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SUMÁRIO

Introdução: “Eu e a minha hipocrisia”

1 Estamos em guerra!

2 Abigail e a submissão inteligente

3 Mical e a submissão sem rendição

4 Bate-seba e a submissão danosa

5 Vida de Rainha nos dias de hoje


Introdução

“Eu e a minha hipocrisia”

“Quando o exterior não revela o interior,


Deus chama de hipocrisia.”

Hipócritas! Esse povo me honra com


lábios, mas seu coração está longe de mim...” As
palavras de Jesus aos fariseus em Mateus 15:8
soaram forte em meu coração naquela manhã
ensolarada. Estremeci, principalmente com o que
ouvi depois, da parte do Espírito: “E você é um
deles”. “O quê?” – questionei, assustada. “Eu?
Hipócrita? Com o coração longe de Deus?
Nunca!”
Foi assim que comecei a refletir sobre o
assunto que me levou a escrever este livro. Eu estava
em férias e, num momento tão sublime e tranquilo
de estudo da Bíblia, ouvi o Senhor me repreender
com essas palavras. Eu estava ali, no meio de um
bosque, esperando a presença doce e confortadora
de Jesus, porém, foi assim que Ele resolveu se
revelar a mim naquele dia. Difícil, num primeiro
momento. Mas depois entendi que era necessário.
Meu diálogo com o Pai seguiu-se cheio de
dúvidas e perguntas. “Como assim Senhor? Sempre
te amei, te obedeço, te sirvo... sou uma filha que te
agrada, uma esposa submissa!” E foi então que
Ele me ensinou algo que mudaria minha vida e meu
casamento para sempre: submissão irrestrita não
implica somente em obediência, mas principalmente,
em honra incondicional.
Particularmente, sempre me achei uma boa
esposa - e submissa. Sou daquelas que, se for
preciso, deixo a roupa que meu marido irá vestir
pronta em cima da cama enquanto ele toma banho
para ir a algum compromisso. Cozinho, cuido da
casa, auxilio no ministério pastoral. E sempre (ou
quase sempre, confesso), sem murmurar. “Sim, sou
submissa”, eu pensava. No entanto, quando me
falou a respeito do assunto, Deus quis me mostrar o
quanto nós, mulheres, somos falhas encarando a
submissão apenas como obediência.
Veja, por exemplo, o que escreve o autor da
Epístola aos Hebreus:
“Obedeçam aos seus líderes e
submetam-se
à autoridade deles.” (Hebreus 13:17)
São dois verbos, duas ações diferentes,
numa mesma ordem: obedecer e submeter-se. Isso
mostra que obediência é diferente de submissão. A
palavra “obedecer” tem o sentido de “fazer algo”,
enquanto “submeter” refere-se a “render-se à
autoridade”. Seria como dizer que obediência tem a
ver com nossa ação diante da ordem de uma
autoridade; já submissão tem a ver com a maneira
como agimos para com essa autoridade. É por isso
que submissão verdadeira não se refere apenas a
obedecer, mas honrar. Não é só fazer o que se
pediu, o que todos podem ver - mas é a nossa
reação interior a uma ordem. Sendo assim, é
possível viver em obediência sem estar em
submissão. Um perigo.
Comecei então a lembrar das tantas vezes
em que me achei mais capaz para conduzir uma
situação ou critiquei (mesmo que apenas em
pensamento) as decisões e convicções do meu
esposo. Fui lembrada de quando cometi erros por
não pedir auxílio ou agir impetuosamente, das
ocasiões em que o manipulei para que fosse feita a
minha vontade e de como minha filha, tão nova
ainda, já me viu tantas vezes corrigindo seu pai.
Vieram-me lembranças de dias em que não fui uma
esposa encorajadora e das vezes em que agi como
uma criança mimada que, ao cessar uma atitude
desaprovada pela mãe ou pelo pai, pensa algo do
tipo “por fora eu não faço, mas por dentro eu
continuo fazendo”. Foi vergonhoso pensar em tanta
desonra.
Toda a narrativa bíblica faz analogia a
Cristo e à Igreja como um casamento. O casamento
é uma instituição divina que existe desde a criação
do mundo: Eva foi a primeira esposa. Assim, a
Igreja está para Cristo como Eva estava para Adão e
o relacionamento entre Adão e Eva – o casamento –
é o espelho do relacionamento que Deus planejou
para Cristo e a Igreja.
Pela Palavra revelada sabemos que no
casamento é necessário que a esposa viva em
submissão ao marido assim como a igreja deve
permanecer em submissão a Cristo. Esse modelo de
submissão – entre Cristo e a Igreja – é o que
devemos seguir.
Imagine agora a obediência da igreja a
Cristo apenas parcialmente: ou sem amor ou sem
honra, apenas na atitude, mas não no coração. Seria
insubmissão, porque para Deus não há “meia
obediência”, assim como não há “meio pecado”.
Além disso, as escrituras nos alertam que o que
Deus espera de nós, muito mais do que sacrifícios
(que seriam mostrados pelos nossos atos), é um
coração quebrantado, que desvenda nosso caráter.
Ele sonda e conhece nossos pensamentos e nossos
intentos – por isso a atitude exterior precisa refletir o
interior para ter validade diante Dele. Quando o
exterior não revela o interior, Deus chama de
hipocrisia.
Então, pela misericórdia do Pai, enxerguei
que obedecer apenas na aparência, exteriormente,
com a arrogância de se achar sempre certa,
questionando ou discordando, é obedecer
parcialmente. É hipocrisia, é pecado. E é ele, o
pecado, que faz separação entre nós e Deus (Isaías
59:2). Foi por isso que ouvi aquelas palavras tão
duras em meu espírito. Era o Pai me corrigindo,
ensinando, amando. Só assim entendi que se desejo
obedecer e agradar a Deus de fato, preciso
reconhecer, obedecer e honrar as autoridades que
Ele colocou sobre mim – e o meu marido é uma
delas!
Terminei meus estudos naquela semana de
coração rendido e grata pela paciência do Senhor
em nos ensinar todas as coisas. Acima de tudo Ele é
um Pai amoroso que almeja nossa felicidade e
sucesso, por isso nunca se cansa de nos mostrar o
caminho! Me arrependi, pedi perdão a Deus e ao
meu esposo (que no começo nem entendeu direito o
que estava acontecendo, afinal de contas, nunca fui
uma má esposa em meus atos para com ele) e
desfrutei da Paz verdadeira!
Tudo o que Deus me mostrou na Palavra
naqueles dias está aqui, portanto, assim como foi
comigo, você irá se surpreender com várias
mulheres da Bíblia. A partir do segundo capítulo,
nosso ponto de partida será o exemplo das três
esposas mais conhecidas de Davi: Abigail, Mical e
Bate-seba. Há algo a se aprender com suas atitudes
perante o marido.
Apenas para que você se situe
historicamente antes da leitura, na época de Davi a
poligamia era aceita por que ter mais esposas
significava ter mais filhos para ajudar no trabalho e
assegurar a continuidade da linhagem familiar. Ter
várias esposas também era comum porque muitos
homens morriam em batalha e as mulheres não
poderiam ficar desamparadas. A prática, no entanto,
não foi instituída por Deus, e sim, pela sociedade.
Nem todos os homens optavam por isso, não era
uma obrigação. Mais tarde, já no período do Novo
Testamento, percebemos uma mudança cultural,
com a desaprovação da poligamia e a instituição de
novas leis morais e de conduta para o casamento -
essas sim, aprovadas e ensinadas por Jesus e seus
seguidores.
Espero, sinceramente, que você leia este
livro de coração aberto ao agir de Deus, disposta a
mudar e se aperfeiçoar de acordo com o que a
Palavra nos exorta.
Leia com a esperança de que nossa
recompensa está na Eternidade, mas, também, com
a convicção de que obedecer e agradar a Deus
através da honra ao marido, aqui e hoje, nos faz
experimentar o Céu na Terra!
Descubra a liberdade na verdadeira
submissão e seja feliz!
Capítulo 1

