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RESUMO
clássicas são apresentados segundo uma lógica teórico-empirista, onde se faz essencial para a
do investidor individual.
desenvolvimento sócio-econômico.
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SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO.............................................................................................................................03
4.2 - O QUE PODE SER FEITO PARA ESTIMULAR OS BRASILEIROS A INVESTIREM MAIS NO MERCADO
DE CAPITAIS?............................................................................................................................14
5 - À GUISA DE CONCLUSÃO..........................................................................................................15
6 - BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................16
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PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR INDIVIDUAL:
A DEMOCRATIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DE CAPITAIS E DA NAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO
Na teoria econômica qualquer tipo de produção pode ser efetivamente baseado em três
produção têm sido passíveis de investigação, dentre os quais se destaca o mercado de capitais.
desenvolvimento.
últimos 30 anos no Brasil, nos permitem avaliar de forma crítica as causas da queda da poupança
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2 - A QUESTÃO DA POUPANÇA E DO DESENVOLVIMENTO
Discutir sobre alternativas para aumentar a poupança privada pode passar a impressão
equivocada de que um esforço maior de poupança por parte dos indivíduos traduz-se
válido, conforme lembra Keynes, apenas em uma economia do tipo “Robinson Crusoé”. Na
doutrina por ele questionada que “tem sido suposto que qualquer ato individual de abstenção de
1936:19).
investir, associada a uma expectativa de consumo futuro, são tomadas por agentes diferentes.
mecanismos que permitam atingir simultaneamente dois objetivos, sem os quais as taxas de
poupança e de investimento dificilmente poderão aumentar até os níveis necessários para o país
poder aspirar a uma taxa de crescimento significativa nesta década: o primeiro é diminuir a
investimento na demanda agregada; o segundo, por sua vez, é canalizar os recursos que
deixariam de ser consumidos pelos indivíduos para que eles de fato sejam utilizados no
capitais, o menor consumo vai ter como efeito apenas a diminuição da demanda agregada e da
renda.
Nesse último caso, o investimento como fator de geração de renda tem um fundo
Keynesiano, ou seja, implica em reconhecer que não basta apenas a decisão de não consumir
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Chairman da Security and Exchanges Comission.
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para que o investimento se realize, faz-se necessário a presença de um mecanismo para
intermediação de funding, o mercado de capitais, uma vez que os recursos devem ser canalizados
do país, através de uma melhora dos mecanismos de financiamento do mercado de capitais, que
O Brasil enfrentou, desde o final dos anos 70, uma queda expressiva dos seus níveis de
poupança agregada. A literatura tem sido pródiga em relacionar este fato com a crise fiscal do
país, ressaltando o duplo papel do combate ao déficit público como elemento central de uma
Porém, quase nada tem sido escrito no país acerca de um fenômeno que vinha ocorrendo desde o
início dos anos 90 e que se acentuou recentemente: a queda da poupança privada, expressa pelo
boom de consumo das famílias que se intensificou a partir de 1993. Outros países da América
Latina, que nos anos 80 e 90 também passaram por processos de certa expansão econômica,
Este trabalho aborda tal fenômeno, sem o intuito, porém, de analisar as suas causas, mas
apenas de avaliar os limites que o consumo elevado das famílias – ou a contrapartida, na forma
de uma poupança privada limitada – pode impor a uma trajetória de crescimento sustentado da
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Este ponto é uma das discussões fundamentais da monografia e será discutido nos próximos itens.
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economia brasileira 3, uma vez que os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento
grave limitação desses países, na medida em que cerceia o processo de acumulação de capital e
desses países deve ser o encaminhamento de medidas que promovam o crescimento da poupança
consumo futuro com a transferência de parte de seu consumo atual para aplicações financeiras
No Brasil, o atual nível da taxa de poupança doméstica indica uma significativa queda da
poupança pública em relação à que vigorava nos anos 70, o que reflete a piora das contas fiscais.
No que diz respeito à evolução da poupança privada, observa-se que, após apresentar um
aumento na segunda metade dos anos 80, ela voltou a cair nos anos 90.
período. O consumo privado caiu significativamente ao longo dos anos 80, como resultado da
queda do salário real no período, devido ao efeito combinado da redução dos níveis de renda –
decorrentes do período recessivo – com uma taxa de câmbio elevada. Contudo, a partir da
estabilização macroeconômica viabilizada pelo Plano Real, observa-se uma trajetória ascendente
do consumo privado. Isto se explica, por um lado, pela queda significativa das taxas de inflação,
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A restrição de poupança não é o único entrave a prejudicar as possibilidades de crescimento da economia brasileira
a taxas maiores que a dos últimos anos. Para uma discussão abrangente dos problemas que devem ser enfrentados
para o país poder aspirar o crescimento, ver Ferreira (1996).
