Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
1
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
2
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
12.0 0
15 25 35 45 1 10 100 1000 10000 1000001000000
Teor de umidade (%) Sucção (kPa)
Ramo seco Durner (1994)
Figura 2. Curva de compactação e condições de moldagem
do solo residual de diabásio.
Umidade ótima van Genuchten (1980)
Ramo úmido van Genuchten (1980)
2.2 Curva de retenção de água do solo Figura 3. Curvas de retenção dos solos moldados no ramo
seco, na umidade ótima e no ramo úmido.
A curva de retenção de água do solo residual de
diabásio foi determinada utilizando o método do Tabela 2. Parâmetros de ajuste das curvas de retenção de
papel filtro. O solo estudado foi moldado, água do solo nas diferentes condições de moldagem.
posteriormente saturado por aspersão de água, e Parâmetros
Ramo Umidade Ramo
então, utilizada a técnica do papel filtro para a seco ótima úmido
s (%) 46,5 45,0 47,0
determinação do grau de saturação em função da a (1/kPa) - 1,5E-04
7,1E-05
sucção. w1 0,0695 -
-
A técnica consiste em colocar o papel filtro 1 0,0276 -
-
em contato com o solo e aguardar que a sucção n 5,1314 0,96
0,84
entre os dois (solo e papel filtro) entre em
2 0,0008 - -
equilíbrio, período mínimo de 7 dias segundo
n 1,4463 - -
Fredlund and Rahardjo (1993). 2
R 0,9813 0,9881 0,9902
A Figura 3 apresenta a curva de retenção do
solo moldado no ramo seco, umidade ótima e
ramo úmido. Os dados de ajuste da curva
3
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
. ’
.
(s-ua)
Figura 4. Determinação dos interceptos de coesão.
Os parâmetros efetivos do solo foram Figura 5. Compressão simples do solo no ramo seco.
determinados com ensaio de cisalhamento direto
inundado. Os resultados destes ensaios, para as
três condições de moldagem, estão apresentados
na Tabela 3.
4
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Figura 7. Compressão simples do solo no ramo úmido. O solo residual de diabásio moldado na umidade
ótima apresenta valores maiores de resistência
Tabela 4 – Resultados dos ensaios de compressão simples quando comparado à moldagem no ramo seco e
dos corpos de prova moldados no ramo seco
no úmido. Ademais, a deformabilidade do corpo
C.P. Sucção (kPa) sc (kPa) f (%)
de prova, para as três condições de moldagem,
a 34,18 95,34 3,94
b 52,62 103,84 3,81
passa a diminuir com o aumento da sucção
c 71,95 127,85 2,76
inicial do corpo de prova. O solo moldado no
d 93,82 133,21 3,58
ramo seco apresentou menores deformações
e 148,93 149,60 2,60
axiais até atingir a ruptura, enquanto o solo
f 273,84 184,65 2,97 moldado no ramo úmido apresentou maiores
g 439,27 215,38 2,86 deformações axiais antes da ruptura.
h 853,61 267,65 2,91
i 1148,11 283,46 2,49
j 1433,84 347,20 2,51 3 ANÁLISES E RESULTADOS
k 1582,59 388,70 2,77
l 5852,81 755,74 3,58 Os resultados experimentais a serem analisados,
m 12760,90 815,99 3,61 obtidos para o solo residual de diabásio
moldados no ramo seco, umidade ótima e ramo
Tabela 5 – Resultados dos ensaios de compressão simples úmido, estão apresentados nas Figuras 8, 9, 10 e
dos corpos de prova moldados na umidade ótima 11.
C.P. Sucção (kPa) sc (kPa) f (%) Na Figura 8 é apresentado o intercepto de
a 57,35 157,98 3,93 coesão com os respetivos índices de vazios
b 74,63 167,05 3,87 iniciais de cada um dos corpos de prova
c 131,89 203,02 3,54 juntamente com as curvas de retenção obtidas
d 285,4 220,41 3,52 para as três condições de moldagem.
e 727,36 305,79 3,22 As Figuras 9, 10 e 11 apresentam os
f 862,13 315,3 3,06 resultados experimentais do intercepto de coesão
g 1012,91 338,16 3,09 e índice de vazios inicial para valores de sucção
h 1647,46 506,42 3,71 variando até 20000 kPa, 5000 kPa e 500 kPa,
i 1685,48 450,21 3,44 respectivamente. Desta forma, pode-se verificar
j 1837,1 517,27 3,75 de maneira mais detalhada os pontos
k 3625,41 778,28 3,45 experimentais a medida que se reduz o intervalo
l 17722,07 1247,55 4,15 de representação.
