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O SISTEMA INTEGRADO

DE DADOS ORÇAMENTÁRIOS

DO GOVERNO FEDERAL

ALDERY SILVEIRA JÚNIOR'

GILBERTO TRISTÃO"

Professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília e Diretor Administrativo-Financeiro


da FEPAD - Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração.

Diretor da Faculdade de Estudos Sociais Aplicados e Professor do Departamento de Administração da


Universidade de Brasília.
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O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMENTÁRIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

1.0- INTRODUÇÃO

O Sistema Integrado de Dados Orça- compõem; implantação do SIDOR, onde se


mentários - SIDOR, compreende um con- procura caracterizar as fases transpostas;
junto de procedimentos harmônicos e in- série histórica, objetivando determinar o
formatizados que tem por finalidade cole- papel do SIDOR na elaboração de séries
tar, tratar e recuperar informações de cun- históricas destinadas a fornecerem subsídi-
ho orçamentário. os para a elaboração da proposta orçamen-
tária; integração do SIDOR, com caracteri-
Este Sistema, concebido em 1987 e zação e análise crítica da integração pro-
implantado em 1988, nasceu da necessida- posta pelo Sistema; dificuldades para im-
de imperiosa da eliminação do preenchi- plantação do SIDOR, onde serão listados e
mento e trâmite de uma série de formulá- comentados os principais problemas en-
rios, além da agilização do processo de frentados por ocasião da implantação do
elaboração da proposta orçamentária da Sistema; entre outros de relevada impor-
União. tância.

No presente trabalho serão aborda- Cabe ainda ressaltar que este traba-
dos os seguintes tópicos: histórico do lho é fruto de uma pesquisa de campo rea-
SIDOR, onde será dado ênfase à Comissão lizada junto à SOF - Secretaria de Orça-
criada para o desenvolvimento deste Siste- mento Federal, ao DERIN - Departamento
ma e aos objetivos idealizados para o mes- de Informática do Instituto Brasileiro de
mo; estrutura do SIDOR, com a descrição Geografia e Estatística (IBGE)(1) e a usuá-
dos diversos módulos que o rios do SIDOR.

2.0 - HISTÓRICO

Visando aperfeiçoar o Sistema de IBGE), na condição de prestador de servi-


Orçamento da União, em novembro de ços; e por experientes analistas de sistemas
1987, foi criada a Comissão de Desenvol- do Ministério da Aeronáutica e do Ministé-
vimento do Sistema de Dados Orçamentári- rio da Ciência e Tecnologia. Participavam
os, a COMSIDOR. Esta Comissão tinha a também da Comissão, esporadicamente,
seguinte composição: o Subsecretário de elementos da Subsecretária de Informática
Informática da então SOF (Secretaria de da ex-Secretaria de Planejamento c Coor-
Orçamento e Finanças), o Adjunto do Sub- denação da Presidência da República.
secretário de Informática da SOF e o Co-
ordenador de Desenvolvimento e Manuten-
ção de Sistemas da SOF, como represen- De acordo com Campbell Filho(2),
tantes dos usuários; o Chefe do DER1N ao conceber a idéia de criação do SIDOR,
(Departamento Regional de Informática do a SOF estabeleceu os seguintes objetivos
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gerais a serem alcançados por este Siste- ção de custos e racionalidade de rotinas e,
ma: a conseqüente maior disponibilidade de
tempo para o planejamento das atividades;
a) prestar informações consistentes
e ágeis que possibilitassem parâmetros ade- i) formação, a curto, médio e longo
quados às decisões superiores; prazos, de conhecimento próprio, com a-
proveitamento da cultura da' instituição e a
b) consolidar as ações do Setor Pú- introdução da concepção sistêmica; e
blico Federal, vinculadas aos recursos de
todas as Fontes da Administração Pública j) formação de uma memória pró-
Federal (direta e indireta) com dotação ou pria de modo a evitar a vulnerabilidade e
não do Tesouro Nacional; a dependência externa existentes.

