Вы находитесь на странице: 1из 7

Comunicado 87

Técnico ISSN 1676-7675


Sobral, CE
Dezembro, 2007

Estresse na Produção
Animal

Ângela Maria Xavier Eloy1

Introdução sucumbir à doenças, sofrer atraso no crescimento ou


apresentar baixo desempenho reprodutivo.
O organismo vivo está normalmente em equilíbrio, o
qual é responsável pelo desencadeamento normal das Não existe uma etiologia ou prognóstico definido para
funções fisiológicas. Este estado de equilíbrio denomi- o estresse, sendo este considerado como a ruptura do
na-se homeostase. Segundo Dukes (1996), equilíbrio ou pressão sobre o mecanismo da
homeostase é uma propriedade auto-reguladora do homeostase, excedendo a capacidade de adaptação
organismo que permite a manutenção do seu equilíbrio (Moberg, 1987). Em condições de estresse, o organis-
interno e essencial à sua própria existência. Portanto, mo reage para se proteger, e uma série de reações
os animais domésticos têm seu próprio ritmo e agem biológicas ou conjunto de reações desencadeadas pelo
de acordo com o instinto nato de sobrevivência, organismo têm início, liberando substâncias como
inerente a todos os seres vivos. São seres gregários, neurotransmissores (adrenalina), glicocorticóides
que têm como foco a sobrevivência e a reprodução, (cortisol) e opióides endógenos (ß-endorfinas) na
fatores esses responsáveis pela constante busca por corrente sangüínea. O estresse faz parte da vida dos
alimento e pelo estado de “alerta”. seres vivos, e serve de alerta para algo que não está
em harmonia, seja do ponto de vista emocional, seja
No início das civilizações, entretanto, o homem do ponto de vista físico ou químico. No entanto, caso o
considerava o animal um ser bruto que não poderia ser estresse seja uma constante, provocará sérios danos
atingido pelo estresse. No entanto, aos poucos, de à saúde, prejudicando o desempenho normal das
acordo com Moberg (1996), foi aceito que os animais funções reprodutivas, metabólicas e do sistema
também sofrem devido a carga de estresse, desenvol- imunológico, entre outras. Como conseqüência, têm-se
vendo patologias similares aos humanos, podendo animais doentes e menos produtivos.

Med. Vet., Ph. D., Pesquisadora da Embrapa Caprinos, Fazenda Três Lagoas, Estrada Sobral/Groaíras, Km 04, CEP - 62010-970, C. Postal 145, Sobral/CE.
1

E-mail: angela@cnpc.embrapa.br
2 Estresse na Produção Animal

Os ovinos são animais susceptíveis ao estresse diário nais ou psicológicos são estímulos que afetam a
(Fig. 1), tais como transporte, mudança de ambiente, emoção e resultam em medo, ansiedade e frustração.
mudança de manejador, isolamento e deficiência
nutricional, entre outros. Dentre estes, o estresse Em animais domésticos, o tipo de estresse mais
emocional do isolamento acarreta grande desgaste ao comum é o físico, causado tanto pela deficiência
animal, interferindo no consumo de alimento e água e nutricional, que leva a alteração do metabolismo
também alterando a secreção dos hormônios interno, como pelo manejo inadequado, transporte e
reprodutivos. Também o estresse físico, tendo-se temperatura ambiente, que têm ação externa. A
como exemplo a hipoglicemia, natural ou causada pela ocorrência do estresse emocional é mais ligada a
administração de insulina, que altera o ambiente troca de manejadores e de alojamento, como também
interno do animal, causa inibição dos hormônios pela mudança de companheiros de baia, fator esse,
reprodutivos. É interessante lembrar que nestas especialmente que afeta os ovinos.
situações, como nos casos de deficiência alimentar
aguda e crônica, reações semelhantes nos animais Fisiologia do Estresse

Deficiência nutricional A ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA)


Calor, frio, umidade
(Fig. 2), em situações de estresse, é iniciada no
sistema nervoso central (SNC) pela liberação dos
hormônios liberadores das corticotrofinas (CRH)
dentro da veia porta. Após ser liberado para a
pituitária anterior, as CRH estimulam a secreção do
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), o qual, por sua
vez, resulta na liberação dos glicocorticóides pelas
adrenais (Brown, 1994).

