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Editorial
Faze o que tu queres há de ser tudo da lei.
Qual é a importância do estudo e da pesquisa quando se trata de ocultismo e do
cotidiano? Na era que nos encontramos, a do conhecimento, lotados de informação por
todos os lados, o que nos faz cair em condições de conhecimentos superficiais, a
pesquisa ajuda ter uma noção aprofundada de cada assunto, podendo assim analisar os
prós e contras, evitando cair em contradições. Podemos notar um certo extremismo nos
diálogos, que naturalmente deveria nos levar uma reflexão mais aprofundada sobre a
humanidade. Alguns questionamentos devemos fazer a nós mesmos como humanos,
qual é a nossa condição, qual é a do outro e como nós nos projetamos no outro aquilo
que somos. Existe um fenômeno muito comum na psicologia Freudiana chamada
projeção mais aprofundada e definida por Peter Gay: “a operação de expulsar os
sentimentos ou desejos individuais considerados totalmente inaceitáveis, ou
muito vergonhosos, obscenos e perigosos, atribuindo-os a outra pessoa ”.
Reconhecer quem somos é um fator fundamental para o autoconhecimento, e um
trabalho árduo que poderá ser iniciado a qualquer momento. Isso vale para o que
desejamos conservar, se é o nosso desenvolvimento potencial ou aquilo no qual
odiamos, que são nossos e projetamos nas pessoas como se fossem delas. Esse é o
ensejo e o desejo, a mão estendida ao diálogo, e a pesquisa que nos levou ‘a esta
produção comemorativa de 1 ano da Revista 777, assim gostaríamos de agradecer a
todos os nossos leitores, a todos que escreveram seus ensaios, estudos, poesias, toda a
arte disponível, nosso muito obrigado a IAO131 pelo hexagrama unicursal “brasileiro”
por ele presenteado a nós, assim como a primavera, florimos a todos nossa revista
repleta de estudos e pesquisas que colorem, cheiram, pulsam e vibram e torcemos que
você vibre nesse exercício de humanidade junto conosco. Boa leitura! E Aquele 93!
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Índice
NuISIS …………………………………………………………………………………………..… 08
Kephra ………………………………………………………………………………………….…. 17
Ninfa …………………………………………………………………………………………….… 33
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
There is also a rule that the Members of the A.'.A.'. shall not
know each other officially, save only each Member his superior
who introduced him and his inferior whom he has himself
introduced.
This rule has been relaxed, and a “Grand Neophyte”
appointed to superintend all Members of the Order of the G.D.
The real object of the rule was to prevent Members of the
same Grade working together and so blurring each other’s
individuality; also to prevent work developing into social
intercourse.2
(Liber 185)
1A Chanceler da A ∴ A ∴ não vê com bons olhos a prática de Probacionistas trabalhando em conjunto. Uma probacionista
deve trabalhar com sua Néofita ou sozinha. Quebra desta regra pode resultar em impedimento ao avanço. (Tradução livre)
2Também existe uma regra que membros da A ∴ A ∴ não devem conhecer uns aos outros oficialmente, exceto pela pessoa
superior a cada membro que a introduziu e seu inferior que ela mesmo introduziu.
Esta regra foi relaxada, e um "Grão Neófito" designado para supervisionar todos os membros da da A.D. O real objetivo
desta regra era prevenir membros do mesmo grau de trabalharem juntos, desta forma tornando turva a individualidade de
cada um; também para evitar que trabalho se torne um evento social.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
queda fosse transmitida ao vivo no youtube. Não tem macete fácil para juntar
coragem e “ir lá” dar a cara a tapa, opinar, mas ver valor nessa empreitada já
não deixa a pessoa tão desamparada.
E por que essa empreitada tem valor? Para que você veja que as pessoas
são zoadas, que vacilar é quase uma constante universal.
Assim que eu comecei a me identificar seriamente com Thelema, quando o
anzol finalmente me fisgou, eu tive o privilégio de poder conviver intensamente
com outros thelemitas, em especial irmãos da mesma linhagem da A ∴ A ∴ à qual
eu sou ligado hoje e mais do que qualquer outro grande afeto, trabalho, risadas e
apoio que eu recebi, eu pude ver em primeira mão que a galera falha.
Quando eu digo falha, não é no pedantismo de “adeptos também cagam”
ou que um grande iniciado pode ficar doente, mas de que tem gente no rolê que
está com dívidas, ou que é enrolado com compromissos, outros tem dificuldade
para se expressar ou para se conectar, tem uns que as vezes bebem demais e
passam mal, outros são inconvenientes sem perceber.
E essa constatação, de que “todo mundo tem problemas” pode parecer
simples ou boba, mas a grande maioria das sacadas iniciáticas são justamente
nas frases mais simples e que estavam o tempo todo na sua cara.
Uma vez antes de pedir admissão na A ∴ A ∴ uma pessoa comentou que
“me disseram que é a ordem mais difícil de se entrar” e independente do quão
verídico esse boato é, primeiro isso me travou, e depois me impulsionou como
um desafio.
Eu acredito que seja difícil separar o probacionismo do sentimento de
solidão (que é diferente de abandono), e nessa solidão é comum as reflexões
sobre se você é boa o suficiente, se é digna desse acesso e outras baboseiras
trazidas pelo Santo Ego Guardião.
Com o isolamento esse sentimento só tende a crescer, aquela pessoa longe
que está te instruindo, deve ser um adepto de alto grau, com pleno controle das
suas capacidades e condições, o ultimate mago implacável que não enfrenta
adversidades, e dai para se convencer de que estamos longe desse ideal, é um
pulo.
Lembro com extrema clareza de desabafar com meu instrutor sobre um
problema sério que eu tive durante a probação e que estava pensando em
desistir, por que eu não me achava capaz de aguentar esse tipo de tranco ao
longo da minha vida.
Ao invés de me consolar ele me contou sobre uma vez que ele se fudeu,
perdeu algo de grande valor para ele, e a moral da história é que a vida tem
dessas coisas mesmo, nem sempre tem aquela epifania linda e compensa todo o
esforço e a perda imediata de algo, as vezes a gente perde, fica mal, e faz o
possível pra seguir em frente e melhor.
Por algum motivo que eu ainda não mapeei suficientemente, isso me deu
um imenso alivio para continuar.
Acreditem, não precisa de muita coisa, as vezes na angústia uma voz que
diz “é foda mesmo, eu ralei muito, mas tô aqui” promove um acalento enorme a
alma.
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NuISIS
Perco-me ao me encontrar.
Encontre-me ao me perder.
Sozinho.
Eu estou sozinho.
I.156
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Existe em mim uma qualidade quase imbecil de estoicismo. Eu simplesmente não sou
capaz de me incomodar em me preocupar com perigos ou dificuldades de qualquer tipo a
não ser que sua ação esteja em minha percepção imediata. – Confessions of Aleister
Crowley, Capítulo 55
Estoicismo é um ramo da filosofia que iniciou com o filósofo Zenão de Cítio, que
perdeu todas as suas riquezas em um naufrágio e acabou indo parar na Grécia,
onde estudou filosofia. Zenão reunia pessoas no Pórtico Pintado em Atenas ( Stoá
Peisianákteios) para discutir seus ensinamentos, daí foram chamados de
“estóicos” (de Stoá). A filosofia estóica atraiu pessoas de todas as classes, gente
como o imperador Marco Aurélio e o escravo aleijado Epiteto.
É muito bonito dizer que “os sofrimentos são apenas como sombras; eles passam
& estão acabados; mas existe aquilo que resta”, mas quando a água bate na
bunda precisamos elaborar um pouco mais sobre isso. A filosofia estóica é uma
3εὐδαιμονία, que literalmente significa “eu habitado por um daemon”, um bom gênio.
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Lógica Estóica
Quando julgamos uma impressão como adequada, não nos preocupamos em ser
infalíveis, mas julgamos seu grau de exatidão relativo às evidências que temos:
sua história, referência a outras impressões e as condições dos nossos órgãos
dos sentidos. Se não temos informações o suficiente, suspendemos o julgamento
e não consentimos com a impressão.
Física Estóica
De acordo com o Estoicismo, somente corpos existem. Isso não quer dizer que
apenas coisas tangíveis existem, porque corpos são quaisquer coisas que agem
ou sobre as quais se pode agir. É o ativo e o passivo, onde o ativo informa o
passivo para criar formas:
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“[...] o objetivo de qualquer cerimônia mágicka é unir o Macrocosmo e o Microcosmo. [...] Você
deve deixar seu Macrocosmo e Microcosmo exatamente equilibrados, verticalmente e
horizontalmente, ou as imagens não coincidirão.” - Magick em Teoria e Prática, Capítulo
VIII.
Essa força que forma o mundo material é chamada de Pneuma, e ela possui três
princípios: coesão (a força que dá unidade aos objetos físicos); natureza (a força
pelo qual se diz que algo está vivo, principalmente em organismos como plantas)
e alma (a força nos animais pelos quais eles têm capacidade de percepção,
movimento e reprodução). No ser humano existe ainda um quarto princípio, a
alma racional (a razão nos humanos adultos).
