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RESUMO: O Cerrado sofre significativa redução de sua área de vegetação nativa pelo avanço
das atividades antrópicas. O Estado de São Paulo originalmente apresentava uma das maiores
biodiversidades do país devido a ampla variação climática sob gradiente de umidade. Até metade
do século XX, a área de Cerrado existente ocupava 14% do seu território e, atualmente, cobre
menos de 1%. Estudos recentes sobre distribuição da flora do Cerrado demonstra que a área
periférica do sul do bioma é notadamente rica em espécies e serve como área representativa. O
objetivo de se criar um guia ilustrado é o de apresentar o Cerrado paulista sob a ótica do potencial
medicinal de suas espécies e, se possível, ser instrumento para a preservação e valorização
desse bioma. No projeto, o levantamento florístico identificou mais de 130 espécies medicinais
dentro da área de estudo (Estações Ecológica e Experimental de Itirapina). Para o Guia Ilustrado
serão escolhidas cerca de 100 espécies mais representativas. Conterá fichas com informações
gerais como nomenclaturas; ocorrência; características gerais; uso etnobotânico e medicinal.
Informações de manejo e cultivo quando existentes serão incluídas para estímulo de práticas de
produção de mudas reforçando um dos objetivos do guia que é a de preservação da mata nativa
e redução do extrativismo. A linguagem deverá ser acessível a leigos e especialistas e estará
acompanhada por ilustração fotográfica. O Guia Ilustrado buscará, no seu formato, orientar e
contribuir para a identificação das espécies, divulgar seus potenciais de uso, estimular projetos
e estudos nas áreas agronômicos e farmacológica.
1. INTRODUÇÃO
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, tem cobertura vegetal não uniforme composta
por diversas formações, de florestais a campestres, passando gradual ou bruscamente de uma a
outra (Maroni et al., 2006). Segundo Coutinho (1978), o Cerrado apresenta fisionomias campestres
(campo limpo), savânica (campo sujo, campo cerrado e cerrado stricto sensu) e florestal (cerradão).
Da vegetação típica existente nesta área, mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416
podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção
contra a erosão ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Conhecidos, são mais de
10 tipos de frutos comestíveis regularmente consumidos pela população (MMA, 2015). Abrangendo
1
Graduanda de Gestão Ambiental - ESALQ/USP. <maria.raffaelli@usp.br>
2
Professor Doutor, Departamento de Ciências Biológicas - ESALQ/USP.
3
Professora Doutora, Fundação Hermínio Ometto – Araras, SP.
4 Ecólogo, pesquisador científico do Instituto Florestal, Estação Ecológica e Experimental de Itirapina, SP.
ISSN 2358-8012
11 estados brasileiros e três capitais, o bioma Cerrado, com área original do de 9,9 milhões de
hectares (Fioravante, 2015), tem sua configuração original em área nuclear localizada no Brasil
Central e também algumas penínsulas e áreas disjuntas periféricas, como é o caso do Estado de
São Paulo (Ribeiro & Walter, 1998; Durigan et al., 2004a).
Até metade do século XX, o Cerrado existente no Estado de São Paulo ocupava 14% de
seu território e, atualmente, os remanescentes dessa vegetação cobrem menos de 1% devido,
principalmente, ao intenso e rápido desmatamento e à falta de políticas de preservação (Durigan et
al., 2004a; ISHARA et al., 2008). Com ampla variação climática sob gradiente de umidade, São
Paulo é um dos estados com maior biodiversidade do país, porém grande parte desta riqueza já foi
destruída (Joly et al.,2008). Hoje, o Cerrado paulista está muito fragmentado e degradado e
segundo Durigan (2004) não apresenta todas as fisionomias. Do centro para o oeste, predomina o
cerradão, com dossel fechado, semelhante a uma floresta seca e baixa. O cerrado típico, nessa
região, está restrito a pequenas manchas (Durigan et. al., 2004). Existem estudos sobre plantas
medicinais do Cerrado na área centro-sul do Estado de São Paulo, município de Botucatu (Maroni
et al., 2006).
As plantas do Cerrado dificilmente podem ser conservadas fora de seu habitat natural
(Durigan et. al., 2004) e ainda são desconhecidas as técnicas de cultivo de muitas espécies.
Estudos de germinação e domesticação são bem-vindos a fim de que se desenvolvam técnicas de
cultivo adequadas e que a produções de mudas contribuam a redução do extrativismo no Cerrado.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
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ISSN 2358-8012
ANEXO 1