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JORNALISMO DE REFERÊNCIA.
Edição Nº 262 - 25 de Janeiro de 2013 Director Gustavo Costa Luanda 200 Kwanzas - províncias 250 Kwanzas
CAN 2013
Palancas
amestradas
presas por
um fio
>>P. 28
FNLA
Auto-flagelação
soma e segue
na liderança
de Ngonda
ANOS Há 40 anos
>>P. 15
Assassinato de
Amílcar Cabral
NESTA EDIÇÃO envolto
Gustavo Costa, Isabel Bordalo, Manuel António, em mistério
Vitor Silva, Jacques dos Santos,
Luís Fernando, Tandala Francisco, Filomeno
Manaças, António Tomás, António Bilrero,
Dina Cortinhas, Graça Campos, Adolfo Maria,
Rui Falcão e Adalberto da Costa Júnior,
escreveram sobre o Novo Jornal.
>>P. 20
Dossier
olhares diferenciados, que fizeram
da sua marca uma seiva vivificante
e incontornável para um exercício
saudável da liberdade de imprensa e
da democracia no nosso país.
O Novo Jornal provou que é possível
manter viva a independência edito-
rial de uma publicação com recurso
a uma linguagem civilizada, embo-
ra não isenta de críticas e reparos
intelectualmente honestos. O Novo
Jornal soube, desta forma, afirmar-
se como um projecto editorial inde-
pendente, dotado de personalidade
própria.
O Novo Jornal ao longo dos seus cinco
anos de existência soube provar que
era possível acabar com “o descon-
solo, a vileza medíocre e cinzenta”
e trazer uma fragrância de ar fresco à
imprensa angolana. E trouxe-a!
Mais do que um “lay out” ao esti-
lo dos melhores jornais do mundo,
concebido pela criatividade da EDI-
TANDO – a agência que procedeu à
sua concepção gráfica - também ao
sementes
da diferença Cinco anos depois de terem sido ambos os lados da contenda militar,
acrescentadas, com o surgimento do soube também dar o seu contributo
Novo Jornal, novas “sementes da di- para o fim da guerra civil.
ferença” à liberdade, este semanário O Novo Jornal partiu de um tempo
orgulha-se de se ter imposto como em que as persianas da liberdade
um marco de referência no jornalis- estavam maquilhadas com um fal-
mo angolano pós-Independência. so pluralismo porque persistiam em
O Novo Jornal nasceu depois de um agarrar-se ao cobertor do unani-
tempo em que a liberdade escure- mismo e corroíam, a céu aberto, a
cia cedo e as botas enfurecidas das diversidade, ofuscando a existência
sentinelas da censura insistiam em do Outro.
fazer prolongar o silêncio das vozes O Novo Jornal partiu de um tempo em
Gustavo costa da diferença. O Novo Jornal nasceu que as liberdades cívicas não foram
Director
depois de um tempo em que a liber- oferecidas mas antes conquistadas,
dade de imprensa, titubeante, contra tendo-se imposto, com dignidade,
os extremismos de vozes raivosas de como um laboratório de ideias e de
25 Janeiro 2013 03
!
!
JORNALISMO
DE REFERÊN
shington
Costa
Ana Dias
Luanda 200
Kwanzas
- Provínci
as 250 Kwanzas
Integração
Lourenço
Region
al
Cobre da
na rota doTanzânia
CFB
Maboque
na Hor@ >> P. 26
gá
Sonangol
Influência
de Vicente
na corda
bamba
1.º CADER
NO
Dossier >> P. 19
estilo de outras publicações de refe- não hesitou em apresentar à socieda- cados? Sem dúvida! Mas porque não e humildade, soube e saberá sempre ocultos, não ficou nunca indiferente
rência, o Novo Jornal fez a estreia do de o seu bilhete de identidade. quer ter a pretensão e, muito menos dar a mão à palmatória. à falsificação das regras do mercado
sistema de cadernos por edição. Essa aliança não impediu que o Novo a petulância de ser “o senhor abso- Nesta matéria, o Novo Jornal, em cir- em vários domínios da nossa socie-
Com o Novo Jornal veio também o Jornal se impusesse contra a amorfia luto”, o Novo Jornal tem plena cons- cunstância alguma, se sentiu ou se dade. O Novo Jornal impôs-se porque
tratamento diferenciado de temas de uma elite de intelectuais acríticos, ciência de que também tem defeitos sentirá diminuído mas não deixará quis fazer parte do leque de freios
como a economia e a cultura, a análi- que assumidamente decidiu demitir- de chaparia e não se envergonha de também de se orgulhar de se ter man- democráticos indispensáveis para
se e a investigação para a qual contri- se do seu papel e das suas responsa- reconhecer que aqui e ali, como ou- tido fiel à sua linha editorial, revelan- travar apetites totalitários, abusos
buiu, de forma notável, a Associação bilidades, numa tristonha reedição, tras publicações de nomeada, incor- do-se sempre avesso à arrogância e de poder, alucinações oposicionistas
Tchiweka de Documentação – ATD. como diria Lénine, dos “Idiotas Inú- reu em alguns atropelos. ao espírito de auto-suficiência, não ou “primaveras pueris”.
O Novo Jornal impôs-se de forma teis” do século passado e do século Despido de quaisquer preconceitos, cedendo a manipulações, não resva- O Novo Jornal impôs-se porque quis
irrequieta e incómoda sem nunca, presente… o Novo Jornal soube, no entanto, lando para assassinatos de carácter, afirmar-se como um dos veículos
porém, ter caído na sabujice sensa- O Novo Jornal impôs-se porque ao assumir as suas fraquezas e falhas, nem se embriagando com um vede- promotores do livre exercício da ci-
cionalista ditada pelos ditames do mesmo tempo que não se compro- tendo sempre noção das suas limita- tismo gratuito. dadania entre todos os angolanos,
mercado. O Novo Jornal soube esta- mete com as elites predadoras, não ções, agravadas pela pobreza e temor Resistindo a todo o tipo de pressões sem quaisquer distinções. O Novo
belecer como regras sacramentais o deixa de defender a promoção e o de uma paisagem social onde, para ou tentativas de mercantilização da Jornal impôs-se porque mesmo
cruzamento de informação, o respei- crescimento de uma burguesia na- desgraça dos jornalistas, as fontes de consciência dos seus profissionais, o submetido aos objectivos e às ló-
to pelo contraditório, o equilíbrio em cional patriótica, empenhada no en- informação tendem a apresentar-se Novo Jornal jamais, porém, preten- gicas comerciais que sustentam os
vez da fulanização, o nome próprio riquecimento espiritual e material da cada vez mais embaciadas, quando deu colocar-se em bicos de pés como grupos empresariais envolvidos na
em vez do pseudónimo e a pluralida- população através de um sistema de não se escondem por detrás da câma- se se tratasse de uma publicação comunicação social, soube fazer da
de em vez do monolitismo. distribuição da riqueza, que não sen- ra escura… eivada de pureza, pois, como escre- notícia um bem social e não uma
O Novo Jornal impôs-se também, e do igualitarista, com equidade chega O Novo Jornal não pode deixar de re- veu o romancista britânico Graham mera mercadoria. Ou, como diria
desde logo, como um produto inova- e sobra para todos: ricos, pobres e re- conhecer que poderá ter sido injusto Green, “ a pureza queima como o Eduardo Meditischs, impôs-se por-
dor num segmento de mercado virgem mediados. na avaliação do comportamento de vitríolo”… que a abordagem do jornalismo no
porque era o primeiro, no domínio da O Novo Jornal, no entanto, jamais certas figuras públicas ou menos ri- O Novo Jornal impôs-se porque lon- Novo Jornal pretendeu ser sempre
comunicação social, ancorado num se assumiu ou se assumirá como um goroso em certas investigações mas, ge de ser um produto panfletário ou “uma forma social de produção de
grupo económico – a ESCOM – que poço de virtudes. Cometeu erros e pe- em todos estes casos, com modéstia uma caixa de ressonância de poderes conhecimento”.
Temo-lo conseguido? Por raiar o
absolutismo e a soberba, seria de-
masiado pretensioso responder
pela afirmativa mas, no Novo Jornal
ninguém é ingénuo para ignorar o
potencial de conflitualidades que
pode estar subjacente na coabita-
ção entre os grupos económicos que
sustentam a comunicação social e os
jornalistas, enquanto agentes defen-
sores da liberdade de imprensa.
O Novo Jornal, acusado gratuita-
mente de ser um projecto sujeito ao
lápis vermelho da censura dos pa-
trões, provou, ao longo dos seus cin-
co anos de existência, porém, que é
possível delimitar, de forma clara, as
fronteiras entre os vários interesses
em jogo.
Por essa razão, a presença agora de
um outro grupo económico – a WYDE
CAPITAL – por detrás do Novo Jornal
alguma vez pôs em causa a sua auto-
nomia editorial e o direito do público
a ser informado pelos seus jornalis-
tas.
Dispondo de total autonomia nesta
matéria, à equipa de jornalistas do
Novo Jornal só resta arregaçar man-
gas e preparar-se para os gigantescos
desafios que terá que enfrentar nos
próximos cinco anos.
Porque as “sementes da diferença”,
que corresponderam ao lançamento,
As sementes da diferença a 25 de Janeiro de 2008, do Novo Jor-
nal, configuram agora um espaço de
configuram agora um espaço liberdade onde se diz o que se pen-
sa. Um espaço que não se preenche
de liberdade onde se diz o que apenas com sorrisos mas onde várias
se pensa.Um espaço que não se cabeças travam divergências saudá-
veis e indispensáveis em redacções
preenche apenas com sorrisos pluralistas.
Cinco anos depois, falta alguma
mas onde várias cabeças coisa? Falta muito! Falta sobretudo
agregar agora novos valores, valores
travam divergência saudáveis mais ousados e escalar novas monta-
e indispensáveis em redacções nhas. Para quê? Para continuar a de-
safiar e a lançar sobre o futuro novas
pluralistas “Sementes da Liberdade”…
04 25 Janeiro 2013
Dossier
António Tomás* Filomeno Manaças
Parabéns
Estatuto
conquistado
Novo Jornal
Solicitou-me o Director do Novo Jornal que debitasse algumas linhas
a propósito do quinto aniversário da publicação da qual é, de algum
tempo a esta parte, o timoneiro, convite ao qual acedi com prazer.
Leio sempre que possível o jornal e acompanho o esforço dos seus pro-
fissionais – ao qual rendo merecido tributo - para firmarem a publi-
cação como uma opção de leitura no universo da imprensa angolana,
um estatuto que considero já conquistado com toda a justiça.
São os leitores que fazem essa justiça, daí a persistência do projecto
Já lá vão cinco anos desde que te, da troca de ponto de vistas diver- editorial Novo Jornal neste percurso de cinco anos num mercado em
apareceu o primeiro número do gentes e da auto-crítica. que, tendo em conta as suas características, não é fácil uma publica-
Novo Jornal (NJ), em 2008. Por coin- Com todos os erros (e aqui erro no ção vingar.
cidência foi um ano quase inteiro sentido pedagógico, pois lembro-me As dificuldades vão desde os custos de produção, a luta pelo mercado
que passei em Luanda. Posso assim o Novo Jornal o jornalista Manuel António dizer- de publicidade e, não menos importante, a distribuição do produto
dizer que sou leitor do Novo Jornal
desde o primeiro número. Em 2009,
tem cultivado um me uma vez que em jornalismo é
preciso liberdade para se errar), com
final.
Curvo-me diante de opiniões mais abalizadas, mas tenho para mim
escrevi a primeira crónica no NJ e, ambiente de crítica todas as dificuldades (de formação que é mais comple- xo, mais custoso e mais difícil montar e fazer
como devo ter lido ou pelo menos fo- humana, num país em que a univer- perdurar um jornal
lheado todos os números publicados sobre os conteúdos sidade nem sequer forma licencia- do que uma rádio
!
!
desde então, estou à vontade para dos com qualidade suficiente para ou uma estação de
publicados que eu
falar sobre os feitos, erros, dificul- preencher as vagas de uma redacção televisão. Os avan-
dades, desafios desta publicação.
E seja qual for o balanço que faça
nunca vi em parte cultural), eu acho que o NJ é uma
aposta ganha. E a aposta foi, quan-
ços no domínio da
técnica e da tec-
JORNALISMO DE REFERÊN
Edição nº 249 - 26
CIA.
de Outubro de 2012
nenhuma
Director Gustavo Costa
Luanda 200 Kwanza
s - Províncias 250
tenho de reconhecer que o NJ tem do mais, oferecer aos leitores um nologia tornaram
Kwanzas
Guiné -Bissau
sido a contribuição mais séria para a espaço de diversidade de opiniões. hoje mais fácil as Militares não calam
as armas
compreensão da história do presen- E isso não é coisa pouca, num país empreitadas au-
te angolano. em que estamos habituados a que os diovisuais. Valente pontapé-de-
saída!
