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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Análise dos interceptos de coesão de um solo residual de diabásio


compactado em três diferentes condições de moldagem
Luana Lenzi Pecapedra
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, luana.lenzi@posgrad.ufsc.br

Orlando Martini de Oliveira


Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, oliveira.orlando@ufsc.br

Rafael Augusto dos Reis Higashi


Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, rafael.higashi@ufsc.br

RESUMO: O objetivo é analisar os interceptos de coesão do solo residual do diabásio compactado


em três diferentes condições de moldagem da curva de compactação, utilizando as respectivas curvas
de retenção determinadas com o método do papel filtro. Os interceptos coesivos foram obtidos através
de ensaios de compressão simples para corpos de prova com diferentes valores de sucção inicial,
assumindo ângulo de atrito efetivo invariante ao aumentar a sucção. Os parâmetros efetivos foram
determinados com ensaios de cisalhamento direto em condições inundadas. O método de Vilar (2006)
é aplicado, apresentando boa representação dos dados experimentais. Os corpos de prova moldados
nas condições ótimas apresentaram valores de resistência levemente maiores. Os valores de ’ e b
são iguais até o momento em que se inicia a entrada de ar na estrutura do solo. Para valores de sucção
maiores que o valor de entrada de ar, b diminui tendendo a zero.

PALAVRAS-CHAVE: Curva de Retenção, Intercepto de Coesão, Solo Compactado, Solo Residual.

1 INTRODUÇÃO comportamento. O primeiro intervalo, de 0 a 50


kPa, é linear com inclinação equivalente ao
A curva de retenção de água é a relação entre a ângulo de atrito efetivo (b = ’), indicando que
quantidade de água presente no solo e o a sucção é tão eficaz quanto a tensão efetiva de
correspondente valor de sucção matricial. Esta confinamento no aumento da resistência.
curva está relacionada a várias propriedades Segundo a curva de retenção, esse primeiro
geotécnicas do solo não saturado, bem como intervalo corresponde ao momento de início da
resistência ao cisalhamento e condutividade dessaturação do corpo de prova. Após esse
hidráulica. A sucção matricial funciona como intervalo, um comportamento não linear e com
um confinamento interno, aumentando a tensão taxa de crescimento inferior ao ângulo de atrito
normal entre as partículas e, consequentemente, efetivo (b < ’) é observado até sucções de
a sua resistência ao cisalhamento. 1.000 kPa. Posteriormente, a sucção não exerce
O comportamento da resistência do solo em mais influência na resistência (b = 0), momento
função da sucção é investigado por diversos no qual o aumento da sucção não produz redução
autores, como Oliveira (2004), Oliveira and do índice de vazios (i.e., variação do volume) do
Marinho (2015), Kühn and Gitirana (2015), corpo de prova.
Pecapedra (2016), and Massocco (2017). Vanapalli (1994) e Karube (1988) verificaram
Oliveira e Marinho (2015) identificaram, na a independência do ângulo de atrito efetivo do
relação entre a resistência ao cisalhamento em solo em relação a sucção para valores entre 0 e
função da sucção, obtida para um solo residual 500 kPa. Fredlund, Rahardjo e Gan (1987),
de gnaisse compactado, três intervalos de Vanapalli et al. (1996) e Fredlund, Rahardjo e

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Fredlund (2012), afirmam que a máxima sucção 2 MATERIAIS E MÉTODOS


