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TEMAS RECORRENTES NA HISTORIOGRAFIA DA ARQUITETURA

BRASILEIRA: CONTEXTUALIZAÇÃO EM VITÓRIA (ES)


RECURRING THEMES IN THE HISTORIOGRAPHY OF BRAZILIAN ARCHITECTURE:
CONTEXTUALIZATION IN VITORIA (ES)

TEMAS RECORRENTES EN LA HISTORIOGRAFÍA DE LA ARQUITECTURA BRASILEÑA:


CONTEXTUALIZACIÓN EN VITÓRIA (ES)

EIXO TEMÁTICO: HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA, DA CIDADE E DO URBANISMO

MAZZINI, Maisa
Arquiteta e Urbanista pela UFES, Aluno Especial do PPGAU UFES
maisa_mazzini@hotmail.com

ALMEIDA, Renata Hermanny de.


Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Professora do DAU UFES e PPGAU UFES
renatahermanny@gmail.com
TEMAS RECORRENTES NA HISTORIOGRAFIA DA ARQUITETURA
BRASILEIRA: CONTEXTUALIZAÇÃO EM VITÓRIA (ES)
RECURRING THEMES IN THE HISTORIOGRAPHY OF BRAZILIAN ARCHITECTURE:
CONTEXTUALIZATION IN VITORIA (ES)

TEMAS RECORRENTES EN LA HISTORIOGRAFÍA DE LA ARQUITECTURA BRASILEÑA:


CONTEXTUALIZACIÓN EN VITÓRIA (ES)

EIXO TEMÁTICO: HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA, DA CIDADE E DO URBANISMO

RESUMO:
No intuito de contribuir para o preenchimento de lacuna existente na historiografia da arquitetura de Vitória (ES),
discutir e auxiliar ações de preservação arquitetônica quanto à sua extensão tipológica, cronológica e geográfica,
propõe-se uma investigação, elaborada no contexto de trabalho de conclusão de curso, acerca da arquitetura (projeto
e obra) após 1950, na forma de fichamento e mapeamento. Por meio de levantamento de campo e registro fotográfico,
realiza-se um "inventário para a cidade de Vitória/ES", contemplando 75 (setenta e cinco) obras, entre a década de 1950
e o ano de 2015. Da análise quantitativa das obras selecionadas, observa-se, em maior relevância, a atuação de dois
profissionais, Carlos Alberto Vivacqua Campos e Augusto Alvarenga, e um escritório, Escritório Marroquim Ltda. O
período compreendido pelas décadas 1970 a 2000 é, então, adotado como referência para análise das narrativas,
vertentes e forças na atuação dos profissionais, em uma abordagem de integração da disciplina (adquirida em formação
acadêmica), do campo do pensamento e da práxis projetual. Para isso, recorre-se a critérios de seleção para o
reconhecimento de valores estéticos, técnicos e sociais em arquiteturas recentes de Vitória. Por fim, faz-se uma leitura
da trajetória das tendências arquitetônicas nacionais após 1950, correlacionando com o quadro municipal, por meio de
uma periodização dos temas recorrentes.
PALAVRAS-CHAVE: arquitetura; historiografia; narrativas arquitetônicas; Vitória (ES).

ABSTRACT:
In order to contribute to fill the existing gap in the architecture historiography of Vitoria (ES), to discuss and assist
architectural preservation actions regarding their typological, chronological and geographical extension, an
investigation is proposed, elaborated as final project towards graduation, about the architecture (design and work) after
1950, in the form of documenting and mapping. Through a field survey and photographic record, an "inventory for the
city of Vitoria / ES" is developed, contemplating 75 (seventy-five) works, between the decade of 1950 and the year 2015.
From the quantitative analysis of the works selected, the performances of two professionals, Carlos Alberto Vivacqua
Campos and Augusto Alvarenga, and an office, Marroquim Office Ltda, are observed. The period from the 1970s to the
2000s is then adopted as a reference for the analysis of the narratives, trends and forces in the work of the professionals,
in an approach of integrating the discipline (acquired in academic formation), the field of thought and the praxis. To that
end, it is applied selection criteria for the recognition of aesthetic, technical and social values in recent architectures of
Vitoria. Finally, the trajectory of the national architectural tendencies after 1950 is read, correlating with the municipal
framework, through a periodization of recurrent themes.
KEYWORDS: architecture; historiography; architectural narratives; Vitoria (ES).

RESUMEN:
Con el fin de contribuir al llenado de laguna existente en la historiografía de la arquitectura de Vitória (ES) y discutir y
auxiliar acciones de preservación arquitectónica en cuanto a su extensión tipológica, cronológica y geográfica, se
propone una investigación, elaborada en el contexto de trabajo de conclusión de curso, acerca de la arquitectura
(proyecto y obra) después de 1950, en forma de fichamiento y mapeo. Por medio de levantamiento de campo y registro
fotográfico, se realiza un "inventario para la ciudad de Vitória / ES", contemplando 75 (setenta y cinco) obras, entre la
década de 1950 y el año 2015. Del análisis cuantitativo de las obras, se observa, en mayor relevancia, la actuación de
dos profesionales, Carlos Alberto Vivacqua Campos y Augusto Alvarenga, e una oficina, Oficina Marroquim Ltda. El
período comprendido por las décadas 1970 a 2000 se adoptó como referencia para el análisis de las narrativas, vertientes
y fuerzas en la actuación de los profesionales, en un abordaje de integración de la disciplina (adquirida en formación
académica), del campo del pensamiento y de la praxis proyectual. Para ello, se recurre a criterios de selección para el
reconocimiento de valores estéticos, técnicos y sociales en arquitecturas recientes de Vitória. Por último, se hace una
lectura de la trayectoria de las tendencias arquitectónicas nacionales después de 1950, correlacionando con el cuadro
municipal, por medio de una periodización de los temas recurrentes.
PALABRAS-CLAVE: arquitectura; la historiografía; narrativas arquitectónicas; Vitória (ES).
INTRODUÇÃO

A revisão historiográfica da arquitetura brasileira, especialmente das últimas décadas, vem se ampliando
consideravelmente (CAMARGO, 2012). A história que sustenta o fim do Movimento Moderno e a “perda de
rumos” com a inauguração de Brasília, transmitida como “oficial” até o final da década de 1980, é insuficiente
e ineficiente para clarificar o cenário urbano atual. “Há um esforço coletivo de pensar, falar e escrever sobre
nossa arquitetura mais além dos limites da mera e repetida consagração dos feitos da geração heroica” (ZEIN,
1987, p. 88). A exemplo, encontra-se o trabalho de Bruand (1999), dedicado ao desenvolvimento de um
importante conjunto documental, retratando o estado-da-arte da arquitetura no Brasil do século XX, até o
final da década de 1960. Todavia, o autor subtrai-se da diversidade da produção arquitetônica brasileira ao
focar seus estudos nas regiões do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Bahia.