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que reduziu o imposto inflacionário e favoreceu, particularmente, as camadas da população de
renda baixa que não tinham acesso aos instrumentos financeiros de proteção contra as perdas
Por outro lado, a isto se somou a restauração dos mecanismos de crédito, com destaque
para o alargamento dos prazos de pagamento, com efeitos positivos tanto para as classes de
renda mais baixas quanto para as mais altas, o que neste caso refletiu-se no aumento de bens de
consumo durável.
consideração o fato de que sua propensão marginal a consumir é alta – praticamente gastam tudo
aumento da propensão a consumir da economia como um todo, o que a longo prazo, pode
continuamente; e b) gera como resultante, a longo prazo, um consumo maior do que aquele que
resulta de ter um consumo inicial maior associado a uma propensão a consumir maior. Em outras
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A poupança total da economia resulta da soma da poupança externa e da poupança doméstica. Esta última, por sua
vez, é composta pela poupança pública – calculada pela diferença entre o investimento do governo e o déficit
público – e pela poupança privada.
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A respeito dos efeitos redistributivos da redução do imposto inflacionário, ver Néri (1996).
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das empresas privadas nacionais nas últimas quatro décadas, suprindo-as de fôlego financeiro – e
evidenciando-se, portanto, seu papel em prol do desenvolvimento econômico de nosso país. Ora,
se o mercado de capitais é assumido como parte integrante de uma estratégia global orientada
para o desenvolvimento econômico, por quê, então, não pensar numa efetiva integração
uma solução operacional de baixo custo que possibilite uma distribuição ampla e direta das ações
identificada no Japão, por exemplo, como um fator muito importante para explicar os resultados
anseio comum quer endogenamente pela interdependência estrutural de interesses, quer pela alta
de investimento.
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A história da civilização humana é delineada por grandes acontecimentos que impactaram
sobremaneira a sociedade. Estes eventos funcionam como marcos históricos, pela relevância das
mudanças que deflagram em todos os níveis: social, político, econômico e tecnológico (Lima
social no século XXI, seja através de uma sociedade global do conhecimento ou da informação,
Dessa forma, cada vez mais os fluxos financeiros dependem de contas com propriedade e
caixas das empresas, grandes fortunas, pequenos poupadores individuais. Veja a propósito, o que
aconteceu com a Nyse – Bolsa de Valores de Nova York, na segunda metade do século XX.
pensão, todos juntos, não representavam mais do que seis por cento dos ativos controlados pelos
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investidores individuais no quadro da Nyse. O perfil mudou completamente nos anos 90 com o
Mesmo transformados em grandes atores, os fundos de pensão não podem nem querem
ser considerados com um fator de concentração. Sua participação na Nyse, tomando como base
decisões, e uma das conseqüências disso é uma procura cada vez mais intensa de administradores
menos avessas ao risco do que os indivíduos, são também menos dispostas comprar, sejam as
Portanto existe um espaço para os investidores individuais, haja vista a importância que
eles têm no aumento das negociações efetuadas, trazendo qualidade e eficiência para o mercado
privatização de empresas estatais. Entre 1995 e junho de 1997, o volume médio diário negociado
na Bolsa de Valores de São Paulo quadriplicou, passando de 300 milhões para 1,2 bilhão de
reais.
publicitária, a primeira de toda a sua história com o uso maciço dos tradicionais veículos de
comunicação, televisão, rádio, jornais e revistas de grande circulação; no ano de 1996, quando se
achava que mercado de capitais iria sair de sua atrofia para se desenvolver.
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A iniciativa da Bovespa baseou-se na hipótese de que, se o Plano Real fosse consistente a
longo prazo, haveria uma inevitável migração dos investimentos, que aos poucos sairiam da
renda fixa (CDBs, cadernetas e similares) passando para a renda variável (ações, fundos de
ações).
ações para atender à procura. Até meados de 1997, contudo, os programas de privatização que
A opção do governo pela venda direta de lotes de controle acionário alegadamente visou
maximizar os ganhos para o Tesouro. O desinteresse pela pulverização das ações provavelmente
aconteceu por erros de leitura, somados a alguns preconceitos contra as Bolsas e o mercado de
ações.
O primeiro erro de leitura foi subestimar os anseios dos pequenos poupadores espalhados
pelo Brasil inteiro. Entre 1996 e 1997, os fundos de ações aumentaram de 4 para 12 por cento a
sua fatia no patrimônio global dos fundos, mesmo sem contar com o embalo das privatizações.
melhor e participar desses programas, fato que a Bovespa detectou através de um trabalho de
Profissionais Liberais
Professores Analistas de Sistemas
2% 17% 3%
Não informou Administradores
6% 13%
Outros
Contadores
11%
4%
Estudantes Economistas
3% 5%
Universitários
7% Sem Formação
Profissional
29%
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Fonte: Pesquisa da campanha Privatização Democrática (junho/agosto de 1996)
www.bovespa.com.br
capitais se esvaiu, uma vez que o mercado brasileiro continuou com elevado grau de
concentração na Bovespa, respondendo por 54% do total dos negócios das dez ações mais
posterguando-o como mecanismo de geração de renda futura e de longo prazo pela potencial
capitais diminuiu, na medida que o dinheiro passou a fluir por canais privados, o governo
reservou para si o papel regulador, por outro lado o mercado de capitais continua atrofiado, mas
investidores individuais.