do ajuste linear corresponde entrada de ar
generalizada. 2.1 Propriedades do solo
Fagundes e Rodrigues (2015) verificaram
comportamento hiperbólico da resistência em O solo estudado é residual de diabásio localizado
função da sucção para o comportamento da no município de Florianópolis/SC. O solo
resistência ao cisalhamento não saturado de um residual de diabásio é proveniente de um dique
solo tropical laterítico compactado na umidade de diabásio encaixado em um granito.
ótima e na condição indeformada, identificando Foi utilizada a fração do solo passante na
que a resistência do solo compactado foi superior peneira #10 (i.e., com maior diâmetro da
a obtida com a estrutura do campo. partícula igual a 2,00 mm) em função do
Alguns métodos para a previsão da diâmetro máximo em relação ao diâmetro do
resistência, bem como ajuste da curva aos dados molde em ensaios de compressão simples
experimentais foram desenvolvidos (e.g., segundo a norma (ASTM) D2166-16.
Vanapalli et al., 1996; Khalili e Khabbaz, 1998; Esse solo é analisado em três diferentes
e Vilar, 2006). Cada qual se baseia em condições de moldagem da curva de
formulações diferentes de resistência ao compactação, determinada com a energia
cisalhamento de solos não saturados (e.g., Proctor Normal: ramo seco, umidade ótima e
Fredlund, Morgenstern e Widger, 1978; e ramo úmido. A Tabela 1 apresenta os resultados
Bishop, 1959), além de diferentes parâmetros. dos ensaios de caracterização física do solo
O método de Vilar (2006), que se baseia na estudado.
proposta de Fredlund, Morgenstern e Widger A curva granulométrica está apresentada na
(1978), pode ser considerado um modelo com Figura 1. A curva de compactação e as condições
procedimentos simplificados, pois necessita de moldagem dos corpos de prova estão
apenas dados de resistência ao cisalhamento na apresentadas na Figura 2.
condição saturada e a resistência ao
cisalhamento de uma amostra seca ao ar ou no Tabela 1. Propriedades do solo.
maior valor de sucção representado na envoltória Propriedades Valor
de resistência. Esse modelo é aplicado em Ensaio de compactação
diferentes solos (e.g., Reis e Vilar, 2004; Vilar e Densidade seca máxima (kN/m3) 14,90
Rodrigues, 2007; Ferreira e Gerscovich, 2010; Teor de umidade ótimo (%) 28,5
Georgetti, 2010; e Fagundes, 2014) Densidade seca no ramo seco (kN/m3) 14,60
apresentando bons resultados. Teor de umidade ótimo no ramo seco (%) 23,5
O presente trabalho estuda o comportamento Densidade seca no ramo úmido (kN/m3) 14,60
da resistência de um solo residual de diabásio Teor de umidade ótimo no ramo úmido(%) 31,5
compactado no ramo seco, na umidade ótima e Distribuição granulométrica
no ramo úmido da curva de compactação. Para Areia grossa (%) 5,6
isso foram realizados ensaios de caracterização Areia média (%) 15,8
física e mecânica. Para a caracterização física Areia fina (%) 23,1
foram realizados ensaios de compactação, Silte (%) 34,8
análise granulométrica, determinação da curva Argila (%) 20,6
de retenção e dos limites de consistência. Para a Massa específica dos sólidos (kN/m3) 28,70
caracterização mecânica foram realizados Limites de Atterberg
ensaios de cisalhamento direto inundado e Limite de plasticidade (%) 39
ensaios de compressões simples em corpos de Limite de liquidez (%) 59
prova com diferentes valores de sucção inicial. Índice de plasticidade (%) 20
Os valores de sucção foram determinados com
utilização da técnica do papel filtro.

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100% segundo van Genuchten (1980) e Durner (1994)


90% estão apresentados na Tabela 2. Para o solo
Porcentagem de passante (%)

80% moldado na condição seca, que apresentou


70% distribuição de poros bimodal, o modelo de
60% ajuste proposto por Durner (1994) é utilizado na
50% curva de retenção do solo.
40% O solo moldado no ramo seco apresenta poros
30% heterogêneos. Os solos com distribuição bimodal
20% de poros apresentam dois pontos de entrada de
10% ar. O primeiro ocorre nos macroporos, para
0% baixas sucções. Após a entrada de ar nos
0.001 0.01 0.1 1 10 100 macroporos, o aumento da sucção não acarreta
Tamanho do grão ( mm )
grandes variações no teor de umidade até a
Figura 1. Curva granulométrica do solo estudado.
segunda entrada de ar, entrada de ar nos
microporos.
17.0
Da dos experimentais
50
Moldagem Ra mo Seco
16.0
Densidade seca (kN/m3)

Teor de umidade (%)

