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Responsabilidade social
e ambiental | UNISUAM
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Balanço Social Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Demonstração
do Valor
Adicionado
(DVA) e
Balanço Social
Objetivo do estudo
- Compreender a Demonstração do Valor Adicionado
(DVA) e sua importância para a empresa; Saber os
tipos de empresas que são obrigadas a elaborar o
DVA; Reconhecer a importância de sua utilização como
ferramenta gerencial e contribuição para o planejamento
estratégico do ano seguinte;
Na DVA sua informação é de natureza econômica, pois permite apurar e analisar o desempenho
econômico da empresa e o seu relacionamento com a sociedade na qual está inserida, pois
produz informações referentes à riqueza gerada pela empresa e a forma como esta riqueza
gerada foi distribuída entre os que contribuíram para sua formação, incluindo o governo.
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Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Balanço Social Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
A DVA é mais que uma nova demonstração contábil que faz parte do balanço social, tendo
força própria, pois contém informações que sozinhas são conclusivas e bastante úteis. E
torna-se possível afirmar que os indicadores retirados dessa demonstração se constituem
num excelente avaliador da distribuição da riqueza, à disposição da contabilidade, no entanto
sem nenhuma pretensão em substituir outros indicadores de riqueza já existentes, ou até
mesmo, rivalizar, com eles.
A elaboração da DVA e, principalmente, sua divulgação podem ser, ainda, a oportunidade que
a contabilidade tem para mostrar seu alcance e utilidade para aqueles que não a vêm assim.
Serviria, desse modo, como instrumento de marketing para a própria ciência que a criou.
balanço social
DVA Demonstração
do Valor
Adicionado
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Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Balanço Social Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM
Vamos considerar que determinada empresa adquira de seu fornecedor uma mercadoria no
valor de R$ 30,00 e tenha sido vendida pelo valor de R$ 50,00, portanto o valor adicionado
ou agregado pela empresa corresponde a R$ 20,00 (R$ 50,00 reais que foi o valor de venda
menos os R$ 30,00 do valor de aquisição).
Apesar da receita bruta de vendas desta empresa tenha sido de R$ 50,00 ela agregou a
economia do país apenas R$ 20,00, pois os outros R$ 30,00 representa as riquezas geradas
por uma empresa integrante da cadeia produtiva.
A DVA surgiu na Europa por influência da Grã-Bretanha, França e Alemanha, e tem sido cada
vez mais difundido e adotado por outros países, principalmente por recomendação expressa
da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na década de 70 em muitos países europeus, foi considerada como uma ferramenta central
para divulgação de informações tidas como relevante para a sociedade. No Brasil, foi inserida
pela Lei nº 11.638/2007.
A Lei 6.404/76 que dispõe sobre as Sociedades por Ações,
não contemplava a divulgação da demonstração do valor
adicionado, mas após a publicação da Lei 11.638/07
passou a ter nova redação no Art. 176 o qual trata sobre as
demonstrações financeiras a serem elaboradas com base
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A DVA fornece uma visão global sobre a real capacidade de uma empresa produzir riqueza
e sobre a forma de como distribuir essa riqueza. Seu cálculo provém da diferença entre o
valor das vendas brutas e o total de insumos adquiridos de terceiros. Este valor tem também
o significado de toda a remuneração dos esforços aplicados na atividade da empresa.
A DVA pode ser utilizada pela empresa como ferramenta gerencial, tanto na avaliação do
desempenho na geração de riquezas, bem como na avaliação do desempenho social;
medindo a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor
das saídas e entradas; e a distribuição da riqueza gerada respectivamente. Além disso, é
uma ferramenta importante para a empresa traçar suas metas e objetivos no planejamento
estratégico do ano seguinte.
Segundo Cunha et.al. (2005) através da DVA é possível aos trabalhadores avaliarem a
oscilação da riqueza que a empresa produziu, acompanhar a parcela que está sendo
destinada a eles, e embasar lutas por aumentos reais de salários e incentivos, em virtude
do crescimento da riqueza.
No Brasil, esta demonstração ainda é pouco conhecida e divulgada, pelo fato de não ser
uma demonstração obrigatória para todas as empresas. No ano de 1994, a Empresa Mappin
Lojas de Departamento S/A, foi a primeira Empresa Brasileira a divulgar a DVA juntos com
suas demonstrações contábeis (Martins, 1997).
