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Juliana Farias
Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ; bolsista
do Programa Nacional de Pós-Doutorado da CAPES.
E-mail: farias.ju@gmail.com
RESUMO
No intuito de analisar seções emblemáticas de “trajetórias documentais” (Ferreira,
2009) relativas a casos de execução sumária ocorridos durante incursões policiais
em favelas do Rio de Janeiro, este artigo é pautado pelo entendimento de que de-
terminadas “práticas de governamentalidade” (Foucault, 2008) estão diretamente
articuladas a expedientes burocráticos de delegacias, institutos médico-legais e
defensorias públicas, dentre outros segmentos de Estado. A documentação pro-
duzida pelo Estado é enxergada, portanto, enquanto elemento chave para a atua-
lização de engrenagens governamentais de controle de territórios e corpos.
Palavras-chave: práticas de governamentalidade; documentos de estado; favelas.
ABSTRACT
In order to analyze emblematic sections of “documental trajectories” (Ferreira,
2009) concerning cases of summary execution occurred during police raids in
favelas of Rio de Janeiro, this article is guided by the understanding that certain
“governmentality practices” (Foucault, 2008) are directly articulated to bureau-
cratic formalities of police stations, forensic institutes and public defender’s
offices, among other government segments. The documentation produced by
the state is understood, therefore, as a key element in upgrading government
gears that control territories and bodies.
Palavras-chave: governmentality practices; state documents; favelas.
1
Uma versão preliminar deste trabalho foi apresentada no GT – Antropologia, burocracia e documentos do IV ENADIR.
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Deixo registrados meus sinceros agradecimentos a Letícia Ferreira e Larissa Nadai pelo debate generoso que propor-
cionaram e às/aos demais colegas pela oportunidade de aprendizado e troca.
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uso das armas de fogo que traziam con- Público, através do Promotor de Justiça
sigo, em legítima defesa e como forma de responsável pelo caso, ao Juiz Presidente
fazer cessar a resistência oposta pelos in- do Tribunal do Júri da Comarca da Capi-
fratores8. Tal versão da troca de tiros, no tal, no intuito de iniciar o processo.10
entanto, além de não encontrar eco nos No primeiro parágrafo do texto as-
depoimentos das pessoas que moram no sinado pelo promotor, são mencionados
Morro do Russo, também é negada na os exames cadavéricos como fonte
denúncia9 apresentada pelo Ministério central da informação a ser denunciada.
8
Trecho do relatório de inquérito final. É através daqueles registros que se sabe
9
Texto da denúncia, na íntegra: “No dia 4 de junho de 2008, quais foram as lesões corporais, quais
por volta de 17 horas e 30 minutos, no Morro do Russo, bair- foram os ferimentos que, seguindo a
ro do Atalaia, no local em que se situa o Bar do Sergio, os de-
nunciados, com vontade livre e consciente de matar, efetuaram denúncia, foram a causa das mortes das
disparos de arma de fogo contra Emanuel Castilho da Silva, vítimas. Ao se referir ao transporte dos
Fernando Sabino de Figueiredo, Jonathan Freitas Murtinho,
Pedro Henrique de Almeida Lopes, Rodrigo Firmino da Silva, cadáveres para o hospital – ação inter-
Hugo Venâncio de Souza, causando nas vítimas as lesões cor- pretada como tentativa de dar aparência
porais descritas nos autos de exame cadavérico de fls. 268, 243,
237, 251, 264 e 259, respectivamente. Tais ferimentos, por sua de licitude aos atos violentos cometidos11
natureza e sede, em sua grande maioria na cabeça e pelas costas, –, o MP menciona a evidente letalidade
foram a causa das mortes das vítimas. Os denunciados, todos
policiais militares em serviço – segundo alegaram por determi- dos ferimentos. Mais uma vez os exames
nação superior – realizavam incursão no citado morro, tendo nas penas do artigo 121, §2º, incisos I e IV (6 vezes), na forma
em dado momento detido as vítimas e as levado para o local em do artigo 69, todos do Código Penal. Isto posto, requer a V.EX.a.
