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P U B L I C A Ç Ã O D O C O N S E L H O R E G I O N A L D E FA R M Á C I A D O E S TA D O D E S Ã O PA U L O - N º 9 9 - J U L H O / A G O S T O - 2 0 1 0

Empreendedorismo e
Sustentabilidade
Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010

XVI Congresso Paulista de


Farmacêuticos debate os
novos desafios da Saúde.
Participe do maior
evento do setor.
De 19 a 21 de setembro

N
Nutrigenômica
utrigenômica Seminário Internacional EXPOFAR 2010 2o Congresso da
Especialistas de Feira de negócios Farmácia Brasileira
SSaiba
aiba como
como a combinação
combinação diversos países dividem reúne os principais Associativismo, gestão
eentre
ntre aalimentos
limentos e ggenes
enes suas experiências lançamentos e serviços farmacêuticos
ppode
ode prevenir
prevenir ddoenças
oenças no Congresso do setor em debate
Algumas palavras sobre o
XVI Congresso
Congresso Paulista Farmacêuticos
Paulista de Farmacêuticos
PATROCINADORES OURO

A participação con- A EMS Pharma, empresa 100%


tínua da Bayer no brasileira, sente-se orgulhosa em
congresso permite tanto a interação com os participar do Congresso. Acredi-
farmacêuticos – profissionais que têm obtido, tamos que, além de fortalecer nossa
a cada dia, maior reconhecimento do seu pa- marca diante da magnitude do evento, ele propor-
pel na saúde – quanto o incremento na nossa cionará à EMS uma oportunidade única de integra-
parceria com o CRF-SP, que inclui as edições ção com os farmacêuticos, profissionais de extrema
do Prêmio Bayer Jovem Farmacêutico. importância para a saúde de toda a população.

Sentimos orgulho em po- A Roche apoia toda inovação


der participar pela pri- que tem como finalidade bene-
meira vez do Congres- ficiar a população. E, por isso,
so, evento de grande expressividade para a evidencia a importância que o Con-
classe farmacêutica. A Medley acredita que o gresso tem ao trazer para o profissional de saú-
farmacêutico é um profissional de significativa de a cobertura completa das novidades acadê-
importância para a promoção da saúde e bem- micas, científicas e de mercado que estão em
estar dos usuários de medicamentos. debate hoje no mundo.

ALGUNS DOS PATROCINADORES PRATA

Para a CAIXA, é impor- Apoiar o Congresso é uma A BIOLAB carrega em


tante estar junto aos far- oportunidade para a Droga- seu DNA a vocação para
macêuticos, que prestam ria São Paulo de aumen- a pesquisa e desenvolvi-
um serviço fundamental à tar o relacionamento com mento de produtos e tec-
sociedade. Para o evento, os farmacêuticos. Para nós, nologias que, junto com a
destacamos as linhas de ter o profissional de Farmá- inovação, representam a
crédito habitacionais e, no cia em nossas lojas vai além missão da empresa – Saú-
segmento de pessoa jurí- da exigência legal, é algo que de ao alcance de todos. A
dica, nosso portfólio, que qualifica o serviço. Por isso, participação da Biolab no
atende às expectativas de quanto mais tecnicamente Congresso tem como foco
recursos para capital de preparado ele estiver, me- compartilhar conhecimen-
giro e investimentos com lhor. E o Congresso é funda- to e informação com os
taxas atrativas. mental para este objetivo. farmacêuticos.
Editorial

Imperdível!
H
á exatamente 40 anos, o CRF-SP O CRF-SP está trabalhando para que a
realizava o I Congresso Paulista de realidade da profissão se transforme, e com
Farmacêuticos. No início, tratava-se isso o farmacêutico assuma responsabilida-
de um evento modesto, mas que já eviden- des essenciais à saúde pública. Dentro des-
ciava o ímpeto da categoria farmacêutica em se contexto, também tem adotado uma pos-
mudar a realidade e assim, fazer com que a tura compromissada com a sustentabilidade,
profissão ganhasse a notoriedade que osten- cumprindo seu papel com responsabilidade
ta nos dias de hoje. social.
A XVI edição do maior evento farmacêuti- A Revista do Farmacêutico nº 99 traz abor-
co do Brasil, além de colaborar com o apri- dagens dinâmicas sobre parte dos temas que
moramento profissio- serão discutidos com
nal e enriquecimento profundidade durante o
técnico-científico dos XVI Congresso. Conhe-
congressistas, apresen- cer mais sobre o envol-
ta aos participantes no- vimento do farmacêuti-
vos conceitos de sustentabilidade e formas co em áreas que traduzem o extraordinário
de adequar esse compromisso com o meio do conhecimento técnico-científico, como a
ambiente ao espaço corporativo, inclusive Nutrigenômica e a Biotecnologia, e a sintonia
aplicando o conceito nos próprios materiais com o mercado de trabalho são duas gran-
distribuídos durante o congresso. des oportunidades que esse evento oferece.
O cenário atual da profissão farmacêutica
no país, o desenvolvimento da acupuntura, a
extrema necessidade da implantação da as-
sistência farmacêutica no SUS, o papel es-
sencial do farmacêutico na UTI, as qualifica-
ções que vão além das habilidades técnicas,
e a sempre fundamental discussão sobre a
RDC 44/09 e de todos os seus benefícios
estarão em pauta nesta edição da Revista e
também do Congresso.
É uma excelente oportunidade de qualifi-
cação profissional para o farmacêutico, que
deve estar preparado para desenvolver suas
atividades com a competência e a seriedade
que a área da saúde exige.
Participe do XVI Congresso Paulista de
Farmacêuticos!
Pedro Margarete Marcelo Raquel
Menegasso Kishi Polacow Rizzi
Diretor-tesoureiro Secretária-geral Vice-presidente Presidente Diretoria do CRF-SP

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 3


Sumário

26 46
CAPA ACUPUNTURA
IMPERDÍVEL: FALTA EFICAZ
POUCO PARA O COM OU
GRANDE EVENTO SEM AGULHAS

54 24
INDÚSTRIA ESPECIAL
MINÚSCULA A CURA
COM POTENCIAL PELO
GIGANTE DNA

05 Espaço Interativo 24 Especial 1 42 Regulação e Mercado


06 Opinião 26 Especial 2 44 Homeopatia
07 Notícias do CFF 28 Entrevista 46 Acupuntura
08 Curtas e Boas 30 Ética 48 Farmácia Hospitalar
10 Orientação 50 Plantas Medicinais e Fitoterápicos
32 Corporativas
12 Entidades 52 Saúde Pública
13 Jurídico 33 Âmbito 54 Indústria
14 Pharmacia 36 Personagem 56 Distribuição e Transporte
16 Capa 38 Educação 57 Farmácia Clínica
22 Programação Congresso 40 Análises Clínicas 58 Livros

Expediente Paulo José Teixeira (suplente)


Paulo Pais dos Santos (suplente)
Revisão
Allan Araújo Zaarour
A Revista do Farmacêutico é uma publicação do Conselho Rosangela Borges Reina (suplente)
Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF-SP Diagramação
Conselheiro Federal Ana Laura Azevedo - Mtb 5.392-PR
DIRETORIA Ely Eduardo Saranz Camargo ana.azevedo@crfsp.org.br
Ademir Valério da Silva (suplente)
Presidente
Raquel Cristina Delfini Rizzi Impressão
Comissão Editorial nesta edição Companhia Lithographica Ypiranga
Vice-presidente Raquel Cristina Delfini Rizzi
Marcelo Polacow Bisson Marcelo Polacow Bisson Publicidade
Pedro Eduardo Menegasso Tel.: (11) 3067 1492
Diretor-tesoureiro Margarete Akemi Kishi
Pedro Eduardo Menegasso Marcelo Ferreira C. cunha Tiragem
Reggiani Wolfenberg 44 mil exemplares
Secretária-geral Simone F. Lisot
Margarete Akemi Kishi
Cargos exercidos sem remuneração no CRF-SP:
Edição Presidente, vice-presidente, secretária-geral, diretor-
Conselheiros
Álvaro Favaro Jr. Thais Noronha - Mtb 42.484-SP tesoureiro, conselheiros, diretores e vice-diretores
Israel Murakami thais.noronha@crfsp.org.br regionais, membros de Comissões Assessoras e das
Laise Ponce Leon Simões Comissões de Ética.
Marcelo Polacow Bisson Reportagem e Redação
Margarete Akemi Kishi Luana Frasca
Conselho Regional de Farmácia do
Maria Fernanda Carvalho luana.frasca@crfsp.org.br
Estado de São Paulo - CRF-SP
Maria Luiza Rodrigues Renata Gonçalez - Mtb 30.469-SP
Rua Capote Valente, 487, Jardim América
Pedro Eduardo Menegasso renata.goncalez@crfsp.org.br
Priscila Nogueira Camacho Dejuste São Paulo - SP | CEP: 05409-001
Thais Noronha - Mtb 42.484-SP
Raquel Cristina Delfini Rizzi Welton Trindade - Mtb 6.209/02-DF PABX: (11) 3067 1450 / 1474 / 1476
Rodinei Vieira Veloso welton.trindade@crfsp.org.br e-mail: comunicacao@crfsp.org.br
Rogério Guimarães Frota Cordeiro Natali Valéria (estagiária) Portal: www.crfsp.org.br

4 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


EEspaço
spaço IInterativo
nterativo

“Quero aproveitar o espaço para parabenizar a “Gostaria de deixar registrados os meus sinceros
“Revista do Farmacêutico” por seus ótimos artigos. elogios à profissional Maria Bezerra de Souza Honó-
Com responsabilidade e excelentes informações aos rio, da Seccional Osasco, por sua dedicação e atenção
profissionais, estamos a cada dia passando aos nossos a todas as solicitações, seja por e-mail, pessoalmente
clientes mais confiança e credibilidade.” ou por telefone. Faço diversos contatos com conselhos
Dr. Paulino da Silva Franco – São Paulo/SP – de Farmácia de outros estados e sempre a profissional
Farmacêutico acima citada é uma das primeiras a retornar, sempre
fornecendo embasamento às respostas. Que esta profis-
sional seja espelho de dedicação a outros profissionais
deste e dos outros Conselhos.
“Quero parabenizar a repor- Dra. Susie Gonçalves – São Paulo/SP – Farmacêutica
tagem
ta sobre o Prof. Dr. Lauro Coordenadora de Qualidade da Dabasons
Moretto
M (publicada na ed. 98 da (empresa de importação e exportação de
Revista
R do Farmacêutico). Sou instrumentos cirúrgicos)
farmacêutico,
f tenho uma farmá-
cia
c em Bariri e sou membro da
Comissão
C Assessora de Farmá- “Recebi meu Certificado pelo correio em 8/07. Gos-
cia
c de Bauru.” taria de agradecer a agilidade, eficiência e flexibilida-
Dr. Luiz Fernando Masselli de na análise da documentação e emissão do mesmo. O
Turini – Bariri/SP – CRF-SP está de parabéns pelo excelente atendimento!”
Farmacêutico Dra. Vanessa Cavalcanti da Cruz - São Paulo/SP -
Farmacêutica

MENSAGENS VIA TWITTER


“Aproveitando a oportunidade para cumprimen-
tá-los, venho por meio deste e-mail ratificar a ad- @Patriciatust @crfsp Parabéns pelas minipalestras
miração por esta instituição que tem por objetivo no XX Congresso Pan-Americano de Farmácia. Os
defender sempre os interesses do farmacêutico. Sou farmacêuticos do Sul adoraram a iniciativa!
recifense e desde a época da faculdade cadastrei-me
para receber o boletim informativo via internet do Sobre o Prêmio Paulo Minami, criado pelo CRF-SP
CRF-SP, mesmo sendo membro do CRF-PE, e até para homenagear o melhor aluno do curso de Farmá-
hoje usufruo deste contato.” cia em instituições de ensino do Estado de São Paulo:
Dr. Jessé Pereira – Recife/PE - Farmacêutico
@andrielimusette @crfsp Bacana esta atitude, pois
RESPOSTA DA REVISTA: assim incentivará os estudantes...E eu queria muito
Dr. Jessé, receber um prêmio desses!
Agradecemos em nome da diretoria suas pala-
vras sobre a atuação do CRF-SP e o boletim “Canal
Farmacêutico”. A Revista do Farmacêutico fica dis-
ponível na íntegra no portal www.crfsp.org.br, por ERRATAS
onde o mesmo conteúdo do material impresso pode Diferentemente do informado na reportagem de capa da edição
ser acessado. 98, “Não viva sob pressão: oriente-se”, dr. Paulo Pinhal (pág.
30) atua no município de Mauá (SP). Já o palestrante do semi-
nário sobre hipertensão dr. José Artur da Silva Emim (pág. 33)
é coordenador do curso de graduação em Farmácia e assessor
“Espetacular é pouco para a palestra Uso Racio- da reitoria da Universidade Cruzeiro do Sul (SP).
nal de antibióticos e Resistência Bacteriana ministrada
pelo dr. Fernando Fiol. Parabéns ao dr. Dirceu Raposo
pela humildade, simpatia e empenho para que nossa
ESCREVA-NOS!
Revista do Farmacêutico:
profissão seja mais valorizada. Parabéns à equipe do Envie sua sugestão para a
aca o@ crfs p.org.br
CRF-SP pelo esmero com que apresentam os eventos. E-mail: comunic
andar
Obrigado, colegas.” R. Capote Valente, 487 - 4º
001 - São Pau lo - SP
CEP: 04162-
Dr. João Zorzetto – Sorocaba/SP - Farmacêutico
Tel: (11) 3067 1494 / 1498
publicar trechos.
A RF se reserva o direito de

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 5


Opinião

Luta pela assistência farmacêutica


integral deve crescer no Congresso
Divulgação
Há anos tramita no Congresso defendem a saúde pública. Em 2008,
Nacional nosso substitutivo ao Pro- lançamos inclusive uma Frente Parla-
jeto de Lei nº 4385/94, que trata da mentar de Assistência Farmacêutica
assistência farmacêutica integral, na Câmara dos Deputados.
garantindo-a como parte de uma O projeto também ratifica a RDC
política nacional de saúde. O texto 44/09 da Anvisa, que proíbe as farmá-
As opiniões expressas nesse espaço são de responsabilidade dos autores.

combate a concepção que transforma cias de vender produtos de conveniên-


medicamentos em mercadoria e a cia, executar serviços bancários e man-
visão da farmácia como mais um es- ter medicamentos expostos ao alcance
tabelecimento comercial, onde qual- dos consumidores.
quer produto seja vendido. O substi- É um debate que tem dificuldades
tutivo a define como estabelecimento sanitário para avançar no Congresso diante do poderoso
e prevê a presença obrigatória do farmacêutico lobby da indústria e do comércio farmacêutico,
profissional, responsável pela dispensação, em que buscam lucros incalculáveis sob o risco da
tempo integral. saúde dos brasileiros. Por isso, é preciso aumen-
Um dos principais objetivos da proposta é aca- tar a pressão sobre os parlamentares e garantir
bar com a chamada “empurroterapia”, em que o a presença no Congresso de deputados compro-
balconista de farmácia recomenda ao cliente qual metidos com esta causa. Só assim, garantiremos a
medicamento utilizar, sem ter competência para aprovação imediata do substitutivo e o fortaleci-
tal instrução. Todas as estatísticas provam que a mento da luta em defesa da saúde pública no país.
ingestão de medicamentos sem receita e orienta- A Câmara tem um papel a cumprir, que não pode
ção ocupa o primeiro lugar nos casos de intoxica- levar mais tempo, enquanto a saúde de brasilei-
ção no país. As pesquisas também mostram que ros e brasileiras corre riscos.
os índices indiscriminados de automedicação têm
Por Ivan Valente, deputado federal (PSOL/SP)
aumentado com o passar do tempo.
Pela proposta, o farmacêutico e o proprietário
Thais Noronha

terão responsabilidade solidária, e deverão reali-


zar todos os esforços no sentido de promover o uso
racional de medicamentos. As farmácias terão cin-
co anos para se adequar à lei. Nos municípios com
menos de 15 mil habitantes, o prazo de transição
pode ser prorrogado por mais dois anos.
Depois de muita pressão das entidades far-
macêuticas e da bancada do Partido Socialismo e
Liberdade (PSOL), nosso substitutivo finalmente
entrou na pauta prioritária de votação da Câma-
ra dos Deputados. O texto também tem o apoio do
Ministério da Saúde e de todas as entidades que

6 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Notícias do CFF

Reuniões plenárias discutiram estágio e


prescrição farmacêutica
Em 1°de julho, em São Paulo, o Conse-

Thais Noronha
lho Federal de Farmácia, CFF, promoveu
reunião plenária, na qual foi discutida a
regulamentação da norma a respeito das
atribuições e competências do farmacêuti-
co na indicação de medicamentos isentos
de prescrição.
A proposta, que contou com a colaboração
das comissões assessoras, de áreas técnicas e
do Departamento Jurídico do CRF-SP, este-
Dra. Raquel participou da plenária do CFF em julho
ve em consulta pública por 30 dias. Os con-
selheiros federais, como uma forma de aumentar o posta de resolução acerca dos estágios curricu-
debate sobre o tema, resolveram adiar a votação. lares supervisionados obrigatórios dos cursos
Em 29 de julho, o CFF realizou outra reunião de Farmácia. A ideia é regulamentá-los. O pro-
plenária. O principal tema debatido foi a pro- jeto não foi votado.