c) funcionamento integrado, inicial- Para atingir os objetivos propostos,


mente no ambiente interno, buscando efici- entendèu-se que o novo sistema deveria
ência, para que se promovesse a aglutina- contemplar os seguintes pontos básicos:
ção de esforços nas diversas áreas opera-
cionais e decisórias; a) arquivo de dados com maior nú-
mero de elementos da realidade integrados
d) contemplar o tratamento e a recu- em um Banco de Dados;
peração dos dados quanto à execução, ao
acompanhamento e à avaliação, a partir da b) linguagem que permitisse ao u-
base1 de dados inicial do período; suário não-especializado em processamento
de dados a consulta e a atualização do Ban-
è) disponibilidade de dados suficien- co de Dados, definidos os limites de aces-
tes para compor uma boa série histórica, so;
que propiciasse projeções temporais, estu-
dos estatísticos e de simulação, nos aspec- c) conjunto de programas que forne-
tos físicos e financeiros, com os enfoques cessem as solicitações efetuadas, após o
de receita, despesa e programação, nos se- tratamento que se fizesse necessário;
us diversos níveis;
d) utilização das informações da ma-
f) integração, via terminais dé ví- neira mais conveniente para o instante da
deo, com as áreas operacionais e, posteri- consulta;
ormente, através do teleprocessamento,
com o ambiente externo envolvido no pro- e) concentração das informações e
cesso; disponibilidade em tempo útil;

g) sistema modular que propiciasse f) eliminação de relatórios de pouca


incorporação de novas diretrizes internas e utilização;
externas;
g) atendimento a vários usuários,
"acessando" diferentes aplicações, em tem-
h) confiabilidade, velocidade, redu- po compartilhado, dando total flexibilidade
O SISTEMA INTEGRADO DE iS ORÇAMENTÁRIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

aos serviços; e Inicialmente, o cronograma estabele-


cido previa a instalação de "hardware" e
h) sintetização de grandes conjuntos "software" pendentes e atendimento ao pú-
de dados, de tal forma que fossem apresen- blico interno com sistema "on-line". Num
tados indicadores gerenciais prontos para momento posterior estava previsto o desen-
divulgação. volvimento dos programas, o que deveria
acontecer ao longo do ano de 1989, e a
Os trabalhos da referida Comissão conseqüente implantação dos mesmos em
duraram seis meses. Ao final desse perí- 1990, com vistas à elaboração do orçamen-
odo, a COMSIDOR estabeleceu a macro- to de 1991. Convém ressaltar que os pra-
definição de um sistema capaz de atender zos estabelecidos para cada etapa era o
às expectativas da SOF e de atingir os ob- tempo necessários para que fosse tornado
jetivos por ela delineados. efetivo, sem atropelos, todo o projeto idea-
lizado.
Paralelamente às atividades da
COMSIDOR, foi iniciada a aquisição de
"hardware" e "software" necessários à No entanto, surgiu um fato novo: a
operacionalização do sistema em desenvol- Constituição de 1988, que alterou, signifi-
vimento. Foram adquiridos os "softwares": cativamente, todo o cronograma anterior-
"DB2, CSP, AS, QMF, DB2 MANAGER, mente definido. A Constituição Federal,
RESOLVE, GDDM, RACF, MVS/XA e promulgada em 05 de outubro de 1988,
CICS MANAGER; e com relação a "hard- promoveu profundas mudanças na sistemá-
wares"; impressoras-laser, fitas-cartucho, tica orçamentária tradicional, principal-
terminais de vídeo e gráficos, impressoras mente no que concerne às novas prerroga-
remotas, "no-break", BK, controladores de tivas do Congresso Nacional referentes a e-
terminais, entre outros", conforme relato mendas e vetos; a incorporação das Entida-
feito por SOUZA(3). des Supervisionadas e Fundos e todos os
seus recursos à Lei Orçamentária; além
das novas classificações de Natureza de
A partir da definição produzida pela Despesa e Funcional Programática. Fatos
COMSIDOR, iniciou-se, a nível interno, o estes que, entre outras razões, causou a
desenvolvimento do projeto lógico e físico compressão do tempo inicialmente previsto
do novo sistema. Formou-se uma equipe para o desenvolvimento e implantação do
constituída pelo Subsecretário de Informá- Sistema. De modo que em 1989, em três
tica da SOF, seu adjunto, o Coordenador meses, foi feita a implantação do módulo
de Desenvolvimento e Manutenção de Sis- "ELABORAR PROPOSTA ORÇAMEN-
temas da SOF e auxiliares e por analistas TARIA". Mudando-se, assim, completa-
de sistemas da Divisão de Aplicações e da mente, a concepção do processamento de
Divisão de Suporte à Informática do dados orçamentários, haja vista que foram
DERIN. Esta equipe estudou os sistemas abolidos 95% dos formulários anteriormen-
existentes, confeccionou todo o projeto ló- te utilizados e introduzidos novos relatórios
gico do SIDOR e estabeleceu o cronogra- cie saída.
ma de desenvolvimento e implantação do
Sistema. Com isso, o cronograma inicial foi
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revisto e nasceu em 1989, e não em 1990, dade, à externalização, ao universo de usu-


