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e Rosalind Krauss
Trabalho feito para a cadeira de Teorias da Arte na Era da Globalização, curso
oferecido pela graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba no
período 2017.2. Texto por Arthur Marques Vieira, graduando no Bacharelado em
Teoria, Crítica e História da Arte.
1
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Lisboa. Difel. 1989. Pág 62.
2
Idem. Ibid. Pág 70.
3
Idem. Ibid. Pág 72. Tal definição é mais objetivamente retratada na nota 16.
4
Como explicitado na nota 16.
5
Como explicitado na página 62 com a associação ao Sittlichkeit hegeliano.
6
Idem. Ibid. Pág 73.
experienciar. A experiência da escultura, por exemplo, que inicialmente estava associada
ao marco, ganha sua autonomia de objeto estético singular ao negar esse marco, sendo
definida conceitualmente por um não-ser7. Se Rosalind nega o determinismo do
historicismo8, ela o faz erroneamente associando essa progressão a uma evolução. O
processo evolutivo admite o acúmulo de flutuações que são imprevisíveis, gerando
possibilidades realmente novas, mas que carregam uma lógica histórica9.
De qualquer forma, a visão de campo de Rosalind é um tanto mais sofisticada em
seu funcionamento e isso é perceptível na demonstração de sua possível expansão. É
viável observar que aqui existe uma conexão essencial entre monumento e escultura
autônoma, já que a segunda funciona em detrimento da negação do primeiro. Da mesma
forma, a escultura autônoma é identificada em seu ser por uma especificidade objetiva: a
inserção em um espaço de não-arquitetura e não-paisagem. Tratar de qualquer experiência
que não pode ser definida por essa relação como escultura é esvaziar um conceito, o que
posteriormente levaria a formulação de um novo nome a uma experiência já nomeada,
enfim, um absurdo.
Seguindo essa mecânica, o campo da escultura se expande em um campo com
significados estéticos mais amplos, que abarcam a escultura, mas não só a ela 10.
Considerando as observações que fiz sobre a carência de um pensamento evolutivo
estruturado em Rosalind e a ausência de uma especificidade estética alinha a dependência
ética de Bourdieu, acredito que seja possível alinhar essas duas visões em um de um
campo que é fortemente influenciado pela história, mas que tem nessa história a
solidificação de uma forma que o torna não infinitamente maleável, como poderíamos
supor ao considerar o campo da escultura como simples espaço de embate de diversas
teorias estéticas. É por esse caráter não reversível do campo, que sempre se alinha à
história de suas definições anteriores, seja negando-as ou reforçando essas de forma
cumulativa, que temos a possibilidade do nascimento de um novo campo ao se chegar em
um momento singular de estratificação dos conceitos abarcados por essa paisagem
conceitual.
7
KRAUSS, Rosalind. Sculpture in the expanded field. October, v. 8. Págs. 31-44. 1979. Pág 36.
8
Idem. Ibid. Pág 30.
9
PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas: tempo, caos e as leis da natureza. Tradução de Roberto Leal
Ferreira. 3ª Ed. São Paulo. Editora da Universidade Estadual Paulista. 1996. Pág. 68.
10
KRAUSS, Rosalind. Sculpture in the expanded field. October, v. 8. Págs. 31-44. 1979. Pág 38.