Em 2008, já havia os semanários, jornais sejam ou contra ou a favor do Para os jornais a
>> P. 24
Fundo
Bloco 4
Alta tensão
que, mesmo na sua condição de governo. O NJ veio, pois, ocupar este história é outra. no alto mar
marginalidade, eram as únicas fon- 5 anos é uma lição importante so- meio termo, nem a favor nem contra, Por isso há que Soberano
tes informativas que acrescentavam bre a relação entre independência constituindo-se como um veiculo brindar a este
investe Economia >> P. 05
alguma diversidade no panorama redactorial e os constrangimentos em que várias sensibilidades do país quinto ani- 356 milhões
Presidenciais
Debates televisivos
aquecem Quénia e
Ghana
jornalístico nacional. E isso num financeiros. encontraram espaço para expressar versário e dar em Londres
contexto, se quisermos, de um pon- Não estou a dizer que o NJ seja um livremente as suas opiniões. os parabéns à
to de vista mais estrutural, de dois o exemplo mais acabado de isenção E isso só mostra a destreza em que equipa por aju- Sai BMW e entra Jagu
>> P. 06
>> P. 30
ar
processos que decorriam simultane- jornalística (embora tenha de reco- o colectivo do NJ soube posicionar- dar a contribuir Parlamentares vão
sentar-se
CAN-2013
amente. Por um lado, uma reorgani- nhecer que sendo eu provavelmente se perante a política real angolana, para o plura- es de dólares é o elo
mais fraco
>> P. 06 do grupo A
zação do político que já antecipava o mais irreverente dos comentado- onde ainda existem muitos traços de lismo de im- Dossier
>> P. 29
1.º CADERNO
ECONOMIA
Lepra BPPH MUTAMBA
uma vitória estrondosa do MPLA no res que passaram pelo NJ nunca me autoritarismo, que se traduzem nos prensa, para o preocupa
>> P. 02
Mário Tendinha
Sonangol cria
banco para habitação “Vento leste”
>> P. 06 histórias para o futur
pleito de Setembro – verdadeiro re- foi colocado qualquer tipo de limite limites que se impõem aos jornalistas pluralismo de >> P. 06
o
trocesso no processo de formação de sobre o que devo ou não escrever). em relação ao acesso à informação. E linhas editoriais
uma sociedade plural. Por outro, um Não. Mas o Novo Jornal tem cultiva- isso, nos últimos tempos, já sem ne- e, por via disso, para o reforço da democracia angolana.
processo de consolidação da econo- do um ambiente de crítica sobre os cessidade de se recorrer à violência. Tenho para mim que a sociedade é um mercado aberto de realização
mia empresarial, que, consequente- conteúdos publicados que eu nunca O poder tornou-se mais sedutor, e de ideias, entendidas estas como projectos. É na diversidade de pro-
mente, favoreceu quer a compra dos vi em parte nenhuma. Na minha qua- agora existem os prémios milioná- jectos editoriais, ancorados obviamente nos modernos princípios
semanários existentes, quer a fun- lidade de leitor consciente já escrevi rios que servem também para dis- do jornalismo, onde a ética e a deontologia devem constituir sem
dação de outros por parte de alguns várias vezes aos directores, o Victor ciplinar os jornalistas. O jornalista rendição a nossa bússola de orientação, que acredito vamos fundar
grupos empresariais. Silva, e, sobretudo, o Gustavo Costa, é assim levado a produzir certo tipo uma comunicação social angolana forte, capaz de contribuir para o
E foi como resultado desses dois pro- a comentar textos em que achei que de material, mais complacente em desenvolvimento do país, capaz de assegurar o exercício saudável da
cessos que surgiram os dois sema- o jornal estava a perder acutilância. relação ao poder, na esperança de cidadania.
nários de referência: O País e o NJ. E o que já se fez várias vezes foi en- um dia vir a ganhar um tão cobiçado Auguro que o Novo Jornal, surgido no mundo das gentes embrulha-
O primeiro seguiu uma trajectória volver outros jornalistas num debate prémio. E nisso também o NJ vincou do no manto da expectativa de vir a tornar-se um diário, continue a
mais ou menos esperada, em que os sobre como é que escolhem pontos a sua posição; não só não ganhou os servir os leitores com brio e profissionalismo e seja “militante” de um
interesses do grupo controlam em de vista, sobre que terminologias se mais variadíssimos prémios, dentro e jornalismo responsável, que contribua para o reforço dos valores de
grande medida o escopo da infor- usam para se falar de certas coisas. fora do país, como ainda conta com coesão política e social da nação angolana e para o progresso do país.
mação. O segundo fez um percurso Se um dia estas conversas fossem uma redacção que não se preza parti-
totalmente diferente: uma redacção tornadas públicas seriam uma gran- cularmente pela sua proximidade às *Director adjunto do Jornal de Angola
que sempre vincou pela diversidade de lição sobre os modos como se posições do poder.
de pontos de vista, independente- produz verdade jornalística e sobre Pela diversidade, só resta dizer, pa-
mente dos interesses do grupo. E como esta verdade jornalística só rabéns, Novo Jornal, e muitos anos
acho que a trajectória do NJ nestes pode ser alcançada através do deba- de vida. *Antropólogo
25 Janeiro 2013 05
Dossier
mores sem base, publicitan-
!
!
do afirmações claramente
imparciais, grosseiras e
Jerónimo Belo * JORNAL
ISMO DE
Edição nº
REFERÊ
259 - 4
NCIA.
de Janeiro
interesseiras.
de 2013
Dezassei
s morto
s na Cida
Director
Gus tavo Cost
a
Espero, e espero mesmo, que
Fanatism
dela Luanda
200
o mata
o pretexto ”infantil”
Venezuela
em
Hugo Ch «suspense»
com a vidavez em Cuba
a por um
fio
dade dos seus profissionais
e colaboradores, alguns dos
>> P. 08
República
Rebelde
Centro Africana
>>P. 16
Novo Jornal - minha companhia se- Ao pedido do meu velho e dilecto a mexer em papéis antigos, a vol- não conacre que o colo
je ista do po
der
dos oprimidos, para te dizer- com
seguiu n
esconderialismo
manal pelos cafés da cidade. Agora, amigo, diria também “compagnon tar à política, que há bué se afas- 1.º CADE
Fecho
Jornal Co
RNO
>> P. 02
ele- que “ o utópico não é o irreali-
encerrado este primeiro ciclo, em de route” Carlos Sérgio Monteiro Fer- tou de mim, a reflectir, mas vou zável, a utopia não é o idealismo, é
ECONOM
não paga ntinente Cimento
IA >>P. 19
>> P. 23
salários
Grupo He
aterra em idelberg MUTAMB
que, habitualmente, as taxas de reira, Cassé, com quem partilho há fazer mais como? >> P. 05
Bengue
la BESA CuA
Entre ltura
vista
Leonor Sá com
a dialéctica dos actos de denunciar
Machad
mortalidade costumam ser elevadas, imensos anos a paixão da música e o O jornalismo, com a panóplia de emocio- >> P. 06 o
a estrutura desumanizante e anun-
surgem as próximas dificuldades, os amor às letras, não poderia recusar. funções e características que hoje nais excepcionalmente ciar a estrutura humanizante. Por
permanentes desafios, as condições O que penso destes últimos anos do lhe são atribuídas, designadamen- difíceis (como a dos médicos e de esta razão, a utopia é também um
éticas do trabalho jornalístico e mui- “nosso” Semanário? te como instrumento fundamental, outros trabalhadores da saúde) é ou- compromisso histórico”. E agora eu
tos etc. … Quando vivemos hoje, no século como “catalisador” de difusão de tra maka interminável, sobretudo na acrescento, à guisa de conclusão:
O projecto jornalístico, mas também XXI, e num novo quadro neste país é informação no seu lato sensu, é cada perspectiva do chamado “Jornalismo compromisso histórico com a verda-
– necessariamente - cívico e cultural - mais do que nunca- necessário de- vez mais relevante nas democracias público”: designadamente, interlo- de, a ética, a liberdade e a democra-
que em determinada altura da minha fender a Democracia e, neste escopo, modernas, pois possibilita, entre cutores das instituições políticas ou cia. É muito, é impossível? Tentem
vida também abracei a convite do as suas relações com a “comunicação muitas outras coisas, a interpretação agentes de ampliação da voz dos ci- regressar à longa noite colonial…
amigo Gustavo Costa, em comple- de massas”; maka antiga e terreno de factos, a avaliação de argumentos dadãos e daqueles que não têm voz? Um abraço, meu Caro Cassé. Diz ao
mento de outras actividades que vou para longas e intermináveis discus- e também a promoção de condutas Eis a questão. Gustavo que vou continuar a escre-
mantendo discretamente noutros sões, muito longe do apaziguamen- e acções racionalmente perspectiva- Mas, regressemos, ao Novo Jornal, ver sobre Jazz. Xê minino não fala
órgãos de Comunicação Social, no- to. Serão variáveis independentes? das, motivadas. que tem mantido preocupação com a política!
meadamente no Jornal de Angola e Existirão sinergias nesta relação? É O papel do jornalista - profissão verdade dos factos e a objectividade *Jornalista cultural
na Rádio Luanda Antena Comercial apenas a ponta do “iceberg”. muitas vezes exercida em condições jornalística e evitado fazer eco de ru- e crítico de JAZZ
25 Janeiro 2013 07
Dossier
victor silva*
tempos de mudança
Nove meses após ter cessado funções
como director, eis-me, novamente, nas
páginas do Novo Jornal, a publicação
de que fui fundador e que até hoje não
se envergonha de ser o que se propôs
desde o início: a referência do novo jor-
nalismo que se produz em Angola!
Volto não mais para assinar o Edito-
rial, nem noticias, reportagens ou en-
trevistas, mas desta vez para recordar
um percurso que já leva cinco anos e
que, em tão pouco tempo, pode ser
considerado compensador, pesem
embora os contratempos próprios de
qualquer caminhada, onde a meta,
à partida, parece tão fácil de atingir,
mas escolhos vários obrigam a es-
forços suplementares para a atingir,
numa passada só ao alcance dos ven-
cedores, já que os derrotados ficam e o romancismo das revoluções, com a conta, não valendo aqui citá-los com
pelo caminho. malta a reviver utopias e a querer pro- receio de omitir algum. Nacionais, con-
Curiosamente, nove meses é também var que podia “viver sem eles” (os do- tinentais e mundiais! Aká!
o tempo normal de gestação de um ser nos)!!!... O Novo Jornal “modelou” a concorrên-
humano o que torna mais interessante Interessante também porque se fize- cia, o que faz com que tenha obrigações
este meu “regresso”. Será que nasceu ram coisas bonitas, muito bonitas mes- acrescidas junto da opinião pública e
um “outro” Novo Jornal, trinta e seis mo, como por exemplo a parceria com desafios maiores quando confrontado
semanas depois da minha saída da di- a Associação Tchyweka que permitiu com o surgimento de novas publica-
recção? a publicação de uma série extraordi- ções de formato e estilos diferentes.
Por ser a pessoa menos apropriada para nária dos acontecimentos que faziam Uma “pecha” do projecto continua a
o fazer, deixo a responsabilidade aos cinquenta anos e que têm a ver com ser a ausência do “online” que, embora
leitores que, mais desapaixonadamen- a nossa História e o percurso que nos prevista, nunca conseguiu “descolar”,
te, estarão em melhores condições de conduziu a sermos hoje um país inde- obrigando a utilizar um meio alternati-
encontrar a resposta. pendente e soberano! vo que tem obtido um grande sucesso a
Não posso esconder que, neste inter- Outra beleza desse período de “auto- todos os níveis.
regno, várias foram as pessoas que se gestão” foi termos ido aos trinta e cinco Sabia o leitor que, mesmo não estando
me dirigiram questionando o posicio- A adaptação do jornal aos novos conteúdos anos das independências de todos os “online”, o Novo Jornal chega anteci-
namento do jornal, seja por ocasião países africanos de língua portuguesa, padamente, por exemplo, às mãos de
da campanha para as eleições gerais, de média, além das questões internas da com excepção da Guiné-Bissau, cujo José Manuel Durão Barroso, presiden-
seja mais recentemente na acalorada
disputa na comunicação social sobre
impressão e distribuição, será dos maiores dossier sempre foi acompanhado ao
pormenor nas páginas do jornal des-
te da União Europeia, de Madeleine
Albrigth, a primeira mulher a assumir
as relações entre Angola e Portugal, desafios do Novo Jornal de a sua fundação! Foi uma odisseia e a Secretaria de Estado do Governo dos
quando a turma ressabiada emergiu tanto, levar as nossas equipas de repor- Estados Unidos da América ou a Uni-
do esgoto e se comportou pior que as tagem às diversas capitais dos PALOP, versidade de Stanford, também nos
kitatas da baixa luandense ou da rua dirigimos juntos e até nos escritos que modado… (Xé menino, não fala polí- sem que a administração tivesse larga- EUA, onde é “religiosamente” consul-
das Pretas, ignorando origens, rasgan- cada um produzia. tica…) do “algum”. tado e guardado! E que em Cabinda, os
do códigos e éticas, atrás de um prato Logo, um jornal por ele dirigido tem A minha saída da direcção e do jornal Ter visto, por coincidência, o Venâncio serviços de inteligência se interrogam
de lentilhas, mesmo que servido em de ser, necessariamente, diferente, por abriu um novo ciclo, iniciado por uma Rodrigues e o Ampe Rogério descerem como é possível que alguns cidadãos
bandeja babada de cuspo que largam e muitos que sejam os pontos de vista nova administração e uma nova direc- no aeroporto do Sal e aí permanece- possuam uma cópia do jornal, antes
que lhes permite, hoje, reclamarem ser que comungamos sobre o papel dos ção. É assim a vida, que abre e fecha rem, praticamente sozinhos, à espera mesmo dele sair em Luanda?
a voz do dono. jornalistas e dos órgãos de comunica- ciclos à mesma velocidade da dinâmica do avião no dia seguinte para a Praia A adaptação do jornal aos novos con-
A minha condição de fundador e ex- ção social. Haverá lugar, sempre, para das sociedades ou mesmo das empre- (eu segui para Havana) apimentou teúdos de média, além das questões
director remetia-me ao papel de mero opiniões diferentes que nada têm a ver sas, entre outras. esse momento mágico que vivíamos, internas da impressão e distribuição,
ouvidor, preferindo o silêncio e reser- com dogmas ideológicos, como supor Durante os cinco anos deste projecto então, no Novo Jornal. será dos maiores desafios do Novo Jor-
vando-me, tal como agora, a reflexões que a figura de director-geral seja o inovador e vencedor (um pouco de Um jornal de referência, que marca o nal agora que entra no seu quinto ano
internas, só quebradas, circunstancial- “prolongamento da filosofia marxista- imodéstia faz bem ao ego) viveram- antes e o depois, por muito que isso de publicação, para se manter como a
mente, em rodas de amigos. leninista que entrou em contra-mão se vários sub-ciclos, um dos quais foi reanime úlceras em estômagos calci- referência do novo jornalismo que se
A longa amizade que me liga ao Gus- com o modelo de organização empre- particularmente interessante quando a nados pelo veneno da inveja e a dor de pratica em Angola!
tavo Costa, que nos conduziu a estar- sarial”. A figura do CEO é só das mais administração decidiu desacelerar nos cotovelo. Da parte que me toca, fica a grata ima-
mos juntos na linha de largada deste disputadas no mundo empresarial investimentos e o jornal viveu quase E um arrebatador de prémios, mesmo gem de ter sido o seu fundador!
projecto de imprensa, não significa moderno e sobre isso parece, sim, uma que em auto-gestão! e se esse não fosse o propósito quanto Parabéns!
unanimismos que, aliás, são visíveis bizarria quem dela não quer abrir mão, Parecia que, na época, tinham sido arregaçámos as mangas e fundámos
nas diferentes mais de 220 edições que mesmo quando douradamente aco- desenterrados o fervor, o magnetismo o jornal! São tantos que até se perde a * Primeiro Director do Novo Jornal
25 Janeiro 2013 09
!
