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Metafísica de Aristóteles

» Aristóteles classifica o conhecimento, as ciências em três tipos:

1. Teorética ou em relação à realidade;


- Buscam o saber em si mesmo. A realidade em si mesma.
- Único regido pelo critério da verdade;
- Tem origem na percepção sensível;
- Organizado hierarquicamente:

2. Práticas
- Engloba a ética e a política;
- Não é regido pelo critério da verdade;
- A ação e o resultado são inseparáveis;
- Buscam o saber para através dele alcançar a perfeição;
3. Poiético ou produtivo
- Busca o saber em função do fazer;
- Saber construir algo concreto;
- O agente e o resultado estão separados ou possuem naturezas diferentes;
- Conhecimento medido pela eficácia e não pela verdade.

» O que é metafísica?
(O que está além da física)
- Estuda o ser enquanto ser;
- É a ciência que se ocupa das realidades que estão acima das realidades físicas, e toda
tentativa do pensamento humano no sentido de ultrapassar o mundo empírico para alcançar
uma realidade metaempírica.
- Aristóteles conceitua de 4 formas: (4 perguntas)
1. Indaga as causas e os princípios (fundamento) primeiros ou supremos; (desta forma
encontra-se à Deus)
2. Indaga o ser enquanto ser;
3. Indaga a substância;
4. Indaga a Deus e a substância suprassensível;
Uma definição conduz estruturalmente à outra e cada uma a todas as outras;
- É a ciência mais elevada porque não está ligada às necessidades materiais;

» As 4 causas
- A metafísica busca as primeiras causas (condição), e quais e quantas são essas causas?
1. Formal - é o ato ou perfeição intrínseca que faz com que uma coisa seja
o que é. Assim é forma o que faz que um homem seja homem (sua alma).
2. Material - é aquilo do qual e no qual se produz algo
3.Eficiente - é o princípio do qual flui primariamente as
aciones que fazem com que algo “seja”, ou “seja de algum modo”.
4. Final - é a meta para a que tende o agente

» O Ser e seus significados


- A metafísica estuda o Ser como “inteiro”, ao contrário das ciências particulares que
consideram apenas uma parte;
- Parmênides e os eleáticos entendiam com UNIDADE;
- Aristóteles vai além dos eleáticos e diz que o Ser tem vários significados;
- Cada significado do ser implica “uma referência comum” a unidade; “referência estrutural à
substância”;
- O SER É SUBSTÂNCIA; ou algo-que-remota-à-substância;

» As 4 categorias do Ser: (significados)


1. Ser como categoria;
- Representa o grupo principal dos significados do ser e constituem as originárias “divisões do
ser”:
1.1. Substância ou essência = Somente esta categoria tem subsistência autônoma, enquanto as
outras pressupõem a primeira e baseiam-se no Ser da primeira.
1.2. Qualidade (da substância)
1.3. Quantidade
1.4. Relação (da substância)
1.5. Ação ou agir
1.6. Paixão ou sofrer
1.7. Onde ou lugar
1.8. Quando ou tempo
1.9. Ter
1.9.1. Jazer
2. Ser como ato e potência = Se dão em todas as categorias.
- A plantinha de trigo é trigo em potência, enquanto a espiga madura é trigo em ato.
- São dois significados não definíveis em abstrato, mas “demostráveis” por meio de exemplos
ou de uma experiência direta.
3. Ser como acidente = Aquilo que acontece de Ser
- É um tipo de Ser que não é sempre nem o mais da vezes, mas somente às vezes,
casualmente.
4. Ser como verdadeiro
- Tipo do ser próprio da mente humana;
- Se tem quando a mente reúne coisas que na realidade estão de fato reunidas, ou desune
coisas que na realidade estão desunidas.
- Do ser como acidente não existe ciência, pois a ciência existe apenas do necessário e não do
casual. Do ser como verdadeiro ocupa-se a lógica.

