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Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Recomendações Iniciais.......................................................................................... 2
2. Jurisdição ................................................................................................................ 2
2.1 Conceito ............................................................................................................ 2
2.2 Princípios (características) da jurisdição........................................................... 3
2.2.1 Substitutividade ........................................................................................... 3
2.2.2 Investidura ................................................................................................... 3
2.2.3 Aderência ao território ................................................................................ 3
2.2.4 Impessoalidade ............................................................................................ 4
2.2.5 Indelegabilidade .......................................................................................... 4
2.2.6 Inafastabilidade da Jurisdição (art. 5º, XXXV) ............................................. 5
2.2.7 Inevitabilidade ............................................................................................. 8
2.2.8 Definitividade............................................................................................. 10
2.2.9 Inércia da jurisdição ................................................................................... 10
Jurisdição Voluntária .................................................................................................... 13
Arbitragem .................................................................................................................... 14
3. Competência ......................................................................................................... 16
3.1 Observações iniciais ........................................................................................ 16
3.2 Princípio da perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da competência).......... 16
3.3 Espécies de competência ................................................................................ 18
3.4 Critérios de determinação de competência ................................................... 24
3.4.1 Critério Funcional ...................................................................................... 24
3.4.2 Em razão da pessoa ................................................................................... 25
3.4.3 Em razão da matéria .................................................................................. 25
3.4.4 Em razão do valor da causa ....................................................................... 25
3.4.5 Domicílio do réu, do autor; local do ato ou fato. ...................................... 25
3.5 Quadro esquemático de competência e critérios .......................................... 25
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Processo Civil
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1. Recomendações Iniciais
Inicialmente, esclarece-se que o estudo preparatório para concursos públicos precisa
ser objetivo.
Recomenda-se assistir o vídeo disponível no canal YouTube Ênfase – Estratégia de
Estudo para Concurso Público, gravado pelo professor Erik Navarro.
Em relação à bibliografia, o professor não fez sugestão, afirmando que todos os livros
de volume único são bons, mas todos têm algum elemento que não será abordado, como a
regulamentação da Fazenda Pública em Juízo. Sobre essa temática específica, há um bom
livro, cujo título é Fazenda Pública em Juízo, de Leonardo Jose Carneiro da Cunha, mas cuja
leitura é recomendada apenas para fins de consulta.
Sendo assim, deve-se adotar um manual volume único e assistir a TODAS as aulas.
Seguindo-se a lógica da objetividade no estudo, sugere-se a utilização do guia de
estudo elaborado pelo Curso Ênfase. Pela análise desse material, percebe-se que, em relação
ao Processo Civil, são matérias de alta incidência de cobrança em provas da DPU, AGU e DPF:
recursos, execução e tutela antecipada.
2. Jurisdição
2.1 Conceito
Jurisdição é a função do Estado destinada à solução de conflitos intersubjetivos, de
modo definitivo, imperativo e imparcial, mediante aplicação do direito ao caso concreto.
Separação de poderes versus separação de funções.
O termo “separação de poderes” vem dando lugar à utilização de expressão mais
moderna, “separação de funções”.
A separação que se faz do poder estatal é somente das funções, vez que o poder é
uno e indivisível. Pode ser feito um paralelo com a compra de um carro, não podendo ser
comprado apenas parte do carro. Ocorre que na produção desse carro, há separação de
funções.
As múltiplas funções estatais podem ser separadas em três principais funções:
jurisdicional, administrativa e legislativa. Quando abordamos a jurisdição, estamos
abordando uma das funções estatais, que é a jurisdicional.
Observação: o termo “poder judiciário” deve ser utilizado para se referir aos órgãos.
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2.2.2 Investidura
Só pode exercer essa nobre função aquele que está investido na função jurisdicional.
A priori, quem está investido nessa função são os juízes. É importante que se saiba que a
investidura, para muitos da doutrina, é um dos pressupostos processuais de existência. Há
autores processuais mais céticos que entendem que não há pressupostos processuais de
existência, mas, mesmo esses, reconhecem a necessidade da investidura. Lembre-se que os
pressupostos podem ser de validade ou de existência.
Observação: há quem denomine a investidura de jurisdição.
Exemplo: se o juiz aposentado proferir uma sentença, essa não existirá, uma vez que
ele não tem investidura.
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2.2.4 Impessoalidade
Como qualquer agente público, no exercício da função do juiz, vigora o princípio da
impessoalidade. Lembra-se que a teoria do órgão é aplicável no direito administrativo, sendo
o âmbito de análise em processo civil restrito à impessoalidade.
Consequências da impessoalidade:
1. Continuidade no exercício da jurisdição (a identidade física do juiz)
A ideia da identidade física do juiz não conflita com o princípio da impessoalidade. O
primeiro refere-se à ideia para que haja uma imediatidade entre o juiz e a prova.