Estamos em guerra!

“Você pode ter aparência de santa, atitudes de


santa, comportamento de santa e ainda assim
não agradar ao Senhor.”

Se você tivesse que responder agora para


que a humanidade foi criada, o que diria? Eu já me
fiz essa pergunta algumas vezes e quase sempre
respondia cantarolando uma canção que conheci na
minha juventude: “Eu nasci prá Te adorar”. Sem
dúvidas, a adoração ao Pai faz parte de nós e o
fazemos em cada gesto, com cada pensamento, com
palavras e atitudes. Mas vai muito além de cantar, se
você imaginava que adorar é apenas isso. É, na
verdade, um estilo de vida. Adoramos até mesmo
com um simples respirar. Cada vez que manifesto a
vida que foi soprada em mim, faço isso em adoração
ao Pai. Nossa existência, por si só, adora ao Criador.
Mas há um porém. Hoje sei que não posso limitar as
intenções de Deus para comigo e entendo que Ele
não me fez apenas para isso – embora, repito: faz
parte da minha, da nossa essência.
Aprender o motivo da nossa existência é o
primeiro passo para entender o princípio bíblico da
autoridade e submissão. Precisamos saber por que
estamos aqui, e para isso, é preciso retornar à
criação e recordar em quais circunstâncias fomos
criadas.
A narrativa de Gênesis começa com a
formação dos céus e da terra e prossegue revelando
com detalhes a criação de Deus em sete dias – que
como já sabemos, não necessariamente tiveram a
duração de 24 horas cada um. Note que o primeiro
versículo fala da criação dos céus e da terra, mas o
segundo diz que a terra estava “sem forma e vazia e
havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de
Deus pairava sobre as águas”.
Alguns estudiosos da Bíblia entendem que a
primeira terra – a do versículo 1 – havia sido
destruída no julgamento de Lúcifer, conforme a
descrição de Isaías 14, que fala de uma desolação
total após a batalha que ocorreu no Céu. Sendo
assim, haveria uma primeira e uma segunda criação,
com uma lacuna de tempo entre o primeiro e o
segundo versículo de Gênesis.
Essa “teoria da lacuna de tempo”
aceita um espaço de tempo entre os
versículos 1 e 2; o versículo 2, então,
daria início à história de uma
recriação, (...) com uma descrição
detalhada de Seu trabalho criativo,
com um interlúdio de coisas
inacabadas entre os versículos 1 e 2.
(Comentário de Gênesis 1:2 na Bíblia da Mulher
– Editora Mundo Cristão)

Partindo dessa teoria e da constatação de


que, na história da criação, Satanás aparece em
forma de serpente, sem que tenha sido dito antes
disso qualquer coisa a seu respeito ou seu
surgimento, podemos afirmar que ele já estava na
terra quando a humanidade foi criada. Esse é o
primeiro ponto a que devemos nos atentar.
Em segundo lugar, precisamos lembrar
como fomos criadas.
Então disse Deus: "Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança. Domine ele sobre
os peixes do mar, sobre as aves do
céu, sobre os animais grandes de toda
a terra e sobre todos os pequenos
animais que se movem rente ao chão".
Criou Deus o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou."
(Gênesis 1: 26, 27)

O Pai nos fez “à sua imagem e


semelhança”. No hebraico, essa palavra “homem”,
do início do versículo 26, difere do “homem” no
final do versículo 27. A primeira citação refere-se à
humanidade; a segunda, ao ser masculino,
“macho”. Portanto, nós, mulheres, fomos criadas
com as mesmas características dos homens e a
mesma capacidade para subjugar.
A palavra “imagem” vem do hebraico
Tsélem que remete à “sombra, aspectos, figura
representativa, aparência, fotografia”. Já
“semelhança”, ou, Demuth, no hebraico, tem o
sentido de similaridade, porém, num aspecto mais
abstrato ou idealístico. Ou seja, fomos feitas para
representar Deus – tanto em Sua forma como em
Sua essência. Bem por isso, homem e mulher são os
únicos seres da criação que receberam poder e
habilidade para cumprir um mandato de autoridade
que lhes foi dado logo em seguida. O ser humano
dominaria sobre todas as coisas e toda a terra estava
sujeita ao seu poder de representante do Criador:
"Deus os abençoou, e lhes disse:
‘Sejam férteis e multipliquem-se!
Encham e subjuguem a terra!
Dominem sobre os peixes do mar,
sobre as aves do céu e sobre todos os
animais que se movem pela terra’."
(Gênesis 1:28)