» A problemática a respeito da substância


- A substância torna-se problema porque é em torno dela que gira o eixo de todos os
significados do Ser.
- Aristóteles considera que são dois problemas que giram em torno da substância:
1. Quais substâncias existem?
2. O que é substância?
* O que é, então a substância em geral?
- Os Naturalistas apontam os elementos matérias;
- Os Platônicos indicam a forma;
- Os homens comuns, no entanto, pareceria ser o indivíduo e a coisa concreta. Feitos ao
mesmo tempo de forma e matéria.
Aristóteles afirma que todos estão parcialmente certos, e em conjunto nos dão a verdade,
vejamos:
- A matéria (hyle) – (Substância em sentido impróprio): é o princípio constitutivo das
realidades sensíveis, porque funciona como o substrato da forma. Em si, porém, a matéria é
potencialidade indeterminada, podendo torna-se algo de determinado somente se receber a
determinação por meio de uma forma;
- A forma - (Substância por excelência): enquanto princípio que determina, concretiza e
realiza a matéria, constitui aquilo que é cada coisa, a sua essência. Não é a mesma forma
entendida por Platão (em um lugar hiperurânio, acima do céu), mas forma como princípio
constitutivo intrínseco da própria coisa;
- Composto de matéria e forma (sínolo) - (Substância em sentido próprio): reúne a
substancialidade tanto da matéria como da forma.

» A substância, o ato, a potência


- A matéria é potência, isto é, potencialidade (no sentido de que é capacidade de assumir ou
receber a forma).
- A forma se configura como “ato” (enteléquia- realização, atuação) ou “atuação” daquela
capacidade.
- Seres imateriais, isto é, formas puras, serão atos puros, privados de potencialidade.
- O ato tem absoluta “prioridade” e superioridade sobre a potência. Só se pode conhecer a
potência como tal referindo-a ao ato de que é potência.
- Além disso, o ato é condição, norma, fim e objetivo da potencialidade.

» A substância suprassensível
Se todas as substâncias fossem corruptíveis não existiria absolutamente nada de incorruptível.
Mas Aristóteles afirma que o tempo e o movimento são incorruptíveis.
- O tempo não foi gerado nem se corromperá: ora, antes da geração do tempo deveria ter
havido um “antes”, e, depois da destruição do tempo, deveria haver um “depois”. Então,
“antes” e “depois” outra coisa não é se não o tempo. Em outras palavras o tempo é eterno.
- O tempo outra coisa não é do que uma determinação do movimento. Sendo assim, a
eternidade do primeiro postula a eternidade do segundo.

- Mas a que condição pode permanecer um movimento e um tempo eterno? Apenas se


permanecer um Princípio primeiro que seja causa dele.
- E como deve ser este princípio para ser causa desse movimento eterno?
Aristóteles diz que:
1. O princípio deve ser eterno (se o movimento é eterno, eterna é a sua causa);
2. O princípio deve ser imóvel (só o imóvel é causa absoluta do móvel) – (tudo que está
em movimento é puxado por outro, e esse outro está em movimento que também é
puxado por outro);
Para não remontar ao infinito, de motor em motor, deve haver um princípio absolutamente
imóvel do qual deriva todo movimento do universo.
3. O princípio deve ser inteiramente privado de potencialidade, isto é, ato puro (se
possuir potencialidade, poderia não mover em ato).
Esse é o motor imóvel, a substância suprassensível.
* Mas de que modo o primeiro motor pode mover permanecendo absolutamente imóvel?
- Aristóteles apresenta como exemplo “o objeto do desejo e da inteligência”.
- O objeto do desejo é bom, belo. O belo e o bom atraem a vontade do homem se de algum
modo se moverem; da mesma forma, o inteligível move a inteligência sem se mover.
- O primeiro motor move como o objeto de amor atrai o amante.
- A causalidade não é do tipo “eficiente” (do tipo pela mão que modela algo), mas a causa é
“final” (finalidade. Deus atrai e move com perfeição, porque ama).
- Desta forma, o mundo não teve um começo. Pois, se houvesse a contraditaria o princípio da
prioridade do ato sobre a potência. (caos- potência; mundo- ato) – (O mundo/ato, desta forma,
sempre existiu).

» Natureza da substância suprassensível


- Esse principio é vida (vida no sentido de inteligência – constituição racional de um princípio
divino);
- É vida porque a atividade da inteligência é vida, e Ele é essa atividade. E atividade que
subsiste por si mesma, vida ótima e eterna;
- Essa vida do pensamento puro é a vida da atividade contemplativa (o maior prazer de Deus é
contemplar a sua criação perfeita);
- O que pensa Deus? Deus pensa o que há de mais excelente, e o que há de mais excelente é o
próprio Deus.
- É uma atividade contemplativa de si mesma: “é o pensamento do pensamento”;
- Deus é: indivisível, impassível e inalterável.

