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REGÊNCIA – TRANSITIVIDADE VERBAL

Dicionário Aurélio
[Do lat. regentia.]

Substantivo feminino.

1.Ato ou efeito de reger(-se).


2.Governo interino instituído durante a ausência ou o impedimento do chefe de Estado, especialmente do soberano.
3.Aquele ou aqueles que se acham encarregados do governo provisório de um Estado.
4.Cargo ou função de regente.
5.E. Ling. Relação entre o núcleo de uma construção (4) e o elemento que dele depende, denominado complemento.
[V. complemento (4).]
6.E. Ling. Em sentido estrito, a dependência da forma flexional do nome ou do pronome em relação à preposição
que complementa.

SINTAXE DE REGÊNCIA

É a relação sintática de dependência que se estabalece entre o verbo ou o nome (termos regentes) – e o
complemento – (termo regido, com a presença ou não de preposição).

Os termos, quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a
significação dos anteriores chamam-se regidos ou subordinados.

Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência verbal; quando o termo regente é um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal.

Observação: Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado; na nominal, ele é obrigatoriamente
preposicionado.

Vejamos, agora, as classificações dos verbos quanto à regência:

Os verbos podem ser:

INTRANSITIVOS

Trata-se daquele que não possui complemento, ou que possui a companhia de um advérbio.

O pequeno anda;
A criança brinca cedo;
Ela luta;
O homem trabalha demais.

Observação 1: a transitividade verbal apenas poderá ser detectada na estrutura sintática do texto.

Ela estuda muito

verbo intransitivo

Ela estuda gramática

verbo transitivo direto

Observação 2: são considerados ergativos ou inacusativos os verbos intransitivos, cujo sujeito não é o agente da
ação verbal, mas tema.

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Exemplos:

O gelo derreteu
A roupa secou
O celular carregou

TRANSITIVOS

São aqueles que determinam os elementos que comporão um predicado.


Ocorrem da seguinte maneira:

 Verbo transitivo direto

Trata-se daquele que possui complemento cujo núcleo costuma ser um substantivo não preposicionado.

Julio César fez aquele romance

VTD OD

O assalariado comprou a casa

VTD OD

A prefeitura realizará esse projeto

VTD OD

As crianças propuseram um passeio

VTD OD

Observação: único caso que um objeto direto poderá ser preposicionado ocorre quando houver um pronome pes-
soal do caso obliquo tônico (mim, ti, si etc...)

 Verbo transitivo indireto

Trata-se daquele que possui complemento cujo núcleo costuma ser um substantivo preposicionado.

Aquele doente carece de remédios controlados.

VTI OI

Todos dependemos da sua liberação.

VTI OI
Obedeceremos ao diretor.

VTI OI

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 Verbo transitivo circunstancial

Trata-se daquele que possui complemento formado por uma expressão adverbial.

Irei a São Paulo.

VTC Adjunto adverbial

Sairei pela manhã.

VTC Adjunto adverbial

Observação: os adjuntos adverbiais tem natureza de advérbio, e, portanto estabelecem relação de modo,
tempo, lugar, causa, finalidade, instrumento, companhia etc...

 Verbo predicativo

Trata-se daquele que possui complemento formado por um adjetivo ou por um substantivo de valor contextual qua-
lificador.

O jovem é eficiente

VP Predicativo do sujeito

A escola permanece tranquila

VP Predicativo do sujeito

O tempo está chuvoso

VP Predicativo do sujeito

Observação: também no caso dos verbos transitivos, a regência verbal deverá ser detectada na estrutura
sintática do texto.

Veja-se:

Em “Eu sou feliz”, o verbo ser é transitivo predicativo; já em

“Eu sou de Goiânia”, o verbo é transitivo circunstancial. Finalmente em “Eu sou de meus pais”, o verbo é transitivo
indireto.

BITRANSITIVOS

São aqueles que contêm acúmulo de regências, ou seja, que determinam mais de um complemento ao predicado.
São divididos em:

 Biobjetivos são verbos transitivos diretos e indiretos.

Prefiro o São Paulo ao Palmeiras.

VTDI OD OI

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 Diretos e circunstanciais são aqueles que pedem um objeto direto e um complemento circunstancial.

Tirou as crianças da sala.

