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Análise da cura térmica na resistência de concreto para aplicação na indústria


de pré-fabricados Thermal curing analysis on concrete strength for
application in the precast industr...

Conference Paper · November 2017

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3 authors, including:

Abrahao Bernardo Rohden


Universidade Regional de Blumenau
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Análise da cura térmica na resistência de concreto para aplicação na
indústria de pré-fabricados
Thermal curing analysis on concrete strength for application in the precast industry

Rohden, Abrahão Bernardo (1); Freitas, Thaynã Raphael (2); Matos, Lúcio Flávio da Silveira (3)

(1) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de


Blumenau. E-mail: abrcivil@gmail.com
(2) Engenheiro Civil/ Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-mail: trfreitas_@hotmail.com
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de
Blumenau. E-mail: luciusmats@gmail.com

Resumo
A resistência inicial de 15 MPa é um requisito para desforma de peças pré-fabricadas. Essa resistência
permite a desforma do elemento pré-fabricado em concreto bem como o seu içamento. Devido ao alto custos
das formas empregadas na produção de pré-fabricados o tempo que o concreto leva para atingir essa
resistência é um dos principais parâmetros de dosagem para o concreto utilizado nas indústrias. Para atender
essa demanda emprega-se normalmente o cimento de alta resistência inicial, e também a aplicação de cura
térmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da cura térmica no ganho de resistência do concreto
ao longo do tempo. Para isso foram moldados seis traços de concreto com relações água/cimento de 0,45,
0,55 e 0,65 e cimento CPIV e CPV. Todos os seis traços foram avaliados nas idades de 20 horas, 3 dias, 7
dias e 28 dias. Metade dos corpos de prova foram curados submersos à temperatura ambiente de 25°C ±
2°C, a outra metade foi submetida a cura térmica à vapor a temperatura de 70°C por 4 horas. O programa
experimental consiste assim em uma matriz com quatro variáveis independentes em diferentes níveis
permitindo assim analise não só dos fatores empregados, mas também das interações entre os mesmos.
Para análise dos resultados empregou-se a ANOVA. Como resultados inicialmente destaca-se que todos os
fatores empregados neste estudo se mostraram significativos. A idade foi o fator que exerceu a maior
influência sobre a resistência. Quanto ao atendimento a resistência mínima de 15 MPa os traços com cura
térmica apresentaram melhor desempenho frente a cura normal nas primeiras idades. Para idade de 28 dias
o comportamento inverso foi observado.
Palavra-Chave: cura térmica; pré-fabricado.

Abstract
The initial strength of 15 MPa is a requirement for deforming prefabricated parts. This resistance allows the
deformation of the prefabricated element in concrete as well as its lifting. Due to the high costs of the forms
used in the production of prefabricated concrete, the time that concrete takes to reach this resistance is one
of the main dosage parameters for the concrete used in the industries. To meet this demand, the initial high
strength cement is usually used, as well as the thermal curing application. The objective of this work was to
evaluate the influence of thermal curing on the concrete strength gain over time. For this, six traces of concrete
with water / cement ratios of 0.45, 0.55 and 0.65 and CPIV and CPV cement were molded. All six traits were
assessed at the ages of 20 hours, 3 days, 7 days and 28 days. Half of the specimens were cured submerged
at room temperature of 25 ° C ± 2 ° C, the other half underwent thermal steam cure at 70 ° C for 4 hours. The
experimental program consists of a matrix with four independent variables at different levels, thus allowing an
analysis not only of the factors employed, but also of the interactions between them. ANOVA was used to
analyze the results. As results, it is important to note that all the factors used in this study were significant. Age
was the factor that exerted the greatest influence on resistance. Regarding the treatment of the minimum
resistance of 15 MPa, the traces with thermal cure presented better performance against the normal cure in
the early ages. For the age of 28 days the inverse behavior was observed.
Keywords: thermal cure; precast.

ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 1


1. Introdução
A utilização de peças pré-fabricados de concreto tem um grande potencial de crescimento
no Brasil. Na construção civil a industrialização consiste em uma maior organização,
atividades melhor planejadas, uma execução padronizada e seriada, e uma produção sem
falhas com maior eficiência (BARDELLA, 2005).
O nascimento do concreto se deu com a pré-moldarem de peças, fora do local de uso. Ou
seja, os elementos pré-moldados estiveram sempre presentes na evolução do concreto
armado (Vasconselos, 2002). As primeiras peças que se tiveram notícias foram, o barco de
Lambot, em 1848, e os vasos de Monier, em 1849. Já o primeiro elemento pré-moldado
empregado na construção civil, segundo Vasconselos (2002), foi no Cassino de Biarritz, na
França, em 1891, a onde as vigas foram pré-moldadas. Sendo assim, pode-se afirmar, que
elementos pré-moldados apareceram antes mesmo da própria industrialização.
A norma NBR 9062 (ABNT, 2006) diferencia peças pré-moldadas de peças pré-fabricadas,
sendo que elementos pré-moldados são moldados anteriormente e fora do lugar de
utilização definitiva na estrutura, como exemplo temos vergas e contravergas destinados a
aberturas como janelas e portas, já os elementos pré-fabricados são executados pela
indústria destinada a este fim, com instalações fixas e permanentes, como exemplo temos
a fabricação de postes.
No Brasil o concreto pré-fabricado tem sido pouco explorado, isso se comparado ao resto
do mundo. Estima-se que no Brasil somente 4,5% do consumo de cimento Portland é
utilizado para produzir concreto pré-fabricado enquanto em países europeus como a
Finlândia, Dinamarca e Holanda tem mais de 40% do cimento destinado a este mesmo fim.
Outro indicador que corrobora essa afirmação é o consumo de concreto pré-fabricado por
habitante/ano, enquanto no Brasil o consumo é de 20 kg em países como a Finlândia ele
chega a 160 kg.
Os elementos em pré-fabricados aumentam a velocidade da execução das construções,
organizam o canteiro e ainda o deixam com um aspecto mais limpo, considerando que o
armazenamento de materiais para o prepara do concreto é quase inexistente. Mesmo com
isso, o campo do mercado de construções é muito competitivo, demandam soluções cada
vez mais imediatas e eficientes. Com isso, cada pequeno detalhe e aspecto no método são
importantes para diferenciar-se dos demais. A desforma dos elementos pré-moldados ainda
não é feita de uma forma padronizada e ideal no Brasil. Isto causa, a limitação da produção
dos pré-moldados, considerando que o elemento pré-moldado tem resistência mínima para
que possa desmoldada e içada.
Conforme TERZIAN (2005), o processo da cura térmica é efetuado para se conseguir
acelerar as reações químicas de hidratação dos cristais do cimento com o objetivo único e
exclusivo de conseguir ganhos de resistência nas idades iniciais do concreto. Na indústria
do pré-moldado o processo que vem sendo mais utilizado é o da cura em vapor. Porém
DEBS (2000) diz que existem algumas formas de cura térmica como a cura a vapor e
pressão atmosférica, cura a vapor com pressão (autoclave), cura com circulação de óleo
ou água em tubos junto as fôrmas, e ainda cura com uso de resistência elétrica
(empregando a armadura ou fios especiais como resistência.
O objetivo principal do estudo é verificar a utilidade da cura térmica nas peças de concreto
pré-moldado, visando aumentar sua resistência mínima nas idades iniciais. Visando sua