!
inspirado
nas mãos de Ramos da Cruz
no “expresso”…
A todos quantos integram o Novo Jor- conhecimento daqueles que acom- de preconceitos A criação de um novo projecto jor- longínquos anos pós independên-
nal, por ocasião do seu 5. aniversário, panham a sua trajectória, os outros nalístico, neste caso de um novo se- cia, altura marcadamente revolucio-
>>P. 06
Crise na RDC
>> P. 10
Rebeldes do M23
De vários chefes de Estado entraram em Goma
apresento os mais sinceros parabéns e (há imagem do que tem acontecido Novo Jornal destapa folh
a de salários manário, é sempre um acontecimento naria.
votos de que continuem a pugnar por com muitos) ficarão pelo caminho, à 1.º CADERNO
Dossier ECONOMIA
>> P. 28
MUTAMBA
>>P. 25
relevante para uma cidade, para uma Creio mesmo que ela foi o primeiro
uma informação cada vez mais séria, procura de culpados para a sua frus- região, ou mesmo para um país. No pivot da televisão em Benguela. Fi-
Criminalidade Refriango
Aposta Ana G. Marques
feminina alta A dança contemporânea
>> P. 02 no Índico
>> P. 04
na temporada de 2012
isenta, responsável e credível, fazen- tração, incapacidade e falta de discer- nosso caso, surgiu primeiro o mujim- quei orgulhoso ao reencontra-la,
>> P. 06
do valer o princípio e o direito consti- nimento para distinguir “informação” bo de que novos projectos estariam a uma angolana, com responsabili-
tucional de livre acesso à informação, de “opinião”.
ser lançados, tendo em perspectiva dades de chefia numa holding de
contribuindo para a formação dos A abertura à Comunicação Social
os desafios futuros e a necessidade referência.
!
!
nossos compatriotas e para o reforço Privada trouxe consigo o mesmo fe- de alguns dos novos poderes econó- Se faço um olhar crítico, e importa
da democracia plural no nosso queri- nómeno que verificámos aquando JORNALISMO DE REFERÊNCIA.
Edição nº 252 - 16 de Novembro
micos internos e não só, procurarem referir que uma crítica pode ser po-
do País, que todos amamos e que to- da democratização das Federações demarcar espaços de opinião. sitiva ou negativa, verifico que ge-
de 2012
Director Gustavo Costa
Luanda 200 Kwanzas - Províncias
250 Kwanzas
dos queremos ver desenvolvido. Desportivas. Muitos, porque tinham Na verdade, nos últimos anos, gran- ralmente o Novo Jornal procura ter a
Guiné-Bissau
Aumenta pressão
sobre jornalistas
O “Novo Jornal” desde cedo mostrou alguns kuanzas excedentes, entende- des movimentações foram operadas opinião dos diferentes actores políti-
ser diferente de muitos, por muitas e ram “abocanhar” aquelas instituições. EUA
>>P. 24
no campo da comunicação social cos. Tem uma boa revisão dos textos.
diferentes razões. Desde logo porque Fizeram-no, mas foi passageiro. pública e privada. Foram efectuados Também procuram com regularidade
Excessos despromovem
comandante da Africom
alguns dos seus fundadores e profis- Hoje, a apetência para a criação de >>P. 31
investimentos milionários no sector ouvir o porta-voz da UNITA e este é
sionais ao seu serviço, são quadros da títulos, não para melhorar os níveis de Desencontrados
da comunicação social, toda ela. Na de opinião que o jornal tem sido fiel
Quem manda
Gala de beneficiência
Elton John e Grey Goose
unidos contra o VIH
Informação, com excelente formação informação, mas, em imensos casos, imprensa escrita desde 2008 surgi- na transcrição das suas declarações.
e longos anos de “tarimba”, sendo, para servirem de meio de protecção de no Kilamba?
O ministro ou o Presiden >>P. 28
ram pelo menos cinco novos títulos, Isto é bom pois a nossa praça vai de
te?
por isso mesmo, jornalistas de facto, outros interesses que nada têm a ver uma nova televisão e também novas mal a pior nos maus hábitos da cen-
Parqueamento na Baía
>> P. 06
Preços “pornográficos”
Xi Jinping geram abaixo-assinado
Corrupção na agenda do
com perspicácia, savoir-faire, experi- com o objecto social desses Órgãos, é do Partido Comunista da
novo timoneiro
China
>> P. 30 >>P. 13
rádios apareceram com o Estado a sura, de se efectuarem cortes lá onde
ência e amor à profissão, sem precon- visível a olho nú. 1.º CADERNO
Dossier
Aumentam os casos
ECONOMIA
Ensino MUTAMBA
Sérgio Piçarra
mediar esta competição de modo não convém. Também muito positi-
Academia BAI
ceitos e defensores acérrimos de uma Neste emaranhado de interesses, ainda não muito leal. vo o Dossier, procurando oferecer ao
de cancro da mama
vira universidade O desnorte da Banda
>> P. 02
>> P. 11
Desenhada em Angola
>> P. 06
informação cujo objectivo único seja vai havendo espaço para o reinado da Diria como que a brincar, que sur- leitor uma visão sob diferenciados
o de apresentar os factos, despidos de mediocridade, mesmo que de maneira giram duas novas televisões e que ângulos da temática escolhida.
maquilhagens com interesses ínvios ou efémera. Ou seja, ainda vai havendo
!
!
se fechou um dos canais estatais! Positiva a oferta de conteúdos eco-
com objectivos inconfessos como é co- espaço para uns quantos “achistas”, Aprovou-se muita legislação de nómicos oferecendo aos leitores e
mum ver-se em muito do que se produz como diria o João Melo, e outros quan- maneira a restringir a liberalização aos empresários informação diferen-
na nossa comunicação social. tos “fetichistas”, mascarados de Jorna- JORNALISMO DE REFERÊNCIA.
Edição nº 251 - 9 de Novembro
de 2012
Director Gustavo Costa
de algumas áreas de comunicação, ciada de âmbito económico. Falando
Esse esforço, perceptível a quem, listas, que tudo vêm, tudo sabem, tudo nomeadamente aquela radiofónica em matéria de capas, notou-se uma
Luanda 200 Kwanzas - Províncias
250 Kwanzas
Sonangol
como nós, lê o vosso semanário, en- adivinham, mas que em nada acertam. e televisiva. elevada presença das faces governa-
Venda de diesel à Siria
sob a lupa dos EUA
tusiasma-nos, enquanto partícipes do Não deve ser fácil para os defensores da Mas atenção, pois existem por ai tivas. A UNITA habitualmente tem as
processo de construção do edifício da linha editorial, manter o “Novo Jornal” China
>>P. 30
exemplos que podem fazer jurispru- honras do centro da primeira página
comunicação e faz-nos acreditar que longe dessa realidade. Mas, é por saber Eleições americanas
A rendição
da guarda dência e obrigar o governo a con- quando a notícia é negativa.
as insuficiências e deformações que dessa dificuldade, que admiro, cada O MUNDO ceder forçosamente alguns alvarás. É também comum o Novo Jornal sur-
vamos constatando são passíveis de vez mais, esse e alguns outros projectos Seria bastante interessante abrir de gir com inúmeros furos jornalísticos,
QUERIA >>P. 28
correcção e que quanto maior e me- que vão pugnando por uma informa- facto o sector da comunicação social especialmente direccionados a adivi-
OBAMA
Guiné-Bissau
Reforma deixa militares
lhor for a formação de todos quantos ção isenta, equidistante e balanceada a criatividade e competitividade do nhar as mexidas palacianas! Qual o
com um pé atrás
>> P. 26
se pretendem jornalistas, maiores e pelo contraditório, valorizando o facto Caso Quim Ribeiro contami
nado empresariado nacional. jornalista que deita fora a oportuni-
Ordem dos advogados põe
melhores serão os níveis de qualidade em detrimento da opinião de quem os 1.º CADERNO
Tonet na ordem
>> P. 12 >> P. 22
O Novo Jornal surgiu em força em dade de uma boa antecipação?
dos serviços que prestarão à socieda- deve relatar. 2008! Em força porque movimentou Olhando para os colaboradores, vejo-
Dossier ECONOMIA
HP Angola MUTAMBA
Os 37 anos
de Independência Tecnologia e Filipe Zau
grandes negócios O ensino
>> P. 02
de. Por isso mesmo, permitam-me que um conjunto de quadros de refe- os de peso, mas seria talvez muito
>> P. 06 e a educação
>> P. 06
Essa convicção advém do facto de lhes sugira (ao Novo Jornal e a todos rência consolidada e naturalmente, interessante compor mais o grupo.
constatar, diariamente, que existe, os títulos que apostaram na melhoria foi notícia! Surgiu no início formal- Juntar mais uma cores e tentar com-
em todas as áreas da Comunicação da qualidade do Jornalismo Angolano)
!
!
mente ligado a ESCOM, pertencente por um arco-íris, ganhando o jornal
Social, imensos quadros ávidos de um melhor e maior aproveitamento ao Grupo Espirito Santo. Estariam na abrangência das temáticas. Para
aprender e de fazer cada vez melhor o dos jovens que as nossas Universidades garantidas as necessárias condições fechar o olhar de retrospectiva críti-
seu trabalho de informar. e outras instituições vão formando, no para enfrentar com alguma tranqui- ca, mais uma constatação: com ex-
JORNALISMO DE REFERÊNCIA.
Edição nº 250 - 2 de Novembro
de 2012
Director Gustavo Costa
Luanda 200 Kwanzas - Províncias
250 Kwanzas
Sem complexos, é legítimo reconhecer domínio da Comunicação Social, ofere- Tarefa ciclópica
Tributo
«É Luanda» reaviva
André Mingas
lidade a fase subsequente ao seu cepção do correspondente de Malan-
que o vosso exemplo constitui o rumo cendo-lhes emprego, sempre que pos- do ministério
da Energia e Águas surgimento. ge, todos os outros encontram-se na
a seguir, não obstante sabermos que sível, e evitando que sejam inoculados >> Mutamba
O projecto jornalístico foi-se afir- faixa litoral urbana, o que certamen-
o percurso é longo e que temos de ser por vírus que os deformem à nascença. Moçambique
Dhlakama reabre
feridas na Gorongosa mando ao longo destes cinco anos te tem como consequência um maior
persistentes no sentido da valorização Estou convicto de que teremos o “Novo e posso mesmo dizer, que se distin- percentual de informação direccio-
da “classe jornalística” e do serviço Jornal” por muitos e muitos anos a Correr >>P. 24 guiu. Fiquei sempre com a impressão nada a esta linha que de algum modo
atrás do prejuízo
Furacão
que esta presta à sociedade. servir-nos de lupa para que vejamos Sandy lança o caos
na América
que o Expresso terá inspirado o mo- atira para segundo plano o interior
A Comunicação Social, no seu todo, melhor o florescimento do nosso País e >> Entrevista na página
08 delo, pela formatação dos cadernos do país.
vive do que a própria sociedade pro- possamos sentir o aroma da felicidade Literatura
>> P. 28
e alguma filosofia de conteúdos. Termino dando os Parabéns pelos 5
Dramaturgia de Mena Abran
duz. Naturalmente, como em qual- do nosso Povo. arrebata Prémio Nacional tes
da Cultura Guiné-Bissau
Governo expulsa
Interessante dizer que respondia anos, augurando longa existência,
quer outra área profissional, existem Bem hajam, todos os Responsáveis, então pela área da comunicação da pautando sempre pelo pluralismo,
delegado da RTP
>> P. 15 >> P. 25
1.º CADERNO
Dossier ECONOMIA
Empresas Públicas MUTAMBA
bons e maus jornalistas, o que facilita Jornalistas e Funcionários do “Novo ESCOM uma minha antiga colega de cada vez mais raro.
O dia
de finados Um raio-X para Jacques dos Santos
memória futura “Ler
>> P. 02
>> P. 05 é uma festa»
a destrinça entre uns e outros. Os bons Jornal”. turma na Escola Comercial e Indus- *Vice-Presidente do Grupo Parla-
>> P. 06
continuarão o seu rumo, fruto do re- * Secretário de Informação do MPLA trial de Benguela, Carolina Dala, nos mentar da UNITA
10 25 Janeiro 2013
Dossier
embrenhava em guerras no Afega- sein em 2003. ridos, a um grupo islâmico com base
nistão e Iraque, a 15 de Setembro de A caça ao líder da Al-Qaida, Osama no Paquistão.
2008, a falência do Lehman Brothers Bin Laden, autor dos atentados do
ISABEL COSTA BORDALO* fez eclodir a maior crise financeira e 11 de Setembro que mataram 2.996 POR QUE NO TE CALLAS?
económica mundial, que começou pessoas nos EUA, centrava-se nas Regressando a 2007, no Irão, o Pre-
a germinar um ano antes com a der- montanhas agrestes do Afeganistão sidente Mahamoud Ahmadinejad
cinco anos
rocada do mercado de empréstimos e, no vizinho Paquistão, a Adminis- anuncia, em Novembro, que o país
imobiliários de risco (o crédito do tração norte-americana, perdia um alcançara um marco no desenvolvi-
subprime). A crise desencadeou uma velho aliado, Pervez Musharraf, e mento do seu programa nuclear, ao
espiral de desemprego que se man- um importante pivot na luta contra o colocar em funcionamento três mil
tém até hoje. terrorismo, que pôs a nu os métodos centrifugadoras de enriquecimento
depois o
À crise financeira, juntou-se a mul- utilizados pela CIA. de urânio.
tiplicação de focos de instabilidade Contra ordens judiciais, o serviço de E, a 10 de Novembro, numa reunião
no Iraque, Paquistão (que se tornou, espionagem norte-americano admi- da 17ª Cúpula Ibero-Americana de
a par do Iémen, um celeiro do terro- te em 2007 ter destruído vídeos que Chefes de Estado e de Governo, em
rismo islâmico) e Afeganistão, numa documentam os interrogatórios a Santiago de Chile, o rei de Espanha,
que mudou
receita que conduziu a um momento suspeitos de terrorismo ligados à Al- Juan Carlos I, manda calar o Presi-
histórico: a 4 de Novembro de 2008, Qaida e um ex-agente revela o uso de dente da Venezuela, quando Hugo
os eleitores norte-americanos ele- técnicas de tortura durante as inqui- Chávez chama o então primeiro-mi-
gem, pela primeira vez, um negro rições. O Congresso americano pede nistro espanhol José Maria Aznar de
para a Presidência dos EUA, Barack explicações sobre o caso. O Presidente “fascista”. O “por que no ta callas?”