Estudiosos como Segawa (2010), Bastos (2003, 2010) e Zein (2010), por sua vez, preocupam-se em
reconhecer os processos na gênese da produção da arquitetura brasileira do século XX e seus múltiplos
percursos, ampliando o conjunto de obras analisadas, por meio de uma visão abrangente do contexto
territorial nacional. Ainda assim, a dispersão e complexidade do panorama brasileiro dificultam o
desenvolvimento cartográfico das realizações e manifestações arquitetônicas (SEGAWA, 2010). Neste
cenário, consequentemente, há restrita bibliografia tratando da trajetória da arquitetura em Vitória, capital
do Espírito Santo, sobretudo abrangendo o projeto e obra posterior à década de 1950, principalmente a mais
contemporânea.

Vale lembrar, entende-se por “historiografia”, tal como defendido por Cordeiro (2015), “[...] a construção
narrativa dos resultados da pesquisa histórica, realizada a partir do controle metódico de investigação
empírica e de crítica documental” (CORDEIRO, 2015).

Sabe-se, que a partir dos anos 1950- 1960, o Movimento Moderno, aliado à um avanço tecnológico e
econômico, percorre o território nacional, testando seus princípios em realidades distintas. Dentre os fatores
que possibilitam a disseminação dos valores modernistas no país, Segawa (2010) destaca: a criação de Escolas
de Arquitetura em outras regiões brasileiras e o intercâmbio interestadual de profissionais, motivados pelo
ensino e perspectiva de trabalho, formados especialmente no Rio de Janeiro. A rota de imigração dos
profissionais passa pela capital do Espírito Santo, incentivada pelo governo de Jones dos Santos Neves.
Arquitetos como Élio de Almeida Vianna e Francisco Bolonha chegam à Vitória, na década de 1950,
projetando as primeiras obras modernistas na cidade. No final da década de 1970, novos profissionais se
inserem no cenário de produção arquitetônica apostando na monumentalidade em seus projetos. Ainda
assim, no que tange a cidade de Vitória (ES), mesmo em âmbito acadêmico local, nota-se significativo
conjunto de estudos referentes à arquitetura tradicional e, inversamente, poucas pesquisas abrangendo a
arquitetura moderna, e mais raramente, tratando a pós-moderna e contemporânea.

Entre os trabalhos acerca da condição moderna de Vitória, tem-se: sobre Arquitetura Moderna Capixaba
(MURTA, 2000) e sobre Élio Viana e Maria do Carmo Schwab (SILVA; MATTOS, 1987). Há também sub-projeto
de pesquisa sobre Arquitetura Moderna em Vitória (ROCHA, 1995), orientado pela Profa. Dra. Renata
Hermanny de Almeida. Sobre a condição pós-moderna, são encontrados: trabalhos sobre Carlos Alberto
Vivacqua (BETTARELLO, 2003); e sobre Ione e Fernando Marroquim (SOUZA, 2000; ARRUDA; ALMEIDA,
2012). Ainda, uma monografia de conclusão de curso “A força do lugar na arquitetura brasileira: ensaio a
partir da revista Projeto” (LUBIANA, 2015). Sobre o período denominado Tardomoderno, encontra-se
projeto de pesquisa coordenado pela Profa. Dra. Clara Luiza Miranda, datado entre 2008-2009.
No intuito de contribuir para o preenchimento de lacuna existente na historiografia da arquitetura na capital
do Espírito Santo, discutir e auxiliar ações de preservação arquitetônica quanto à sua extensão tipológica,
cronológica e geográfica (CHOAY, 1999), propõe-se uma investigação, elaborada no contexto de trabalho de
conclusão de curso1, acerca da arquitetura (projeto e obra) após 1950, na forma de fichamento e
mapeamento, numa híbrida abordagem entre Arquitetura e Patrimônio. Assim, por meio de levantamento
de campo e registro fotográfico, realiza um "inventário para a cidade de Vitória/ES", contemplando 75
(setenta e cinco) obras entre a década de 1990 até o ano de 2015. A seleção baseia-se em metodologia e
critérios desenvolvidos através em pesquisa qualitativa, histórica e teórica, relativa à arquitetura brasileira
posterior à década de 1950, incluindo estudiosos, entre os quais Ruth Verde Zein, Maria Alice Junqueira
Bastos e Josep Maria Montaner.

Uma análise quantitativa das obras inventariadas, permite verificar a relevância, em sua atuação, de dois
profissionais, Carlos Alberto Vivacqua Campos, arquiteto capixaba conhecido como Bebeto Vivacqua, e
Augusto Alvarenga, arquiteto capixaba emergente; e um escritório - Escritório Marroquim Ltda., formado por
Ione e Fernando Marroquim. Embora sem coincidência quanto à formação acadêmica, a atuação dos
profissionais constitui experiências partilháveis aos princípios modernos, ora revisando-os, através de
experimentações quanto ao uso de materiais e formas geométricas, ora renovando paradigmas, por meio da
preocupação de diálogo com o entorno, até propondo sua ruptura e aproximação com conceitos
internacionais da arquitetura high- tech.

Intenta-se, neste artigo, desvendar os rumos, repercussões e contribuições do Movimento Moderno e


subsequentes estilos na construção do cenário arquitetônico capixaba. O período compreendido pelas
décadas 1970 a 2000 é adotado como referência para análise das narrativas, vertentes e forças na atuação
de Bebeto Vivacqua, Augusto Alvarenga e do Escritório Marroquim Ltda., em uma abordagem de integração
da disciplina (adquirida em formação acadêmica), do campo do pensamento e da práxis projetual dos
profissionais. Para isso, recorre-se aos critérios de seleção propostos por Mazzini (2016) para
reconhecimento de valores estéticos, técnicos e sociais em arquiteturas recentes de Vitória. Em seguida, faz-
se uma leitura da trajetória das tendências arquitetônicas nacionais após 1950, correlacionando com o
quadro local, através de uma periodização dos temas recorrentes. Este artigo conta, portanto, com um
levamento histórico-teórico, tendo como principal referência a literatura de Ruth Verde Zein e Maria Alice
Junqueira Bastos, dando apoio conceitual e documental, e os estudos ministrados e desenvolvidos pela Profa.
Dra. Clara Luiza Miranda, que dedica-se à revisão historiográfica, no que tange à arquitetura capixaba,
incluindo análise de aspectos políticos, econômicos e sociais.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Para a elaboração do Inventário, desenvolve-se critérios de seleção que norteiam a escolha das 75 obras da
cidade de Vitória, usando como base a metodologia estabelecida pelas instituições/organizações
internacionais e nacionais, em especial o Docomomo Internacional (MAZZINI, 2016, p.75). O Docomomo
empenha-se em discutir a ampliação cronológica da herança patrimonial e na identificação de valores
universais e excepcionais das obras do Movimento Moderno. Vale ressaltar que, para Jokilehto (2006),
“valores universais” implicam em características autênticas e globalmente desejáveis de uma edificação

1
Este artigo é um desdobramento de Projeto de Graduação (PG), para título de Arquiteto e Urbanista, apresentado ao Departamento
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo.
particular, enquanto o conceito de “excepcional” é definida pelo melhor ou melhores exemplares
representativos de uma categoria patrimonial (JOKILEHTO, 2006).