Recebemos tanto do Pai que, em Romanos


8:19, lemos que “o universo todo espera com muita
impaciência o momento em que Deus vai revelar o
que os seus filhos realmente são”. Isto é, a criação
geme pelo dia em que finalmente atuaremos nessa
dimensão de poder e autoridade que nos foram
dados pelo Pai naquele dia.
Podemos nos perguntar então: “Pra que
tanto poder? Porque o Senhor nos escolheu como
espelho e depositou em nós sua essência?” A
resposta é simples: o Senhor queria representantes
legais nessa terra! Isso mesmo: você e eu nascemos
para ser a revelação e a presença de Deus neste
mundo!
Posso imaginar a raiva de Satanás quando o
Senhor o afrontou espalhando Sua fotografia viva
por todo canto - e ainda com uma autoridade que
nenhuma outra criatura teria. Tudo isso
constantemente diante dele, que foi expulso da
presença de Deus justamente porque buscava esse
tipo de poder.

“Tu dizias no teu coração: Eu subirei


ao céu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono e no monte da
congregação me assentarei, nas
extremidades do Norte; subirei acima
das mais altas nuvens e serei
semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14:
13 e 14)

Lúcifer queria ser semelhante a Deus, mas


somos nós quem o somos; ele queria reinar sobre
todas as coisas, mas somos nós quem reinamos!
Consegue entender agora porque ele nos odeia
tanto?

Somos parte de uma guerra. O autor de


Gênesis termina o resumo da criação de Deus
declarando que “Assim, pois, foram acabados os
céus e a terra e todo o Seu exército.” (Gên. 2:1). A
igreja dos nossos dias tem se despertado para essa
realidade e em lugar de colocar-se apenas como um
hospital para curar os doentes, tem se posicionado
como uma tropa, o exército do Reino dos Céus. De
acordo com essa mentalidade, igreja é, sim, lugar de
cura, mas com um propósito maior: arregimentar,
tratar e treinar soldados que guerreiem sem medo e
representem com dignidade e força a pátria celestial
e Aquele que é Eterno.
Então, não estamos aqui somente para
adorar a Deus, mas para representá-Lo e lutar por
Ele e com Ele! Há um propósito grandioso na nossa
existência, e é importante não se esquecer disso.
Mas voltemos a Gênesis. Seria muito bom
se a história terminasse aí, com o ser humano
dotado de poderes divinos para representar Seu Pai
de maneira plena e eficaz enquanto Lúcifer nada
mais poderia fazer a não ser contemplar a grandeza
e a soberania de Deus em nós. Mas havia uma
ordenança - e o homem não a cumpriu.

“E plantou o SENHOR Deus um


jardim no Éden, na direção do
Oriente, e pôs nele o homem que
havia formado. Do solo fez brotar
toda sorte de árvores agradáveis à
vista e boas para alimento; e também
a árvore da vida no meio do jardim e
a árvore do conhecimento do bem e
do mal. (...) E o SENHOR Deus lhe
deu esta ordem: De toda árvore do
jardim comerás livremente, mas da
árvore do conhecimento do bem e do
mal não comerás; porque, no dia em
que dela comeres, certamente
morrerás”.
(Gênesis 2: 8– 9; 16-17)

Ao saber, por experiência própria, que


Deus não tolera a rebelião, Lúcifer enganou Eva e a
levou a cometer o mesmo pecado que ele havia
cometido: não se contentar com seus atributos dados
graciosamente pelo Criador e querer ser igual a
Deus, o único capaz de julgar todas as coisas e
estabelecer Justiça. Mesmo com todo poder e
domínio sobre a criação terrena que lhe fora dado, a
mulher quis mais. Desejou ser também
“conhecedora do bem e do mal”. E com seu poder
de influência, levou Adão a trilhar o mesmo
caminho e cair na mesma armadilha.
Eva poderia ter escolhido o fruto da árvore
da Vida, mas, preferiu aquele que lhe parecia
melhor, o que lhe daria poder para decidir o certo e
o errado. Um fruto perigoso, que trouxe julgamento
e retirou a cobertura e proteção daquele que
verdadeiramente sabe todas as coisas. Bastou provar
do fruto, Adão e Eva se envergonharam por estarem
descobertos.
“E chamou o SENHOR Deus ao
homem e lhe perguntou: Onde estás?
Ele respondeu: Ouvi a tua voz no
jardim, e, porque estava nu, tive
medo, e me escondi.” (Gênesis 3: 9
-10)

Deus fez o homem e a mulher coroados de


glória (Salmos 8:5); eles estavam vestidos com a
Glória de Deus. Naqueles dias o Senhor passeava
pelo jardim diariamente e Sua voz e Sua presença
eram a proteção e tudo de que o homem e a mulher
precisavam. Não era necessário ter conhecimento
para julgar o certo e o errado, pois o próprio Deus
estava ali para defendê-los. Homem e mulher
estavam diante da Árvore da Vida, que é o grande
prêmio dos vencedores (Apocalipse 2:7). Mas, a
partir de então, expulsos do jardim, o homem e a
mulher perderam todos esses privilégios: ficaram
sem glória, sem proteção e distantes da Vida Eterna.
O Apóstolo Paulo fala sobre isso na carta aos
Romanos:

“Porque todos pecaram e estão


destituídos da Glória de Deus.”
(Romanos 3:23)

