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All content following this page was uploaded by Abrahao Bernardo Rohden on 11 November 2017.
Rohden, Abrahão Bernardo (1); Freitas, Thaynã Raphael (2); Matos, Lúcio Flávio da Silveira (3)
Resumo
A resistência inicial de 15 MPa é um requisito para desforma de peças pré-fabricadas. Essa resistência
permite a desforma do elemento pré-fabricado em concreto bem como o seu içamento. Devido ao alto custos
das formas empregadas na produção de pré-fabricados o tempo que o concreto leva para atingir essa
resistência é um dos principais parâmetros de dosagem para o concreto utilizado nas indústrias. Para atender
essa demanda emprega-se normalmente o cimento de alta resistência inicial, e também a aplicação de cura
térmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da cura térmica no ganho de resistência do concreto
ao longo do tempo. Para isso foram moldados seis traços de concreto com relações água/cimento de 0,45,
0,55 e 0,65 e cimento CPIV e CPV. Todos os seis traços foram avaliados nas idades de 20 horas, 3 dias, 7
dias e 28 dias. Metade dos corpos de prova foram curados submersos à temperatura ambiente de 25°C ±
2°C, a outra metade foi submetida a cura térmica à vapor a temperatura de 70°C por 4 horas. O programa
experimental consiste assim em uma matriz com quatro variáveis independentes em diferentes níveis
permitindo assim analise não só dos fatores empregados, mas também das interações entre os mesmos.
Para análise dos resultados empregou-se a ANOVA. Como resultados inicialmente destaca-se que todos os
fatores empregados neste estudo se mostraram significativos. A idade foi o fator que exerceu a maior
influência sobre a resistência. Quanto ao atendimento a resistência mínima de 15 MPa os traços com cura
térmica apresentaram melhor desempenho frente a cura normal nas primeiras idades. Para idade de 28 dias
o comportamento inverso foi observado.
Palavra-Chave: cura térmica; pré-fabricado.
Abstract
The initial strength of 15 MPa is a requirement for deforming prefabricated parts. This resistance allows the
deformation of the prefabricated element in concrete as well as its lifting. Due to the high costs of the forms
used in the production of prefabricated concrete, the time that concrete takes to reach this resistance is one
of the main dosage parameters for the concrete used in the industries. To meet this demand, the initial high
strength cement is usually used, as well as the thermal curing application. The objective of this work was to
evaluate the influence of thermal curing on the concrete strength gain over time. For this, six traces of concrete
with water / cement ratios of 0.45, 0.55 and 0.65 and CPIV and CPV cement were molded. All six traits were
assessed at the ages of 20 hours, 3 days, 7 days and 28 days. Half of the specimens were cured submerged
at room temperature of 25 ° C ± 2 ° C, the other half underwent thermal steam cure at 70 ° C for 4 hours. The
experimental program consists of a matrix with four independent variables at different levels, thus allowing an
analysis not only of the factors employed, but also of the interactions between them. ANOVA was used to
analyze the results. As results, it is important to note that all the factors used in this study were significant. Age
was the factor that exerted the greatest influence on resistance. Regarding the treatment of the minimum
resistance of 15 MPa, the traces with thermal cure presented better performance against the normal cure in
the early ages. For the age of 28 days the inverse behavior was observed.
Keywords: thermal cure; precast.
Temperatura máxima
Temperatura
ambiente
T0 T1 T2 T3
20 horas
0,65 Normal
Tipo IV 3 dias
0,55
Tipo V 7 dias
0,45 Térmica
28 dias
3.1 Materiais
3.1.1 Cimentos
Os cimentos empregados nesta pesquisa foram os cimentos CP V ARI (Alta Resistência
Inicial) e o CPIV (cimento pozolânico). O cimento CP V ARI é um cimento bastante utilizado
na indústria de pré-fabricados já o cimento CPIV não é normalmente empregado pois o
ganho de resistência nas primeiras idades é menor quando a cura é realizada a temperatura
ambiente. Na tabela 1 é apresentada a caracterização dos cimentos empregados no
estudo. A massa específica foi determinada de acordo com a NBR NM 23 (ABNT, 2001), já
os tempos de início e fim de pega foram determinados de acordo com a NBR NM 65 (ABNT,
2003).
Tabela 1 – Características dos cimentos empregados no estudo
Cimento Tempo (h) Massa específica
Início de pega Fim de pega (g/cm³)
CP V ARI 1 10 3,12
CP IV 1 12 2,91
50
40 40
30
20 20
10
0 0
0 10 20 30 0 2 4
Peneiras (mm) Dimensão das particulas (mm)
Figura 3 – Distribuição granulométrica do agregado Figura 4: Distribuição granulométrica do agregado
graúdo. miúdo empregado e as zonas granulométricas
estabelecidas na NBR 7211 (ABNT, 2009)
3.1.4 Água
A água utilizada para a realização do presente trabalho foi da rede pública de abastecimento
da cidade de Blumenau, conforme a NBR 15900 (ABNT, 2009) este tipo de água pode ser
utilizado sem restrições para confecção de concreto e argamassa.