que decidiram consumar os homicídios. As provas orais e tes- que, recebendo a presente, determine a citação dos acusados
temunhais colhidas ao longo da investigação rechaçaram a tese para responderem à imputação ora deduzida, esperando vê-
de legítima defesa lançada pelos policiais em seus depoimentos -la, ao final, julgada procedente com a prolação de sentença de
por ocasião da apresentação da ocorrência em sede policial, pronúncia, levando os réus a julgamento pelo Tribunal do Júri
tendo se demonstrado que agiram com violência imoderada desta Comarca. (Neste trecho da denúncia produzida pelo Mi-
e desnecessária, sem que tenham comprovado haver sofrido nistério Público foram modificados também o nome do bairro
qualquer ataque. Ainda buscando dar aparência de licitude aos onde se localiza a favela em questão, o nome do bar próximo ao
atos violentos que cometeram e sob o pretexto de prestar socor- local dos crimes e os números das folhas do processo relativas às
ro às vítimas, os denunciados transportaram os cadáveres para cópias dos laudos cadavéricos das vítimas fatais da operação.).
o Hospital Municipal [mais próximo], não obstante a evidente 10
Vale lembrar que este caso é uma exceção, visto que a imensa
letalidade dos ferimentos que haviam provocado, demonstrada
maioria dos casos relativos a homicídios decorrentes de inter-
com abundância nos esquemas de lesões que ilustram os autos
venção policial são arquivados pelo Ministério Público. Para
de exames cadavéricos. Agiram os denunciados por motivo tor-
uma abordagem deste tema específico, ver Zaccone (2015).
pe, eis que se vingaram das vítimas indiscriminadamente sob
11
o falacioso fundamento de que seriam traficantes, o que ainda A remoção dos corpos configura prática frequente em casos
que verdadeiro jamais os autorizaria a praticar o “justiçamento de execuções em favelas, motivo pelo qual uma das demandas
sumário” que perpetraram. Do mesmo modo, a descrição mi- dos familiares de vítimas de violência institucional no Rio de
nuciosa dos ferimentos suportados pelas vítimas demonstra que Janeiro é que se cumpra a determinação da Portaria PCERJ no
os denunciados agiram de forma a não lhes permitir qualquer 553 de 7 de julho de 2011. O Artigo 1o desta portaria, que trata
chance de defesa e nem mesmo a tentativa de fuga ou rendição. das diretrizes básicas a serem seguidas pela Autoridade Policial
A participação de cada um dos denunciados no conjunto de ho- em caso de ocorrência que lhe seja apresentada como enseja-
micídios, ainda que, em relação a alguma das seis vítimas tenha dora da lavratura do denominado “Auto de Resistência”, traz no
consistido numa atitude corporal inerte, redundou em força inciso I a seguinte diretriz: acionamento imediato de equipe de
moral cooperativa, pela certeza da solidariedade entre todos, apoio policial, para fins de isolamento e preservação do local,
tendo eles mantido odiodo pacto de silêncio da verdade ao lon- acaso ainda não tenha sido providenciado, determinando que
go de toda a investigação. Estão assim os denunciados incursos não seja alterado o estado e a conservação das coisas.
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cadavéricos são acionados enquanto fon- nela da sua casa viu uma arma (fuzil
te documental central, sendo feita refe- 762 cromado) no chão do beco; que
rência direta ao conteúdo imagético des- também ouvia vozes dos policiais con-
ta documentação, pois são destacados os versando em tom alto e que depois disso
esquemas de lesões que ilustram os autos. houve um grande silêncio; por fim, con-
Esta prática de desfazer o local do ta que quando já estava escurecendo,
crime é mais uma peça na construção viu policiais fardados da PM – talvez
da versão da troca de tiros, que ao lon- uns 6 ou 7 – recolherem os corpos.12
go do desenvolvimento da denúncia, vai
sendo contestada. Essa desconstrução Para além da atitude dos agentes em
também se vale dos depoimentos orais relação às vítimas e ao tratamento dado
das testemunhas do caso, qualificados àquelas mortes, que discuto a seguir, gos-
como provas orais e testemunhais nesta taria de chamar atenção para a descrição
denúncia. No intuito de trazer à reflexão da cena que antecede o recolhimento dos
o devido peso deste tipo de prova, trago corpos – visto que torna evidente o fato
o trecho do depoimento de um mora- de aqueles moradores estarem mortos,
dor do Morro do Russo que viu e ouviu não cabendo, portanto, qualquer tenta-
parte da ação dos policiais naquele dia tiva de socorro, conforme mencionado
em que Emanuel foi executado: anteriormente. Qualifica-se, no texto da
denúncia, também a violência que ca-
[...] escutou o barulho de muita racterizou a ação dos policiais: violência
água descendo pela rua e que viu essa imoderada e desnecessária – exercida em
água suja de sangue; conta que ouviu contexto no qual os policiais não teriam
um policial gritando de forma debocha- ao quê reagir, visto que não comprova-
da e rindo “Tá morrendo afogado? Mor- ram haver sofrido qualquer ataque.