CRF-SP participa do
XI Encontro Nacional de Fiscalização
Os diretores do CRF-SP, dra. Raquel Rizzi, julho. O evento é promovido a cada dois anos pelo
dra. Margarete Akimi Kishi e dr. Pedro Menegas- Conselho Federal de Farmácia (CFF).
so, fiscais e advogados da entidade estiveram em Na abertura do evento, o assessor jurídico do
Brasília para participar do XI Encontro Nacional CRF-SP, dr. Marcus Elídius M. de Almeida, mi-
de Fiscalização (Enaf), realizado entre 26 e 28 de nistrou a palestra “Responsabilidade civil, penal e
administrativa do fiscal”. Houve palestras sobre
Yozikazu Maeda / CFF

SNGPC, combate à fraude, contrabando e produ-


tos sem registro, rastreabilidade de medicamen-
tos, registros de fitoterápicos e farmácia pública.
A fiscal do CRF-SP dra. Lígia Rosa de Costa
Pereira apresentou a Verificação do Exercício
Profissional aplicada pela equipe de fiscalização
do Conselho nas inspeções realizadas em far-
mácias e drogarias do Estado.
Na avaliação da secretária-geral dra. Mar-
garete Akemi Kishi, o encontro foi fundamental
Dra. Margarete Kishi, dra. Raquel Rizzi e dr. Pedro
para que os conselhos conhecessem o trabalho
Menegasso participaram do encontro feito em outros Estados.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 7


Curtas e Boas

SENSOR AJUDA DIABÉTICO A AFERIR GLICOSE


Engenheiros da Universidade da Califórnia, transmitidos a outro aparelho, que interpre-
em San Diego (EUA), criaram um aparelho ca- ta os dados.
paz de medir o nível de glicose no sangue sem a Implantado na pele, o dispositivo tem du-
necessidade de furar o dedo. ração de um ano e é substituível. A descoberta
O aparelho, com cerca de 3,8 cm de di- pode mudar a vida de muitos diabéticos, que até
âmetro, é composto de dois sensores: um hoje sofrem quatro picadas por dia para monito-
que detecta o oxigênio e outro que estuda a rizar o nível do açúcar no sangue.
reação com a glicose. Os resultados são Fonte: Science Translational Medicine

“VACINA ADESIVO” PODE SUBSTITUIR INJEÇÕES

Pesquisadores americanos estão


tão nos EUA, a vacina foi testada em ca-
desenvolvendo uma vacina em m mundongos e mostrou que a modali-
m
forma de adesivo que pode subs- dade pode ser utilizada na imuniza-
d
tituir a seringa utilizada para ção contra doenças como a gripe.
aplicação desse tipo de medica- No artigo publicado na revis-
mento. O adesivo tem centenas ta Nature Medicine, os cientistas
de agulhas microscópicas que disseram que as pessoas poderiam
se dissolvem quando em contato elas mesmas administrar as vacinas,
el
com a pele. que favorece a aplicação em larga es-
o qu
Desenvolvido pela Emory University
it cala
l durante
d situações de calamidade.
e pelo Georgia Institute of Technology, ambos Fonte: BBC Brasil

TOSSE É MELHOR INDICATIVO PARA


DIAGNOSTICAR GRIPE A H1N1 DO QUE FEBRE
http://pneumologia.med.br/
De acordo com estudo pu- cientes que foram internados
blicado na American Journal e colocados em quarentena
of Infection Control, tosse ou durante as fases iniciais da
outros sintomas respirató- pandemia, em 2009.
rios são mais precisos na de- Os resultados do estudo
terminação da gripe H1N1 do mostraram que apenas 45,5%
que a febre. dos indivíduos tiveram febre.
Atualmente, a presença de Pessoas com infecção leve e
febre é determinante no diag- sem febre não seriam identifi-
nóstico deste subtipo de gripe. cadas, mas continuariam a fa-
A equipe investigou casos zer parte da cadeia da doença.
confirmados de H1N1 de pa- Fonte: Science Daily

8 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Curtas e Boas

MOLÉCULA DE VINHO E MAÇÃ CONTRA A LEUCEMIA


O Conselho Nacional de Pesquisa da como suplementos dietéticos por pessoas
Itália (CNR) divulgou que a quercetina, saudáveis e sem controle médico, podem
uma molécula com propriedades antio- se tornar um perigo para a saúde.
xidantes naturais presente na maçã e no Fonte: Agence France-Presse (AFP)
vinho tinto, pode ser acoplada a medica- a--
mentos utilizados em tratamento contra a
leucemia linfóide crônica.
Segundo os pesquisadores,
res, a
molécula é capaz de bloquear
ar
o processo de transformação
de uma célula normal em
um tumor, ou de invertê-lo
se já estiver em curso.
Mesmo com os bons
resultados, os pesquisado-
res enfatizam que é preciso so
ter cautela, uma vez que doses
ses massivas
de antioxidantes e quercetina,
ina, utilizadas

D O C R F-SP
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CURSOS
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Técnicas
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- VAGAS LIMITADAS -
Tel: (11) 3067-1462 / 1468
Inscrição: uma lata de leite em pó ou um pacote de fraldas
Janeiro - Fevereiro de 2010 / Revista do Farmacêutico | 9
Orientação

Fique atento à data de


validade da sua cédula
A resolução 428/04 (alterada pela Resolução
432/05) do Conselho Federal de Farmácia
instituiu as normas para emissão da cédula de
determinou, ainda, o prazo de cinco anos para a
validade da cédula. Portanto, a partir de 1/7/2010,
as cédulas começaram a expirar.
identidade profissional e para o recadastramento
obrigatório de todos os farmacêuticos inscritos nos AGENDAMENTO
Conselhos Regionais de Farmácia. A Resolução O CRF-SP selecionará mensalmente os profis-
sionais cuja cédula vencerá no mês seguinte e en-
viará os materiais abaixo para o endereço de cor-
respondência:
• Ficha cadastral para atualização de dados, se
necessário;
• Boleto referente à taxa da emissão da nova
cédula;
• Orientações para realização do procedimento.
Mais informações pelo telefone 3067-1450 ou
através do e-mail atendimento@crfsp.org.br

Sibutramina: novas
determinações
A RDC n° 25/10, de 1/07, restringiu a 60
dias o período de tratamento com sibu-
tramina no Brasil e a 15 miligramas por dia a
res que o seu consumo oferece. Por esse moti-
vo, a sibutramina foi recentemente proibida na
União Europeia.
dosagem que um médico pode prescrever para
cada paciente.
Em março, o medicamento foi incluído na ca-
tegoria B2, de substâncias psicotrópicas anore-
xígenas. Com isso, a venda só pode ser realizada
com receituário azul, controlado pela Vigilância
Sanitária. A tarja foi mudada de vermelha para
preta e a amostra grátis, proibida.
O controle da substância é justificado pelo
aumento do risco de problemas cardiovascula-

10 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto 2010


Entidades

Sinfar moderniza
a sede
Reinauguração contou com

Fotos: Edivando Rodrigues


galeria dos ex-presidentes
da entidade

O
Sindicato dos Farmacêuticos no Estado
de São Paulo (Sinfar-SP) reinaugurou sua
sede, no centro de São Paulo. O CRF-SP
esteve presente no evento representado por seu
diretor-tesoureiro, dr. Pedro Menegasso.
Dr. Pedro Menegasso ao lado de autoridades e
Há 20 anos a sede do sindicato está localizada
representantes de entidades do setor
à Rua Barão de Itapetininga e, desde então, passou
apenas por pequenas reparações e reformas. O sição de softwares que facilitam e tornam mais
projeto de reestruturação da sede abrangeu todas seguro o trabalho do Sinfar”.
as instalações, além da aquisição de novos equipa- Durante a cerimônia, foi apresentada a galeria
mentos e mobiliários. dos ex-presidentes, uma forma de resgatar a histó-
O atual presidente do sindicato, dr. Paulo Tei- ria da entidade, fundada em 1946. Em discurso, dr.
xeira, que também é conselheiro suplente do CRF- Paulo destacou as conquistas do Sinfar-SP nos últi-
SP, destaca a iniciativa da gestão atual em promo- mos anos, além de anunciar o projeto, já em discus-
ver melhorias que garantissem aos farmacêuticos são com prefeituras do litoral do Estado de São Pau-
conforto e acesso à informações pertinentes à área. lo, de construir uma colônia de férias do sindicato.
“A primeira fase compreendeu a troca de todo “O novo auditório conta com recursos modernos
equipamento de informática, bem como a aqui- e permite a realização de palestras e capacitações
com conforto para os usuários. Os farmacêuticos
têm agora um novo espaço e o Sinfar convida a todos
a participar de nossas ações”, completa dr. Paulo.
Representantes do Conselho Federal de Farmá-
cia, Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fena-
far), União Farmacêutica de São Paulo (Unifar) e do
Ministério da Saúde compareceram ao evento.

Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo


Rua Barão de Itapetininga, 255 - cj 304 - São Paulo - SP
CEP: 01042-001
Fone: (11) 3123 0588 Fax: (11) 3231 5456
Dr. Paulo Teixeira, presidente do Sinfar, descerra a www.sinfar.org.br
placa na inauguração

12 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto 2010


Jurídico

Em favor da
assistência
farmacêutica
CRF-SP e TRF da 3ª Região firmam acordo que dará aos
municípios a possibilidade de regularizar a presença do
profissional de Farmácia no serviço público de saúde

O
CRF-SP firmou parceria com o Tribunal do e-mail conciliacao@crfsp.org.br. Além dos cri-
Regional Federal (TRF) da 3ª Região com o térios acima descritos, existe a necessidade de que
intuito de garantir a atuação efetiva de far- o município tenha ação judicial em trâmite com
macêuticos em municípios do Estado de São Paulo. recurso de apelação pendente de julgamento no
Inicialmente, a principal beneficiada poderá ser TRF da 3ª Região. gião. Renata Gonçalez
a população residente em dez municípios que já
possuem demanda judicial por não manterem far-
macêuticos em seus serviços de saúde. A primeira
listagem dos municípios com os quais o
TRF da 3ª Região deverá fazer os

Fotos: h
contatos foi encaminhada em julho.
Além da garantia da assistência

ttp://ww
E
farmacêutica aos pacientes atendi-
IL IA Ç Ã O ENTR
ONC
O DA C

w.sxc.hu
dos pelo sistema público de saúde, Ç Ã
L IZ A
a conciliação das ações também per- FORMA E CRF-SP
:
em que
são par
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ÍP IO ,
MUNIC
is d e

/
ic ia o s
mitirá a valorização do farmacêutico, s jud s, man
dad
a s d e manda in á r ia u s s ã o
das ord isc
bem como o cancelamento da dívida o e x t intas to íp io s (ações
n h a m como d o s p i-
ã ic e ias h
do município com o CRF-SP e a dimi- √ Ser RF-SP e mun fi s cais) q
ue t
farmác o
te s C ecuç õ e s
êutic o e m cim te n
nuição de gastos com a propositura de u r a n ça e ex e d e farmac o u t r o estabele
se g sida d uer ;
a neces e qualq mentos
ações e defesa neste tipo de demanda. central a d e s básicas ã o d e medica
, unid saç
talares dispen ata da
A parceria entre o CRF-SP e o TRF
o o n d e haja a a p a r t ir da d
públic er, a em
da 3ª Região também poderá resultar na e t e r á a mant f a r m acêutic
prom assistê
ncia edica-
contratação de aproximadamente 700 ic íp io se com ç ã o , a e n s a ç ão de m
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√ O mu atura da concil nicipais com dis P;
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O Departamento Jurídico do CRF-SP
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está à disposição dos municípios que se in- artida, tica, no
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teressem em formalizar a conciliação através √ a assist
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tiados
Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 13
Pharmacia

Evoluindo com a
profissão
Década de 70, Lei 5.991: cresce o movimento
estudantil e inicia-se a luta por uma sociedade
democrática. Nesse cenário de mudanças surge o
Congresso Paulista de Farmacêuticos

H
á 40 anos foi dado o primeiro passo tros, palestras e seminários, que permearam
na construção do evento, que pou- o desenvolvimento da profissão e o aprimora-
co tempo depois se tornou o maior mento técnico e científico dos mais de 40 mil
acontecimento da farmácia brasileira: o Con- farmacêuticos que passaram pelas quinze edi-
gresso Paulista de Farmacêuticos. Foram qua- ções já realizadas.
se 2 mil horas de muito trabalho, entre encon- Formado no ano de 1965 pela Faculdade de
Farmácia e Odontologia de Araraquara, dr. An-
tônio Carlos Pizzolitto participou do Congres-
so Paulista desde sua primeira edição, no ano
de 1970, quando o evento, ainda modesto, dava

Em 1985, o evento recebeu autoridades


importantes como os ministros da cultura
e do trabalho e o chefe da casa
civil na época

Farmacêuticos
iniciaram na década de 70 as
discussões que marcaram os primeiros
passos da construção do, hoje tradicional,
Congresso Paulista de Farmacêuticos

14 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto 2010


Pharmacia

seus primeiros passos para consolidação dentro mentos tão importantes para o nosso aprimora-
do calendário farmacêutico. “Ocorreram gran- mento profissional”.
des transformações durante todos esses anos, Durante todos esses anos o farmacêutico
principalmente no sentido científico, que acom- conquistou espaço e ampliou sua área de atu-
panhou o rápido desenvolvimento dos conheci- ação profissional. O Congresso acompanhou
mentos humanos na área da saúde”. a evolução da profissão e passou a contar com
Dra. Akimi Mori Honda, membro da Comissão uma grade científica cada vez mais abrangente.
Assessora de Indústria do CRF-SP, recorda suas Esse fato possibilitou a participação de um nú-
primeiras participações. “Os primeiros Congres- mero cada vez maior de congressistas, favore-
sos aconteciam no Centro de Convenções Rebou- cendo a troca de experiências e estimulando os
ças, local que hoje não comportaria o evento. O estudantes a buscar o desenvolvimento profis-
Congresso apresenta todas as novidades do mer- sional. Luana Frasca
cado de trabalho, e cabe a nós farmacêuticos não
perdermos a oportunidade de adquirir conheci-

Em 1997, o tema “Saúde e Responsabilidade


Social: o compromisso das Ciências
Farmacêuticas” incentivou os
participantes a discutir
sobre questões
técnicas, científicas
e políticas, sem
tirar o foco
do social

Cerca de 1500
pessoas participaram
do Congresso em 1987
no Centro de Convenções Como em
Rebouças. Ao longo dos anos, todas as edições,
o evento foi tomando grande em 2003, o estande do
proporção e teve que ser CRF-SP foi um dos diferenciais
transferido para o Anhembi, da feira de negócios e reuniu um
onde é realizado atualmente grande público que circulou pela Expofar

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 15


Capa

Imperdível
Os organizadores do maior congresso multidisciplinar de
Farmácia do país, querem contemplar os farmacêuticos com o
mais completo evento do setor nos últimos tempos

O
s quatro dias de duração do XVI de mais atual no mundo da Farmácia. Mais
Congresso Paulista de Farmacêu- de 100 palestrantes nacionais e internacio-
ticos, que acontecerá de 18 a 21 de nais, entre farmacêuticos, médicos e outros
setembro, no Palácio das Convenções no
Anhembi, serão um mergulho no que há

2005

Fotos: Arquivo CRF-SP

16 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Capa

profissionais de reconhecida competência, Estar em constante atualização é uma


apresentarão cursos, minicursos, pales- das principais ferramentas para oferecer
tras, simpósios e mesas-redondas, além do à população um direito garantido por
II Fórum de Farmacêuticos Notificadores. lei: assistência farmacêutica qualificada.
Será um evento marcado não apenas Informar-se e adquirir novas experiên-
pela qualidade científica, mas pelo arrojo, cias são passos fundamentais para atin-
pois insere na sua proposta conceitos de gir o sucesso profissional. Neste ano, a
“Empreendedorismo e Sustentabilidade: os expectativa é a de receber um maior nú-
novos desafios da saúde”, tema escolhido mero de farmacêuticos do que nas edi-
para 2010, que trará à tona debates sobre ções anteriores, com o objetivo principal
responsabilidade social, desenvolvimento de atender à necessidade de atualização
sustentável, postura crítica e política do deste profissional.
farmacêutico, além de novas áreas de atu-
ação e medidas legais diretamente ligadas
ao dia-a-dia profissional.