como previsto, o sistema de elaboração da ários, dos procedimentos de elaboração da
proposta orçamentária totalmente informa- proposta orçamentária via terminais "on-li-
tizado, denominado SIDOR II. ne" definidos no âmbito interno da SOF
com a implantação do SIDOR, em 1988,
englobadas as alterações de cunho orça-
O SIDOR II corresponde, na reali- mentário anteriormente explicitadas.

3.0 - ESTRUTURA DO SIDOR

Para atender aos objetivos propos- 3.1 SUBSISTEMA HABILITAÇÃO -


tos, o SIDOR foi dividido em módulos, SHAB
denominados de subsistemas. Os subsiste-
mas que o compõem são: Habilitação, Ta- É o módulo gerenciador do SIDOR.
belas de Apoio, Elaborar Proposta, Pluri- Ele é utilizado pela SOF para cadastrar os
anual, Publicação da Lei, Acompanhar usuários do Sistema. Este cadastramento é
Execução Orçamentária, Projeção, Acom- efetuado por "perfil", que corresponde ao
panhar Dispêndio com Pessoal, Acompan- nível de acesso que cada usuário possui pa-
har Operações de Crédito, Acompanhar ra acessar as transações do SIDOR.
Despesas com outros Custeio e Capital e
Perfil das Empresas Estatais. 3.2 SUBSISTEMA TABELAS DE A-
POIO - STA

Com exceção dos subsistemas Habi- É um módulo composto por diversas


litação e Tabelas de Apoio, todos os dema- tabelas, tais como: Classificação Institucio-
is estão interligados ao Ciclo Orçamentá- nal, Funcional-Programática, de Receita,
rio. Cada um dos subsistemas "trabalha" da Despesa, das Fontes, Codificação de
com uma das quatro fases do Ciclo. A fi- Projetos, de Atividades, entre várias ou-
gura 1, constante da página seguinte, eluci- tras, num total de cinqüenta e seis tabelas,
da a interligação dos diversos subsistemas destinadas a orientar e apoiar o usuário do
com as fases do Ciclo orçamentário. SIDOR.
O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORCAMENTARIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

3.3 - SUBSISTEMA ELABORAR Empresas Estatais.


PROPOSTA - SEP
O SIDOR, apesar de possuir su-
Este módulo é utilizado pelos u- porte para atender a qualquer Unidade
suários do Sistema para a elaboração, da Federação, no momento, atende aos
diretamente nos terminais do SIDOR, orçamentos da União: Fiscal, Segurida-
das propostas orçamentárias, quer unitá- de e Investimento das Empresas Estata-
ria, setorial ou global, dos orçamentos is, ao orçamento de Ciência e Tecnolo-
Fiscal, Seguridade e Investimento das gia e aos orçamentos dos serviços na-
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cionais: SENAI, SENAC, SESI e um conjunto de procedimentos respon-


SESC. sável pela' estimativa da receita, da
despesa e dos dispêndios com pessoal.
3.4 - SUBSISTEMA PLANO PLU- Para tanto, o subsistema Projeção man-
RIANUAL - SPPA tém o acompanhamento da execução or-
çamentária, a partir de dados impor-
Assim como os orçamentos anua- tados do SIAFI. Este módulo destina-se
is, o Plano Plurianual é elaborado atra- também a elaboração de cálculos, im-
vés do SIDOR e, para tanto, o SIDOR pressão de relatórios, ajustes, adequa-
possui um módulo específico. ções e simulações orçamentárias. Com
relação a simulações, ele está progra-
3.5 - SUBSISTEMA PUBLICAÇÃO mado para fazer até noventa e nove
DA LEI - SPL simulações diferentes, a partir de deter-
minadas situações levantadas.
A SOF tem a seu encargo a pre-
paração de todos os orçamentos atendi-
dos pelo SIDOR e, para tal, se utiliza
de um módulo específico para essa fina- 3 8- SUBSISTEMA ACOMPA-
lidade, que é o denominado de Publi- NHAR DISPÊNDIOS COM
cação da Lei. PESSOAL - SADP