Agora analise comigo: desde o início, Deus


opera através da autoridade e submissão. Aqueles
que lhe desobedeceram provaram de sua ira.
Também, desde o início da história que
conhecemos, Lúcifer se mostrou rebelde e não
disposto a se sujeitar a essa autoridade divina. Então,
assim como a essência de Deus passa pela
obediência, a de Satanás passa pela rebelião - e essa
tem sido sua maior arma nessa guerra: convencer os
filhos, aqueles que foram criados com tanto esmero
e privilégios, a se rebelarem contra o Criador. Ele
quer afrontar o Pai e nos iludir, nos fazendo ser
menos do que podemos ser.
Talvez você imagine que rebelião contra
Deus é apenas voltar-se descaradamente contra Ele
ou promover uma guerra religiosa. Mas não se deixe
enganar com as sutilezas de Satanás. Ferir os
princípios da Palavra, por menores que forem, já
demonstra rebeldia. Hebreus 11:6 diz que “sem fé, é
impossível agradar a Deus”, e na perspectiva do
Evangelho, Fé não é apenas crença, mas,
principalmente, obediência. Enquanto você
desobedece aos princípios e ordens do Reino que já
foram revelados na Palavra, você pode ter aparência
de santa, atitudes de santa, comportamento de santa
e ainda assim não agradar ao Senhor. Está em
rebelião.
O fruto proibido
Em qualquer âmbito, a desobediência nasce
de um questionamento à autoridade. Quando você
desobedece ao Senhor, está dizendo que não
concorda com Ele e por isso fará as coisas do seu
jeito. No mundo natural é a mesma coisa, ninguém
desobedece ou questiona a algo que considera bom
ou correto. Questionamos e chegamos à
desobediência porque queremos fazer de outra
maneira – à nossa maneira. O que produz tudo isso
em nós? O orgulho. Ele é a raiz dessa árvore tão
enganadora. Então, se você é uma mulher
questionadora e desobediente às autoridades,
examine-se. O orgulho pode estar frutificando em
você.

Você saberá se isto está acontecendo ao


avaliar suas atitudes para com as pessoas que lhe
dão ordens. Toda desonra, através de palavras
críticas ou desobediência, mostra o que seu interior
acredita: que você é quem sabe o que precisa ser
feito, que aquela decisão é a errada ou que o
caminho é outro.
Muitas vezes agi assim e tristemente preciso
confessar que achava uma virtude “não engolir”
qualquer ordem ou posicionamento das autoridades.
Eu me achava muito inteligente, espiritual e capaz de
discernir. Sem saber, eu me orgulhava do meu
orgulho. Mas note que o considerar bom ou mau,
certo ou errado, irá sempre depender de um juízo
pessoal. Por isso, cada atitude questionadora,
orgulhosa e de insubmissão revela a presença do
fruto proibido na nossa vida. Sim, aquele que Eva
comeu e deu a Adão. Esse é o fruto que transforma
filhos e filhas de Deus em pessoas julgadoras e
autossuficientes. O fruto que nos faz achar que
podemos fazer escolhas sozinhas porque já sabemos
o que é bom ou ruim; o fruto que nos faz questionar
as autoridades – afinal de contas, pensamos ter
agora conhecimento suficiente para isso.
O detalhe, porém, é que, junto à ordem de
não provar o fruto daquela árvore, o Senhor deu um
aviso importante: “...no dia em que dela comeres,
certamente morrerás”.
Adão e Eva perderam a vida eterna ao fazer
a escolha pelo conhecimento do bem e do mal.
Foram expulsos do paraíso justamente para não
terem mais acesso à Árvore da Vida (Gênesis 3:22).
A boa notícia é que, para nós, esse caminho
à Eternidade foi resgatado através de Jesus. O
apóstolo Paulo, refletindo sobre isso, nos lembra de
que a obra de Cristo foi maior. Ele venceu!

“O pecado deste único homem, Adão,


fez com que a morte reinasse sobre
todos, porém todos quantos
receberam o presente divino de
perdão e absolvição reinarão em vida,
por causa deste único homem, Jesus
Cristo.”
(Romanos 5:17)
Então, pela graça e misericórdia do Pai,
podemos hoje escolher permanecer junto à Árvore
da Vida e garantir nossa eternidade. Mas não se
engane. Até que venha o dia do Juízo Final, a
batalha não termina: a serpente continuará
espalhando o veneno da rebelião. E é por causa
disso que, assim como Eva, muitos são enganados e,
ao provar do fruto errado, desprezam o poder que
nos foi re-outorgado na morte e ressurreição de
Cristo. O resultado é um exército ferido que, por
insubmissão, destroi a si mesmo.
Certa vez, após expulsar o demônio de um
homem mudo que voltou a falar, Jesus percebeu as
dúvidas que pairavam no ar. Alguns questionavam o
milagre da cura e fomentavam uma rebelião,
dizendo que era por meio de Satanás que Ele fazia
aquilo. A resposta do Mestre foi abrangente:
“Jesus, conhecendo os seus
pensamentos,
disse-lhes: ‘Todo reino dividido
contra si mesmo será arruinado, e
uma casa dividida contra si mesma
cairá. Aquele que não está comigo é
contra mim, e aquele que comigo não
ajunta, espalha’.” (Lucas 11:17 e 23)

Jesus estava dizendo que um exército que


atira contra ele próprio está condenado à destruição.
Que uma casa ou um reino não podem ter pessoas
lutando de lados opostos. E para que isso não
aconteça, sempre será necessário que um mande e o
outro, simplesmente, obedeça.