Atualmente em alguns países do mundo, como países da África e na Índia não é permitido
que uma empresa se instale em seu território sem que apresente a DVA. Dessa forma, o país
que irá receber a empresa poderá avaliar o retorno por meio da previsão do valor adicionado
que gerará. Para esses países, o importante não é o que a empresa irá importar, mas sim, o
quanto ela vai gerar de riqueza dentro do País, bem como sua distribuição.
Segundos Neves e Viceconti (2002) muitos estados e municípios dão incentivos fiscais para
que as empresas se instalem em seus territórios, mas no momento de analisar o projeto de
viabilidade da empresa, um dos fatores de suma importância é a geração de riquezas e sua
distribuição, pois o valor agregado gerado propicia o crescimento econômico regional.
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A DRE é mais conhecido e é obrigatório pela Lei 6.407/76, e como objetivo principal quantifica
quanto foi o lucro ou prejuízo que a empresa obteve, destaca o resultado líquido do exercício.
É um documento direcionado aos donos da empresa e não para a sociedade como um
todo, pois não analisa a contribuição dos agentes econômicos na geração da riqueza e nem
sua distribuição. A DVA é, pois, uma forma de evidenciar a função social da empresa e sua
contribuição para formar a riqueza global do país, o PIB (Produto Interno Bruto).
Quadro 1 - comparativo entre algumas linhas da DRE e da DVA e seus respectivos tratamentos.
Fonte: http://www2.unafisco.org.br/tributacao/41/report03.htm
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Modelo de DVA
aprofundando A Lei nº. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, em vigor deste
01/01/2008, instituindo a Demonstração do Valor Adicionado
Lei nº. 11.638 (DVA), bem como prescrevendo as informações a serem
contempladas em sua elaboração, porém, não estabeleceu
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm o modelo a ser utilizado, portanto observa-se uma variedade
de dados e formatos entre os publicados pelas empresas.
Tal variedade dificulta a análise e comparação dos dados,
impossibilitando, assim, que tenham maior utilidade.
Em milhares Em milhares
DESCRIÇÃO
de reais 20X1 de reais 20X0
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) CPC_09 17
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais Quadro 2: Modelo da Demonstração
8.2.3 – Municipais
do Valor Adicionado – Empresas
em geral
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros - Disponível em http://static.
8.3.2 – Aluguéis cpc.mediagroup.com.br/
Documentos/175_CPC_09.pdf
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)
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* Entidade autônoma criada pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo de
estudar, preparar e emitir Pronunciamentos Técnicos sobre Procedimentos de Contabilidade
e divulgar informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade
reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção,
levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões
internacionais.
1) Receitas: nesse item constarão as receitas auferidas pela empresa durante suas operações
normais, segundo regime de competência, líquidas das devoluções, abatimentos, e descontos
comerciais, mas considerando os impostos sobre vendas como: ICMS, IPI, ISS, PÍS e Cofins.
3) Valor adicionado bruto (1-2), ou seja subtração dos insumos adquiridos de terceiros das
receitas geradas.
6) Valor adicionado recebido de transferência: esse valor vem após a definição do valor
adicionado líquido das operações da empresa, que venha por transferência de terceiros.
7) Valor adicionado total a distribuir (5+6): somatório do valor adicionado líquido e do valor
adicionado recebido por transferência, ou seja é a riqueza gerada durante o período.
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8.2) Impostos, taxas e contribuições: valores relativos ao imposto de renda, contribuição social
sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes
do Trabalho) que representem ônus do empregador, bem como os demais impostos e
contribuições a que a entidade esteja sujeita.
• Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados
no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias, etc., tais como: IRPJ,
CSSL etc. Inclui também a contribuição sindical patronal.
• Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são
repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias, etc., tais como o IPVA.
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aprofundando
Outros dois modelos (para instituições
bancárias e outro para seguradoras) de
DVA estão disponíveis no site do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis:
http://static.cpc.mediagroup.com.br/
Documentos/175_CPC_09.pdf
Não deixe de conferir!
O Balanço Social não é um demonstrativo meramente contábil, mas pode ser entendido
como uma complementação dos relatórios contábeis, ou até mesmo uma evolução, pois o
mesmo surgiu em virtude de uma demanda de uma sociedade mais exigente em relação à
prestação de contas e maior transparência da atividade das organizações.