3.2 Métodos
Os traços de concreto desenvolvidos nesta pesquisa foram dosados de acordo com o
método de dosagem ABCP considerando os materiais descritos no item 3.1. Foram
dosados 6 traços sendo que três deles empregavam cimento CP IV e três empregavam
CPV. A tabela 2 apresenta os traços de concreto estudados nesta pesquisa.
Tabela 2 – Traços de concreto empregados na pesquisa
Material Traço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4 Traço 5 Traço 6
Água 205 205 205 205 205 205
Cimento CP IV - - - 315 373 456
Cimento CP V 315 373 456 - - -
Agregado graúdo 970 970 970 970 970 970
Agregado miúdo 712 664 597 689 642 565
Relação a/c 0,65 0,55 0,45 0,65 0,55 0,45
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 6
Os traços foram moldados em betoneira de eixo inclinado sendo produzidos 30 litros de
concreto em cada uma das seis betonadas de concreto. Foram moldados 16 corpos de
prova de cada traço moldado. A moldagem dos corpos de prova seguiu as recomendações
da NBR 5738 (ABNT, 2016).
Após a moldagem dos corpos de prova iniciou-se o processo de cura. Dos 16 corpos de
prova moldados em cada um dos traços 8 foram submetidos a cura padrão e 8 foram
submetidos à cura térmica. A cura padrão iniciou 15 horas com a desforma dos corpos de
prova. Os corpos de prova foram desmoldados e deixados expostos as condições
ambientes até o momento do ensaio de determinação a resistência a compressão. Já os
corpos de prova que receberam cura térmica após a retirada dos moldes que ocorreu após
15 horas após a moldagem, foram levados ao equipamento de cura térmica. A cura térmica
foi realizada em uma estufa com vapor de água. Os corpos de prova foram colocados em
duas prateleiras e a água que ficava na parte inferior da estufa foi aquecida até a
temperatura de 70°C. O tempo de cura na temperatura de 70°C foi de 4 horas.
Posteriormente o equipamento era desligado e se aguardava o seu resfriamento para então
ocorrer a retirada dos corpos de prova. Posteriormente ao tratamento térmico os corpos de
prova eram submetidos a mesma cura dos demais corpos de prova, ou seja, eram expostos
a temperatura e umidade ambiente.
O rompimento dos corpos de prova ocorreu nas idades de 20 horas, 3 dias, 7 dias e 28 dias
e seguiu as recomendações da NBR 5739 (ABNT, 2007). Foram rompidos dos corpos de
prova por combinação em cada uma das idades estudadas.
4. Resultados
A tabela 3 apresenta a resistência a compressão em MPa para dos diferentes traços de
concreto, idades e tratamentos de cura. Na primeira idade (20 horas) somente os traços
com CPV ARI que receberam cura térmica e apresentavam relação água/cimento de 0,45
e 0,55 apresentam resistência necessária para desforma, resistência esta que deve ser
superior a 15 MPa de acordo com a norma NBR 12655 (ABNT, 2015).
Tabela 3 – Resistência à compressão em MPa dos diferentes traços
Tipo de Cimento
Cimento Portland Tipo IV Cimento Portland Tipo V
Idade Idade
20 Horas 3 Dias 7 Dias 28 Dias 20 Horas 3 Dias 7 Dias 28 Dias
10,00 18,10 20,50 37,00 12,00 22,00 33,20 47,00
Padrão
Cura
0,45
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0 5 10 15 20 25 30
Idade (dias)
Figura 5 – Aumento da resistência à compressão em função da idade do concreto com cimento Portland tipo
IV com cura padrão e cura térmica.
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0 Padrão - a/c 0,45 Térmica - a/c 0,45
______. NBR 5739: Concreto – ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio
de Janeiro, ABNT, 2007.
______. NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, ABNT, 2009.
______. NBR NM 45: Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio
de Janeiro, ABNT, 2006.
______. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa específica
aparente. Rio de Janeiro, ABNT, 2009.
______. NBR NM 53: Agregado graúdo – Determinação da massa específica, massa específica
aparente e absorção de água. Rio de Janeiro, ABNT, 2009.
______. NBR NM 65: Cimento Portland – determinação do tempo de pega. Rio de Janeiro,
ABNT, 2003.
CARVALHO, Lucas de Oliveira; COSTA, Bruno Barzellay Ferreira da; DULTRA, Eduardo
Jorge Vidal; LOBO, Luis Fellipe Campos. Influência do procedimento de cura na
resistência à compressão do concreto estrutural. 58° Congresso brasileiro do concreto.
IBRACON Belo Horizonte, 2016.
SILVA, Daniel Gonçalves; CASTRO, Lincoln Moro; FERREIRA, Augusto Martins; SANTOS,
Marcelo Martins; ARAÚJO, Renato Costa. Contribuição aos estudos de influência do
procedimento de cura na resistência do concreto. 58° Congresso brasileiro do concreto.
IBRACON Belo Horizonte, 2016.