Moldagem Umidade Ótima


40
Moldagem Ra mo Úmido
15.0
30
14.0
20
13.0 10

12.0 0
15 25 35 45 1 10 100 1000 10000 1000001000000
Teor de umidade (%) Sucção (kPa)
Ramo seco Durner (1994)
Figura 2. Curva de compactação e condições de moldagem
do solo residual de diabásio.
Umidade ótima van Genuchten (1980)
Ramo úmido van Genuchten (1980)
2.2 Curva de retenção de água do solo Figura 3. Curvas de retenção dos solos moldados no ramo
seco, na umidade ótima e no ramo úmido.
A curva de retenção de água do solo residual de
diabásio foi determinada utilizando o método do Tabela 2. Parâmetros de ajuste das curvas de retenção de
papel filtro. O solo estudado foi moldado, água do solo nas diferentes condições de moldagem.
posteriormente saturado por aspersão de água, e Parâmetros
Ramo Umidade Ramo
então, utilizada a técnica do papel filtro para a seco ótima úmido
s (%) 46,5 45,0 47,0
determinação do grau de saturação em função da a (1/kPa) - 1,5E-04
7,1E-05
sucção. w1 0,0695 -
-
A técnica consiste em colocar o papel filtro 1 0,0276 -
-
em contato com o solo e aguardar que a sucção n 5,1314 0,96
0,84
entre os dois (solo e papel filtro) entre em
2 0,0008 - -
equilíbrio, período mínimo de 7 dias segundo
n 1,4463 - -
Fredlund and Rahardjo (1993). 2
R 0,9813 0,9881 0,9902
A Figura 3 apresenta a curva de retenção do
solo moldado no ramo seco, umidade ótima e
ramo úmido. Os dados de ajuste da curva

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2.3 Parâmetros de resistência do solo diferentes valores de sucção inicial. Após


moldagem, nas condições da umidade ótima,
Interceptos de coesão são definidos pela ramo seco e úmido, os corpos de prova foram
interceção da superfície de ruptura com o plano umedecidos ou secados sendo em seguida
representado pela resistência ao cisalhamento colocados em contato com dois papeis filtro,
em função da sucção. Conforme a representação envoltos em filme plástico e armazenados em
da Figura 4, os interceptos de coesão foram isopor. As sucções inicias foram determinas após
determinados pela interceção das retas que um período de 7 dias. As Figuras 5, 6 e 7 e
tangenciam o círculo de Mohr, obtidos por Tabelas 4, 5 e 6 apresentam respectivamente os
ensaios de compressão simples, com o plano da resultados dos ensaios de compressão simples
resistência ao cisalhamento em função da realizados nos corpos de prova moldados no
sucção. Estas retas apresentam inclinação igual a ramo seco, umidade ótima e ramo úmido.
’, ângulo de atrito efetivo dos solos,
considerado invariante a medida que aumenta a
sucção.
t
(ua-uw )
’
Pontos do intercepto
de coesão

. ’

.
(s-ua)
Figura 4. Determinação dos interceptos de coesão.

Os parâmetros efetivos do solo foram Figura 5. Compressão simples do solo no ramo seco.
determinados com ensaio de cisalhamento direto
inundado. Os resultados destes ensaios, para as
três condições de moldagem, estão apresentados
na Tabela 3.

Tabela 3. Parâmetros de resistência do solo


Ângulo Coesão
Condição inicial de moldagem de atrito (kPa)
(o)
Ramo seco 34,5 11,8
Umidade ótima 35,3 9,5
Ramo úmido 34,8 7,0

Os parâmetros de resistência não sofrem


significativas mudanças ao alterar o teor de
umidade de compactação. Ainda assim, o solo na
umidade ótima apresenta valores maiores de
ângulo de atrito efetivo. Figura 6. Compressão simples do solo na umidade ótima.
Para os ensaios de compressão simples, foram
ensaiados um total de 37 corpos de prova com

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Tabela 6 – Resultados dos ensaios de compressão simples


dos corpos de prova moldados no ramo úmido
C.P. Sucção (kPa) sc (kPa) f (%)
a 49,73 132,91 3,5
b 78,8 168,1 3,63
c 423,74 204,14 2,87
d 727,01 256,24 3,35
e 910,11 265,87 3,64
f 1273,68 330,95 3,71
g 1336,01 404,22 3,65
h 1452,26 409,16 3,34
i 1478,09 373,93 3,7
j 1685,14 457,43 3,63
k 2976,62 678,1 3,3
l 16509,88 1120,8 5,04

