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OF 8/16index: AÇÃO CAUTELAR (12061)-0601325-25.2018.6.00.

0000-[Registro de Candidatura, Cargo - Deputado Distrital]-DISTRITO

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

AÇÃO CAUTELAR (12061) Nº 0601325-25.2018.6.00.0000 (PJe) - BRASÍLIA - DISTRITO


FEDERAL

Relator: Ministro Og Fernandes


Requerente: Renne Leite Carmo de Souza
Advogados: Yully Carneiro de Aguiar – DF48521 e outros
Requerido: Ministério Público Eleitoral

DECISÃO

ELEIÇÕES 2018. TUTELA DE URGÊNCIA.


PEDIDO DE SUSPENSÃO DOS EFEITOS DO
ACÓRDÃO DO TRE/DF QUE INDEFERIU O
REGISTRO DE CANDIDATURA AO CARGO
DE DEPUTADO DISTRITAL E PROIBIU A
PRÁTICA DE ATOS DE CAMPANHA, BEM
COMO A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
PÚBLICOS. CONCESSÃO DA LIMINAR PARA
ASSEGURAR, NOS TERMOS DOS ARTS. 55
DA RES.-TSE Nº 23.548/2017 E 16-A DA LEI
Nº 9.504/1997, A PRÁTICA DOS ATOS DE
CAMPANHA.

Trata-se de ação cautelar, com pedido de tutela provisória, ajuizada por Renne Leite Carmo
de Souza, candidato ao cargo de deputado distrital nas eleições de 2018 pelo Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), que tem por objetivo suspender os efeitos do acórdão proferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Distrito Federal nos autos do Registro de Candidatura nº 0601176-34.2018.6.07.0000/DF, na parte que,
segundo afirma, determinou a suspensão dos atos de campanha, aplicou multa de R$ 50.000,00, determinou
a exclusão de seu nome da urna eletrônica e facultou à coligação substituir a sua candidatura.

Segundo informa, ao julgar procedente a impugnação ao seu registro de candidatura, a Corte


Regional, além de indeferi-lo, determinou que o requerente se abstivesse de realizar atos de campanha,

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inclusive propaganda de rádio e televisão, bem como de utilizar os recursos do Fundo Partidário e do Fundo
Especial de Financiamento.

O requerente, inicialmente, assevera que, conforme o disposto nos arts. 257, § 2º, do Código
Eleitoral e 57, I, da Res.-TSE nº 23.548/2017, o recurso interposto contra o acórdão do Tribunal Regional –
que, conforme consta de suas razões, versou sobre inelegibilidade nos autos de registro de candidatura –
tem natureza ordinária, motivo pelo qual a presente cautelar não seria necessária, na medida em que, em
casos como o presente, o efeito suspensivo do recurso decorre diretamente de comando legal.

No ponto, aduz que o acórdão proferido pela Corte Regional negou vigência aos supracitados
dispositivos que tratam do efeito suspensivo ope legis e violou, também, o art. 16-A da Lei nº 9.504/1997, na
medida em que determinou o imediato afastamento e a suspensão de sua campanha eleitoral.

Ao prosseguir, a fim de demonstrar a presença do fumus boni iuris, esclarece que (fls. 6-11,
ID 368522):

10. [...] as razões que fundamentaram a decisão do TRE-DF, que serão objeto do mérito
do Recurso Ordinário não devem e não podem se confundir com o direito do autor a lhe
garantir a pratica de todos os atos de campanha e de ter o seu nome mantido na urna
eletrônica, de acordo com o art. 16-A da Lei 9.504/97.

11. Ora, no caso em tela, como aqui demonstrado o recurso que versa sobre inelegibilidade
em eleições gerais tem natureza ordinária, a teor do que dispõe o inciso III do § 4º do art. 121
da Constituição Federal, o inciso II do art. 267 do Código Eleitoral e o inciso II do art. 57 da
Res.-TSE 23.548/2017.

12. Portanto, neste caso concreto, o ora candidato não poderá aguardar a interposição
do recurso ordinário e seu processamento, com o oferecimento das contrarrazões, a
remessa dos autos ao TSE; manifestação da Procuradoria Geral Eleitoral e a análise e a
decisão do relator [...].

[...]

16. É indene de dúvidas a necessidade de manejar medida procedimental excepcional


dada a situação mais que especial ora vergastada, na qual o jurisdicionado não dispõe
de nenhuma outra medida para suspender os eivados efeitos da decisão que foi
desfavorável e lhe causa gravíssimos prejuízos a cada dia passa, o Colendo Tribunal
Superior Eleitoral excepciona a incidência das Súmulas 634 e 635 do STF, ao admitir medidas
cautelares quando ainda não tenha havido o juízo de admissibilidade do recurso especial –
(indicação por analogia). [...].

[...]

21. [...] tendo em vista que, a partir da edição da nova regra prevista pelo § 2º do art. 257 do
CE, o efeito suspensivo dos recursos ordinários não é mais excepcional e decorre, nas
hipóteses contempladas, do próprio comando legal.