aplicação em indústrias de pré-fabricado da Região do Vale do Itajaí-SC. Alguns requisitos
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serão observados como a NBR 12655 (ABNT, 2015) que estabelece que para os elementos
estruturais de concreto devem ser curados até que atinjam resistência característica a
compressão (fck) igual ou superior à 15MPa para que ocorra a desforma.
2. Cura térmica
A cura do concreto compreende a união de medidas que tem por finalidade evitar a
evaporação prematura da água que o mesmo necessita para hidratar os cristais originados
da hidratação do cimento, ocorrendo assim o fenômeno que é responsável pela pega e
consequentemente o endurecimento do concreto. A cura tem por objetivo manter o concreto
o mais próximo da condição de saturação até o exato momento a onde os cristais da
hidratação do aglomerante (cimento) tomam os espaços onde inicialmente se tinha água.
É necessário se fazer uma cura bem-feita, para que se alcance o melhor desempenho do
concreto, o que quer dizer uma diminuição da sua porosidade, assim fazendo com que a
durabilidade das estruturas aumente (BARDELLA, 2005).
Segundo Debs (2000) ao executar elementos pré-fabricado, se tem como objetivo principal
conseguir uma forma de fazer a desmoldagem e/ou desforma o mais rápido possível, ou
seja, pretende-se acabar ou reduzir com o tempo inútil ou "tempo morto", para que assim o
processo consiga ser mais eficiente e alcance a maior produtividade.
Algumas formas de acelerar a cura e o endurecimento de peças em concreto são: utilização
de cimento ARI (alta resistência inicial); aumentar a temperatura; utilizar meios químicos;
utilizar aditivos.
Debs (2000) ainda cita que o aumento da temperatura resulta num acelerador da velocidade
das reações químicas que acorrem entre o cimento e a água, ou seja, a hidratação e criação
de cristais. Porém, mesmo sendo interessante acelerar o endurecimento do concreto,
alguns cuidados devem ser tomados na realização desta tarefa. Esses cuidados são
referentes ao perigo causado pela elevada e rápida perda de água que se faz necessária
para a hidratação do cimento, devido a evaporação com o aumento da temperatura, o que
tem como consequência a micro fissuração dos elementos, o que compromete totalmente
a resistência da peça.
Segundo Melo (2000), é de comum entendimento nos que a hidratação dos aglomerantes
hidráulicos tem uma reação de natureza exotérmica. Ou seja, com elevação da
temperatura, numa etapa inicial, é possível acelerar as reações, sendo assim, pode-se
adquirir resistências maiores em um menor intervalo de tempo. Ele ainda cita que o melhor
estágio para a aplicação do ciclo térmico é após o início de pega do cimento.
Segundo Debs (2000) a cura pode ser feita de algumas maneiras, entre elas: cura por
aspersão na qual a peça é mantida úmida; cura por imersão na qual os elementos são
colocados em tanques de água; cura térmica onde a temperatura do concreto é elevada; e
ainda a ar livre, neste caso o concreto simplesmente endurece, mas não há cura
propriamente.
Segundo a NBR 9062 (ABNT, 2006), quando utilizado o uso do vapor da água como
processo de cura térmica existe uma limitação quanto a temperatura, essa limitação gira
em torno dos 70°C. Isso se deve a possíveis danos que podem influenciar negativamente
na resistência da peça, isso porque pode existir perda excessiva de água em grandes
temperaturas, o que faz o processo inverso do que se quer conquistar, falta água para
hidratação do cimento, consequentemente a resistência decresce. Para que os danos