2. Proibição de julgamento com base na ciência privada
Exemplo: juiz estava atravessando a rua e percebeu que havia uma viatura do BACEN
ultrapassando o sinal vermelho e vindo a atropelar uma pessoa. A ação ajuizada por essa
vítima não pode ser julgada pelo juiz que presenciou a cena, o qual deve se dar como
suspeito e encaminhar para o juízo substituto.
3. Mandado de Segurança contra ato judicial
Esclarece-se que é relativamente comum a impetração de MS contra ato judicial. O
polo passivo dessa medida não é o juiz, mas sim o juízo, que será a autoridade coatora.
4. Incompetência (do órgão) e impedimento e suspeição (do magistrado)
O magistrado que não aceita o impedimento ou a suspeição alegadas pelas partes,
poderá responder, juntando provas e arrolando testemunhas, vindo a ser julgado pelo
tribunal. Trata-se, inclusive, de único caso em que o juiz poderá ser condenado nas custas.
Já no que toca à incompetência, essa é do órgão, razão pela qual será apreciada pelo
juiz. Nesse contexto, lembre-se do “princípio da competência-competência”, segundo o qual
todo juiz tem uma competência mínima, que é a de apreciar, em um primeiro momento, a
própria competência.
2.2.5 Indelegabilidade
A atividade jurisdicional não pode ser delegada para órgão que não tem investidura,
ou seja, que não tenham função jurisdicional.
Existem algumas possibilidades dentro do processo de delegação de competência.
Uma delas está prevista no art. 109, §3º da CRFB e se refere à delegação de competência
federal para a justiça estadual.
CRFB, Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
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Saliente-se que há previsão normativa no sentido de que o juiz pode delegar aos
servidores a prática de diversos atos, conforme art. 93, XIV da CRFB.
CRFB, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
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Da mesma forma que não há no Brasil matérias que não podem ser julgadas pelo
judiciário, não pode haver previsão da necessidade de esgotar a esfera administrativa para
ajuizar a demanda.
Há apenas uma regra que ainda é vigente, mas que, conforme entendimento do STF,
não viola o art. 5º, XXXV. Refere-se ao habeas data. O STF entende que se trata de uma
forma específica escolhida pela lei do habeas data de demonstração do interesse de agir no
aspecto da necessidade.
Lei nº 9.507/97, Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do
Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a
primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
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Tutelas de Urgência
O principal problema sobre esse tema refere-se às tutelas de urgência, sobretudo
contra a fazenda pública. A Lei nº 9.494/971 traz restrições e proibições a concessões de
tutela de urgência de qualquer natureza contra a fazenda pública. Não se admite nem
execução provisória, depende-se de trânsito em julgado da sentença condenatória.
As restrições a concessões de tutela de urgência contra a fazenda pública são
absolutas?
Não, as vedações à concessão de tutelas contra a fazenda pública não têm caráter
absoluto, tendo em vista o art. 5º, XXXV. É necessária a ponderação de interesses. Inclusive,
de tanto fazer ponderação em um caso concreto, o STF sumulou esse entendimento na
súmula 729 do STF. Protege-se o mínimo existencial, que é relacionado à dignidade da
pessoa humana (núcleo duro dos direitos fundamentais).
SÚMULA Nº 729
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O conhecimento do teor dessa lei é fundamental.
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2.2.7 Inevitabilidade
A jurisdição é inevitável. Sendo assim, uma vez citada, a pessoa será ré no processo.
Da mesma forma, quando houver resultado do processo, o autor tem que se submete ao
desfecho da demanda.
Exceções à inevitabilidade:
1. Nomeação à autoria;
Uma das modalidades interventivas atualmente é a nomeação à autoria, que é uma
forma de alterar o polo passivo da causa. O nomeado, de acordo com o CPC, pode recusar a
nomeação. A possibilidade do nomeado de recusar a nomeação não deixa de ser uma
exceção à inevitabilidade da jurisdição. Isso porque, na hipótese de recusa, haverá extinção
sem resolução do mérito.
2. Imunidades de jurisdição
Estados estrangeiros e organismos internacionais, por conta de tratados e
convenções firmados, têm imunidade de jurisdição. Ocorre que, atualmente, essa imunidade
não é mais absoluta.
O que importa saber é quais são os limites da imunidade e, atualmente, se restringe
à:
a. Imunidade de execução
b. Imunidade da fase de conhecimento
i. Atos de gestão – não há imunidade;
ii. Atos de império - há imunidade.
No que toca à imunidade da fase de conhecimento, esta se restringe aos atos de
império. Sendo assim, se uma pessoa quiser ajuizar uma ação para reconhecer um vínculo
trabalhista com a embaixada de um país, esse país não poderá se recusar a integrar essa
lide, uma vez que não há imunidade na fase de conhecimento quanto aos atos de gestão.