Criada em 1988 pelos arquitetos HubertJanHenket e Wessel de Jonge, na Holanda, a organização sem fins
lucrativos denominada Docomomo (“DOcumentation and COnservation of buildings, sites and
neighbourhoods of the MOdern Movement”) tem como uma das principais metas documentar exemplares
do Movimento Moderno, sejam eles arquitetura, paisagens, meios urbanos ou elementos técnicos, e, assim,
criar um registro coletivo, alcançando profissionais em todos os países onde o movimento moderno tenha
ocorrido.

Para assegurar uniformidade na organização de um inventário e para auxiliar as demais instituições e/ou
profissionais no desenvolvimento de documentação, o Comitê Especial Internacional do Docomomo
desenvolve um guia, contendo diretrizes e critérios de avaliação de exemplares significativos de arquitetura
moderna, estabelecidos em um encontro sitiado em Paris, datado de 1993. O guia desenvolve-se
estabelecendo conteúdos para fichamento, podendo este ser “mínimo”ou “completo”, iniciado por registro
fotográgico que melhor caracterize a edificação e seguido por breves descrições dos elementos
arquitetônicos. As demais informações a serem inseridas nas fichas técnicas são: identificação do contexto
geográfico (item 1), histórico (item 2) e descrição das condições físicas originárias e atuais (item 3). No quarto
item, denominado “Testes de avaliação do Docomomo pela procura de modenismo para estabelecer a
inovação técnica, social e estética” (Guideline, DOCOMOMO, acesso em 19 de out. 2015), encontram-se os
critérios de avaliação, que percorrem desde os valores intrínsecos do objeto (avaliação técnica, estética e
social), até sua significância comparativa (quanto ao seu status canônico e valor referencial).

Para a aplicação destes critérios na seleção de obras inseridas na realidade de cidades como a de Vitória e
no recorte histórico que ultrapassa aquele reconhecido pela organização, propõe-se uma revisão,
apresentada no quadro (Quadro 1) a seguir:

Critérios de Análise e Seleção de Arquitetura em Vitória


1950- 2015

Valores Intrínsecos ao objeto


Experimentação de novas técnicas e materiais construtivos com, ou não, a associação
de práticas vernaculares;
Exploração da solução estrutural e dos materiais construtivos como elementos
Valor Técnico
técnicos e estéticos na composição arquitetônica;
Exploração do tratamento de fachada, lançando mão de recurspos de sombreamento
adequados com a incidência solar, expressando o conhecimento e preocupação
climática do(a) arquiteto(a), no âmbito do conforto ambiental.

Todos os elementos de composição que definem as qualidades arquitetônicas e


expressão do processo criativo e artístico do profissional em questão. Podem ser eles:
 Entendimentos matemáticos e geométricos, identificando um traçado regulador na
Valor Estético composição arquitetônica;
 Exploração do material empregado, em sua expressividade formal e sensorial;
 Referências a elementos considerados tradicionais;
 Preocupação com percursos externos;
 Cor;

Relações edifício x sítio que expressam o “espírito do lugar”, sendo esse uma
Valor Urbano
combinação de condições geográficas como o clima, geografia, etc, e condições
culturais, como valores, crenças e costumes da população.

Valores Extrínsicos ao objeto

Reconhecimento do edifício na produção arquitetônica regional, nacional ou mundial,


tratando-se de um modelo a ser seguido ou de um exemplar relacionado a demais
Valor Disciplinar
edifícios locais ou até de outros países. Tal reconhecimento está condicionado à
qualidade da intenção do(a) arquiteto(a), ligado à sua consciência produtiva, e não à
um exercício de repetição.
Enquandram-se os edifícios construídos entre o recorte históricode 1950 a 2015,
Valor Social e reconhecidos como exemplares da arquitetura moderna e/ou de linhagens
Histórico posteriores, que revisam e/ou inovam princípios. Também deve ser analisado se o
objeto de estudo é desenvolvido para suprir uma nova demanda, ou se o cliente em
questão é um incentivador de uma reforma arquitetônica.

Quadro 1: Critérios de Seleção de Arquitetura em Vitória, de meados do século XX até início século XXI
Fonte: Mazzini, 2016

CONTEXTO HISTÓRICO: TEMAS RECORRENTES

Até o início da década de 1970, é inexistente, nas instituições de ensino superior no Espírito Santo, a
formação em Arquitetura e Urbanismo, o que dificulta a produção e discussão de ideias. Essas se vinculam,
então, à produção arquitetônica resultante da atuação de arquitetos com formação modernistas em outras
capitais nacionais (MIRANDA, 2010). Além disso, até então, as novas manifestações culturais no Espírito
Santo dependem do interesse individual de investidores apoiadores de experimentações inovadoras.
Porém, não há um número tão significativo de tais incentivadores em épocas remotas. No cenário
internacional, a arquitetura moderna “tinha sido denunciada como portadora de um mau espírito,
responsável por parte do desassossego; [h]avia traído a tradição, aberto horizontes nefastos” (LE CORBUSIER,
1957). Nesse cenário, o que esperar de uma sociedade marcada pelo apego aos valores historicistas e
conservadores, ligados às técnicas tradicionais de moradia, e cuja economia se baseia em atividades rurais,
especialmente na produção e cultivo do café?
Vale, ainda, lembrar o quadro econômico e cultural do Espírito Santo, em comparação aos demais membros
da região Sudeste, beneficiados com boa percentagem dos investimentos da República e preconizantes do
nascimento de manifestações culturais. Enquanto isso, aquele vê-se dependente do café, sendo que boa
parte da produção era escoada para a então capital, a cidade do Rio de Janeiro (GONÇALVES, 2000). Isso
enquanto nas demais cidades brasileiras já são assimiladas tendências modernizantes na segunda metade da
década de 1930, praticadas por arquitetos engajados antagonicamente aos valores tradicionalistas
(SEGAWA, 2010). A construção do Ministério da Educação e Saúde (1936-1942) é marco da categorização de
Zein (1987) denominada “Entre Modernos e Modernos”, inserida dentro do quadro geral “A Arquitetutra
Moderna dentro da Cidade Figurativa”. Ou seja, entende-se haver uma ruptura formal e conceitual, quanto
ao objeto arquitetônico, porém, dentro de um cenário urbano de traçado colonial (ZEIN, 1987, p.92). É a
partir dessa data que, efetivamente, a Arquitetura Moderna no Brasil é instaurada.
No segundo pós guerra, o país passa por uma fase de prosperidade econômica, intenso progresso e
desenvolvimento, que se espalha também na arquitetura, com a afirmação da Arquitetura Moderna
Brasileira. Até a década de 1950, ainda que comecem a nascer revisões, paradigmas e críticas ao Movimento
Moderno, pode-se dizer que há a aceitação da liderança da “Escola Carioca” no cenário de produção
arquitetônica, sendo, portanto, o Rio de Janeiro o centro das manifestações culturais modernistas (ZEIN,
2010). Como “Escola Carioca”, entende-se o conjunto de obras produzido por uma primeira e segunda
geração de arquitetos formados no Rio de Janeiro, atuantes na década de 1930 e 1940, que, com a liderança
intelectual de Lúcio Costa e formal de Oscar Niemeyer, desenvolvem um “estilo nacional” de arquitetura,
seguindo os princípios de Le Corbusier. Assim, Zein e Bastos (2010), definem, portanto, a periodização
denominada “Continuidade”.