Os estóicos são criticados por usar Deus como um mero rótulo para Natureza,
mas isso não quer dizer que todos os estóicos são ateus. Alguns consideram que
os processos da natureza são inteligentes, conscientes e providenciais, que Deus
é um ser consciente e vivo, mesmo sendo a própria Natureza.
“Tu deves: (1) Descobrir qual é a tua Vontade. (2) Fazer a tua Vontade com: (a) unidade de
propósito; (b) desprendimento; (c) paz. Então, e somente então, tu estás em harmonia
com o Movimento das Coisas, tua vontade parte da, e portanto igual à, Vontade de Deus. E
desde que a Vontade não é mais que o aspecto dinâmico do ente, e desde que dois entes
diversos não podem possuir vontades idênticas; então, se tua vontade é a vontade de
Deus, Tu és Aquilo.” – A Mensagem do Mestre Therion
Aquilo que emprega a razão é superior a aquilo que não a emprega, e como nada
é superior ao cosmos, o cosmos emprega a razão. Como somos conscientes e
parte do cosmos, então o cosmos também é consciente.
“Através de nossos olhos, o universo percebe a si mesmo. Através de nossos ouvidos, o universo
está ouvindo suas próprias harmonias. Nós somos as testemunhas através das quais o
universo se torna consciente de sua própria glória, de sua própria magnificência.” ― Alan
Wilson Watts
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Ética Estóica
A base da ética estóica é que o instinto básico que dirige todos os animais é a
autopreservação. Nossas escolhas mais primitivas se baseiam nisso, se aquilo
que faremos irá nos beneficiar ou prejudicar.
Tendo em vista isso, todas as coisas podem ser classificadas em três grupos:
Para os Estóicos somente a excelência (virtude) é boa porque ela contribui para
nossa sobrevivência como seres racionais. Comida, abrigo, riqueza, etc. não são
“bons”, eles apenas têm valor para nós, portanto são indiferentes. A própria vida
é um indiferente. Tais coisas não podem ser boas, porque também podem ser
más. Então não são nem boas e nem más, são indiferentes. A posse de coisas
externas não pode garantir a felicidade, mas a posse da virtude sim.
“[...] a Espada liberta as percepções da teia da emoção. [...] As percepções em si são sem
significado; mas as emoções são piores, pois elas enganam suas vítimas fazendo-as
acreditar que tais emoções são significativas e verdadeiras.” – Liber ABA, Parte II: Adaga.
Epíteto introduz uma categorização ainda mais simples em seu Enchiridion. Para
ele as coisas se dividem em duas: o que está sob o nosso controle o que não está
sob o nosso total controle.
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A única coisa sob nosso total controle é a escolha. Como agir, como reagir.
Focando nas coisas que estão sob nosso controle, podemos assegurar a virtude.
Exemplo: você chega no prédio antigo onde você trabalha. Você entra naquele
elevador suspeito (quando será que foi a última manutenção dele?) e aperta o
botão “11”. O elevador dá aquela tremida usual e sobe. Lá pela altura do nono
andar, a luz pisca e o elevador parece cair cinco centímetros, que para você
pareceram dez metros. Você imediatamente sente um frio na barriga e pensa que
o elevador vai cair. O susto passa e o elevador continua subindo, chegando em
segurança no décimo-primeiro andar. Esse primeiro “susto” não é uma emoção
genuína, foi só um primeiro movimento. Agora, se você assentir com esse
primeiro julgamento sem avaliar a impressão adequadamente, você borra as
calças.
“Toda emoção é uma obsessão; a mais horrível das blasfêmias é atribuir qualquer emoção a Deus
no macrocosmo, ou à alma pura no microcosmo. Como pode aquilo que é auto-existente,
completo, ser movido? [...] Mas se o ponto em si pudesse ser movido, ele deixaria de ser
quem é, pois posição é o único atributo do ponto. Portanto o Magista precisa tornar-se
absolutamente livre em respeito a isso.” – Liber ABA, Parte II: Adaga.
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“Seu dever para consigo mesmo. [...] Explore a Natureza e Poderes de seu próprio Ser. Isso inclui
tudo que é, ou pode ser para ti: e você deve aceitar tudo exatamente como é em si, como
um dos fatores que compõe seu Verdadeiro Self. Assim este Verdadeiro Self por fim inclui
todas as coisas, sejam quais forem; sua descoberta é Iniciação (a viagem em direção
interna) [...] Não reprima e nem restrinja qualquer instinto verdadeiro de sua Natureza;
mas devote tudo em perfeição apenas ao serviço de sua única e Verdadeira Vontade. –
Dever.
Alguns Exercícios
A Revisão de Sêneca
Antes de ir dormir, faça uma avaliação de como foi o seu dia em seu Diário
Mágico, avaliando sob cada um destes aspectos:
Assista ao vídeo “Você sabe com quem está falando?”, de Mario Cortella:
https://youtu.be/P3NpHryB-fQ
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O Autocontrole de Epiteto
Durante o seu dia, sempre que surgir alguma situação com a qual você se sente
mal, pergunte-se: “Que controle eu tenho sobre isso?”. Faça disso um hábito.
Segundo Epiteto, apenas a escolha está sob nosso controle.
Premeditatio Malorum
Defina um objetivo. Agora acrescente “se der tudo certo”. Por exemplo: “vou
pescar amanhã, se tudo der certo”.
Pense em todos os problemas que podem surgir entre você e o seu objetivo. Pode
ser que chova, que sua vara quebre, que o barco afunde, que o carro enguice,
que ocorra uma emergência no trabalho, que você fique doente, etc. Perceba
como é natural que problemas aconteçam. Se não der certo, não se lamente.
Conclusão
Essa atitude quase causou o fim do Estoicismo, porque muitos destes filósofos
não estavam interessados em escrever livros e promover suas ideias, então
grande parte do que temos hoje são escritos de alunos sobre seus mestres ou de
outros filósofos criticando os estóicos. No entanto, um bocadinho de teoria
sobreviveu até os tempos atuais e embasa a prática do Estoicismo.
Essa foi apenas uma breve introdução aos conceitos básicos do Estoicismo de
acordo com a obra de John Sellars, que resume tudo o que foi dito pelos antigos
estóicos, seus críticos e comentadores. Para saber mais sobre o Estoicismo e
suas práticas, consulte a bibliografia a seguir, especialmente O Manual da Vida
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Boa (O Enchiridion), editado por Dr. Chakrapani, um texto breve e direto que
provavelmente chamará a sua atenção.
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Kephra
Liantony Lopes
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O QUE?
Aqui vem a primeira dica para os incautos: não perca tempo com definições
não claras. Busque explicações objetivas da matéria que você quer explorar. O
que é um celular? Um celular é um aparelho móvel que permite comunicação à
distância. Definir claramente o que são as coisas é essencial para que você não
se desvie. Assim, se estiver praticando o ritual menor do pentagrama, foque
nele, por mais que haja diversos itens nele que o levará à Cruz Cabalística,
Arcanjos, Pentagramas, etc. Cada item é uma definição por si: saiba qual é, da
forma mais simples e objetiva possível. Sem definição, qualquer discussão é
perda de tempo. Se você quer um resultado científico, é preciso analisar também
o que se espera de determinada matéria ou prática.
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sobre o tema. Uma técnica que uso no piano e é muito reconhecida é estudar
com mãos separadas: primeiro a mão esquerda, depois a direita, só para então
juntá-las. O porquê disso é simples: simplificar passagens difíceis. Essa é a teoria
básica da aplicação das mãos separadas. O legal de ter uma teoria básica é que
podemos avançar para outras por conta própria: sabendo que tocar com mãos
separadas facilitará minha vida, eu posso também aplicar isso às passagens
fáceis, diminuindo o tempo necessário para aprendizado.
A busca da eficiência deve ser constante na magia: perder menos tempo
possível testando uma grande diversidade de práticas para depois vivê-las! Uma
recomendação aos estudantes e probacionistas da A.’.A.’.: estudem
exaustivamente, mas não percam muito tempo estudando. Façam a sua tarefa e
avancem. O mesmo para probacionistas: experimentem de tudo, mas não fiquem
estagnados aí esperando dez anos para tomar a decisão de buscar novos
horizontes!
COMUNICAÇÃO
Por fim, tendo o assunto definido, estudado e experimentado, é hora de
comunicar. Comunicar é importante pois ajuda a localizar e eliminar - seja qual
for sua ideia de - erros. Quando escrevemos uma experiência estamos revivendo
o ato: podemos analisar novamente qualquer coisa que tenha saído do controle.
Posso confirmar também que isso ocorre na pesquisa científica. Inúmeras vezes
fiz experimentos variados e as maiores respostas surgiam quando eu estava
analisando e escrevendo, e não fazendo a experiência em si! Comunicar também
não é apenas escrever no diário, mas discutir com outras pessoas experientes na
matéria de interesse, e claro: interagir ativa ou passivamente com sua prática.