2007

2010...
Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 17
Capa
Fotos: Arquivo CRF-SP

Dr. Dirceu Raposo de Mello entrega troféu em


homenagem a dra. Akimi Honda, hoje coordenadora
da Comissão Assessora de Indústria do CRF-SP

TRABALHOS CIENTÍFICOS - INOVAÇÃO


A décima sexta edição do Congresso também
será marcada por novidades em relação aos
trabalhos científicos. O objetivo é incentivar a Fonte: Organização do Congresso
produção científica na área da Farmácia e dis- Arte: Ana Laura Azevedo

ponibilizar novas modalidades de exposição de


trabalhos que favoreçam o surgimento e o amadu- como a Indústria, Farmácia Hospitalar e Farmácia
recimento de talentos. Magistral. O tema mais abordado foi Assistência
Dos 379 trabalhos avaliados, 310 foram apro- Farmacêutica, com 32% do total.
vados pela Comissão Científica e os resumos serão Para a Profa. Dra. Patrícia Mastroiani, coor-
publicados em inglês na Brazilian Journal of Phar- denadora da Comissão Executiva e membro da
maceutical Sciences (Revista Brasileira de Ciências Comissão Avaliadora, será uma oportunidade
Farmacêuticas), editada pela Faculdade de Ciências incomparável para a troca de experiências. “Re-
Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Para cebemos trabalhos excelentes, que com certeza
seguir a linha da sustentabilidade, tema deste ano, ao irão enriquecer ainda mais a grade científica do
invés dos participantes receberem a revista impressa, nosso Congresso”.
serão distribuídos CDs com o conteúdo na íntegra.
Durante os quatro dias de evento, todos os tra-
balhos aprovados terão expostos seus pôsteres e,
pela primeira vez, a opção de serem apresentados
oralmente para uma banca que julgará os três me-
lhores para a premiação do CRF-SP.

AVALIAÇÃO
A comissão avaliadora, formada por mais de 40
renomados professores e avaliadores ad hoc, aten-
tou para critérios como originalidade, relevância
do tema, metodologia e resultados. Os trabalhos Os trabalhos ficarão expostos durante
enfocaram as mais variadas áreas da Farmácia, todo o Congresso

18 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Capa

VIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE cêutica, apresentadas por palestrantes renoma-


FARMACÊUTICOS dos destes países.
Espanha, Portugal, Canadá, Chile e Vene- A primeira edição do Seminário foi em 1995
zuela. Países com culturas, economias, perfis e e agora, 15 anos depois, o CRF-SP apresenta aos
muitas outras características tão distintas, mas congressistas uma oportunidade única de debates
com uma área em comum: a Farmácia. Duran- e intercâmbio de conhecimento com farmacêuti-
te o XVI Congresso, os participantes poderão cos internacionais como:
conhecer as diversas realidades da profissão, a
política de medicamentos, o perfil do farmacêu-
tico e todas as peculiaridades da prática farma-

CARLOS MAURÍCIO BARBOSA (PORTUGAL)


Bastonário da Ordem

Renata Gonçalez
dos Farmacêuticos,
Investigador Principal
do Centro de Química
MARC DESGAGNÉ (CANADÁ) Medicinal da Univer-
Arquivo Pessoal

Professor Adjunto da sidade do Porto, onde


Faculdade de Farmácia coordena a Unidade de
e Chefe do Perfil Inter- Nanotecnologia.
nacional da Universi-
dade Laval, em Quebec.

PAMELA CAMPORA OÑATE (CHILE)


Arquivo Pessoal

Doutora em Ciências
Forenses e Patologia,
Secretaria Acadêmica
da Escola de Química e
EDUARDO SATUÉ (ESPANHA)
Farmácia da Universida-
Arquivo Pessoal

Farmacêutico comu- de Andrés Bello.


nitário de Maella,
Espanha, secretário da
Sociedade Espanhola de
Farmácia Comunitária
e membro do Comitê da
Farmamundi. Estes e outros palestrantes internacionais esta-
rão no XVI Congresso Paulista de Farmacêuti-
cos, em setembro. Confira a programação com-
pleta: www.congressocrf.org.br

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 19


Capa

Arquivo CRF-SP

O QUE MUDA APÓS A


PARTICIPAÇÃO EM UM
CONGRESSO COMO ESTE?
Contribuir para a formação
de um farmacêutico capaz de
estabelecer posicionamentos
críticos e de gerar ações efeti-
vas, que resultem em benefícios
para a categoria e para a saúde
pública, é o objetivo do CRF-SP
nesse Congresso.
Dado o importante período
vivido pela categoria em meio a
um cenário com inúmeras mu- Dr. Laércio Batista Jr., reperesentante da AFPFB, mostrou
danças no setor regulatório, este os benefícios do associativismo durante seminário realizado
pelo CRF-SP em 2009
é o momento do profissional estar
capacitado para assumir, com responsabilidade, guns dos temas que serão debatidos por especia-
o papel de agente de saúde, cumprindo, assim, o listas e autoridades do setor.
compromisso que a sociedade espera dele. Entre os destaques estarão as diversas expe-
O farmacêutico terá acesso a informações riências com o associativismo entre as farmácias
atuais e qualificadas. Cabe apenas a ele, de independentes, ou seja, sem vínculo com nenhu-
forma consciente e à luz de debates científicos, ma rede. A união entre farmácias e drogarias é
desenvolver parâmetros críticos e políticos fundamental para a obtenção de melhores preços
que atendam às necessidades de renovação nos medicamentos, padronização de procedimen-
profissional em consonância com às necessi- tos e qualificação profissional, mantendo sempre
dades da população. o foco na saúde. No entanto, o micro e pequeno
Aumentar a sua rede de contatos, também empresário farmacêutico necessitam desenvol-
está entre os diferenciais de um evento que reú- ver, não apenas habilidades de provedor de cui-
ne grande parte da categoria na capital, afinal é a dados focados no paciente, mas serem excelentes
oportunidade de conhecer e trocar experiências gestores da sua farmácia.
com profissionais e estudantes de todo o país e Os debates e mesas-redondas colocarão em
também de outros países. pauta as estratégias para que os profissionais se
mantenham no mercado de trabalho sem ferir as
2º CONGRESSO DA leis que regulamentam a atividade farmacêutica,
FARMÁCIA BRASILEIRA além de abordarem aspectos relacionados à res-
O evento, que também acontece dentro da ponsabilidade social e empreendedorismo.
décima sexta edição do Congresso Paulista de O 2º Congresso da Farmácia Brasileira é uma
Farmacêuticos, será palco das principais discus- iniciativa da Associação dos Farmacêuticos Pro-
sões sobre o futuro do mercado farmacêutico. prietários de Farmácia do Brasil (AFPFB), que tem
A Farmácia e a sustentabilidade empresarial, a o intuito de proporcionar a valorização do farma-
união de farmácias (associativismo), a prestação cêutico proprietário de farmácia, com sugestão de
de serviços farmacêuticos como diferencial nos alternativas ao profissional para ele possa desenvol-
estabelecimentos e a gestão da Farmácia são al- ver suas atividades positivamente e de forma ética.

20 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Capa

EXPOFAR 2010
Empresas de todos os setores farmacêuticos apresentarão seus
lançamentos durante a exposição

Fotos: Arquivo CRF-SP


EXPOFAR 2010 é a feira Paulista de Farmacêuticos e
de tecnologia e negócios o Seminário Internacional
do setor farmacêutico - espa- de Farmacêuticos.
ço do Congresso que habitu- Confirmando o sucesso
almente reúne o público do dos anos anteriores, estarão
evento, em torno de lança- presentes representantes da
mentos, atualização e mostra Indústria, Farmácia, Cos-
dos principais avanços (em mética, Homeopatia, Fito-
produtos e serviços). Ali, o pú- terapia, Farmácia Hospitalar,
blico encontrará os tradicio- Ensino, Informática, órgãos
nais parceiros do evento, além públicos, consultorias profis-
de novos expositores; tudo sionais, livrarias, instituições
funciona como um atraente e de ensino, centros acadêmi-
dinâmico pólo de negócios da cos, entidades organizadas e
área de Saúde, já que a feira/ representativas da categoria,
exposição ocorre no mesmo lo- além do mercado editorial li-
cal onde se realiza o Congresso gado à saúde.

É o momento de
conhecer os produtos
mais modernos, fazer
negócios e importantes
contatos profissionais.
O estande do CRF-SP
oferecerá palestras e
orientação farmacêutica

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 21


PROGRAMAÇÃO
Tema Palestrantes
Novas Exigências Docentes e a Relação Professor – Aluno Newton Carlos Polimeno
Cursos

Eduardo Satué (Espanha) / Divaldo Pereira Lyra Júnior / Marc


Serviços Farmacêuticos em Farmácias e Drogarias
Desagagné (Canadá)
A dispensação de medicamentos: Cumprimento, Identificação e Resolução Divaldo Lyra Júnior / Wellington Barros
Análise de Risco na Indústria Farmacêutica Humberto Zardo
Aplicação da eletroforese capilar na determinação de fármacos e seus compostos de degradação María Segunda Aurora Prado
Biodisponibilidade de Nutrientes e Avaliação do Estado Nutricional Alexandre Rodrigues Lobo
Biotecnologia na Produção de Vacinas Marco Antônio Stephano
Boas Práticas Farmacêuticas Carlos Maurício Barbosa (Portugal)
Ciência e Inovação na Comunicação Farmacêutico – Paciente Divaldo Pereira Lyra Junior
Ciências Forenses Pamela Campora Oñate (Chile)
Como Elaborar um Plano de Negócio Orlando Pavani Júnior
Cosméticos Orgânicos e Naturais Emiro Khury
Desenvolvimento de Produtos Cosméticos Alberto Keidi Kurebayashi
Elaboração de um plano de gerenciamento de medicamentos e outros produtos nos serviços de saúde Eliane Blanco Nunes
Mini Cursos

Farmácia Oncológica: Atividades e Perspectivas para o Segmento Graziela Ferreira Escobar


Farmacoepidemiologia Nicolina Silvana Romano Lieber
Farmacogenômica Luis Quiñones (Chile)
Fontes de Erros nos Resultados dos Exames Laboratoriais Lara Cristina Casadei Ubeda
Fundamentos para Uso Racional de Medicamentos Moacyr Luis Aizenstein
Gestão de Marketing e Negócios em Farmácias e Drogarias Marcello Rosa de Rezende
Indicadores de Qualidade na Farmácia Hospitalar Sonia Lucena Cipriano
Interações Medicamentosas Chung Man Chin
Martina Campos (Sales Latin America & Miami) - Envirotainer /
Logística Farmacêutica Internacional
Bruno Cardoso
O papel do farmacêutico no monitoramento farmacoterapêutico do paciente epilético Alexis Morales (Venezuela)
Papel do Profissional Farmacêutico na Pesquisa Clínica Greyce Lousana
Plantas Medicinais: Produção e Controle Ilio Montanari Junior
Rastreabilidade de Medicamentos Rafael Aguiar Barbosa
Validação de Sistemas Informatizados Flavio Kawakami
Fórum

II Fórum de Farmacêuticos Notificadores CRF-SP

Administração do tempo e foco em produtividade Edson Pereira da Silva


Alergias Alimentares Flávio Finardi Filho
As Boas Práticas de Saúde e Segurança no Trabalho nas Indústrias Farmacêuticas Osvaldo Cirilo da Silva
Biodiversidade Brasileira Katia ReginaTorres
Bioética Dalva Regina Amaral Teixeira
Biomembranas na Reconstituição da Pele Luis Kosmiskas
Boas práticas de insumos para medicamentos dinamizados Daniel de Aguiar Magano
Combate a Medicamentos Falsificados Adilson Batista Bezerra
Contato Social na Garantia de Acesso à Assistência Farmacêutica pela População Francisco Batista Júnior
Cronofarmacologia e o uso racional de medicamentos Antonio Távora de Albuquerque Silva
Distúrbios Alimentares Mauro Fisberg
Elaboração de um plano de gerenciamento de medicamentos e outros produtos nos serviços de
Eliane Blanco Nunes
saúde
Etnofarmacologia Eliana Rodrigues
Farmacêuticos na Acupuntura Terapêutica e Estética José Trezza Netto
Palestras

Fibras Têxteis com Aplicação Farmacêutica Silgia Maria da Costa


Fotoproteção: O Sol a seu Favor Luiz Gustavo Martins Matheus
Gases Medicinais Desirre Michels Cortez
Gestão e Rastreabilidade de Produtos Correlatos para Saúde Guilherme Rezende de Souza Pinto
Impactos das Intoxicações Medicamentosas Anthony Wong
Importância e Técnicas de Comunicação Verbal João Palermo Neto
Interações Medicamentosas com Chás Elfriede Marianne Bacchi
Interferência dos Medicamentos nos Exames Laboratoriais Lara Cristina Casadei Ubeda
Irregularidades no Comércio de Fitoterápicos Caroly Mendonça Zanella Cardoso
Liderança e Gerenciamento de Equipes de Trabalho Lauro Moretto
Manipulação de Produtos para Uso Veterinário Liane Schneider
Medicamentos para Uso Veterinário Henrique Uchió Tada
Meio Ambiente e Responsabilidade Social na Cadeia de Distribuição de Produtos Farmacêuticos Pedro Francisco Moreira
Nanotecnologia: Aplicação na Indústria Farmacêutica e Impactos sobre a Saúde Ocupacional e Ambiental Sílvia Stanisçuaski Guterres
Noções de Semiologia para Farmacêutico Wellington Barros da Silva
Novos Avanços no Tratamento Estético da Celulite, Estrias e Gordura Local Henry Okigami

22 | Revista do Farmacêutico / Julho


Maio -- Junho
Agostodede2010
2010
mais informações e inscrições > www.congressocrf.org.br
Tema Palestrantes
Nutrigenômica Thomas Prates Ong
O Farmacêutico em Cuidados Paliativos Solange Aparecida Petilo Carvalho Bricola
O Papel do Farmacêutico na Toxicologia Ambiental Pamela Campora Oñate (Chile)
Papel do Farmacêutico na UTI Cristiane Fatima Guarido
Perfumismo Franco João Maestri
Palestras

Radiofármacos Elaine Bortoleti de Araujo


Riscos Associados ao Uso de Fitoterápicos Luis Carlos Marques
Seleção e Recrutamento nas Empresas Farmacêuticas João Leopoldo Oliveira Araújo
Terapia com Células-Tronco Julio Cesar Voltarelli
Transporte e Armazenagem de Produtos Perigosos Kleber dos Santos Fernandes
Henry Okigami / Mario Roberto Marostica Junior / Inar Alves de
Alimentos Funcionais: Pesquisa, Mercado e Novos Produtos
Castro / Marice Nogueira de Oliveira / Hellen Malluly
Luis Henrique Costa / Maria Inês Baptistela Nemes / Ricardo Kuchenbecker
Assistência Farmacêutica no Programa DST-AIDS
/ Claudinei Alves Santana
Daniel Rossi de Campos / José Pedrazzoli Júnior / Mineko Tominaga /
Bioequivalência de Medicamentos: Perspectivas do Registro de Medicamentos
Ivan Saavedra (Chile) / Rosângela Gonçalves Peccinni
William Peres / Virgínia Berlanga Campos Junqueira / Danyelle
Bioquímica do Envelhecimento
Cristine Marini
Determinação de Impurezas e Produtos de Degradação em Produtos Farmacêuticos e o Espectro Tatiana Cambraia Sá Lowande / Tércio Paschke Oppe / Elsa Mendio-
de seus Efeitos Adversos roz / Akimi Mori Honda
Simpósios