Obama. George W. Bush recusa-se a comentar correu mundo e abriu uma crise nas
no mundo?
2008 foi também o ano em que a a polémica, mas as técnicas usadas relações políticas, diplomáticas e
guerrilha das FARC (Forças Armadas pela CIA entram na ordem do dia. económicas entre a Venezuela e Es-
da Colômbia) sofreram um duro re- Após passar vários anos no exílio, a panha.
vés, quando o exército colombiano ex-primeira ministra Benazir Bhutto 2007 não foi, de resto, um bom ano
liberta a franco-colombiana Ingrid regressa ao Paquistão para dispu- para Hugo Chávez. O Presidente vene-
Betancourt, ex-candidata à presi- tar as eleições legislativas de 8 de zuelano assume, a 10 de Janeiro o seu
O 11 de Setembro 2008, ano de lançamento do dência daquele país sul-americano, Janeiro, mas, a 27 de Dezembro, é terceiro mandato, mas a sua proposta
Novo Jornal, marca um ponto de depois de passar seis anos em cativei- assassinada, durante uma acção de para a reforma constitucional – que
de 2001 tornou os viragem num mundo em convulsões, ro na selva. A operação liberta outros campanha. É o seu marido, Asif Ali lhe permitiria disputar a reeleição in-
desde que os atentados do 11 de Se- 14 reféns. Zardari, que assume o comando do definidamente – é derrotada num re-
primeiros anos do tembro de 2001 nos EUA mudaram Com poucos meses de vida, o Novo Partido do Povo do Paquistão, que ferendo popular. Em 2012, volta a ser
novo milénio na a concepção de segurança interna e Jornal testemunhou, em directo, as é eleito Presidente em Setembro de reeleito, mas a quarta operação a um
colocaram o terrorismo islâmico no mudanças no tabuleiro do xadrez 2008 e assume o cargo ocupado por cancro na zona pélvica impede-o de
década da ameaça do mapa. político, tornando-se parte activa na Musharraf. Os EUA perdem um aliado tomar posse a 10 de Janeiro de 2013.
terrorismo islâmico. George W. Bush prometeu um mundo difusão dos acontecimentos que mu- e influência no Paquistão, que se tor- A 28 de Outubro, Cristina Kirchner
mais seguro, quando a 29 de Janeiro daram o mundo. na num terreno fértil para os talibans torna-se a primeira Presidente da
Contra ele se fizeram de 2002 discursou sobre o Estado da e ao mesmo tempo num campo de Argentina, ao ser eleita com 45% dos
Nação, altura em que declarou guer- CAÇA AO HOMEM E ATENTADOS recrutamento da Al-Qaida. Os aten- votos à primeira volta, sucedendo ao
guerras, enquanto a ra ao terrorismo e traçou um eixo do Mas para perceber as mudanças ocor- tados sucedem-se e a instabilidade seu marido, Néstor Kirchner. Cristina
economia do mundo mal, composto pelo Irão, Iraque e ridas em 2008, é preciso recuar aos no Paquistão agudiza-se, irradiando terá como grande desafio o controlo
Coreia do Norte, países que tinham acontecimentos de 2007. No Iraque para os países vizinhos. da inflação e elege como prioridade a
entrava em colapso. programas nucleares. do pós-guerra, os atentados e mas- Em Novembro de 2008, uma série de conclusão dos julgamentos iniciados
Dois acontecimentos Mas Bush filho, não só não venceu sacres sucedem-se, aumentando a atentados em Mumbai, reivindicados no governo Kirchner contra integran-
a guerra contra o terrorismo, como contabilidade de civis mortos, bem por um grupo denominado «Mujahe- tes da última ditadura militar.
nucleares para tornou o mundo mais inseguro ao como de militares das forças interna- dines de Deccan”, espalham o terror 2007 também coloca Myanmar, anti-
fomentar a intolerância contra o cionais, em particular dos EUA, que pela capital financeira da Índia. Nova ga Birmânia, no mapa. Um protesto
perceber o que foram mundo muçulmano. Enquanto a se revelam incapazes de pacificar o Deli e Washington atribuem o ataque, contra o aumento nos preços dos
os últimos cinco anos administração norte-americana se país, após a queda de Saddam Hus- que fez 163 mortos e mais de 300 fe- combustíveis transforma-se na maior
25 Janeiro 2013 11
2008,
ano de lançamento do novo jornal, marca um ponto de viragem
num mundo em convulsões, desde que os atentados do 11 de
Setembro de 2001 nos EUA mudaram a concepção de segurança
interna e colocaram o terrorismo islâmico no mapa
manifestação pró-democracia no
país em 20 anos. No dia 24 de Setem-
bro, cerca de 5000 monges budistas Crise económica alastra à Europa e ameaça dólar
vão para as ruas protestar contra a
junta militar que governa há mais Um dos acontecimentos que abala- admite este laboratório de análise é para manter. Democrata, partido do governo. O
de quatro décadas naquela que ficou ram o mundo em 2007 foi o ataque europeu, ao colapso final da eco- Esta semana, o primeiro-ministro balanço dos mortos cifra-se em 77.
conhecida como a Revolução do Aça- na Universidade Técnica de Virginia nomia norte-americana e do dólar, britânico, David Cameron, anun- O governo e a população reagem,
frão. O governo reage e expõe, uma (nos EUA), o maior massacre a tiro provavelmente já em 2013. ciou a realização de um referendo abraçando os valores do multicul-
vez mais, a violência do regime. Pelo na história do país, que resultou na sobre a saída da União Europeia, se turalismo, que Breivik quis des-
menos, 31 pessoas morrem. morte de 33 pessoas. A discussão MORTE DO INIMIGO Nº 1 vencer as eleições de 2013. Notícia truir.
Um ano depois, é a Tailândia que sal- que se gerou na altura deu lastro A grande conquista do Presidente que irritou os restantes líderes po- Na Rússia, um duplo ataque sui-
ta para as primeiras páginas, quando ao debate desencadeado pelo mas- norte-americano foi a morte de líticos europeus, que acusaram Ca- cida perpetrado por mulheres no
a 2 de Dezembro, a Corte constitucio- sacre no liceu de Columbine, no Osama bin Laden, o inimigo núme- meron de jogar um jogo perigoso. metro de Moscovo, em hora de
nal ordena a dissolução do partido no Colorado, em 1999, onde morreram ro 1 da América, no dia 2 de Maio Em contraste com o cenário previs- ponto, faz 38 mortos e centenas de
poder, por corrupção, depois de oito 15 pessoas, mas não teve conse- de 2011, durante a Operação Lança to para os EUA, o LEAP sublinha no feridos. O ataque foi perpetrado
dias de manifestações contra o go- quências. de Neptuno, levada a cabo por um seu último relatório que o espaço por mulheres ligadas a grupos re-
verno, que levaram ao encerramento Se há realidade no mundo que não comando especial, em coordenação europeu e a sua moeda única, o beldes do norte do Cáucaso.
de dois aeroportos. Mais de 350 mil mudou, nestes últimos cinco anos, com a CIA, no refúgio onde o líder Euro, se revelarão como um espaço No Brasil, uma mulher sobe ao car-
passageiros ficaram bloqueados. foi esta. Os tiroteios nos EUA con- da Al-Qaida vivia, no Paquistão. O de segurança económica por se ter go de Presidente, depois de Lula
tinuaram a ocorrer e 2012 foi um cadáver de bin Laden foi lançada preparado melhor, com os distintos da Silva, nos seus dois mandatos,
FIDEL CEDE O PODER ano particularmente dramático, ao mar, para evitar que a sua cam- planos de austeridade, para o em- catapultar o país no panorama po-
Em França, a 6 de Maio de 2007, com um saldo de 48 mortos em três pa se transformasse num local de bate. lítico internacional. Dilma Rousseff
o candidato conservador Nicolas ataques, o último dos quais numa romaria, e as relações entre os dois A Primavera Árabe, em 2011, que herda uma economia pujante le-
Sarkozy, de 52 anos, é eleito Presi- escola primária de Newtown, onde países ficaram mais tensas por a eclodiu na Tunísia, após manifes- gada pelo Presidente que a revista
dente e promete reformar o gene- morreram 20 crianças e sete adul- operação ter sido realizada sem o tações populares, alastrou-se aos Times considerou uma das 100 pes-
roso sistema de benefícios sociais tos. conhecimento do Paquistão. países vizinhos do norte de África, soas mais influentes do mundo em
do país, desencadeando uma greve Só depois do massacre de Newtown, A América também estremeceu, em provocando a queda dos regimes 2010 e que chegou a ser considera-
geral no sistema de transportes. E, a 14 de Dezembro de 2012, é que 2010, quando o WikiLeaks divulgou da Tunísia, Egipto e Líbia, e es- do o “político mais bem-sucedido
a 25 de Novembro, a morte de dois o Presidente dos EUA encara com grandes quantidades de documen- tendeu-se ao médio oriente, onde do seu tempo”. E tem pela frente
adolescentes durante uma perse- determinação a guerra contra as tos confidenciais do governo dos confrontos entre o governo e for- dois grandes desafios: O Mundial
guição policial provoca uma onda armas e lança uma proposta para o EUA, com forte repercussão mun- ças rebeldes se mantêm na Síria. de Futebol de 2014 e os Jogos Olím-
de violência num subúrbio de Paris. controlo da venda de armas auto- dial. A organização, criada com o As redes sociais, como o Facebook picos de 2016, para os quais iniciou
Durante dois dias consecutivos, ata- máticas, dias antes da tomada de objectivo de divulgar na internet e o Twitter, sobressaíram como o processo de pacificação das fave-
ques deixam um rasto de dezenas posse do seu segundo mandato. documentos secretos, deu a noção protagonistas na Primavera Árabe. las, com o objectivo de desmantelar
de carros queimados e estabeleci- Barack Obama também pouco con- que o mundo tinha paredes de vi- Ao permitiram furar a censura e os os grupos de narcotráfico e tornar o
mentos destruídos. seguiu mudar na guerra contra o dro, mas depressa foi estrangulada bloqueios à liberdade de expres- Rio de Janeiro mais seguro para os
Na Irlanda do Norte, os principais fundamentalismo islâmico que pôs financeiramente e o seu líder, o são, ajudaram os manifestantes a milhões de visitantes esperados.
partidos católico e protestante che- o mundo ocidental e o muçulma- australiano Julian Assange, enfren- organizar-se e deixaram claro que Nestes últimos cinco anos, vários
gam a acordo para a divisão do po- no de costas voltadas, apesar do ta um processo judicial, por prática as paredes erguidas para suster a desastres naturais assolaram o pla-
der, pondo termo a três décadas de discurso conciliador do Cairo, pro- de crimes sexuais na Suécia, que informação, na era digital, deixa- neta. Num ano marcado por sismos
conflito do IRA (Exército de Liber- ferido um ano depois de ser eleito, o mantém refém na embaixada do ram de ser eficazes. Basta um tele- em vários países, 2010, um terra-
tação Irlandês), que fizeram, pelo durante uma visita ao Egipto, em Equador em Londres. móvel para abrir buracos. moto sacudiu o Haiti, provocando
menos, 3.500 mortos. 2009, uma das primeiras como Pre- A crise na zona Euro e a Primavera 230 mil mortos, 300 mil feridos e
Em Portugal, o desaparecimento de sidente dos EUA. Árabe foram os dois grandes acon- O POLÍTICO MAIS BEM SUCEDIDO três milhões de desalojados e, em
Madeleine McCain, de quatro anos, Obama não conseguiu grandes tecimentos dos últimos cinco anos. A Noruega, país pacifista, acorda 2011, um sismo seguido de tsuna-
de um complexo turístico na região avanços na pacificação do Iraque e A primeira pôs vários países euro- na manhã de 22 de Julho de 2011 mi, causa 13.333 mortos e 16 mil
do Algarve emociona o mundo. Os Afeganistão, assistiu ao recrudesci- peus à beira da bancarrota, como para o difícil drama do terrorismo desaparecidos no Japão. Danos
pais da menina inglesa chegam a mento da violência no Paquistão, a Grécia, Irlanda e Portugal, que ti- interno, quando Anders Breivik, na central nuclear de Fukushima
encontrar-se com o Papa Bento XVI não fechou a prisão de Guantána- veram de pedir ajuda externa, e ou- um militante da extrema-direita, colocam o Japão sobre ameaça de
em Roma, pouco antes de se torna- mo, como prometeu quando tomou tros, como Espanha e Itália, à beira faz detonar uma carrinha com um desastre nuclear e desencadeia
rem suspeitos. E os sistemas de aler- posse, e continua a lidar com um do resgate. O desemprego nestes explosivos no centro de Oslo e um debate mundial sobre a energia
ta para o desaparecimento de meno- país ainda não restabelecido da países acelerou e a discussão sobre ruma à ilha de Utoya, onde decor- nuclear.
res são revistos em todo o mundo. crise financeira de 2008, havendo o Euro ainda não acabou, apesar das ria um acampamento de verão do As alterações climáticas são alvo de
Em Fevereiro de 2008, Fidel Castro, quem prognostique que o dólar vai garantias de que a moeda europeia movimento da Juventude Social- atenção em todo o mundo, mas a
já doente, resigna e cede o poder colapsar em breve. conferência da ONU em Copenhaga
ao irmão Raúl, abrindo caminho a No último relatório do LEAP (La- para a aprovação de um plano de
mudanças constitucionais que, nos boratório Europeu de Antecipação defesa do planeta para substituir o
anos seguintes, começam a ser im- Política), este “think tank” prevê Protocolo de Quioto revela-se um
plementadas em Cuba. Apesar da re- sérias dificuldades para a economia fiasco. Os mais de 15 mil delega-
signação, George W. Bush não retira norte-americana e sugere mesmo dos, incluindo chefes de Governo
as sanções impostas a Cuba. como provável o colapso do dólar, de 191 países não se entendem e as
A China é alvo de dois grandes acon- devido à incapacidade do país em decisões fundamentais, como um
tecimentos em 2008. Em Maio, a pagar a dívida e de os seus credores compromisso sobre a redução das
província de Sichuan é devastada se irem confrontar com a inevita- emissões de gases de efeito de estu-
por um terramoto, de 7,8 graus na bilidade de terem de deixar cair a fa, são relegadas para a conferência
escala de Ritcher, que provoca 80 moeda americana. do Rio de Janeiro, em 2012, e, no
mil mortos. Mas fecha o ano em O LEAP sublinha como irreal a apos- Rio+20, são novamente adiadas.
grandeza, ao organizador em Agos- ta dos EUA em pensar que o resto No termo de 2012, a Palestina al-
to, com grande pompa, os Jogos do mundo estará sempre disponível cança uma importante vitória ao
Olímpicos de Pequim, que tornaram para “manter a respiração artifi- ver aprovado o estatuto de observa-
o norte-americano Michael Phelps cial” à sua economia e admite que dor das Nações Unidas, equivalente
num fenómeno ao conquistar oito essa condição está a chegar ao fim, a um reconhecimento indirecto do
medalhas de ouro, vencendo todas nomeadamente, com o fracasso da Estado Palestiniano por parte da
as provas que disputou. sua estratégia para descredibilizar comunidade internacional.