VTDC OD Adj. adverbial

 Transobjetivos ou transitivos-predicativos são transitivos diretos, ou, em alguns casos, indiretos, ou pronomi-
nais cuja significação exige, como complemento do objeto direto, um adjunto predicativo.

Os funcionários aclamaram-no líder.

VTD OD Predicativo do objeto direto


(verbo transobjetivo)

O povo acusou-o de corrupto.

VTD OD Predicativo do objeto direto


(verbo transobjetivo)

Depois dos testes, declararam-me habilitado.

VTD OD Predicativo do objeto direto


(verbo transobjetivo)

 Bitransitivos indiretos são aqueles que pedem dois objetos indiretos.

A felicidade resultou-lhe do casamento

verbo OI OI
bitransitivo
indireto

 Verbos pronominais são aqueles que sempre vêm acompanhados de um pronome oblíquo da mesma pessoa
que o sujeito.

Exemplos: arrepender-se, queixar-se, aborrecer-se, babar-se, considerar-se.

Observação: dividem-se em essencialmente pronominais e acidentalmente pronominais

Atenção: todas a regências acima podem constar de verbos pronominais, não pronominais ou de verbos principais
de locuções ou expressões verbais ou de tempos compostos.

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EXERCÍCIOS

Atenção: Para responder à questão de número 1, considere o texto abaixo:

O conceito de indústria cultural foi criado por Adorno e Horkheimer, dois dos principais integrantes da Escola de
Frankfurt. Em seu livro de 1947, Dialética do esclarecimento, eles conceberam o conceito a fim de pensar a questão
da cultura no capitalismo recente. Na época, estavam impactados pela experiência no país cuja indústria cultural
era a mais avançada, os Estados Unidos, local onde os dois pensadores alemães refugiaram-se durante a Segunda
Guerra.

Segundo os autores, a cultura contemporânea estaria submetida ao poder do capital, constituindo-se num sistema
que englobaria o rádio, o cinema, as revistas e outros meios − como a televisão, a novidade daquele momento −,
que tenderia a conferir a todos os produtos culturais um formato semelhante, padronizado, num mundo em que tudo
se transformava em mercadoria descartável, até mesmo a arte, que assim se desqualificaria como tal. Surgiria uma
cultura de massas que não precisaria mais se apresentar como arte, pois seria caracterizada como um negócio de
produção em série de mercadorias culturais de baixa qualidade. Não que a cultura de massa fosse necessariamente
igual para todos os estratos sociais; haveria tipos diferentes de produtos de massa para cada nível socioeconômico,
conforme indicações de pesquisas de mercado. O controle sobre os consumidores seria mediado pela diversão,
cuja repetição de fórmulas faria dela um prolongamento do trabalho no capitalismo tardio.

Muito já se polemizou acerca dessa análise, que tenderia a estreitar demais o campo de possibilidades de mudança
em sociedades compostas por consumidores supostamente resignados. O próprio Adorno chegou a matizá-la de-
pois. Mas o conceito passou a ser muito utilizado, até mesmo por quem diverge de sua formulação original. Poucos
hoje discordariam de que o mundo todo passa pelo "filtro da indústria cultural", no sentido de que se pode constatar
a existência de uma vasta produção de mercadorias culturais por setores especializados da indústria.

Feita a constatação da amplitude alcançada pela indústria cultural contemporânea, são várias as possibilidades de
interpretá-la. Há estudos que enfatizam o caráter alienante das consciências imposto pela lógica capitalista no âm-
bito da cultura, a difundir padrões culturais hegemônicos. Outros frisam o aspecto da recepção do espectador, que
poderia interpretar criativamente − e não de modo resignado − as mensagens que lhe seriam passadas, ademais,
de modo não unívoco, mas com multiplicidades possíveis de sentido.
(RIDENTI, Marcelo. Indústria cultural: da era do rádio à era da informática no Brasil. In: Agenda brasileira. São
Paulo: Cia das Letras, 2011, p. 292 a 301)

01. ... que enfatizam o caráter alienante das consciências...

O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do sublinhado acima está empregado em:

A) ... haveria tipos diferentes de produtos de massa...


B) Surgiria uma cultura de massas...
C) Poucos hoje discordariam de que...
D) Não que a cultura de massa fosse necessariamente igual...
E) ... o mundo todo passa pelo "filtro da indústria cultural"...

