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Esta falta que ambos carregamos sera um apelo da nossa fraqueza e, para o nosso casal, um novo ponto de partida.» bp Lonehe ae (ohn A fecundidade da uniao dos esposos fala também da unio de Cris- to e da Igreja. Tanto nela como neles, o amor e a vida, a intimidade e a fecundidade fazem parte integrante deles. Eo seu amor que é fecun- ‘do. Assim também na unio de Cristo e da Igreja: € 0 Amor, 0 Espirito Santo, que gera os filhos de Deus e fa-los crescer em santidade. Ima- gem da fecundidade de Cristo e da Igreja, a fecundidacle dos esposos faz com entrevejam um mistério ainda mais alto: o da Trindade onde surge 0 Espirito Santo do dom mttuo do Pai e do Filho: «Dir-se-iam duas vagas poderosas que acorrem impetuosamente uma em direccao A outra, se encontram, se fundem e, simultaneamente, se erguem do seu leito num feixe imenso» (Ricardo de Sao Victor). O filho Quantos ensinamentos espirituais nao da o filho aqueles de quem recebe'a vida! Ele é o mestre deles, antes mesmo que se tornem o seu. ‘Também ele fala do mundo de Deus. © seu abandono de recém-nas- cido é j4 uma primeira licdo de espiritualidade. Uma mae meditave diante do berco da sua filhinha: Que exemplo de abandono para nds! Como ela nao sabe andar, nem sequer tenta. Enquanto nds tentamos: muito pretensiosamente 0 que nao sabemos fazer, em vez de esperar por Ti, Senhor, e deixar que as tuas maos maternais nos levem. Uma criancinha ocupa-se unicamente em calar-se, sorrir ou gritar-nos sem explicar nada, E assim que devemos agir contigo, meu Deus! E nao es- tar sempre a raciocinar, a procurar compreender ou a explicar» Quando a crianga cresce, o seu abandono torna-se confianga. E é uma nova verdade que ela propde aos seus pai Obrigado, meu ho- menzinho — escreve um pai. — Ajudo-te a aprender as primeiras nogdes do catecismo, mas tu és para mim, a cada instante, palavra viva de Deus. Quando, ao brincar contigo, eu te ponho em pé em cima de uma mesa a e digo “Salta!”, tu atiras-te numa grande explosao de riso. Sabes bem que te agarrarei em voo. E, 4 noite, quando tu dormes, ja nao é a tua -61- gargalhada que ougo, mas a Voz que me diz: “Tens uma fé igual 4 des- te pequenino? Que arriscas tu? Que julgas que podes arriscar por mim? Contudo ao meus bra¢os sao muito mais fortes que os teu! Também € 0 filho que ensina aos seus pais como se fala ao Senhor. -Eu tinha ido ao seu quarto beijar o meu menino, antes de ele ador- mecer. Ao deix4-lo, apaguei a luz, mas uma voz angustiada suplicou- me “Mama, nag vas embora!” Aproximei-me e debrucei-me sobre ele: “Porque, meu querido?” - “Porque, quando tu nao estas, eu estou..., eu fico... pobre.”» Poderemos nds dizer melhor do nosso Deus? Muito mais misteriosa, mas nao menos importante, é a mensagem da crianga em quem a razio nunca despertara, Aentia que me apro- ximava deste pequeno leito sem voz — escrevia Mounier - como de um altar, de algum lugar sagrado onde Deus falava por um sinal. Uma tristeza que penetra profundamente, mas leve e tansfigurada. Nao ha duvida de que nunca conheci tao intensamente o estado de oracdo do que quando a minha mao dizia coisas aquela fronte que nada res- pondia, quando os meus olhos se atreviam em direccdo aquele olhar distraido... Mistério, que nao pode ser sendo de bondade, € preciso dizer: uma graga, uma graca demasiado pesada. Uma hdstia viva entre nds, muda como a hostia, irradiante como ela.» Um coragio de pai Acabamas de ver que os pais aprendem com o seu filho as atitudes que o Pai dos Céus quer encontrar neles, Nao € 0 Unico beneficio que lhe devem; pois, gragas a ele, ganham um coragao de pai e um coraca0 de mie. Se consultarem este coragdo, perceberio nele os batimentos de outro coragao, o de Deus. Um pai fez esta experiéncia: -Naquele dia, perguntei 4 minha filha de nove anos: “Vejamos. Ja estudaste as tuas ligdes?” Monique, hesitante: “Sim.” As onze horas da noite, entrei no quarto das meninas para ver se dormiam bem. Na cadeira ao lado da cama de Monique encontrei uma lousa em que li (respeito a sua orto- grafia“) “Meu papa, peco-te desculpa por te ter mentido ao dizer que tinha revisto as minhas li¢des porque nado € verdade. Por isso, pego-te perdao por ter feito isto e esforgar-me-ei por nunca mais o repetir. Es- -62- tou muito envergonhada, queria ter-te dito que nao; mas nao gosto de te dizer muitas coisas porque nao quero fazer-te sofrer demasiado. Se quiseres, podes acordar-me para falar comigo, mas nao demasiado, eu desejaria muito que o fizesses. Boa Noite PAPA... Monique.” Depois de ler, apaguei o escrito de minha filha e respondi na pré- pria lousa: “Minha querida Monique, amo-te muito, muito, porque me escreveste para me pedir perdao. Perdoo-te com muita alegria e felici- dade, porque vi que é porque me amas que me pedes perdao. E claro que nao est4 bem que se diga uma mentira; mas, como © confe: pedes perdao disso, foi apagado como se nao tivesses mentico. ‘To- das as vezes que te arrependeres de me ter feito sofrer e me pedires perdao disso, perdoar-te-ei, mesmo que seja muito frequentemente. F assim que faz Deus Nosso Senhor, porque Ele ama-nos. “Quis acordar-te ontem 4 noite, como me pedias; mas nao con- segui porque dormias muito bem. Entao, escrevi-te rapidamente esta carta para que a encontres quando acordares e saibas imediatamente que te perdoei. “Amo-te muitissimo, minha filhota querida. Continua a esforgar- Sas C te muito: o pai, a mie e Jesus esto contentes. Abracgo-te com todas as minhas forcas, Papa.”» Este pai dizia-me que, naquela noite, os sentimentos do seu co- racdo tinham sido para ele uma luz extraordinaria sobre a paternidade de Deus, E que admirvel simbolo o da ardésia! Que resta eternamen- te de um pecado que Deus nos perdoou? Nada, a nao ser, em seu lu- gar, mais uma manifestagao da maravilhosa misericérdia do Pai. «Feliz culpa! — canta a liturgia pascal. Posso dizer que o préprio Cristo ja tinha alertado os pais: «Se vos, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dara o Espirito Santo aqueles que lho pedem! (Le 11,13). Um coracao de mae Por seu lado, ao recolher-se em si mesma, a mae clescobre que ¢ preciso apelar ao amor materno de Deus. «Todo o amor pelos outros que Deus pés no meu coragao: escrevia-me uma mae de familia »faz-me compreender que o que Ele gosta é de que nos deixemos amar» Uma pagina d’O Idiota de Dostoievski mostra em termos admiraveis uma ~63-

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