Estresse
Transporte, longas Mudança brusca de
caminhadas alimentação, de Hormônio liberador das
manejador, etc. corticotrofinas (CRH)
(Sistema Nervoso Central)
Fig. 1. Tipos de agentes estressores que afetam os ovinos.

podem ser observadas, prejudicando o desempenho


ACTH
(Pituitária)
reprodutivo e produtivo dos mesmos.

Este trabalho apresenta alguns resultados de pesqui- Glicorticóides


sas com estresse, realizados com ovinos e suas
(Adrenais)
relações com os hormônios ligados à reprodução.

Tipos de Estresse
Sistema imonológico, reprodutivo,
digestivo, respiratório etc.
Alteração do metabolismo
Há vários tipos de agentes estressores que podem ser (sanidade, reprodução, adaptação,
ganho de peso etc.)
classificados de acordo com a qualidade, em físico e
psicológico ou emocional, e de acordo com a duração, Fig. 2. Diagrama do efeito do estresse sobre o hipotálamo e adrenais.
Fonte: Eloy (1995).
em agudo ou crônico. O estresse físico ou metabólico
é aquele que altera o ambiente interno do organismo, Estas alterações hormonais ocorrem em resposta a
sendo causado por anoxia, hipoglicemia, etc.; quando uma variedade de fatores estressantes que acometem
tem ação externa, poderá ter como causadores o calor os animais e, na grande maioria, desempenham
e o frio, e também acontecer por ocasião do esforço importantes funções de adaptação. A ocorrência de
físico, tais como em casos de exercício em excesso e aumento dos níveis dos glicocorticóides, no caso o
lesão corporal. Os estressores considerados emocio- cortisol, tem se tornado critério para definir uma
Estresse na Produção Animal 3

situação de estresse. Os glicocorticóides exercem molécula precursora das ß-endorfinas, sugerindo que a
função catabólica, inibindo a multiplicação celular de liberação desta seja causada por aqueles dois fatores
aminoácidos e glicose, bloqueando a síntese de hipotalámicos.
proteínas que resulta na diminuição da taxa de meta-
bolismo. O aumento dos níveis de glicocorticóides Estresse Emocional e seu
durante o estresse proporciona um “feedback” Mecanismo de Ação
negativo no cérebro e no sistema imunológico, inibindo
a super atividade da resposta ao estresse, protegendo Estudos desenvolvidos por Eloy (1995) com ovelhas
o corpo do seu próprio sistema endocrinológico e ovariectomizadas têm mostrado que o estresse
imunológico. Portanto, os glicocorticóides geralmente emocional, causado pelo isolamento dos animais,
suprimem, em vez de acentuarem, o mecanismo desencadeia a liberação do opióide endógeno ß-
normal de defesa do organismo, e é um meio de endorfina (Fig. 4) e altera a amplitude e a freqüência
proteção, não contra a fonte de estresse em si, mas dos níveis periféricos do hormônio luteinizante (LH)
contra as reações normais de defesa que são ativadas (Fig. 5). Isto significa que o eixo hipotálamo-pituitária-
pelo estresse. Com as reações de defesa atenuadas, adrenal é ativado, havendo secreção das CRH dentro
previne-se então que haja o desequilíbrio das funções da veia porta. Após sua liberação, as CRH estimulam
e conseqüente alteração da homeostase. No entanto, a secreção do ACTH, o qual, por sua vez, resulta na
dependendo do tipo, da intensidade e da persistência liberação dos glicocorticóides pelas adrenais e dos
do estresse, esta alteração de proteção dos endógenos opióides, que também estão envolvidos
glicocorticóides poderá ser danosa ao organismo. neste processo. Nesse experimento, logo imediata-
mente após a separação das fêmeas de seus pares,
Além dos glicocorticóides, existe outras substâncias desencadeou-se uma manifestação de inquietude, com
envolvidas no estresse, no caso os endógenos os animais berrando incessantemente, apresentando
opióides. Os opióides são substâncias produzidas pelo micção freqüente e diminuição da ingestão de alimen-
sistema nervoso central (Fig. 3), estando também to. A intensidade dos sintomas foi diminuindo à
presentes em situações de estresse. Entre os medida que o tempo foi passando.
1000
beta-endorfinas (pg/ml)