Institucional Estrangeiro
17% 25%
Empresa Pública e
Pessoa Física
Privada
20%
Outros 3%
Instituições
0%
Financeiras
35%
É sugerido que o crescimento dos investimentos em ações por parte dos investidores
provocado efeito indesejável sobre a eficiência do mercado acionário, afetando a estabilidade dos
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Por outro lado, o crescimento dos investimentos em ações por parte dos investidores
do mercado acionário pode ser originado através do estímulo à participação de pessoas físicas,
vista que o mercado de capitais alemão, antes do Neuer Markt ser criado em 1997, tinha uma
abriam capital; situação não muito diferente do Brasil, que atento às transformações criou o Novo
de acesso.
são desenvolvidos alguns instrumentos financeiros eficazes e instituições competentes para que a
interessar mais, e. g. por ações, com isso o que tendencialmente acontece é que o preço dessas
ações deve melhorar e é isso que vai viabilizar a reativação do mercado primário, pois à priori
com preços baixos, devido aos elevados custos de transação, as empresas não se arriscam a abrir
seu capital.
Diante dessa considerações, o momento epigráfico de nossa partida faz sentido, pois
marcantes desenvolvimentos dos nossos mercados de capitais” ; é a partir dele que se inicia os
primeiros passos para que o nosso atrofiado mercado de capitais volte a andar.
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4.2 – O
QUE PODE SER FEITO PARA ESTIMULAR OS BRASILEIROS A INVESTIREM MAIS NO
MERCADO DE CAPITAIS?
Existe um problema que está intrínseco na cultura brasileira e que foi sendo amalgamado
conforme anteriormente explicado, está relacionado à elevada demanda reprimida que há,
principalmente nas camadas mais pobres da população. Já questão do mercado de capitais está
intimamente ligada a idéia de jogatina, que se explica pelo caráter conservador historicamente
construído.
Portanto faz-se necessário uma política geral, que procure reconquistar a confiança no
mercado de capitais, ou até mesmo criar uma nova idéia sobre os benefícios, do mercado de
capitais. Muito já tem sido feito pelos agentes e instituições do Mercado de Capitais, porém
estamos na era digital, que é marcada pela revolução tecnológica que está mudando, em alta
mostram valores cada vez maiores. Analistas do mundo inteiro projetam um acelerado
crescimento do e-commerce nos próximos anos. As expectativas para o Brasil são mais otimistas
ainda: acredita-se que o comércio eletrônico crescerá aqui mais que em outros países. Além
Nunca antes os consumidores foram tão bem informados e exigentes (LIMA SILVA, et.aii,
habitantes do mundo, por quê não um mecanismo de pulverização de ações, a fim de diminuir a
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concentração no mercado de capitais nacional? Segundo pesquisa do website Cadê? 6, em 1999,
menos que 5%de todas as pessoas que usavam a internet para compras já haviam comprado
ações, em comparação 80% já haviam comprado livros e 11% eletroeletrônicos; o que demonstra
que existe espaço na internet, não somente para transmitir informações, como transparência do
recursos do FGTS na compra de ações. Além disso, a venda pulverizada é um caminho válido
para o governo alienar ações que detém em empresas estatais. Os casos da Petrobrás, Vale do
Rio Doce e Banco do Brasil são exemplos que demonstram o sucesso, e o comprometimento do
5 – À GUISA DE CONCLUSÃO
criar oferta de empregos para as novas gerações e de melhorar o perfil de distribuição de renda
Dentre estas opções, o mercado de capitais é o que apresenta a mais orgânica proposta de
O papel desempenhado pelo Mercado de Capitais difere, naturalmente, de país para país;
entretanto, de um modo geral, é bastante relevante nas nações desenvolvidas, onde já existam
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www.cade.com.br
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mercados acionários ainda em processo de evolução, existe um interesse bastante acentuado no
eficiência econômica.
Como muito bem demonstrado no case alemão de sucesso do Neuer Markt, o investidor
injetar liquidez no sistema, segundo regras mais transparentes e eficientes. Da mesma forma,
com as reestruturações que vem ocorrendo no mercado de capitais brasileiro, tudo aponta, que
com o Novo Mercado e a nova Lei das S.A., garantindo maiores direitos aos acionistas
6 - BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, P. C., Perspectivas de longo prazo da economia brasileira: uma análise exploratória.
KEYNES, J. M., The general theory of employment, interest, and money. New York: Harcout,
NERI, M., Fuga da moeda e distribuição de renda. Boletim Conjuntural no 34, julho. Rio de
Janeiro:IPEA, 1996.
www.bovespa.com.br
www.cade.com.br
www.cvm.gov.br
www.nyse.com
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