Figura 7. Compressão simples do solo no ramo úmido. O solo residual de diabásio moldado na umidade
ótima apresenta valores maiores de resistência
Tabela 4 – Resultados dos ensaios de compressão simples quando comparado à moldagem no ramo seco e
dos corpos de prova moldados no ramo seco
no úmido. Ademais, a deformabilidade do corpo
C.P. Sucção (kPa) sc (kPa) f (%)
de prova, para as três condições de moldagem,
a 34,18 95,34 3,94
b 52,62 103,84 3,81
passa a diminuir com o aumento da sucção
c 71,95 127,85 2,76
inicial do corpo de prova. O solo moldado no
d 93,82 133,21 3,58
ramo seco apresentou menores deformações
e 148,93 149,60 2,60
axiais até atingir a ruptura, enquanto o solo
f 273,84 184,65 2,97 moldado no ramo úmido apresentou maiores
g 439,27 215,38 2,86 deformações axiais antes da ruptura.
h 853,61 267,65 2,91
i 1148,11 283,46 2,49
j 1433,84 347,20 2,51 3 ANÁLISES E RESULTADOS
k 1582,59 388,70 2,77
l 5852,81 755,74 3,58 Os resultados experimentais a serem analisados,
m 12760,90 815,99 3,61 obtidos para o solo residual de diabásio
moldados no ramo seco, umidade ótima e ramo
Tabela 5 – Resultados dos ensaios de compressão simples úmido, estão apresentados nas Figuras 8, 9, 10 e
dos corpos de prova moldados na umidade ótima 11.
C.P. Sucção (kPa) sc (kPa) f (%) Na Figura 8 é apresentado o intercepto de
a 57,35 157,98 3,93 coesão com os respetivos índices de vazios
b 74,63 167,05 3,87 iniciais de cada um dos corpos de prova
c 131,89 203,02 3,54 juntamente com as curvas de retenção obtidas
d 285,4 220,41 3,52 para as três condições de moldagem.
e 727,36 305,79 3,22 As Figuras 9, 10 e 11 apresentam os
f 862,13 315,3 3,06 resultados experimentais do intercepto de coesão
g 1012,91 338,16 3,09 e índice de vazios inicial para valores de sucção
h 1647,46 506,42 3,71 variando até 20000 kPa, 5000 kPa e 500 kPa,
i 1685,48 450,21 3,44 respectivamente. Desta forma, pode-se verificar
j 1837,1 517,27 3,75 de maneira mais detalhada os pontos
k 3625,41 778,28 3,45 experimentais a medida que se reduz o intervalo
l 17722,07 1247,55 4,15 de representação.

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50 corpos de prova e aumentar os valores do


intercepto de coesão. Para o valores de sucção
40 maiores do que o correspondente a entrada de ar
Teor de umidade (%)

generalizada há uma mudança na taxa de


30 variação do intercepto de coesão. Na Figura 9,
pode se observar 4 diferentes taxas de variação.
20 A primeira vai até o valor do início da
dessaturação, a segunda, até o valor da sucção de
10 entrada de ar generalizada. A parir deste valor a
taxa fica igual a zero e em seguida volta a
0 aumentar. No entanto para valores de sucção tão
350 altos não se tem muitos resultados para concluir
Ramos Seco
o aumento da taxa nesse último trecho.
Intercepto de coesão (kPa)

300 Umidade ótima


250
Ramo úmido O comportamento da resistência em função
do acréscimo de sucção é descrito com um
200 crescimento rápido e linear da resistência até
150 aproximadamente 50 kPa de sucção (’ = b). A
100 sucção começa a perder eficácia no incremento
da resistência, crescendo a uma taxa inferior,
50
tendendo a formar um patamar até
0 aproximadamente 500 kPa. A maior taxa de
1,4
aumento da resistência é verificada até o início
1,3
Índice de vazios