800

600

400

200

0
1

10

13

16

19

22

25

28

hipófise horas (10:00-18:00) 31


hipotálamo
Fig. 4. Níveis de beta-endorfina em ovelhas antes e após o estresse
isolamento.
Fig. 3. Cérebro caprino
Foto: Ângela Maria Xavier Eloy.

endógenos opióides, citamos a ß-endorfina que já está 6


sendo investigada quanto à suas funções. Em geral, 5
estudos têm revelado que os opióides endógenos
LH (ng/ml)

4
estão envolvidos no controle do apetite, na 3
esteroidogênese, na espermatogênese, na atividade
2
pós-parto, na ovulação, na termoregulação, no com-
portamento sexual, na sensação de prazer, etc. Clarke
1

et al. (1990), Munck et al. (1984) e Brown (1994)


0

têm sugerido que em casos de estresse há estímulo


1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31

da secreção das CRH e do neurotransmissor arginina


horas (10:00-18:00)
Fig. 5. Níveis de hormônio luteinizante (LH) em ovelhas antes e após
vasopressina (AVP), e estes são considerados impor- o estresse isolamento.
tantes no estímulo da pro-opiomelanocortina (POMC),
4 Estresse na Produção Animal

Munck et al. (1984) e Eloy (2000) observaram que 120


determinados tipos de estresse emocional provocam o 100

cortisol (nmol/l)
aumento dos níveis centrais de ß-endorfinas e, em 80
decorrência, diminuição da secreção das CRH. Portan- 60
to, uma vez bloqueadas as CRH, a secreção do 40
hormônio LH foi alterada, interferindo na ocorrência de 20
estro e ovulação em animais em atividade reprodutiva. 0

10

13

16

19

22

25

28

31
São também considerados estressores psicológicos ou horas (10:00-18:00)

emocionais os tipos de manejo nos quais se utiliza o Fig. 7. Níveis de cortisol em ovelhas lanadas antes e após o estresse
confinamento com os animais totalmente isolados; hipoglicemia.

tratamento abusivo com maus tratos por parte do


8
tratador; mudança do animal para lotes desconheci-
dos; mudança de alojamento, etc. Portanto, em todas 6

LH (ng/ml)
estas situações há liberação dos hormônios envolvidos 4
com o estresse, e por conseguinte, alteração no
metabolismo dos animais.
2
0
Estresse Metabólico e seu Mecanis-

10

13

16

19

22

25

28

31
1

7
mo de Ação horas (10:00-18:00)

Fig. 8. Níveis do hormônio luteinizante (LH) em ovelhas


O estresse metabólico ocasionado pela hipoglicemia lanadas antes e após o estresse hipoglicemia.

induzida através da administração de insulina, via


endovenosa, em ovelhas, mostrou alteração nos
Estresse Climático e seu Mecanismo
hormônios cortisol, ß-endorfinas e LH. Os níveis de
de Ação
glicose apresentaram uma média de 3,5 mmol/l antes
O estresse climático é função da temperatura do ar,
do tratamento e 1,0 mmol/l depois da administração de
umidade relativa, radiação solar, vento, temperatura
insulina. Verificou-se que houve aumento periférico das
corporal, intensidade e duração do agente estressor;
secreções de ß-endorfinas e cortisol (Figs. 6 e 7), e
podendo resultar em decréscimo na produção de leite
diminuição da freqüência e amplitude dos pulsos do
e distúrbios reprodutivos. A resposta dos animais a
hormônio LH (Fig. 8) após a administração de insulina.
um evento estressante compreende três componentes
Eloy (1995), Eloy & Rodway (1996) sugeriram que a
principais: o reconhecimento da ameaça à homeostase
hipoglicemia estimula a secreção do CRH, ACTH e ß-
ou ao bem-estar, a resposta e as conseqüências do
endorfinas. As alterações no comportamento dos
estresse. Uma série de fatores, como experiência
níveis de LH foram explicadas como conseqüência da
anterior, genética, idade, sexo ou condições fisiológi-
neuroglicopenia, ou melhor, diminuição dos níveis de
cas modela a natureza da resposta biológica de um
glicose no sistema neurológico, sugerindo um
animal a um estressor (Hafez, 1973; Silva, 2000).
envolvimento das ß-endorfinas neste processo.

