mesmo assim estar presente,
não importa se é algo trivial ou algo espetacular. Estar presente diz
respeito ao seu estado mental e não a uma ação em específico.

A presença, atenção plena, pode ser multidimensional ou unidimensional,


tudo dependerá da pessoa que está vivenciando. Lembrando que a
realidade é multidimensional, porém algumas pessoas não são, ou seja, a
realidade que ela acha que existe é aquela que ela consegue enxergar.

3. Autoidentificação

Autoidentificação, a vivência do si, ser o observador, sentir-se como


centro de consciência ou simplesmente ser, tem como pré-requisito a
desidentificação com aquilo que estamos identificado, mas que não
somos nós.
Por exemplo, as pessoas se identificam com a profissão e dizem “eu sou
médico”, com o corpo “esse sou eu”, com objetos (carro, veículos em
geral) “você bateu em mim”, com um nome “eu sou o fulano!”.

Isso acontece o tempo todo. Mas por que? Principalmente pela nosso
desconhecimento de quem realmente somos, isto é, a falta do verdadeiro
autoconhecimento. Se não sei quem sou, tudo o que os outros (a cultura)
dizem que sou, eu acredito.

Infelizmente, todas as elucubrações intelectuais, definições, rótulos dessa


vivência do verdadeiro si mesmo só atrapalham, pois impedem a
transcendência do pensamento, do intelecto ordinário. Se queres ser
hábil em identificar-se com o si, faça, tente, não fique teorizando sobre.

Sobre a concentração

A concentração ou foco é vista aqui como uma etapa do desenvolvimento


da atenção plena, como meio e não como fim.

Concentração é a manutenção do foco num objeto específico.

Atenção é a manutenção do foco sem objeto específico, é simplesmente


permanecer aberto.

Atenção plena é estar profundamente presente no aqui agora, além da


concentração e da atenção. Assim, a concentração e a atenção são
importantes e estão muito ligadas com a atenção plena, porém não são a
mesma coisa. Se existe a habilidade para manter a atenção plena existe
também a habilidade da concentração e da atenção, porém o oposto não
é verdadeiro.
Complementariedade

As técnicas de meditação não são conflitantes com trabalhos


energéticos, tenepes, leitura, pesquisa, exercícios físicos, relacionamento
sexual, relacionamentos interpessoais e, geralmente melhoram a
qualidade desses itens.

Se você entrar no estado meditativo, você poderá fazer tudo com mais
calma, atenção plena, cuidado, foco e serenidade.

3 hábitos podem lhe ajudar muito no seu progresso como praticante de


meditação:

Técnica do Escriba: Pois lhe auxiliará no registro dos seus


experimentos, conscientização e análises posteriores. Sugiro a leitura do
artigo Revisão Gráfica Parapsíquica da pesquisadora Regina Camillo
presente nas referências.

Exercícios Físicos: Visto que quanto mais saudável estiver o seu corpo,
mais você conseguirá transcendê-lo. Exercícios que desenvolvem a
consciência corporal são altamente recomendados, entre eles, o yoga, o
tai chi chuan, a ginástica natural, os exercícios calistênicos e o pilates.

Exercícios Energéticos: Em especial a mobilização de energias básica


ou M.B.E., pois lhe pode ser uma ponte para a vivência da
multidimensionalidade ou, como os orientais falam, ver as coisas como
elas são de fato.

PARTE 02: TÉCNICAS E INDICAÇÕES


Treinamento

Lembrando que o objetivo inicial do treinamento é o primeiro contato


com o estado meditativo, mesmo que rápido. Com essa vivência
esboçante, ter a aptidão para alcançar o estado meditativo torna-se mais
fácil.

Em seguida, quando já se tem aptidão para entrar no estado meditativo o


treino volta-se para o condicionamento, isto é, para o aumento do tempo
de permanência nesse estado.

Assim, se você está começando a praticar agora, não se preocupe com


questões muito avançadas, tente aprender a vivenciar, identificar e
valorizar o estado meditativo, nem que seja por milésimos de segundos.
Melhor vivenciá-lo num período curto de tempo do que não vivenciá-lo
nunca.

Local

Escolha um local tranquilo, calmo, onde ninguém vai lhe perturbar


durante o período em que estiver aplicando as técnicas. Não atenda
ligações, se desconecte da internet e de redes sociais, permaneça
completamente em silêncio.