» O Motor Imóvel e as 55 inteligências a Ele hierarquicamente subordinadas


- Aristóteles não acreditava que, por si só, o Motor Imóvel bastasse para explicar o
movimento de todas as esferas de que ele pensava que o céu fosse constituído.
- Existem outras 55 esferas, que se movem com movimentos diferentes, os quais,
combinando-se de vários modos, deveriam explicar os movimentos dos astros.
- Essas esferas são movidas por inteligências análogas ao Motor Imóvel, mas inferiores a Ele.
- Não seria uma forma de politeísmo porque para Aristóteles assim como para Platão divino é
tudo aquilo que é eterno e incorruptível. Ao contrário dos naturalistas que consideravam o
divino estruturalmente vários entes.
- A problemática das 55 esferas surgem porque Aristóteles afirma que Deus não é o criador
das mesmas. Além de deixar inexplicada a precisa relação de Deus e essas esferas.

» As relações entre Deus e o mundo


- Deus só pensa aquilo que é eterno, mais divino e mais digno de honra. Essa limitação deriva
do fato de que Ele não criou o mundo, mas foi mundo que em certo sentido se produziu
tendendo para Deus, atraído pela perfeição.
- Outra limitação de Deus consiste em que Ele é objeto de amor, mas não ama (mas quando
muito, ama a si).
- Deus não se volta para os homens. Mas cada homem, assim como todas as coisas tendem
para Deus de uma forma.
- Deus não ama porque para Aristóteles como para Platão só ama algo/alguma coisa se está
privado deste. Contudo, Deus não está privado de nada. Além de ser inteligência pura, no qual
se torna impassível (não experimenta emoção, sentimento).
A FÍSICA E A MATEMÁTICA

» Características da física aristotélica


- Física para Aristóteles é a ciência das formas e das essências. Ontologia ou metafísica do
sensível;
- Nos livros da Física encontram-se considerações de caráter metafísico, já que as duas
ciências são estruturalmente intercomunicantes. (o suprassensível é causa e razão do
sensível);
- Física é a teoria da substância em movimento;

» Teoria do movimento
- Os eleáticos consideravam o movimento ilusório. Para eles não era possível porque
acreditavam que existia um não-ser;
- Aristóteles resolve o “ser e o não-ser”: O não-ser pode ser considerado não-ser-em-ato;
- O movimento ou a mutação em geral é a passagem do ser em potência para o ser em ato;
- O movimento é o ato ou transformação em ato daquilo que é potência;
- Então o não-ser não é nada, mas sim um não-ser como potência que é uma forma de ser,
que se desenvolve no âmbito do ser.

-- As possíveis formas de movimento e a sua estrutura ontológica:


- O movimento acontece segundo quatro categorias:
1. Conforme a substância – geração e corrupção
É o assumir a forma por parte da matéria
É o perder a forma
2. Conforme a qualidade – alteração
É a mudança da qualidade
3. Conforme a quantidade – aumento/diminuição
É a passagem de pequeno a grande e vice-versa
4. Conforme o lugar – translação
É a passagem de um ponto para outro.
- Somente o sínolo pode sofrer mutação, porque só a matéria implica potencialidade.
Resumo:

O que é o movimento?
- É uma passagem da potência para o ato;
- Requer uma causa eficiente que já esteja em ato (=prioridade do ato) e uma causa final;
- Requer um substrato material: os entes sem matéria não se movem;
- Os entes supralunares se movem apenas com movimento circular, porque são dotados de
matéria especial: o éter.

» O espaço, o tempo, o infinito


- Os conceitos de tempo e espaço estão relacionados com essa concepção de movimento.