Contudo, desde o final do século XIX, por toda a Grande Vitória, região que engloba municípios do entorno
da capital do Espírito Santo “[...] impera a ânsia de ser incluído na modernidade ” e “prevalece o desejo de
ruptura com um passado modesto” (MIRANDA, 2011). O Movimento Moderno no Espírito Santo, em especial
na capital Vitória, é impulsionado pelo então Governador Jones dos Santos Neves (de 1951 a 1955), que
identifica na arquitetura moderna um cúmplice para sua gestão desenvolvimentista (GONÇALVES, 2010).
Impulsionado pelas mudanças estruturais no estado e na economia, alinha-se ao princípio de racionalização
e de industrialização da arquitetura moderna. Além dos já mencionados Élio de Almeida Vianna e Francisco
Bolonha, outros profissionais exercem seu papel na disseminação de obras modernas em Vitória até meados
da década de 1980, sendo eles Décio Thevernard, Marcello Vivácqua, Dirceu Carneiro, dentre outros.
Destaca-se a importante atuação de Maria do Carmo Schwab, arquiteta capixaba formada pela Faculdade
Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro, que preocupa-se em desenvolver
arquitetura em sua qualidade. Todos tinham em comum o posicionamento e o repertório advindo da
chamada Escola Carioca, “[e]mbora se possam observar, num e noutra, algumas referências de projetações
distintas” (MIRANDA, 2010).

O período da “Continuidade” se estende até o ano de 1955, definido pela movimentação de transição da
sensibilidade plástica e formal, que se aproxima do brutalismo internacional. A indústria da construção civil
e o desejo pela cidade moderna traçam metas que informam parte importante da produção arquitetônica.
A racionalidade construtiva passa a ser ainda mais valorizada, ou seja, observa-se uma menor preocupação
com ornamentos decorativos, enquanto inversamente proporcional, busca-se a funcionalidade (ZEIN;
BASTOS, 2010).

O anseio pela cidade moderna é observado nos projetos participantes do concurso para o Plano Piloto de
Brasília, divulgado em 1957. Todas as propostas apresentadas convergem na aceitação da incapacidade do
traçado urbano tradicional de responder a certas questões da atualidade e de solucionar o “caos”. O
concurso possibilita aos arquitetos participantes a livre experimentação do exercício profissional, segundo
suas próprias aspirações, uma vez que a área prevista para implantar a nova capital brasileira é desprovida
de quaisquer impedimentos, no que se refere às suas condições geográficas e, principalmente, históricas.
Observa-se então a “utopia desnudando-se”, assim como sugere o título da periodização por Zein (1987) em
seu artigo “O futuro do passado, ou as novas tendências atuais”.

Há também um relativo afastamento da obra de Le Corbusier e aproximação com o universo formal e


construtivo compartilhado com o brutalismo, uma vez que os paradigmas nascidos até a década de 1950
estão melhor estabelecidos e ampliam-se, desdobrando novos horizontes. A arquitetura brasileira não é mais
homogênea; o termo “Brasilidades” é melhor apropriado para definir o período denominado
“Diálogos”(ZEIN; BASTOS, 2010). De um lado, há os profissionais que buscam retomar a “verdadeira
arquitetura moderna”, seguindo os ensinamentos de Le Corbusier e Lúcio Costa; de outro, arquitetos que
acreditam que a arquitetura moderna está esgotada e ultrapassada. Porém, essa revisão instaura-se num
âmbito formal, mantendo o diálogo na esfera conceitual com o Movimento Moderno, como observado na
arquitetura de Lina Bo Bardi e Afonso Reidy (ZEIN; BASTOS, 2010).
O Brutalismo é, portanto, um movimento simultâneo e não posterior a Brasília, diretamente ligado ao
incentivo governamental de desenvolvimento de uma expressão paulista (BASTOS, 2003). Ainda que
proponha uma revisão formal, o plasticismo brutalista deve muito a Le Corbusier: uso do concreto bruto na
composição arquitetônica e a ruptura com a tradição da leveza brasileira pela impressão de peso. Tem como
principal legado as obras de Vilanova Artigas.

O intervalo denominado “Diálogos” se estende até 1965, um ano depois do golpe militar e o fechamento
político, que contribuem para confundir, durante muito tempo, a luta contra a ditadura com a defesa de uma
“Arquitetura Brasileira” (ZEIN, 1990, p. 228). É instaurado o período “Pós Brasília”, marcado também pelas
questões do Planejamento Urbano, com a definição dos Planos Diretores e da Habitação Social (ZEIN;
BASTOS, 2010). A partir de então, observa-se o início de uma diversidade ainda maior de tendências, de
acordo com aspectos regionais de cada cidade. Nesse contexto, tem-se as obras do arquiteto mineiro
Severiano Porto, formado em 1954 na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, atuante nas regiões Norte e
Nordeste, a partir da década de 1960, especialmente preocupado com as questões climáticas, com a
tecnologia e com as tradições vernaculares (ZEIN, 1990).

A ditadura militar atinge também a capital do Espírito Santo. A instabilidade política enfraquece os
investimentos à cultura e à transformação social, causando uma lacuna na produção dos arquitetos, no
período compreendido entre 1964 a 1967, e posterior descompasso nas vertentes de atuação. “Alguns
mantiveram o rigor compositivo moderno evoluindo dentro de seus programas ideológico, como Maria do
Carmo Schwab e Élio Vianna; outros voltaram ao ecletismo da velha prática da opção de estilo e em resposta
à demanda do cliente” (MIRANDA, 2008, p. 59).

Em artigo publicado na revista Projeto, Zein (1987) destaca o ano de 1972 como o momento no qual é
possível identificar diferentes linhas arquitetônicas: o plasticismo de Oscar Niemeyer e suas vertentes; a
geração de discípulos de Artigas, em São Paulo, formados entre 1955 e 1975; os “representantes do
International Style” e a influência da arquitetura paulista em outros Estados (ZEIN, 1987, p. 96). O ano de
1975 dá início à periodização denominada “Crise e Renovação” (ZEIN; BASTOS, 2010). As arquiteturas a partir
dessa data, até 1985, estão mais preocupadas com os debates e crises abertos pela condição pós-moderna.
Dividem-se em três caminhos: a continuidade de uma tradição moderna brasileira; a revisão dessa tradição
com a realidade amplo senso; e a eventual superação moderna, aberta às discussões internacionais (ZEIN;
BASTOS, 2010).