Duração

Comece com um tempo pequeno, 5 ou 10 minutos, e depois conforme for


aumentando a facilidade e a adaptação da rotina, aumente até chegar
em 40 minutos.
No entanto, o mais importante não é o tempo diário, mas sim a disciplina
de fazer todos os dias. É a prática contínua que transformará sua
cognição e hábitos pensênicos.

Postura do corpo

Posturas ideais: deitado, sentado, postura de lótus, postura de meia-


lótus.

A postura deitada é boa para aqueles que não pegam facilmente no


sono, pois deixa todo o corpo relaxado.

A postura sentada é boa se você conseguir ficar com as costas retas e


imóvel o tempo todo.

A postura de lótus e meia-lótus são altamente indicadas, pois você


consegue sentar nos ossos ísquios, o que naturalmente deixa a coluna
ereta, tira a pressão do diafragma e auxilia na manutenção da atenção.
Postura de lótus Postura de meia lótus

O ponto mais importante nas posições do corpo é o bem-estar. Se


algumas posturas lhe trazem dor e desconforto, como você irá conseguir
fazer exercícios mentais?

01. Mudra do sorriso interior

Mudra é uma palavra sânscrita (antigo idioma da índia) e literalmente


significa gesto, selo, chave.

Conceitos
A lógica do mudra possui semelhanças com a lógica do pensene, ou seja,
se algum gesto é feito pelo corpo, mudam as emoções e os
pensamentos, pois todos estão interligados de maneira indissociável.
Outro conceito importante, presente em várias escolas do pensamento
oriental, é a noção de responsabilidade. Se estamos com raiva, felizes,
cansados, doentes, isso é responsabilidade nossa, pois em algum
momento nos desequilibramos e permitimos que esse padrão de energia
permanecesse no nosso organismo.

Com o mudra do sorriso interior, nos responsabilizamos pelo nosso


estado e escolhemos manter um padrão de serenidade e bem-estar.

Por mais que os fenômenos abalem o nosso organismo (holossoma)


ficarmos equilibrados ou desequilibrados depende de nós mesmos ou da
nossa capacidade de desidentificação3. Se meu corpo está doente, uso o
mudra do sorriso interior e percebo a doença em meu corpo físico. Posso
até afirmar mentalmente “meu corpo está doente”, mas não me
identifico com a doença e sorrio.

Meu corpo físico está doente, mas eu não sou doente, e por isso
mantenho minha serenidade interior.

Passo-a-Passo

Acalme seus pensamentos e emoções, relaxe seu corpo e aprofunde sua


respiração.

Tome consciência do seu holossoma (corpo, energias, emoções e


pensamentos) através do uso da atenção.

Em seguida, esboce, calmamente, um leve sorriso no rosto. Perceba


como todo o seu organismo se afeta com isso.
3 Na técnica 06 existe uma explicação do conceito desidentificação. Já para aqueles que querem aprofundar
no assunto sugiro o livro “Ato da Vontade” de Roberto Assagioli presente nas referências.
Juntamente com esse gesto, afirme mentalmente a seguinte frase: eu
sinto a felicidade, a serenidade brotar do fundo do meu ser. Enquanto
afirme sinta essa felicidade.

Repita o processo do leve sorriso com a afirmação mental e a sensação


de felicidade.

Se algo lhe tirar a atenção, gentilmente retorne sua atenção para o


mudra do sorriso interior.

Nas primeiras tentativas, manter o sorriso durante todo o tempo da


técnica pode ser um pouco difícil, mas com o hábito se torna mais fácil e
pode ser usado voluntariamente no decorrer do dia a dia, de maneira
discreta sem que os outros percebam que você está aplicando essa
técnica.
02. Relaxamento pela atenção

A criação dessa técnica é atribuída a Sidarta Gautama, o buda histórico


(HA NH, 2001, p.85) e vem sendo praticada com a observação das 32
partes do corpo.

Durante a técnica, o método para a indução do relaxamento é o da


tomada de consciência, isto é, prestar a atenção, manter o foco numa
região específica do corpo sem tentar contraí-la ou relaxá-la. Deixe que o
relaxamento e a tranquilidade aconteçam espontaneamente, procurando
não forçar nada.