re, morre afogado desgraçado!”. Conta Ainda que na denúncia aqui transcrita
que soube depois que o cano foi estou- tenham sido utilizadas expressões como
rado por um tiro dos policiais e que eles vontade livre e consciente de matar para
mesmos fecharam o registro da CEDAE. caracterizar o momento de efetuação dos
Observou que os policiais estavam mui- disparos, é fundamental ressaltar que esses
to eufóricos, rindo muito e que tinham disparos partiram de fuzis adquiridos pela
a fala meio “embolada” e que gritavam corporação através de investimentos gover-
“sob nova direção! Não tem mais arre- namentais na área da segurança pública13. A
go!”. Conta que nesse momento não viu 12
Trecho final de um dos depoimentos que constam do
quantos policiais estavam ali, mas que processo do caso em questão.
eles não deixavam ninguém subir nem 13
Como destacam Misse et al. (2013: 15), “o governo do
descer o beco; conta ainda que pela ja- Estado do Rio de Janeiro adotou, a partir de meados dos
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partir desta colocação, não estou querendo por José Mariano Beltrame, desde então
retirar as qualificações de imoderada e des- Secretário de Segurança Pública do Esta-
necessária atribuídas pelo MP à ação vio- do do Rio de Janeiro, sobre a marca de 19
lenta dos agentes de Estado que participa- pessoas mortas na mega-operação reali-
ram da operação no Morro do Russo aqui zada na Vila Cruzeiro (no episódio que
discutida – a referência aos investimentos ficou conhecido como Chacina do Ale-
no armamento da corporação PMERJ tem mão): o remédio para trazer a paz, muitas
o objetivo de demarcar as condições de vezes, passa por alguma ação que traz san-
possibilidade daquele disparo, visto que no gue15. Adiciono ao debate a declaração de
debate aqui proposto ele é compreendido um policial civil sobre o fato de os agentes
enquanto produto e produtor dessa lógica terem chegado a determinados pontos
militarizada que caracteriza as políticas de do Complexo do Alemão considerados
segurança pública que vêm sendo imple- inacessíveis escoltados por caveirões e,
mentadas no Estado do Rio de Janeiro, es- portanto, em posição que facilitou a exe-
pecialmente a partir da década de 90.14 cução do ataque que tinham planejado16:
Dentre as diferentes frentes de am- Foi igual a dar tiro em pato no parque de
pliação desse quadro político a partir dos diversões17. Enquanto no Alemão foi igual
anos 2000, aciono mais uma vez um ícone a dar tiro em pato, no Morro do Russo o
desses investimentos para uma seguran- morador já atingido gravemente teve que
ça pública mais militarizada: o caveirão, engolir a água que lavava o sangue do seu
veículo blindado adquirido para ser uti- próprio corpo, ouvindo o policial dizer:
lizado pelo Batalhão de Operações Poli- morre, morre afogado desgraçado, como
ciais Especiais da Polícia Militar (BOPE) relatou uma das testemunhas do caso.
em operações nas favelas. Vale relemrar A declaração do secretário e a declara-
duas declarações importantes para a dis- ção do policial da ponta podem ser lidas
cussão aqui travada: a primeira proferida
15
Jornal O Globo, edição de 29 de junho de 2007, p. 14.