Autoridade no Reino
Não é muito fácil aceitar o princípio da
obediência com honra às autoridades quando se vive
numa democracia, como nós, cristãos ocidentais,
vivemos. O regime da Democracia tem como
característica primeira o direito do povo de escolher
e controlar o governo de uma nação. Pelo menos na
teoria, é um governo “do povo, pelo povo e para o
povo”. A maioria de nós ama a Democracia.
Enquanto escrevo este livro, por exemplo,
estamos em dias de escolher o próximo presidente
do Brasil, e, é incrível como nos movimentamos em
discussões saudáveis (com exceção de alguns
intolerantes) e até engraçadas. Não poucas vezes eu
mesma pensei comigo ou postei numa rede social:
“Viva a Democracia!”
O problema é que somos e apregoamos
aquilo em que acreditamos. No caso da Democracia,
a estendemos para outros setores da sociedade e até
para a Igreja e os lares, e, por causa disso, ninguém
toma a decisão sozinho: o que prevalece é a vontade
da maioria. Achamos que podemos discutir e tentar
convencer o outro daquilo que julgamos ser o
melhor. Algumas vezes isso é bom e saudável,
outras não. Na vida espiritual, é um desastre. Jesus
veio pregar um Reino, não uma Democracia. No
Reino, a autoridade do Rei é absoluta e sua vontade
prevalece. Ninguém deve questioná-lo sem
consentimento, apenas obedecer-lhe.
O governo democrático pode ser muito
bom para uma nação, mas não para uma igreja ou
família. Está fora do planejado por Deus para essas
instituições. As leis de Deus, o nosso Soberano, são
irrevogáveis e inquestionáveis. Não há relativismo, e
o que Ele decide que é melhor, assim o é. Não há
como fugir ou ignorar essa verdade.
Com isso em mente, observe o que dizem
as Escrituras sobre as autoridades:

“... O Altíssimo domina sobre os


reinos dos homens e os dá a quem
quer.” (Daniel 4:32)
“Não há autoridade que não venha de
Deus; as autoridades que existem
foram por Ele estabelecidas.”
(Romanos 13:1)

Fiz questão de escolher um texto do Antigo


e outro do Novo Testamento para que não fiquem
dúvidas de que isso não é coisa do passado, mas
vale para hoje, para a era da Graça. Na passagem de
Daniel, o rei Nabucodonosor perdeu sua autoridade
real porque Deus queria mostrar que Ele, o próprio
Deus, coloca e tira essa autoridade da maneira e no
tempo que lhe aprouver. Já na carta aos romanos o
Apóstolo Paulo está discorrendo sobre submissão e
enfatiza que toda autoridade está a serviço de Deus.
Espere um pouco. Toda autoridade? Até as
más? Isso mesmo. Mas, como é difícil aceitar tal
coisa, questionamos essas palavras do apóstolo - elas
nos parecem loucura – e procuramos uma maneira
de interpretá-las ao nosso favor de modo que não
tenhamos que nos sujeitar aqueles a quem julgamos
serem maus. No entanto, Jesus deu uma orientação
importante aos seus discípulos sobre esse assunto.
Numa conversa, narrada em Mateus 23, Ele os
encoraja a obedecer às autoridades, mesmo as
erradas. “Obedeçam mas não os imitem”, foi o que
o Mestre ensinou.
“Então, Jesus disse à multidão e aos
seus discípulos: ‘Os mestres da lei e
os fariseus se assentam na cadeira de
Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo
o que eles lhes dizem. Mas não façam
o que eles fazem’.” (Mateus 23:1-3)
O fato é que não somos desse mundo, e, na
nossa Pátria, o Céu, essas são as regras: obedecer e
honrar às autoridades, inclusive as terrenas, boas ou
más. Não por causa delas, mas por causa do Deus a
quem amamos, servimos e representamos. Preste
atenção no que mais diz a Bíblia:
“Por causa do Senhor, sujeitem-se a
toda autoridade constituída entre os
homens;
seja ao rei, como autoridade suprema,
seja aos governantes, como por ele
enviados para punir os que praticam
o mal e honrar os que praticam o
bem. Pois é da vontade de Deus que,
praticando o bem, vocês silenciem a
ignorância dos insensatos. Vivam
como pessoas livres, mas não usem a
liberdade como desculpa para fazer o
mal; vivam como servos de Deus.
Tratem a todos com o devido respeito:
amem os irmãos, temam a Deus e
honrem o rei. Escravos, sujeitem-se a
seus senhores com todo o respeito,
não apenas aos bons e amáveis, mas
também aos maus. Porque é louvável
que, por motivo de sua consciência
para com Deus, alguém suporte
aflições sofrendo injustamente. Pois
que vantagem há em suportar açoites
recebidos por terem cometido o mal?
Mas se vocês suportam o sofrimento
por terem feito o bem, isso é louvável
diante de Deus. Para isso vocês foram
chamados, pois também Cristo sofreu
no lugar de vocês, deixando-lhes
exemplo, para que sigam os seus
passos.” (I Pedro 2:13 a 21)

Sujeitar-se a quem é mau, sofrer por fazer o


bem. Como você pode notar, viver o Evangelho é
mesmo remar contra a maré. É ir não apenas contra
o sistema desse mundo, mas contra os próprios
limites humanos. Não se trata de você, não se trata
de mim, do que nós gostamos, aprovamos,
merecemos ou conseguimos. Se trata Dele. Nada faz
sentido longe Dele. Nada pode ser feito sem Sua
presença Santa. Aquele que está em Cristo tem uma
natureza divina – e é isso que nos difere da multidão
e nos capacita a viver a plenitude do amor e da
honra incondicionais.
No meu trabalho como jornalista entrevistei
certa vez o renomado psiquiatra e escritor Augusto
Cury. Na época ele havia acabado de produzir a
série “Análise da Inteligência de Cristo”, coleção que
o levou à conversão do Ateísmo para o
Cristianismo. Ele explicou-me o porquê dessa
guinada surpreendente em sua vida, eis aqui algumas
de suas respostas:
“Dificilmente alguém foi um ateu
como eu fui. Creio que fui mais longe
no meu ateísmo do que Marx e
Nietzsche. Porém, duas coisas
mudaram meu pensamento e
causaram uma revolução na minha
vida. Primeiro, ao estudar sua
personalidade (de Cristo) e o
funcionamento da mente humana,
descobri que Ele tem fenômenos que
ultrapassam os limites da lógica.
Compreendi que só a existência de um
Deus fantástico poderia explicar o
anfiteatro da nossa inteligência.
Depois, ao estudar as reações, os
pensamentos e as entrelinhas das
ideias de Jesus Cristo descritas nas
suas quatro biografias, os evangelhos,
fiquei perplexo. Compreendi que era
impossível que ele fosse fruto de uma
ficção. Por exemplo, quando Judas o
traiu, no ato da traição ele o chamou
de amigo. Nunca na história uma
pessoa traída chamou seu traidor de
amigo. A conclusão é que nenhum
autor poderia construir uma
personalidade como a dele, pois ela é
inimaginável, ultrapassa os limites da
previsibilidade psicológica.”
Vê? Se ser cristão é ser como Jesus, então é
fazer o que ninguém faria! Com a mente humana
não conseguimos imaginar isso, mas com a mente de
Cristo sim! E nós a temos:
"Quem conheceu a mente do Senhor
para que possa instruí-lo? Nós,
porém, temos a mente de Cristo.” (I
Coríntios 2:16)

Bem por isso, somos capazes de


compreender o que vem do Espírito. Diferente de
quem não tem.

