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História Contemporânea III – Turma Noite

Ficha de Leitura dos Capítulos 2, 3 e 8 de “A Crise no Sistema Mundial:


Política e Bloco de Poder”, de José A. Michelena

Autor:
Érico Teixeira de Loyola
Matrícula 118593

Capítulo 2 – Bases da nova ordem mundial

Neste capítulo, José Michelena procura apresentar como se constituiu


a ordem mundial do pós-Segunda Guerra, com a constituição dos EUA como
potência hegemônica e líder do bloco capitalista. Para tanto, indica, inicialmente,
como os ideais universalistas de paz e cooperação entre as nações, advogados,
por exemplo, por Roosevelt e alguns assistentes, foram rapidamente vistos como
irrealistas, retomando-se às noções de “equilíbrio de poder” e “zonas de
influência”.

Para tanto, demonstra como a “ameaça comunista”, representada


pela gradual organização e consolidação do bloco soviético, operou, nos EUA,
importante inflexão em termos de política interna e externa. Era necessário
expandir-se, a fim de assegurar sua hegemonia e a formação de um contraponto
sólido, especialmente na Europa, a fim de conter o crescimento de seu
“nêmesis”. Dentro desse contexto, a Doutrina Truman, expressada em 1947, é
considerado um marco importante, pois estabelece, claramente, que todas as
nações deveriam escolher a que lado aderir (p. 50).

Nesse sentido, as organizações internacionais idealizadas e


instaladas ao longo das décadas de 1940 e 1950, por exemplo, passaram a
servir de meros anteparos ideológicos, nos quais o país norte-americano poderia
exercer, via soft power, toda sua influência. Também nesse jogo de poder, teve
papel importante o vasto crescimento econômico dos EUA durante a Segunda
Guerra Mundial, e, depois, sua atuação, como verdadeiro “país imperialista

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hegemônico”, sobre as nações europeias e seus antigos impérios coloniais (p.
52), o que lhe garantiu centralidade na nova ordem que se constituía.

Os países europeus, aliás, foram, em grande parte, reconstruídos


com relevantes aportes financeiros americanos, especialmente a partir da
UNRRA, em 1943, e, posteriormente, o Plano Marshall, em 1947. Esse processo,
conforme explica Michelena, não se dava de forma desinteressada: tinha como
objetivos evidentes a consolidação de um bloco capitalista, do qual os EUA
seriam o guardião, e bloquear, pela via da recuperação econômica e da criação
de estados de bem-estar social, a expansão soviética, cujo modelo político e
social vinha se provando viável.

Ou seja, por meios de tais planos econômicos e da complexificação


das redes financeiras e de comércio internacional, aquele país norte-americano
assegurava seu papel central na nova ordem mundial (p. 57). Como pondera o
autor, “a influência econômica norte-americana sobre a economia mundial, no
que se refere a inversões, controle de fontes de matérias-primas e comércio
internacional, nos primeiros vinte anos do pós-guerra, não tinha paralelos
históricos” (p. 58). Aliás, a influência americana na Europa era tanta, que os
efeitos, em termos de competição, da reorganização econômica daquele
continente somente tiveram efeito no comércio internacional várias décadas
depois (p. 59)

Afora esses aspectos, também tinha considerável importância, é


claro, o imenso poderio militar americano, do qual o poderio militar era a síntese.
Ao longo da Guerra Fria, EUA e URSS, aliás, lançaram-se em projetos dessa
natureza a fim de reafirmar sua posição hegemônica e opor barreiras a eventuais
tentativas de expansão da respectiva contraparte (p. 64).

Pouco a pouco, entretanto, a organização do bloco socialista, em


torno da URSS, vai opondo algumas dificuldades à dominação completa dos
EUA. Na Europa, principalmente, a consolidação de áreas de influência
“vermelha” ao leste importa em contração de mercados e maior dificuldade de
fornecimento de matérias-primas. O lançamento do satélite Sputnik, em 1957,
aliás, é um marco da conformação de um bloco de oposição ao lado capitalista,
inclusive revelando a superioridade da URSS em alguns setores e levando à

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“revisão da política que orientava as relações entre o Leste e o Oeste” (p. 65).
Especialmente, nesse sentido, convenceram-se os americanos da necessidade
de trabalhar de maneira mais consistente na busca pela “absoluta supremacia
de poder”, e, no cenário europeu, por uma postura mais branda por parte de
diversos países alinhados ao bloco capitalista, especialmente em virtude das
possibilidades “oferecidas pelo amplo mercado constituído pelos países
socialistas europeus” (Idem).

Capítulo 3 – A formalização do bloco capitalista

No capítulo anterior, Michelena procurou demonstrar como se


constituiu a ordem mundial no Pós-Segunda Guerra, principalmente a partir da
caracterização dos EUA como potência hegemônica e da formação de um bloco
capitalista. Apontou, ainda, como, pouco a pouco, a formação de uma área de
influência soviética, embora não fugindo muito das áreas definidas por meio dos
Acordos de Yalta e Teerã, opôs dificuldades a supremacia completa dos norte-
americanos, até chegar ao ponto de com ele rivalizá-lo em alguns setores.