Comunicar é uma importante ferramenta de síntese e de aprendizado e vale a
pena tentar explicar o conteúdo absorvido, mesmo que seja para você mesmo!
É legal e útil levar as sessões de estudo mágicko e prático como projetos.
Diante de um tema, precisamos definir: objetivo, estimar tempo e esforço
necessários, recursos disponíveis, saber como quer concluí-lo e então criar um
plano de ação. Usarei como exemplos o estudo do Liber AL. Essa parte inicial do
objetivo pode ser feito com os passos acima: respondendo as questões básicas
de o que, por que, como, onde e quando. Depois de definidos o objetivo, tempo
que durará o estudo, esforço necessário, o que tenho à disposição, e sabendo o
resultado que espero, faço o plano que pode simplesmente ser uma lista de
tarefas. Isso não precisa ser extremamente destrinchado, mas cada livro ou
material pode ser um projeto.
Os sentidos são a base de entrada de informação no cérebro. Durante a
infância dos 0 aos 7 anos os sentidos tem papel fundamental no
desenvolvimento cerebral. Tentar usar múltiplos sentidos no aprendizado é uma
prática estudada e comprovadamente leva a resultados eficientes no
aprendizado. Se por exemplo você precisa estudar o capítulo I de Liber AL vel
Legis você pode iniciar uma leitura geral concluindo o que fala cada verso. Em
seguida pode relacionar cada verso com um cheiro, um gosto, uma imagem, ler
em voz alta ou imaginar alguém falando, e ter uma memória tátil do que é dito.
Por exemplo se estudamos o primeiro versículo, temos:
“A Manifestação de Nuit”
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Esquecemos de considerar porém que cada dia na nossa vida, apesar da rotina, é
diferente do anterior. A vida no automático é bem mais fácil para todo mundo:
menos tempo, esforço gastos - totalmente compreensível. Além disso tem aquele
sentimento de confiança quando intuímos algo, já que a intuição coaduna quase
100% com nossas emoções, experiências passadas, lições aprendidas. Mas
decidir se vai morar em Jacarepaguá ou Quixeramobim, se vai casar com a
Madonna ou com a filha do Imperador Hiroito, se vai entrar na Ordem Mágica X
ou Y não deveriam ser decisões jogadas aos ventos e digo mais: mesmo aos
oráculos (confesso que eu uso como desempate!). Aquela ideiazinha de um texto
bem divulgado que fala que nossas escolhas tem 50% de chance de dar certo e
que isso vale pra todo mundo só serve à poesia mesmo, pra mim. A chave da boa
decisão está em seguir os caminhos não óbvios: fugir da nossa intuição.
Não adianta falar também que uma decisão, para ser boa, tem que ter um
resultado bom. Há eventos todos os dias que mostram que uma decisão ruim
pode ter um final positivo. A realidade é que a sorte e a intuição guiam grande
parte do nosso dia, seguindo o método natural do menor esforço. Fazer uma
escolha boa pode não ter necessariamente resultados bons, mas a chance de
acertar aumenta. Uma das perguntas mais constantes que observo em fori e
comunidades de redes sociais relacionadas a Magia e Ocultismo é: “Qual é a
melhor ordem para se começar?”. Essa pergunta, se realmente buscarmos, deve
pulular diariamente nesses grupos e comunidades. Pior que a maioria das
pessoas que responde a esse tipo de pergunta responde coisas tão vagas quanto
“isso não é relevante”, e não param para notar que, se uma grande quantidade
de pessoas faz a pergunta, ela é SIM importante e relevante. Estendendo isso
para além de Ordem, vamos discutir como escolher Ordens, Grupos, Estudos e
Práticas.
Quando falamos em Sistema Mágicko estamos falando não de uma coisa
que começaremos hoje, executaremos por cinco ou dez horas e mudaremos
amanhã. Muitas disciplinas do Ocultismo devem ser aplicadas em teoria por
longos períodos. Sejam períodos de trinta ou sessenta dias, sejam até anos. Não
deve ser muito legal chegar num ponto X após quinze anos de práticas
devotadas e descobrir que a escolha não foi tão boa, que o tempo foi
praticamente perdido, e que o Sistema é falho. Muitos podem me questionar:
“Ah, mas cada um é cada um”. Sim, isso é muito bom mas novamente: fazer as
coisas baseadas em evidência é muito melhor do que apenas chutar (quando
temos um objetivo, claro). Temos mais pontos semelhantes do que divergentes, e
isso garante a possibilidade de existir sistemas mais e menos eficientes para
cada um. Não é garantia de nada, é apenas probabilidade um pouco maior
mesmo de acertar. Além disso, saber escolher sistemas e práticas tem uma
utilidade: são centenas de sistemas, mais ou menos complexos, e muitos deles
exigem longos períodos de estudo e prática para serem bem experimentados
numa era em que um trabalho de 8 ou 9 horas e um trajeto de trem ocupam
quase 75% do nosso dia.
Vou começar falando o que eu acho que vai atrapalhar você na escolha de
qualquer Sistema ou Método de práticas Magickas e em seguida uma alternativa
para resolução:
0. Desmotivação. Não ter um motivo e objetivo pode ser até bonitinho; mas
tê-lo pode diminuir em anos o tempo que você levará para a Consecução e ter
pequenos objetivos ajudará a identificar melhor seus resultados. Se souber de
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forma clara seu Objetivo ou sua Aspiração, você terá mais facilidade de corrigir
erros de percurso e direcionar suas práticas e escolhas para essa Aspiração,
mesmo com o dinamismo aparentemente inato da Verdadeira Vontade;
1. Ansiedade. Escolher as coisas depressa demais e com ansiedade;
normalmente seguimos nossa intuição cegamente, mas esquecemos que ela é o
caminho mais curto de escolha com base em coisas que já conhecemos. Isso se
resolve seguindo, por exemplo, os passos dados nesse texto: seguir um método,
calma e sistematicamente;
2. Dispersão. Sem uma organização, mesmo pensando muito podemos
chegar numa decisão ruim. O resultado será uma bagunça de opções e variáveis
não muito objetivas. Foque no mais importante: você, sua personalidade, suas
capacidades, seus sentimentos e ideais como base para as decisões de sistemas
mágicos;
3. Inércia. Às vezes queremos uma decisão perfeita, temos medo de errar
ou mesmo incerteza. Todos compreensíveis, mas a inércia deve ser evitada. O
resultado será baixa produtividade já que você postergou com a decisão a prática
do Sistema escolhido. E baixa produtividade em Magick é ficar longe da Grande
Obra;
4. Autoconfiança exagerada. A maioria das pessoas superestimam suas
capacidades. Isso faz com que diversos aspectos negativos passem
despercebidos, inclusive no momento de avaliar opções e práticas. Autoconfiança
exagerada fará com que você erre e pior: não aprenderá com o erro, repetindo
ele diversas e diversas vezes. Ter uma mente aberta é uma solução para isso.
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antes”, defina um período para essa decisão, algo entre um e seis meses creio
ser suficiente. Não perca muito tempo também se decidindo: experimentar e agir
tem seus valores. Qual a coisa mais importante que você busca numa
ordem/estudo/prática? Você precisa dela? O que seria positivo e negativo em
participar de um grupo ou destrinchar um sistema sozinha?
Depois de definidos os pontos importantes para você, é hora de pesquisar
conforme os métodos indicados anteriormente. Ao longo do período de escolha,
você terá já uma lista de opções. Quanto mais alternativas tiver e conhecê-las
bem, maior será a probabilidade de escolher uma coisa boa e sair contente com
a decisão. Considere sempre também a probabilidade de sucesso na prática e
estudo - e busque saber se há algum resultado esperado. Se eu não sei Sânscrito
e tenho dificuldades com qualquer idioma novo, teria sentido eu entrar para uma
Ordem Tibetana que exige proficiência em Sânscrito? Bacana até. Mas quão
frustrante seria se eu não conseguisse entrar por conta do idioma? Vale o
esforço? O que eu encontraria lá é algo raro o suficiente que justifique o tempo e
custo dedicados? Lembre-se também que existem tradições que exigem
dedicação exclusiva: elas podem fechar a porta para outras organizações/temas
que você tenha interesse.
Talvez nenhum parágrafo seja tão importante quanto este: onde falamos de
planos de contingência. Um plano de contingência serve para resolver - definitiva
ou paliativamente - um problema em caso de crise. Imagina que você tem uma
apresentação importantíssima no trabalho, às 19:00, para um grupo de
investidores que só vieram à cidade para essa reunião. Seus slides podem se
perder, o projetor pode pifar, o computador travar. Diversos problemas podem
ocorrer. Um plano de contingência assegurará que, se algum problema ocorrer, a
solução será aplicada o mais rapidamente possível. Um bom planejamento
também deve ser feito caso a sua decisão seja errada: o que fazer se um
estudo/prática/sistema não está agradando? Alguns investidores em bolsa de
valores relatam gastar 90% do tempo pensando nas merdas que podem ocorrer
no mercado, e apenas 10% do tempo pensando em como lucrar.