*editora de sociedade as outras moedas, o que conduzirá, I.C.B.
12 25 Janeiro 2013
Dossier
Graça Campos*
“Antes” e “depois”
Lembro-me bem: com os convida-
dos atentos a Victor Silva, que apre-
sentava o novo título jornalístico,
um outro Victor, o Aleixo, que esta-
va sentado umas três ou quatro filas
adiante, virou-se para mim e falou
alto o suficiente para que outras pes-
(...) É ao Novo
soas ouvissem: “ ó Graça estás lixado. Jornal a quem
O reinado do Semanário chegou ao
fim!”. o Semanário
Como a generalidade dos presentes,
suponho, o V. Aleixo ficou impressio-
Angolense deve
nado com o Novo Jornal. algumas das
Um jornal totalmente colorido e com
um grafismo irrepreensível não é coi- mais importantes
sa a que os nossos olhos já se tives-
sem acostumado em Angola. decisões que tomou
Como o V. Aleixo, um experimenta-
do homem de imprensa, eu também
decifrei uma outra mensagem “im-
pregnada” no exemplar que tinha em
mãos: a força financeira do Novo Jor-
nal. Em Janeiro de 2007 não estava
ao alcance de qualquer um Imprimir
um jornal de três cadernos a côres na As semanas seguintes provariam
Lito Tipo. que não alterar nada foi uma decisão
Naquele fim de tarde marcaram muito feliz. O Semanário Angolense
presença no Chê, a antiga casa de continuava tranquilamente na lide-
trânsito da Endiama que o “Lucas” rança dos jornais de fim de semana,
transformou num dos espaços mais sem nenhum concorrente por perto a
solicitados e onde se fazia a apre- pressionar-lhe os calcanhares.
sentação do novo título, todas as Embora nunca lhe tivesse feito qual-
pessoas que “contam” em Luanda: quer sombra ou o tomasse como um
empresários bem sucedidos, ban- modelo a imitar às cegas, é ao Novo
queiros e bancários, gestores de Jornal a quem o Semanário Ango-
grandes empresas. Enfim, estava lá lense deve algumas das mais impor-
toda essa gente que decide quando e tantes decisões que tomou. Alterar o
onde pôr a publicidade que sustenta formato, o grafismo, o tipo de papel
os jornais. em que era impresso e outros esforços
Por isso, aquela observação do V de modernização foram claramente
Aleixo soava aos meus ouvidos como inspirados pelo NJ.
uma advertência, mas também a Até Maio de 2010, altura em que o Se-
certeza de que com o surgimento do manário Angolense mudou de mãos,
Novo Jornal começariam dias difíceis não se tinha concretizado a “premoni-
para a concorrência, sobretudo para ção” do Victor Aleixo. Até ali o jornal
o Semanário Angolense, que até ali esteve permanentemente à frente dos
reinava soberano. seus concorrentes, fidelizando milha-
Depois de meia taça de vinho, que res de leitores semanas após semanas.
emborquei a muito custo, sai sorra- Mas o SA foi buscar ao Novo Jornal
teiramente do Chê. inputs que lhe tornaram mais fácil a
Durante a noite reflecti imenso e no vida. Separar a notícia da opinião é
do seguinte, às 8h30, já estava reu- outro terreno em que o exemplo do NJ
nido com o Severino e o Candembo inspirou o SA e outros jornais. Semana
para, juntos, ajustarmos o Semaná- após semana era encorajador consta-
rio Angolense à nova realidade. O tar, nas colunas do NJ, que o jornal
encontro durou pouco mais de 10 não se furtava a dar a opinião. Mas ela
minutos mas no final concluímos que estava circunscrita ao editorial.
não havia que subtrair ou adicionar Por isso, não é favor nenhum registar
uma vírgula que fosse ao “Código ge- aqui que o surgimento do Novo Jornal
nético” do jornal. marcou um “antes” e um “depois” na
O SA continuaria ousado, perspicaz e, imprensa angolana.
sobretudo, sem medo nenhum de in- * Primeiro director do “Semanário
comodar ou perturbar os poderosos. Angolense”
25 Janeiro 2013 13
nal e para o A Capital, como parceiros Se pretende fazer mu- DETERM Mutamba. Foram dias cheios, in- de ser tratado como independen-
Victor Silva - Dir
ector Adj
unto Gus
tavo Cos
ta - Edição
INAÇÃO nº 214 -
GRECIA
24 de Fev
estoirou
Kwanzas
a própria estrutura editorial do Novo desta iniciativa edi- ta, de revisão de textos, de muita viu dois dos seus redactores con-
!
Justiça
portugu
Jornal é determinante para que as torial deveria come- Álvaro So
ilibado brinho
esa
pressão (em especial nas noites quistarem o prestigiado Prémio
coisas assim sejam. É um semanário çar por aí, mudan- de fecho – às quintas-feiras). CNN Multichoice de Jornalismo
generalista, mas dá enfoque à cober- do o seu layout, E eu ali, sentado não só ao lado, Africano, na categoria de notícias
tura de assuntos de natureza política modernizando-o e mas do lado do novo jornalismo gerais em língua portuguesa. Um
e económica. nivelando-o a ou- angolano. Não foi tarefa fácil. (pequeníssimo) pedaço do cami-
>> P. 23
Mateus
Pelé
Zangad
É, nesta segunda particularidade, tras publicações o chora.
..
Para um viciado em jornalismo de nho está cumprido, com dificul-
que acho uma das maiores virtudes nacionais que >> P. 23 agência noticiosa – esse jornalis- dades passadas e presentes.
deste grande parceiro que é o Novo hoje oferecem GUINÉ-EQ
UATORIA
L
mo que muitos vêem com pouca Mas com a certeza de que o futu-
Jornal. O seu caderno de economia uma aparência Um >> P. 06
alma. Despido de emoções. Mas ro vai ser longo, com rumo certo
é deveras bem concebido. Engloba, mais arejada vulcão Kilamba
às escu
Sem água
vergado ao rigor dos factos. E foi e muito trabalho. O prestígio só
adorme
ras
nas suas diversas edições, informa- e mais convi- esse o caminho seguido e aceite. agora começou. Mas o jornalis-
ção variada sobre a vida económica dativa para
cido MANUEL
Enviados
ANTÓNI
Oe
especia AMPE ROGÉRI
is O Ajudar a conhecer e a aplicar as mo de referência em Angola tem
nacional, mas também, vez ou outra, a leitura. O Pacote eleitora
1.º CADE
RNO
regras do jornalismo, puro e duro um modelo a seguir. Longa vida,
Oposiçã l >> P. 02
traz análises pertinentes muito ao tratamento nas tarefas de todos os dias. Novo Jornal.
o
boicote prepara ECONOM
IA >> P. 11
>> P. 08 EUA
Transpar
estilo de António Freitas, jornalista confer ido Carnaval
ên
cerca pe cia
>> P.08
trolíferas
MUTAMB
A Rigor, isenção, pluralismo, in- * Membro de equipa de forma-
Troféu
económico que se ocupou, nos pri- à fotografia também dobrado
>> P. 10
dependência na abordagem dos dores oriunda de Portugal
14 25 Janeiro 2013
Política
Higino Carneiro “arrasta” UNITA prepara
reestruturação
Executivo para o Kuando-Kubango A UNITA prometeu criar condições
para o alcance da paz para todos e
aprovou os dois tipos de estratégias
Depois da Comissão Permanen- O programa de 2011 previa a re- e medidas de política, anunciou esta
te do Conselho de Ministros ter dução do índice de pobreza, o semana o seu líder Isaías Samakuva.
reunido em 2011, com a presença aumento da assistência médica e Samakuva, que discursava na ceri-
do Presidente da República, José medicamentosa e o incremento da mónia de tomada de posse dos no-
Eduardo dos Santos, para a imple- taxa de frequência escolar, através vos responáveis da sua organização,
mentação do Programa Integrado da construção de 121 novas esco- esclareceu que as primeiras medidas
para o Desenvolvimento Rural e de las com capacidade para cerca de visam obrigar o executivo a respeitar
Combate à Pobreza, a província do 500 alunos. o angolano, a cumprir a lei e honrar
Kuando-Kubango acaba de rece- Previa ainda o assentamento de os compromissos.
ber outra vez uma presença consi- 150 mil pessoas, de entre as quais “As segundas visam reestruturar a
derável de membros do Executivo, ex-militares, nos municípios de UNITA para ela continuar a mere-
que apresentaram o plano de de- Mavinga e do Rivungo, e o apoio às cer a confiança dos cidadãos, como
senvolvimento estratégico para a actividades de natureza produtiva defensora intransigente das aspira-
província no período 2013/2017. para a criação de emprego. ções e interesses dos angolanos, em
Em 2011, o Programa Integrado Pela constatação de Higino Carnei- particular dos mais desfavorecidos”,
para o Desenvolvimento Rural e ro durante uma visita ao interior ajuntou.
Combate à Pobreza contemplava da província, segundo uma fonte O líder do principal partido da oposi-
acções e projectos concretos em do executivo local, ainda há muito ção destaca, entre as medidas apro-
todos os municípios, nos domínios trabalho para fazer. vadas, as acções para acabar com a
da saúde, da educação, do sanea- Recentemente, Higino Carneiro pobreza e a exclusão social e o con-
mento básico, do abastecimento reconheceu, em Menongue, ser trolo da Comunicação Social Pública,
de energia e água às populações, difícil construir naquela provín- pelo Partido –Estado.
da construção de diversas infraes- cia, devido à ausência de vias de “A iniciativa legislativa para a consa-
truturas, vias de acesso e comuni- comunicação, principalmente, nos gração do quadro jurídico institucio-
cações, bem como da agropecuária municípios do interior, facto que, nal da organização e funcionamento
e do comércio rural. em parte, provoca atrasos na con- do poder local. As medidas para se
Na quarta-feira, o plano apre- clusão de algumas obras. terminar com o vício das fraudes
sentado pelo governador Higino “Viemos à província com uma eleitorais em Angola e aquelas que
Carneiro destacou a agricultura equipa bastante representativa do visam forçar o Estado a cumprir as
empresarial, vias de comunicação, Executivo e recolhemos a opinião suas obrigações relativas aos desmo-
desminagem, turismo e explora- de cada um dos integrantes da de- bilizados”, referiu.
ção de recursos minerais como as legação ministerial, no sentido de No Plano interno, Samakuva desta-
prioridades da região. melhorar os aspectos que se mos- cou a necessidade de reestruturar o
Nomeado na última remodelação traram necessários, de modo que partido de forma a corresponder às
governamental, Higino Carneiro se alinhem o mais possível com o exigências do momento.
acabou de visitar todos os municí- plano nacional”, disse o ministro “O momento exige que o nosso Parti-
pios que encontram sérios proble- do Planeamento, Job Graça Graça do se organize de modo a que aqueles
mas em vários domínios. que chefiou a delegação. extractos da sociedade que, devido à
propaganda enganosa e exclusivista
do MPLA, ainda têm receios da UNI-
Nas próximas jornadas parlamentares TA sintam que ela é hoje o estuário
de todas as forças que lutam verda-
Kabangu
elementos que não cumprem as di- o tribunal faça cumprir as suas duas verdadeira democracia. Os nossos
rectrizes do partido autorizado pelo decisões (acórdãos 109 e 110), por- jovens, os nossos militantes, as nos-
Tribunal. Esta prática tem estado a que foi o tribunal que determinou, sas mamãs, uma vez conhecido que
alimentar, a encorajar a disparidade com base nos estatutos do partido são militantes da FNLA, já não têm a
A polícia nacional dispersou os Bernardo devem faze-lo de forma no partido”, acautelou Fernando Ca- e nos resultados do congresso de possibilidade de serem professores,
apoiantes da FNLA de Lucas Ben- pacífica ou seja negociar com a di- culo Manuel. 2004, que o irmão Kabangu não era enfermeiros, enfim”, lamentou.
ghy Ngonda, quando estes preten- recção verdadeira e não com intru- Segundo aquele político, os órgãos a pessoa ideal para dirigir o partido”, Isaías Soares, em Malanje
diam ocupar, nas primeiras horas sos que defendem interesses incon-
quinta-feira 24, as instalações des- fessos”, disse a fonte.
te partido, situada na rua Samuel Com mais esta crise provocada pe-
Bernardo às Ingombotas, distrito
urbano de Luanda.
Segundo um dos militantes, que
los apoiantes de Lucas Ngonda, a
reconciliação na FNLA fica cada vez
mais distante.