Elizabeth Igne Ferreira / José Angelo Lindoso / Irene da Silva Soares


Doenças Negligenciadas
/ Chung Man Chin
Dagoberto Castro Brandão / Alessandro Ferreira do Nascimento /
Ensaios Clínicos de Fitoterápicos
Elfriede Marianne Bacchi
Karina Santos Rocha / Marco Aurelio Pereira / Patricia de Carvalho
Gestão da Assistência Farmacêutica no SUS
Mastroianni
Gestão e Sustentabilidade Empresarial A confirmar
Emiko Fukuda / Leni Yago Gomes/ Ivan da Gama Teixeira/Ademir
Monitoramento Magistral Seguro: do Processo de Obtenção à Dispensação
Valério da Silva
Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro / Glaucius Oliva / Elizabeth
Planejamento e Desenvolvimento de Fármacos no Brasil
Igne Ferreira
Pedro Eduardo Menegasso / Dirceu Raposo de Mello / /Marc Desagagné
Serviços Farmacêuticos em Drogarias e Farmácias: Experiência em Diferentes Países
(Canadá) / Eduardo Satué (Espanha) / Carlos Maurício Barbosa (Portugal)
Marcelo Bertolami / Tania Carmen Penaranda Govato / Marcelo Pola-
Atenção Farmacêutica na Síndrome Metabólica
cow Bisson / Nairo Sumita Massakazu / José Vanilton de Almeida
Atenção Farmacêutica nos Diferentes Serviços Públicos de Saúde Marco Aurelio Pereira / Mauro Silveira de Castro
Desafios na Implementação da RDC 302/05: Segurança e Qualidade no Laboratório de Heder Murari Borba / Lenira da Costa / Marcos Machado Ferreira /
Análises Clínicas João Baptistuta Martins
Murilo Freitas Dias / Rodinei Vieira Veloso/ Wagner Silveira / Helaine
Farmacovigilância
Carneiro Capucho / Maria Cristina Megid
Gestão de Resíduos Vital de Oliveira Ribeiro Filho / Antonio Siqueira / Antonio Carlos Pizzolitto
Ana Cecilia Bezerra Carvalho / Katia Torres / Margarete Akemi Kishi /
Impacto da regulamentação na produção e acesso a medicamentos homeopáticos
Leandro Machado Rocha
Inovação Tecnológica e o Futuro da Indústria Farmacêutica Sergio Risola / Dante Alario / Ivan Saavedra (Chile) / Jair Calixto
Mesas-Redondas

Leandro Machado Rocha, Helena Pires Fujiara Guerino, Márcia de


Medicamentos homeopáticos raros ou em extinção: caminhos e soluções
Cássia Silva Borges, Amarilys de Toledo César
Marcos Wilton Alexandrino da Silva / Carlos Eduardo Curti / Liana
O Farmacêutico como Diferencial na Logística
Papapietro Galvão Montemor / Clayton Gerber Mangini
Erasmo Soares da Silva / Maria de Fátima Menezes Pedrozo / Edil-
O Farmacêutico e as Perícias
son Nakaza / Alice Ap. da Matta Chasin / Alexis Morales (Venezuela)
Ana Regina Noto Faria / Patrícia de Carvalho Mastroianni / Cleopatra Silva
O Papel do Farmacêutico na Farmacodependência
Planeta / Pamela Campora Oñate (Chile)
Plantas Medicinais e Fitoterápicos nas Medicinas Antroposófica e Chinesa José Trezza Netto / Paulo César Varanda / Kátia Torres
Ana Cecília Carvalho /João Ernesto de Carvalho/Eduardo Pagani /
Registro de Medicamentos Fitoterápicos X Registros de Alimentos
Rogério da Silva
Eugenie Néri Rabelo / Silvia Storpirtis / Jeanne Michel / Gustavo Alves
Residência Farmacêutica no Brasil
A. dos Santos
Gustavo Henrique Trindade da Silva / Ana Patrícia Pascoal Queiroz /
RDC 44/2009: Diretrizes, Implantação e Impactos
Raquel Rizzi / Rinaldo Ferreira / Pedro Zidói

► 2º Congresso da Acompanhamento Farmacoterapêutico


Educação continuada pela internet para Farmacêuticos
Farmácia Brasileira Encantando o Cliente
Conferências

Franquia de Farmácias de Farmacêuticos


Farmácia e Sustentabilidade Empresarial Gestão Financeira da Farmácia
Redondas
Mesas-

Gestão de Farmácias Remuneração por Serviços Farmacêuticos


Serviços Farmacêuticos Responsabilidade Social
União de Farmácias Tabloide como gerador de tráfego e lucro

Julho
Maio--Agosto
Junho de 2010 / Revista do Farmacêutico | 23
Entrevista – Profª. Dra. Patrícia Mastroianni e
Prof. Dr. Fábio Ribeiro da Silva

Na vanguarda do setor
Com abordagens inovadoras e palestrantes renomados,
o XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos colocará
participantes em contato com o que há de mais atual na área

R
eferência quando o assunto é atualiza- doras, ou seja, profissionais com iniciativa, capazes
ção profissional, o Congresso Paulista de ter novas ideias, dinâmicos, proativos.
de Farmacêuticos chega à 16ª edição
e confirma sua posição de vanguarda no setor, RF - Quais são os desafios para o farma-
juntamente com o VIII Seminário Internacional cêutico nessa década?
de Farmacêuticos, a Expofar e 2º Congresso da Patrícia - A quebra de paradigmas e o trabalho
Farmácia Brasileira. em equipe são grandes desafios da profissão nesta
Nos últimos meses, as equipes responsáveis década, assim como sair da visão tecnicista para uma
pela elaboração e produção do evento, formadas visão social. Mesmo que o farmacêutico atue tecni-
por inúmeros farmacêuticos voluntários, o que camente num laboratório de controle de qualidade,
inclui a diretoria do CRF-SP, trabalham para pro- é preciso que ele exerça essa atividade com foco na
mover o melhor Congresso de todos os tempos, comunidade, ainda que não mantenha contato direto
com discussões multidisciplinares embasadas no com as pessoas beneficiadas por seu trabalho.
tema “Empreendedorismo e Sustentabilidade – os Fábio Ribeiro da Silva - Creio que o maior
novos desafios da saúde”. A seguir, as novidades desafio seja deixar de lado o foco no produto e con-
do XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos são centrar-se no cuidado com o paciente. O maior ga-
antecipadas pela coordenadora da Comissão Exe-
cutiva, Profª Dra. Patrícia Mastroianni, e pelo co-
Fotos: Renata Gonçalez

ordenador da Comissão Científica, Prof. Dr. Fábio


Ribeiro da Silva. Renata Gonçalez

Revista do Farmacêutico - Às vésperas do


XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos,
como os senhores veem o cenário mundial
em relação à profissão farmacêutica?
Patrícia Mastroianni - O farmacêutico de
hoje deve ter espírito e postura empreendedores. É
Profª Dra.
preciso estar envolvido com temas atuais, como o Patrícia
meio ambiente. Por isso, o tema do nosso congresso Mastroianni é
coordenadora
é “Empreendedorismo e Sustentabilidade - os novos da Comissão
desafios da saúde”. O profissional empreendedor não Executiva do
XVI Congresso
é somente aquele que abre seu próprio negócio; cada Paulista de
vez mais as empresas escolhem pessoas empreende- Farmacêuticos

24 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Entrevista

nho com isso é o reconhecimento do farmacêutico


como profissional da saúde e que exerce seu papel
com preocupação social.

RF - Como os assuntos contemplados no


Congresso podem auxiliar o dia-a-dia do
farmacêutico?
Fábio - A Comissão Científica selecionou temas
que contemplassem as áreas de atuação do farmacêu-
tico, e, dentro de cada área, buscamos enfoques inova-
dores, que estão em discussão ou em consulta públi-
ca, para que o profissional tenha acesso a informações
mais relevantes do cenário em que atua. Prof. Dr. Fábio Ribeiro da Silva coordena a Comissão
Patrícia - O congressista também terá a opor- Científica do evento
tunidade de conhecer o que as universidades vêm
desenvolvendo, e as novas metodologias que pode- bilidade de apresentá-lo ao avaliador de uma forma
rão integrar no seu dia-a-dia. Além disso, muitos mais detalhada. Também será uma oportunidade
dos trabalhos que serão apresentados irão abordar para os demais congressistas assistirem à apresenta-
assistência farmacêutica, o que demonstra o ali- ção. Outra inovação é o envio dos resumos em inglês,
nhamento com a nova tendência profissional, ou o que foi uma exigência da revista onde os trabalhos
seja, o foco no paciente. serão publicados, a Brazilian Journal of Pharmaceu-
tical Science. Mesmo com essa exigência, o número
RF - Qual será o diferencial de competi- de trabalhos não foi pequeno, o que revela o quanto a
tividade profissional para o farmacêutico comunidade farmacêutica vem demonstrando inte-
que irá participar do Congresso? resse em apresentar seus trabalhos.
Fábio - O farmacêutico que
participar do Congresso terá a Farmacêutico deve ter RF - E quanto à organiza-
oportunidade de passar por uma postura empreendedora, e ção e estrutura?
intensa atualização de conheci- estar envolvido com temas Fábio - Com relação à organi-
mentos, bem como terá a opor- atuais como meio ambiente zação, dividimos a grade científica
tunidade de ter contato com pro- em áreas distintas, o que irá facili-
fissionais experientes nas mais diversas áreas. tar a locomoção do congressista entre as muitas pa-
Patrícia - Mais do que nunca, o conhecimento lestras das quais pretende participar. Quanto à estru-
cientifico e tecnológico se altera rapidamente. Aque- tura, são esperados 6 mil congressistas, e o Anhembi
le profissional que não se capacitar, perde oportuni- comporta esse público. Soma-se a isso a Expofar, que
dades. Antes, era normal um profissional se formar também dará oportunidade de realização de negó-
e ficar anos sem se atualizar. Hoje, é preciso que ele cios e aumento de networking aos congressistas.
participe no mínimo de um congresso por ano. Patrícia - O tema do Congresso em si, “Em-
preendedorismo e Sustentabilidade” e as palestras
RF - O que os farmacêuticos encontrarão, sobre assuntos do mundo corporativo são novidade
em termos de novidades, no Congresso? no meio farmacêutico. Na questão da estrutura, a
Fábio - Uma das inovações é que, pela primeira novidade será a exposição simultânea e permanente
vez, será feita a apresentação oral de alguns traba- de pôsteres, sem a necessidade de fazer um rodízio
lhos científicos. Isso proporcionará ao autor a possi- entre eles por falta de espaço.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 25


Especial

Dieta dos genes


A interação entre alimento e DNA na redução do risco
enças crônicas é um dos
do desenvolvimento de doenças
utrigenômica
benefícios da Nutrigenômica

Q
uando se fala em dieta, logo se pensa na pode apresentar diferentes resultados
resulttados de
perda de peso. No caso da Nutrigenômica, acordo com o perfil genético do paaciente.
paciente.
os pontos positivos vão além da conquista Para que a prevenção de doenças
de um corpo perfeito. Essa ciência, ao relacionar os possa ser uma realidade por meimeio
io da
alimentos e seus compostos bioativos, através de nutrição personalizada, ainda ex exis-
xis-
uma dieta específica, visa a promover a saúde e re- tem desafi
d fios a serem superados. d
duzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis. De acordo com o Prof. Dr. Thomas
A Nutrigenômica tem papel fundamental no Prates Ong, do Departamento de
estabelecimento de recomendações nutricionais Alimentos e Nutrição Experimen-
personalizadas, pois considera, inclusive, o DNA tal da Faculdade de Ciências Far-
do indivíduo. Cada organismo reage de forma di- macêuticas da USP, um deles se
ferente à entrada de nutrientes no corpo. refere ao entendimento das ações
Certos nutrientes presentes na alimentação são moleculares de componentes dos
capazes de alterar o funcionamento do genoma e, alimentos. “Em uma porção usu-
da mesma forma, as variações no genoma podem al de hortaliça, por exemplo, há
influenciar a forma como o indivíduo responde à mais de 100 compostos bioativos
alimentação. A área pode ser comparada à farma- que podem modular a expressão
cêutica, já que o mecanismo de ação de um me- de um número importante de ge-
dicamento também nes. Além disso, nosso genoma
c.h
u/ apresenta milhões de variações
.sx
ww genéticas denominadas polimor-
//w
:http:
Fotos fismos de nucleotídeo único (SNP,
pronuncia-se ‘snips’) em que a
troca de uma base do DNA por
outra pode resultar em proteí-
nas com função alterada”. Ele
destaca que, dependendo da
presença desses ‘snips’, o
indivíduo pode apresentar

Recomenda-se consumir
no mínimo cinco porções
diárias de frutas, verduras
e legumes

26 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Especial

necessidades nutricionais específicas e ter o risco


aumentado para determinada doença.

HERÓIS E VILÕES
As pesquisas destacam os benefícios ou
malefícios dos alimentos e uma das re-
comendações atuais para a redução do
risco do câncer é a de ingerir, diaria-
mente, no mínimo, cinco porções de
frutas, verduras e legumes. Entretanto,
dr. Thomas alerta que a composição de
substâncias bioativas desses alimentos
diferem. “Enquanto o brócolis apresen-
ta compostos sulforados, como os iso-
tiocianatos, o tomate possui licopeno, um
carotenóide importante. Do ponto de vista de
influência no funcionamento do genoma, iso-
tiocianatos e carotenóides podem apresentar
alvos moleculares distintos”. O consumo
de churrasco
A recomendação de se moderar o consumo de deve ser moderado para
carne vermelha para reduzir o risco de câncer, por reduzir o risco de câncer
exemplo, deve-se à presença de determinados car-
cinógenos produzidos quando a carne é submetida
a altas temperaturas, como no churrasco. Dr. Tho- ARMA PARA O FUTURO
mas ressalta que, neste caso, indivíduos com po- No futuro será possível utilizar informações
limorfismos em genes responsáveis pela proteção contidas no genoma para estabelecer as melho-
do organismo contra esses agentes tóxicos devem res estratégias nutricionais, no caso da nutrige-
moderar o consumo desse tipo de alimento. nômica, para se promover a saúde. Dr. Thomas
alerta que será necessário que os aspectos éti-
POTENCIAL A SER EXPLORADO cos envolvidos sejam discutidos amplamente
No Brasil, a Rede Brasileira de Nutrigenô- na sociedade e que a legislação preveja formas
mica (www.nutrigenomicabrasil.org) foi criada de se garantir o sigilo quanto às informações
em 2007 com a participação de docentes da Fa- genéticas do cidadão, de forma a protegê-lo
culdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O contra eventuais ações discriminatórias que
farmacêutico passou a ser fundamental na área, poderiam ocorrer na contratação de seguros de
especialmente pela formação sólida em bioquí- saúde ou, ainda, em processos de obtenção de
mica e biologia molecular, bem como a atua- emprego. Thais Noronha
ção em equipes multidisciplinares. Dr. Thomas
enfatiza o diferencial: “Frente ao potencial de
crescimento da área, bem como ao impacto O tema “Nutrigenômica” será abordado duran-
previsto dessa disciplina científica para a saú- te o XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos,
de, entendo ser importante o aumento do nú- em setembro. Confira a programação completa:
mero de farmacêuticos que atuem nessa inter- www.congressocrf.org.br
face entre genômica e alimentos”.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 27


Imagens: http://www.sxc.hu/ Arte: Ana Laura Azevedo
Especial

A cura pelo DNA


Organismos geneticamente modificados (OGM) e moléculas
puras de códigos genéticos renovam as esperanças na busca por
novas vacinas e fármacos mais potentes

S
egundo dados do Instituto Brasileiro de Ge- estabelece os princípios de segurança e autoriza a
ografia e Estatística (IBGE), a maior causa manipulação e os ensaios experimentais.
de mortes no Brasil está relacionado a al- Atualmente, existem quatro vacinas produzi-
gum tipo de doença. As que ocupam os primeiros das por tecnologia de DNA recombinante já apro-
lugares são as cardiovasculares e as neoplasias. vadas: Hepatite B, Papiloma Humano (HPV), in-
Há mais de duas décadas a biotecnologia tem fluenza A H1N1 e Influenza A H5N1.
sido utilizada com sucesso na área da saúde. É O professor Stephano esclarece que: “Não te-
considerada segura no desenvolvimento de vaci- mos companhias privadas investindo nesta área,
nas, pelo fato de manipular parte do DNA ou de nem nacionais e nem multinacionais, mas existem
uma proteína do agente causador da doença, ou diversas parcerias entre o setor pú-
até mesmo o próprio agente causador modificado blico e o privado para transferên-
geneticamente, para que se torne não-patogênico. cia de tecnologia na produção
Outro grande diferencial, em relação aos méto-
dos convencionais, é a utilização do próprio sistema
imune dos pacientes para criação de bancos de célu-
las brancas (leucócitos) e, a partir deles, desenvolver
vacinas que aumentem a expectativa e a qualidade
de vida, como é o caso da vacina contra o câncer de
próstata, liberada recentemente pela Food and Drug
Administration (FDA). Apesar de ser chamada de va-
cina, é utilizada no tratamento e não na prevenção.
O Professor Doutor da Universidade de São Paulo
nas disciplinas de Supervisão Industrial e Garantia
da Qualidade e de Soros e Vacinas, Marco Antonio
Stephano aponta que no Brasil há mais investimen-
tos na produção de biofármacos do que em vacinas
de DNA ou OGM. Isto porque, no caso dos medica-
mentos, a intenção é terapêutica, o que implica no
uso em um número limitado de pacientes. No caso
das vacinas, o nível de segurança exigido é maior,
pois ela será utilizada em larga escala. Espera-se que em um futuro
Os estudos nessa área obedecem às leis e às próximo as vacinas sejam
normas ligadas às agências sanitárias e à Comissão derivadas de tecnologia
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que recombinante
Fotos: http://www.sxc.hu/ Arte: Ana Laura Azevedo
28 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010
Especial

de vacinas. Porém, estes mesmos Alguns ensaios clínicos já demonstram o su-


centros de produção e pesquisa cesso na associação de produtos biológicos com
têm apresentado perspectivas para fármacos-químicos, como o uso de anticorpos
o desenvolvimento de novas vacinas, monoclonais conjugados a quimioterápicos ou a
associando-se às universidades do país antibióticos, aumentando em 100% a eficiência
e também às do exterior”. do tratamento.
Os anticorpos monoclonais são produzi- O Brasil ainda está distante da chegada de no-
dos através da clonagem de um único linfóci- vas vacinas para a população; porém, todos os dias
to B, tendo, portanto, propriedades físico-quí- estudos clínicos se iniciam no mundo. Muitas va-
micas e biológicas idênticas, o que permite que cinas são ainda produzidas por tecnologia conven-
possam reconhecer e se ligar a qualquer antígeno cional, mas é esperado que, num futuro próximo,
de interesse. “Acredito que o uso de anticorpos grande parte seja derivada da tecnologia recombi-
monoclonais será um grande avanço na substitui- nante. Luana Frasca
ção de antibióticos, antivirais e quimioterápicos.
Isso vem acontecendo em escala exponencial. As
empresas que produzem estes fármacos-químicos O tema “Biotecnologia na Produção de Va-
são as mesmas que investem em biotecnologia cinas” será abordado durante o XVI Con-
hoje. O interesse é substituí-los por substâncias de gresso Paulista de Farmacêuticos, em se-
origem biológica, pois possuem maior segurança tembro. Confira a programação completa:
e, principalmente, maior valor agregado”, com- www.congressocrf.org.br
pleta o Prof. Stephano.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 29