Outro exemplo em que poderá haver ajuizamento, devendo o país estrangeiro integrar a
lide, sem imunidade, é a cobrança de valores derivados da venda de material.
Ocorre que a imunidade de jurisdição se aplica quando a causa de pedir não se referir
a um ato de gestão, mas sim um ato de império.
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Liebman explica que o litisconsórcio ativo necessário refere-se ao direito civil (e ao direito material
como um todo), casos específicos em que o direito material é indivisível e cabe a mais de uma pessoa, mas
essas pessoas só podem exercer o direito que têm quando concordam.
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A leitura dos informativos do STJ e STF é fundamental.
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princípio democrático, para que se saiba se ele quer integrar o polo ativo ou exercer o seu
direito de não ver o negócio ser desfeito. Caso permaneça inerte, ele se submeterá à causa
julgada, vez que foi citado.
2.2.8 Definitividade
Nem todo ato jurisdicional é definitivo, mas somente os atos jurisdicionais podem ser
definitivos. Em outros termos, somente atos jurisdicionais têm a potencialidade de fazer
coisa julgada material. Qualquer outro ato do Estado pode ser revisto pelo judiciário.
Inclusive, destaca-se que a jurisdição tem escopos, sendo o principal a pacificação social e
somente se alcança pacificação social com a definitividade.
Destaca-se que há a possibilidade de rescindir a coisa julgada, por meio da ação
rescisória. A relativização da coisa julgada é solução criada para corrigir casos específicos. O
exemplo clássico de relativização da coisa julgada reconhecida pelo STF é para as hipóteses
de investigação de paternidade julgadas na época em que o exame de DNA não era
disponibilizado no sistema público de saúde brasileiro e a parte não tinha recursos para
realizar o exame. Sendo assim, a relativização da coisa julgada se aplica para hipóteses em
que a segurança jurídica é ponderada com algum outro direito que se aproxima do núcleo
duro dos direitos fundamentais.
(...)
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VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287). (Incluído pela Lei
nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-
lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se
tornou insuficiente ou excessiva. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
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§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.(Incluído pela Lei
nº 10.444, de 7.5.2002)
Resposta: não se trata de exceção ao princípio da inércia, vez que o art. 461 e 461-A
permite apenas que o juiz cuide da efetivação das suas decisões. O art. 475-J não permite
isso porque na reforma de 2005, o legislador foi muito tímido nas suas alterações. Sendo
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assim, ainda que se opere o sincretismo processual, o juiz não pode de ofício instaurar o
cumprimento.
Destaque-se que, sempre que o juiz puder, já instaurado o processo, atuar de ofício,
refere-se à exceção ao princípio dispositivo. Sendo assim, o art. 461 é uma exceção ao
princípio dispositivo, mas não do princípio da inércia.
As diferenças entre o 475-J e o 461-A são muito grandes e a doutrina estabelece que
a tutela do art. 475-J do CPC é tipicamente condenatória, enquanto que a tutela do art. 461
e 461-A do CPC é mandamental ou executiva lato senso.
Jurisdição Voluntária
A jurisdição voluntária é jurisdição?
Teoria administrativista (Guido Zanobi)
Segundo a teoria administrativista, os processos de jurisdição voluntária são, na
verdade, situações negociais, mas que geram muitos reflexos negociais. Sendo assim, o
Estado resolveu escolher um agente estatal, o Juiz, que tem que participar disso. Nessas
hipóteses, não há litígio.
São pontos defendidos pela teoria:
1. Exigência legal
2. Juiz eleito como membro estatal necessário à integração da validade de
determinados negócios jurídicos
3. Inexistência de lide e de partes
Arbitragem
Arbitragem é jurisdição?
A opinião clássica é de que arbitragem não é jurisdição. Fundamentos:
1. Não tem definitividade, uma vez que a decisão do árbitro pode ser revista pelo
juiz;
2. Não tem executividade, tanto que a execução da sentença arbitral é executada
pelo poder judiciário.
Ocorre que essa posição vem sendo alterado. Inclusive, o CPC art. 475-N, IV prevê a
sentença arbitral como título executivo judicial. Inclusive, a regulamentação da arbitragem
(art. 32 e 33 da Lei nº 9.307/96) sinaliza ser jurisdição ao estabelecer que a possibilidade de
revisão pelo judiciário se restringe aos requisitos formais.
CPC, Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: .
(...)
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta Lei.
Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a
decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.
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I - decretará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, incisos I, II, VI, VII e VIII;
II - determinará que o árbitro ou o tribunal arbitral profira novo laudo, nas demais hipóteses.
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser arguida mediante ação de
embargos do devedor, conforme o art. 741 e seguintes do Código de Processo Civil, se houver
execução judicial.