Resumindo, dei alguns passos de como tornar o estudo e prática mágickos
mais eficiente e ganhar tempo. Os passos decorrem de analogias feitas em
outros campos de atuação como a Ciência, Artes e Música e da minha
experiência própria na aplicação delas. E não se engane quem acha que só é um
método válido para mim: estudei muitos artigos durante os anos para achar a
batida quase perfeita para organizar meus estudos e práticas, sejam de trabalho,
universidade, magia, música ou arte. Se você aplicar as ideias desses métodos à
sua própria personalidade, acredito muito que terá sucesso. Por enquanto só vale
a palavra mor de motivação: aplique. Prove. Teste. Experimente. Conclua. E que
possamos nos guiar cada dia melhor e mais livres no caminho da Arte sem nome.
Amaranthus
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Pulsa, pulsa…
Vibra o cio
Naturam loquitor
És toda nossa
Bate o tambor
Pulsa a vida
Retumba o ventre
É fértil a terra
Prima Vera
Na ponta da língua
Queima a retina
Grávida de cores
Pulso, Vibro,
Louco, Viril
Dançamos nus
Em fricção elétrica
Testemunham as estrelas
H418
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A vida de Parsons
Jack Parsons nasceu em 1914 em Pasadena, Estados Unidos. Embora seus pais
tivessem se divorciado desde a infância, estava indo muito bem com a mãe.
Além disso, a família dos avós era muito rica e a família na qual foi criado não
existia problemas financeiros.
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Deram aos seus próprios mísseis de pesquisa um slogan: por aspera ad astra
(faça o meu melhor para chegar ao céu).
Sem poder fazer seus testes explosivos no jardim dos fundos de sua casa,
Parsons só tinha uma opção, que era experimentá-los nos banheiros da escola.
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Embora eles tenham conseguido seus próprios laboratórios, devido aos seus
experimentos, alguns laboratórios acabaram explodindo, deixando os
laboratórios vizinhos com problemas.
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Todos ficaram muito surpresos com o fato de que este problema que assolava o
combustível por muitos anos foi resolvido por Parsons sem educação superior. Por
causa dessa pesquisa inovadora de Parsons, o governo dos EUA investiu
pesadamente na equipe de Parsons.
Parsons, cuja carreira é tão grande, ele mesmo estabeleceu uma Abadia para si.
Para este fim, comprou uma casa grande chamada "Parsonage".
Mas toda vez que a polícia chegava ao local, sabiam que ele era um jovem
cientista famoso e não seria mais solicitado que ele se retirasse e seu
comportamento social começou a piorar.
Em 1943, ele foi retirado da empresa por outro fundador da Aerojet. Decidiu usar
dinheiro que ele conseguiu com a venda de ações da Aerojet, pois queria se
dedicar a magia. Conheceu Ronald Hubbard, um romancista de ficção científica e
que também era um fã de magia.
Hubbard agiu falsamente e tirou todo o dinheiro de Parsons, isso fez com que ele
sofresse muito, ele voltou a realizar sua pesquisa sobre foguetes. O infortúnio
não foi unilateral, em 1950, ele era suspeito de estar envolvido em espionagem
pelo FBI, dizendo que ele vendeu dados de equipamentos para o governo
israelense. Como resultado, a carreira de pesquisa que ele queria retornar ao
foguete teve que ser finalizada.
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Nos próximos anos, Parsons aceitou apenas alguns trabalhos casuais, como
reparar eletrodomésticos ou projetar efeitos explosivos para filmes de Hollywood.
Em 1952, Parsons foi morto em uma lesão grave quando ele estava testando
foguetes em sua casa.
Quando Parsons morreu, ele tinha apenas 39 anos de idade. Suas realizações
absurdas e geniais em apenas algumas décadas são surpreendentes.
Seis anos após sua morte, o Jet Flying Propulsion Laboratory que ele fundou (JPL,
a equipe original de suicidas) também se tornou parte da NASA.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Algumas pessoas dizem que gênio e louco são separados por uma linha.
Parsons foi ambos. Tanto o foguete quanto a magia, vêm de sua curiosidade e
busca do mundo.
Fontes das imagens: https://baike.baidu.com/tashuo/browse/content?id=f60e3010949dece8b2a48b39
Soror Adler
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Ninfa
Liantony Lopes
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Este texto tem como objetivo mostrar as principais escritoras falecidas e indicar
pelo menos um texto de referência e um ponto sobre sua importância e
influência nos conceitos chaves do esoterismo moderno e quando possível,
mostrar quem elas influenciaram diretamente. O Outro motivo de usar como
parâmetro as falecidas há algum tempo é me auxiliar, com a ajuda do
distanciamento histórico qual a importancia da autora. Para que haja um
distanciamento histórico seguro que permita identificar uma linha de influência
gerada, apenas serão comentadas autoras já falecidas. E como parâmetro utilizei
a autoras que contribuíram diretamente em livros e revistas de
ocultismo/esoterismo, por isso deixo de as artistas plásticas Pamela cold smith e
Lady Harris e a revisora do Liber Abba, Soror Estai, ou outras pessoas
importantes como Mari Deste, Soror Alostrael, Soror Laylah, e Rose Kelly.
Esse texto não foi pensado para entrar nas minúcias dessa problemática, e creio
que há outras pessoas com mais propriedade pra expressar ponto a ponto os
possíveis motivos, como o machismo cultural e perversões de poder na relações
inter comunitárias e o porquê delas terem sido apagadas ou seja, o motivo por
trás desse esquecimento seletivo. Deixo de exercício para o leitor. .. e digo que se
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Antes de começar a lista algumas ressalvas. Primeira: não se trata de um top 10,
também não está em ordem de importância. Segundo: Algumas estão tendo seu
devido valor resgatados, seja por biografias, seja por condecorações post
mortem. Terceiro: Como se trata de autoras menos mainstream, não faz sentido
falar das mais conhecidas como Blavatsky, Fortune, Dorien Valente, ok?
Vamos a lista:
Alice Bunker Stockham (1833-1912) – ginecologista, promovia equidade de
gênero, e prazer sexual como essencial para um bom casamento e advogava
sobre os benefícios da masturbação, com apesar de ter escrito diversos livros e
publicações, sua principal importância foi ter cunhado o termo Karezza,, método
de sexo sem gozo como forma de realização pessoal.Esse termo e prática fora
absorvido e é praticado até hoje em muitas ordens iniciáticas.
Ida Craddock – Após uma vida de restrições devida a sua criação cristã, teve
uma “revelação” orgástica que ela chamou de sexo com Anjos. Seus textos foram
amplamente elogiados pelo A.C, e outros de sua época. Membro da Sociedade
Teosófica, e influenciada pela Alice Stockham e Pascal Beverly Randolph, ela
defendia a busca pelo descobrimento da sexualidade, especialmente a feminina.
Ela é a precursora dos termos, Alphaismo, Dianismo, além de outros conceitos
que foram amplamente absorvido aos estudos de Sex magick, as vezes
recebendo o devido crédito, outras não. Escritora é conhecida pelo seus textos
Psychic Wedlock, Heavenly Bridegroom e Spiritual Joys.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Flowrence Farr (Soror Sapientia Sapienti Dona Data) – atriz, diretora de teatro,
pioneira do movimento New Woman, ela escreveu diversos textos internos da
Golden Dawn, assim como parte dos Pergaminhos Voadores e junto com Yeats
fora a peça chave pros dramas iniciáticos da magias cerimoniais da Ordem. Ao
fim da vida escreveu textos para a revista The New Age, Sua participação em
todos esses palcos e sua eterna busca pelo novo olhar ao feminino é notória.
Como recomendação fica os livros Egyptian Magic: Occult Mysteries in Ancient
Egypt, o The Music of Speech e importante também o Modern Women: Her
intentions.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Soror Nema: quase não escrevi sobre ela, pois sua morte foi bem recente, e
ainda sua falta e energia ainda é sentida. Thelemita que nos agraciou com suas
publicações ao longo de 25 anos de produção, influenciou diretamente muitos; e
indiretamente todo mundo após 1970. Ela sua Arte segue como continuação do
trabalho de Frater Achad e depois de Kenneth Grant, seu primeiro escrito Liber
Pennae Praenumbra é uma peça fantástica de uma operação mágica que, além
de trazer ao debate a palavra Ipsos, gerou todo um debate em cima dessa peça.
Você pode não ter lido os livros delas mas pode ter certeza que a maioria dos
autores modernos leram. Seu trabalho culmina no livro Maat Magic: a Guide to
Self-Initiation. Ela é umas das pontes que linkam thelema, tiphoniana e
neopaganismo e desta lista é a única que no processo de criação da revista, nós
tivemos contato direto através de mensagens e e-mail. E ela quase escreveu um
texto pra nós.