5
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
6
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
350 250
Ramo seco
200 100
150 50
100 0
Ramos Seco
50 Umidade ótima
Ramo úmido 1.4
0
1.3
Índice de vazios
1,4
1,3 1.2
Índice de vazios
1,2 1.1
1,1
1,0
1.0
0,9 0.9
0,8
0.8
0 5000 10000 15000 20000
Sucção (kPa) 0 100 200 300 400 500
Sucção (kPa)
Figura 9. Intercepto coesivo e índice de vazios em função Figura 11. Intercepto coesivo e índice de vazios em função
da sucção até 20000 kPa. da sucção até 500 kPa.
1,2
1,1
coesão (cm) para o maior valor de sucção
experimental inferior ao representado no gráfico
1,0
de resistência (i.e., m ≤ 500 kPa), conforme
0,9 apresentado na Tabela 7. As Figuras 12, 13 e 14
0,8 apresentadpara os solos moldados na condição
0 1000 2000 3000 4000 5000 seca, ótima e úmida de umidade.
Sucção (kPa)
𝑐′ + ψ (1)
Figura 10. Intercepto coesivo e índice de vazios em função 𝑐=
da sucção até 5000 kPa. (𝑎 + 𝑏. ψ)
1 1 (2)
𝑏= −
(𝑐𝑚 − 𝑐 ′ ) (𝜓𝑚 − 𝑡𝑔𝜙 ′ )
7
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Tabela 7 – Dados utilizados para aplicação do método de É possível verificar que o método proposto por
Vilar (2006) Vilar (2006) resulta em boa representação dos
Condição de Umidade Ramo dados experimentais para as diferentes
Ramo seco
moldagem ótima úmido
condições de moldagem do solo residual de
c’ (kPa) 11,8 9,5 7 diabásio. Ademais, os dados experimentais são
ϕ’ (graus) 34,5 35,3 34,8 bem representados pelo método de Vilar (2006)
a (1/tg ϕ') 1,4550 1,4124 1,4388 quando a determinação do parâmetro b de ajuste
b 0,0190 0,0161 0,0182 do modelo é feita utilizando valores de
cm (kPa) 56,66 57 53,36 intercepto de coesão correspondente a valores de
m (kPa) 439,27 285,4 423,74 sucção menores que o representado na envoltória
de resistência.
250
Intercepto de coesão (kPa)
Ramo seco
200
Vilar (2006) 4 CONCLUSÕES
150
Figura 12. Aplicação do método de Vilar (2006) para o • A deformabilidade do corpo de prova
solo residual de diabásio moldado no ramo seco. aumenta com o aumento do teor de umidade de
moldagem;
250 • O comportamento da resistência em função
Intercepto de coesão (kPa)
Umidade ótima
200 do acréscimo de sucção é descrito com um
Vilar (2006) crescimento rápido e linear da resistência até
150
aproximadamente 50 kPa de sucção, ponto no
100
qual a sucção começa a perder eficácia no
50 incremento da resistência, crescendo a uma taxa
0 inferior, tendendo a formar um patamar até
0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 aproximadamente 500 kPa. Após esses valores
Sucção (kPa) de sucção, a resistência segue aumentando nas
diferentes condições de moldagem a uma taxa de
Figura 13. Aplicação do método de Vilar (2006) para o crescimento b < ´.
solo residual de diabásio moldado na umidade ótima
• Com base nas análises do índice de vazios em
função da sucção é possível identificar que a
250
maior variação volumétrica do corpo de prova
Intercepto de coesão (kPa)
Ramo úmido
200 ocorre até o início da dessaturação (redução do
Vilar (2006)
150 volume). Após essa condição e juntamente com
100
a redução da taxa de crescimento da resistência
(b < ’), há uma menor redução dos índices de
50
vazios. Quando há a inflexão da curva de
0 retenção, pode se verificar que as variações dos
0 100 200 300 400 500
Sucção (kPa)
índices de vazios são próximas a zero.
• É possível fazer um ajuste linear para os
Figura 14. Aplicação do método de Vilar (2006) para o dados experimentais dos solos estudados até a
solo residual de diabásio moldado no ramo úmido. sucção correspondente ao início da dessaturação
8
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
dos corpos de prova, e não da entrada de ar Karube, D. (1988). New concept of effective stress in
unsaturated soil and rock. Special Technical
generalizada. Publication. American Society for Testing and
• A aplicação do método proposto por Vilar Materials, 977: 539-552.