No Espírito Santo, a década de 1970 é marcada por uma mudança da estrutura econômica: a dependência
do café diminui com a introdução de outros cultivos agrícolas. No setor industrial, há grandes investimentos
de empresas nacionais, que se instalam no estado. A nova base econômica potencializa o processo de
urbanização e favorece a construção civil na capital. Assim, vários arquitetos formados em diferentes
universidades pelo Brasil, migram para Vitória na perspectiva de trabalho. Profissionais como Bebeto
Vivacqua, Carlos Fayet, Ione e Fernando Marroquim, José Galbinski e Paulo Casé, introduzem novas ideias e
mudanças em processo no campo da arquitetura (MIRANDA, 2008).

Na perspectiva da continuidade de uma tradição moderna brasileira, encontra-se o arquiteto carioca


Marcello Vivacqua em Vitória. Traz consigo a estética modernista da “Escola Carioca” difundida pela
Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, onde forma-se em 1951. Vem para Vitória
incentivado por Élio Vianna para trabalhar na Secretaria de Viação e Obras Públicas (SVOPES) junto com
Maria do Carmo Schwab. Durante o final da década de 1960 e durante a década de 1970, os investimentos
patrocinados pelo “milagre econômico” em vários setores nas universidades em todo o país permitem que
os arquitetos desenvolvam experiências em planejamento de instalações universitárias (SEGAWA, 2010).
Projetando obras significativas na cidade de Vitória, desde 1955, o arquiteto mantém suas referências
modernas na obra da Célula Modular Universitária da Universidade Federal do Espírito Santo, em 1968. Neste
projeto, Vivacqua beneficia-se do concreto armado, nas formas puras e livres de ornamentos. Preocupa-se
com o conforto ambiental, propondo pátio interno e janelas em fita para iluminação e ventilação natural,
além de paisagismo e beirais para proteção contra incidência solar.

A influência da arquitetura paulista também é notada na capital do Espírito Santo. Neste contexto, encontra-
se o arquiteto gaúcho José Galbinski, formado em 1957 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Assinante dos projetos da Biblioteca (1968) e do Reifeitório (1970) da
Universidade de Brasília, o arquiteto desenvolve, junto com a arquiteta Ione Marroquim, o projeto da
Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, em 1978. Galbinski não se limita à sua formação
influenciada pela linhagem carioca, buscando referências no brutalismo de Artigas: explora o potencial
expressivo do concreto armado, solucionando o programa do edifício em um único bloco monumental.

Paralelamente, os avanços econômicos contemplam áreas de infraestrutura, transporte e comunicação,


afastando-se geograficamente, em um projeto político-econômico de integração nacional (SEGAWA, 2010).
A prosperidade do “milagre econômico” alcança a cidade de Vitória, e se expressa na construção da
ambicioso projeto do Terminal Rodoaquaviário, em 1978, do uruguaio Nelson Inda e de Carlos Maximiliano
Fayet, arquiteto urbanista natural de Domingos Martins (ES) e formado em arquitetura pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul em 1953, e 1955 em urbanismo. Como Galbinski, mesmo com formação de
cunho modernista ligada a linha carioca, Carlos Maximiliano Fayet revisa os princípios modernos, lançando
mão de novos materiais e técnicas, como a estrutura leve de cobertura metálica que permite vencer grandes
vãos. A tipologia diferenciada possibilita a liberdade de ir e vir do indivíduo por toda a sua extensão. Nota-se
a preocupação com especificidades geológicas e geográficas do entorno, como a topografia, hidrografia e a
vegetação, e a iniciativa de modernizar áreas adjacentes do centro da cidade.

Nos “Novos Rumos” (ZEIN; BASTOS, 2010), iniciados a partir de 1985, observa-se o esmaecimento da clareza
e da exatidão das posições. No final de 1984, a divulgação de concurso de uma Biblioteca Pública coloca em
questionamento o esgostamento do papel inovador do arquiteto. Nenhum projeto participante propõe uma
solução adequada ao programa (ZEIN; BASTOS, 2010). Para tentar explicar esse intervalo, Zein (1987) levanta
a discussão, apresentando cinco temas recorrentes. O primeiro, a “Reciclagem”, é a revitalização de obras
preexistentes através de intervenções. “Substituir o desperdício pela reutilização criativa passa a ser um
imperativo não de moda, mas de sobrevivência” (ZEIN, 1987, p. 100). O segundo tema, denominado
“Arquitetura dos negócios”, inclui obras que seguem as regras restritivas e limitações do sistema capitalista,
porém com boas soluções, mesmo que não exepcionais. O terceiro, “A cidade da especulação”, onde se tem
a cidade como mercadoria e a paisagem urbana descontínua, causados pelo “uso do solo” e zoneamentto
estanqueizado. O quarto, intitulado “Arquitetura, ofício e técnica” é a conscientização da busca pela
qualidade técnica e no aperfeiçoamento dos detalhes no exercício da profissão no dia-a-dia. E o quinto,
denominado “Regionalismos brasileiros”, caracteriza-se pela valorização das peculiaridades geográficas e
culturais de cada região do Brasil (ZEIN, 1987). Zein (1987) ainda sugere mais um tema adicional,
caracterizada pela crítica à produção arquitetônica.
O ano de 1995 dá início à “Contemporaneidade” (ZEIN; BASTOS, 2010). Nota-se a diversidade de tendências,
ou sua dispersão. O desenho do espaço público é entendido como protagonista de uma paisagem urbana,
essa sendo marcada por elementos naturais ou não, como os rios, a paisagem construída e/ou topografia