Conceitos

Note como cada parte do corpo reage a atenção. Isso o que é conhecido
atualmente como o poder da atenção plena. Tal como as pessoas gostam
de receber atenção, de serem ouvidas, o nosso organismo também
gosta. Olhe profundamente para cada parte do seu corpo e tente ouvir o
motivo pelo qual ela está tensa, cansada, doente ou dolorida.

Passo-a-Passo

Sinta a respiração. Tome consciência do ato de respirar.

Comece levando atenção para o topo da cabeça.

Em seguida desça e preste atenção na sua face, em toda face.

Após, repita o mesmo na parte de trás da cabeça.

Desça para o pescoço e o sinta completamente, tanto na parte da frente


como na parte de trás.

Se algo lhe distrair, um pensamento, uma emoção ou um sentimento,


gentilmente retorne sua atenção na parte do corpo que você estava com
a atenção focalizada.

Repita o mesmo com o tronco, com as costas, com os ombros, com o


braço esquerdo,

com a mão esquerda, com o braço direito, com a mão direita, com a
parte da frente e de trás do quadril, em ambas as pernas e em ambos os
pés.

O tempo que você que você fica em cada parte do corpo é escolha sua.
Você pode fazer uma contagem lenta até 30 ou deixar um despertador
com um tempo pré-determinado para fazer toda técnica. Um tempo
recomendado é o de 30 minutos.
03. Notação Mental

Essa técnica aparece em diversas escolas que praticam o treino da


atenção plena, como budismo, o yoga, o zen e o taoísmo.

Conceitos

Uma ideia importante que pode aumentar a compreensão dessa técnica


4
é a de que tudo é fenômeno4 e todos os fenômenos são impermanentes.

Assim, sofremos não por causa dos fenômenos, mas pela maneira como
reagimos a eles. Se por algum motivo ele (o fenômeno) satisfaz nossos
desejos sensoriais, nos apegamos, caso contrário, sentimos aversão ou
indiferença, porém nenhuma dessas reações nos leva ao equilíbrio.

A predileção fenomênica não é relevante nessa técnica, pois pode levar a


um pensamento dualista-hierárquico, “esse fenômeno é melhor que
aquele outro”, e uma ruminação mental classificatória constante que
atrapalham na postura de sobrepairamento, de observador.

Observar, notar, testemunhar, registrar, ter consciência sem escolha, são


as posturas necessárias para a execução dessa técnica.

Se estou caminhando, faço uma notação mental “caminhando” (com o


mínimo de palavras para não estimular o pensamento discursivo) e se
ouço um barulho de uma buzina de carro faço outra notação mental,
“ouvindo buzina de carro”.

4 Essa definição do fenômeno lembra a definição de Peirce (SANTAELLA, 2007, p.32),


pois tanto os fatos que ocorrem no mundo “exterior”, quanto no mundo “interior” são
fenômenos, devido ao foco na percepção e não na natureza da realidade.
Me mantenho assim, com uma consciência sem escolha, aberto para os
fenômenos sem julgá-los, sem me agarrar ou atacar nenhum. Todos
fenômenos são impermanentes, por isso os percebo, os vivencio, e
permaneço de mãos abertas para que eles possam ir embora.

A luta violenta contra os pensamentos, emoções e energias


desagradáveis só faz com que os mesmos se fixem mais, aceite-os, pois
o tudo que surge, desaparece.

Passo-a-Passo

Acalme seus pensenes, relaxe seu corpo e assuma uma postura


confortável e serena.

Tome consciência do ato seu ato de respirar.

Permanece aberto.

Observe cada sensação, pensamento, emoção que surge dentro ou fora


de seu organismo.

Em seguida, nomeie cada percepção com uma simples palavra, por


exemplo, pensamento, energia, acoplamento, chacra bloqueado,
exteriorização, emoção, presença de consciex. Não precisa ser todas as
percepções, mas sim aquelas que lhe chamarem a atenção.

Não lute contra os pensenes, apenas os observe e os nomeie


quando eles se

manifestarem.
Pratique sempre que puder essa técnica. No início será mais fácil em
silêncio e num lugar calmo, porém com a prática é possível realizá-la em
qualquer lugar.