anos 90, a estratégia de investir, cada vez mais, em recursos
16
materiais e humanos principalmente para a polícia militar, As 19 pessoas mortas não configuram o único número
através da aquisição de armas de alto potencial letal, como impressionante a respeito daquela operação: essas 19 pes-
os fuzis .762, da contratação de membros para a corporação soas mortas foram atingidas por um total de 78 tiros, dos
e da expansão considerável de sua frota de viaturas, incluin- quais 32 foram disparados pelas costas das vítimas, como
do veículos blindados, apelidados de “caveirões”.” registrado nos laudos cadavéricos examinados por perito
14 legista independente a pedido da Comissão de Direitos Hu-
Vale lembrar aqui que foi na década de 90 que se consolidou
manos da OAB-RJ. Relatório da Sociedade Civil para o Re-
a legitimidade do enfrentamento militarizado à favela e seus
lator Especial das Nações Unidas para Execuções Sumárias,
moradores, por serem estes entendidos por diferentes setores da
Arbitrárias e Extrajudiciais. Rio De Janeiro: 2007.
sociedade residente no Rio de Janeiro como o foco irradiador da
17
violência urbana que assolava a cidade (Leite, 2000; Machado da “Secretário nega excessos da polícia no Complexo do
Silva, 2002). Assim se pautaram políticas de segurança pública Alemão”. Carta Maior, 29 de junho de 2007. Disponível em
para todo o Estado – marcadas pela diferença entre a atuação <http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Hu-
das polícias no “asfalto” e na favela. Configurava-se um contexto manos/Secretario-nega-excessos-da-policia-em-operaco-
político pautado pela “metáfora da guerra” (Leite 2000). es-no-Complexo-do-Alemao/5/13631>.
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Uma simples anotação “T”, feita nagem estatal que se supõe soberana e
à mão pelo perito de plantão no IML, rearticula cotidianamente estes saberes
no dia seguinte da morte de Emanuel, específicos a fim de renovar e perpetuar
carrega consigo uma determinada ver- tal soberania. No caso em questão, o
são dos fatos e o devido preenchimento domínio do campo da medicina legal
desta informação na documentação em tanto possibilitou o esclarecimento de
questão orienta, correlaciona ou con- informações, quanto sua omissão – e o
fronta diversas outras informações a res- controle dessas informações passou por
peito da morte deste morador de favela. especialistas que trabalham produzindo
É possível explorar nesta documentação registros oficiais:
de Estado uma informação visual
(mesmo que o conteúdo imagético A Ciência Forense prescinde
e seu potencial comunicativo sejam de peritos legistas que, proposi-
radicalmente distintos de fotografias talmente escudados da evasiva
e outros suportes utilizados pelos resposta ao QUARTO QUE-
familiares). Mas é também indiscutível SITO – “SEM ELEMENTOS
o fato de que não peritos (ou seja, PARA RESPONDER POR DES-
leigos, como eu) possam enxergar a CONHECER A DINÂMICA
anotação “T” no laudo. O ponto a ser DO FATO” –, lavam suas mãos
destacado a partir desta leitura é que o (mãos claramente irresponsá-
fato de não peritos enxergarem (e até veis), como se PILATOS pós-mo-
entenderem) a anotação “T” não faz dernos fossem, diante de fatos
do laudo cadavérico um documento científicos, de suma importância
completamente “legível”. para a Justiça; e mais que para
Aqui, entra em debate a questão esta, para a própria sociedade,
das especializações, afinal, mesmo que ao final de tudo. [...] O povo, pelo
muitos possam enxergar a anotação geral, atribui a impunidade à
referente à zona de tatuagem, não são Justiça; mas nesse caso, em parti-
todos que podem realizar esta anota- cular, a impunidade fora referen-
ção no documento e não são todos que, dada por exame cadavérico mal
dentro do tribunal do júri, podem cons- feito, desidioso, incompleto, falho,
truir argumentações a partir desta ano- omisso e incompetente.27
tação durante o julgamento do policial
que efetuou o disparo. Neste pequeno Apesar do enfoque dado à perícia
(mas determinante) trajeto burocráti- na discussão aqui travada e de uma
co, estão conectados saberes de áreas possível interpretação da escolha da ci-
distintas que se entrecruzam na engre- 27
Idem.
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