BEBETO VIVACQUA: EXPERIMENTAÇÕES DA TRADIÇÃO MODERNA

Bebeto Vivacqua, como é conhecido Carlos Alberto Vivacqua Campos, nasce em Cachoeiro de Itapemirim,
em 1944, e falece na cidade de Vitória no ano de 1986. Estuda Arquitetura e Urbanismo em 1968, pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, alinhando-se a uma formação de cunho modernista ligada à “Escola
Carioca”. Reside em Minas Gerais na década de 1970, afim de realizar um curso de Paisagismo, em um
momento em que os arquitetos mineiros começam a demonstrar de maneira ostensiva as possibilidades da
opção eclética, recuperando o valor da noção de composição como oportunidade de renovação (ZEIN, 1990).
Segundo Zein (1990), não é possível afirmar a ocorrência de uma “Escola Mineira”, porém nota-se uma
diversidade de arquitetos de “formação e preocupação semelhantes que intentam produzir uma arquitetura
própria [...]” (ZEIN, 1990, p. 240). Também estuda, temporariamente, na Espanha, o que contribui para
ampliar seu repertório e suas convicções acadêmicas. Após a conclusão de sua formação, retorna ao Espírito
Santo, fixando-se em Vitória, onde exerce seu ofício com grande maestria, revolucionando a produção e
concepção arquitetônica local, com seus projetos ousados e originais. Bettarello (2003) define a arquitetura
de Bebeto Vivacqua como uma clara expressão de um espírito de transformação na busca de quebra de
paradigmas.
A partir da década de 1960, Bebeto vence, junto ao seu parceiro de trabalho Irencyr Beltrão, vários concursos
de arquitetura nacionais e internacionais, dentre os quais destacam-se: o 1° lugar no Concurso Nacional de
Arquitetura para SAER-BA, em 1971, e o 1° lugar no Concurso de Arquitetura para a sede da Prefeitura
Municipal de Vitória, em 1972.
No que se refere aos valores técnicos e estéticos, nota-se na sede da Prefeitura de Vitória (Figura 1), datada
de 1974, o caráter inovador do arquiteto. Bebeto Vivacqua introduz no repertório da arquitetura de Vitória
a utilização do concreto aparente trabalhado e do vidro nas fachadas (BETARELLO, 2001). Explora a solução
estrutural, apostando no tratamento plástico de volume escultórico e experimentação de formas
geométricas, como a piramidal, retangular e cilíndrica. Neste sentido, o programa da Prefeitura, Câmara
Municipal e Plenário é distribuído em blocos geométricos definidos e independentes (Figura 2), integrandos
através de materiais e de elementos de comunicação, representados pelas escadas e rampas externas (Figura
3). Assim, preocupa-se com o percurso do usuário, que transita pelos edifícios por diferentes níveis e espaços.

Pode-se destacar a escala da obra quanto seu Valor Urbano, uma vez que estabelece relação com a
morfologia do entorno, marcada por edificações de um a dois pavimentos. Ainda assim, sua implantação
elevada dá destaque ao Edifício da Prefeitura, este alinhado ao traçado da avenida principal, e o
deslocamento dos demais blocos no lote permite a conformação de espaços livres envolventes do ambiente
natural e a vegetação, responsável pela ambiência aprazível e proteção contra incidência solar.
Figura 1: Prefeitura Municipal de Vitória, projeto de Bebeto Vivacqua e Irwncyr Beltrão, 1974.
Fonte: Mazzini, 2016

Figura 2: Prefeitura Municipal de Vitória, projeto de Bebeto Vivacqua e Irwncyr Beltrão, 1974.
Fonte: Mazzini, 2016
Figura 3: Prefeitura Municipal de Vitória, projeto de Bebeto Vivacqua e Irwncyr Beltrão, 1974.
Fonte: Mazzini, 2016

Uma de suas obras de grande valor técnico e estético é o Palácio do Café (Figura 4 Figura 5), localizado na
Enseada do Suá. O Palácio do Café abriga o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), que representa o
setor em que o Espírito Santo se destaca como um dos maiores exportadores do Brasil. Em 1983, é assinada
a convenção do Edifício Palácio do Café para a construção do mesmo, onde Bebeto Vivacqua é convidado.
Sua construção, entretando, é finalizada em 1987, um ano após a morte do arquiteto. O programa é
distribuído em uma única torre monumental, em cuja composição arquitetônica é possível reconhecer
influências disciplinares provenientes da sua formação na escola carioca. Bebeto Vivacqua lança mão da
planta e da fachada livre; do tratamento com brises soleis e janela em fita (no sentido vertical), além da
exploração de linhas regulares e curvas. Não obstante, persiste na experimentação do uso de materiais e na
exploração da solução estrutural na composição estética, combinando o concreto armado com o tijolo
aparente bruto: um claro enfrentamento da textura lisa e edificações brancas do Movimento Moderno
pragmático. O arquiteto ainda propõe uma desconstrução dos volumes regulares, a partir da decomposição
volumétrica de paralelepípedos e de triângulos prismáticos e justaposição de formas cilíndricas.
Seu valor urbano e social é observado no destaque do edifício na paisagem, simbolizando o valor da produção
do café no Espírito Santo em toda a sua história. Situado em uma região privilegiada da cidade, com grande
desenvolvimento econômico e visuais marcantes para o Convento da Penha e para a Baía de Vitória, a obra
tem como elemento de composição a utilização de dois elevadores panorâmicos, representantes do avanço
tecnológico da região.
Figura 4: Palácio do Café, projeto de Bebeto Vivacqua, 1983.
Fonte: Mazzini, 2016.

Figura 5: Palácio do Café, projeto de Bebeto Vivacqua, 1983.


Fonte: Mazzini, 2016.
O caráter inovador do arquiteto também transparece em outras de suas obras: Rede Gazeta (Figura 6), de
1974, e Junta Comercial (Figura 7), entre 1977 e 1987. É possível reconhecer, portanto, a qualidade da
intenção de Bebeto Vivacqua e o caráter disciplinar de suas obras, constituindo-se em uma vertente no plano
das experimentações dos repertórios formais, menos compromissada com a tradição moderna pragmática.

Figura 6: Rede Gazeta, projeto de Bebeto Vivacqua, 1974.


Fonte: Mazzini, 2016.

Figura 7: Junta Comercial, projeto de Bebeto Vivacqua, 1977-1987.


Fonte: Mazzini, 2016.
ESCRITÓRIO MARROQUIM: REALIDADE AMPLO SENSO

O Escritório Marroquim Ltda. é criado em 1978 pelo casal Ione Mota Marroquim de Souza e João Fernando
Campello Marroquim de Souza, em Vitória. Ione é nascida em Recife, enquanto Fernando nasce no Rio de
Janeiro. Ambos iniciam sua formação em arquitetura na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de
Pernambuco, em 1969 . Seus percursos acadêmicos têm base nas expressões Modernistas, tanto pela
conduta da Escola de Arquitetura da UFPE, quanto pelo cenário da produção aquitetônica pernambucana,
onde obras modernistas desenvolvem-se até mesmo antes do Movimento Moderno estar consolidado no
Rio de Janeiro e São Paulo (ARRUDA; ALMEIDA, 2012). João Fernando Marroquim ainda tem oportunidade
de estudar na Universidade de Brasília, em 1971, onde forma-se, o que amplia seu repertório, uma vez que
a metodologia de ensino da UNB interage com situações reais e a prática, enquanto a escola de Recife basea-
se na teoria (ARRUDA; ALMEIDA, 2012).