Até aqui foram algumas pessoas especiais que somadas a Dion Fortune foram
parte integrantes do movimento ocultista, sem elas e seus textos muito do
moderno não existiria. Essa lista poderia continuar com autoras mais
contemporâneas ou com autoras menos expressivas mas para evitar o
pensamento “ah, mas hoje em dia é diferente”, cito que outras autoras escrevem
tanto em quantidade, como Catherine Yronwode (17 publicações), Mellie Uyldert
(30 publicações) quanto em publicações influentes, seja como o ativismo de
Starhawk e da sensibilidade da Dolores Ashcroft seja no trabalho mais teórico da
Cath Thompson a Erica Cornelius.
Outro fator que me saltou aos olhos é como muitas delas estavam debatendo em
seus momentos históricos com muita propriedade, e redefinindo e discutindo
pontos que até então eram ditos tradicionais, e sem dúvida a contribuição delas
é fundamental para entender o por que a magia do século XX tem esse espírito
de quebra de paradigma.
Não é desconhecido que quando mais se tenta romper com o que dito como
normal, mais se cria resistência para com o mesmo, e nesses momentos onde a
resistência se apresenta mais notória no cotidiano é bom ressaltar e indicar onde
houveram aquelas que transgrediram.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Fontes bibliográficas:
https://oto-usa.org/usgl/lion-eagle/
https://web.archive.org/web/20140115202014/http://www.alice.bailey.it/index.php
/testi-bailey-in-inglese
Women of Golden Dawn GREER Mary K. ISBN-10: 0892816074;ISBN-13: 978-
0892816071;
Alhudhud
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Leila Wadell
Natasha Naia
Leila Wadel: Aquarela e pastel
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Gnose, vem da palavra grega Gnosis (γνῶσις), conhecimento, um processo pelo qual,
através de uma prática, de um insight, de uma experiência produz-se um conhecimento
iluminado, isto é um ato de sabedoria. Favor não confundir com qualquer movimento
iniciático, ocultista etc..., visto que Gnosis é uma auto realização.
Porém a missa gnóstica é um ritual que faz muitas vezes alusão a uma celebração, onde
em especial um ou mais sacramentos podem ser ministrados, vide que sacramento,
além de sagrar, tornar sacro, pode ser entendido como conjugar, e dentro de qualquer
missa o sacramento mais importante é o da transubstanciação ou Eucaristia.
Uma Eucaristia é uma cerimônia em que elementos comuns são imbuídos de forças
divinas e depois consumidos. Ou seja, transubstanciar-se nessa celebração das forças
com a natureza, Crowley em seus Confessions expõe: “Eu resolvi que meu ritual [a Missa
Gnóstica] deve celebrar a sublimidade da operação de forças universais sem introduzir
discutíveis teorias metafísicas. Não gostaria de fazer nem implicar qualquer declaração
sobre a natureza que não seria aprovada pelo homem mais materialista da ciência.
Superficialmente isto pode parecer difícil; mas na prática eu achei que era perfeitamente
simples para combinar as mais rigidamente racionais concepções de fenômenos com a
celebração mais exaltada e entusiástica de sua sublimidade.”
Aleister Crowley em Liber Aleph fez mais: recomendou o desempenho diário da missa,
para isso ele fez a Missa da Fênix, que é projetada para ser realizada diariamente ao pôr
do sol. Ele também adaptou a Missa da Fênix para uma cerimônia congregacional
chamada "Ritual Ordenado pelo Serviço Público". Foi realizado pela O.T.O. antes da
publicação da missa gnóstica eucarística Liber XV, após, este Ritual ordenado foi
perdendo seu uso.
Segundo nosso entusiasta Iao131 que nos presenteou com o hexagrama com a bandeira
do Brasil para a revista 777, em seu excelente ensaio “The Symbolic Dimensions of the
Gnostic Mass” toda a Missa Gnóstica mostra a transformação psicológica do
Mago/Sacerdote, passando de uma identificação com a persona de uma identificação
com o Self arquetípico, que abrange a totalidade da psique, tanto consciente e
inconsciente. Todo o processo pode ser resumido como: o Sacerdote se identificar com
Persona → Sacerdote identificação com Ego → encontro com a Sombra → com o Anima
→ com o Anima para “libertar” ou acessar o Self com o qual o Sacerdote finalmente
identifica.
- Por mais Junguiano que possa parecer esse conceito ele carrega em si um trabalho que
todos conhecemos bem, que é o Assunção Forma Deus em Liber O, e que prova ser
bastante eficaz no que se propõe. E toda a questão da missa da Fênix ocorrer ao pôr do
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
sol ou seja a descida de TUM pelo barco infinito ao reino da noite onde teremos o sol da
meia noite Kephra até o novo nascer do Sol em Rá no seu levante, vemos claramente a
intenção de mais trabalho e esforço dentro da fórmula do neófito da antiga GD que em
Thelema é muito própria e cara ao Probacionista, para isso os interessados acharão
vasto material em Magick ou Liber 4.
Minha parca experiência com o ritual me faz tecer algumas considerações bem práticas
a respeito, fruto de percepções que compartilho com vocês, sem ânsia de resultado
algum, a título de fomentar ideias:
Sobre o polêmico “Pai Nosso” thelêmico, ou as sete petições. Therion estudou e muito
Inácio de Loyola, Molinos e grandes doutores da lei cristã. O que temos que entender
que tal oração serve para nos conectarmos à Egrégora do Novo Aeon em Malkuth de
Assiah, ao analisarmos as sentenças, há um momento devocional e dessa vez na minha
opinião de que o SAG possa se manifestar através de seus eflúvios até a nossa realidade
no “Reino” ele mostra seu “Dharma” nos livrando do Mal e do Bem, nos leva por Nossa
Senhora Babalon através da tentação, ou da Meia Noite até o Sol, aqui eu indico aos
leitores a 2ª meditação de Liber HHH, e por fim que sua realidade de Rei seja manifesta
em mim mesmo com a Opressão, Saciedade, Riqueza e Ruína. Enfim a verdadeira
Imagem de uma Imagem tal qual Liber LXV I,8.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
a prática sem bolo algum nem hóstias utilizando apenas a imaginação. Embora não
tenha no ritual eu utilizava uma fórmula sacramental com o vinho também, há uma
gnose na mistura da água e do vinho ( ou melhor do sangue com o vinho hehehe),
porém o uso do suco de uvas integral foi o campeão da força na minha experiência, e
sim podem me chamar de blasfemo, aceito e incentivo a experimentação, ninguém
segue a receita do bolo ipsis líteris, nem quem a escreveu.
Ele sugere ainda uma relação entre o mantra e uma "divindade" gnóstica mais antiga,
Abraxas, ou "o supremo desconhecido", e fonte das 365 emanações da teologia persa.
Também é encontrada em vários textos mágicos e místicos hebraicos, incluindo A
Espada de Moisés e O Livro do Anjo Raziel. Na teologia gnóstica, é usada como um termo
para deus, ou como um mediador entre a criação e a divindade.
Crowley escreve isso para que ele some 418 em gematria (19 x 22) ou 22 usando a
“Cabala das Nove Câmaras”. Várias fórmulas são elaboradas para mostrar significados e
relações ocultas entre as letras, das quais a mais importante parece ser sua sugestão de
"duplo poder" de efetuar tanto o Pentagrama quanto o Hexagrama; e dando o axioma
Rosacruz da "Luz, Vida e Amor" na expressão numerológica.
“Luz, Vida e Amor nunca se perdem, mas podem ser evocados eternamente da Unidade
Cósmica em que habitam”. Afirma um ritual Rosacruz.
Observemos que Ra-Hoor : RAHVVR = 418. Tal qual ABRAHADABRA, para maiores
detalhes a consulta ao Liber 777 págs. 45 ou 46 dependendo da edição há um bom
ensaio a respeito.
O SANGRAR DO PEITO
DuQuette em “A magia de Aleister Crowley” escreve: "É óbvio no texto que o Magista
deve realmente fazer sangrar para consagrar o Bolo de Luz antes de consumi-lo. Mas em
nenhum lugar é indicado que dor, cicatriz ou ferimento é um elemento requerido pela
cerimônia. Ela é uma Eucaristia, não um ritual de automutilação." O Sangue como dizem
é o veículo do ego, e talvez ai nesse ato magicko há a prova física da eucaristia quando
entregamos parte do ego e parte do “serviço” na simbologia do bolo e da hóstia e
comungamos à nossa Aspiração, ou à Divindade segundo outros, nesse momento a
parte de que a Eucaristia é só uma ferramenta para o processo mágicko se torna
evidente. Nunca fiz o símbolo todo no peito, senão ia viver com cicatrizes, fazia com o
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
instrumento próprio o símbolo no astral do meu corpo, ou meu duplo etérico e no fim me
cortava somente ao ponto de tirar poucas gotas de sangue, conheço magistas
experientes que faziam no braço, uma certa época cheguei a fazer sem tirar sangue
algum somente “arranhando” o símbolo sobre a pele, assim como não havia bolo ou
hóstia alguma, porém a primeira opção para mim foi a melhor.
LMD adverte o uso de um instrumento esterilizado, tal como um riscador de mecânico
(ou um estilete), para arranhar levemente a marca na pele. Em certo momento, um leve
aumento na pressão será o bastante para produzir uma pequena gota de sangue para o
Bolo ou hóstia.