700 O primeiro sinal visível de animais submetidos ao


estresse térmico é o aumento da freqüência respirató-
beta-endorfina (pg/ml)

600
500 ria, sendo que o aumento ou diminuição desta está na
400 dependência da intensidade e da duração do estresse
300 a que estão submetidos os animais. Esse mecanismo
200 fisiológico promove a perda de calor por meio
100 evaporativo. Na persistência dessa situação de
0 estresse térmico, os mecanismos de termoregulação
intensificam-se, e o animal busca reduzir seu metabo-
10

13

16

19

22

25

28

31
1

horas (10:00-18:00) lismo por meio da depressão da atividade da tireóide,


Fig. 6. Níveis de beta-endorfina em ovelhas lanadas antes e após o produzindo uma menor quantidade de tiroxina. Este
estresse hipoglicemia. fato está associado à diminuição da ingestão de
alimentos e mobilização das reservas corporais. No
Estresse na Produção Animal 5

entanto, mesmo sob essas condições, o animal é quando da adoção de novas técnicas de produção. A
capaz de manter a homeotermia. Apesar de ser o meio humanidade está mais consciente quanto à necessidade
natural de controle da temperatura do organismo, a de aliar a praticidade com o bem estar animal. As
termoregulação representa esforço extra e, diferentes linhas da ciência estão interessadas em
consequentemente, alteração na produtividade. A proporcionar um ambiente o mais natural possível ao
manutenção da homeotermia é prioridade para os animal, de modo que o mesmo possa demonstrar
animais e impera sobre as funções produtivas como naturalmente seu comportamento, e assim, interagir
produção de leite e reprodução. Entretanto, irá ocorrer confortavelmente com o ambiente e com o homem.
um momento em que os mecanismos de defesa se
tornam insuficientes, ocorrendo um quadro de Adotar manejos condizentes ao comportamento animal
hipertermia acentuada que, se persistir durante significa dar ao mesmo condições de viver e se
algumas horas, provoca a morte do animal (Hafez, reproduzir satisfatoriamente. Os animais devem ser
1973; McDowell, 1974). manejados por pessoas comprometidas e que gostem
do que fazem. Caso contrário, provocam medo,
Conforme Silva (2000), a temperatura do ar é consi- ansiedade e frustração nos animais, tornando-os
derada o fator climático com influência mais importan- agressivos ou medrosos. Deve haver uma interação
te sobre o ambiente físico do animal. Dentro de ampla entre animal e tratador. Para tanto, deve-se identificar
faixa de temperatura, podem ser definidas zonas pessoas adequadas para esse tipo de trabalho. Ainda
térmicas que proporcionam maior ou menor conforto. nesse contexto, deve-se evitar mudanças constantes
Os animais, para terem máxima produtividade, depen- de manejadores.
dem de uma faixa de temperatura adequada, também
chamada de zona de conforto térmico, na qual não há Áreas superlotadas também fazem com que o animal
gasto de energia ou atividade metabólica para aquecer sinta-se desconfortável, além do que poderá manifes-
ou esfriar o corpo. Do ponto de vista de produção, tar nos mesmos comportamento dominante e agressi-
este aspecto reveste-se de importância, pelo fato dos vo. Recomenda-se para caprinos e ovinos, um espaço
nutrientes ingeridos por animais nestas condições, mínimo 1 m 2 por animal adulto.
serem utilizados exclusivamente para seu crescimento
e desenvolvimento. Observar o comportamento dos animais nas baias de
modo a evitar que os dominantes inibam e machuquem
Neiva et al. (2004) trabalhando com ovinos da raça os outros. Nestes casos aconselha-se retirar os
Santa Inês no Nordeste do Brasil, observaram que dominantes e deixá-los isolados.
houve aumento do ganho de peso (174 g/dia) nos
animais que eram mantidos à sombra, em relação aos Em épocas chuvosa evitar deixar os animais em local
que recebiam radiação solar direta (122 g/dia). Tam- úmido e lamacento e evitar abrigos que recebam
bém observaram que animais alimentados com dietas correntes de vento diretamente.
contendo alto teor de concentrado e mantidos à
sombra, tiveram maiores ganhos de peso (247 g/dia), Determinados tipos de animais devem ser manejados
mostrando que mesmo raças nativas como a Santa levando-se em consideração o estado fisiológico em
Inês necessitam de um mínimo conforto ambiental. que se encontram. Por exemplo, fêmeas recém
cobertas devem ser manejadas o mínimo possível
Medidas para Evitar o Estresse visando evitar perdas embrionárias ou abortos preco-
Animal ces, como também fêmeas em estado avançado de
prenhez. Nessas circunstâncias, não deixar as mes-
De um modo geral, a adoção de diferentes tipos de mas em contato com animais estranhos ao seu
manejos levam em consideração a praticidade que os convívio. Caso haja necessidade de introduzir animais
mesmos oferecem, tais como: redução da mão-de-obra, novos ou recém adquiridos, fazê-lo com cautela, de
facilidade quanto a coleta de dados, redução dos preferência em horários nos quais o manejador esteja
custos, redução de área para criação, etc. Com o por perto para qualquer eventualidade.
despertar do homem para as necessidades dos animais
como seres vivos, a etologia, ciência que estuda o Não deixar animais com chifres em lotes com os sem
comportamento animal, começa a ser considerada chifres, pois estes poderão ser agredidos.
6 Estresse na Produção Animal