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sejam evitados, devemos seguir o ciclo mostrado na figura 1, onde: T0 - tempo de pega do
concreto; T1 - período de elevação da temperatura, não ultrapassando 20°C por hora; T2 -
período de temperatura constante; T3 - período de resfriamento, não podendo ultrapassar
30°C por hora.
(°C)

Temperatura máxima

Temperatura
ambiente

T0 T1 T2 T3

Tempo de cura (horas)


Figura 1 - Ciclo da cura térmica a vapor. Fonte: adaptado de Bardella (2005).
Na indústria de pré-moldados uma das maiores preocupações é quanto as manifestações
patológicas, principalmente a ocorrência de fissuras. Elas podem ser causadas por
inúmeros motivos, sendo os mais normalmente frequentes: a cura errada e a desmoldagem
e/ou içamento prematuros. Essas fissuras podem vir a causar perda na resistência da peça
fabricada.
Segundo Moreira (2009) é notável que em estruturas pré-moldadas a existência de
manifestações patológicas ocorre em menor número, as peças costumam ser mais bem-
feitas, porém essas patologias que podem estar presentes não são menos importantes,
pois as mesmas podem causar grandes deficiências nesse tipo de estrutura. O mesmo
autor ainda divide as causas para o aparecimento de fissuras nos elementos em 3 motivos:
utilização para confecção do concreto de material inconveniente ou errado, cura mal
executada, e o içamento prematura das peças, este último item pode ser causado ainda
por cura má feita ou por pouco tempo de cura, onde a peça não conseguiu atingir resistência
necessária para a desforma.
Mesmo sendo um assunto bastante conhecido a cura térmica continua sendo estudada por
diferentes autores como Vargas e Hastenpflug (2016), Pereira et al. (2016), Carvalho et al.
(2016), Silva et al. (2016) que estudaram diferentes tipos de cura, e Beltrame, et al. (2016)
que avaliou o custo da cura térmica.
3. Materiais e métodos
Buscando avaliar a influência da cura térmica no ganho de resistência do concreto ao longo
do tempo especialmente nas primeiras idades. Para isso foram empregados dois tipos de
cimento o cimento Portland tipo IV e o tipo V. Também foram avaliadas três relações
água/cimento e quatro idades de ruptura, 20 horas, 3 dias, 7 dias e 28 dias. A cura térmica
foi realizada a temperatura de 70°C. Também se adotou a cura a temperatura ambiente, na
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qual os corpos de prova permaneceram submersos em água para servir de referência. Na
figura 2 são resumidas as variáveis estudadas nesta pesquisa. As variáveis formam um
programa experimental cruzado com quadro variáveis com dois, três, dois e 4 níveis. A
variável de resposta do experimento será a resistência a compressão de corpos de prova
que serão avaliadas através de análise de variância.

Cimento Portland Relação água/cimento Cura Idade de ruptura

20 horas
0,65 Normal
Tipo IV 3 dias
0,55
Tipo V 7 dias
0,45 Térmica
28 dias

Figura 2 – Variáveis empregadas no estudo.

3.1 Materiais
3.1.1 Cimentos
Os cimentos empregados nesta pesquisa foram os cimentos CP V ARI (Alta Resistência
Inicial) e o CPIV (cimento pozolânico). O cimento CP V ARI é um cimento bastante utilizado
na indústria de pré-fabricados já o cimento CPIV não é normalmente empregado pois o
ganho de resistência nas primeiras idades é menor quando a cura é realizada a temperatura
ambiente. Na tabela 1 é apresentada a caracterização dos cimentos empregados no
estudo. A massa específica foi determinada de acordo com a NBR NM 23 (ABNT, 2001), já
os tempos de início e fim de pega foram determinados de acordo com a NBR NM 65 (ABNT,
2003).
Tabela 1 – Características dos cimentos empregados no estudo
Cimento Tempo (h) Massa específica
Início de pega Fim de pega (g/cm³)
CP V ARI 1 10 3,12
CP IV 1 12 2,91

3.1.2 Agregado graúdo


O agregado graúdo utilizado consiste de material britado de rocha gnaisse. Para
caracterização do agregado empregou-se a NBR NM 248 (ABNT, 2003), a NBR NM 53
(ABNT, 2009), bem como a NBR NM 45 (ABNT, 2006) para determinação da distribuição
granulométrica, da massa específica e da massa unitária, respectivamente. Na figura 3 é
apresentada a distribuição granulométrica do agregado graúdo. A dimensão máxima
característica do agregado é de 12,5 mm e módulo de finura de 5,81. A distribuição
granulométrica do agregado empregado no presente estudo enquadrasse na faixa
granulométrica compreendida entre as peneiras 4,75 e 12,5 mm. O agregado graúdo
apresenta massa específica de 2,81 g/cm³ e massa unitária compactada de 1,648 g/cm³.

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3.1.3 Agregado miúdo
Foi empregado um agregado miúdo natural de cava nesta pesquisa. A caracterização do
agregado miúdo compreendeu a realização da composição granulométrica realizada de
acordo com a NBR NM 248 (ABNT, 2001) e a massa específica de acordo com a NBR NM
52 (ABNT, 2009). Na figura 4 é apresentada a distribuição granulométrica do agregado
miúdo. Como ilustra a figura a distribuição granulométrica do agregado empregado
enquadra-se na zona utilizável de acordo com a NBR 7211 (ABNT, 2009). O módulo de
finura da areia é de 2,27 e a dimensão máxima característica de 2,4 mm. A massa
específica é de 2,61 g/cm³.
100 4,74/12,5 100 Zona Ótima
90 9,5/25