04. Respiração Consciente

Essa é provavelmente a mais antiga das técnicas de respiração aplicadas


na meditação. Os iogues indianos, os primeiros iogues budistas, taoístas
e, mais recentemente, os estudiosos ocidentais da meditação, todos
veem utilizando-a como auxiliar no alcance do estado meditativo.

Conceitos

A minha hipótese para isso é o simples fato de a respiração aprofundar e


acalmar espontaneamente durante o estado meditativo. Sendo assim,
fazer o percurso inverso, relaxar a respiração, é um misto da lógica do
mudra (indissocialidade do corpo-energia-emoções-pensamento) com a
prática da atenção plena.

O objetivo principal dessa técnica não é o domínio, nem o controle da


respiração, mas sim treinamento da atenção plena para a melhoria da
introvisão, isto é, a capacidade de ver as coisas como elas são e não
como gostaríamos que elas fossem.

A respiração é apenas o objeto de concentração que permite a


transcendência da mente, do pensamento discursivo.

Assim, os passos iniciais dessa técnica são o relaxamento, a serenidade e


a atenção plena na respiração, e os mais avançados incluem a
compreensão profunda da realidade de uma maneira não discursiva e a
vivência de fenômenos parapsíquicos5.

Passo-a-Passo

Acalme seus pensamentos, sentimentos, energias; relaxe seu corpo e


assuma uma postura confortável e serena.

Tome consciência do seu ato de respirar.

Conduza, gentilmente, sua respiração para uma respiração abdominal,


diafragmática, que entra pelo nariz e desce até a barriga. Na inspiração o
abdômen fica cheio de ar e na expiração ele esvazia.

Faça esse processo totalmente consciente. Caso outros fenômenos lhe


tirem a atenção, volte novamente à atenção para respiração, sem
conflitos, nem perturbações emocionais, apenas a conduza de volta a
respiração.

Lembre-se de ficar aberto para todos fenômenos, desde os ordinários


(sons, sensações) até os transcendentais (insights, intuições), enquanto
mantém o relaxamento e a consciência da sua respiração.

Respiração Rítmica

A respiração rítmica ficou conhecida no mundo todo como a técnica de


respiração dos iogues da índia, porém existiram e existem outras escolas
de meditação como o taoísmo, o budismo tibetano e o budismo esotérico

5 Como consequência natural do aprofundamento em si mesmo. Fenômenos que


ocorrem espontaneamente: estado vibracional, assistência extrafísica, projeção de
consciência contínua, retrocognições, clarividência, clarividência viajora, projeção de
mentalsoma, clariaudiência e cosmoconsciência.
japonês que usam o controle da respiração para o estímulo de
determinados centros de energia e manutenção da concentração e
atenção.

Em poucas palavras, respiração rítmica, chamada no yoga de


pranayama, é o controle do fluxo respiratório alterando conscientemente
velocidade, ritmo e profundidade, com o bloqueio de alguma das narinas,
retenção de ar e posturas corporais específicas para atingir um estado
alterado de consciência.

Conceitos

Para os yoges (hindus, budistas, taoístas), respirar é absorver a energia


imanente (prana, chi, ki) que alimenta a vida no universo fenomênico.

Desse modo, dominar a respiração é uma maneira de dominar, manipular


e conduzir essa energia, algo extremamente valorizado nos diversos
métodos de yoga, visto que pode produzir estados alterados de
consciência e facilitar a concentração e atenção plena, além de ser um
método para o controle das energias.

Os estudos dessa técnica nas escolas de meditação são tão amplos que
existem milhares de técnicas de respiração rítmica para curar
enfermidades no organismo, produzir fenômenos parapsíquicos
(projeção, por exemplo) aumentar ou diminuir a temperatura corporal,
induzir ou suprimir o sono, suprimir o cansaço, diminuir ou aumentar os
batimentos cardíacos etc.

No livro Projeciologia, Vieira (2002, p.436) explica como essa técnica


pode ser aplicada para produzir a projeção consciente e como a
respiração rítmica funciona durante a técnica da meditação.
Passo-a-Passo

Acalme seus pensamentos, relaxe seu corpo e assuma uma postura


confortável e serena.

Tome consciência do seu ato de respirar, sentindo o ar entrando pelas


narinas e descendo até o seu diafragma num ciclo ininterrupto.