Procurar fazer a terminação dos borregos em lotes Estudos realizados por Heinz & Srisuvan (2001)
formados desde o desmame, o que evitará prováveis revelam que a energia requerida para a atividade
problemas de adaptação. muscular no animal vivo é obtida através de açúcares
(glicogênio) contidos nos músculos. Em um animal
Animais jovens machos e fêmeas, nos primeiros meses saudável e bem descansado, a quantidade de
de vida, não devem ficar completamente isolados uns glicogênio nos músculos é alta, e, após o animal ter
dos outros antes da definição de sua orientação sexual. sido abatido, o glicogênio é convertido em ácido
Pelo menos deixá-los em contato visual e olfativo de láctico, tornando os músculos e a carcaça firmes.
modo que os mesmos se identifiquem como parceiros e Este ácido láctico é necessário para produção de
sejam estimulados sexualmente. carne macia e de sabor agradável, além de preservar a
boa qualidade e a boa coloração. Se o animal está
estressado antes ou durante o abate. o glicogênio é
usado antes e os níveis de ácido láctico que é desen-
volvido na carne torna-se reduzido., comprometendo a
qualidade da mesma.

Considerações Finais
Observa-se neste trabalho que tanto o estresse físico
como o emocional desencadeiam o mesmo mecanismo
de ação nos animais, culminando com alteração do
sistema como um todo. Portanto, é imprescindível que
se esteja atento às necessidades básicas destes.

Fig. 9. Área sombreada para animais. Procurar interpretar e estar atentos aos sintomas
manifestados pelos animais, sintomas esses que
muitas vezes são produtos de uma postura errônea
Em áreas nas quais a intensidade da luz solar é forte, quanto ao manejo e ao tratamento impostos aos
como nas regiões semi-áridas dos trópicos, ter à mesmos. Lembrar que saúde é a interação entre o
disposição dos animais abrigos que proporcionem organismo e o ambiente, e que o homem faz parte
sombra (Fig. 9) e assim, evitar o estresse térmico. importante nesse contexto. Não esquecer que grande
McDowell (1974), em estudos realizados com bovinos parte da população mundial alimenta-se de carne, fruto
na Flórida demonstrou que em clima tropical, os da produção dos animais e, caso os mesmos estejam
efeitos da alta temperatura nos meses de junho a gozando de perfeita saúde, naturalmente, haverá uma
agosto causaram uma diminuição da taxa de concep- alimentação mais saudável para todos.
ção, somente melhorando após o mês de novembro,
quando a temperatura ambiente diminuiu. Também foi Referências
verificado que a exposição de vacas às altas tempera-
BROWN, R. E. Steroid and thyroid hormone receptors.
turas reduziu o período de manifestação de cio, ao
In: BROWN, R. E. (Ed.). An introduction to
mesmo tempo que os sintomas foram atenuados,
neuroendocrinology. London: Routledge & Kegan Paul,
observando-se também efeitos nocivos das altas
1994. p. 1-102.
temperaturas sobre a fertilidade de animais bem
adaptados ao calor. Outra observação interessante
CLARKE, I. J.; HORTON, J. E.; DOUGHTON, W.
obtida por Martello et al. (2004), em pesquisas com
Investigation of the mechanism by which insulin-
bovinos é que o estresse calórico reduz o fluxo de
induced hyoglycemia decreases luteinizing hormone
sangue ao útero, resultando em elevação da tempera-
secretion in ovariectomized ewes. Endocrinology. v.
tura uterina e ainda alterando o aporte de água,
127, p.1470-1476, 1990.
eletrólitos, nutrientes e hormônios ao órgão. Como
conseqüência disso, é possível que haja aumento da
DUKES, H. H. Fisiologia dos animais domésticos. 11.
probabilidade de morte embrionária nas fases iniciais
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
de prenhez.
Estresse na Produção Animal 7