Percentual reticulado acumulado


Zona Utilizável
Percentual retido acumulado

80 Brita zero 80 Areia natural


70
60 60

50
40 40

30
20 20

10
0 0
0 10 20 30 0 2 4
Peneiras (mm) Dimensão das particulas (mm)
Figura 3 – Distribuição granulométrica do agregado Figura 4: Distribuição granulométrica do agregado
graúdo. miúdo empregado e as zonas granulométricas
estabelecidas na NBR 7211 (ABNT, 2009)
3.1.4 Água
A água utilizada para a realização do presente trabalho foi da rede pública de abastecimento
da cidade de Blumenau, conforme a NBR 15900 (ABNT, 2009) este tipo de água pode ser
utilizado sem restrições para confecção de concreto e argamassa.
3.2 Métodos
Os traços de concreto desenvolvidos nesta pesquisa foram dosados de acordo com o
método de dosagem ABCP considerando os materiais descritos no item 3.1. Foram
dosados 6 traços sendo que três deles empregavam cimento CP IV e três empregavam
CPV. A tabela 2 apresenta os traços de concreto estudados nesta pesquisa.
Tabela 2 – Traços de concreto empregados na pesquisa
Material Traço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4 Traço 5 Traço 6
Água 205 205 205 205 205 205
Cimento CP IV - - - 315 373 456
Cimento CP V 315 373 456 - - -
Agregado graúdo 970 970 970 970 970 970
Agregado miúdo 712 664 597 689 642 565
Relação a/c 0,65 0,55 0,45 0,65 0,55 0,45
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Os traços foram moldados em betoneira de eixo inclinado sendo produzidos 30 litros de
concreto em cada uma das seis betonadas de concreto. Foram moldados 16 corpos de
prova de cada traço moldado. A moldagem dos corpos de prova seguiu as recomendações
da NBR 5738 (ABNT, 2016).
Após a moldagem dos corpos de prova iniciou-se o processo de cura. Dos 16 corpos de
prova moldados em cada um dos traços 8 foram submetidos a cura padrão e 8 foram
submetidos à cura térmica. A cura padrão iniciou 15 horas com a desforma dos corpos de
prova. Os corpos de prova foram desmoldados e deixados expostos as condições
ambientes até o momento do ensaio de determinação a resistência a compressão. Já os
corpos de prova que receberam cura térmica após a retirada dos moldes que ocorreu após
15 horas após a moldagem, foram levados ao equipamento de cura térmica. A cura térmica
foi realizada em uma estufa com vapor de água. Os corpos de prova foram colocados em
duas prateleiras e a água que ficava na parte inferior da estufa foi aquecida até a
temperatura de 70°C. O tempo de cura na temperatura de 70°C foi de 4 horas.
Posteriormente o equipamento era desligado e se aguardava o seu resfriamento para então
ocorrer a retirada dos corpos de prova. Posteriormente ao tratamento térmico os corpos de
prova eram submetidos a mesma cura dos demais corpos de prova, ou seja, eram expostos
a temperatura e umidade ambiente.
O rompimento dos corpos de prova ocorreu nas idades de 20 horas, 3 dias, 7 dias e 28 dias
e seguiu as recomendações da NBR 5739 (ABNT, 2007). Foram rompidos dos corpos de
prova por combinação em cada uma das idades estudadas.
4. Resultados
A tabela 3 apresenta a resistência a compressão em MPa para dos diferentes traços de
concreto, idades e tratamentos de cura. Na primeira idade (20 horas) somente os traços
com CPV ARI que receberam cura térmica e apresentavam relação água/cimento de 0,45
e 0,55 apresentam resistência necessária para desforma, resistência esta que deve ser
superior a 15 MPa de acordo com a norma NBR 12655 (ABNT, 2015).
Tabela 3 – Resistência à compressão em MPa dos diferentes traços
Tipo de Cimento
Cimento Portland Tipo IV Cimento Portland Tipo V
Idade Idade
20 Horas 3 Dias 7 Dias 28 Dias 20 Horas 3 Dias 7 Dias 28 Dias
10,00 18,10 20,50 37,00 12,00 22,00 33,20 47,00
Padrão
Cura
0,45