CASA-CE no Kwanza Norte
denuncia perseguições
não quis ser identificado disse que, Ngola Kabango que também se con-
“quando eram precisamente 8h00 sidera líder deste partido histórico,
da manhã desta quinta-feira 24, no ano transacto chegou a reconhe-
mais de dez homens apareceram cer, que, está a revitalizar a FNLA e, O secretário executivo da Con- As conversas de ameaças e promes- sendo os financiadores dos grupos
aqui e nos mandaram sair das insta- “vou trabalhar com todos para nos vergência Ampla de Salvação de sas foram gravadas em vários tele- de delinquentes locais, assim como
lações para trocarem os cadeados, reafirmarmos como um partido ac- Angola – Coligação Eleitoral (CASA- móveis dos partidários da CASA-CE, os mentores junto da população
só que nós não aceitamos. Fomos tuante na vida política de Angola. CE), na província do Kwanza-Norte, que constituiu uma comissão que para a destruição de bens públicos.
aos arames com eles e, outros liga- Questionado na altura sobre a for- António Francisco Hebo, denunciou se deslocará, nos próximos dias, ao “Quais são as percentagens que as
ram para a polícia nacional”. ma como vai revitalizar a FNLA, recentemente, na cidade de Ndala- município citado para exigir trans- empresas que exploram a madeira
Ainda a fonte, reconheceu que ti- disse que “terá que haver um novo tando que, apesar de um crescimen- parência por parte do director de e a areia no Kwanza-Norte deixam
veram a pronta intervenção dos ho- congresso”. to massivo da organização, os seus um estabelecimento de ensino, cujo para a província?”, questionou Je-
mens da farda azul que dispersaram Afirmando que “ainda não digo militantes estão a ser perseguidos. nome omitiu, e do chefe de Reparti- sus Mbote Cassua Duas Horas, re-
os “insurgentes”, “infelizmente não nada sobre uma eventual candi- O responsável, que acusa militantes ção Municipal de Educação. presentante no CPACS. As questões,
fizeram nenhuma detenção, para datura à presidência do partido, e dirigentes do partido no poder, As escutas serão igualmente repro- que não foram respondidas, causa-
nós deveria ser detido um deles e sublinhou que o último congresso exemplificou, dizendo que os dis- duzidas e encaminhadas ao grupo ram um mal-entendido ao chefe do
responder em tribunal por criarem foi em 2011 e, estatutariamente, centes e docentes são as principais parlamentar da respectiva coligação executivo local, notou.
arruaças”, disse. há congressos de quatro em quatro vítimas, incluindo os candidatos aos eleitoral para discussão no corres- O assunto preocupa o mais recente
“Os insurgentes apareceram aqui anos”. concursos públicos do ano transacto pondente nível, prometeu o diri- partido político no país pelo facto
com a orientação do irmão Lucas A respeito do actual presidente da nos sectores da saúde e educação. gente político. de os habitantes dos municípios de
Ngonda, que não sabe o que fazer. FNLA, Lucas Ngonda, que o subs- No município de Samba-Cajú, in- António Hebo referiu, por outro Bonlongongo e Quiculungo conti-
Mas um homem que quer reunificar tituiu por decisão judicial, Ngola dicou o responsável, “o primeiro lado, que já foram acusados, numa nuarem a “ser enterrados em cai-
o partido parte em confusão? Assim Kabango descreveu-o como “um secretário municipal da JMPLA fez reunião do Conselho Provincial de xões de bordões”.
não vai a lado nenhum. Se querem a homem sem palavra”. reprovar todos os seus alunos” filia- Auscultação e Concertação Social Isaías Soares,
sede que se encontra na rua Samuel Domingos Cazuza dos na CASA-CE. (CPACS) do Kwanza-Norte, como em Ndalatando
AF-Lusiada-meiapagina-2013.pdf 1 1/15/13 8:36 PM
18 25 Janeiro 2013
Sociedade
Em Tóquio
Bairro do Grafanil
Jovem morre baleada em frente de casa
Uma jovem, de 20 anos, morreu na Hilux branca, desceu quando viu que mas está fora do perigo.
tarde de segunda-feira, dia 21, após os rapazes estavam a cobrar dinheiro Já a sua sobrinha não teve tanta sor-
ser baleada na barriga, em frente de para deixá-los passar, foi até à sua te. A bala entrou pela barriga, atra-
sua casa, no bairro do Grafanil, rua do viatura, tirou uma arma, fez dispa- vessou o corpo e saiu pelas costas.
Colho. Um colega também foi balea- ros à queima-roupa, pelo menos seis “Ela foi socorrida, mas não resistiu
do, mas sobreviveu aos ferimentos. vezes, contra os jovens que faziam aos ferimentos e morreu no momento
A jovem, que se chamava Katiana cobranças e meteu-se em fuga, dei- em que chegou ao pronto-socorro da
Camoço Pinto e era conhecida por xando a minha filha e o seu colega cidade”, lamentou.
(Beba), foi morta cerca das 12h00, de escola baleados”, relatou o pai de Até à manhã de terça-feira, dia 22,
segundo o pai, Francisco Pinto, Katiana Pinto. ninguém foi preso. No entanto, o
quando um grupo de jovens, não Segundo Eduardo Camoço, tio da jo- comandante de divisão da Polícia de
identificados, faziam cobranças aos vem, a sua sobrinha, minutos antes Viana, de forma arrogante, recusou-
automobilistas que circulavam pela de morrer, estava à porta da sua re- se a prestar esclarecimentos, encami-
rua do Colho, em Viana. sidência a conversar com um colega nhando o Novo Jornal para o Coman-
“Um dos automobilistas, que circula- de escola, conhecido por Decas, e que do Provincial de Luanda.
va com uma viatura de marca Toyota também levou um tiro na barriga, Gaspar Faustino
25 Janeiro 2013 19
Jornal Continente
Paralisação coloca sócios de “costa viradas”
Os trabalhadores do semaná-
rio Continente decretaram, nesta Hospital do Prenda
quarta-feira, dia 23, a paralisação
dos serviços no jornal, sem um prazo
determinado para o seu termo. Funcionários
reclamam falta
Em causa está a violação por parte da
entidade patronal do caderno reivin-
dicativo, apresentado no dia 30 do
de subsídios
pretérito mês, onde estão identifica-
das as principais reivindicações dos
trabalhadores.
Para além da falta de pagamento de
salários há cinco meses, os funcioná-
rios não usufruíram dos subsídios de
há quatro meses
Natal, de férias e do décimo terceiro.
Entre os principais pontos do cader- os funcionários do hospital e terapêutica (análises clínicas
no reivindicativo, constam ainda a do prenda, entre médicos, enfer- e raio x) e as horas acrescidas
entrega dos cabazes, o respeito pela meiros e técnicos de diagnóstico dos bancos de urgência para os
honra e dignidade e a cessação ime- e terapêutica, reclamam por falta médicos causaram um nível de
diata das ameaças constantes aos de pagamento das horas acresci- absentismo muito elevado.
trabalhadores, bem como os despe- das aos bancos de urgência e dos “se vierem às 9h00 não encon-
dimentos anárquicos. subsídios nocturnos e de turno, tram nenhum médico. estamos
Depois da comissão de trabalhadores desde setembro do ano passado. a faltar, porque, por exemplo, se
ter fornecido o caderno reivindica- respeito e consideração, como serem de influenciar soluções de conflito segundo informações dos tra- eu tiver que observar quatro pa-
tivo à direcção do jornal, a adminis- sócios naturais”, sustentou igual- laboral. balhadores, que preferem não cientes numa hora, quando não
tração terá respondido com apenas mente o membro da comissão reivin- De acordo com a mesma fonte, há se identificar, este mês, o mi- somos pagos, atendemos me-
cinco pontos, comprometendo-se a dicativa. uma série de anomalias que se cons- nistério das finanças orientou nos, porque estou lá de corpo,
liquidar os respectivos ordenados, O número dois, do artigo 51, da tata neste processo, por isso, os tra- que, na rubrica das despesas mas a mente não, por não estar
num prazo de 15 dias, a contar desde Constituição da República, proíbe o balhadores pensam endereçar uma correntes do hospital (água luz motivado. sabe-se que a classe
o dia 7, prazo que terminou no dia 22 empregador de provocar a paralisa- carta ao Ministério da Comunicação e a manutenção), se deveria técnica executa e a médica pres-
de Janeiro. ção total ou parcial da empresa, bem Social, Ministério da Administração retirar o adicional para motivar creve. quando não há motivação,
Os sócios encontram-se de costas vi- como a interdição do acesso aos lo- Pública, Emprego e Segurança Social os funcionários, mas o hospital é grave, há um grande esforço”,
radas devido ao destino incerto que cais de trabalho pelos trabalhadores e à Procuradoria Geral da República. não respeitou esta orientação. afirmou um médico.
se deu ao valor da venda de 20% das ou situações similares, como meio FERNANDO GUELENGUE “ao não respeitar esta directi- os trabalhadores invocam o
acções a um sócio ainda não identi- va, pensamos que o hospital cumprimento da lei, alegando
ficado. incorreu em erro. devia cumprir que, se é uma directiva, do pon-
Entrevista
JOSÉ PEDRO CASTANHEIRA, jornalista do semanário Expresso
Opinião
ACADEMIA Rota Meridional
JOÃO DEMBA Jonuel Gonçalves
África
Intervenção francesa no Mali
África
Guiné-Bissau mulheres
reivindicam
união africana pode desbloquear participação
qualitativa
governo de consenso
Em alguns meios políticos gui-
neenses existem fortes expectativas
de que a próxima cimeira da União
Africana em Addis-Abeba, na última
semana deste mês, poderá ser deci-
siva para o rumo da transição políti-
ca no país, pelo facto desta reunião
incluir na sua agenda o exame do
relatório da missão de avaliação da
situação política e de segurança, que
trouxe cerca de uma dúzia de altos
funcionários de cinco organizações
internacionais à Guiné-Bissau em As organizações empenhadas
meados de Dezembro último. na promoção da mulher na Gui-
Em Bissau, espera-se que a organiza- né-Bissau querem aproveitar a
ção continental adopte recomenda- revisão constitucional, prevista
ções claras, designadamente no que neste período de transição, para
respeita aos passos seguintes a dar fazerem aprovar no Parlamento
para o restabelecimento da ordem medidas conducentes a maior
legal e da estabilização durável, uma participação feminina na políti-
vez que a comunidade internacional ca. Pretendem nomeadamente
já possui uma posição mais harmo- a introdução de cota feminina
nizada sobre a sua intervenção no obrigatória nas listas dos par-
território. afirmou um dirigente local, “sem o tidos e personalidades quase todos sível garantir, nem eleições transpa- tidos concorrentes às futuras
Nesta ordem de ideias, aguarda-se pacto o país pára e todos perdem”, sem representação parlamentar, que rentes e pacíficas, nem uma justiça eleições.
que a UA se pronuncie formalmen- enquanto um político é de opinião se colaram aos militares golpistas e isenta. Nos debates realizados estes
te sobre o tão propalado Governo de que “ninguém está interessado em ocupam os principais cargos neste Embora a contribuição dos parceiros dias pelas associações e Ongs fe-
consenso, que inclua as forças políti- prolongar o isolamento do país e a regime de transição, que arriscam-se externos seja incontornável na bus- mininas nos media audiovisuais,
cas contrárias ao golpe de Estado de sua estagnação”. a perder, na eventualidade da consti- ca de solução para a crise, no entanto na perspectiva da celebração do
12 Abril de 2012, nomeadamente o Contudo, existe uma clara indefi- tuição de um novo Executivo. é aos actores políticos nacionais que Dia da Mulher Guineense, em 30
ex-partido governamental, o PAIGC. nição, para não dizer ambiguidade, Outra matéria que a conferência dos compete a última palavra. Assim, de Janeiro, a reivindicação mais
Na semana passada, este partido ru- sobre quem toma a iniciativa, bem chefes de Estado e de Governo da UA tanto a formação do Governo in- recorrente é a favor da tomada
bricou o Pacto e o Acordo Político de como sobre as modalidades e prazos poderá ajudar a agilizar é a questão clusivo, como a articulação entre a em consideração da questão do
Transição, documentos que regem de implementação desta medida. O de saber se a reforma do sector da reforma do sector da Defesa e Segu- gênero nas reformas políticas
este período de excepção, embora sob Presidente de transição, Serifo Nha- Defesa e Segurança (ler artigo nes- rança e as eleições gerais, deverão que irão anteceder as próximas
a reserva de sua posterior revisão. madjo, um dissidente do PAIGC que ta página) deve ser retomada antes ter uma resposta definitiva na pró- eleições gerais, ainda sem data.
A adesão do PAIGC ao pacto foi en- se juntou ao golpe, é favorável a este ou depois das próximas eleições. A xima sessão da Assembleia Nacio- Activistas femininas estão actu-
carada como uma evolução positi- cenário, mas é refém dos militares, maioria dos guineenses é favorável nal Popular, o Parlamento, prevista almente em concertação para
va, capaz de gerar os compromissos pelo que descartou qualquer decisão à realização desta reforma antes das para Fevereiro, em data ainda por ultimar um documento com
internos necessários aos entendi- sua neste assunto e remeteu os inte- consultas eleitorais, por considerar determinar. propostas neste sentido que
mento entre o poder de transição e ressados para o Fórum dos Partidos que sem umas Forças Armadas sub- Fernando Lopes Pereira, pretendem ver introduzidas na
os seus opositores. Porque, como Políticos, um conglomerado de par- metidas ao poder político, não é pos- correspondente em Bissau Constituição, em particular na
legislação eleitoral e na lei dos
partidos políticos. Odete Seme-
CEDEAO ACELERA do, uma conhecida intelectu-
al guineense, considera que o
Argélia
Havia canadianos entre os sequestradores
Abdelmalek Sellal, primeiro- 790 funcionários a trabalhar no lo-
ministro da Argélia, confirmou a cal, dos quais 134 eram estrangei-
morte de 37 reféns estrangeiros, ros de 26 nacionalidades. O cam-
nove argelinos e de 29 militantes is- po de gás natural de In Amenas
lamistas como resultado do seques- é explorado em regime de joint-
tro do campo de gás natural de In venture pela argelina Sonartach, a
Amenas. Algumas das vítimas ainda petrolífera britânica BP e a Statoil
estão por identificar. Segundo o da Noruega.
governante, “Havia um canadiano Segundo o chefe do governo arge-
entre os militantes. Era ele quem lino sete reféns japoneses foram
coordenava o ataque”. mortos e três ainda estão desapa-
Uma fonte da área de segurança recidos. Os rebeldes, que terão en-
argelina disse aos meios de comu- trado no país a partir do Norte do
nicação que, durante a ofensiva do Mali, eram originários da Tunísia,
exército argelino, foram encontra- Egipto, Mali, Mauritânia e Niger,
dos documentos nos corpos de dois além de se encontrarem entre eles,
militantes islamitas que os identifi- alguns argelinos.
cavam como sendo cidadãos cana- O ataque foi reivindicado pelo fa-
dianos. moso jihadista argelino, Mokhtar
Na operação militar que levou o Belmokhtar, um senhor da guerra
Governo argelino a recuperar a au- do Sara que consegue escapar as au-
toridade sobre o complexo, foram toridades internacionais há mais de
detidos três terroristas e salvo 25 30 anos e um dos fundadores da Al-
reféns. Sete funcionários interna- dade de explosivos e armamento foi essa razão, objectivo dos rebeldes mortos com uma bala na cabeça”, Qaida do Magreb Islâmico (AQMI),
cionais continuam oficialmente encontrada e segundo Sellal, a ofen- era fazer explodir as instalações. disse o primeiro-ministro, acres- que deixou o movimento em outu-
desaparecidos. Uma grande quanti- siva militar tornou-se inevitável por “Numerosos estrangeiros foram centando ainda que no total eram bro para lançar o seu próprio grupo.