Atenção:

Para responder à questão de número 2, considere o texto abaixo:

De gramática e de linguagem

E havia uma gramática que dizia assim:


“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta."
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)

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As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso ... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...
(QUINTANA, M. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 94)

02. E havia uma gramática...

O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está empregado em:

A) João só será definitivo...


B) Estão em toda parte
C) E não exigem nada.
D) Eu sonho com um poema ...
E) As pessoas atrapalham.

Atenção:

Para responder à questão de número 3, considere o texto abaixo.

Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da huma-
nidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é
uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como respon-
sável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia.

Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título
era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar
à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana.

Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados
Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de
milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...]

Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual.
Promovido pela Associação Walk Free, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea.
[...]

A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar o mundo em termos absolutos com
um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente
que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições seme-
lhantes às dos escravos do Brasil nas roças.

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Conclusões principais do estudo? Pessoalmente, interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index,
é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".

De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos
abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem
negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir. Mas é possível retirar uma
segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem
fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e até na América Latina? [...]

O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas
confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos
infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não têm final feliz
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br)

03. No contexto dado, possui a mesma regência do verbo presente no segmento A escravidão que denunciava com
dureza, o que se encontra sublinhado em:

A) Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos... (8o parágrafo)


B) ... número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões... (5o parágrafo)
C) ... antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. (7o parágrafo)
D) ... o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria... (4o parágrafo)
E) Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão... (1o parágrafo)

Atenção:

Para responder à questão de número 4, considere o texto abaixo.

04. Em nenhum momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu sustentar facilmente os custos exorbi-
tantes da ópera.

Na frase acima, a locução verbal está empregada com regência idêntica à presente em:

A) Tentou cantar de modo condizente com as recomendações do maestro.


B) Jamais se afastou daquele velho conselho do pai.
C) O crítico elegeu o jovem cantor o maior artista da temporada.
D) Apresentou-nos currículo repleto de menções honrosas.
E) Sem falsa modéstia, recebeu a ovação com elegância e alegria.

Atenção:

Para responder à questão de número 5, considere o texto abaixo.

O que me moveu, inicialmente, a fazer este texto foi uma sensação produzida por uma viagem ao Havaí. Sensação
de que se é parte de um cenário. Na praia de Waikiki, os hotéis têm lobbies que se comunicam, pontuados por
belíssimos (mas falsos) jardins tropicais, sem uma folha no chão, lagos com peixes coloridos, tochas, belos grama-
dos e, evidentemente, muitas lojas. Um filme de Elvis Presley.

Honolulu é um dos milhares de exemplos a que podemos recorrer. A indústria do turismo cria um mundo fictício de
lazer, onde o espaço se transforma em cenário e, desse modo, o real é transfigurado para seduzir e fascinar.

O espaço produzido pela indústria do turismo é o presente sem espessura, sem história, sem identidade. O lugar é,
em sua essência, produção humana, visto que se transforma na relação entre espaço e sociedade. O sujeito per-
tence ao lugar como este a ele. A indústria turística produz simulacros de lugares.

Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. A indústria do turismo produz um modo de estar em
Nova York, Paris, Roma, Buenos Aires... É evidente que não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros,
pois é claro que não o são; entretanto, o pacote turístico ignora a identidade do lugar, sua história e modo de vida,
banalizando-os.

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Os pacotes turísticos tratam o turista como mero consumidor, delimitando o que deve ou não ser visto, além do
tempo destinado a cada atração, num incessante "veja tudo depressa".

Essa rapidez impede que os olhos desfrutem da paisagem. Passa-se em segundos por séculos de civilização, faz-
se tábula rasa da história de gerações que se inscrevem no tempo e no espaço. Num autêntico tour de force con-
sentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Por sua vez, o turista vê sufocar um desejo que nem se esboçou,
o de experimentar.

No fim do caminho, o cansaço; o olhar e os passos medidos em tempo produtivo, que aqui se impõe sem que disso
as pessoas se deem conta. Não cabem passos lentos, olhares perdidos. O lazer produz a mesma rotina massa-
crante, controlada e vigiada que o trabalho.