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Com uma visão mais abrangente, o IBASE (2007) expõe a seguinte definição:
Apesar de algumas definições de Balanço Social encontradas na literatura dar uma ideia
de que as informações contidas estejam voltadas apenas ao interesse dos gestores, no
geral observa-se que a grande maioria dos conceitos (alguns apresentados acima) estão
formulados dentro de uma visão direta ou indiretamente da responsabilidade social em
termos econômicos e sociais, bem como a preocupação com o meio ambiente, fornecendo
uma maior transparência a todos os públicos e a sociedade em geral.
Segundo Ribeiro e Lisboa (1999) há pelo menos três vertentes do Balanço Social: a
de Recursos Humanos, a Ambiental e a do Valor Adicionado. Elas podem ser tratadas
isoladamente, como também em conjunto. E segundo a FIPECAFI (2000, P. 31) o BS deve
ser elaborado em função de quatro vertentes:
1) Balanço Ambiental
2) Balanço de Recursos Humanos
3) Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
4) Benefícios e Contribuições à Sociedade em Geral.
O balanço social, no sentido mais amplo, deve refletir toda a responsabilidade da empresa
para com a sociedade, contendo informações sobre:
1. O valor adicionado à economia e à sociedade;
2. A gestão de recursos humanos: benefícios proporcionados à mão de obra empregada;
3. A interação com o meio ambiente: impactos e benefícios de suas atividades sobre
o meio natural, bem como os efeitos negativos desse meio sobre o seu patrimônio;
4. A interação com a sociedade: relacionamento com a circunvizinhança –
benefícios proporcionados e impactos causados.
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BETINHO
Segundo Tinoco (2010), o balanço social é um instrumento de gestão e de informação, que
procura evidenciar informações contábeis, econômicas, ambientais e sociais do desempenho
das entidades, aos diferentes usuários da informação, na busca do desenvolvimento
sustentável.
Sua finalidade primordial é tornar pública a responsabilidade social das empresas, pois é um
instrumento para ampliar a importância da responsabilidade social na estratégia corporativa,
de modo a ampliar seu diálogo com todos os públicos (funcionários, fornecedores, acionistas,
consumidores, sociedade, etc.). É também uma forma de esclarecer quais os objetivos e os
valores da empresa no passado, presente e futuro.
Dentre as diversas funções do BS, sua elaboração serve como ferramenta de auto avaliação,
pois fornece a empresa uma visão geral de sua gestão, servindo de ponto de partida para o
planejamento do ano seguinte. E a divulgação desta demonstração serve como um diferencial
para a imagem da empresa perante todos os públicos, pois presta contas à sociedade e
dá transparência a seus projetos, benefícios e ações sociais dirigidas a seus empregados,
investidores, acionistas e à comunidade, estreitando os laços que a empresa mantem com
a sociedade e meio ambiente.
Herbert de Souza
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Saiba mAIS * Herbert José de Souza, conhecido como Betinho (1935- 1997),
foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro. Sua
luta incansável caminhava rumo aos direitos humanos e para
saiba um pouco mais da história e vida do ideais de solidariedade, a fim de tornar a sociedade mais justa.
Betinho em: Um de seus principais projetos foi a criação do Ibase (Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), de caráter
http://www.ibase.br/pt/perfil-betinho/)
governamental, que tem como finalidade analisar as realidades
sociais, econômicas e políticas do país.
http://images.slideplayer.com.br/3/1259319/slides/slide_11.jpg
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• Porque agrega valor... o balanço social traz um diferencial para a imagem da empresa que
vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo.
• Porque diminui os riscos... num mundo globalizado, onde informações sobre empresas
circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente tem
que fazer parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje.
Segundo Trevisan (2002), o Balanço Social pode ser utilizado pelos executivos como um elemento
estratégico na gestão do marketing. Este mesmo autor afirma ainda que, dentro do cenário
competitivo atual, o que define o sucesso de uma empresa e o aumento de seu faturamento pode
estar relacionado com o que a sua imagem sugere e conota para o consumidor.
Como dizia Betinho, “o Balanço Social não tem donos, só beneficiários”. Ele favorece a todos
os públicos que interagem direta ou indiretamente com a empresa (dirigentes, funcionários,
acionistas, fornecedores, investidores, consumidores, governo, sociedade, dentre outros).
=> Fornece informações úteis aos dirigentes, pois é uma ferramenta de gestão e
auxilia na tomada de decisão.
=> Aos consumidores, dá uma ideia da postura dos dirigentes da companhia aos
consumidores, o que pode ser associado à qualidade do produto ou serviço que a
empresa oferece.