(2006), utilizando valor de intercepto de coesão Khalili, N. e Khabbaz, M. H. (1998) A Unique
correspondente ao maior valor de sucção menor Relationship for χ for the Determination of the Shear
Strength of Unsaturated Soils. Géotechnique, v. 48, n.
que o representado na envoltória de resistência 5, p. 681-687.
para a determinação do parâmetro b de ajuste do Kühn, V.O.; Gitirana JR., G.F.N. (2015). Resistência ao
modelo, resulta em boa representação dos dados cisalhamento de um solo tropical considerando altas
experimentais para as diferentes condições de sucções. Proceedings of Simpósio Brasileiro de Solos
Não Saturados, Fortaleza VIII: 251-258.
moldagem. Massocco, N. S. (2017). Determinação dos Parâmetros
Geotécnicos de Solos Residuais com Ênfase na
Mecânica dos Solos Não Saturados. Dissertação de
AGRADECIMENTOS Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 244 f.
Os autores agradecem o suporte financeiro da Oliveira, O. M. (2004). Estudo Sobre a Resistência ao
CAPES. Cisalhamento de um Solo Residual Compactado Não
Saturado. Tese de Doutorado, Programa de Pós-
graduação em Engenharia Civil, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 361 f.
REFERÊNCIAS Oliveira, O. M. e Marinho, F. A. M. (2015). The influence
of suction on the unconfined shear strength of a
ASTM – American Society for Testing and Materials. Compacted Residual Soil. Proceedings of Panamerican
D2166: Standard Test Method for Unconfined Conference on Soil Mechanics and Geotechnical
Compressive Strength of Cohesive Soil. United States, Engineering, XV, Buenos Aires. Buenos Aires.
2016, 6 p. Pecapedra, L. L. (2016). Estudo da Resistência ao
Bishop, A. W. (1959) The principle of effective stress. Cisalhamento não Saturada de Solos Residuais de
Teknisk Uke-blad, Norwegian Geotechnical Institute, Granito e Diabásio de Florianópolis/SC. Disseração de
v. 106, n. 39, p. 859–863. Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Fagundes, L. S. (2014) Avaliação da resistência ao Civil, Universidade Federal de Santa Catarina,
cisalhamento de um solo tropical não saturado. Florianópolis, 201 f.
Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Reis, R. M. e Vilar, O. M. (2004). Resistência ao
Paulista, Bauru, 102 f. Cisalhamento de dois solos residuais de gnaisse não
Ferreira, A. M. e Gerscovich, D. M. S. (2010) Avaliação saturados. Anais do Simpósio Brasileiro de Solos Não
das Equações para Previsão do Comportamento de Saturados, V, 2004, São Carlos.
Solos Residuais Brasileiros Não Saturados. Anais do Vanapalli, S. K. (1994). Simple test procedures and their
Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e interpretation in evaluating the shear strength of
Engenharia Geotécnica, Gramado, n. 142, 8 p. unsaturated soils. Ph.D. Thesis – University of
Fredlund, D. G.; Morgenstern, N. R.; Widger, R. A. (1978) Saskatchewan, Saskatoo.
The Shear Strength of Unsaturated Soils. Canadian Vanapalli, S. K.; Fredlund, D. G.; Pufahl, D. E. (1996).
Geotechnical Journal, v. 15, n. 3, p. 313-321. The Relationship Between the Soil-Water
Fredlund, D.G. e Rahardjo, H. (1993). Soil Mechanics or Characteristic Curve and the Unsaturated Shear
Unsaturated Soil. New York, John Wiley & Sons. Strength of a Compacted Glacial Till. Geotechnical
Fredlund, D.G.; Rahardjo, H.; Fredlund, M.D. (2012). Testing Journal, 19(3): 259-268.
Unsaturated Soil Mechanics in Engineering Practice. Vilar, O. M. (2006) A simplified procedure to estimate the
New Jersey: John Wiley & Sons. shear strength envelope of unsaturated soil. Canadian
Fredlund, D.G.; Rahardjo, H.; Gan, J.K.-M. (1987) Non- Geotechnical Journal, v. 43, p. 1088-1095.
linearity of Strength Envelope for Unsaturated Soils. Vilar, O. M. e Rodrigues, R. A. (2007) Métodos expeditos
Proceeding of International Conference of Expansive para previsão da resistência de solos não saturados e
Soils. New Dehli, 6: 231-236. identificação de solos colapsíveis. Anais de Simpósio
Fredlund, D.G. e Xing, A. (1994). Equation for the Soil- Brasileiro de Solos Não Saturados, VI., v. 2, p. 575-
Water Charactristic Curve. Canadian Geotechnical 592, Salvador.
Journal, 31: 521-532.
Georgetti, G. B. (2010) Resistência de um solo não
saturado a partir de ensaios com teor de umidade
constante (CW). Dissertação de Mestrado. Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 108 f.