9,40 17,00 21,80 37,60 11,00 22,60 33,80 47,20


Relação água/cimento

13,00 17,80 22,80 34,70 22,00 30,00 34,60 43,80


Térmica
12,40 19,00 23,00 34,30 21,20 29,60 33,80 43,00
3,00 9,10 17,00 27,00 6,50 12,00 21,00 35,00
Padrão
Cura
0,55

3,20 8,90 16,20 27,60 7,90 12,40 20,20 35,60


8,00 13,00 17,00 24,20 16,00 22,00 27,50 35,00
Térmica
8,20 12,60 17,60 24,60 15,40 23,00 27,90 34,20
3,00 10,00 11,50 19,50 7,80 16,00 21,30 28,00
Padrão
Cura
0,65

3,20 9,00 13,50 20,20 7,30 17,00 21,70 27,30


4,50 10,00 13,50 20,00 13,00 18,50 23,00 26,00
Térmica
6,00 9,60 12,80 19,20 13,80 19,20 22,80 27,30

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Na tabela 4 é apresentada a análise de variância da influência dos fatores estudados na
resistência a compressão do concreto. Observa-se que todos os fatores estudados
apresentaram influência significativa sobre a resistência a compressão.
Tabela 4 – Análise de variância quatro fatores
Fonte SQ GDL MQ Teste F Probabilidade (%). Comentário
A: Tipo de cimento 1.482,87 1 1.482,87 4.687,37 0,000000 Significativo
B: Relação a/c 1.925,15 2 962,57 3.042,71 0,000000 Significativo
C: Idade 5.975,56 3 1.991,85 6.296,28 0,000000 Significativo
D: Cura 153,27 1 153,27 484,48 0,000000 Significativo
AB 9,08 2 4,54 14,34 0,001307 Significativo
AC 44,35 3 14,78 46,73 0,000000 Significativo
AD 2.026,37 1 2.026,37 6.405,40 0,000000 Significativo
BC 270,31 6 45,05 142,41 0,000000 Significativo
BD 27,37 2 13,69 43,26 0,000000 Significativo
CD 234,94 3 78,31 247,55 0,000000 Significativo
ABC 21,04 6 3,51 11,09 0,000010 Significativo
ABD 1.961,59 2 980,80 3.100,31 0,000000 Significativo
ACD 1.995,37 3 665,12 2.102,46 0,000000 Significativo
BCD 60,25 6 10,04 31,74 0,000000 Significativo
ABCD 1.996,23 6 332,70 1.051,68 0,000000 Significativo
Erro 15,19 48 0,32
Total 18.198,92 95

A figura 5 ilustra o aumento da resistência média a compressão do cimento Portland tipo IV


em função da idade com e sem cura térmica. Em todos os traços houve aumento da
resistência inicial com a aplicação da cura térmica. Outro comportamento que pode ser
destacado é que nas idades de 3 e 7 dias a resistência dos corpos de prova submetidos a
cura térmica também foi maior. Contudo para idade de 28 dias a resistência dos corpos de
prova que não receberam cura térmica foi levemente superior.
50,0
Padrão - a/c 0,45 Térmica - a/c 0,45
Resistência à compressão (MPa)

45,0 Padrão - a/c 0,55 Térmica - a/c 0,55


40,0 Padrão - a/c 0,65 Térmica - a/c 0,65

35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0 5 10 15 20 25 30
Idade (dias)
Figura 5 – Aumento da resistência à compressão em função da idade do concreto com cimento Portland tipo
IV com cura padrão e cura térmica.

