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Os Gregos e a Democracia

Nenhum povo do mundo antigo contribuiu tanto para a riqueza e a


compreensão da Política, no seu sentido mais amplo, como o fizeram os
gregos de outrora. Os nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles, no campo
da teoria, de Péricles e de Demóstenes na arte da oratória, estão presentes
em qualquer estudo erudito que se faça a respeito e mesmo nos mais
singelos manuais de divulgação.
Entendiam-na - a política - como uma ciência superior, determinante de
qualquer organização social e com inquestionáveis reflexos sobre a vida
dos indivíduos. Para Aristóteles era a arte de governar a cidade-estado
(pólis). Por não conviverem com estados-nacionais, mas sim com organizações menores, as cidades,
para os gregos, tornaram-se o objeto da sua maior atenção. Como nenhum outro povo, interessaram-se
pela administração da coisa pública, envolvendo-se nos intensos e acalorados debates políticos que
afetavam a comunidade, manifestando extraordinária consciência sobre a importância e o significado da
palavra eleutéria, entendida como liberdade e independência da cidade em relação a qualquer outro
poder vindo de fora - num mundo cercado pelo despotismo e pela tirania. A sua contribuição não se
confinou somente ao teórico, pois também legaram os grandes discursos de Demóstenes e de Ésquines
que imortalizaram a oratória voltada para a ação.

As origens da democracia
No estudo das sociedades clássicas costumamos destacar especialmente o incisivo papel em que
as práticas e instituições nascidas no mundo grego influenciaram a formação do mundo contemporâneo.
Entre as várias instituições consolidadas no mundo grego, a noção de democracia é uma das que mais
despertam nosso interesse na busca por paralelos que aproximem o mundo antigo do contemporâneo.
A história da democracia ateniense pode ser compreendida à luz de uma série de transformações
sofridas pela sociedade e economia ateniense. Até os séculos VII e VI, o poder político ateniense era
controlado por uma elite aristocrática detentora das terras férteis de Atenas: os eupátridas ou “bem
nascidos”.
Nesse meio tempo, uma nascente poderosa classe de comerciantes, os demiurgos, exigia
participação nos processos decisórios da vida política ateniense. Além disso, pequenos comerciantes e
proprietários acometidos pela escravidão por dívidas, exigiam a revisão do poder político ateniense. Com
isso, os eupátridas viram-se obrigados a reformular as instituições políticas da cidade-Estado.
Um grupo de legisladores foi responsável por um gradual processo de transformação política. Em 621
a.C., Drácon resolveu estabelecer um conjunto de leis escritas que dariam lugar às leis orais
anteriormente conhecidas pelos eupátridas. Mesmo não enfraquecendo o poder da aristocracia essa
primeira medida possibilitou uma nova tradição jurídica que retirava o total controle das leis invocadas
pelos eupátridas.
A partir de 594 a.C., Sólon, o novo legislador, ampliou o leque de reformas políticas em Atenas,
eliminou a escravidão por dividas e resolveu dividir a população ateniense por meio do poderio
econômico de cada indivíduo. Dessa forma, os comerciantes enriquecidos conquistaram direito de
participação política. Além disso, novas instituições políticas foram adotadas.
A Bulé ou Conselho dos Quinhentos era um importante órgão legislativo que dividia as funções antes
controladas pelo Areópago ateniense controlado pelos aristocratas. A Eclésia foi uma instituição mais
ampla onde os cidadãos poderiam aprovar ou rejeitar as leis elaboradas pela Eclésia. Por último o Helieu
seria composto por juízes incumbidos de julgar os cidadãos atenienses de acordo com as leis escritas.
Em resposta, as elites agrárias atenienses rivalizaram com esse primeiro conjunto de mudanças. A
agitação política do período deu margem para que ações golpistas abrissem espaço para a ascensão dos
governos tirânicos. Os principais tiranos foram Psístrato, Hiparco e Hípias. No fim do século VI a.C. a
retração dos direitos políticos mais amplos incentivou uma mobilização popular que levou à ascensão
política de Clístenes, em 510 a.C..
Em seu governo, os atenienses passavam a ser divididos em dez tribos que escolhiam seus principais
representantes políticos. Todo ateniense tinha por direito filiar-se a uma determinada tribo na qual ele
participaria na escolha de seus representantes políticos no governo central. Dessa maneira, o grau de
participação entre os menos e mais abastados sofreu um perceptível processo equalização.
Outra ação importante, a medida de Clístenes foi à adoção do ostracismo. Por meio desta, todo e
qualquer indivíduo considerado uma ameaça ao governo democrático seria banido por dez anos. Apesar
de seu isolamento, o punido ainda teria direito de posse sobre suas terras e bens. De forma geral, esse
foi um importante dispositivo que impedia o surgimento de novos tiranos em Atenas.
Aparentemente, podemos concluir que Clístenes foi o reformador capaz de estabilizar o regime
democrático ateniense. Além disso, ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os
cidadãos de Atenas fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não
englobava, de fato, a maioria da população.
Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram
considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de
participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente
um décimo da população participava do mundo político ateniense.

Referência:
BOBBIO, N; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política I. -Brasília: Editora UNB, 1a ed.,
1998.
*Artigo publicado por: Lucas de Oliveira Rodrigues em Sociologia. Disponível em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/ciencia-politica.htm>. Acesso em: FEV 2018.

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