ELOY, A. M. X. Os opióides na reprodução: McDOWELL, R. E. Bases biológicas de la producción


esteroidogênese/espermatogênese e atividade ovaria- animal em zonas tropicales. Zaragoza: Acribia, 1974.
na pós-parto. Ciência Animal, Fortaleza, v. 10, p. 41- 692 p.
43, out. 2000. Suplemento 1. Edição dos Resumos do
II Simpósio Cearense de Ciência Animal, Fortaleza, MOBERG, G. P. Problems in defining stress and
out. 2000. distress in animals. Journal of America Veterinary
Medical Association, v. 191, p. 1207-1211, 1987.
ELOY, A. M. X. Stress, opioid peptides and luteinizing
hormone secretion in ewes. 1995. 172 f. Thesis MOBERG, G. P. Suffering from stress: an approach
(Doctor of Phylosophy) - University of Leeds, Leeds. for evaluating the welfare of an animal. Acta
Agriculturae Scandinavica. Section A, Animal Science,
ELOY, A. M. X. ; RODWAY, R. Estresse crônico em Suppl. 27, p. 46-49, 1996.
ovelhas ovariectomizadas. Ciência Animal, v .6, n. 1,
p. 36-42, 1996. MUNCK, A.; GUYRE, P. M.; HOLBROOK, N. J.
Physiological functions of glucocorticoids in stress and
HAFEZ, E. S. E. Adaptación de los animales their relation to pharmacological actions. Endocrine
domesticos. Barcelona: Editorial Labor, 1973. 563 p. Review, v. 5, p. 25-44, 1984.

HEINZ, G.; SRISUVAN, T. Guidelines for humane NEIVA, J. N. M.; TEIXEIRA, M.; TURCO, S. H. N.; DE
Handling, transport and slaughter of livestock. OLIVEIRA, S. M. P.; MOURA, A. de A. A. N. Efeito do
Bangkok: FAO: Human Society International, 2001. estresse climático sobre os parâmetros produtivos e
(RAP Publication 2001/4). Disponível em <http:// fisiológicos de ovinos Santa Inês mantidos em
www.fao.org/DOCREP/003/X6909E/ confinamento na região litorânea do Nordeste do
X6909E00.HTM>. Acesso em 23 abr. 2007. Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33, n. 3, p.
668-678, maio/jun. 2004.
MARTELLO, L. S.; SAVASTANO JÚNIOR, H.; SILVA,
S. L. Respostas fisiológicas e produtivas de vacas SILVA, R. G. Introdução à bioclimatologia. São Paulo:
holandesas em lactação ssubmetidas a diferentes Nobel, 2000. 286 p.
ambientes. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33 , n.
1, p. 181-191, 2004.

Comunicado Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Diônes Oliveira Santos
Técnico, 87 Embrapa Caprinos publicações Secretária-Executiva: Luciana Cristine Vasques Villela.
Endereço: Fazenda Três Lagoas. Estrada Sobral/ Membros: Alexandre César Silva Marinho, Carlos
Groaíras, Km 04, CEP - 62010-970, C. Postal 145, José Mendes Vasconcelos, Espedito Cezário Martins,
Sobral/CE. Marcelo Renato Alves Araújo, Tânia Maria Chaves
Fone: (0xx88) 3677-7000 Campêlo e Verônia Maria Vasconcelos Freire.
Fax: (0xx88) 3677-7055
Home Page: www.cnpc.embrapa.br Supervisão editorial: Alexandre César Silva Marinho
SAC: www.cnpc.embrapa.br/sac.htm Expediente Revisão de texto: Carlos José Mendes Vasconcelos.
Normalização Bibliográfica: Tânia Maria Chaves
1a edição on line (Dez./2007). Campelo.
Editoração eletrônica: Alexandre César Silva Marinho.

Вам также может понравиться