-- Espaço
- Os objetos se movem não no não-ser, mas em um “onde”, ou seja, em um lugar que,
portanto, deve ser alguma coisa. O vácuo é impensável;
- Existe um “lugar natural” para o qual cada elemento parece tender por sua própria natureza.
Por exemplo: o fogo tende para o “alto”, a terra para “baixo”;
- Existe o lugar que é comum a muitas coisas e o lugar que é próprio de cada objeto;
- O lugar é aquilo que imediatamente contém cada corpo, ele será então, certo limite;
- Lugar é aquilo que contém cada objeto de que é lugar e que não é nada da coisa mesma que
ele contém;
- Contudo, lugar é o limite do corpo continente, enquanto é contíguo (confina com algo) ao
conteúdo.
- Para Aristóteles, lugar é diferente de recipiente. Pois, o primeiro é imóvel enquanto o
segundo é móvel.
- O lugar precisa ser imóvel. Portanto, o lugar é o primeiro imóvel limite do continente.

-- O Tempo
- Para resolver a questão do tempo ele recorre ao “movimento” e à “alma”;
- O tempo está estritamente ligado ao movimento, visto que, quando não percebemos
movimento e mutação, também não percebemos o tempo. A característica geral do
movimento é a continuidade. E no contínuo conseguimos distinguir o antes e o depois, por
isso, o tempo está ligado estritamente a essas distinções de “antes” e “depois”. Assim que
determinamos o tempo através do antes e depois conhecemos também o tempo;
- A percepção do antes e do depois e, portanto, do número do movimento, pressupõe
necessariamente a alma;
- Assim, a alma é o princípio espiritual numerante. Então a alma torna-se conditio sine qua
non (sem a qual não pode ser). Sendo apenas a alma a possuir a capacidade de numerar
concluímos que é impossível a existência do tempo sem a existência da alma.

-- O infinito
- Aristóteles nega que existe o infinito em ato, o infinito só existe em potência ou como
potência. Infinito em potência é o numero, porque é possível acrescentar a qualquer número
sempre outro número sem chegar ao limite. Infinito como potência é a condição dele não
poder existir todo junto ao mesmo tempo, mas se desenvolve a aumento sem fim.

Resumo:

Ao movimento estão ligados o espaço, o lugar e o tempo:


- O espaço é o “onde” em que os corpos se movem;
- O lugar é aquilo que contém o corpo;
- O tempo é a medida do movimento segundo o antes e o depois; o
tempo requer uma alma que meça.

» A Psicologia
- Esta faz parte da física, estuda os seres físicos enquanto animados. E os seres são animados
por causa de um princípio de vida, ou seja, de uma alma;
- A alma é a “forma” (em sentido ontológico), a “enteléquia” (o ato, a perfeição) de um
corpo;
- Contudo, os seres vivos não têm todos as mesmas funções, desta forma, terão princípios
vitais diferentes, almas diferentes;

-- A alma e sua tripartição


- A física aristotélica não investiga somente o universo físico e sua estrutura, mas também os
seres que estão no universo. Os seres inanimados e os seres animados;
- Os seres animados se diferenciam dos seres inanimados porque possuem um principio que
lhes dá a vida, e esse principio é a alma;
- Mas o que é a alma? Aristóteles remete-se à sua concepção metafísica hilemórfica (todas as
coisas são sínolo de matéria e forma, sendo a matéria potência e a forma o ato). Desta mesma
forma são os seres vivos. Os corpos possuem vida mas não são vida.
- A alma é enteléquia (ato) primeira de um corpo físico que tem a vida em potência.
- A alma é também princípio de vida;

= Funções fundamentais da vida, são:


a) De caráter vegetativo = como nascimento, nutrição, crescimento.
b) De caráter sensitivo = como sensação e movimento.
c) De caráter intelectivo = como conhecimento, deliberação e escolha.

= Partes da alma:
- As plantas possuem só a alma vegetativa,
a) Alma vegetativa; os animais a vegetativa e a sensitiva, ao
b) Alma sensitiva; passo que os homens a vegetativa, a
sensitiva e a intelectiva.
c) Alma intelectiva ou racional;

- (a) A alma vegetativa e suas funções:


- É o principio mais elementar da vida; o princípio que governa e regula as atividades
biológicas (acréscimo, nutrição e reprodução);

- (b) A alma sensitiva, o conhecimento sensível, a apetição e o movimento:


- Os animais possuem sensações, apetites e movimento. A primeira função da alma sensitiva é
a sensação;
- A sensação é adquirida através do contato com o objeto. Aristóteles explica recorrendo a
doutrina metafísica da potência e do ato, que temos faculdades sensitivas que não estão em
ato, mas sim em potência, isto é, capazes de receber sensações. Assim, a faculdade sensitiva,
de simples capacidade de sentir, torna-se sentir em ato quando em contato com o objeto
sensível.
- A capacidade sensitiva (sensação) é em potência aquilo que o sensível já é em ato;
- A sensação sofre a ação enquanto não é semelhante; mas, depois de sofrê-la torna-se
semelhante e é como o sensível.
- Pergunta: Mas como a sensação torna-se semelhante ao sensível?
Essa assimilação não é do tipo que ocorre na alma vegetativa, pois, essa se dá também na
assimilação da matéria. Ao passo que na sensação a assimilação é apenas da forma.
- (b) A alma intelectiva e o conhecimento racional
- O ato intelectivo é um receber ou assimilar as “formas inteligíveis”.
- Baseando-se na metafísica de potência e ato, a inteligência é a capacidade e potência de
conhecer as formas puras; porém, as formas estão contidas em potência nas sensações e nas
imagens de fantasia; é necessário, portanto, algo que traduza em ato essa dupla
potencialidade, de modo que o pensamento se concretize captando a forma em ato, e a forma
contida na imagem torne-se conceito captado e possuído em ato.
- Assim, surge o intelecto potencial e o intelecto atual – intelecto passivo (é o intelecto do
homem que tem capacidade e potência de conhecer as formas inteligíveis que estão em
potência nas coisas) e intelecto ativo (põe em ato as formas inteligíveis que estão em potência
nas coisas e as torna compreensíveis. É semelhante à luz que ativa a vista e reaviva as cores. É
imortal);
- Esse intelecto ativo está “na alma”. Assim, o intelecto ativo não é Deus. Mas Aristóteles
afirma que “o intelecto vem de fora e somente ele é divino”. Mesmo vindo de fora, ele
permanece na alma durante toda a vida do homem;
- Afirmar que ele vem de fora quer dizer que ele é transcendente ao sensível; significa que há
em nós uma dimensão suprafísica, espiritual;
A ÉTICA

» A relação entre ética e política


- Após as ciências teoréticas vêm as ciências práticas, que engloba a ética e a política; ciências
práticas dizem respeito à conduta dos homens;
- Aristóteles chama em geral política a ciência complexiva da atividade moral dos homens,
quer como indivíduos, quer como cidadãos. Em seguida subdivide a “política” em ética e em
política propriamente dita (teoria do Estado);

» O bem supremo do homem: a felicidade

Há fins e bens diversos,


O homem em suas O bem supremo é:
O bem foi definido porém, deve-se pensar
ações, sempre tende a
como aquilo a que que todos estão em É a EUDAIMONIA ou a
precisos fins, que se
tendem todas as coisas função do bem FELICIDADE
configuram como bens
supremo

- A felicidade não é prazer, gozo, riqueza, honra. Pois, todos esses são algo exterior;
- O bem supremo não é também o mesmo que Platão considerava, pois, estaria no mundo das
ideias e para Aristóteles as ideias são intrínsecas ao homem, negando o mundo das ideias; não
é um bem transcendente, mas um bem imanente;
- O bem é algo polívoco, diferente nas diversas categorias e diferente também nas diversas
realidades que entram em cada uma das categorias;
- Pergunta: Qual o bem supremo realizável no homem?
Consiste na obra que ele e só ele pode realizar. É algo que só é próprio a ele mesmo.
> Não é o simples viver, já que todos os seres vegetativos também vivem;
> Não é o sentir, dado que todos os animais sentem;
> A obra própria do homem é a razão e a atividade da alma segundo a razão;
> O verdadeiro bem do homem consiste na atividade da razão e mais precisamente, no
perfeito desenvolvimento e atuação dessa atividade;
- O verdadeiro bem do homem consiste nos bens espirituais, que consistem na virtude da sua
alma. Mas sem desprezar totalmente os bens exteriores que proporcionam prazeres, mas esse
deve estar em função da virtude.
- FELICIDADE CONSISTE NUMA ATIVIDADE PRÓPRIA DA ALMA SEGUNDO A
VIRTUDE;
- O realismo aristotélico consiste na afirmação na qual a felicidade precisa também de bens
exteriores, como meio e não fim. Parece que a felicidade exige também tal bem-estar exterior.
» Dedução das “virtudes” a partir das “partes da alma”
- Já que virtude e alma estão ligadas conceitualmente, ao aprofundar o conceito de virtude é
necessário aprofundar também o conceito de alma.
- A alma possui 3 partes, assim, cada parte tem uma peculiar virtude.
- A virtude humana é aquela que entra a atividade racional.
- A virtude da alma vegetativa, esta que é irracional não participa em nada da razão, e
apresenta-se comum a todos os seres.
- Mas a questão da alma sensitiva é diferente, ela mesmo sendo irracional, participa de certa
forma da razão. Pois, na alma existe algo contra a razão, que resiste a ela (não importa como),
mas este elemento obedece à razão quando pertence a um homem moderado.