3.6 - SUBSISTEMA ACOMPA- Gerencia todos os gastos com


NHAR EXECUÇÃO ORÇA- pessoal, descendo ao menor nível de
MENTÁRIA - SAEO detalhamento de despesa. A alimenta-
ção dos dados atinentes à execução são
Este módulo, através do acompa- importados do SIDOR e do SIAFI.
nhamento da execução orçamentária,
processa o registro de todos os pleitos Este módulo constitui-se em uma
formais e estruturados relativos a recur- excelente ferramenta para fins de pro-
sos extra-orçamentários, excedentes, ex- jeção com gasto de pessoal.
cludentes e similares e a conseqüente
transformação em fatos orçamentários,
tais como: Créditos Adicionais e alte-
rações de Quadros de Detalhamento da 3 9- SUBSISTEMA ACOMPA-
Despesa. NHAR OPERAÇÕES DE CRÉ-
DITO - SAOC

3.7 - SUBSISTEMA PROJEÇÃO - Este módulo destina-se a geren-


SPRO ciar as operações de crédito e, apesar
de estar com o projeto lógico pronto,
O módulo Projeção compreende ainda não foi implantado.
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3.10- SUBSISTEMA ACOMPA- qüentemente, não foi implantado.


NHAR DESPESAS COM
OUTROS CUSTEIOS E
CAPITAL - SAOCC 3.11 SUBSISTEMA PERFIL DAS
ESTATAIS
Objetiva, especificamente, ao
gerenciamento das despesas de custeio Módulo responsável pela apresen-
e capital. O projeto lógico deste módulo tação das empresas estatais quanto a
ainda não foi desenvolvido e, conse dispêndios, aplicações e gestão.

4,0 - IMPLANTAÇÃO DO SIDOR

O DERIN - Departamento Regio- nais do SIDOR lá existentes. Este fato


nal do IBGE, criado em Brasília para caracterizou o primeiro momento do
atender à então Secretaria de Planeja- SIDOR.
mento da Presidência da República -
SEPLAN, em 1988, ano de implantação Houve um impacto muito grande
do SIDOR, não tinha condições, a nível no processo orçamentário em virtude da
de suporte tecnológico, para propiciar mudança da Constituição e da reforma
um sistema do tipo do SIDOR. Em vis- administrativa. Como o DERIN não
ta disso, paralelamente ao levantamento conseguiu converter toda a base de
realizado pela equipe do COMSIDOR, dados que tinha do antigo sistema de
O DERIN adquiriu toda a família rela- orçamento, à época "batch"(4), para o
cionai da IBM anteriormente citada, e, novo sistema "on-line", o que pode
a partir daí, foi feita a primeira versão fazer foi uma verdadeira inclusão de
do SIDOR, a qual substituiu todos os projetos/atividades e de revisão, o que
formulários "copas" que iam para os caracterizou uma carga muito grande
Órgãos Setoriais de Orçamento, por um dentro do Sistema. Em vista disso, o
sistema "on-line"; só que primeiramente SIDOR I foi um sistema que, inicial-
o SIDOR trabalhou dentro da casa, ou mente, era muito falho. Primeiro foi
seja, no próprio prédio da SOF, embora feito uma entrada de dados e a conse
extendido o seu uso para os Setoriais de quente geração de alguns relatórios de
Orçamento. Como o Sistema ainda não compatibilizações muito operacionais.
estava interligado, de forma "on-line", Com relação a relatórios gerenciais,
com os Setoriais, os técnicos dos Seto- quase não existia. No que diz respeito k
riais tiveram que ir à SOF e efetuar parte de publicação, nessa época, era
seus lançamentos diretamente nos termi- feita uma desconversão de dados do
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respectivo banco para os arquivos tradi- os grupos de informações vão cami-


cionais para poder imprimir a Lei, que nhando dentro do Sistema. Esses "mo-
é um sistema razoavelmente complexo, mentos" são caracterizados pelo SIDOR
de paginação e de tratamento da infor- de momento zero a cinqüenta (vide
mação. Figura 2, constante da página seguinte).