Como indústria, o turismo não parece criar a perspectiva do lazer como possibilidade de superação das aliena- ções
do cotidiano. Só a viagem como descoberta, busca do novo, abre a perspectiva de recomposição do passo do
flâneur, daquele que se perde e que, por isso, observa. Walter Benjamin lembra que "saber orientar-se em uma
cidade não significa muito. No entanto, perder-se numa cidade, como alguém se perde numa floresta, requer ins-
trução".
(Adaptado de Ana Fani Alessandri Carlos. Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/eso/lourdes/turismoproduca-
ona olugar.html)

05. Honolulu é um dos milhares de exemplos a que podemos recorrer.

O verbo sublinhado acima possui o mesmo tipo de complemento que o empregado em:

A) A indústria do turismo cria um mundo fictício de lazer...


B) O sujeito pertence ao lugar como este a ele.
C) O lugar é, em sua essência, produção humana...
D) Só a viagem como descoberta, busca do novo, abre a perspectiva de recomposição...
E) ... e que, por isso, observa.

Atenção:

Para responder à questão de número 6, considere o texto abaixo.

Em 1936, Tomie Ohtake desembarcou no Brasil, vinda de Kyoto, no Japão. E quase 20 anos depois começou a
pintar. Nos anos 70, teve um dos momentos mais prestigiosos de sua carreira, quando expôs suas gravuras na
Bienal de Veneza de 1972, dividindo as paredes com artistas de renome. Segundo a análise de Miguel Chaia,
“usufruir uma obra de Tomie Ohtake propicia uma dupla experiência – incita a reflexão, num movimento primordial
de subjetivação, e estimula os sentidos, em direção às coisas externas do universo.

Mais interessante ainda é que as obras desta artista antecipam, pela intuição artística, imagens do espaço cósmico
obtidas por instrumentos de observação de alta tecnologia, como, por exemplo, o telescópio Hubble. A poética de
recriação do cosmo pela artista, que para a sua elaboração prescinde da intencionalidade, e a crescente utilização
de recursos tecnológicos para fotografar ou ilustrar pontos do universo formam um instigante material para aprofun-
dar questões referentes à sincronicidade entre arte e ciência”.
(Adaptado de: MESTIERI, Gabriel. Disponível em: entretenimento.uol.com.br e CHAIA, Miguel. Disponível em: ins-
titutotomieohtake.org.br)

06. A poética de recriação do cosmo pela artista, que para a sua elaboração prescinde da intencionalidade...

O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento que o sublinhado acima está empregado em:

A) ... as obras desta artista antecipam, pela intuição artística, imagens do espaço cósmico...
B) ... propicia uma dupla experiência...
C) ... Tomie Ohtake desembarcou no Brasil...
D) ... quando expôs suas gravuras na Bienal de Veneza de 1972...
E) ... incita a reflexão, num movimento primordial de subjetivação...

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Atenção:

Para responder à questão de número 7, considere o texto abaixo.

Os Beatles eram um mecanismo de criação. A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de John
Lennon e Paul McCartney. Dialética é diálogo, embate, discussão. Mas também jogo permanente. Adição e contra-
dição. Movimento e síntese. Dois compositores igualmente geniais, mas com inclinações distintas. Dois líderes
cheios de ideias e talento. Um levando o outro a permanentemente se superar.

As narrativas mais comuns da trajetória dos Beatles levam a crer que a parceria Lennon e McCartney aconteceu
apenas na fase inicial do conjunto. Trata-se de um engano. Mesmo quando escreviam separados, John e Paul o
faziam um para o outro. Pensavam, sentiam e criavam obcecados com a presença (ou ausência) do parceiro e rival.

Lennon era um purista musical, apegado a suas raízes. Quem embarcou na vanguarda musical dos anos 60 foi Paul
McCartney, um perfeccionista dado a experimentos e delírios orquestrais. Em contrapartida, sem o olhar crítico de
Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney teriam sofrido perdas poéticas. Lennon sabia
reprimir o banal e fomentar o sublime.

Como a dialética é uma via de mão dupla, também o lado suave de Lennon se nutria da presença benfazeja de
Paul. Gemas preciosas como Julia têm as impressões digitais do parceiro, embora escritas na mais monástica so-
lidão.

Nietzsche atribui caráter dionisíaco aos impulsos rebeldes, subjetivos, irracionais; forças do transe, que questionam
e subvertem a ordem vigente. Em contrapartida, designa como apolíneas as tendências ordenadoras, objetivas,
racionais, solares; forças do sonho e da profecia, que promovem e aprimoram o ordenamento do mundo. Ao se
unirem, tais forças teriam criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte que jamais existiu.