Homem moderado
Participa Tudo em Harmonia
da
Parte Razão
R
Razão Irracional +
P.INT P.SEN IR
Domina

Torna-se
senhor Virtude chamada de “Virtude Ética”

» As virtudes éticas
- Derivam em nós do hábito;
- Realizando atos justos, tornamo-nos justos, adquirimos a virtude da justiça, que, depois,
permanece em nós como hábito; (exemplo de como adquirir, mas não no que consiste a
virtude).
- A natureza comum a todas as virtudes éticas: nunca há virtude quando há excesso ou falta.
A virtude implica em justa proporção, a via do meio entre os dois extremos.
- O meio, a justa proporção não é em relação à coisa, mas em relação a nós. (se for em relação
a coisa – um adulto pode comer 5 pães, assim, uma criança pode comer também 5 pães).
- O excesso, a falta e o meio referem-se a sentimentos, paixões e ações.
- PORTANTO, VIRTUDE É UMA CERTA MEDIANA, QUE TEM POR ESCOPO O
JUSTO MEIO.
- A virtude ética é, precisamente, mediania entre dois vícios (que a razão impõe, controla),
dos quais um é por falta, o outro por excesso.
- O justo meio não é mediocridade, mas é superior aos extremos, porque o meio é a perfeição,
o equilíbrio.
- A JUSTIÇA é a mais importante virtude, de algum modo, compreende todas a s outras
virtudes. (Justiça e Moral estão intimamente ligados ao estado, controlados pelo estado).
- Para Aristóteles a JUSTIÇA consiste na justa medida com a qual repartimos os bens, as
vantagens e os ganhos.
- O elenco de virtudes e vícios é um grande avanço por mostrar qual seria a justa medida. Ao
contrário dos filósofos anteriores, no qual citavam apenas provérbios sem elencar ações. Um
avanço até sócio-político;

» As virtudes dianoéticas (está acima das virtudes éticas) – Virtudes da razão

Parte / Parte /
Razão Função Parte Função Razão
Teorética Racional Prática

Virtude Virtude

Sapiência (pura razão) Sabedoria (prática)

* Razão prática – Virtude da sabedoria


- A sabedoria consiste em saber dirigir corretamente a vida do homem, sobre o que é o bem
ou o mal para o homem. É uma disposição prática;
- Indica os meios idôneos para alcançar os verdadeiros fins. Não indica nem determina os fins
(você quem delibera);
- A sabedoria e a virtude ética estão ligadas porque a obra humana cumpre-se a partir desta
ligação. Possui assim, valor cognitivo para discernir o bom e o mau;
a) Não é possível ser virtuosos (virtude ética) sem a sabedoria (razão prática):
Porque sem a razão cairia no sentimentalismo e não seria possível encontrar a justa
proporção;
b) Não é possível ser sábio ser a virtude ética:
Porque a sabedoria tem a capacidade de encontrar os justos meios que levam ao fim mais
elevado do homem, ao bem moral. (bem moral implica no bem para o homem e a sociedade).
- A virtude deve manter o justo meio guiada pela sabedoria (razão), que não visa apenas o
justo meio, mas alcançar os fins éticos.

* Razão teorética – Virtude da sapiência


- Esta constituída: pela captação intuitiva dos princípios através do intelecto (captação
imediata e interior. E pelo conhecimento discursivo das consequências que derivam da
daqueles princípios (depois de captados é possível discursar sobre as consequências.
- Está é superior a sabedoria porque não se preocupa com o que é mutável (conduta), mas diz
respeito ao que está acima do homem.(mais perfeita, mais sublime).