Em seguida, inspire profundamente e contando mentalmente até 5, após


expire enquanto conta até 5. Repita esse processo 3 vezes.

Após, aumente a duração da inspiração contando lentamente até 10 e da


expiração fazendo o mesmo. Repita esse processo 3 vezes.

Volte a respiração normal e observe as repercussões no seu holossoma.

Nunca chegue ao limite nessa técnica, pare sempre que sentir um


desconforto maior. O objetivo aqui não é lutar contra a respiração, mas
sim conduzi-la para um novo ritmo.

06. Desidentificação – Autoidentificação

Esse exercício foi inspirado na técnica criada por Roberto Assagioli (2006,
p.169) com o intuito de levar o indivíduo a uma experiência do self6.
Conceitos

6 Para compreender com mais profundidade o conceito de self de Roberto Assagioli


estude o ovo do ser teoria essa que está presente nos livros Psicossíntese e o Ato da
Vontade, ambos presentes nas referências desse trabalho.
A busca pela identificação com um self dinâmico ao invés de um self
estático é um dos conceitos centrais do budismo, anatta ou anatman,
literalmente, não eu.

O conceito de desidentificação junto com a atenção plena e o


relaxamento é um dos conceitos mais importantes para o alcance e
manutenção do estado meditativo, pois parte do pressuposto que existe
uma consciência, um self, que não é o corpo, mas que o usa
temporariamente.

Outro ponto importante é o mecanismo da identificação, expressado na


seguinte máxima: somos dominamos por tudo aquilo com que o nosso
ego se identifica. Podemos dominar, dirigir e utilizar tudo aquilo de que
nos desidentificamos (ASSAGIOLI, 2006, p.169).

Por exemplo, achamos muito mais fácil resolver os problemas dos outros
do que os nossos. Se pensamos na profissão do outro, pensamos, por
exemplo, “ele é um advogado”, mas se pensamos na nossa profissão,
pensamos, “eu sou um advogado”.

Se ajudamos o outro não sentimos medo de perdermos nossa identidade.


É ele que é alguma coisa. No entanto, no nosso caso sentimos medo, pois
estamos plenamente identificados com um papel social – pai, mãe, filho,
aluno, professor, terapeuta, médico, meditador, conscienciólogo, epicon,
desperto etc.

A identificação leva ao ponto de não se saber (num nível holístico) qual é


o limite entre o eu e o objeto com o qual estou identificado.

Passo-a-Passo

Respire mais profundamente algumas vezes.


Relaxe seu corpo.

Tome ciência de você mesmo: observe seu corpo, suas energias, suas
emoções e seus pensamentos.
Em seguida, afirme tranquilamente a seguinte reflexão: “eu tenho um
corpo, mas eu não sou um corpo”.

Repita isso o quanto for necessário e ao mesmo tempo tente sentir esse
conceito.

Em seguida, faça a mesma afirmação para as emoções: eu tenho


emoções, mas eu não sou as minhas emoções.

Agora a desidentificação da mente, dos pensamentos: eu tenho uma


mente, mas eu não sou a minha mente.

E por último, a autoidentificação: Eu sou um centro de pura


autoconsciência.

Não faça a afirmação de maneira mecânica, reflita sobre a ideia de não


ser os seus corpos. Sinta profundamente essa desidentificação. O mesmo
deve ser lembrado na etapa da auto-identificação, faça de maneira
integral, sentindo, vivenciando a ideia com o seu ser.

As frases de afirmação podem ser adaptadas para a realidade da


consciência que a aplica. Por exemplo, você pode dizer “eu sou uma
consciência extrafísica” ou “eu sou atman” ou mesmo “eu sou o self”. O
mais importante não é a frase, mas sim a experiência.

07. Quem sou?


Essa técnica foi muito ensinada pelo sábio indiano Ramana Maharishi
(OSBORNE, 1970, p.21). Apesar da simplicidade aparente, ela é muito
complexa.

Em alguns aspectos, essa técnica se assemelha a técnica 06, porém a


maior diferença entre as duas é que ela não possui a etapa de
desidentificação e, além disso, não utiliza nenhuma afirmação mental
para a autoidentificação com o self, ou si mesmo, como denominou
Ramana Maharishi.