Finalizando esse diminuto estudo sobre o Liber 44, é importante ter o material como
uma sineta ou um gongo pequeno, um turíbulo de mesa, o que mais gosto é o de
cerâmica facilmente encontrado em casa de artigos religiosos afro brasileiros, lá mesmo
acha se fácil carvão para Narguilé, queimam fácil e via de regra são de coco, tudo que
possa facilitar sua concentração ou simplesmente lhe dar prazer estético para a prática
é bem-vindo, a Estela da Revelação, seu Liber Al, uma vela, uma arma magicka, um
incenso etc... e no mais ter a noção de que o Ritual te propõe uma mudança de estado
de consciência, que via de regra terá como reflexo uma mudança no estado de sua vida.
Não há meia transubstanciação, nem meia transmutação, nem almoço gratuito, na
realização deste ritual você devera perceber que cada vez mais entrará em contato com
forças poderosas que fazem parte de sua natureza interior e a forma de proceder deste
contato é o que chamaremos de Gnose pessoal, a última dica: a última sentença do
Ritual: Ele vai Adiante...é o começo de tudo!
LIBER44
O RITUAL
O Magista, com o seu peito nú, está em pé diante do altar onde estão seu Cinzel, seu
Sino, seu Turíbulo, e dois Bolos de Luz. Com o Sinal do Entrante, ele avança para o
Oeste, cruzando o Altar, e clama:
O Leste do Altar me vê de pé
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Ele as faz como em Liber Al, e toca de novo Onze vezes o Sino. Então, com o Cinzel, ele
faz sobre seu peito o sinal apropriado.
44
Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
ABRAHADABRA
אבראהאדאברא
Eu entrei com aflição; com alegria
Agora sigo em frente, dando graças,
Para realizar meu prazer na terra
Entre as legiões dos viventes.
COMENTÁRIO
Compreendestes tu? A Fênix tem um Sino para Som; Fogo para Visão; Faca para Toque;
dois bolos, um para provar, outro para cheirar. Ele se põe diante do Altar do Universo ao
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Pôr do Sol, quando a vida terrena se desvanece. Ele convoca o Universo, e coroa-o com
Luz MÁGICKA para substituir o sol de luz natural. Ele ora a, e homenageia, Ra-Hoor-Khuit;
a Ele, ele então sacrifica. O primeiro bolo, assado, ilustra o lucro tirado do esquema de
encarnação. O segundo, misturado com o sangue de sua vida e comido, ilustra o uso da
vida inferior para alimentar a vida superior. Ele toma, então, o Juramento e torna-se livre
- incondicionado - o Absoluto. Ardendo na chama de sua Prece, e renascida - a Fênix!
Entendeste tu? Também a Fênix usa gravetos para acender o fogo no qual se queima.
No Magick, O Livro 4, Crowley comenta que a Missa da Fênix "deverá ser realizada
diariamente ao pôr do sol por todo magista".
SINAL APROPRIADO
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Aleister Crowley
Natasha Naia
Aleister Crowley: Aquarela, acrílico, pastel e lápis
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
A Ordo Templis Orientis Antiqua não pode ser considerada uma ordem na
compreensão maçônica onde um conjunto de rituais confere graus e uma dada
ascensão espiritual dentro de um sistema formal de magia. A OTOA tem sua
origem em 1921 no dinâmico ambiente gnóstico do ocultismo francês e
caribenho, onde encontramos uma órbita em torno de Papus e do maior
movimento gnóstico francês que deu origem ao Episcopati Vagantii ou Bispos
errantes que trabalham no campo do iluminismo gnóstico. A OTOA também
estava sujeita à influência de seu fundador, Jean-Maine, bispo e vodouisant,
membro de várias sociedades secretas, das quais o Zobop de La Couleuvre Noire
ou o Culto da Cobra Negra influenciou o trabalho feito nessa ordem específica - E
ainda o faz.
O que isto significa na prática é que OTOA é mais para ser considerada um
laboratório espiritual, uma universidade oculta onde o estudante é livre para
experimentar nos vários níveis de desdobramento espiritual e hierarquias que
medem isto contra o seu próprio ser e assim geram uma ontologia mágica
particular e única. Este trabalho é feito com base no curso de 4 anos lançado
pelo Monastério dos Sete Raios que no decorrer desses anos apresenta material
que o aluno utilizará para seus experimentos, a fim de iniciar a construção de um
catecismo correspondente a uma verdade ontológica do ponto de vista do
estudante.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Nisto encontramos também uma grande abertura para um abismo ainda maior
de ilusão. Nisto precisamos ter a austeridade e fundamento suficientes para
separar a fantasia que se move do desejo e da vontade e a conexão genuína
realizada através da iluminação pura. A verdadeira iluminação mantém a
capacidade de expansão cósmica e, naturalmente, elimina o auto-engano em
favor da grandeza mágica que nos conecta a todos os mundos, de tal forma que
o ser cósmico é revelado, e não o ser inferior rastejando na psique limitada.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
••• Ain (não): “que os homens não falem de Ti como Uma, mas como
Nenhuma” (AL I:27).
•• Ain Soph (sem limite): “Eu sou o Espaço Infinito (...)” (AL I:22).
• Ain Soph Aur (luz infinita): “(…) de Estrelas Infinitas.” (AL I:22). E ainda:
“Adorai então o Khabs, e contemplai minha luz derramada sobre vós! ” (AL I:9).
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
1 20 13 6 25 18 11 4 23 16 9 2 21 14 7 26 19 12 5 25 17 10 3 22 15 8
* expresso aqui na ordem natural do alfabeto para facilidade de entendimento.
Lee notou, que as três primeiras letras em valor seriam ALW, um notariqon
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Já defendi que Nuit estaria expressa no ternário (Ain, Ain Soph, Ain Soph
Aur,) e que seus cabelos são as árvores da eternidade (AL I:59), uma alusão a
natureza fractal da árvore da vida, em que em cada mundo há uma árvore
correspondente e interconectada, assim como em cada sephira, este padrão
sendo infinitamente repetido como é de praxe na geometria fractal.
4 Ilustração contida no “Anatomy of the Body of God” de Charles Stansfield Jones (ed. 1973, Samuel Weiser Inc.)
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Em sua revelação: - “Eu sou Nuit, e minha palavra é seis e cinquenta ” (AL
I:24), sua palavra é cinquenta e seis (56), que é o valor numérico da palavra
ISIS, na C11. A palavra Nuit possui o valor 78, da qual se pode derivar o mesmo
56 multiplicando seus algarismos: 7 x 8. O mesmo ainda no mais conhecido jogo
de palavras do AL: “Pois eu sou Espaço Infinito de Estrelas Infinitas ” (Infinite
Space Infinite Stars – AL I:22). Prestando a atenção a capitalização das letras:
Isis. Nuit-Isis aparece outra vez, agora como arquétipo da Manifestação, ligando
Kether a Tipharet pelo caminho de Gimel: A Alta Sacerdotiza. Essa carta se refere
a lua, uma associação que vai do mais baixo até o mais alto, como dito no livro
de Thoth, uma referência ao caminhao de Gimel mas também ao verso 16 do
capítulo I do AL: “Pois ele é sempre um sol5, e ela uma lua6”. A eterna virgem é o
aspecto mais exaltado da lua. Também a palavra mulher (woman), soma 46, o
mesmo valor da palavra um (one), que é Kether, princípio da divisão pois o que
antes era Não agora é Um, que são três: ligando pai (kether), filho (tipharet) e
Isis. Também a soma da palavra virgem (virgin) soma 93, o mesmo valor de mãe
(mother), e nos remete a mãe/útero em Binah.
Uma terceira vez, Nuit aparece agora como Babalon, ou a Mulher Escarlate,
em Binah. No Apocalipse de João a primeira imagem de uma mulher é descrita
em XII:1-3: “Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol,
com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça.
Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então apareceu
no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres,
tendo sobre as cabeças sete coroas ”. Numa exegese puramente cristã essa
mulher não é exatamente a mesma prostituta que aparece mais adiante, mas
vamos prosseguir e ter a imagem de uma mulher entronada pela lua, “vestida”
do sol, grávida, e com um certo dragão com sete cabeças, e vamos fazer um
exercício de imaginação onde essas sete cabeças-sephiroth estariam
posicionadas abaixo de tal mulher grávida envolta em símbolos pagãos. O dragão
é símbolo da força bestial, e do impulso incontrolável, e o vermelho mostra a
natureza dessa força: ígnea.
Há um outro registro de uma operação feita alguns anos mais tarde que o
apocalipse de João, que é importante para o imagético de Babalon, mas a
invocação foi do espírito Madimi, precisamente em 23 de Maio de 1587, por John
Dee and Edward Kelly, não vou entrar em detalhes sobre o tipo de operação
pouco ortodoxa que foi sugerida pelo espírito aos dois cristãos, ou sobre o fato do
espírito aparecer nu diante deles, mas me chama a atenção um oráculo intitulado
“Filha da Fortitude”, recebido por eles, que eu apresento numa tradução livre e
oportunamente numerado com alguma relevância cabalística aqui:
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
4. Meus pés são mais rápidos que os ventos, e minhas mãos mais doces que o
orválho da manhã.