No presente capítulo, como seu próprio título sugere, procura o autor


demonstrar como se deu a formalização do bloco capitalista, isto é, que
instrumentos foram utilizados pelos EUA a fim de assegurar seu poderio e
influência. Nesse sentido, assomam-se três áreas, que muitas das vezes
contribuíam para o sucesso uma das outras, por meio das quais aquele país
buscou demarcar sua importância: (a) a diplomacia, por meio da constituição de
uma série de organizações internacionais que servissem de esteio e defesa de
seus objetivos; (b) o setor econômico-financeiro, mediante o qual visava
desenvolver um “colchão” de proteção às ideias socialistas, especialmente na
Europa, (c) e o campo tecnológico-militar, que visava à dissuasão e/ou mesmo
à contenção direta de seus adversários.

Quanto à primeira, chama a atenção o destaque do autor ao fato de


que “no breve lapso que vai de 1940 a 1954 foram criadas mais organizações
internacionais governamentais do que as existentes em qualquer momento de
toda a história da humanidade” (p. 72). Essas organizações, a toda a evidência,
prestavam-se como meios de exercício de soft power, isto é, de dominação

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indireta, especialmente pelas vias cultural e ideológica. É desse período, por
exemplo, a ONU (1945). Organização estabelecida em Nova Iorque, ela,
inicialmente, contou com a resistência soviética, que a via como claro
mecanismo de projeção do poderio norte-americano, especialmente junto à sua
área de influência mais direta, na América Latina. Além dessa organização,
foram fundadas diversas outras, de caráter político e militar, como a OTAN
(1947), a qual, com função muito mais “política e psicológica” (p. 74), “consolidou
a união das principais potências capitalistas e, portanto, tornou mais real sua
política de Guerra Fria, recém iniciada” (Idem).

No setor econômico-financeiro, foram estabelecidos diversos acordos


que consolidaram o bloco capitalista e a hegemonia norte-americana. Além da
UNRRA (1943) e do Plano Marshall (1947), que solidificaram a primazia
econômica daquele país no continente europeu, é também desse período a
conformação do BIRD (1944) e do FMI (1945). Enquanto órgãos
complementares, suas políticas se prestam à “estabilização do sistema
capitalista mundial”, exercendo pressão, principalmente, sobre as nações
subdesenvolvidas, a fim de afastá-las das “condições propícias aos movimentos
revolucionários pró-comunistas”. O FMI, em particular, torna-se gradualmente
conhecido pela aplicação de “pacotes estabilizadores” em tais país
subdesenvolvidos, que implicam, em regra, a abertura de mercados e a
desregulamentação da economia. Isto é, “tanto o BIRD quanto o FMI
desempenham, na prática, um papel de extraordinária importância para o bloco
capitalista, pois não só possibilitam a maior coerência da política econômica – a
nível de bloco – como contribuem para impor a hegemonia imperialista dos
Estados Unidos” (p. 85).

Além disso, no imediato pós-Guerra, além do desenvolvimento da


tecnologia nuclear, houve a consolidação de um firme aparato de defesa militar
global, que, ao fim e ao cabo, se prestava, praticamente, ao cerco da URSS.
Além da já referida OTAN, outras organizações semelhantes foram fundadas
pelos EUA em parceria com outros países, como o TIAR (1948), que definia o
poderio militar norte-americano em sua área de influência hemisférica. É de
1952, ainda, a criação da ANZUS, organização militar do pacífico sul, e de 1954
a OTSEA, também envolvendo os EUA e países do sul e sudeste asiático, como

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Filipinas, Paquistão e Tailândia. Afora esses pactos, foram estabelecidos
diversos outros, de caráter bilateral, como nos casos do Japão, Coreia do Sul e
Taiwan.

De forma um pouco distinta, em 1955 é estabelecida a OTCEN, com


a participação de Iraque, Turquia, Reino Unido, Irã e Paquistão, tendo os EUA
unicamente como observador. Essa organização, posteriormente, sofrerá
profundas modificações, especialmente a partir da retirada do Egito e do Iraque,
e da adoção de políticas externas mais “independentes” por parte destes,
inclusive aproximando-se da URSS. Esse “cordão” bélico, nos informa o autor,
nem sempre pôde ser efetivo (p. 96). A “crise” de Cuba, e o conflito árabe-
israelense, seriam sinais de fissuras importantes no setor de influência
capitalista. Os movimentos de liberação do mundo islâmico, da mesma forma,
teriam representado uma importante fonte de tensão, tendo inclusive servido
para “unir Estados com regimes estruturalmente diversos” (p. 97).

Capítulo 8 – A formação do bloco socialista

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