Ética

Bioética: o respeito à
vida acima de tudo
O farmacêutico tem a obrigação moral de colocar seus
conhecimentos científicos em prol da sociedade

E
m todas as áreas de atuação do farmacêu- Para a professora Dalva Teixeira, coordenado-
tico, a saúde e o bem-estar do paciente ra do curso de Farmácia das Faculdades Integra-
estão direta ou indiretamente relaciona- das de Ourinhos, a Bioética refere-se aos direitos
dos. Para que o farmacêutico possa guiar suas e conquistas, não às imposições ou restrições em
decisões com base em uma postura ética é fun- nome de valores considerados éticos e moralmen-
damental considerar os princípios da Bioética co- te bons para alguns. Visa a preservar a dignidade,
nhecidos como “modelo principalista”, introdu- os princípios e valores morais da conduta huma-
zido por Beauchamp e Childress em 1979 e que na, meios e fins defensivos e protetivos da vida em
propõe quatro pilares: autonomia, beneficência, suas várias formas.
não-maleficência e justiça.
A autonomia do paciente deve ser respeita- SURGIMENTO DA BIOÉTICA
da. O farmacêutico deve oferecer a ele informações A repercussão dos experimentos conduzidos
adequadas e esclarecimentos que permitam uma pelos nazistas nos campos de concentração na Se-
decisão consciente diante do seu tratamento. gunda Guerra Mundial levou à formulação das di-
Já o princípio da beneficência refere-se à retrizes para a realização de pesquisas em seres hu-
obrigação ética de minimizar o prejuízo e pro- manos, o Código de Nuremberg (1947). O descaso
curar o maior número de benefícios ao paciente com o ser humano despertou a preocupação mun-
por meio do tratamento proposto. A não-ma- dial e, em 1948, a Organização das Nações Unidas
leficência requer do farmacêutico a posição de promulgou a Declaração dos Direitos do Homem.
não causar danos intencionalmente. Já o prin- Entre as décadas de 60 e 70, a Bioética surgiu
cípio de justiça pode ser aplicado no atendi- nos EUA como resposta à necessidade de lidar
mento a todo paciente sem distinção, na distri- com situações polêmicas como surgimento do con-
buição equilibrada de recursos com o objetivo traceptivo oral (1960), conceito de morte cerebral,
de alcançar com eficácia um maior número de possibilitando o transplante de órgãos (1968), o
pessoas assistidas. primeiro bebê de proveta (1978) e outros.
Hoje, a Bioética tem por objetivo refletir não
somente sobre o uso de novas tecnologias, mas
O tema “Bioética” será abordado durante o também sobre antigos problemas como a discri-
XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos, em minação e a miséria. Este conhecimento pode
setembro. Confira a programação completa: auxiliar o farmacêutico a aprimorar a prática,
www.congressocrf.org.br. conscientizando-o do impacto das suas ações na
sociedade. Thais Noronha

30 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Pós-Graduação Lato Sensu

Fármacia Clínica e Atenção Farmacêutica

MBA em Gestão Estratégica da Saúde

MBA em Gestão Avançada do Varejo Farmacêutico

Gestão da Qualidade e Biossegurança em Serviços de Saúde

Informações
.Todas as Localidades (Exceto São José dos Campos / Caraguatatuba)
4062-0642 (Ligação Local)
.Todos os Estados 0300 10 10 10 1
. São Paulo (11) 2714-5656 / (11) 2714-5690
. São José dos Campos / Caraguatatuba 0800 772 0149 www.posugf.com.br
Corporativas

Visite o estande do
CRF-SP no XVI Congresso
Materiais de referência técnico-científica, orientação
e serviços on-line são algumas das atividades
disponíveis durante o Congresso

O
XVI Congresso Paulista de Farmacêu- palestras do CRF-SP. Além disso, por meio de ne-
ticos, que acontece entre os dias 18 e 21 tbooks distribuídos pelo estande, os visitantes po-
de setembro, no Palácio das Convenções derão acessar o portal do CRF-SP e cadastrar seus
do Anhembi, trará o mais moderno e estruturado e-mails para o recebimento do Canal Farmacêuti-
estande do CRF-SP, estrategicamente construído co, uma newsletter enviada duas vezes por semana
e bem localizado para oferecer informação e bem- com notícias e eventos relacionados a todos os se-
estar aos visitantes. tores do segmento farmacêutico.
O estande do CRF-SP contará com quatro am-
bientes independentes, divididos em salas para INFORMAÇÃO AO ALCANCE
Comissões Assessoras, Projeto Farmácia Estabele- Nas salas, os visitantes poderão retirar mate-
cimento de Saúde, Diretorias Regionais e Núcleo riais que tratam sobre os mais variados temas da
de Educação Permanente (NEP). Todas as salas área farmacêutica, como as cartilhas sobre Aná-
terão disponíveis os materiais de referência pro- lises Clínicas, Farmácia, Indústria, Acupuntura e
duzidos pelo CRF-SP. outras áreas, além dos fascículos e vídeos do Pro-
Durante todos os dias do evento, fun- jeto Farmácia Estabelecimento de Saúde e folders
cionários e voluntários estarão à de campanhas de educação em saúde.
AP
EX disposição para esclarecer Uma prática frequente e que tem sido o dife-
As
soc
.d dúvidas e indicar os lo- rencial dos eventos em que o CRF-SP participa é a
eF
arm
. cais e horários das orientação farmacêutica no estande. No Congres-
M so, haverá um auditório anexo ao estande exclu-
da inisté M
Mo ea
Sa rio du sivo para palestras sobre os temas atuais: Inter-
úd l
e
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pretação e princípios legais da RDC 44/09, Uso
vis O
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Me FA RIEN racional de antibióticos, Ética na dispensação far-
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macêutica e outros. Luana Frasca
TIC
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P CRF-SP terá estande estruturado e
bem localizado. Veja a planta
completa da feira em
EM www.congressocrf.org.br
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32 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Âmbito

Arte: Ana Laura Azevedo

Indústria exige
novas habilidades
Para obter sucesso, não basta
ter alto nível técnico. Ser
proativo e atuar em equipe são
exemplos de novas exigências


Na busca do sucesso profissional, o que im-
porta é o esforço contínuo em se aperfeiço-
ar”, afirma dr. João Araújo, farmacêutico e
responsável pela área de treinamento e capaci-
tação em genéricos de um laboratório nacional.
Essa regra vale para todos os ramos da profissão;
porém, segundo Araújo, ela é cobrada mais fortemen- çá-las, o que vai além de boas notas na faculdade.
te na indústria. Ele explica que atuar no ramo indus- Para ele, não basta ser bom tecnicamente para
trial é o sonho de muitos farmacêuticos, o que faz conseguir emprego. “O perfil buscado pelas indús-
aumentar a concorrência. Cabe ao profissional desen- trias hoje inclui características comportamentais
volver as competências necessárias para atender os também. Saber trabalhar em equipe, ter lideran-
quesitos colocados pelas empresas e conseguir a vaga. ça e ser proativo são algumas delas”.
Que exigências são essas e como alcançá-las Ao se falar desse novo perfil profissional, o de-
serão os temas principais da palestra de Araújo bate logo chega à formação. Já há faculdades que
no XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos. Um incluem disciplinas que focam habilidades com-
ponto básico defendido pelo palestrante será a ne- portamentais exigidas pelo mercado de trabalho.
cessidade de mudar a visão que o profissional tem Entretanto, vê-se a necessidade de que mais insti-
da própria área de atuação. Um farmacêutico não tuições façam o mesmo.
precisa atuar apenas nas farmácias e em laborató- Ainda de acordo com Araújo, atualizar-se é
rios. Esse profissional tem muito a contribuir no fundamental. E participar de eventos como o
marketing e no setor de compras, por exemplo. congresso é uma ótima maneira de fazer isso. Não
Araújo é exemplo de profissional que apro- deixe de participar. Welton Trindade
veitou essas oportunidades. Ao se formar, ele fez
teste de seleção de uma indústria para atuar em
pesquisa, mas os responsáveis pelos recursos hu- O tema “Seleção e Recrutamento nas Empre-
manos viram que ele tinha capacidade para traba- sas Farmacêuticas” será abordado durante o
lhar com marketing farmacêutico. Resultado: ele XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos, em
foi contratado e atua nessa área há nove anos. setembro. Confira a programação completa:
Após vislumbrar novas possibilidades de em- www.congressocrf.org.br
prego, vem a missão de se capacitar para alcan-

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 33


Congresso

1) Quais são os conhecimentos necessários para uma para o manejo de eventos adversos associados a medicamentos,
dispensação correta de medicamentos? para suspeitar de manifestações de intoxicações por medicamentos
Há vários conhecimentos necessários para que este serviço seja e para auxiliar no manejo clínico. Estes conhecimentos também
realizado com eficiência, entre eles pode-se citar: farmacologia e fatores podem ser aplicados na farmacovigilância, nos centros de
que interferem na ação dos fármacos no organismo, para permitir informações de medicamentos, nos centros de informações
análise de questões relevantes a serem consideradas antes da toxicológicas e nos serviços de atendimento ao consumidor.
dispensação dos medicamentos, para subsidiar as decisões tanto de
orientação quanto de entrega ou não do 3) Qual é o objetivo da Atenção
produto prescrito ou solicitado; Farmacêutica? Em quais instituições de
semiologia, para valorizar as queixas saúde pode-se implementar e aplicar a
apresentadas pelos pacientes antes da Atenção Farmacêutica?
aquisição de medicamentos e também os O objetivo maior da atenção farmacêutica é
riscos inerentes à sua condição de saúde; atender a necessidade social de contribuir
e habilidade de comunicação, para para que sejam alcançados os melhores
melhorar a efetividade do atendimento e resultados possíveis com a utilização de
da comunicação das orientações medicamentos, prevenindo a morbidade e a
necessárias ao processo de uso. Sendo mortalidade relacionadas ao uso, abuso ou
assim, o farmacêutico precisa estar não uso deste recurso terapêutico na
preparado para desenvolver um sociedade. Os objetivos específicos são a
raciocínio clínico rápido, que permita detecção, a resolução e o manejo dos
detectar situações de risco e para problemas que não forem passíveis de
implementar de forma segura o processo de uso de medicamentos e, prevenção, de forma a contribuir para minimização de riscos e
assim, evitar problemas que possam interferir nos resultados otimização dos resultados farmacoterapêuticos no paciente.
farmacoterapêuticos. A atenção farmacêutica não é um serviço e sim uma filosofia de
prática profissional e, portanto, deve e pode ser exercida
2) Como e onde os conhecimentos em Farmacologia e independentemente do local onde o farmacêutico atua. Sendo assim,
Toxicologia Clínica são aplicados nas áreas de atuação dos pode ser aplicada em todos os ambientes de prática onde existam
farmacêuticos? usuários de medicamentos, tais como farmácias e drogarias,
Estes conhecimentos podem ser aplicados em todos os locais onde o farmácias hospitalares, unidades de saúde de Estados e Municípios,
farmacêutico exerça atividades relacionadas direta ou indiretamente assistência domiciliária, consultórios multiprofissionais e outros. Esta
com medicamentos. Na área de gestão estes conhecimentos podem prática deve estar atrelada à busca de resultados positivos e à
ser aplicados para melhor definir o elenco terapêutico a padronizar na prevenção de agravos aos usuários de medicamentos, o que
instituição, para a análise e liberação das prescrições médicas. Na certamente exige tomar decisões, registrar as atividades realizadas e
área clínica esses conhecimentos são úteis para o farmacêutico assumir responsabilidades pelos resultados obtidos a partir das
sugerir as melhores alternativas para o tratamento das enfermidades, intervenções farmacêuticas necessárias em cada caso.

34 | Revista do Farmacêutico / Agosto - Setembro - Outubro de 2009


Congresso

Agosto - Setembro - Outubro de 2009 / Revista do Farmacêutico | 35


Person
Personagem
nagem – Dr. Divaldo Pereira
Pereeira de Lyra
Lyra Junior

Trabalho pela
assistência
farmacêutica
Dr. Divaldo Pereira de Lyra Junior pautou sua trajetória
profissional para que a atenção ao paciente fosse valorizada

O
Arquivo CRF-SP
dr. Divaldo Pereira de Lyra Junior é reco-
nhecido nacional e internacionalmente
por sua atuação em atenção farmacêuti-
ca. Sua tese de doutorado, concentrada no tema e
concluída em 2005, é referência a muitos estudos
na área no Brasil. Tais méritos são as etapas mais
recentes de uma história que tem como época de
inspiração o século XVIII.
Na infância, Divaldo tinha como uma das leitu-
ras preferidas um livro que relatava o trabalho do
seu bisavô, Joaquim Pereira de Lyra, no interior de
Pernambuco. Como farmacêutico. “Eu admirava
o respeito que as pessoas tinham por ele. Foi uma
grande referência para mim e devo a ele a minha
vontade de também atuar em Farmácia.”
De 1992 a 1995, Divaldo cursou Farmácia na
Universidade Federal de Pernambuco. O período
foi marcado não apenas pela expansão do conheci-
mento, mas também pela inquietação tanto dentro
quanto fora da sala de aula.
Dr. Divaldo integra a Federação Internacional de
Em relação ao curso, dr. Divaldo questiona-
Farmacêuticos e ministra palestras na América do Sul
va o maior enfoque dado às áreas de indústria e
às análises clínicas em detrimento da assistência assistência farmacêutica era pouco reconhecida e
farmacêutica. Nesta época, a relação do farmacêu- recebia menos atenção.”
tico com o paciente não era debatida, o que era A vontade de mudar ou de, pelo menos, defender
um problema generalizado. “Não só na federal de a profissão de farmacêutico estava presente. Divaldo
Pernambuco, mas também no resto do Brasil, a integrou a coordenação da Executiva Nacional dos Es-

36 | RRevista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Personagem

tudantes de Farmácia na mobilização contra raa o


projeto de lei da então senadora Marluce Pin-
n--
to, em 1994, que tinha como objetivo acabarr
com a obrigatoriedade da presença de um m

Arquivo Pessoal
farmacêutico responsável nas farmácias.