O momento zero corresponde aos


No SIDOR II, aí sim, foi dada lançamentos das informações, no SI-
uma grande ênfase em um sistema DOR, pelas Unidades Orçamentárias. O
integrado de dados orçamentários, mas dez, aos lançamentos efetuados pelas
ainda falho para os dias de hoje. Nessa Setoriais Orçamentárias. O momento
fase, ele passou a contemplar todo o vinte é de competência da SOF, que é
processo, ou seja, todo o ciclo orça- o Órgão Central do Sistema; nesse mo-
mentário, com a captação de dados a mento são acertados os cortes, os limi-
nível de país, e de todos os Setoriais, tes e toda a negociação política do
através da utilização da rede SERPRO, orçamento. Após esses acertos, o orça-
inclusive, já em funcionamento todos os mento vai ao Congresso Nacional, ini-
relatórios operacionais e gerenciais e a ciando-se, dessa forma, o momento
parte referente a publicação da Lei trinta, o qual está destinado à Comissão
Orçamentária. Mista de Orçamento e Finanças se uti-
lizar do SIDOR para inclusão de emen-
das, ou seja para "trabalhar" o orça-
mento; só que eles não se utilizam des-
O SIDOR II abrange todas as sa ferramenta. O momento quarenta
fases da elaboração da proposta orça- compreende a sanção da Lei pelo Presi-
mentária, chamadas de tipo de detalha- dente da Republica e o cinqüenta, a
mento, que são os "momentos" em que publicação da Lei.
O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMENTÁRIOS ÜO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

O momento trinta foi concebido para mente. Para tal, e para surpresa da SOF e
o Congresso Nacional se utilizar do SI- do DÊRIN, o PRODASHN - Serviço de
DOR para incluir as emendas aprovadas Processamento de Dados tio Senado Fede-
diretamente no orçamento, uma vez que ral desenvolveu um sistema próprio,
nesse tipo de detalhamento o Congresso onde, após alimentado com a proposta
tem autoridade para promover qualquer orçamentária, importada do SIDOR através
emenda, só que, apesar do SIDOR possuir de fita, são incluídas as emendas. Üe
essa abertura, ela não é utilizada direta- forma que, em vez do Congresso se utili-
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Cadernos de Administração 1/94

zar do SIDOR para "trabalhar" o orçamen- causando um grande problema para a SOF,
to, ele se utiliza do sistema desenvolvido que tem a âeu encargo a embaraçosa in-
pelo PRODASEN. Não bastante isso, o cumbência de "explodir" as milhares de
PRODASEN desenvolveu também um sis- emendas efetuadas pelo Congresso Nacio-
tema de publicação do Projeto de Lei, que nal, que estão agregadas a nível de Progra-
deve entrar em vigor este ano (1993), ma de Trabalho, e adequá-las a nível de
correspondendo a uma outra superposição elemento de despesa, dentro dos subproje-
às funções do SIDOR. tos e subatividades. Inclusive, quando o
Sistema desenvolvido pelo PRODASEN
Posteriormente, todas as alterações importa a proposta orçamentária do SI-
e emendas promovidas pelo Congresso DOR, essa importação se dá somente até o
Nacional e os conseqüentes vetos presiden- nível de agregação de Programa de Traba-
ciais são incluídos no SIDOR, pela SOF, lho. De modo que esta fase, o momento
para consolidação e publicação da Lei trinta do processo de elaboração da propos-
Orçamentária definitiva. E é justamente aí, ta orçamentária, corresponde a fase crítica
nessa fase do processo, onde reside a do processo, e, conseqüentemente, a uma
grande falha do Sistema: o orçamento é imperfeição do Sistema, a qual necessita de
elaborado a partir do menor nível de deta- um aperfeiçoamento para que o Sistema
lhamento da despesa, que é o dos subproje- atinja um estágio de maturação satisfatório.
tos e das subatividades, e o Congresso Esta maturação só será atingida quando as
trabalha somente a nível de Programa de informações fluírem numa seqüência natu-
Trabalho, ou seja, a agregação das emen- ral dentro do Sistema, em todas as suas
das promovidas pelo Congresso Nacional fases, sem que haja qualquer solução de
não desce a nível de elemento de despesa, continuidade.