Os percursos de sua profissionalização passam por parcerias com grandes nomes da arquitetura, como José
Filgueiras Lima e Oscar Niemeyer. Em 1981, Ione Marroquim é selecionada em concurso público para lecionar
no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Espírito Santo, contribuindo de forma
relevante na produção arquitetônica local direta e indiretamente. Pode-se afimar que, o contato com a
cidade histórica de Olinda, associada à formação de cunho modernista, faz com que Ione e João Fernando
Marroquim contribuam com o exercício de uma arquitetura sensível, preocupada com os aspectos regionais
e com a preexistência crítica. A premissa projetual do Escritório Marroquim é de diálogo e integração com o
entorno consolidado, seja este localizado em uma área de massa vegetativa abundante ou em contexto
urbano solidificado.

Assim é observado no projeto do Edifício Mirante da Praia, de 1978, localizado na Praia do Canto, área nobre
da cidade. O bairro é densamente configurado por residências uni e multifamiliares, marcadas por
diversificada linguagem, do ecletismo ao moderno. O terreno em “L”em que se insere a obra, situa-se em
uma área estreita, irregular e com aclive, na encosta do Morro Guajuru, demarcada por uma densa
vegetação. Seu Valor Urbano não é definido por uma aproximação estético-formal com o entorno, uma vez
que o edifício destaca-se na paisagem pelo seu gabarito, proporção e extensa fachada voltada para o mar,
diferente dos demais edifícios, voltados à rua. Mas, sim, pela sua implantação, caracterizada pelo ajuste às
curvas de nível, de forma a causar menos impacto às visuais, à topografia e ao ambiente natural. A solução
estrutural em concreto pré-moldado permite vencer o relevo moderadamente.

Sobre o valor técnico e estético, o edifício residencial configura-se em cinco módulos de apartamentos
distribuídos em 11 pavimentos-tipo, sobre 4 pavimentos de garagem. Sua configuração volumétrica
longitudinal levemente côncova inclui a vista privilegiada para a Baía de Vitória, através do direcionamento
das aberturas na fachada sudeste (Figura 8), ritmada pela repetição dos módulos e tratada com vidro. Esta
fachada de textura lisa difere da oposta (Figura 9), atingida pelo sol da tarde. A fachada noroeste, que tem a
vista para o meio urbano, é caracterizada por uma textura rugosa advinda do uso dos cobogós, que permite
a ventilação enquanto bloqueia a incidência solar. Os tratamentos diferenciados e o ritmo da varanda dos
módulos criam um jogo de luz e sombra, ora prevalecendo um ou outro, por toda a extensão do edifício.
Figura 8: Edifício Mirante da Praia, fachada sudeste, projetado pelo Figura 9: Edifício Mirante da Praia, fachada noroeste, projetado
Escritório Marroquim Ltda.,1974. pelo Escritório Marroquim Ltda., 1974.
Fonte: Mazzini, 2016. Fonte: Mazzini, 2016.

A integração dos valores urbano, social, técnico e estético é encontrada no projeto da Escola Edna de Mattos
(Figura 10), em Jesus de Nazareth, de 1992. Jesus de Nazareth é uma comunidade consolidada no alto do
Morro homônimo, próximo a áreas nobres, às margens da Baía de Vitória. O bairro caracteriza-se por traçado
urbano marcado pela irregularidade, resultante da ocupação da encosta, auto construção e topografia
sinuosa. “[P]redominam construções de um a dois pavimentos, de revestimentos opacos, com a prevalência
do cheio sobre o vazio [...]” (ARRUDA; ALMEIDA, 2012).
A Escola Municipal de 1º Grau Jesus de Nazareth, atual Escola Edna de Mattos, de 1992, é composta por três
volumes que abrigam um extenso programa. Os arquitetos procuram a relação harmonioza com a morfologia
urbana, implantando volumes fragmentados diferenciados por cores, para diminuir os impactos visuais de
sua escala desproporcional ao contexto. O ritmo das janelas e a proporção (altura x volume) referenciam a
tipologia arquitetônica da região, construíndo uma relação harmoniosa com o entorno: nota-se se tratar de
uma edificação contemporânea, porém que respeita a identidade territorial, mesclando-se à paisagem
urbana local. O projeto, que tem como um de seus desafios a topografia a ser vencida, concilia a estética,
técnica e o urbano à sua dimensão social, quando qualifica uma área perimetral marginalizada da cidade.

Figura 10: Escola Edna de Mattos, projetado pelo Escritório Marroquim Ltda., 1992.
Fonte: Mazzini, 2016.

Outras de suas obras, como o Centro de Treinamento Dom João Batista (Figura 11), 1982/1988, que integra-
se à vegetação abundante através da implantação, escala, volume e material empregado, reforçam a
intenção do Escritório Marroquim em estabelecer uma postura menos hierárquica e determinista no
ambiente construído e natural. É possível reconhecer, portanto, um posicionamento confrontante ao caráter
universalizante das soluções arquitetônicas modernistas, uma vez que preocupam-se em criar maior diálogo
com as distintas realidades enfrentadas. Aproximam a técnica e estética à uma postura analítica e sensível
no reconhecimento da história, tipologia, morfologia, topografia, da paisagem.

Figura 11: Centro de Treinamento Dom João Batista, projetado pelo Escritório Marroquim Ltda. (1982/1988).
Fonte: Mazzini, 2016.
AUGUSTO ALVARENGA: SUPERAÇÃO MODERNA

Augusto Alvarenga é arquiteto atuante em Vitória e Prof. Dr. do Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Espírito Santo, onde forma-se em 1990, 11 anos após a criação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UFES, ainda em processo de estruturação. Em 1997, cria o escritório Alvarenga
Arquitetos Associados. Em seus projetos, nota-se a valorização de novas técnicas construtivas, evidenciando
as características físicas das estruturas diferenciadas, em especial as metálicas. As soluções estruturais são
elementos importantes da composição arquitetônica, porém, afasta-se da estética modernista,
aproximando-se do conceito high tech, reconhecido por Montaner (1995) como uma nova corrente e
concepção da “Condição Pós-Moderna”. Temas como sustentabilidade” e “computação gráfica” estão
presentes em seus projetos, indicando postura aberta às discussões internacionais, em diálogo com o
funcionalismo técnico e com a racionalidade.

Em suas obras, é possível reconhecer a intenção de estabelecer o contraste entre o ambiente construído e
natural. Sua arquitetura propõe oferecer espaços de máxima eficiência, em contraponto com os ditos
tradicionais, como uma exaltação das ciências exatas, da engenharia industrial e da alta tecnologia; como
observado no projeto do Edifício sede da NEXEN (Figuras 12 e 13), em parceria com Adriane Alvarenga e
Erica Marcia Leite Barros, localizado no Centro Tecnológico da UFES. Projetado no final da década de 1990,
e construído em 2002, é empreendido pela Nexem - Núcleo de Excelência em Estruturas Metálicas e Mistas,
CST - Companhia Siderúrgica Tubarão e pela UFES.

Neste projeto, a estrutura metálica aparente é responsável pelo valor técnico, estético e pela expressão
tecnológica e industrial. Com uma área de aproximadamente 264,98 m², são necessárias 21 toneladas de
aço com maior resistência à corrosão para sua concepção. Assim, com o intuito de ser funcional e eficiente,
o edifício simboliza, de forma não artística, o objetivo central do NEXEM, que é promover o desenvolvimento
da competência técnica em construção de aço.