DESAFIO
De 2000 a 2002, alguns poderiam m
imaginar que o então mestre deveria ria
dar um tempo nos estudos e, finalmente, nte,
se dedicar ao trabalho de coordenadorr da
graduação em Farmácia na Universidade de Dr. Divaldo procura mostrar aos futuros farmacêuticos o quanto
Tiradentes, em Sergipe. Entretanto, nova- a área de assistência está em expansão
mente, algo inquietava Divaldo.
“Eu não estava satisfeito ainda. Queria me Farmacêuticos, o cientista tem ministrado cursos
capacitar na assistência farmacêutica e mostrar de Boas Práticas de Dispensação em quatro países
o quanto os profissionais da área possuem uma da América do Sul.
função social.” Um doutorado na Universidade de
São Paulo passou, então, a ser uma meta. RECONHECIMENTO
Ele solicitou licença do trabalho, mas a respos- Um dos objetivos de dr. Divaldo é fortalecer a vi-
ta negativa o colocou em uma situação muito de- são do papel do farmacêutico na área social. “Procu-
licada. Ficar e desistir do sonho ou ir mesmo sem ro mostrar aos futuros farmacêuticos que a área de
nenhum recurso financeiro? “Eu tinha dois meses assistência está em expansão e tem grande impor-
de casado, o preço a pagar por largar o emprego tância para a sociedade. Muitos entram na facul-
e ingressar em um doutorado na área que sempre dade e não sabem disso. Por essa razão, disseminar
sonhei seria grande, mas enca- este conhecimento é fundamen-
rei. Fiquei oito meses sem bolsa. Na edição anterior, os tal para seu crescimento.”
Esse período foi bem difícil, mas cursos do dr. Divaldo Por falar em mudança, o fato
faria tudo novamente.” fizeram tanto sucesso de universidades pelo Brasil
que tiveram que ser criarem mais disciplinas na área
UMA GRANDE MISSÃO repetidos diversas vezes o tem deixado muito contente.
Hoje, já pós-doutor, dr. Di- “Há uma grande demanda por
valdo trabalha na Universidade Federal de Ser- farmacêuticos com esta formação. Grandes redes
gipe, onde implantou o Mestrado em Ciências de farmácias, por exemplo, têm cada vez mais
Farmacêuticas e o Doutorado em Saúde. Ele tam- percebido que o serviço de orientação do farma-
bém criou e coordena o Laboratório de Ensino e cêutico é um diferencial a ser oferecido a seus
Pesquisa em Farmácia Social, desenvolvendo pes- clientes.” Welton Trindade
quisas voltadas para a comunicação farmacêutico-
paciente e dispensação de medicamentos.
Fundador da Rede Brasileira de Assistência O dr. Divaldo vai ministrar cursos e minicur-
Farmacêutica, dr. Divaldo participa da proposta sos no XVI Congresso Paulista de Farmacêu-
encaminhada à Capes, visando à criação do pri- ticos, em setembro. Confira a programação
meiro mestrado em rede sobre o tema no Brasil. completa: www.congressocrf.org.br
Como integrante da Federação Internacional de

Julho - Agosto de 2010


201
0100 / Revista
Reevis
vista do Farmacêutico
ico | 37
Educação

Ensino renovado
Novos tempos impõem desafios ao educador e requerem maior
aproximação na relação professor/aluno

O
s avanços tecnológicos e sociais do século “Educar é promover transformações
XXI trouxeram novos parâmetros para as pessoais, permitindo o crescimento como
diversas profissões, incluindo a de docen- profissionais e cidadãos”, afirma o Prof. Dr.
te. O aluno moderno é mais instruído, criativo e Geraldo Alécio Oliveira, membro da Comis-
exigente. Com isso, assume um papel muito mais são Assessora de Educação Farmacêutica do
crítico. Do outro lado, está o professor, que, muitas CRF-SP e coordenador de um curso de Far-
vezes, ainda adota modelos tradicionais de ensino. mácia da capital.
Como consequência, cria-se um conflito ideológico A responsabilidade do professor é muito
no qual, por diversas razões, ainda vence a premis- maior que dar aulas; significa ser um motiva-
sa de que “o professor tem o poder”. dor, um desafiador, um facilitador da apren-
A questão é paradoxal, e pode resultar em alunos dizagem: um líder. Ele ressalta: “Para ser este
desmotivados, desiludidos com a aprendizagem e a novo professor é necessário descer do pedes-
profissão e, por fim, descompromissados, que bus- tal de mestre e ir até os aprendizes, conhecer
cam somente a nota para aprovação e o diploma. seus sonhos e suas angústias, buscar estraté-
Nesse contexto, qual é o real papel do educador? gias capazes de motivá-los”.

Movimentos públicos
e privados buscam
promover mudanças
no ensino farmacêutico.
Experiências serão
modelos no futuro
Foto: http://www.sxc.hu/ Arte: Ana Laura Azevedo

38 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Educação

Arquivo CRF-SP

REQUISITOS
Capacitar-se como educador, conhecer as me-
todologias de ensino/aprendizagem, técnicas
de avaliação e as ferramentas de feedback, além
da criação de estratégias para aproximação dos
estudantes são requisitos fundamentais para o
professor dos dias atuais. Atualmente, existe
uma ampla oferta de literaturas sobre metodo-
logias que podem ser livremente consultadas
via internet. Há também vários livros que abor-
dam o tema.
O professor Geraldo ressalta “uma das
principais dificuldades está na resistência dos
professores, sendo necessária uma sensibili-
zação para esta mudança de postura”. Caso
este estágio não seja alcançado, ser professor
se transforma num muro de lamentações e de-
silusões, cujos grandes prejudicados são os es-
tudantes e a sociedade”. O Prof. Dr. Geraldo Alécio destaca que a
responsabilidade do professor vai além das aulas
Segundo o docente, a aproximação entre
professor/aluno modifica o modelo desta re- necessárias regulamentações de temas especí-
lação, na qual ambos são responsáveis pela ficos como critérios de qualidade e infraestru-
aprendizagem, mas cujo principal ator é o es- tura mínima. O Prof. Dr. Geraldo, que propõe
tudante. Ao professor cabe facilitar a aprendi- ainda um aperfeiçoamento do Sinaes (Sistema
zagem e criar situações acadêmicas para que Nacional de Avaliação do Ensino Superior), que
isso possa acontecer da maneira mais produti- inclui o Exame Nacional do Desempenho dos
va. Por isso, conhecer as metodologias de ensi- Estudantes (Enade), para então transformá-lo
no/aprendizagem e realizar um planejamento numa ferramenta adequada de orientação de
minucioso são pontos fundamentais num ensi- processo de melhoria.
no de qualidade. O CRF-SP tem promovido uma série de ações
focadas na busca pela melhoria da formação far-
PROPOSTAS macêutica. São ações permanentes, que a longo
Na área de Farmácia, já existem alguns movi- prazo, poderão promover mudanças significa-
mentos, tanto públicos quanto privados, que bus- tivas que poderão ser percebidas nos próximos
cam promover mudanças no ensino farmacêutico. anos. Renata Gonçalez
Num futuro próximo, estas experiências servirão
como modelos para que novas instituições possam
se orientar e promover suas transformações. O tema “Novas Exigências Docentes e a Rela-
Segundo o professor Geraldo Alécio, o gover- ção Professor x Aluno” será abordado durante
no avançou bastante na definição das diretrizes o XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos,
curriculares e da carga horária mínima dos cur- em setembro. Confira a programação comple-
sos superiores, na tentativa de definição dos ta: www.congressocrf.org.br
referenciais curriculares; contudo, ainda são

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 39


Análises Clínicas

Diferencial positivo
Apesar de garantir mais segurança e qualidade,
laboratórios clínicos encontram dificuldades para
cumprir a resolução RDC 302/05

A
necessidade de critérios sanitários únicos No Brasil, existem cerca de 18 mil laboratórios que
que definissem os requisitos para o funcio- realizam diagnósticos fundamentais para o tratamen-
namento de laboratórios clínicos e postos de to médico. Para dr. João Baptista J. Martins, membro
coleta, públicos e privados, que realizem exames de da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxico-
patologia ou análises clínicas e citologia em todo o lógicas do CRF-SP, ainda há muito a ser feito. “Esta-
país, foi o principal objetivo da publicação da RDC mos longe de cumprir as determinações da Resolu-
302, em 13 de outubro de 2005. No entanto, após ção. Salvo honrosas exceções, os laboratórios tentam
quase cinco anos, a realidade aponta para uma gran- burlar os requisitos da Resolução criando mecanis-
de dificuldade encontrada pela maioria dos estabe-
lecimentos em cumprir as determinações da Anvisa.
A resolução detalha todos os passos para a coleta de
ALGUNS TRECHOS DA RDC 302, DE 13
material, análise de amostras e emissão dos resultados
DE OUTUBRO DE 2005
dos exames (laudos). Para os usuários desses serviços, a 51.2 O laboratório clínico e o posto de coleta la-
RDC 302/05 garante o direito de acesso a toda informa- boratorial devem possuir um profissional legal-
ção necessária antes do procedimento de coleta. Caso mente habilitado como responsável técnico.
o resultado de um exame demonstre a necessidade de 5.1.4 A direção e o responsável técnico do labo-
uma intervenção imediata, o laboratório deve entrar em ratório clínico e do posto de coleta laboratorial
contato com o médico, paciente ou responsável. Além têm a responsabilidade de planejar, implementar
disso, todos os resultados devem ser arquivados por um e garantir a qualidade dos processos, incluindo:
período de cinco anos, garantindo a sua rastreabilidade. a) a equipe técnica e os recursos necessários
para o desempenho de suas atribuições;
b) a proteção das informações confidenciais
dos pacientes;
c) a supervisão do pessoal técnico por profissio-
nal de nível superior legalmente habilitado du-
rante o seu período de funcionamento;
d) os equipamentos, reagentes, insumos e pro-
dutos utilizados para diagnóstico de uso “in vi-
tro”, em conformidade com a legislação vigente;
e) a utilização de técnicas conforme recomenda-
ções do fabricante (equipamentos e produtos)
ou com base científica comprovada;
f) a rastreabilidade de todos os seus processos.

40 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Análises Clínicas

mos que fazem parecer o seu cumprimento, mas não importância de participar e implementar controles
escapam aos olhos de um observador mais arguto”. de qualidade interno e externo nos laboratórios em
Dr. João destaca que um dos possíveis proble- que trabalha, sendo ou não responsável.
mas pode estar relacionado aos gastos. “A RDC, Dr. João Batista faz questão de ressaltar que os
quando cumprida integralmente, pode levar a um laboratórios têm uma imensa carência de gesto-
incremento de custos de até 15% para quem ante- res na área de Qualidade. É sem dúvida um campo
riormente não estava preocupado com as Boas Prá- aberto, cujos requisitos são, além de um conheci-
ticas Laboratoriais”. mento técnico apurado, uma grande vocação para a
Apesar das dificuldades, as vantagens são notó- administração e educação. “É imprescindível que a
rias para o laboratório que cumpre a RDC em sua mentalidade de seus gestores esteja dirigida para a
totalidade. Mais do que garantir a qualidade dos qualidade como um todo. Cumprir os requisitos da
exames e a diminuição dos riscos inerentes aos pro- RDC 302/05 é o passo mais importante para a con-
cessos de trabalho desses serviços de saúde, o esta- secução dessa meta”, finaliza. Thais Noronha
belecimento tem a condição de entrar em processo
de acreditação pelas sociedades científicas nacionais
e internacionais, o que o eleva à condição de plena O tema “Desafios da implementação da RDC 302/05:
confiabilidade e consequente sucesso. segurança e qualidade no laboratório de Análises Clí-
Os conhecimentos técnicos, farmacológicos e nicas” será abordado durante o XVI Congresso Pau-
bioquímicos tornam o farmacêutico um profissional lista de Farmacêuticos, em setembro. Confira a pro-
adequado às exigências do mercado laboratorial. É gramação completa: www.congressocrf.org.br.
fundamental que ele esteja pronto e consciente da

Cartilhas das Comissões Assessoras do CRF-SP


- Orientação para os farmacêuticos
que atuam nas diversas áreas -
Novas Publicações

Disponíveis para download


no portal www.crfsp.org.br

Jan - Fev - Mar de 2010 / Revista do Farmacêutico | 41

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 41


Regulação e Mercado

Marketing
consciente e eficaz
Ao invés de oferecer um mix de produtos que nada contribuem
com a saúde, farmácias e drogarias devem destacar-se na
prestação de serviços farmacêuticos

O
s estabelecimentos farmacêuticos que promovam a saúde e o bem-estar. Sendo
têm um papel estratégico dentro do assim, ao contrário do que muitos represen-
sistema de saúde por serem o últi- tantes do setor varejista enfatizam, o dife-
mo elo entre o medicamento e o paciente. São rencial hoje não é oferecer um grande mix de
estabelecimentos comerciais, produtos (conforme o modelo
com um diferencial: o foco Os estabelecimentos não norte-americano de drugs-
na saúde. devem se limitar a oferecer tore), mas centralizar as es-
A crescente concorrência um mix de produtos, os tratégias de marketing nos
nesse mercado, as novas exi- serviços são essenciais serviços – nos quais o farma-
gências regulatórias e sanitá- cêutico exerce um papel de-
rias, mudanças de comportamento e expecta- terminante, oferecendo, por exemplo, suporte
tivas dos consumidores formam um quadro ao paciente e complementando o atendimento
em que torna-se necessária a atuação de um dado pelo médico, por meio do acompanha-
farmacêutico com perfil empreendedor, com mento farmacoterapêutico.
visão gerencial e consciente de
suas responsabilidades e postu- TÓPICOS DA RDC 44/09, QUE ENTRE OUTROS
ra adequada. Também é dele a ASPECTOS, REGULAMENTA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
responsabilidade de fazer o es- FARMACÊUTICOS EM FARMÁCIAS E DROGARIAS:
tabelecimento promover as mu-
danças que a legislação exige. Art. 61. Além da dispensação, poderá ser permitida às far-
Farmácias e drogarias, ape- mácias e drogarias a prestação de serviços farmacêuticos confor-
sar de serem estabelecimentos me requisitos e condições estabelecidos nesta Resolução.
privados, não devem se limi- §1º São considerados serviços farmacêuticos passíveis de se-
tar à organização varejista de rem prestados em farmácias ou drogarias a atenção farmacêutica
produtos farmacêuticos, mas e a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos.
comportar-se como estabeleci- §2º A prestação de serviço de atenção farmacêutica com-
mentos que, na cadeia do aces- preende a atenção farmacêutica domiciliar, a aferição de
so ao medicamento, comerciali- parâmetros fisiológicos e bioquímicos e a administração de
za produtos atrelados a serviços medicamentos.

42 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Regulação e Mercado

edo
Com a publicação da Resolução RDC

Ana Laura Azev


44/09, as farmácias têm a possibilidade de
oferecer, de maneira responsável, serviços de
monitoração da saúde, como aferição da pres-
são arterial e glicemia capilar. Além disso,
os estabelecimentos podem envolver-se em
campanhas de saúde, que promovam hábitos
saudáveis ou o uso racional de medicamentos
(ações incentivadas pelo CRF-SP).
Artifícios como localização, preços e
ações promocionais estão cada vez mais co-
muns entre as empresas desse
es/
setor, no entanto, poucos br/imag
ro so ft .com/pt-
ffice.mic
atentam para o fato de http://o

que, dentro do conceito


A prestação de serviços
de prestação de serviços, farmacêuticos dentro dos
pode-se oferecer produtos estabelecimentos é um
dos principais diferenciais,
ortopédicos, suplementos que colaboram para o
alimentares ou soluções sucesso dos negócios e
principalmente para a
para alérgicos e, assim, con- manutenção da saúde
solidar-se no mercado. dos pacientes

Segundo o dr. Vinícius


Pedroso, coordenador da
Thais Noronha
Comissão Assessora de Regu-
lação e Mercado do CRF-SP,
trata-se de um mercado alta-
mente competitivo e, desta forma,
para um bom desempenho, é in-
dispensável que o profissional se
aprimore em gestão de negócios,
pessoas, processos e finanças. “Em
qualquer ramo de comércio re-
quer-se um perfil empreendedor
de seus líderes e proprietários.
Com o varejo farmacêutico não é
diferente”, completa.
Por meio de um trabalho sério e
comprometido do farmacêutico, a popula-
ção tem reconhecido a importância de pro- O tema “Gestão de marketing e negócios em
curar uma farmácia ou drogaria que ofere- farmácias e drogarias” será abordado durante
ça serviços e com o objetivo de prevenção o XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos,
e promoção da saúde, fatores decisivos na em setembro. Confira a programação comple-
escolha final e fidelização do consumidor. ta: www.congressocrf.org.br.
Luana Frasca e Thais Noronha

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 43


Homeopatia

Fora do alcance
Apesar de regulamentada há quatro anos pela Portaria 971/06,
demanda de atendimentos homeopáticos no SUS ainda é baixa