5.0 - SÉRIE HISTÓRICA

Conformeexplicitadoanteriormente, outro grande problema enfrentado pela


um dos objetivos idealizados pela SOF, SOF e DERIN, uma vez que, no menor ní-
quando da criação do SIDOR, era propi- vel de detalhe, é impossível se fazer série
ciar uma "disponibilidade de dados sufi- histórica, haja vista as diversas reformas
cientes para compor uma boa série históri- administrativas, as descontinuidades, fus-
ca, que propiciasse projeções temporais, ões e desmembramentos de projetos e ati-
estudos estatísticos e de simulação, nos vidades. De modo que fica praticamente
aspectos físicos e financeiros, com os impossível se trilhar um projeto/atividade,
enfoques de receita, despesa e programa- aglutinando tudo o que aconteceu durante
ção, nos seus diversos níveis", série histó- toda sua vida num menor nível de detalhe.
rica essa que teria como finalidade básica Essa hipótese é totalmente descartada pela
funcionar como subsídio para a elaboração SOF. Com relação a série histórica, o
da proposta orçamentária. A efetivação consenso existente é de que seja processada
dessa série histórica corresponde a um a nível de subprograma, e está sendo bus-
O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMENTARIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

cado isso, já existindo, inclusive, algo em como subsídio.


torno de uns cinco anos de informações re-
cuperadas nesse nível.
A composição da referida série
A composição dessa série histórica histórica é processada a partir de pesquisas
não se constitui em uma das funções do não estruturadas(5), via QMF(6), aos
SIDOR, ou seja, não corresponde a bases bancos de dados do SIDOR e do SIAFI,
acessadas por rotinas estruturadas do SI- referentes a programação e execução,
DOR. Este funciona apenas como aporte, respectivamente.

6.0 - INTEGRAÇÃO DO SIDOR

Um outro objetivo idealizado para o trai como o Setorial em uma posição incô-
SIDOR foi a integração da SOF, via termi- moda. Ou seja, da forma como o Congres-
nais de vídeo, através do teleprocessarnen- so trabalha, não atende ao Órgão Central e
to, c o m o ambiente externo envolvido no como este trabalha, não atende ao Setorial,
processo de elaboração da proposta orça- evidenciando-se, deste modo, verdadeiras
mentária. Apesar desta integração existir redundâncias de sistemas e de dados na
•literalmente, existem alguns problemas a esfera da Administração Pública Federal.
serem sanados com vista ao aperfeiçoa- Este fato compromete, significativamente,
mento do Sistema. Se concebermos que as a integração sistêmica idealizada para o
informações saem do órgão Setorial Orça- SIDOR, uma vez que não existe compatibi-
mentário, passam pela SOF e vão para o lidade de detalhamento nos diversos níveis
Congresso Nacional, notaremos que o abordados. Há uma visão sistêmica distor-
nível de detalhamento a que o SIDOR cida.
desce não é o nível que atende ao Setorial.
Este detalha a despesa a nível de plano A solução para este problema não é
interno e trabalha com elemento de despesa difícil de ser atingida. Para tanto, basta
com oito dígitos, detalhamento este que que seja instituído um sistema único de
não é alcançado pelo SIDOR. O que, na orçamento, e a SOF, como Órgão Central
realidade, caracteriza um problema sério do Sistema, passe a captar a informação no
de integração. O que acontece, na prática, menor detalhe possível, de modo a atender
é que os Setoriais possuem sistemas pró- ao Setorial. A agregação da informação é
prios de elaboração da proposta orçamentá- apenas problema de máquina. A SOF
ria, onde são agregados os dados e, poste- poderia, seguramente, captar a informação
riormente, são transferidos para um siste- em um nível mais agregado e consolidar
ma "on-line" que é o SIDOR, sem que para poder trabalhar. Da mesma forma que
haja uma transferência automática. O o Congresso poderia trabalhar as informaç-
volume de informações que vai do Setorial ões a nível SOF e agregá-las a nível de
para o Congresso Nacional se processa de subprograma para efeito de discussão de
uma forma que coloca tanto o Órgão Cen- plenário.
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Cadernos de Administração 1/94