6. O leão conhece Não onde eu caminho, e Nenhuma das bestas dos campos me
entende. Eu sou deflorada, ainda que virgem; Eu santifico, e Não sou santificada.
7. Feliz é aquele que me possuir: pois durante a noite eu sou doce, e no dia cheia
de prazer.
9. Eu sou uma meretriz pois assim me forçaram, e uma virgem que alguns
conhecem Não:
Pois IO, Eu sou amada por muitos, e eu sou uma amante para muitos; tantos
quantos venham até mim deverão ter o meu entretenimento.
10. Limpem suas ruas, Ó filhos dos homens, e lavem seus cavalos; façam-te
santos, e ponham-te corretos. Expulsem suas velhas concubinas e queimem suas
roupas; abstenham-se da compania de outras mulheres que são sujas, que são
sórdidas, e não tão formosas e belas como Eu, e então então eu habitarei
convosco: E contemple, Eu lhes darei crianças, e eles serão os filhos do amor. Eu
abrirei minhas vestimentas, e me postarei nua diante de ti, para que o teu amor
seja inflamado a mim.
11. Ainda assim, Eu caminho nas nuvens; E ainda, Eu sou carregada pelos
ventos, e não posso descer até tua multitude de abominações, e a imunda
repulsividade de tuas moradas.”
Não sei se consigo fazer tão clara quanto é para mim, mas há sempre uma
noção de mulher deflorada e virgem ao mesmo tempo, com suaves variações no
grau dessas características a medida que a manifestação avança em seu
caminho a forma. E falando mais em forma e menos em conceito, o número 93
parece bater em teclas simultâneas aqui quando coincide mãe, virgem, mas
também tempo (time), num mesmo valor. Há uma virgem-mãe dando a luz ao
tempo, sendo que Rainha do Espaço é também um título de Nuit no primeiro
capítulo, verso 27.
Duas curiosidades gemátrica que encontrei foram que Mulher Escarlate
(Scarlet Woman) e Máquina de Guerra (War-Engine), duas palavras do terceiro
capítulo possuem o mesmo valor, o que causa certo arrepio ao pensar no verso
III: “Eu vos darei uma máquina de guerra”. Longe de ter uma visão “objetificada”
da Mulher Escarlate como instrumento, mas com referência a um outro verso
esse novamente do capítulo I, foco dessa breve análise, o 15 onde é dito: “ Agora
vós sabereis que o sacerdote e apóstolo escolhido do espaço infinito é o príncipe-
sacerdote a Besta; e na sua mulher chamada a Mulher Escarlate todo o poder é
concedido”. Sendo obviamente a Besta, e a Mulher Escarlate, avatares, e não
apenas arquétipos ou conceitos cabalísticos mais. Ah! A palavra Babalon guarda
o valor 65…
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
O presente artigo visa ser não uma exposição de fatos ou verdades, mas
uma exploração de um trabalho pouco conhecido dentre aqueles que se colocam
como “thelemitas ortodoxos”, e fruto de experiências pessoais que jamais me
deixaram ignorar tais perspectivas. Muito ainda ficou como não dito por pura
falta de habilidade e receio em relatar, mas as referências e informações foram
lançadas para aqueles que se identificam e aspiram de forma semelhante, para
que cada um por si se lance a desbravar seu próprio caminho na selva. A cabala
do novo éon constitui um sistema único de exegese, e também prático, para
além da mera especulação: é algo sólido e por si só se prova válido, ou validável.
Um não precisa aceitar para si a existência de um “Aeon de Maat” para sacar
proveito de tal poderosa ferramenta. Thelema se apresenta não como um
caminho para ovelhas seguidoras de mestres, por mais que esses tenham
existido e provado seu valor, Thelema é um caminho para “lobos em pele de
cordeiro”, agora parafraseando LaVey.
I.156
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Mulher em vermelho
Natasha Naia
Mulher em vermelho: Lápis e desenho a pastel.
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Revista 777 – A ponta de lança da Thelema Brasileira
Eu sou A (de fato há mais de uma, são muitas) voz da Grande Mãe Libertadora que foi
invocada durante séculos sob a companhia do NUIT. Aqueles (pluralmente) que ouvirem
sua voz se reunirão comigo e nós orbitaremos juntos sob a luz de nossa estrela
PESSOAL, guiando e nos uniremos (em dias santos) como um espelho universal um ao
outro, unida(o)s pelo caminho. E no espírito que nasceu em nossos corações.
Eu me preocupo com os direitos de todos neste planeta e o direito universal do
consentimento de todos, de justiça, não importa como eles escolham viver suas vidas e
serem excluídos e julgados. Não há maneira certa de alguém viver.
Todo mundo tem o direito de se expressar e de ser autorizado a ser quem é, e a ser
respeitado, independentemente de suas escolhas.
A natureza escolhe como nascemos, que raça somos, qual situação vimos ao mundo. A
vida é amor e aceitação para todas as criaturas e para a vida. Estamos todos
conectados. Devemos ser capazes de proteger, aceitar e amar nossa família, amigos e
os que nos amam.
Estou apenas esclarecendo as coisas para aqueles que não conseguem ver minhas
intenções. Eu pensei que compartilharia meus pensamentos com o estado atual das
coisas e julgamentos. É pegar ou largar. Apenas outra opinião em 7,6 bilhões de outras
opiniões.
Todos (pessoas, plantas, animais, humanidade, natureza) devem ser felizes e não viver
com medo. Ter um lar seguro e o direito de viver em uma biosfera não tóxica.
Livres de perseguição ou ódio apenas por serem o que nasceram. Por serem quem e o
que eles são.
Humanitariamente falando: Se todos nós fossemos exatamente os mesmos, seria um
mundo entediante, agora, para todos enxergarem a si mesmos, apenas devemos nos
aperceber que todos merecem amor, vida, liberdade, respeito e igualdade. Somos todos
reflexos uns dos outros.
Sem gênero. Sem religião. Sem rótulo. Sem idade. Sem bairrismos. Nenhuma
nacionalidade. Nenhuma tribo. Nenhum estado financeiro. Nenhum estado mental.
Nenhum lado político. Sem deficiências. Nenhum estado físico. Nada deve ser usada
para ferir ou discriminar alguém.
Amor é a lei, amor sob vontade.
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Tenho sido erroneamente creditado como sendo o "fundador" do Iluminismo Livre, mas -
enquanto eu lutava e aparecia com o termo, minha longa busca era pela verdade
espiritual - particularmente a verdade operativa - que me levou ao suposto autoritário "
Templário de Ordem da Antiguidade” que me ensinou que não apenas o segredo é
incomparável com a Verdade, mas que a hierarquia e o dogma concomitante são
incompatíveis com o dogma. A maquinaria que me permitiu ver isso foi fortemente
influenciada pelo meu contato com Michael Bertiaux e por trabalhar com os Points
Chauds.7 No entanto, eu não me tornei tanto um seguidor das organizações lideradas
por Bertiaux quanto sua filosofia como apresentada em nossos intercâmbios pessoais e
suas obras primas, como o Voudon Gnostic workbook e o Monastério dos Sete Raios
intimamente relacionado. No curso de estudo do Monastério dos Sete Raios, eu adquiri o
Episcopado e uma carta de alto grau no antigo Rito Egípcio de Memphis e Misraim do
qual Bertiaux é o Patriarca. A medida que comecei e avançei no trabalho, lentamente o
conceito de autoridade ia azedando e desvanecendo per se, confiando mais na egrégora
7Point Chauds – Pontos Quentes, uma técnica utilizada por Bertiaux em suas fraternidades que
tem por base a Acunpressão de certos pontos físicos em nosso corpo que causarão uma
iluminação.
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da transmissão, graças aos facilitadores tardios W.W. Webb e especialmente Tim Coutu,
entrei em estreita associação com a Ordem QBLH, fundada em 1960 por Robert Dunlop,
Bill Webb e sua esposa. Na época em que me envolvi, o foco era a arte mística e um
sistema de Qabala que eu chamava de New Aeon English Qabala. Na prática eu me
envolvi cada vez mais com a QBLH e a Loja Babalon em Atlanta (acabei morando na Loja
por um ano e meio enquanto ainda atuava nos “templários corporativos” 8), aquela época
era quase o que agora é chamado de Iluminismo Livre; apoiavamos nos mutuamente,
mas sem dogmas e oficiais que agem mais como facilitadores do que chefes ou gurus
corporativos.