Sustenta que a sua tese tem respaldo na jurisprudência deste Tribunal Superior oriunda do
julgamento do AgR-AI 281-77/MT.

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No que tange à demonstração do periculum in mora, afirma o que se segue (fl. 14, ID
368522):

32. [...] é exuberante e dispensa maiores divagações eis que o prejuízo irreparável que o
candidato estará sujeito, caso mantida a vedação da prática de atos de campanha, a menos
de um mês das eleições de 2018, violando sobremaneira a igualdade de chances entre os
candidatos.

33. Assim, ou o autor obtém, agora, a proteção que só a concessão da tutela de urgência ora
requerida lhe assegura, ou estará impedido de realizar atos de campanha, indispensáveis à
corrida eleitoral justa, com igualdade entre os candidatos, capaz de garantir-lhe o exercício do
cargo de Deputado, caso eleito pelo povo.

Por outro lado, assevera que não há risco da irreversibilidade da medida, uma vez que “a
concessão da tutela de urgência não irá afetar o resultado quando da apreciação do recurso ordinário, bem
como, a reversão do resultado na hipótese de diplomado” (fl. 16, ID 368522).

Pede, ao final, a procedência da tutela provisória para suspender a determinação contida no


acórdão proferido nos autos do
RCand nº 0601176-34.2018.6.07.0000, em especial a de que fosse suspensa imediatamente sua campanha
eleitoral, de modo a permitir a prática dos atos de campanha, consoante permite o art. 16-A da Lei nº
9.504/1997.

Requer, ainda, o seguinte (fl. 16, ID 368522):

a) a expedição de ofício ao “TRE-DF com a decisão ora pleiteada para se abster de efetuar
qualquer medida punitiva ao autor no quanto a continuidade da campanha”;

b) a intimação do Ministério Público Eleitoral para, caso queira, apresentar contestação.

O feito veio instruído com cópia do processo de registro de candidatura, acórdão nele
prolatado e recurso ordinário (IDs 368525 e 370687).

É o relatório.

A petição inicial está subscrita por advogado habilitado nos autos (IDs 368524 e 368523).

No caso em exame, o TRE/DF, ao tempo em que indeferiu o pedido de registro de


candidatura de Renne Leite Carmo de Souza ao cargo de deputado distrital nas eleições de 2018 pelo PTB,
determinou que o candidato e seu partido se abstivessem, a partir da data do julgamento, de realizar
qualquer ato de campanha eleitoral daquele, bem como que a disponibilização de recurso público fosse
cessada, nos termos do disposto no art. 15 da Lei Complementar nº 64/1990, sob pena de multa diária de R$
50.000,00 até o limite de R$ 1.000.000,00.

No tocante ao perigo da demora, constato sua presença, na medida em que o prejuízo será
irreparável, caso o requerente seja proibido de praticar os atos inerentes à sua campanha eleitoral, em
especial a propaganda no rádio e na TV, dada a proximidade com o pleito de 2018.

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Com efeito, a proibição de prosseguimento dos atos inerentes à campanha implica,
evidentemente, sérios prejuízos ao requerente, que se encontra, consoante elementos que instruem os
autos, com registro sub judice, ainda que indeferido.

Por sua vez, quanto à plausibilidade do direito invocado, destaco que “o candidato cujo
registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o
horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver
sob essa condição”, mas isso se dá por conta e risco. Confira-se:

Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter
seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade
dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior.

No ponto, insta frisar que esta Corte Superior, ao tratar do tema nos autos do AgR-AI
281-77/MT, rel. Min. Luís Roberto Barroso, publicado no DJe de 14.6.2018, reafirmou o entendimento de que
o TSE é a instância final para executar decisão de indeferimento de registro de candidatura.

O requerente interpôs recurso para este Tribunal Superior contra o acórdão do Tribunal a quo
, que lhe foi desfavorável, isto é, que, além de indeferir o registro, determinou que ele [candidato] e seu
partido se abstivessem, a partir da data do julgamento, de realizar qualquer ato de campanha eleitoral.

Logo, caso não haja juízo de mérito desta Corte, o art. 16-A tem plena aplicação.

Ante o exposto, defiro a liminar a fim de assegurar ao requerente o direito de prosseguir com
seus atos de campanha, inclusive os alusivos à propaganda eleitoral, até o julgamento, pelo TSE, do recurso
interposto no RCand nº 0601176-34.2018.6.07.0000/DF, nos termos dos arts. 55 da Res.-TSE nº
23.548/2017 e 16-A da Lei nº 9.504/1997.

Comunique-se, com urgência, ao TRE/DF.

Cite-se o MPE para, caso queira, apresentar defesa no prazo de 5 dias.

Publique-se em Secretaria. Intimem-se.

Brasília, 20 de setembro de 2018.

Ministro Og Fernandes
Relator

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