A verdade atual é que os níveis de bem mais ambicioso do que atender sim-
agregação em que as instituições trabalham plesmente ao Ministério da Fazenda. Ele
são incompatíveis entre si. se propunha a atender a todos os órgãos e,
assim, preencher a lacuna deixada pelo
A dificuldade para a unificação dos SIDOR. E com este propósito a STN
procedimentos, técnica e operacionalmente, tentou impor a implantação desse Sistema.
é nenhuma. O que falta é conscientização A proposta do PROGORCAN era muito
e vontade política, mais nada. boa, a sua única falha foi a tentativa de ser
um sistema imposto e, como tal, já nasceu
fadado ao insucesso. BARRET discute os
Se fizermos um paralelo entre o impactos da informatização na cultura
SIDOR e o SIAFI, constataremos, clara- organizacional, concluindo: "as culturas
mente, que o primeiro é tecnicamente bem organizacionais não devem ser mantidas ou
mais simples, embora não fale a mesma mudadas pela força, daí nossa ênfase na
linguagem nos seus diferentes níveis. utilização do diálogo, negociação e apren-
Quanto ao SIAFI, apesar de ser um siste- dizagem como meios de promover adaptaç-
ma bem mais complexo na sua abrangência ão ao invés de tentar impor mudanças pelo
e procedimentos, a sua operacionalização comando e pelo controle"(7).
é bastante simplificada. A área financeira
está bem mais evoluída, o SIAFI fala uma
linguagem única com todo mundo, enquan-
to a área orçamentária não. Há vários A análise deste fato leva à constataç-
sistemas. Cada Setorial tem um sistema ão de uma situação crítica e triste na
próprio para consolidar sua proposta orça- esfera da Administração Pública Federal:
mentária e posterior inclusão no SIDOR, a questão da briga de poder dentro do
com as devidas adaptações requeridas por Governo, no que diz respeito à prestação
este Sistema. de serviços de informação e informática. O
que existem são verdadeiros feudos de
informação. Tanto a SOF como a STN têm
No que diz respeito aos diversos os seus domínios exclusivos. O SERPRO
sistemas para consolidação da proposta seria basicamente para atender ao Ministé-
orçamentária desenvolvidos pelos Setoriais rio da Fazenda, o DERIN para atender à
de Orçamento, cabe ressaltar o sistema SEPLAN. Mas o que acontece é que o
desenvolvido pela STN - Secretaria do SERPRO faz sistemas para atender o âmbi-
Tesouro Nacional para o âmbito do Minis- to orçamentário, que é o âmbito que a
tério da Fazenda. Este sistema foi desen- SEPLAN gostaria de atender, e isto carac-
volvido no SIAFI, ou seja, constitui-se em teriza uma disputa de mercado e, conse-
um módulo do SIAFI, denominado de qüentemente, de poder onde o maior preju-
PROGORCAN - Programação Orçamentá- dicado é a própria Administração Pública
ria. O PROGORCAN tinha um objetivo Federal.
O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMENTARIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

7.0 - DIFICULDADES PARA IMPLANTAÇÃO DO SIDOR

As dificuldades foram muitas, a técnica em virtude do Sistema não ser, na


começar pelo fato do DERÍN não ter rede, sua concepção, participativo. O SIDOR
a nível nacional, que pudesse atender ao não chegou a ser um sistema de gabinete,
SIDOR. Este problema foi sanado com a mas foi um sistema desenvolvido pelo
utilização da rede SERPRO, que atende ao Órgão Central e imposto. Não foi feito um
SIAFI. trabalho, a nível de Setorial, para analisar
impactos e expectativas. Para amenizar as
O próprio investimento requerido rejeições e difundir a utilização do Siste-
pelo Sistema, no que tange a aquisição de ma, por ocasião da implantação do SI-
equipamentos, foi outro grande problema DOR, a SOF chegou a promover alguns
enfrentado, haja vista a própria restrição seminários, realizados na ESAF - Escola
orçamentária. de Administração Fazendária, mas não
houve uma continuidade desses seminários,
que seriam, sem dúvidas, favoráveis,
principalmente no que concerne a avaliação
Um outro problema seríssimo foi e aperfeiçoamento do Sistema.
com relação aos técnicos em orçamento,
que eram pouco aculturados na área de
informática. FRISSEN, falando sobre a
introdução da informatização na Adminis- A instalação de uma central de
tração Pública, inclui entre os cinco ele- atendimentos constituiu-se em outra grande
mentos da mesma, a disseminação aos barreira a ser enfrentada pelos técnicos da
quadros técnicos da Administração Pública SOF e do DERIN, tendo em vista a varia-
de conhecimentos específicos no campo da bilidade de problemas levados à central,
tecnologia da informação(8). que iam desde "hardware" propriamente
dito a problemas operacionais.