Mundo
El País suspende Para se defenderem
de tentativas
edição impressa
de violação
Partido
com imagem de extrema-
direita indiano
falsa de Chávez distribui facas
às mulheres
O jornal espanhol «El País» foto sublinhava que o «El País»
suspendeu ontem a distribuição não tinha conseguido verificar
da edição impressa, na qual tinha de forma independente as cir-
publicado uma imagem exclusiva, cunstâncias, o local e a data em
mas falsa, do Presidente da Vene- que a foto tinha sido feita”, su-
zuela, Hugo Chávez, hospitalizado blinhou.
há cerca de mês e meio em Cuba. A imagem de um homem, entu-
O «El País» explicou o erro no bado numa cama de hospital,
sítio do jornal, numa nota pu- permaneceu no sítio do diário
blicada às 06h37 (mesma hora durante cerca de 30 minutos. A
em Luanda), ou seja, depois da direcção do «El País» acrescen-
distribuição da primeira edição tou que a imagem foi fornecida
impressa do diário. pela agência noticiosa espanhola Um partido de extrema-direita in-
“Depois de ter constatado que a Gtres Online, identificada como diano começou a distribuir milhares
imagem fornecida não era a de sendo de Chávez. de facas às mulheres de um estado
Hugo Chávez, o «El País» sus- Hugo Chávez está hospitalizado no oeste do país, para as ajudar a
pendeu a distribuição do jornal há sete semanas em Cuba, onde foi defenderem-se em caso de agres-
e procedeu à expedição de uma operado devido ao reaparecimen- De acordo com a conta na rede Bouture. são, depois da a morte de uma es-
nova edição para os pontos de to de um cancro na zona pélvica. social Twitter do ministro da In- “Devido a este incidente, a edição tudante violada por seis homens em
venda”, de acordo com a direc- A verdadeira situação de Chávez formação venezuelano, Ernesto impressa do jornal de 24 de janei- Dezembro, em Nova Deli, ter choca-
ção do diário, o que não impediu tem sido mantida em segredo, de- Villegas, a foto terá sido tirada do ro poderá não estar disponível em do o país.
que o diário chegasse às mãos de sencadeando vários rumores so- vídeo de uma intervenção cirúr- alguns quiosques, tanto em Espa- Um número estimado de 21 mil fa-
muitos espanhóis. bre as hipóteses de sobrevivência gica de outra pessoa, e publicada nha, como no estrangeiro”, disse cas deverá ser distribuído pelo Shiv
“O texto que acompanhava a do presidente da Venezuela. no sítio de partilha de imagens o ‘El País’. Sena em todo o estado de Maha-
rashtra, com capital em Bombaim, o
principal bastião do partido conhe-
entre as nações mais desenvolvidos Aso defendeu mesmo que a estes do-
entes devia ser permitido morrer rapi-
damente para aliviarem a pesada carga
Segundo os jornais ocidentais, 300
prisioneiros, incluindo 197 australia-
nos (dois deles morreram), 101 britâ-
Cuba realizou com sucesso os únicos que as autoridades de histocompatibilidade princi- financeira que representa o seu trata- nicos e dois holandeses trabalharam
mais de 5.100 transplantes de cubanas aceitam para esse tipo palmente ao nível do transplan- mento na economia japonesa. nas minas da família de Aso, haven-
rim desde Fevereiro de 1970, de transplante. te renal e da medula óssea. A declaração de Aso não foi gratuita. do fotografias, tiradas em Agosto de
conquista que coloca o país ao Nove centros de saúde reúnem As investigações internacionais O ministro das Finanças proferiu estas 1945, de uma força australiana sub-
lado das nações desenvolvidas, condições para realizar trans- provam que é quatro vezes mais frases, citadas pelo jornal britânico nutrida nas minas. Os jornais reporta-
disse um especialista esta quar- plantes com dado- barato realizar um «The Guardian», durante uma reunião ram ainda que 10 mil coreanos foram
ta-feira. res vivos, dos quais transplante renal do do conselho nacional dedicada às re- obrigados a trabalhar na Aso Mining
Do total de transplantes rea- cinco se localizam que manter o pacien- formas da segurança social e ao orça- Company, entre 1939 e 1945, sobre
lizados ao longo dos últimos na capital, Havana, te sob um tratamen- mento da saúde. severas e brutais condições, muitos
42 anos, todos gratuitos, 397 explicou Marmol to assente na diálise, Num dos países onde a esperança deles morreram ou foram feridos en-
foram efectuados com dadores Sonora. o qual custaria cerca média de vida é das mais elevadas do quanto recebiam ordenados miserá-
vivos, afirmou Alexander Mar- De acordo com o de 20.000 dólares mundo, onde os casamentos e a nata- veis.
mol Sonora, líder do programa mesmo responsável, nor te-americanos lidade decresceram abruptamente e Só à luz destes acontecimentos se
de coordenação de transplantes o recém-inaugura- (15.020 euros) por onde um quarto da população de 128 consegue enquadrar uma tese como
no Ministério da Saúde Pública, do Centro de Enge- ano, acrescentou o milhões de pessoas tem mais de 60 a que agora Aso defende para salvar
citado pela agência oficial chi- nharia Celular e de Transplante médico. anos, o “problema só será resolvido” a segurança social do seu país. Mas a
nesa Xinhua. de Órgãos e Tecidos vai elevar a Isto quando os cidadãos cuba- se se “deixar os idosos morrer rapida- receita revela um profundo desprezo
Os dadores vivos foram sobre- qualidade do programa nacional nos têm acesso gratuito a trans- mente”, segundo Aso. pela vida humana de um homem que,
tudo familiares próximos dos de transplante de órgãos na ilha, plantes renais, realçou Marmol “Que Deus não permita que sejam for- nem num bar, deve ser boa compa-
pacientes, como pais ou irmãos, por via da realização de estudos Sonora. çados a viver quando querem morrer. nhia.
28 25 Janeiro 2013
Desporto
Confrangedora incompetência
«Apesar dos pesares» apuramento é possível
Texto de manuel António
Fotos de Ampe rogério Enviados especiais
ao CAN 2013 com o patrocínio da COSAL
Formação
É difícil entender tanta asneira Benfica
celebra
nesta 7.ª incursão da selecção nacio-
nal de futebol pelos palcos da maior
protocolo
e mais representativa manifestação
desportiva do Continente. Sendo o
futebol uma ciência aberta, ele não
é, como alguns poderão pensar, coisa
de somenos importância, acessível
com
nas suas inúmeras variáveis, algu-
mas de natureza intrinsecamente Colégio
científica, a tocadores de reco-reco,
curiosos, ou mais preocupantemente Caju em
aos chico-espertos.
Aquilo que vimos fazer à nossa selec-
ção, e no fazer estão, acima de tudo,
Luanda
os intérpretes e quem lhes deu a tác- O Sport Lisboa e Benfica
tica e preparou para esta competição, assinou ontem em Luanda
brada aos céus! um protocolo com o Colégio
Não pretendo insinuar com a excla- Caju, que visa a criação de
mação que Angola teria de encarar um projecto de formação de-
a sua participação neste CAN 2013 nominado “Geração Benfica
como séria candidata e que o mais – Escola de Futebol CAJU”.
equivaleria a derrota. Nada disso. Com a assinatura do presente
O que me levou a ficar imensamen- protocolo, a Escola de Fute-
te estupefacto foi, acima de tudo, a bol Geração Benfica – CAJU
ideia de jogo à qual se juntam as op- – Talatona, compromete-se
ções, prévias ou no andamento das a formar talentos de futebol,
duas partidas, em matéria de escalo- jogo ofensivo, sendo previsível que tando-se melhorias quando entra- contando para esse efeito
namento dos jogadores. estariam mais obrigados a pisar os ram Djalma Campos e Gilberto, man- com a presença de técnicos
Poucos sabiam como é que Angola se Contas espaços recuados? tendo-se em campo o perigo público especializados do Sport Lis-
iria apresentar neste CAN. Isto por-
que, dos jogos passados, incluindo
à nossa moda Ah… Ferrín pensou que Miguel era o
Marcelo (Real Madrid) e Lunguinha o
n.º 1, Lunguinha, e o jogador que,
juntamente com Geraldo,passou os
boa e Benfica, vindos de Por-
tugal, conjuntamente com
Nada está
os da eliminatória que nos conferiu nosso Daniel Alves (Barcelona)! Vai 180 minutos da nossa participação técnicos do Colégio Caju.
o apuramento, diante do Zimbabwe, daí seja o que Deus quiser… a fingir que «anda mas não anda», O projecto “Geração Benfica
não foi possível determinar com exac- Mesmo assim, onde está o maestro, o como dizem os brasileiros: Guilher- – Escola de Futebol CAJU”
tidão o que ia na cabeça de Gustavo
Ferrín, um técnico com experiência
na lide com «teenagers», mas a quem
decidido que marca o compasso e faz correr a
bola? Dedé? Pirolito?
Um seleccionador, seja qual for, não
me Afonso!
Para que a luz continue a aluminar
valeu-nos o resultado do Marrocos-
tem como objectivo formar
no decurso do ano 2013 cer-
ca de 400 alunos com idades
foi confiada missão de trabalhar com Mesmo perdendo Ango- deve inventar um sistema que vá Cabo Verde, segundo jogo do dia, compreendidas entre os 5 e
jogadores maduros, com vícios e la, que não depende de si, contra a filosofia dominante no fute- após o nosso desastre, o mesmo é os 16 anos.
muitas manhas. Mal comparado, é o continua com a janela do bol do país e muito menos contra as dizer, a confirmarem-se os nossos O protocolo foi assinado pelo
mesmo que pedir a um professor de apuramento aberta. Sem fa- características dos jogadores. Antes desejos e contrariando o ditado, que Director-Geral do Centro
instrução primária que leccione ma- zer grandes contas, apenas pelo contrário: deve aproveitar as a sorte protegeu quem menos tem de Formação e Treino Caixa
temática aplicada a universitários de aquelas à nossa moda, e a rotinas e as sinergias e moldá-las à feito por a merecer. Futebol Campus, Armando
5.ºano! Bondam as más experiências que estamos infelizmente selecção por forma a obter o máximo «Apesar dos pesares» Angola, que Jorge Carneiro, em represen-
conhecidas pelo mundo fora… habituados, o cenário é sim- rendimento com a matéria-prima de não depende de si própria, pode tação do Presidente do Sport
Pegando na ideia de jogo, a variável ples de descrever: que dispõe, cuja escolha e responsa- deixar pelo caminho equipas melhor Lisboa e Benfica – Futebol,
mais controversa e penalizante, um Para as Palancas Negras se bilidade são exclusivamente suas. organizadas como demonstram ser SAD, Luís Filipe Vieira, e pela
sujeito fica basbaque ao ver uma apurarem para os quartos- Não sabe o nosso seleccionador que Cabo Verde e Marrocos. Basta que Directora do Colégio Caju,
equipa, num repente, mudar uma fi- de-final têm de vencer Cabo Angola sempre jogou com um ponta- ganhe o jogo de depois de amanhã, Irene Ba-
losofia que não é apenas da selecção Verde, este domingo, e Mar- de-lança? O que mudou então? Há em Durban e que Marrocos não ven- rata.
como do próprio futebol angolano, rocos perder ou empatar com craques escondidos que justificam ça a África do Sul para que o futebol
assumindo o luxo, raro nos dias de a África do Sul. esta aventura? E esses craques são nacional escreva uma história misti-
hoje, de se apresentar com dois pon- Quaisquer outros desfechos Geraldo ou Guilherme Afonso, para ficadora daquela que está a ser a nos-
tas-de-lança de raiz sem o necessário equivalem ao bilhete de re- só referir as principais novidades? sa realidade neste CAN 2013 onde,
suporte na retaguarda, capaz de ali- gresso, num grupo onde a Contra Marrocos as Palancas Negras independentemente das asneiras de
mentar, com a assiduidade necessá- África do Sul confirmou o só acertaram mais ou menos o passo manual parece haver o «clima» que
ria, os dois avançados. favoritismo, Marrocos, e, na segunda parte, depois de saírem faltou a Lito Vidigal que, nesta altura
Que treinador é este que usa uma es- de forma muito particular e Guilherme Afonso e Lunguinha, pas- da prova, em 2012, fez muito melhor
pécie de ferrolho e meio da zona de saudável, Cabo Verde, che- sando a jogar apenas com um homem e conseguiu muito melhores resulta-
construção de jogo (Dedé e Pirolito) gam ao último jogo a discutir postado na área adversária; frente à dos do que aqueles que se registam
e pranta mais dois médios/ala com a o apuramento. África do Sul foi um deus-nos-acuda sob o comando de Ferrín. Mas… foi
dupla missão de defender e produzir durante toda a primeira parte, regis- despedido.
25 Janeiro 2013 29
Lunguinha o vilão
no futebol nacional e na selecção.