Como criadores, tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a dua-
lidade proposta por Nietzsche. Lennon punha o mundo abaixo; McCartney construía novos monumentos. Lennon
abria mentes; McCartney aquecia corações. Lennon trazia vigor e energia; McCartney impunha senso estético e
coesão.

Quando os Beatles se separaram, essa magia se rompeu. John e Paul se tornaram compositores com altos e baixos.
Fizeram coisas boas. Mas raramente se aproximaram da perfeição alcançada pelo quarteto. Sem a presença insti-
gante de Lennon, Paul começou a patinar em letras anódinas. Não se tornou um compositor ruim. Mas os Beatles
faziam melhor. Ironicamente, o grande disco dos ex-Beatles acabou sendo o álbum triplo em que George Harrison
deglutiu os antigos companheiros de banda, abrindo as comportas de sua produção represada durante uma década
à sombra de John e Paul. E foi assim, por estranhos caminhos antropofágicos, que a dialética de Lennon e McCar-
tney brilhou pela última vez.
(Adaptado de: DANTAS, Marcelo O. Revista Piauí. Disponível em: http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/bea-
tles. Acesso em: 20/02/16)

07. ... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a dualidade... (6°
parágrafo)

O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da frase acima está empregado em:

A) Os Beatles eram um mecanismo de criação.


B) Fizeram coisas boas.
C) ... a mais nobre forma de arte que jamais existiu.
D) ... criavam obcecados com a presença (ou ausência)...
E) ... que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.

Atenção:

Para responder à questão de número 8, considere o texto abaixo.

O processo impregnado de complexidade, ao qual se sobrepõem ideias de avanço ou expansão intensamente ide-
ologizadas, e que convencionamos chamar pelo nome de progresso, tem, dentre outros, um atributo característico:

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tornar a organização da vida cada vez mais tortuosa, ao invés de simplificá-la. Progredir é, em certos casos, sinô-
nimo de complicar. Os aparelhos, os sinais, as linguagens e os sons gradativamente incorporados à vida consomem
a atenção, os gestos, a capacidade de entender. Além disso, do manual de instruções de um aparelho eletrônico à
numeração das linhas de ônibus, passando pelo desenho das vias urbanas, pelos impostos escorchantes e pelas
regras que somos obrigados a obedecer – inclusive nos atos mais simples, como o de andar a pé −, há uma evidente
arbitrariedade, às vezes melíflua, às vezes violenta, que se insinua no cotidiano.

Não há espaço melhor para averiguarmos as informações acima do que os principais centros urbanos. Na opinião
do geógrafo Milton Santos, um marxista romântico, “a cidade é o lugar em que o mundo se move mais; e os homens
também. A co-presença ensina aos homens a diferença. Por isso, a cidade é o lugar da educação e da reeducação.
Quanto maior a cidade, mais numeroso e significativo o movimento, mais vasta e densa a co-presença e também
maiores as lições de aprendizado”.

Essa linha de pensamento, contudo, não é seguida por nós, os realistas, entre os quais se inclui o narrador de O
silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto. Para nós, o progresso transformou as cidades em confusas
aglomerações, nas quais a opressão viceja. O narrador-personagem do romance de Di Benedetto anseia desespe-
radamente pelo silêncio. Os barulhos, elementos inextricáveis da cidade, intrometem-se no cotidiano desse homem,
ganhando existência própria. E a própria espera do barulho, sua antevisão, a certeza de que ele se repetirá, despe-
daça o narrador.

À medida que o barulho deixa de ser exceção para se tornar a norma irrevogável, fracassam todas as soluções
possíveis.

A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito, do nosso controle.
(Adaptado de: GURGEL, Rodrigo. Crítica, literatura e narratofobia.
Campinas, Vide Editorial, 2015, p. 121-125)

08. E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador.

O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado acima está em:

A) Por isso, a cidade é o lugar da educação...


B) ... nas quais a opressão viceja.
C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio.
D) ... há uma evidente arbitrariedade...
E) ... fracassam todas as soluções possíveis.

09. Essa obra formidável do sábio francês representa seis anos de viagens pelo nosso interior...

O verbo transitivo empregado com o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está em:

A) ... o seu nome não figura, como o do outro, em todas as enciclopédias.