“Quem não tem o Espírito não aceita


as coisas que vêm do Espírito de
Deus, pois lhe são loucura; e não é
capaz de entendê-las, porque elas são
discernidas espiritualmente.”
(I Coríntios 2:14)
Em se tratando de submissão no Reino de
Deus, você obedece a alguém não pelo que essa
pessoa é, mas pela autoridade que foi designada a
ela. Por submissão à Palavra de Deus e em
submissão ao próprio Deus, que é quem coloca as
autoridades em nosso caminho. No casamento, ser
submissa a um marido que não é exatamente como
sonhamos é viver o amor sacrificial que Cristo viveu
por nós. Encare a submissão ao seu marido
imperfeito (e tenho aqui uma notícia surpreendente:
todos são!) como a oportunidade que Deus te dá
para se tornar mais parecida com Jesus!
Nos próximos capítulos vamos analisar
algumas atitudes das esposas do rei Davi para
aprender como ser submissa de fato e ver mais a
fundo em quais circunstâncias obedecemos sem ser
submissas e somos submissas sem obedecer – mas,
desde já, aviso: essas últimas são exceções, e não a
regra.
Por hora, o que precisa ficar gravado em
nossa mente e coração é que a obediência em todos
os níveis – ao marido, ao patrão, as autoridades
governamentais e espirituais - nos torna melhor, nos
faz crescer no Reino e nos aproxima do Pai porque
nos leva a ser como Cristo foi. Então, quando for
tentada a julgar, apenas obedeça. Quando for
insubmissa, se arrependa. Não é fácil, mas vale à
pena.
Lembre-se: é uma guerra, e para ser
vitoriosa, você precisa permanecer fiel e do lado
certo.

Capítulo 2
Abigail e a submissão inteligente

“Você pode ser obediente sem ser submissa.


E pode ser submissa sem necessariamente
obedecer.”

Abigail era uma mulher bonita e rica. Tinha


servos ao seu dispor e além de tudo, era inteligente.
Uma mulher agradável, diz a Palavra. Porém,
Abigail era esposa de um homem chamado Nabal
cujo significado do nome já revelava sua essência:
cão. A Bíblia diz que Nabal era rude e, ao contrário
da esposa, insensato.
Certa vez, enquanto preparava junto com
suas servas o banquete da tosquia de ovelhas – uma
festa comum naquela época e tão aguardada quanto
a colheita – Abigail foi surpreendida por um homem
assustado. Talvez por ser conhecedor do bom senso
da patroa, o servo chegou a ela com um pedido de
socorro. Ele havia presenciado o insulto de seu
patrão a Davi, o futuro rei, e ficou com medo.
Naquela época Davi fugia de Saul, que tentava
matá-lo. Davi tinha um exército próprio de homens
que o queriam no poder e todos sabiam quem ele
era.
Meses antes, quando acampando na região
do Carmelo, Davi e seus aliados acolheram os
servos de Nabal. Ao serem acolhidos, estes foram
alimentados e protegidos, como regia o costume da
época. Agora, estando perto da propriedade de
Nabal e sabendo da festa, Davi fez o que a tradição
mandava e pediu uma retribuição – alimento para
ele e seus homens – o que Nabal lhe negou, com
ironia.
Para se ter uma idéia da gravidade do
insulto que isso representou, as leis morais da época
previam pena de morte para a desonra. Os jovens
que zombaram do profeta Eliseu foram
estraçalhados por duas ursas (II Reis 2: 23 a 25). Os
guerreiros, em especial, davam um valor enorme à
reputação pessoal e foi por isso que Davi decidiu
matar Nabal e seus homens pela atitude de afronta.
Quando soube do ocorrido e da séria ameaça que
isso significava, Abigail rapidamente tomou as
rédeas do comando da casa. Pegou duzentos pães (a
festa que ela estava preparando era grande, então
havia de prontidão quantidade suficiente para
alimentar Davi e seus cerca de 600 homens), duas
vasilhas grandes contendo vinho, cinco ovelhas já
preparadas, uma boa quantidade de trigo torrado,
cem cachos de uva-passa, duzentos bolos de figo,
colocou sobre jumentos e saiu guiada pelos servos
ao encontro de Davi e sua tropa. Tudo isso sem que
seu marido sequer desconfiasse.
A essa altura dos acontecimentos você pode
se perguntar se Abigail não foi insubmissa ao marido
– afinal de contas, estava fazendo o oposto do que
ele havia decidido e ainda sem seu consentimento.
Mas para responder a essa questão precisamos ver o
desfecho da história.
Ao chegar perante Davi, que já estava a
caminho da propriedade de Nabal para atacá-lo,
Abigail prostrou-se com o rosto em terra. Era um
sinal de rendição e honra. Ela assumiu a culpa pela
atitude do marido e clamou por misericórdia. Fez
isso com respeito, lembrando Davi que ele era o
escolhido do Senhor para reinar, que tinha
promessas e que o próprio Deus haveria de aniquilar
seus inimigos, por isso, não valeria a pena a
vingança e a culpa que seria carregada pelo resto da
vida. Abigail impediu Davi de fazer justamente
aquilo que fazia de Saul, seu principal adversário,
um opressor. Ela o livrou de cometer um grave erro
– embora houvesse justificativa humana e cultural
para tal.
Que mulher sábia foi Abigail! Sim, ela
soube exercer a submissão com inteligência!
Submeter-se nem sempre implica obediência
irrestrita, mas principalmente, honra. Você pode ser
obediente sem ser submissa. E pode ser submissa
sem necessariamente obedecer.
Voltemos à questão da autoridade e
submissão para entender isso melhor.
O texto que lemos em I Pedro 2:13 a 21
sobre a obediência irrestrita às autoridades, sejam
elas boas ou más, continua no capítulo 3. Agora há
uma ordem clara para o relacionamento conjugal
nos mesmos moldes do que foi escrito
anteriormente.
“Mulheres, sede vós, igualmente,
submissas a vosso próprio marido,
para que, se ele ainda não obedece à
palavra, seja ganho, sem palavra
alguma, por meio do procedimento de
sua esposa.” (I Pedro 3:1)