C
om pouco mais de 300 mil atendimentos ves de qualquer parte”, afirma a dra. Amarilys
homeopáticos realizados anualmente no de Toledo Cesar, membro da Comissão Assessora
Sistema Único de Saúde (SUS), a imple- de Homeopatia do CRF-SP, doutora em Saúde Pú-
mentação dessa terapia na rede pública do Brasil blica pela Universidade de São Paulo (USP) e tam-
ainda caminha a passos lentos, passados quatro bém membro da diretoria da Associação Brasileira
anos da publicação da Portaria 971/06 do Ministé- de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH).
rio da Saúde para assegurar o acesso à população Ela aponta como os principais fatores para o
desta e de outras práticas integrativas e comple- baixo número de prescrições de medicamentos
mentares. Para se ter uma ideia, o total de atendi- homeopáticos na rede pública o também baixo
mentos convencionais supera a marca de 1 bilhão número de médicos homeopatas cadastrados
ao ano, índice que revela o quanto o número de na rede, bem como um “preconceito” por parte
beneficiados pela homeopatia dos diretores das unidades de
ainda pode crescer. Falta de regulamentação atendimento médico, tanto
Mediante a baixa incidência específica para produção de em relação à terapêutica em
de consultas homeopáticas no medicamentos homeopáticos si, quanto devido às consultas
SUS, farmacêuticos dessa es- preocupa o setor mais longas. Além disso, pou-
pecialidade enfatizam a impor- cas são as farmácias que dis-
tância da homeopatia preocupam-se e apontam pensam medicamentos homeopáticos nos servi-
os motivos pelos quais a população ainda não tem ços públicos.
amplo acesso a essa prática.
“Os medicamentos homeopáticos são oficiais. PRODUÇÃO
Temos uma Farmacopeia Homeopática Brasi- A ausência de regulamentação específica
leira (cuja terceira edição passou recentemente para produção de medicamentos homeopáti-
por Consulta Pública da Anvisa), e seu uso está cos em escala industrial é outra preocupação de
regulamentado pela PNPIC (Política Nacional quem atua na área. Nesse sentido, há somente a
de Práticas Integrativas e Complementares do RDC 26/2007, que dispõe sobre o registro de di-
SUS). Em resumo, não deveriam existir entra- namizados. “Tampouco há regulamentação em
relação aos insumos farmacêuticos para uso
em dinamizados. Há um grupo de trabalho no
O tema “O Impacto da Regulamentação na Pro- CRF-SP (junto com ABFH, Anvisa, Farmantro-
dução e Acesso a Medicamentos Homeopáticos” po e fornecedores) para propor uma legislação
será abordado durante o XVI Congresso Paulista específica para este segmento, que abastece de
de Farmacêuticos, em setembro. Confira a progra- matérias-primas as farmácias com manipula-
mação completa: www.congressocrf.org.br ção homeopática”, complementa a dra. Amari-
lys. Renata Gonçalez

44 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Acupuntura

Fotos: Divulgação

Eficaz com
ou sem
agulhas
Na terapêutica ou na estética,
a acupuntura se consolida
como a terapia complementar
que mais cresce no Brasil

C
onhecida por tratar a dor sem efeitos co-
laterais, regular o equilíbrio do organis-
mo, melhorar a circulação sanguínea e
aumentar a imunidade, a acupuntura passou a
I Etapa: Tratamento sem agulhas por
ser reconhecida como especialidade farmacêutica eletroestimulação transcutânea com eletrodos
após a Resolução 353/2000 do Conselho Federal cardíacos para trabalhar grupos musculares
Etapa final: Pó de pérola e filtro solar
de Farmácia e, em 2009, teve seus aspectos técni-
cos definidos na Resolução 516, também do CFF. como: tendinite, depressão, enxaqueca, gastri-
Desta forma, surgiu um novo campo de atuação te, TPM, lombalgia, sinusite, asma, ansiedade,
para o farmacêutico, tanto na área terapêutica, impotência, artrite e outros.
quanto na estética. Para dra. Terezinha de Jesus Diniz, farmacêuti-
Inúmeros trabalhos científicos têm compro- ca-acupunturista, membro da Comissão Assessora
vado a eficácia da acupuntura. de Acupuntura do CRF-SP, a
De acordo com a Organização prática está em expansão no
Mundial de Saúde (OMS), 80% SUS e no setor privado. “O
da população dos países em Brasil é onde a acupuntura
desenvolvimento utilizam as tem apresentado o maior ín-
práticas tradicionais nos cui- dice de crescimento no mun-
dados básicos de saúde. A pró- do. E mais: com qualidade. A
pria OMS reconhece a eficácia Acupuntura entrará nas em-
da acupuntura em patologias presas como terapia preven-
tiva, visando o bem-estar, a
Estética corporal:
Eletroacupuntura para tratamento manutenção da qualidade da
de gordura localizada e estria. vida dos funcionários e pre-
Perda de 3 a 6 cm por sessão
venção de lesões”.

46 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Acupuntura

MEDICINA CHINESA CONTRA ESTRIAS,


CELULITE E FLACIDEZ
Há quem diga que na Antiguidade, as rainhas e as
princesas faziam tratamentos à base de pó de péro-
las. Hoje, não é preciso pertencer à família real para
abandonar os tradicionais cremes faciais em troca
dos resultados surpreendentes obtidos em sessões
com o pó de pérolas, que combate a formação dos
radicais livres e possui ação rejuvenescedora por ser
rico em zinco, cobre e selênio, o que ajuda a repor a
camada de colágeno, fibra que dá sustentação à pele.
Os recursos utilizados pela Medicina Tradicio-
nal Chinesa (MTC) têm ganhado cada vez mais
adeptos no Brasil. Os tratamentos de beleza são à
base de ervas como a angélica sinensis, algas ver-
melhas, pó de pérola, reishi e ginseng, eficazes no
clareamento de manchas, combate à flacidez, celu-
lite e prevenção do envelhecimento da pele.
Durante uma consulta estética do ponto de vista
Um dos processos de elaboração dos produtos
da MTC, os profissionais avaliam o problema por
dermocosméticos
inteiro, ou seja, a desordem interna, ambiental e os
fatores emocionais que afetam o paciente ajudam a
compor o diagnóstico. Na estética facial, ressaltam FITOTERAPIA CHINESA
os seguintes objetivos: melhorar o tônus, ativar a Acnes, dermatoses, flacidez, manchas e rejuve-
circulação sanguínea, linfática e energética da pele, nescimento da pele podem ser tratados com fórmu-
abrandar as rugas e marcas de expressão, diminuir las fitoterápicas chinesas, que poderão englobar seis
o tecido adiposo localizado e rejuvenescer. ou mais plantas e cada uma delas com objetivos bem
Na estética, a MTC utiliza técnicas como a eletro- definidos, que vão desde impedir efeitos colaterais a
acupuntura, realizada por meio de agulhas estimula- encaminhar os agentes principais ao local da doença.
das eletricamente, aplicadas na região intradérmica Para dra. Viviane Bergamo Morgero, também
em áreas afetadas por estrias, celulites e gorduras membro da Comissão de Acupuntura do CRF-SP, o
locais. Além disso, o tratamento pode ser por eletro- papel do farmacêutico é imprescindível para a ela-
estimulação neuromuscular (eletrodos transcutâne- boração dos produtos tanto para o uso local, quan-
os), moxabustão, acupuntura, laser, talassoterapia, do para o uso interno. “É essencial o tratamento
aplicação de pó de pérolas e massagem. O processo sistêmico junto com o tratamento local para con-
terapêutico pode ser complementado com orienta- seguir o resultado esperado”. Thais Noronha
ção nutricional, fitoterapia e auriculoterapia.
A dra. Terezinha de Jesus percebe o aumento
na procura do tratamento pela acupuntura estéti- O tema “Farmacêuticos na Acupuntura Tera-
ca. “Frequentemente sou convidada a trabalhar pêutica e Estética” será abordado durante o
em institutos, clínicas de estética, spas e até aca- XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos, em
demias de diversas cidades. Está havendo uma setembro. Confira a programação completa:
maior conscientização das pessoas sobre os resul- www.congressocrf.org.br
tados e benefícios apresentados”.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 47


Farmácia Hospitalar

Farmacêuticos
na UTI
A inclusão desses profissionais em equipes de unidades de
terapia intensiva melhora tratamentos clínicos

U
m dos grandes benefícios das Unida- nar focada na rápida recuperação do paciente.
des de Terapia Intensiva (UTIs) é a O farmacêutico pode contribuir para o alcance
atuação de uma equipe multidiscipli- desse objetivo.

Foto: Reprodução / Arte: Ana Laura Azevedo

48 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Farmácia Hospitalar

A dra. Cristiane Fátima Guarido, profes- devem ser realizados antes, durante e depois
sora da Unimar e das Faculdades Integradas de uma cirurgia eletiva, por exemplo, cita a
de Ourinhos, explica que o conhecimento dra. Cristiane.
do profissional de Farmácia pode ser o dife- Há várias demonstrações do ganho pro-
rencial entre o sucesso ou não de um trata- porcionado pelo diálogo permanente do
mento. “Por conhecermos os medicamentos, farmacêutico com os outros integrantes da
nossa atuação é imprescin- equipe multidisciplinar de
dível. Um exemplo é que há Atuação de farmacêuticos uma UTI. O trabalho feito
determinadas substâncias faz resposta a tratamento em conjunto com o nutricio-
que, em contato com a son- surgir mais cedo e reduz nista, por exemplo, é fun-
da, podem sofrer algum tipo custo da internação damental para que as inte-
de interação. Analisar esse rações medicamentosas não
tipo de incompatibilidade é uma tarefa para atrapalhem os efeitos dos medicamentos
a qual estamos amplamente capacitados.” nem a absorção de nutrientes.
O coordenador da Comissão Assessora de A respeito do atual estágio das Unida-
Farmácia Hospitalar do CRF-SP, dr. Gustavo des de Terapia Intensivas, dra. Cristiane
Santos, concorda. “Os gestores de saúde de aponta para o aumento das especialidades.
instituições públicas ou privadas já aten- É cada vez mais comum a criação de UTIs
taram para a importância do farmacêuti- neonatais, pediátricas, voltadas para do-
co hospitalar, seja pelo impacto positivo de enças cardiológicas e outras. Em todas, a
sua atuação direta na clínica, junto com as atenção deve ser dada 24 horas por dia e é
equipes multiprofissionais, seja nos proces- bom lembrar que o profissional de farmá-
sos de gestão.” cia é muito importante.
A presença de farmacêutico tem relação O trabalho do farmacêutico em UTI foi
direta com a melhoria do reconhecido pela Agência
atendimento. Quanto maior RDC 7/10 da Anvisa Nacional de Vigilância Sa-
o número de farmacêuticos reconhece importância do nitária (Anvisa) por meio da
atuando nos hospitais, maior profissional de Farmácia na Resolução de Diretoria Co-
é a garantia de qualidade, unidade de terapia intensiva legiada (RDC) número 7/10,
principalmente na área clíni- publicada em 24 de feverei-
ca, isto é, junto ao paciente. Para isso, o hos- ro de 2010. A regra, que trata das condições
pital deve contar com um número adequado mínimas para o funcionamento de UTIs,
de profissionais por leito, de forma que seja define que os hospitais devem garantir, por
possível acompanhar cada paciente e atender meios próprios ou terceirizados, o serviço
às necessidades específicas dos internos. de assistência farmacêutica à beira do leito.
Cada dia de um paciente na UTI custa Welton Trindade
muito caro para a instituição. Com a inclusão
de farmacêuticos nessas unidades, a respos-
ta positiva dos tratamentos pode surgir mais O tema “O papel do farmacêutico na UTI”
cedo, o que diminuiria o custo da internação. será abordado durante o XVI Congresso Pau-
O ganho proporcionado por um profissional lista de Farmacêuticos, em setembro. Confi-
da área compensa esse investimento. ra a programação completa: www.congresso
Para tanto, o trabalho de Farmácia Clíni- crf.org.br.
ca e acompanhamento farmacoterapêutico

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 49


Plantas Medicinais e Fitoterápicos

Desafios para os
ensaios clínicos de
fitoterápicos
Falta de informações nas pesquisas e visão errada sobre
a área prejudicam avanço

O
http://www.sxc.hu/
debate sobre ensaios clínicos em fitotera-
pia é amplo. Há especialistas que tratam
os estudos fitoterápicos como se eles fos-
sem muito diferentes dos outros tipos de ensaios
clínicos, mas o médico dr. Dagoberto Castro Bran-
dão, pesquisador há 43 anos, não concorda. “Não
há sentido nessa separação. O rigor, as questões
éticas e muitos outros aspectos de pesquisa são os
mesmos para os dois.”
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) trabalha com essa postura, explica o dr.
Alessandro Nascimento, integrante da Coordena-
ção de Pesquisas, Ensaios Clínicos e Medicamen-
tos Novos da instituição. “Para cada classe de
medicamentos (sintéticos, fitoterápicos, biológi-
cos, etc.), a Anvisa possui requisitos específicos Um dos desafios da Fitoterapia é desfazer a ideia de
que medicamento que tem plantas como matéria-
para a concessão de registro; no entanto, eles são prima não precisam ser submetidos a estudos clínicos

RDC 39/08 REGULAMENTA A ÁREA


A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) aprovações dos órgãos regulatórios.
39/08, que trata das pesquisas clínicas, de- A aprovação da pesquisa sobre medica-
termina que, qualquer que seja a categoria da mentos novos e/ou inovadores sem registro
substância estudada (fitoterápica, biológica, no Brasil requer a existência de notificação
etc.) é infração gravíssima dar início a pes- de fabricação dos lotes que serão utilizados
quisas sem que tenham ocorrido as devidas na pesquisa.

50 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Plantas Medicinais e Fitoterápicos

ww
w.l
ifem
edi
cin
eac
up
un
ctu
efeitos que podem ser
re.
com obtidos considerando-
se os diversos mecanismos de
ação dos fitocomplexos .
Mas isso não basta. O coordenador da Co-
missão Assessora de Plantas Medicinais e Fito-
terápicos do CRF-SP, dr. Rogério Veiga, afirma
essencialmente os mesmos no que diz respeito a que num determinado efeito, o mais importante
procedimentos regulatórios que envolvem o mo- é estabelecer o perfil cromatográfico, devendo
nitoramento e a avaliação das pesquisas clínicas em seguida ser determinado um ou mais marca-
de medicamentos”. dores, cinzas totais e insolúveis para verificar se
Outro desafio da fitoterapia, de acordo com as matérias-primas foram retiradas por comple-
Brandão, é desfazer a ideia de que medicamen- to numa pré-extração, coletadas na época corre-
tos que usam plantas como matéria-prima não ta ou apresentam misturas inertes (palha, terra
precisam ser submetidos a estudos clínicos. “In- e farinha, por exemplo).
felizmente, ainda há profissionais de saúde que O farmacêutico pesquisador da Unifesp e
pensam assim, mas não é correto. Os riscos en- membro da Comissão Assessora de Plantas
volvidos são os mesmos que existem com qual- Medicinais e Fitoterápicos do CRF-SP dr. Pau-
quer outro tipo de medicamento.” lo Mattos lembra que a atividade do medica-
Uma característica própria dos estudos com mento está relacionada aos fitocomplexos, que
plantas medicinais é o nível da concentração podem ser ferramentas mais vantajosas quan-
utilizada nas pesquisas. Utilizar a forma pura de do se utiliza mais de uma matéria-prima com
algum tipo de substância extraída de uma planta pequenas variações nos fitocomplexos, pois
pode não ser tão efetivo em comparação com o elas impedem a tolerância decorrente de uso
uso de outras formas. prolongado.Welton Trindade
Brandão explica que esse fato acontece devi-
do ao que se chama de fitocomplexo. “Ao lidar
apenas com uma substância pura, elimina-se
outras desconhecidas que fazem parte da plan- O tema “Ensaios Clínicos de Fitoterápicos” será
ta, o fitocomplexo.” abordado durante o XVI Congresso Paulista de
Para a análise ideal do comportamento dos Farmacêuticos, em setembro. Confira a progra-
fitocomplexos, deve-se avaliar, por meio de en- mação completa: www.congressocrf.org.br
saios clínicos farmacológicos e toxicológicos, os

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 51


Saúde Pública

Direito constitucional
Governo e entidades como o CRF-SP têm buscado
ampliar a assistência farmacêutica dentro dos
serviços públicos de saúde

A
o llongo
ongo dos anos,
an diversas pesquisas in-
diccaram que o serviço básico de saúde,
dicaram
quee conta com m assistência farmacêutica
capa
adequada, seria capaz az de resolver, com quali-
cerca de 85% dos
dade, cerca do problemas de saúde da
d
população. Pacientes com
população. c acompanhamento far-
macoterap pêutico diminuem
macoterapêutico dim
m o retorno ao aten-
hospitalar.
dimento hospitalar.

Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever


do Estado, garantido mediante políticas so-
ciais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao aces-
so universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.