Conceitos

Entender esse Eu, esse si mesmo que a técnica visa ajudar o praticante a
experimentar, é uma das questões mais difíceis de ser explorada pelo
intelecto, uma vez que esse centro de autoconsciência é dinâmico e se
transforma o tempo todo.

A experiência desse conceito acontece no nível fenomenológico que


Peirce (SANTAELLA, 2007, p.43) chamou de primeridade. Numa
experiência cognitiva onde não há reação, nem sensação, nem
pensamento, nem tão pouco distinção entre sujeito-objeto, apenas o ser.
Segundo Vieira “... é impossível descrever-se algo que não tenha padrão
de referência anterior estocado no banco de memória, ou concepções
estranhas ao entendimento da conscin” (2008, p.200).

Assim sendo, parece mais pragmático buscar o silêncio e a experiência,


tal qual indicava Ramana Mararishi.
Passo-a-Passo

Respire mais profundamente algumas vezes.

Relaxe seu corpo.


Tome ciência de você mesmo: observe seu corpo, suas energias, suas
emoções e seus pensamentos.

De maneira calma e serena, pergunte a si mesmo: Quem sou eu?

Não busque nenhuma resposta verbal, permaneça silencioso por dentro e


por fora. Apenas repita, alguma outras vezes, essa mesma pergunta:
Quem sou eu?

Após repetir essa frase tente sentir a resposta brotando do interior do


seu ser.

Mantenha-se aberto, receptivo e sem expectativa durante toda essa


técnica, entretanto tente ir cada vez mais fundo atrás dessa resposta.

Aceitação e compaixão

Esta técnica foi criada por sugestão transmental de uma consciência


extrafísica. Ela combina elementos da atenção plena, relaxamento e
compaixão.

Conceitos

A Aceitação, no pensamento oriental, está ligada a compreender muito


profundamente um fenômeno sem julgar, rotular ou tentar controlá-lo,
simplesmente admitindo que as coisas são o que são.

Muitas vezes é difícil admitir nossa ignorância da realidade, tal qual o fez
Sócrates – só sei que nada sei7. Se olharmos com profundidade para os

7 Originalmente do latim: "ipse se nihil scire id unum sciat".


fenômenos, veremos que de nada adianta lutar contra eles, não aceitá-
los, por pelo menos quatro razões:X

Existência: Eles existem, quer você queira ou não.

Causa: Não sabemos, com certeza, quem, nem o quê, os gerou.

Significado: Não conhecemos seu propósito e significado mais profundo.

Impermanência: Independente de gostarmos ou não do fenômeno, ele


irá acabar.

E mesmo que tivéssemos a resposta sobre essas quatro perguntas, ainda


assim poderíamos não ter o controle sobre esse fenômeno. Por isso, se
quisermos a serenidade e a compaixão, o primeiro passo é o aprendizado
da aceitação.

Imagine que o motorista do ônibus que você pega todos os dias não lhe
cumprimenta e lança um olhar de desprezo (fenômeno). Para você seria
possível aceitar isso? Abaixo algumas questões relacionadas, citadas
anteriormente, que podem lhe ajudar a aceitar e a compreender,
multidimensionalmente, esse fenômeno.

Existência: Independente da sua aprovação, o fulano está de mal com a


vida.

Causa: Você sabe o porquê dessa consciência estar com tamanho mau
humor? Será que aconteceu algo com ele?

Significado: Você sabe o que a vivência desse fenômeno pode trazer de


aprendizado evolutivo para ele e para você?
Impermanência: Por que levar isso tão a sério se daqui a pouco tempo
já acabou?

Já a compaixão, outro pilar dessa técnica, aqui não é vista como


misericórdia, nem pena, mas sim como um sentimento de união, um
resultado espontâneo, que brota dos praticantes que alcançaram
estágios mais avançados na meditação, tal qual era vista no pensamento
oriental.

Desse modo, o mais importante é alcançar o estágio onde a compaixão


brota do ser, ao invés de fingir mecanicamente que já existe compaixão.

Por exemplo, uma pessoa pode muito bem dar comida aos pobres
simplesmente para parecer uma pessoa caridosa e manter sua imagem
perante a comunidade onde ela vive. Sentiria essa pessoa compaixão ou
estaria agindo para alimentar apenas sua imagem, seu ego?