Para que conste, e pelo que Geraldo ou desconhecimento?
evidenciou nas duas partidas em
que foi titular, a razão está do lado Estava na cara que a equipa a equipa de arbitragem e, em
É injusto culpar exclusivamente defesa, com a do Curitiba, que o dispensou a um que acabou o jogo com Marro- particular, com o 4.º árbitro.
os jogadores pelas exibições diante particularida- clube da II Divisão, e de todos os cos deveria iniciar o jogo com Mentira!
de Marrocos e África do Sul. Injusto, de de assumir treinadores que passaram pelas a África do Sul. Por duas razões A culpa é toda do seleccionador
porque se limitaram a interpretar com maior Palancas Negras, em particular Lito nucleares. Em primeiro lugar nacional e das suas opções, na
as ideias do seu treinador, nos dois frequência Vidigal, que foi imolado por não o porque Marco Airosa deu à de- convocatória e na ideia de jogo.
jogos completamente destrambe- a ajuda ao ter convocado para o CAN disputado fesa a segurança que nunca teve Porque é que rendeu um lateral
lhadas.Apesar desta importante e meio-campo. na Guiné Equatorial/Gabão. É um com Lunguinha e, depois, por- direito por outro lateral direito
justificada premissa deve enaltecer- A nenhum jogador mediano, imberbe, que não que era de esperar que a África (Lunguinha/Marcos Airosa) no
se o esforço dos jogadores que dos dois, porém, se podem apontar trouxe valor à selecção. Quando do Sul, sedenta de uma vitória, jogo com Marrocos? Para des-
cumpriram os mínimos e apontar culpas nos dois golos sofridos. saiu, no primeiro jogo, a equipa me- encarasse o jogo com redobrado cansar o titular? Não… para de-
aqueles cujas exibições estiveram Antes pelo contrário. Se mais não lhorou substancialmente, tal como empertigamento, no que pode- fender o resultado. Ora, se assim
aquém do que sabem, ou que se aconteceram a eles se deve. aconteceu frente aos sul-africanos, ria, e devia ser travada pela ex- foi, para quê insistir no pior dos
presumia serem sabedores. com a entrada de Djalma, que periência de Gilberto e o reforço dois? Por pressão? A pedido de
No cômputo dos 180 minutos dos LUNGUINHA deveria ser o titular indiscutível. E do meio-campo. várias famílias?
jogos já escoados apenas três (1) – Atribuí- a propósito do jogador do FC Porto A haver alterações, exigia-se a Por que bulas insistiu nos dois
«Palancas» justificam nota positiva, mos um ponto emprestado a um clube turco da I entrada de Djalma Campos para pontas-de-lança se se via a olho
sendo que um deles, Lamá, tem de acima do «pés- Divisão, não vale a pena argumentar formar o tridente atacante tão nu que Guilherme Afonso atra-
ser cotado muito acima da confran- simo» porque com o seu estado físico, com lesões comum nas Palancas Negras e palhava mais do que ajudava no
gedora mediania. respeitamos e outras escapatórias que tais, pois, soberbamente desenvolvido por jogo ofensivo, sendo responsá-
Numa pontuação de zero a dez o seu esforço, um jogador que provou estar apto Gilberto, Manucho e Flávio. vel, inclusive, por um dos melho-
seleccionámos os três melhores sem resulta- para fazer os segundos 45 minutos Mas, Ferrín, que substituíra Lun- res marcadores dos dois últimos
e os três piores nos jogos frente dos, sublinhe-se, que despendeu. diante da África do Sul é porque, guinha diante de Marrocos para CAN’s, Manucho, permanecer em
a Marrocos e África do Sul, que Os dois golos sofridos saíram da pelo menos, nesta importante segurar o empate, decidiu contra Branco? Fezada? «Desarrincan-
nos merecem as seguintes notas e sua zona de acção, em especial o partida, estava apto para jogar o a lógica e contra os interesses da ço»? Teimosia? Invenção? Desco-
comentários: primeiro, com o marcador a surgir tempo todo. O resto é conversa para nossa selecção manter aquela nhecimento?
completamente isolado na área. boi dormir… que é a sua equipa predilecta, Escolha-se a carapuça que me-
LAMÁ(9) – Se Frente a Marrocos foi um dó de alma com Geraldo, Guilherme Afonso lhor se ajuste, sendo certo que
Angola ainda vê-lo a ser rabiado por Assaidi, ten- GUILHERME e Lunguinha em campo. uma delas se serve a na perfeição
pode aspirar do sido substituído, tardiamente, (2) – Foi O resultado viu-se e já faz parte da ao comportamento de Gustavo
ao apuramen- por Marcos Airosa, quando Gustavo convocado, à história. O que ainda não é parte Ferrín.
to a ele o deve. Ferrín acordou. Inesperadamente última hora, do acervo deste CAN é a análise Seja qual for o motivo, tanta acu-
Frente a Mar- voltou a ser titular diante da África por ser um que terá de fazer-se sobre quem mulação de erros obriga a que se
rocos realizou do Sul e repetiu a péssima prestação atleta alto decidiu que assim teria de ser, questione o seu papel no futuro
duas espec- do primeiro jogo. Aos 5 minutos e possante. não dando a mais pequena justi- – estamos a falar das trevas que
taculares intervenções, a remates entregou a bola a adversário e Mas o futebol ficação para as suas inquietantes eventualmente nos esperam du-
para golo, aos 4 e 9 minutos. Na lançou o pânico na nossa defesa; não é… basquetebol. Independen- e descabidas opções que pro- rante os próximos dois
segunda partida, diante da África aos 8 minutos travou em falta o seu temente de corporizar um sistema duziram um empate e uma anos… --, seja qual
do Sul, e já depois de ter sofrido o opositor, ocasionando um «livre» contraproducente, imposto pelo derrota. Para o treinador for o destino que as
primeiro golo, sem culpas, voltou que quase deu golo; aos 30 minutos visionário Gustavo Ferrín -- Angola uruguaio a responsabi- Palancas Negras, aju-
a brilhar, aos 64 minutos, evitando esqueceu-me de marcar o seu espa- não tem «fontes de alimentação», lidade do nosso desaire dadas, ou, por mérito
o 2-0, caindo de imediato em cima ço e a África do Sul fez o primeiro nem escola, para se dar ao luxo de tem de di- próprio, consigam
de Lunguinha, o «passador» de ser- golo; e aos 50 minutos não estava usar dois pontas-de-lança – que vidir-se desenhar, depois de
viço. Refreou os ímpetos e deu-lhe onde era suposto estar e teve de ser acabou por matar a veia goleadora com amanhã, em Durban,
um abraço de alento, que não serviu Dany Massunguna a varrer a zona e de Manucho, um dos melhores frente a Cabo Verde.
de nada. o adversário tendo sido admoesta- marcadores dos CAN’s, com quem Será responsável,
do com um cartão amarelo. E não é chocou várias vezes na ária adver- como se insiste por
DANY MAS- que Lunguinha, o grande vilão das sária, não mostrou ser possuidor de aí, da necessária
SUNGUNA aspirações da equipa, terminou a qualidades para justificar a titulari- revolução que é
(7) – Foi um segunda partida! dade. Teve nos pés a possibilidade urgente imprimir
dos bombeiros de Angola poder sair do primeiro ao futebol angola-
de serviço na GERALDO jogo, com Marrocos, na posição de no?
defesa, mas (2) – É o vencedora, mas, trapalhão, falhou, Uma treta…
não conseguiu representante aos 47 minutos, um lance incrível, A ideia de virar do aves-
apagar os de um forte sem o guarda-redes na baliza. so o pensamento domi-
fogos todos. Foi quem mais sofreu e influente Atrapalhou mais a acção de nante continuará a
com o desacerto de Lunguinha, pois grupo de Manucho, um ponta-de-lança ser remetida para
a ele competiu fazer as dobras ao pressão que vê com credenciais, impedindo-o, as calendas. Por va-
seu companheiro. E dobrou-o vezes nele uma es- inclusive, de chegar a bolas que riadíssimas razões,
sem conta, tendo forçado o cartão pécie de Messi em ponto pequeno, podiam ter como destino o fundo da de entre as quais se in-
amarelo, frente à África do Sul, aos única razão, não entendível, mas, baliza adversária. clui a evidência de que as nossas
50 minutos, numa das incursões plausível, para ter ganho o lugar Todos os restantes atletas, nos principais equipas cada vez mais
pela auto-estrada que sempre foi o a Djalma Campos. Os que vêm quais se inclui a prestação injus- se reforçam no estrangeiro, e,
lado esquerdo da nossa defensiva. nele qualidade para representar a tamente breve de Marco Airosa no ainda, porque Ferrín está a fazer
selecção nacional são os mesmos cômputo dos 180 minutos, justifi- a demonstração, neste CAN, de
BASTOS (7) – Esteve ao nível do que fizeram a cabeça de Job ao cam nota 5. que não é o homem certo para
seu companheiro da zona central da apelidá-lo de «Puto Maravilha», meter mãos à empreitada.
30 25 Janeiro 2013
Em foco
Henry Okah
Lixo à mesa
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Nº 262/013 Fax:
927 955 587 - 927 955 588
222 396 238
E-mail: novojornal01@gmail.com
Quintiliano dos Santos
A ambientalista Helda Santos afir- tempo para o fim-de-semana em luanda
mou esta semana, em Luanda, que é ur-
gente que se crie um Plano de Gestão SEXTA SÁBADO DOMINGO
Integrada de Resíduos Sólidos nas cida-
des, que deve contar com a participação
de todos os cidadãos.
Helda Santos, que fez estas declarações
no âmbito do Dia Nacional do Ambiente,
que se comemora a 31 de Janeiro, afir- Máx./Mín. 34°/23° 34°/ 23° 35°/24°
mou não ser muito difícil perceber que
Luanda é uma cidade com grandes pro-
blemas, no que aos resíduos sólidos diz
respeito.
“Salta à vista de todo o mundo que Luan- Sobe
da está dentro de um grande contentor de
lixo. O angolano vive no lixo, come no li- A Procuradoria Geral da
xo, dorme no lixo e morre no lixo. Por to- República emitiu um longo comu-
da a cidade, vimos ruas transformadas em nicado, denominado “Processo de In-
aterros sanitários, como no caso do bair- quérito Preliminar – Relatório Final”
ro do São Paulo, mesmo no centro da ci- relativo a uma noticia do semanário
dade capital”. Continente, a propósito do chamado caso “Diamantes
Esta activista ambiental considera que se de Sangue”. Ao contrário do que é habitual e comum
tem agredido “violentamente e de forma “Tem-se agredido violentamente as nos- “Um relatório lançado recentemente pe- nas nossas instituições, que normalmente se ficam
injusta” as zungueiras, acusadas de se- sas pobres irmãs zungueiras acusadas lo Banco Mundial afirma que até 2025 a pelo silêncio, sem que o cidadão comum tenha acesso
rem as principais culpadas pelo aumento de produzir lixo pela cidade, o que não população urbana tende a aumentar na a qualquer tipo de informação. Para o bem e para o
de resíduos sólidos na capital, desviando é verdade, uma vez que o governo não produção de resíduos até 70 por cento, mal, esta atitude é um bom exemplo de como não se
a atenção dos verdadeiros responsáveis. apresenta políticas concretas para esta o que causará um aumento substancial deve demorar a responder a quaisquer dúvidas que
problemática, e, como tal, é o principal nos custos do tratamento destes resídu- deixam lastro e desconfiança no comum dos cidadãos.
culpado”, justificou. os nos países mais pobres”. Resposta imediata, sólida e fundamentada, sem deix-
na próxima semana Helda Santos, que recentemente foi no- “Os níveis actuais são de 1,2 mil milhões ar margem para quaisquer dúvidas.
meada secretária nacional para o Am- de toneladas por ano, que poderá cres-
2013 biente da UNITA, não se fica pelas crí- cer para 2.2 mil milhões por ano, o que A Endiama vai passar a sede da En-
1 Fevereiro
N.º 263 - 0 ticas e avança soluções: “É preciso um poderá ser um risco para países pobres, diama Mining, uma subsidiária que se
plano Nacional de Gestão Integrada de nos quais Angola está incluído”, frisou a responsabiliza exclusivamente pela
Resíduos Sólidos, onde o governo colo- ambientalista. produção e prospecção de diamantes,
Economia os
que à disposição da cidade um compac- Helda Santos conclui, afirmando que o para o Dundo (Lunda-Norte). Final-
quais são
Capanda: problemas? tador solar que funciona a energia solar ambiente em Angola “é doente” e que mente! Fazia algum sentido ter os recursos diamantíf-
os
verdadeir e que, no local, consegue incinerar o lixo precisa de políticas sérias para que se eros localizados, maioritariamente, no Leste do país,
a depositado, que também é um acumula- possa sair do estado em que estamos. e a Endiama ter todas as suas estruturas de topo em
Mutamb
lano será dor de energia biológica”, defendeu, su- O acto central nacional do 31 de Janei- Luanda? Não fazia... Francisco Queiroz, ministro
Livro ango do em Havana gerindo igualmente a criação de uma fá- ro vai voltar a decorrer na província do da Geologia e Minas, percebeu o alcance do prob-
a
homenage brica de reciclagem e de tratamento de Kwanza-Sul, onde há um ano foi lança- lema. E decidiu em conformidade. Agora é tempo de
águas residuais. do o projecto “casas ecológicas”, com o outras empresas públicas darem o exemplo. Porque só
Na opinião da ambientalista, a cidade apoio do Banco Espírito Santo (BESA), o criando estruturas atractivas (sejam elas económicas
capital tem sofrido uma grande crise em banco “Planeta Terra”. ou não) noutras regiões, fora de Luanda, será possível
matéria de gestão de resíduos sólidos. Ana Margoso desenvolver todo o país. Nem La Palice diria melhor.
Cartoon Desce
Os atrasos em relação as transferências
bancárias para organismos do Estado
no exterior continuam a ser uma dor de
cabeça. Tanto é assim que algumas rep-
resentações diplomáticas têm visto a
sua imagem manchada por não honrarem os seus com-
promissos. Tal é, por exemplo, o caso da embaixada de
Angola na Argentina cujos funcionários não recebem
os ordenados há três meses. Também por falta de
dinheiro, que deveria ser transferido pelo Ministério
dirigido por Carlos Lopes, as autoridades daquele
país cortaram os telefones, o pagamento das rendas
de casa regista atrasos preocupantes e alguns hospi-
tais fecharam as portas aos funcionários da nossa em-
baixada. Nada gratificante…