da dessaturação, em que ocorrem as maiores


1,2
1,1
variações dos índices de vazios. Após esses
1,0
valores de sucção, a resistência segue
0,9 aumentando nas diferentes condições de
0,8 moldagem a uma taxa de crescimento menor (b
1 10 100 1000 10000 100000 < ’), assim como com uma menor redução dos
Sucção (kPa) índices de vazios. Pode ser verificada a formação
de um patamar na resistência ao cisalhamento
Figura 8. Intercepto coesivo e índice de vazios em função
da sucção em escala logarítmica até 100000 kPa
para sucções correspondentes ao ponto de
correlacionando com as curvas de retenção. inflexão da curva de retenção. Ao longo deste
patamar, as variações dos índices de vazios são
É possível verificar que a bimodalidade dos próximas a zero e assim por diante.
poros do solo moldado no ramo seco pode ser O solo inicialmente compactado no ramo seco
identificada na variação do índice de vazios com atinge resistências inferiores aos corpos de prova
a sucção. A taxa de variação do índice de vazios compactados no teor de umidade ótimo e no
com a sucção se modifica acompanhando as ramo úmido. Isso ocorre, pois, o solo
variações de entrada de ar na amostra segundo as compactado no ramo seco dessatura mais
curvas de retenção. rapidamente quando comparado ao solo
O intercepto de coesão, variando com a compactado na umidade ótima e no ramo úmido.
sucção, representado em escala logarítmica, Solos compactados na umidade ótima e no ramo
apresenta apenas duas taxas de variações, que úmido apresentam maior área molhada de
modifica aproximadamente no ponto de entrada contato entre agregados, sendo mais efetivo a
de ar generalizada da curva de retenção. Pode ser contribuição da sucção na resistência ao
observado na Figura 8 que, dentro do intervalo cisalhamento.
de sucção dos corpos de prova ensaiados, a
sucção consegue reduzir o índice de vazios dos

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350 250
Ramo seco

Intecepto de coesão (kPa)


200
Intercepto de coesão (kPa)

300 Umidade ótima

250 150 Ramo úmido

200 100
150 50
100 0
Ramos Seco
50 Umidade ótima
Ramo úmido 1.4
0
1.3

Índice de vazios
1,4
1,3 1.2
Índice de vazios

1,2 1.1
1,1
1,0
1.0
0,9 0.9
0,8
0.8
0 5000 10000 15000 20000
Sucção (kPa) 0 100 200 300 400 500
Sucção (kPa)
Figura 9. Intercepto coesivo e índice de vazios em função Figura 11. Intercepto coesivo e índice de vazios em função
da sucção até 20000 kPa. da sucção até 500 kPa.

350 Nos dados experimentais dos interceptos de


300 coesão (c) até 500 kPa de sucção () foi aplicado
Intercepto de coesão (kPa)

o método de previsão de resistência proposto por


250
Vilar (2006), conforme Equações 1 e 2. Uma das
200 formas de aplicar o método de Vilar (2006) é
150 utilizando apenas dados de resistência ao
100
cisalhamento na condição saturada (c’e ’) e a
Ramo seco resistência ao cisalhamento de uma amostra com
50 Umidade ótima valor de sucção correspondente ao maior valor
Ramo úmido
0 de da envoltória de resistência a ser representada,
1,4 sem a necessidade das informações da curva de
1,3 retenção de água no solo. Desta forma, o método
é aplicado utilizando o valor do intercepto de
Índice de Vazios

1,2
1,1
coesão (cm) para o maior valor de sucção
experimental inferior ao representado no gráfico
1,0
de resistência (i.e., m ≤ 500 kPa), conforme
0,9 apresentado na Tabela 7. As Figuras 12, 13 e 14
0,8 apresentadpara os solos moldados na condição
0 1000 2000 3000 4000 5000 seca, ótima e úmida de umidade.
Sucção (kPa)
𝑐′ + ψ (1)
Figura 10. Intercepto coesivo e índice de vazios em função 𝑐=
da sucção até 5000 kPa. (𝑎 + 𝑏. ψ)

1 1 (2)
𝑏= −
(𝑐𝑚 − 𝑐 ′ ) (𝜓𝑚 − 𝑡𝑔𝜙 ′ )