B) Roquete Pinto narra o encantado interesse com que na fazenda...
C) ... tão pitorescos são os aspectos e a linguagem que neles...
D) Escrevia sem sombra de ênfase nem pedantismo.
E) Em dezembro de 1816 Saint-Hilaire partiu para Minas...

10. Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras.

O verbo transitivo empregado com o mesmo tipo de complemento com que foi empregado o verbo grifado acima
está em:

A) É mentira!
B) A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d. Pedro II.
C) ... que estava vivo, bem vivo.
D) E morreu num naufrágio...
E) Entre exclamações, citou Horácio...Parte inferior do formulário

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Atenção:

Para responder à questão de número 11, considere o texto abaixo.

A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20 como fonte de gênios − Sigmund Freud, o criador da
psicanálise, e o pintor expressionista Egon Schiele são alguns deles. Em outra face, menos vistosa, foi também um
dos berços mentais do nazismo. Numa perspectiva mais amena, vastas regiões do país são conhecidas pela sua
beleza inóspita, altas montanhas, desfiladeiros e precipícios onde a neve e o verde competem, sob a proteção de
hospedarias pitorescas, para atrair turistas ao som da música típica do Tirol.

Lá viveu, também, Thomas Bernhard (1931-1989), um dos mais agressivos escritores do século passado − e alguém
que, radicado na Áustria desde criança, dedicou sua vida a falar mal do país, a ponto de tornar esse mal-estar um
dos pontos centrais de sua arte. Um dos itens de seu testamento foi a proibição expressa de que peças suas fossem
representadas e seus textos inéditos fossem publicados no país − o mesmo país que, hoje, subsidia a tradução de
seus livros para o resto do mundo.

Podemos nos perguntar como um projeto aparentemente tão limitado − que um leigo creditaria a uma mera expres-
são de ressentimento confessional − possa de fato se transformar em grande literatura. Em livros como O náufrago,
Árvores abatidas e Extinção, um narrador exasperado e aparentemente sem rumo, que se realiza em frases a um
tempo irresistíveis e intermináveis, vai como que destruindo a golpes de medida impaciência qualquer possibilidade
de remissão humana.

Um exemplo: “Num hotel do centro de Viena, cidade que sempre tratou pensadores e artistas com a maior falta de
consideração e desfaçatez possíveis e que poderia com certeza ser chamada de o grande cemitério de fantasias e
das ideias, porque dilapidou, desperdiçou e aniquilou um número mil vezes maior de gênios do que aqueles aos
quais de fato emprestou fama e renome mundial, foi encontrado morto um homem que, com absoluta clareza de
pensamento, deixou registrado num bilhete o verdadeiro motivo de seu suicídio, bilhete que, então, prendeu ao
paletó.” O trecho é de um dos textos que compõem O imitador de vozes.

Distinta de suas narrativas mais conhecidas, a obra mantém intactas a linguagem e a verve de Thomas Bernhard.
Há um humor sombrio em todas as páginas, mas nada se reduz a uma anedota − o leitor ri de algo que não consegue
controlar ou definir.

Este meticuloso painel do desespero se compõe de breves relatos aparentemente jornalísticos, casos curiosos ou
inexplicáveis. O narrador dessas histórias, em que não há quase nada de onírico ou alegórico, frequentemente é
uma representação coletiva: “chamou-nos a atenção”, “conhecemos um homem”.

Esse “nós”, que nunca se apresenta, é a representação de um coro, uma voz coletiva, o temível “senso comum” −
ou a voz da Áustria, que Thomas Bernhard transformou numa província asfixiante e opressiva e numa das obras
mais desconcertantes da literatura ocidental.
(Adaptado de: TEZZA, Cristovao. Disponível em: http://www. cristovaotezza.com.br/textos/p_resenhas.htm)

11. Há um humor sombrio em todas as páginas...

O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do grifado acima está empregado em:

A) Lá viveu, também, Thomas Bernhard... (2º parágrafo)


B) ...porque dilapidou (...) um número mil vezes maior de gênios... (3º parágrafo)
C) ...foi encontrado morto um homem... (3º parágrafo)
D) ...a neve e o verde competem (...) para atrair turistas... (1º parágrafo)
E) A Áustria entrou para a história da inteligência... (1º parágrafo)

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GABARITO

01. A
02. C
03. C
04. E
05. B
06. C
07. B
08. D
09. B
10. E
11. B

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