Muito se fala de ajudar, mas pouco se diz sobre a razão disso. Quando
viajo de avião gosto muito da frase que o comandante fala “em caso de
despressurização, coloque a máscara primeiro em si e depois no outro”.

Primeiro trabalhe em si mesmo, no egocarma, para depois pensar em


ajudar os outros, grupocarma e policarma.
Ajudamos os outros quando estamos bem com nós mesmos e queremos
compartilhar isso, pois lembramos que um dia estávamos sofrendo.

Infelizmente o conceito de karma (sânscrito) ou kamma (páli),


literalmente ação, foi muito deturpado com o passar do tempo. Em
muitas culturas, especialmente nas fortemente influenciadas pelo tronco
judaico-cristão, ele é interpretado como castigo ou punição. Essa visão
tira o foco na ação, no indivíduo e o desloca para uma moral determinada
por um ser superior. Se algo é certo não gera carma. Se algo é errado
gera carma. Certo para quem? Quando? Onde? E uma ação motivada por
intenções egoístas e mesquinhas continuaria certa?
Carma, segundo Goleman “... é um termo técnico para o princípio de que
todo ato é motivado por estados mentais subjacentes” (2002, p.136).
Isso aponta na direção da intenção. Uma vez que tudo que fazemos
possui estados mentais subjacentes, intenções, motivações profundas.
Devemos olhar para isso.

Tudo gera carma. Se a ação é equilibrada o carma é equilibrado e o


oposto é verdadeiro. Porém o que determina a qualidade da ação é a
intenção e não uma moral externa.

Assim, a aceitação é uma conquista daquele que consegue ver as coisas


com mais clareza, com discernimento, sem julgamento, sem
condenações.

A compaixão é o sentimento daquele que vê que as coisas são o que são


e que todos os seres buscam a felicidade e evitam a dor, o sofrimento,
por mais que os meios gerem o contrário.

Aceitação e compaixão estão intrinsicamente ligadas ao perdão. Se


aceito e me compadeço é porque sou capaz de perdoar.

E carma, o fluxo incessante de intenções que permeiam o universo e


tingem as ações com sentimentos e pensamentos específicos.

Não dê o passo maior que a perna. Aceite, perdoe e ajude a si mesmo


(egocarma) e, a partir disso, aceite, perdoe e ajude os demais
(grupocarma e policarma).

Passo-a-Passo

Respire mais profundamente e relaxe seu corpo.


Lembre de 1 fato, conflituoso, ainda não superado, que ocorreu com
alguém, com uma pessoa específica.
Em seguida, afirme para si mesmo que aceita esse fato, por exemplo: eu
aceito o fato de eu ficar irritado, com muita raiva, quando o fulano não
me cumprimenta.

Após isso, reflita sobre as possíveis causas desse conflito. Mantenha sua
mente o mais aberta possível para todas as possibilidades. Tente se
colocar no lugar da outra pessoa.

Após afirme, eu aceito que o fulano não me cumprimentou por motivos


que desconheço, por mais que eu ache que conheço.

Em seguida, exteriorize energias de compaixão para si mesmo. Eu me


perdoo e envio as melhores energias para mim mesmo, para que eu
possa sentir cada vez mais compaixão por todos os seres do universo.

E por último, envie as melhores energias para que aconteça o melhor


para todos os seres do universo.

Caminhada Consciente

A autoria dessa técnica é atribuída a Sidarta Gautama (623 – 543 a.e.c.),


o Buda histórico. A mesma ficou conhecida no ocidente, por ser praticada
por diversas escolas e também por ser indicada para aquelas pessoas
que possuem dificuldades em permanecerem sentadas com o corpo
imóvel ou como descanso para o corpo durante as práticas de meditação
sentado.

Como a caminhada é algo quase involuntário e de fácil execução, é


simples perder a atenção nela, por isso é preciso um esforço redobrado a
cada movimento do corpo.
Conceitos

Quando estiveres praticando, tente perceber a ligação e


interdependência entre o corpo e a mente. A maneira como piso no chão,
o peso do meu caminhar, a tensão, ansiedade ou agitação dos meus
movimentos podem me mostrar o meu estado de ser.

Essa indissociabilidade corpo – mente é uma das bases da medicina


tradicional chinesa e de outras medicinas tracionais do oriente como a
Tibetana e a Indiana. A mente é entendida de uma maneira mais ampla e
engloba as emoções e sentimentos também.