Apesar do Sistema ser bastante auto- Em última análise, cabe ressaltar as


explicativo, as dificuldades foram enormes. dificultadas inerentes à tecnologia utilizada
O próprio treinamento do pessoal que iria na implantação do SIDOR. A própria con-
operar com o Sistema foi uma grande cepção lógica do Sistema foi complicada
dificuldade a ser transposta, uma vez que e trabalhosa dada a limitação do conhe-
os técnicos em orçamento a serem treina- cimento dos "softs" por parte dos técnicos
dos somavam algo em torno de um mil e envolvidos no processo. O programa foi
quinhentos técnicos e, a maioria deles, sem redesenhado varias vezes, com a utilização
a menor noção de um terminal de compu- de diferentes "softs" para se chegar ao
tador. sistema definitivo. Tal fato se deu em
virtude do "soít" básico, o "DB 2", ter
sido utilizado pela primeira vez em Brasília
Entretanto, a maior dificuldade foi pela equipe responsável pelo desenvolvi-
a resistência preliminar da comunidade mento do projeto lógico do SIDOR.
Cadernos de.Administração 1/94

8.0 - CONCLUSÃO

Em um futuro próximo, está previs- Desde a implantação, em 1988, o


ta a transformação de dois Subsistemas do SIDOR já passou por profundas modificaç-
SIDOR em sistemas próprios. O Subsiste- ões e ainda necessita de um aperfeiçoamen-
ma Plano Plurianual passará a constituir-se to significativo para chegar ao estágio
em um sistema independente, sob o geren- ideal. Visando este objetivo, ou seja,
ciamento do DNPA - Departamento Nacio- melhorar a "performance" do Sistema,
nal de Planejamento e Avaliação, do Mi- tanto a SOF, através da sua Coordenação
nistério do Planejamento e o Subsistema Geral de Consolidação e Informação quan-
Perfil das Estatais será transformado em to o DERIN têm trabalhado incansavel-
um sistema específico, supervisionado pela mente, embora deparem-se constantemente
SEST - Se-cretaria das Estatais, também com os descasos e as descontinuidades
do Ministério do Planejamento. administrativas, tão comuns na Adminis-
tração Pública Federal.

O SIDOR muito tem contribuído Por fim, espera-se que não só o


para a agilização do processo orçamentá- SIDOR, mas também o próprio processo
rio. Esta contribuição poderá se tornar de elaboração e execução do orçamento
ainda muito mais significativa, bastando receba a atenção merecida das autoridades
para tal que sejam adotadas as necessárias públicas e dos políticos, com vistas a
medidas corretivas destinadas a sanar as conduzir este país rumo à modernização e
deficiências apontadas neste trabalho. à moralidade.
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O SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMENTARIOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Atualmente o DERIN está sob a subordinação do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

(2) CAMPBELL FILHO, A. Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR. Revista ABOP, Brasília
(DF), v.133, n. 2, mai-set.1992, p. 23.

(3) SOUZA, João R. C. de. Sistema integrado de Dados Orçamentários: análise da metodologia de
desenvolvimento e implantação. In: Relatório finai de estágio do II Curso de Políticas Públicas e Gestão
Governamental. Brasília: mímeo, 1990, p.10.

(4) "Batch" - tipo de processamento feito por lotes e descontínua. Cada operação é efetuada individualmente,
enquanto as demais aguardam o término para serem processadas.

(5) Entenda-se por "pesquisa não estruturada" as consultas efetuadas no SIDOR pelos usuários, a qualquer
época, sem que haja uma rotina específica para tal anteriormente definida.

(6) QMF - "software" da IBM (linguagem de 4a. geração) que permite ao usuário "navegar" no Sistema e
efetuar pesquisas não estruturadas.

(7) BARRET, Susan M. Inforination tecnology and organizational culture: implementing change.
International Review of Administrative Sciences. Londres (Inglaterra), v. 58, n° 3, set.1992, p. 373.

(8) FRISSEN, Paul H. A. Informatization in puhlic administration: introduction. International Review of


Administrative Sciences. Londres (Inglaterra), v. 58, n u 3, set.1992, p.308.

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