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De forma semelhante ao ocorrido com o cimento Portland tipo IV com o cimento Portland
tipo V também se verificou um aumento da resistência inicial nos corpos de prova
submetidos a cura térmica. Nas idades de 3 e 7 dias a resistência também se obteve o
mesmo comportamento já na idade de 28 dias a resistência dos corpos de prova que não
receberam cura térmica foi maior, como pode ser visto na figura 6. Essa observação
experimental pode ser explicada por Bardella (2005) que constata na cura térmica mesmo
com o aumento das resistências nas primeiras idades, há uma redução nas idades finais,
pois uma hidratação inicial rápida desenvolve o aumento da porosidade, de modo que parte
destes poros permanecerá não preenchida, tornando assim a estrutura menos resistente.
50,0
Resistência à compressão (MPa)

45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0 Padrão - a/c 0,45 Térmica - a/c 0,45

10,0 Padrão - a/c 0,55 Térmica - a/c 0,55


Padrão - a/c 0,65 Térmica - a/c 0,65
5,0
0,0
0 5 10 15 20 25 30
Idade (dias)
Figura 6 – Aumento da resistência à compressão em função da idade do concreto com cimento Portland tipo
V com cura padrão e cura térmica.
Destaca-se também o aumento de resistência entre as idades de 7 e 28 dias, para o cimento
Portland tipo IV com cura padrão aos 7 dias os traços apresentavam em média 60 % da
resistência aos 28 dias. Já para os traços que receberam cura térmica o percentual de
resistência aos 7 dias é de 68% em média quando comparado com a resistência aos 28
dias.
Como esperado para o cimento Portland tipo V a resistência aos sete dias foi
percentualmente maior. Para os traços que não receberam cura térmica a resistência dos
corpos de prova aos 7 dias representou 69% da resistência aos 28 dias. Para os corpos de
prova que foram submetidos a cura térmica a resistência aos 7 dias representava 82% da
resistência aos 28 dias.
Tendo em vista que os traços de concreto apresentavam o mesmo consumo e a mesma
relação água/cimento para os dois tipos de cimento, CP IV e CP V, comparou-se o
desempenho dos dois cimentos. Os traços de concreto produzidos com cimento CP IV na
idade de 28 dias apresentaram resistências entre 75% e 80% comparativamente aos traços
que empregavam cimento CPV. Ou seja, a mesma massa de CP V resultou entre 20% e
25% a mais de resistência.
Outra constatação importante diz respeito ao ganho de resistência com a cura térmica na
idade de 20 horas. Para o cimento CP IV o aumento médio de resistência as 20 horas nos
corpos de prova submetidos a cura térmica foi de 87%. Já para o cimento CP V o aumento
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médio de resistência as 20 horas nos corpos de prova submetidos a cura térmica foi de
94% comparando-se aos corpos de prova com cura padrão.
É importante destacar ainda que em nenhum traço sem cura térmica se obteve resistência
superior a 15 MPa com 20 horas de concretagem. Essa idade de cura permite a utilização
das formas do concreto com um ciclo diário de concretagem o que aumenta sensivelmente
a capacidade de produção de uma indústria de pré-fabricado. Caso o ciclo de utilização das
formas compreenda dois dias a capacidade de produção da fábrica cai pela metade, o que
implica na compra de mais formas e aumento do custo da produção e da própria eficiência
produtiva.
5. Conclusões
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da cura térmica no ganho de
resistência do concreto ao longo do tempo. As principais conclusões deste trabalho são:
a) Somente os traços empregando cimento CP V ARI, com relações água/cimento de
0,45 e 0,55 e cura térmica apresentaram resistência superior a 15 MPa na idade de
20 horas.
b) Nenhum traço avaliado, empregando CP IV, mesmo com cura térmica apresentou
resistência de 15 MPa na idade de 20 horas.
c) O tratamento térmico de quatro horas foi significativo no aumento da resistência do
concreto nas primeiras idades, especialmente na idade de 20 horas. O aumento
médio foi de 87% para os concretos empregando CP IV e de 94% para os concretos
empregando CPV ARI.
d) Comparando-se a resistência aos 28 dias dos corpos de prova submetidos ao
tratamento térmico com aqueles que não passaram pelo processo constatou-se que
nesta idade a resistência é menor, para todos os traços.
Por fim como sugestão para trabalhos futuros recomenda-se a implementação dos traços
desenvolvidos na pesquisa em um fábrica de pré-fabricados bem como o estudo de
temperaturas mais elevadas de cura térmica buscando principalmente o atendimento da
resistência de 15 MPa na idade de 20 horas para concretos empregando cimento CP IV.
6. Referencias
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