Na conscienciologia existe um conceito que trata dessa interrelação, o


holossoma, literalmente o conjunto de todos os somas, ou corpos.
Além disso, sabemos que o nosso tempo é limitado e precioso, por isso,
aprender a manter o estado meditativo em tudo o que fazemos é algo
muito relevante que, certamente, nos ajudará a aproveitar muito melhor
cada momento de dessa nossa existência. A caminhada com a atenção
plena pode ser a ponte para vivermos todos os fenômenos da vida sem
precisarmos sair do estado meditativo.

Passo-a-Passo

De pé, respire mais profundamente e relaxe seu corpo.

Conscientize-se do seu corpo, tamanho, peso, ponto de equilíbrio,


sensações etc.

Agora, inicie calmamente o movimento da caminhada. Tente fazer isso da


maneira mais devagar possível.
Perceba como o peso fica num das pernas enquanto a outra sai do chão e
depois repousa graciosamente no piso. Sinta também os pés e todo seu
movimento, bem como o movimento dos braços, ombros, cabeça e
quadril.

Em paralelo, você pode tomar consciência da sua respiração.

Por fim, pare novamente de pé, respire profundamente e tente levar esse
estado de serenidade para o seu dia a dia.

Atenção plena na reflexão

Essa técnica pode promover a tranquilização e insights, mas é


importante lembrar que a mesma pode impedir a vivencia mais profunda
do estado meditativo.

Conceitos

Em tese, qualquer objeto pode ser um objeto de concentração nas


técnicas de meditação inclusive uma ideia. No entanto, as ideias
ordinárias necessitam serem transcendidas para vivenciarmos o estado
meditativo. Sinteticamente, esse paradoxo poderia ser entendido assim:
aprofunde nas ideias até o ponto que não exista mais nenhuma.

Esse ponto de não ideia, seria o ponto da experimentação. Por exemplo,


você pode refletir sobre aceitação, sua causa, sinônimos, os antônimos,
as competências necessárias, os comportamentos antitéticos a ela,
exemplos, técnicas. Isso tudo seria num nível ideativo ordinário.
O nível ideativo transcendental dessa reflexão, seria vivenciar a
aceitação. Assim, você parte do conceito para viver o conceito, ou seja,
realmente aceitar.
No budismo, no taoísmo e no yoga, existe um tipo de pensamento, que
pode ser chamado de não-pensamento que está em harmonia com o
universo que seria a própria expressão da verdade. Que não é pensado
pela mente ordinária (kama manas), mas sim pela mental transcendental
(manas).

Esse classificação dual de duas qualidades do pensamento existe na


conscienciologia com o pensamento produzido pelo cérebro físico e o
pensamento produzido pelo paracérebro.

Assim, o objeto dessa técnica é ir do pensamento produzido pelo cérebro


para o pensamento produzido pelo paracérebro, manas ou mente búdica,
que está em harmonia com o universo.

Passo-a-Passo

Respire mais profundamente e relaxe seu corpo.

Escolha um conceito, uma ideia que você gostaria de adquirir, de


vivenciar, um valor que poderia ser parte espontânea da sua
manifestação.

Busque uma posição bem confortável e feche seus olhos.

Concentre-se nesse conceito. Deixe as ideias surgirem na sua mente.


Esteja aberto para compreender todas as variáveis desse conceito.

Caso sua mente divague, traga ela de novo para o objeto de


concentração e prossiga na reflexão.

Tente manter essa concentração pelo maior tempo que conseguir.


Em seguida, silenciosamente, registre essas ideias numa folha em
branco.

Repita esse processo quantas vezes achar necessário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Escolha uma técnica para experimentar de cada vez, porém antes faça
uma degustação de cada uma delas, breve, porém profunda, para poder
ter uma noção daquela que mais faz sentido nesse seu momento
evolutivo.
Lembrem-se também que a técnica é secundária, o mais importante é o
objetivo, a meta. Não deixe seu pensamento ficar obcecado pelas
técnicas, pelas teorias, pelos conceitos, se é oriental ou ocidental, chinês
ou indiano. Não olhe para os “dedos”, veja a lua.

Um homem aponta para o céu. O tolo olha o dedo. O sábio vê a lua.


Provérbio Chinês de autor desconhecido.
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