Portanto, auxilia a todos sem distinção, chegando ao lucro sem ultrapassar os limites sociais.
Levando a maior satisfação dos funcionários, dos consumidores e da sociedade em geral.
A Responsabilidade Social adotada pela empresa, e demonstrada pelo Balanço Social, pode
alavancar as vendas, e o lucro obtido, visto que agrada aos consumidores que cada vez são
mais exigentes, além de atrair investidores, mão de obra especializada e os funcionários
mais valorizados, tem um rendimento maior.
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A ideia de
prestassem contas de suas ações sociais através de
relatórios. Com a elaboração e divulgação destes relatórios,
surgiu o que chamamos hoje de Balanço Social.
Social Empresarial São Paulo, que elaborou a “Carta de Princípios dos Dirigentes
Cristãos de Empresas” que foi publicada em 1965, e foi um
popularizou-se
marco histórico na Responsabilidade Social nas empresas
do Brasil, pois preconizava que a empresa além de produzir
bens e serviços, possui a função social que se realiza em
na Europa no início
nome dos trabalhadores e do bem-estar da comunidade.
E em 1977 a ADCE promoveu o 2º encontro Nacional
de Dirigentes de Empresas, onde foi discutido o Balanço
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No Brasil, se conhece como primeiro Balanço Social o que foi publicado pela Nitrofértil,
estatal baiana pertencente à Petrobrás, em 1984, seguido pelo do Sistema Telebrás. Oito
anos depois, o Banespa publicou o seu BS divulgando todas as suas ações sociais. E a
partir da década de 90 diversas empresas de diferentes setores começaram a divulgar o BS
anualmente. Mas a proposta ganha maior destaque na mídia e visibilidade nacional quando
o sociólogo Betinho, lança em 16 de junho de 1997, uma campanha pela elaboração e
divulgação voluntária do Balanço Social.
Neste mesmo ano foi fundada a Global Reporting Initiative (GRI), uma organização Não-
Governamental que promove um movimento internacional pela adoção e uniformização dos
relatórios ambientais, econômicos e sociais publicados pelas empresas.
O Selo Balanço Social Ibase/Betinho demonstrava que a empresa já deu o primeiro passo
para tornar-se uma verdadeira empresa-cidadã, comprometida com a qualidade de vida
dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente; apresentava publicamente seus
investimentos internos e externos através da divulgação anual do seu balanço social.
Hoje no Brasil por falta de legislação específica, diversas entidades empresariais, publicam
demonstrativos com nomes de relatórios sociais, relatórios socioambientais, relatórios de
sustentabilidade, dentre outros nomes, com o intuito de demonstrar sua responsabilidade
social, no entanto estes demonstrativos têm apresentado uma baixa padronização e
transparência, e uma forte influência da área de marketing, visto que muitas empresas só
divulgam o que é de seu interesse, e muitas vezes sem dimensionar o valor investido.
Selo
Balanço Social
Ibase/Betinho
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A França foi o primeiro país a regulamentar o Balanço Social. A Lei nº 77.769, de 12 de julho
de 1977, tornou obrigatória a sua elaboração e divulgação, inicialmente para organizações
com mais de 750 empregados, e a partir de 1982, estendeu a exigência para empresas com
mais de 300 empregados (CUNHA; RIBEIRO, 2007).
A elaboração do balanço social em Portugal tornou-se obrigatória em 1985 por força da Lei
n.º 141/85, de 14 de Novembro para empresas que possuíssem mais de 100 empregados.
As empresas portuguesas têm ainda o dever de fixar seus balanços sociais nos locais
de trabalho, de modo que os funcionários possam consultar, e remeter à comissão de
trabalhadores (FREIRE; REBOUÇAS, 2001).
Em muitos países ainda não existe leis que obriguem a formulação e divulgação do BS,
mas muitas empresas reconhecem a importância e o divulgam como é o caso da Alemanha,
Espanha, Estados unidos, dentre outros.
No Brasil, ainda não existe uma regulamentação de âmbito nacional que torne a divulgação
do BS obrigatória, com isso as empresas que divulgam seus BS o fazem, nos mais
distintos modelos.
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Apesar de ainda não haver a obrigatoriedade, diversas medidas foram tomadas em âmbito
federal, estadual e municipal para tornar o BS obrigatório e a divulgação do mesmo.