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. Isso
porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.
Na hipótese em que juízo arbitral tenha sido designado por contrato firmado entre as partes para
apreciar a causa principal, será este e não juízo estatal competente para o julgamento de medida
cautelar de arrolamento de bens, dependente da ação principal, que tenha por objeto inventário
e declaração de indisponibilidade de bens.
De fato, em observância aos requisitos fixados pelo art. 857 do CPC para o deferimento da
medida cautelar de arrolamento de bens; demonstração do direito aos bens e dos fatos em que
funda o receio de extravio ou de dissipação dos bens;, nota-se que não se trata de medida que,
para ser deferida, demande cognição apenas sobre o receio de redução patrimonial do devedor.
Na verdade, trata-se de medida cujo deferimento demanda, também, que esteja o juízo
convencido da aparência de direito à obtenção desses bens, o que nada mais é do que uma
análise ligada ao mérito da controvérsia, a qual, por sua vez, é de competência do juízo arbitral
na hipótese em que exista disposição contratual nesse sentido. Ademais, é importante ressaltar
que o receio de dissipação do patrimônio não fica desprotegido com a manutenção exclusiva da
competência da corte arbitral para o julgamento da medida de arrolamento, pois os árbitros,
sendo especialistas na matéria de mérito objeto da lide, provavelmente terão melhores condições
de avaliar a necessidade da medida. Além disso, o indispensável fortalecimento da arbitragem,
que vem sendo levado a efeito desde a promulgação da Lei 9.307/1996, torna indispensável que
se preserve, na maior medida possível, a autoridade do árbitro como juiz de fato e de direito para
o julgamento de questões ligadas ao mérito da causa. Isso porque negar essa providência
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3. Competência
3.1 Observações iniciais
Principais temas de cobrança:
1. Perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da competência)
Determinação da competência
1. Determina-se o juízo competente “a priori”
2. Verifica-se a presença de causas de modificação de competência.
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O STJ entendeu, para auxiliar na administração da justiça, que sempre que houver a
subdivisão do foro, não se aplica a perpetuatio jurisdictionis. Nesse sentido, segue
jurisprudência do STJ:
COMPETÊNCIA. REDISTRIBUIÇÃO. PRINCÍPIO. JUIZ NATURAL.
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redistribuição do feito decorrente da criação de vara com idêntica competência com a finalidade
de igualar os acervos dos juízos e dentro da estrita norma legal, não viola o princípio do juiz
natural, uma vez que a garantia constitucional permite posteriores alterações de competência.
Observou-se que o STF já se manifestou no sentido de que inexiste violação ao referido princípio,
quando ocorre redistribuição do feito em virtude de mudança na organização judiciária, visto que
o art. 96, a, da CF/1988 assegura aos tribunais o direito de dispor sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais. Precedentes citados do STF: HC 91.253-MS,
DJ 14/11/2007; do STJ: HC 48.746-SP, DJe 29/9/2008; HC 36.148-CE, DJ 17/4/2006; HC 44.765-
MG, DJ 24/10/2005; REsp 675.262-RJ, DJ 2/5/2005; HC 41.643-CE, DJ 3/10/2005; HC 10.341-SP,
DJ 22/11/1999, e RHC 891-SP, DJ 4/3/1991. HC 102.193-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
2/2/2010.
A EXISTENCIA DE VARA PRIVATIVA, INSTITUIDA POR LEI ESTADUAL, NÃO ALTERA A COMPETENCIA
TERRITORIAL RESULTANTE DAS LEIS DE PROCESSO.
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d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
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b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na
alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
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d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o",
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
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Processo Civil
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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio
a outra parte.
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§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
3. Competência originária
Nesse passo, estuda-se se a causa é de competência originária do tribunal ou não.
5. Competência de juízo
A competência de juízo só é determinada dentro do foro depois da escolha do foro,
lembrar-se da aplicação da súmula 206 do STJ. Se na seção judiciária tiver vara única ou
várias varas com competência plena, não há o que se analisar a competência de juízo,
bastando-se a distribuição do processo.
Sendo assim, pouco importa a criação de uma vara especializada em outro foro,
repita-se, a competência de juízo só importante se for dentro do mesmo foro.
6. Competência recursal
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É muito importante saber quais são as competências absolutas ou relativas, até para
saber se operou a preclusão ou não. Destaca-se, porém, que o que é absoluto ou relativo
não é a competência, mas sim o critério determinativo da competência:
> matéria >>>>>>>> absoluta
> pessoa >>>>>>>>> absoluta
> valor da causa >>> absoluto
> funcional >>>>>>absoluta
> domicílio >>>>>>> relativo
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Pessoa
Contato do professor
Facebook: Erik Navarro
Email: eriknavarro@cursoenfase.com.br
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CPC, Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da
coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito
de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
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