A palavra “igualmente” se refere às ordens


que foram dadas no capítulo 2 – aquelas, da
submissão incondicional. Bem por isso, o autor
deixa claro que não está falando apenas com as
mulheres que têm maridos tementes a Deus, mas
também com aquelas cujos esposos ainda não
caminham de acordo com a Palavra. E ainda hoje há
maridos assim, dentro e fora da igreja.
O significado de “submissa” é “estar sujeita
a uma autoridade”, porém, o “sujeitar-se” tem um
sentido amplo de não apenas ceder, mas também
“cooperar”. Cooperar significa oferecer seus
esforços para que tudo vá bem.
Como já vimos no capítulo primeiro, as
autoridades são designadas por Deus. Embora todos
tenham sido criados com as mesmas características
de imagem e semelhança do Pai, Ele mesmo
estabelece diferentes papéis e níveis de autoridade
no Seu reino. No que diz respeito à igreja, esse nível
de autoridade é designado a partir do ofício
ministerial:
“E ele mesmo designou alguns para
apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas, e outros
para pastores e mestres, com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos, para
o desempenho do seu serviço.”
(Efésios 4:11 e 12)
A autoridade que Jesus recebeu do Pai
(Mateus 28:18) flui através dos ofícios instituídos –
e não dos dons ministeriais. Isto significa que você
pode ter até mais dons de que seu Pastor, mas ainda
assim, ele está numa posição de autoridade acima de
você. E no casamento? O princípio é o mesmo.
"Mulheres, sujeitem-se a seus
maridos, como ao Senhor, pois o
marido é o cabeça da mulher, como
também Cristo é o cabeça da igreja,
que é o seu corpo, do qual ele é o
Salvador. Assim como a igreja está
sujeita a Cristo, também as mulheres
estejam em tudo sujeitas a seus
maridos.” (Efésios 5: 22 a 24)

A hierarquia de autoridade num lar tem no


topo o próprio Deus, em seguida, o homem, e, logo
depois, a mulher. O princípio de desígnio através do
ofício permanece. A ordem foi dada a partir do
papel – marido e esposa – e não de acordo com os
dons de cada um. Ou seja, você pode ser (ou se
achar) mais “espiritual” do que seu marido - mas
isso não lhe garante mais autoridade que ele no
casamento. Aliás, muitas esposas erram exatamente
nesse ponto: acham que por passarem mais tempo
em oração ou serem mais ativas no ministério, têm o
direito de se opor, desobedecer, corrigir ou desonrar
o esposo. E o comportamento se agrava quando o
marido não é cristão: muitas ficam em dúvida se
devem ser submissas a um homem que não é
temente a Deus.
Lembremos, porém, das palavras de Jesus
aos discípulos sobre os fariseus: “sujeitem-se, mas
não os imitem”. Jesus estava ensinando que você
pode honrar e ainda assim não fazer aquilo que a
autoridade pede se o pedido contrariar uma ordem
superior do cabeça dessa hierarquia de autoridade,
Cristo. Foi assim com Daniel e seus amigos diante
do Rei Nabucodonosor. Eles não obedeceram às
ordens que violavam os mandamentos de Deus,
mas, não tiveram atitudes de desonra para com a
autoridade real. E foi assim, também, que Abigail
agiu.
Abigail agiu com amor, sabedoria e
renúncia. Davi iria atacar apenas os homens e ela
não seria morta. Mesmo assim, essa esposa preferiu
desacatar uma ordem do marido para salvá-lo. Ela
poderia simplesmente ter aproveitado a
oportunidade para livrar-se do marido “cão”. Podia
ver isso como um favor do Senhor para transformar
sua história de sofrimento e luta. Ou quem sabe,
rogar apenas pela vida dos servos inocentes. Mas
não foi isso que Abigail fez. Ela salvou toda sua
família (inclusive o marido) e seus empregados. E
salvou o próprio Davi de cair na armadilha da
vingança. Abigail escolheu o amor incondicional –
aquele que protege quem se escolheu amar,
mesmo que essa pessoa não mereça. Ela não foi
egoísta e foi uma esposa cooperadora.
Mesmo assim, o comportamento desafiador
de Abigail diante da decisão de Nabal se encaixa na
exceção, e não na regra. Você e eu não podemos
correr o risco de julgar as determinações do nosso
marido. Nunca se esqueça que a desobediência a
uma autoridade só é permitida pelo Senhor se a
ordem for uma clara violação das leis de Deus. Veja
o que aconteceu, por exemplo, com Pedro e os
Apóstolos perante o Sinédrio:

“Trouxeram-nos, apresentando-os ao
Sinédrio. E o sumo sacerdote
interrogou-os, dizendo:
Expressamente vos ordenamos que
não ensinásseis nesse nome; contudo,
enchestes Jerusalém de vossa
doutrina. (...) Então, Pedro e os
demais apóstolos afirmaram: Antes,
importa obedecer a Deus do que aos
homens.” (Atos 5: 27 e 28)