52 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Saúde Pública

No ano de 1994, a criação do Programa meio de algumas ações, como cursos de mes-
Saúde da Família (PSF) tornou-se um dos es- trado e pós-graduação na área de gestão da
topins para a reorganização da lógica assisten- assistência farmacêutica, aumento do finan-
cial do SUS, como proposta de atenção bási- ciamento, além da criação do software Hórus,
ca à saúde. Isso possibilitou às equipes uma que é um sistema de gerenciamento da assis-
visão ampliada do processo saúde-doença e tência farmacêutica disponibilizado aos mu-
da necessidade de interven- nicípios, como ferramenta de
ções que vão além de práticas Grande parte da população apoio à gestão.
curativas, ou seja, a atenção depende inteiramente de Na edição passada da Re-
hoje deve se voltar para a edu- programas assistenciais do vista do Farmacêutico (no 98)
cação e prevenção. Sistema Único de Saúde esta mesma editoria trouxe in-
Dentro desse contexto de formações importantes sobre
reorganização da atenção básica como alicerce o funcionamento do software Hórus.
para um novo modelo assistencial, que tem por
objetivo maior a promoção da qualidade de vida, O SUS TEM QUE FUNCIONAR
fica incontestável a urgência da implementação Dados do Instituto Brasileiro de geografia
de políticas que contemplem a assistência far- e Estatística (IBGE) apontaram que no ano de
macêutica nos serviços públicos. 2007, cerca de 36% dos trabalhadores brasi-
De acordo com o dr. Marco Aurélio Pe- leiros tinham renda de até dois salários míni-
reira, coordenador-geral de gestão do De- mos; ou seja, mesmo com a oferta de medi-
partamento de Assistência Farmacêutica do camentos a preços populares, grande parte da
Ministério da Saúde (DAF/MS), a partir da população não tem poder aquisitivo suficiente
retomada da discussão do papel social do para adquirir os produtos que necessita, de-
medicamento, a atenção farmacêutica pas- pendendo inteiramente dos programas assis-
sou a ser considerada funda- tenciais do SUS.
mental. Esse cenário favoreceu Pacientes com “Sendo a assistência far-
a inserção do farmacêutico nas acompanhamento macêutica um direito consti-
equipes de saúde, e essa trans- farmacoterapêutico tucional, o profissional pre-
formação é fruto de uma série diminuem o retorno ao cisa estar amparado e bem
de ações desenvolvidas pelos atendimento hospitalar preparado tecnicamente para
diversos atores como entida- atender às demandas da so-
des da categoria, Ministério da Saúde, An- ciedade e, principalmente, para compre-
visa, entre outros, na efetivação da Política ender o papel social da profissão. O aco-
Nacional de Assistência Farmacêutica. lhimento e a humanização devem estar à
Para dr. Marco Aurélio, o grande desafio é frente de todas as nossas ações”, afirma o
a qualificação dos serviços. “Devemos garantir dr. Marco Aurélio. Luana Frasca
a formação de recursos humanos capacitados,
condições dignas de trabalho e de educação
permanente, além de estimular a continuidade O tema “Atenção Farmacêutica nos Diferentes
no local de trabalho. Essas ações são de respon- Serviços de Saúde” será abordado durante o
sabilidade de todos os segmentos: gestores, tra- XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos, em
balhadores e usuários”. setembro. Confira a programação completa:
O Ministério da Saúde, através do DAF, www.congressocrf.org.br
tem contribuído para essa qualificação, por

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 53


Indústria

Minúscula com
potencial gigante
Nanotecnologia tem participação cada vez mais frequente no
setor de medicamentos, com fármacos mais seguros e eficazes

U
m cenário positivo e em expansão é o pa- A nanotecnologia manipula estruturas muito
norama atual da nanotecnologia aplicada pequenas, tornando possível a criação de sistemas
na indústria, que há 20 anos colocou no funcionais que seriam inconcebíveis utilizando-se
mercado os primeiros produtos, como lipossomas a tecnologia convencional. Para se ter uma ideia,
contendo o fármaco anfotericina B e cosméticos o termo “nano” está relacionado a uma escala de
com nanopartículas de vitamina E, entre outros, e medida que utiliza o nanômetro, que é um bilioné-
hoje conta com cerca de 2 mil medicamentos pa- simo do metro, ou um milionésimo do milímetro.
tenteados com essa tecnologia. Um fio de cabelo, por exemplo, possui cerca de 100
mil nanômetros de espessura.
Divulgação / Natura
Nos medicamentos, os benefícios são muitos.
A nanotecnologia se traduz em fármacos mais
seguros e eficazes, explica Profª. Dra. Sílvia Sta-
nisçuaski Guterres, professora do Departamen-
to de Produção e Controle de Medicamentos da
Faculdade de Farmácia da Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Nos últimos anos, inúmeros estudos de-
http://cotidianoemoda.blogspot.com/

monstraram que a distribuição de um fármaco


no organismo pode ser modificada pelo uso de
nanossistemas tais como lipossomas, nanopar-
tículas ou micropartículas. Estes carregadores
podem proteger o princípio ativo da degradação
e/ou inativação, além de melhorar a biodispo-
nibilidade por aumento da penetração celular e
proporcionar liberação do fármaco no local de
ação desejado. “Isso permite redução da dose,
diminuição de efeitos colaterais, efeito prolon-

A nanotecnologia é aplicada
na indústria de cosméticos,
por exemplo, na produção
de maquiagens com
partículas metálicas

54 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Indústria

gado, aumento da estabilidade, entre outras van- nologia será responsável por metade dos produ-
tagens”, detalha a professora da UFRGS. tos da indústria farmacêutica.
O mesmo conceito vale para produtos dermo- “Os efeitos benéficos da nanotecnologia na
cosméticos, nos quais as nanopartículas levam o indústria farmacêutica só podem ser obtidos se
ativo à camada precisa da pele, controlando a libe- as formulações forem adequadamente desen-
ração da substância. volvidas”, ressalta a docente da
Na área de cosméticos, a na- A Nanotecnologia se UFRGS. Ela reitera que nesta
notecnologia é empregada nos traduz em medicamentos área é importante a realização
mais diversos produtos. Entre os e cosméticos mais de parcerias com grupos de pes-
artigos disponíveis no mercado, seguros e eficazes quisa especializados, bem como
é possível encontrar itens de ma- a ampliação do número de pro-
quiagem com partículas metálicas que aumentam fissionais qualificados (inclusive farmacêuticos),
o brilho, nanoemulsões para cabelos com intensa o que em nanotecnologia significa mestres e dou-
ação hidratante, e cremes à base de vitamina C en- tores formados no tema. Renata Gonçalez
capsulada, com proteção de ativos contra a degra-
dação, entre outros.

EVOLUÇÃO
Dados da Fundação Nacional de Ciências dos
Estados Unidos indicam que, em 2015, a nanotec-

Reprodução

O tema “Nanotecnologia: Aplicação na Indústria


Farmacêutica e Impactos sobre a Saúde Ocupacional
e Ambiental” será abordado durante o XVI Congres-
so Paulista de Farmacêuticos, em setembro. Confira
a programação completa: www.congressocrf.org.br

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 55


Distribuição e Transporte

Perigo monitorado
Farmacêutico assegura a integridade durante a armazenagem
e o transporte de produtos perigosos

F
azer com que o medicamento produzido vista a quantidade de produtos que são classi-
em determinada localidade chegue a ou- ficados como perigosos. Em se tratando de me-
tro lugar do país com as características dicamentos é ainda menor. Temos muito a fazer
garantidas pelos rigorosos processos de controle por esse tipo de transporte”.
de qualidade na indústria é responsabilidade da
transportadora e do farmacêutico, que deve estar FARMACÊUTICO DEVE IMPOR-SE
à frente das etapas que antecedem a dispensação. Para dr. Kleber dos Santos Fernandes, ge-
O farmacêutico é o responsável pelo cumpri- rente de contas de uma empresa de logística que
mento das Boas Práticas de Transporte de medi- atua com produtos químicos e também membro
camentos (RDC 329/99). O tipo de acondiciona- da Comissão de Distribuição e Transporte do
mento e transporte é determinado em função das CRF-SP em Jundiaí, cabe ao farmacêutico de-
características fisicoquímicas do produto; no caso monstrar a importância da atuação nesta área e
de produtos perigosos, estes são enquadrados nas os benefícios da integração da gestão com o co-
classes ou subclasses de risco descritas na Reso- nhecimento técnico.
lução no 420/04 da Agência Nacional de Trans- Ele enfatiza que o farmacêutico deve empre-
portes Terrestres. gar seu olhar crítico e preocupado com questões
De acordo com Marcio José Pinheiro, diretor como estabilidade da formulação, combate à
da ABPTRAN - Associação Brasileira de Profis- contaminação cruzada, cuidados no manuseio
sionais de Trânsito, as embalagens devem obede- e tratamento correto de resíduos. Além dos flu-
cer às normas de segurança, resistir ao manuseio xos diretos, há necessidade da atuação na gestão
e possuir rótulos de identificação. Não podem dos fluxos reversos, pois os produtos avariados,
ser transportadas junto a pessoas, animais, ali- devolvidos, vencidos ou recolhidos, requerem
mentos ou produtos incompatíveis. “Esse tipo de práticas que o profissional pode gerir com exce-
fiscalização é muito pequena no país, tendo em lência. Thais Noronha
Foto: AGV Logística

O tema “Transporte e Armazenagem de Produtos


Perigosos” será abordado durante o XVI Congresso
Paulista de Farmacêuticos, em setembro. Confira a
programação completa: www.congressocrf.org.br

56 | Revista do Farmacêutico / Julho - Agosto de 2010


Farmácia Clínica

Ao alcance de poucos
Embora regulamentados há cinco anos no país, os
programas de residência farmacêutica não são oferecidos
no Estado de São Paulo

O
s programas de residência na área da saú-
de são uma oportunidade de qualificação HISTÓRICO
profissional, mas no Brasil, especialmente As residências em áreas não-médicas da saú-
em Farmácia, ainda são uma realidade ao alcance de existem informalmente há cerca de três déca-
de poucos. De norte a sul do país, apenas três insti- das; porém, a sua regulamentação iniciou-se em
tuições de ensino oferecem residência farmacêuti- 2005, com a Lei nº 11.192 e as portarias que insti-
ca: a Universidade Federal Fluminense, Universi- tuíram a Comissão Nacional de Residência Multi-
dade Federal do Ceará e Universidade Estadual do profissional em Saúde, em 2007. “É tarefa desta
Oeste do Paraná. Apesar de congregar um grande Comissão publicar resoluções que normatizam
número de farmacêuticos, o Estado de São Paulo o funcionamento dos programas de especializa-
não conta com este tipo de especialização. ção, bem como os processos de avaliação e su-
Para a Profa. Dra. Sílvia Stor- pervisão”, explica dra. Jeanne
pirtis, docente da Faculdade de Ci- Apenas três instituições de Michel, coordenadora-geral de
ências Farmacêuticas da USP, os ensino no Rio de Janeiro, Residências em saúde do Mi-
programas de residência farma- Ceará e Paraná oferecem nistério da Educação.
cêutica só se mantém no Brasil de- residência farmacêutica Há dois tipos de residências
vido à dedicação de profissionais que envolvem a Farmácia. A
(coordenadores) que compreendem a necessidade primeira é dirigida a farmacêuticos que desejam
de formar recursos humanos qualificados para cum- se especializar numa determinada área. A segun-
prir o papel de agente transformador da sociedade. da é a residência multiprofissional, na qual di-
“É preciso estabelecer uma política educacional ferentes profissões organizam um programa em
que privilegie a implementação de programas estru- determinada área, por meio de uma organização
turados em serviços farmacêuticos”, analisa a Profa. curricular que prevê um eixo com atividades in-
Dra. Sílvia. Ao contar com o profissional de Farmácia tegradas comuns a todos e um outro eixo em que
em seu quadro de residentes, as equipes hospitalares cada profissão organiza suas atividades específi-
só têm a ganhar. “A Farmácia Hospitalar evoluiu cas. Renata Gonçalez
nos últimos anos pela consciência crescente de que o
farmacêutico deve se dedicar às atividades clínicas,
interagindo com os demais profissionais da saúde”. O tema “Residência Farmacêutica no Brasil” será
Dra. Sílvia complementa que o farmacêutico abordado durante o XVI Congresso Paulista de
conhece todos os aspectos relativos ao medica- Farmacêuticos, em setembro. Confira a progra-
mento e colabora com a equipe multidisciplinar na mação completa: www.congressocrf.org.br
otimização da farmacoterapia dos pacientes.

Julho - Agosto de 2010 / Revista do Farmacêutico | 57


Livros

COMO PRESCREVER OU RECOMENDAR PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

O livro servirá como guia para os profissio- A publicação também traz exemplos de es-
nais que prescrevem ou recomendam formas pécies vegetais que podem ser utilizadas
farmacêuticas fitote- na assistência primária à saúde e uma lista
rápicas e tem o objeti- com 66 plantas medicinais secas (drogas
vo de solucionar dúvi- vegetais) para infusão, decocção, inalação
das frequentes sobre e outras formas farmacêuticas com alega-
“Quem?”, “O que?”, ção terapêutica, posologia, modo de usar e
“Quando?” e “Como?” interações medicamentosas, para que sejam
prescrever ou recomen- utilizadas com conhecimento e segurança na
dar plantas medicinais prescrição ou recomendação.
nas suas diversas for- Autor: Dr. Sérgio Tinoco Panizza
mas farmacêuticas. Informações: (11) 5571 1906 - CONBRAFITO

ATIVOS DERMATOLÓGICOS VOL. 6


A sexta edição do livro é voltada a profissionais Daniel Antunes Junior,
atuantes direta ou indiretamente nas áreas de a leitura proporcionará
cosmetologia, dermatologia, saúde e bem-estar. conhecimento aprofun-
Trata-se de um guia de consulta rápida que visa dado ao profissional e
a orientar tanto o farmacêutico para manipular, bem-estar e qualidade
como o médico para prescrever. de vida quando da prá-
Contendo capítulos multidisciplinares e organi- tica destes conceitos.
zados de maneira prática, o livro engloba prin- Autores: Valéria
cípios ativos e bases utilizadas em Dermatologia Maria de Souza e Daniel Antunes Junior
na farmácia de manipulação e na área cosméti- Editora: Pharmabooks
ca. Segundo os autores Valéria Maria de Souza e Informações: www.ativosdermatologicos.com.br

Participe das capacitações durante o


XVI Congresso
Paulista de Farmacêuticos

Módulo I (aberto a todos os farmacêuticos) - 18/09 - das 9h às 18h


Módulo II (farmacêuticos que participaram do módulo I ou atuam
nas áreas: hospitalar, saúde pública e vigilância sanitária) - 20/09 -
das 8h30 às 17h30
Módulo especial – Medicamentos isentos prescrição (apenas aos que
fizeram o módulo I) - 21/09 - das 8h30 às 17h30
Inscrições gratuitas: Mande e-mail com nome, CRF-SP e telefone para
notificadoras@crfsp.org.br, ou ligue: (11) 3067-1856
Algumas palavras sobre o
XVI Congresso
Congresso Paulista Farmacêuticos
Paulista de Farmacêuticos
ALGUNS DOS PATROCINADORES BRONZE

Participar do Congresso será O Congresso é um dos mais tradicio-


muito enriquecedor para a nais e respeitados da área no Brasil
equipe técnica da BD, que terá por seu alto nível científico. Para a
a oportunidade de receber informações especial- Pfizer, que tem como marcas a pesquisa, inovação
mente selecionadas para a prática profissional, as- e o comprometimento com a saúde, fazer parte do
sim como poderá trocar experiências com especia- evento é uma forma de reforçar os laços com milha-
listas. Parabéns para a comissão organizadora na res de farmacêuticos, os quais, assim como nós, tra-
pessoa da presidente do CRF-SP, dra. Raquel Rizzi. balham a cada dia para uma vida melhor.

UM DOS CO-PATROCINADORES

A FURP tradicionalmente apoia o Congresso


Paulista de Farmacêuticos e não poderia ficar
de fora da 16° edição devido a sua importân-
cia na inovação da área farmacêutica e na se-
leção dos temas abordados. Além disso, para nós, o evento
é uma excelente oportunidade de contato institucional e
atualização profissional.

ALGUNS EXPOSITORES

O XVI Congresso Pau- É com muita satisfação que Tradicionalmente, o farma-


lista de Farmacêuticos a Envirotainer participa cêutico é o profissional mais
é um ponto de encontro do XVI Congresso Paulista habilitado para aconselha-
tradicional dos profis- de Farmacêuticos. Sabendo mento e orientação de medi-
sionais e tem excelência do grau de importância no camentos que não necessitam
na programação dos cur- transporte de medicamen- de prescrição médica. Por isso,
sos e mesas-redondas. tos mundial, investimos na é o principal público da Boi-
No evento, o laboratório tecnologia mais avançada ron, líder mundial na pro-
homeopático Almeida para apresentar os melhores dução e comercialização de
Prado terá a oportuni- containers refrigerados para medicamentos homeopáticos.
dade de demonstrar a transporte aéreo. Aguar- Nosso objetivo é estreitar ain-
importância da pesquisa damos a visita de todos em da mais nosso relacionamento
em Homeopatia. nosso estande! com farmácias e drogarias.

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