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Tabela 7 – Dados utilizados para aplicação do método de É possível verificar que o método proposto por
Vilar (2006) Vilar (2006) resulta em boa representação dos
Condição de Umidade Ramo dados experimentais para as diferentes
Ramo seco
moldagem ótima úmido
condições de moldagem do solo residual de
c’ (kPa) 11,8 9,5 7 diabásio. Ademais, os dados experimentais são
ϕ’ (graus) 34,5 35,3 34,8 bem representados pelo método de Vilar (2006)
a (1/tg ϕ') 1,4550 1,4124 1,4388 quando a determinação do parâmetro b de ajuste
b 0,0190 0,0161 0,0182 do modelo é feita utilizando valores de
cm (kPa) 56,66 57 53,36 intercepto de coesão correspondente a valores de
m (kPa) 439,27 285,4 423,74 sucção menores que o representado na envoltória
de resistência.
250
Intercepto de coesão (kPa)

Ramo seco
200
Vilar (2006) 4 CONCLUSÕES
150

100 Ao analisar influência da sucção na resistência


50 de um solo residual de diabásio moldado no
ramo seco, na umidade ótima e no ramo úmido
0
0 100 200 300 400 500 da curva de compactação, obtêm-se as seguintes
Sucção (kPa) conclusões:

Figura 12. Aplicação do método de Vilar (2006) para o • A deformabilidade do corpo de prova
solo residual de diabásio moldado no ramo seco. aumenta com o aumento do teor de umidade de
moldagem;
250 • O comportamento da resistência em função
Intercepto de coesão (kPa)

Umidade ótima
200 do acréscimo de sucção é descrito com um
Vilar (2006) crescimento rápido e linear da resistência até
150
aproximadamente 50 kPa de sucção, ponto no
100
qual a sucção começa a perder eficácia no
50 incremento da resistência, crescendo a uma taxa
0 inferior, tendendo a formar um patamar até
0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 aproximadamente 500 kPa. Após esses valores
Sucção (kPa) de sucção, a resistência segue aumentando nas
diferentes condições de moldagem a uma taxa de
Figura 13. Aplicação do método de Vilar (2006) para o crescimento b < ´.
solo residual de diabásio moldado na umidade ótima
• Com base nas análises do índice de vazios em
função da sucção é possível identificar que a
250
maior variação volumétrica do corpo de prova
Intercepto de coesão (kPa)

Ramo úmido
200 ocorre até o início da dessaturação (redução do
Vilar (2006)
150 volume). Após essa condição e juntamente com
100
a redução da taxa de crescimento da resistência
(b < ’), há uma menor redução dos índices de
50
vazios. Quando há a inflexão da curva de
0 retenção, pode se verificar que as variações dos
0 100 200 300 400 500
Sucção (kPa)
índices de vazios são próximas a zero.
• É possível fazer um ajuste linear para os
Figura 14. Aplicação do método de Vilar (2006) para o dados experimentais dos solos estudados até a
solo residual de diabásio moldado no ramo úmido. sucção correspondente ao início da dessaturação

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dos corpos de prova, e não da entrada de ar Karube, D. (1988). New concept of effective stress in
unsaturated soil and rock. Special Technical
generalizada. Publication. American Society for Testing and
• A aplicação do método proposto por Vilar Materials, 977: 539-552.
(2006), utilizando valor de intercepto de coesão Khalili, N. e Khabbaz, M. H. (1998) A Unique
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que o representado na envoltória de resistência 5, p. 681-687.
para a determinação do parâmetro b de ajuste do Kühn, V.O.; Gitirana JR., G.F.N. (2015). Resistência ao
modelo, resulta em boa representação dos dados cisalhamento de um solo tropical considerando altas
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moldagem. Massocco, N. S. (2017). Determinação dos Parâmetros
Geotécnicos de Solos Residuais com Ênfase na
Mecânica dos Solos Não Saturados. Dissertação de
AGRADECIMENTOS Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 244 f.
Os autores agradecem o suporte financeiro da Oliveira, O. M. (2004). Estudo Sobre a Resistência ao
CAPES. Cisalhamento de um Solo Residual Compactado Não
Saturado. Tese de Doutorado, Programa de Pós-
graduação em Engenharia Civil, Universidade de São
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