» A perfeita felicidade
- É uma atividade conforme a virtude;
1. Na atividade do intelecto: o intelecto é o que há de mais elevado em nós e a atividade de
pensar é a atividade perfeita (divina), autossuficiente (se basta em si mesmo, pensar em
função de pensar); Felicidade da vida contemplativa.
2. A vida segundo as virtudes éticas: estas só podem dar uma felicidade humana;

» A amizade e a felicidade
- Para Aristóteles a amizade está ligada à virtude e à felicidade, portanto, aos problemas
centrais da ética; Ele a aborda porque é uma virtude e extremamente necessária à vida;
- Três são as coisas que o homem ama e pelas quais estabelece amizades: o útil, o aprazível e
o bom. O homem busca isso no outro e desta forma nascem as amizades.
- Então existem também três tipos de amizades:
1. A amizade baseada na utilidade
Os homens que buscam este tipo de amizade visam reciprocamente algum bem imediato,
como riquezas, honras. Estruturam-se amizades não em vista do fim em si mesmo, mas como
meio de adquirir vantagens;
2. A amizade centrada no prazer
É semelhante à útil. Busca-se o prazer recíproco no convívio com os amigos. A amizade dura
até quando durar o elo prazeroso. Ama-se em função do prazer.
3. A amizade ideal e perfeita
Só existe entre os homens bons e virtuosos. Esta é baseada na bondade e na virtude, é uma
amizade perfeita e completa, pois visa somente ao bem para o amigo e possui grande
durabilidade. O fim proposto é o bem em si mesmo.
- Na amizade perfeita, os que amam um amigo, amam o que é bom para eles mesmos;
- Aristóteles considera a amizade necessária para à felicidade, porque com os amigos temos
momentos prazerosos. Porque ninguém é bom somente para si mesmo.

» O prazer e a felicidade
- O prazer não é uma mudança, uma plenificação, um movimento, mas, uma atividade;
- Quando traduzimos em ato as potencialidade, a atividade desse movimento alcança seu fim.
Justamente porque nossas atividades são essa realização objetiva de potencialidades,
constituem algo positivo, e o prazer acompanha como ressonância subjetiva do resultado
positivo adquirido.
- Esse desejo de prazer é totalmente natural;
- Mas existem os prazeres convenientes e bons e os prazeres inconvenientes e mais. Para
qualificar Aristóteles recorre à virtude e o homem virtuoso. Uma classificação a partir de um
critério ontológico.
* Convenientes e bons: (prazeres superiores) os que são ligados às atividades teorético-
contemplativas do homem.
* Inconvenientes e mais: (prazeres inferiores) os que são ligados à vida vegetativo-sensível
do homem.

» Psicologia do ato moral


- Sócrates negou que o homem pudesse querer e fazer voluntariamente o mal. Platão afirmava
que a virtude permanecia, em última análise, razão. Aristóteles supera essa interpretação
intelectualista, ele sendo realista, observa que uma coisa é conhecer o bem, outra, realiza-lo. E
tentou determinar quais eram os complexos processos psíquicos pressupostos pelo ato moral.
- Começa estabelecendo a diferença entre ação voluntária (são as ações “cujo princípio reside
no agente, se ele conhece as circunstâncias particulares nas quais se desenvolve a ação”) –
(ações espontâneas que têm a sua origem nos sujeitos que as cumprem e que dependem deles)
e ação involuntária (são as ações que se cumprem forçosamente, ou por ignorância das
circunstâncias).
- O que determina a ação humana é também a escolha. A escolha é feita apenas pelo homem,
pois, só ele reflete e raciocina.
- Aquele tipo de raciocínio e reflexão relativos às coisas e ações que dependem de nós e que
são possíveis de realização, chama-se de deliberação.

Deliberação Escolha

Estabelece uma série de ações Age sobre está série de ações


e os meios necessários para Diferença e descarta quando são
alcançar certos fins irrealizáveis, e põe-nos em ato
quando são realizáveis.

- A escolha é o que nos torna senhores de nossas ações. O que nos torna bons são os fins que
escolhemos e deliberamos.

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