O edifício instala-se no lote como um produto da indústria, expondo seus elementos estruturantes, os
acabamentos metálicos e as vedações com painéis industrializados e vidro, como se pudesse ser montado e
desmontado em qualquer outra realidade, numa visão de mundo resolvido tecnologicamente. Seu valor
urbano e social conota-se pelo seu símbolo representativo de uma classe universitária intelectual, confiante
e otimista na evolução cultural científica.
Figura 12: NEXEM, projetado por Augusto Alvarenga e associados, final da década de 1990.
Fonte: Mazzini, 2016.

Figura 13: NEXEM, projetado por Augusto Alvarenga e associados, final da década de 1990.
Fonte: Mazzini, 2016.

O arquiteto mantém o caráter tecnológico em suas experimentações projetuais até a atualidade. É o caso do
projeto, de 2009, de revitalização da antiga Fábrica Téxtil e atual Fábrica de Ideias (Figura 14). A intervenção
instala-se numa antiga fábrica têxtil, inativa por muitos anos, e destinada a subsidiar oficinas e exposições
para comunidade local. Sua presença marca a paisagem urbana da Avenida Vitória, bairro de Jucutuquara,
pela sua arquitetura fábril e escala longínqua. Em dias atuais, abriga funções do Instituto Federal de Vitória.

A proposta apresentada por Augusto Alvarenga e Associados está inserida na classificação “Reciclagem” da
arquitetura após a década de 1980, por Ruth Verde Zein (1987). Na intervenção, é possível observar o
evidenciamento de sua contemporaneidade na valoração da estrutura metálica, tornando os
contraventamentos e ripas integrantes da composição estética nas fachadas A nova estrutura metálica
expande as proporções (altura x comprimento) da antiga fábrica têxtil, modificando sua escala, e
ultrapassando seu perímetro, afim de estender seus limites físicos. Tal posicionamento demarca
significativamente suas diferenças cronológicas, símbolo de uma subordinação do antigo (ultrapassado)
sobre o novo (intelectual e tecnológico).

Figura 14: Fábrica de Ideias, projetado por Augusto Alvarenga e associados em 2009.
Fonte: Mazzini, 2016.

As obras de Augusto Alvarenga se estabelecem como uma ruptura do academicismo das tradições
modernistas, porém retomam o caráter universalizante, uma vez que consideram as soluções tecnológicas,
estas desprovidas de referências históricas e conotações afetivas, como resposta de formalismos técnicos
que enxergam a concepção da realidade como única e universal. “A questão pós-moderna abriu as
sensibilidades e a tolerância com diversidade de posicionamento, com a apreensão e compreensão de outras
formas de instrumentar o raciocínio do projeto” (SEGAWA, 2010, p.191).

CONCLUSÕES FINAIS

Por alguma razão, a trajetória da arquitetura de Vitória está ausente nas bibliografias preocupadas em revisar
a historiografia arquitetônica brasileira e desvendar os rumos e contribuições do Movimento Moderno em
tendências adjacentes. Parte dessa problemática se deve à dificuldade em cartografar as manifestações no
amplo e complexo panorama brasileiro. Outra pressuposição, é o desconhecimento geral de universitários e
estudiosos capixabas de seu próprio contexto urbano, visto o escasso número de trabalhos acadêmicos
dedicados à investigação da arquitetura na capital do Espírito Santo, sobretudo a mais recente. “A própria
formação dos professores pode acarretar em uma visão formal pré-estabelecida, que acaba por não motivar,
ou deixar em segundo plano, particularidades e culturas regionais como o próprio patrimônio local”
(CATIGLIONI, 2014). É possível observar, em muitos casos, que o sistema educativo não estimula a
observação do aluno para as peculiaridades de seu meio, uma vez que trata os processos de concepção da
realidade como universal através de formalismos técnicos (GUSMÃO, apud CASTIGLIONI, 2014).

Soma-se a isso, o descrédito dos pressupostos da herança do Movimento Moderno, uma vez que questionam
seus valores históricos; suas funções originais, não condizentes com necessidades atuais; e/ou suas inovações
tecnológicas, que nem sempre suportam tensões de longo prazo. Em Vitória, a situação é ainda mais
agravante: os agentes locais responsáveis pela organização e preservação da herança patrimonial, sendo eles
o Conselho Estadual de Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura, e o Departamento de Revitalização
Urbana, inserido na Secretaria de Desenvolvimento da Cidade, da Prefeitura Municipal de Vitória,
reconhecem apenas duas obras datadas da segunda metade do século XX, protegidas a nível estadual. São
elas: a Escola Ernestina Pessoa (1952), hoje Escola da Ciência e Física, e a Concha Acústica (1953), ambas do
arquiteto Francisco Bolonha.

Outrossim, a inexistência de um núcleo do Docomomo no Espírito Santo - organização de abrangência


internacional, que tem como uma das principais metas documentar exemplares modernos, e, assim, criar um
registro coletivo, dificulta o reconhecimento da ocorrência do Movimento Moderno no território capixaba,
o que acaba por desmotivar o desenvolvimento de estudos locais. Na contramão, encontra-se o inventário
desenvolvido por Mazzini (2016), que estabelece uma iniciativa em olhar a arquitetura capixaba de forma
abrangente, ampliando o arco cronológico já reconhecido pela instituições internacionais, nacionais e,
sobretudo locais, que não ultrapassa a década de 1970.

O item denominado “Contexto histórico: temas recorrentes”, busca mostrar que a história da arquitetura de
Vitória está alinhada aos acontecimentos sincrônicos constituintes da enigmática arquitetura brasileira.
Ainda que em passos largos, é possível observar a continuidade dos temas recorrentes desenvolvidos por
Zein e Bastos em território capixaba. Em especial, destaca-se a temática “Crise e Renovação” (ZEIN; BASTOS,
2010), iniciada na década de 1970, que observa a pluralidade de ideias advindas com a condição pós-
moderna, subdvidindo-se em três principais frentes: aquelas que retomam as tradições modernas, as que
propõe a revisão desta tradição e eventual superação. Nessa perspectiva, encontram-se as arquiteturas de
Bebeto Vivacqua, de Augusto Alvarenga e do Escritório Marroquim Ltda., identificados pela relevância de
suas contribuições para a produção e desenvolvimento do cenário urbano capixaba, destacada em
quantidade, mas, sobretudo, em sua qualidade.

Espera-se que este artigo possa instigar o desenvolvimento de estudos que sincronizem a arquitetura de
Vitória com o contexto nacional, não só no sentido de valorização da produção local, mas, também, no de
contribuir no desvendamento das incertezas e no mapeamento da labiríntica historiografia brasileira, em
especial após a inauguração de Brasília, período injustamente entendido como a “perda de rumos”.

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