Vamos pular para a virada do século 21 da Era Vulgar, outros estavam começando a se
alinhar no caminho iluminista, um caminho sem os "chefes", “califas” ou "gurus", com
certeza um caminho melhor para a iluminação do que organizações dogmáticas com
programas pré estabelecidos e líderes ad vitam. Uma manifestação interessante foi a
Ecclesia Gnostica Universalis fundada em grande parte por Tau Aleph 9 como uma versão
não-dogmática da Igreja Católica Ecclesia Gnostica dentro da estrutura corporativa
iniciática da corporação dos Templários Orientais. Outro foi o "Free Thelema", de Mort
Shaporo. Ao me afastar da autoridade e do dogma corporativo, achei que o termo
"Thelema" não era suficientemente inclusivo para aqueles que desejassem seguir o
caminho discutido neste ensaio, então, quando comecei a perder os os cargos oficiais da
empresa Templária10 e falar contra uma abordagem corporativa para a Iluminação, eu
pensei em termos mais amplos que poderiam incluir pessoas de muitas e distintas
crenças buscando a Luz Sem Fronteiras e ligadas em livre comunhão voluntária, e
começaram a usar o termo "Free Illuminist" (Iluminismo Livre).
Com base na egrégora que recebi de uma variedade de fontes, começando com
Bertiaux, inclusive sendo um Conservador do Rito (APRM+M), comecei a fundar
corpos iluministas livres, construídos em seus próprios termos e não respondendo
a qualquer outra coisa além de sua própria razão, consciência e intuição. Não
discordo de modo algum do uso da egrégora das linhagens apostólicas (e de
outros) para os diversos fins aqui descritos, e concordo especialmente que
aqueles que desejam a consagração devem ser bem estudados tanto na história
da energia quanto no trabalho em si. Sucessão Apostólica, Sucessão Gnóstica,
história gnóstica antiga e moderna, e o conceito de egrégora, antes e depois da
consagração. Parece também que se alguém aceita a consagração em um
contexto iluminista livre, deve-se aprender o que é, e o que não é o Iluminismo
Livre. O mesmo se aplica a um Templo ou Loja de Memphis-Misraim no modo
Iluminista livre. Eu tenho a tendência de considerar a egrégora dessas
consagrações e cartas como manifestação daquela energia autoconsciente
subjacente descrita como Orgônio, Força Ódica, Chi, Prana, Energia Escura, etc..,
modificada pelas "vibrações" de cada pessoa que por elas passou e, como
ensinado por Michael Bertiaux, modificado pelo tempo. Curiosamente, Bertiaux
nunca me perguntou sobre minhas convicções espirituais ao me consagrar, e
tenho razões para acreditar que ele sempre assumiu, com razão, que sou judeu
por nascimento e convicção. (ele se refere a isso de passagem em cartas e no
próprio nome da loja que ele fundou e me presenteou). Eu tenho a tendência de
considerar a energia passada como uma ignição mágica, aplicável em uma
ampla variedade de contextos, e não carregando consigo nenhum dogma
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T. Allen Greenfield
Free Illuminist Facilitator
APRM+M Conservador e Bispo Gnostico Ecclesia Gnostica Spiritualis, EGnU dentre
outras
Tradução H418
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No Rāja Yoga real, a ideia de Thelema também está presente, mas não está reservada
para o início. Embora Yama e Niyama no antigo sistema sejam introduzidos antes de
Asana, muitos aspirantes lidam com ele em paralelo ou depois de Asana e Prāṇāyāma.
Existem várias razões para isso e certamente teremos a oportunidade de discutir isso
mais tarde. Depois da prática em Āsana e Prāṇāyāma vem o treinamento de nossa moral
e ética, e é exatamente onde Thelema pode ser encontrado. Treinamento de moral e
ética. Eles podem ser treinados? Não é o modo de Thelema em sua liberação estuprar
padrões de comportamento dentro de nossa alma com suas intenções furiosas e saltar
como o bode de Pan ao longo das estradas espessas de ordinariedade? Thelema é uma
condição para toda boa Magick, não o contrário; somente depois de entender isso, um
trabalho sério pode começar e não há palavras que possam mais direcionar nossos
alunos a aceitar esse princípio sagrado.
Um aspirante adequado não equaliza o Misticismo com o Yoga, pois ele não identifica a
Magick com Thelema. É claro que essa equação não precisa estar na técnica, mas sim na
conceituação. Ao contrário da Magick, que é mais prática na natureza, Thelema é um
sistema filosófico que depende unicamente do seu progresso pessoal. E acima de tudo
na sua inteligência pessoal. Você não pode aprender ou ler sobre Thelema. Ou você sabe
disso ou não. Não há prática nem exercício que possa lhe dar uma visão sobre Thelema.
Costumo dizer que Thelema é apenas uma das maneiras pelas quais um diálogo entre
você e seu Deus está sendo feito; ainda mais, Thelema é exatamente isso o “entre”.
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Eu, ______________________, sendo de mente sã e Corpo, neste ___ dia de ______ (Um _____
☉ em ____ ° de ______) por meio deste resolvo: na Presença de ______________________, um
Neófito da A∴A∴ Para perseguir a Grande Obra : isto é, obter um conhecimento científico
da natureza e poderes do meu próprio ser.
O estudante expressa que ele adquirirá “conhecimento científico” que pode ser obtido
apenas pela observação científica de todos os fenômenos e processos dentro de seu
próprio ser. Deve-se sempre pensar que nosso método é a ciência, pois nosso objetivo é
a religião. O que é necessário é obter um conhecimento científico da natureza e dos
poderes do nosso próprio ser. É precisamente neste “próprio” que esta natureza está se
escondendo, enquanto que no “conhecimento científico” está todo o poder. O juramento
é um enigma brilhante, mas mais do que qualquer coisa é um poste de sinalização.
Pense nisso.
Uma das armas mais poderosas nisso é certamente o relatório científico, que em
primeiro lugar deve ter a forma do registro do experimento. Toda a sua Provação é um
experimento, que deve indicar se ele é adequado ou não, e nada mais. E tanto quanto
ele faz o seu melhor para obter conhecimento científico sobre a natureza e os poderes
de seu próprio ser, ele estará tão perto desse ser. Sua adequação à Ordem consiste em
que ele toca esse ser, para sentir a forma e o conceito de “seu” e de acordo com isso
para determinar a forma dele. Existe algo mais poderoso do que conhecer a natureza,
não é a Conversação possível quando o Conhecimento passa pelo aspirante?
Sim, nosso método é ciência e nosso objetivo é religião. Pense nisso sempre. Mas a
intuição, essa prostituta divina, mãe e virgem, sempre nos modificando da maneira que
ela quer. E sempre e constantemente do mesmo jeito, escolhemos o que já foi realizado.
Porque o que você quer e o que você não quer é a mesma coisa. Essa é a dança do Pan.
Independentemente da abordagem científica em seu trabalho, o aspirante deve sempre
ter uma relação aberta em relação à sua intuição. Que de forma alguma significa que ele
vai ouvi-la.
Hoje, muitos Thelemitas condenam os costumes do velho aeon; por exemplo, uma das
diatribes favoritos em Thelema é a questão do casamento, e, na verdade, mais e mais
pessoas acham absurdo dar a assinatura e a obrigação matrimonial. Se alguém quiser
estar com alguém, ele será, não importa o que aconteça, e se não, então toneladas de
assinaturas e juras farão nenhum bem. O anel de casamento nos remete a união, mas
não pode dar algo se lá nada houver. E se nos estamos em união a alguém, há
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necessidade de lembrar? Um homem não leva sua carteira de identidade com ele só
para saber quem ele é. Thelemitas recusam acreditar em um príncipe em um cavalo
branco e eles falam de amor sob vontade; quando, onde e com quem eles querem.
Essas são as questões que precisamos colocar abertamente diante de nós mesmos e, no
espírito de Thelema, permitir que elas sejam colocadas em consideração científica,
assim como as questões de casamento, trabalho, sexo ou dinheiro. Em cada tópico,
vemos um Anjo e em cada Anjo vemos suspeita; aqui tudo é possível e nada é certo.
Você poderia queimar seu juramento? Esse pensamento perturba você? Você veria algo
mais do que matéria morta naquela cinza? Um relacionamento com o Anjo seria o
mesmo? Mas um aspirante da A∴A∴ deve tanto adorar essa chama quanto aquela cinza.
Para ele tanto é o Juramento quanto o Anjo, e ele faz parte desse mesmo tipo; neste
lugar tudo tem um valor infinito mas nada vale, apenas uma coisa diante dele é digna de
julgar todos os outros valores. Ele deve estar ciente de que todas as moléculas e átomos
e suas conexões no universo fazem parte de um mesmo mecanismo, e que todo
Juramento está ligado ao próximo, já que cada molécula está relacionada à outra pelas
leis da natureza viva.
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Mulher em verde
Natasha Naia
Aquarela e pastel
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“Pois duas coisas estão feitas e uma terceira coisa está no
começo. Ísis e Osíris foram lançados ao incesto e adultério.
Hórus salta três vezes armado do útero de sua mãe.
Harpócrates, seu gêmeo está oculto dentro dele. Set é a sua
santa aliança, que ele revelará no grande dia de M.A.A.T., que
está sendo interpretado pelo Mestre do Templo da A∴ A∴,
cujo nome é Verdade.”
(Liber A’ash vel Capricorni Pneumatici, verso 7)