O Projeto de Lei n° 3.116/1997 foi apresentado pelas deputadas do Partido dos Trabalhadores
(PT), Sandra Starling (MG), Maria da Conceição Tavares (RJ) e Marta Suplicy (SP), e previa
a obrigatoriedade do BS para empresas privadas com 100 empregados ou mais e para
empresas públicas. Este projeto foi arquivado em 02/02/1999 por não ter sido aprovado por
todas as comissões temáticas da Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei n° 032/1999 de
autoria do deputado Paulo Rocha do PT (AM), obrigava as empresas privadas que com 100
empregados ou mais, empresas públicas, sociedades de economia mista e concessionárias
de serviços públicos a elaborarem um “balanço social” a ser divulgado até 30 de abril de cada
ano, o mesmo foi discutido e arquivado em 2011, ao argumento de que a obrigatoriedade da
divulgação do BS invade a liberdade da empresa.
Essas Leis criaram o Certificado Responsabilidade Social (“Selo Empresa Cidadã”) para
empresas que apresentarem o seu Balanço Social, e incentiva a elaboração do BS, o qual
deverá ser assinado por um contador ou Técnico em Contabilidade devidamente habilitado,
e além da certificação, a Assembleia Legislativa elege os projetos mais destacados, os quais
agracia com o Troféu Responsabilidade Social.
http://www.nexxera.com/pt/
wp-content/uploads/2011/11/
Premio.jpg
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http://seminarbpc1.enviodecampanhas.net/messageimages
/111530141532912196 /136085990251592100/1240632605.jpg
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Quadro 1: Descrição dos grupos de Balanço Social Modelo IBASE (Fonte: Godoy, 2007)
O modelo GRI é um modelo mais detalhado e suas diretrizes para elaboração foram lançadas
em 2000. Este modelo tem se tornado crescente em todo mundo, pois sua proposta é que
haja um único modelo padrão internacional. A uniformização através de um modelo padrão
é extremamente positiva, visto que permite uma melhor comparação entre as organizações.
O modelo GRI apresenta inúmeros indicadores que compõem o modelo de diretrizes, os quais
são distribuídos em seis categorias, conforme mostram veremos abaixo.
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Meio Ambiente
Os Indicadores de desempenho do Meio Ambiente relacionam-se aos impactos da organização
sobre sistemas bióticos e abióticos. Apontam o desempenho relativo à biodiversidade, à
conformidade ambiental entre outros dados relevantes, conforme mostra o Quadro 3:
Quadro 3: Indicadores de desempenho do Meio Ambiente- Modelo da GRI (Fonte: Godoy, 2007)
Direitos Humanos
Os Indicadores de desempenho referentes a Direitos Humanos abrangem o treinamento dos
empregados e pessoal de segurança em direitos humanos e em não discriminação, liberdade
de associação, trabalho infantil, direitos dos índios e trabalho forçado e escravo, conforme
mostra o quadro 5.
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Social
Os Indicadores de desempenho Social referente à Sociedade abordam os impactos que as
empresas geram nas comunidades em que operam e enfocam a divulgação de como os
riscos resultantes de suas interações com outras instituições sociais são geridos e mediados,
conforme mostra o quadro 6.
E por último temos o modelo do Instituto Ethos, que é baseado no modelo GRI, sendo
adaptado para as realidades brasileiras. Este modelo incorpora a planilha do IBASE e sugere
um detalhamento maior do contexto da tomada de decisões, dos problemas encontrados e
dos resultados obtidos, e é estruturado em 4 partes:
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Seja qual for o modelo utilizado, o importante é que o balanço social seja elaborado e publicado
de forma a mostrar à sociedade quais são as empresas responsáveis, e para a conscientização
das empresas do quanto elas ainda podem fazer pela comunidade.
Segundo Baldo (2002), a responsabilidade social das empresas ocorre da seguinte forma: “se
a empresa obtém recursos da sociedade, é seu dever restituí-los não apenas sob a forma de
produtos e serviços comercializados, mas, principalmente, através de ações sociais voltadas
para a solução dos problemas sociais que afligem a sociedade”. Investindo em projetos
sociais, a empresa assume a sua responsabilidade social e oferece algo em troca ao que
por ela foi usurpado da sociedade.
aprofundando
Não deixe de observar os arquivos abaixo para
a melhor compreensão do Balanço Social.
Bom estudo!
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Referência bibliográfica:
ALBUQUERQUE, J. L. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social: Conceitos, ferramentas
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