No caso de Abigail, ela era uma esposa


sábia que tinha conhecimento de que Davi era o
ungido do Senhor. Não coube a ela julgar a decisão
do marido, mas sim, ter o discernimento de que seu
comportamento estava em desacordo com a vontade
do Pai. Fica evidente que foi uma atitude
desesperada, mas, uma decisão tomada em temor ao
Senhor, com muito bom senso. Assim, e só assim,
você poderia agir diferente de uma decisão do
cabeça da sua casa: quando ferir os princípios de
Deus e seus mandamentos, atraindo a morte para o
seu lar. Não é para sair por aí achando que pode ir
contra tudo o que seu marido decide simplesmente
por concluir que ele está tomando as decisões
erradas – e isso só porque elas são diferentes das
suas. Não é assim que funciona. Lembre-se de não
dar lugar ao orgulho e àquela arrogância de se
considerar mais sábia ou capaz.
Abigail desobedeceu sem desonrar e por
algumas horas tomou as rédeas da casa, mas isso
não deve ser uma prática na vida das esposas. O
melhor é sempre obedecer e entregar as rédeas ao
marido. E sabe por que? Porque mulher com as
rédeas nas mãos se sente escrava. É um peso
assumir o papel do outro. Já homem com as rédeas
nas mãos se sente rei, faz parte da masculinidade a
necessidade de reconhecimento e governo. Deixe
então as rédeas com seu marido, porque só quando
ele se sentir rei você será uma rainha.
Já vi muitas esposas que se julgam melhores
que os maridos para solucionar os problemas ou
tomar decisões. Só que a maioria delas pensa que
está agindo como Abigail quando na verdade está se
posicionando feito Jezabel. Permita-me lembrar-lhe
de quem foi Jezabel e os perigos de se parecer com
ela.
“Jezabéis” de hoje
Entre as mulheres da Bíblia, Jezabel foi a
mais perversa e abominável. De origem fenícia,
casou-se com Acabe, o Rei de Israel, e introduziu no
meio do povo de Deus a adoração a Baal. Sua
história está contada nos livros de I e II Reis –
inclusive sua morte, conforme havia sido
profetizada. Porém, o nome de Jezabel reaparece
em Apocalipse, no julgamento da Igreja de Tiatira.
Naquela cidade, a promiscuidade, a perversão sexual
e a idolatria eram tão fortes que haviam
contaminado a Igreja e, por isso, o Senhor os
repreende pela tolerância à Jezabel. Nessa
perspectiva, Jezabel não é mais citada apenas como
uma mulher – como a rainha fenícia – mas como
uma estrutura infernal. É mais que um espírito
demoníaco, é um principado que, de acordo com os
ensinamentos bíblicos, está dentro de uma hierarquia
e tem sob seu comando potestades, governadores e
hostes de iniquidade.
A Jezabel humana, esposa de Acabe, era
uma cruel perseguidora do profeta Elias. Ela queria
calar sua voz a qualquer custo. Muitas mulheres
pagãs se casaram com israelitas e trouxeram seu
paganismo para Israel, mas nenhuma foi tão atuante
como Jezabel no trabalho de plantar a idolatria entre
o povo de Deus.
Ao ler a história de Jezabel, vemos uma
esposa que tinha um grande poder de influência e
manipulação. Ela não só dava ordens ao marido, o
rei Acabe, mas também tinha centenas de sacerdotes
pagãos sob seu controle. A rainha má ainda
acreditava que o rei tinha o direito e a liberdade de
possuir o que quisesse e foi por isso que, quando
Nabote se negou a vender sua vinha a Acabe – que
aborreceu-se por conta disso - ela interferiu mais
uma vez. Inteligente e astuta, Jezabel arquitetou um
plano para que Nabote fosse morto e o rei pudesse
apossar-se de suas terras legalmente.
Ao compararmos as atitudes de Abigail e
Jezabel, percebemos que as duas usaram de sua
inteligência e influência para fazer o que julgavam
ser o melhor para seus maridos. Mas há uma
distância enorme entre uma atitude e outra.
Primeiro, porque Abigail estava comprometida com
o Senhor, enquanto Jezabel era comprometida com
seus deuses e suas vontades. Segundo, porque
Abigail impediu um assassinato, enquanto Jezabel o
promoveu descaradamente. Ao que parece as duas
utilizaram-se da máxima “o fim justifica os meios”,
mas, uma, guiada por sua humildade e pelo Senhor;
a outra, por sua arrogância e planos demoníacos.
A mulher Jezabel, diferente de Abigail, é
aquela movida por seus próprios interesses. Ela
assume o comando da casa e toma as decisões no
lugar do marido porque o considera incompetente
para a função.
Abigail tomou as rédeas para salvar sua
casa. Jezabel tomou as rédeas porque não
aceitava ser contrariada. A pergunta que você deve
se fazer toda vez que for tentada a tomar uma
decisão no lugar de seu marido é qual o propósito e
a motivação por trás disso. Se o seu marido tem se
portado como um Acabe – aquele marido insosso e
sem iniciativa - talvez seja porque você tem agido
como uma Jezabel. Ela era intimidadora e, com isso,
tornou seu marido impotente.
Conheci uma esposa que tentava ser Abigail
mas só dava lugar a Jezabel. Ela tinha um emprego
melhor que o do marido, com um salário maior. Por
sua personalidade e temperamento, ocupava lugar de
liderança no trabalho e na igreja, enquanto o
marido, não se destacava em nada. Era muito fácil
ultrapassar a linha de esposa sensata e ajudadora
para mulher manipuladora, mandona e intimidadora.
Embora muitas vezes ela tivesse razão em suas
queixas e preocupações, suas reações é que sempre
foram determinantes para que ela escolhesse ser
como Abigail ou como Jezabel.
Uma mulher que posiciona-se como Jezabel
acredita que por seus dons ministeriais ou seu poder
de influência tem mais autoridade que o marido. Ela
se julga mais inteligente e capaz, por isso toma
decisões sem sequer consultá-lo. É independente e
não aceita ser submissa. E não se engane: há muitas
esposas assim, inclusive dentro das nossas igrejas.
Mesmo que elas não admitam.
Em contrapartida, agir como Abigail é
tomar uma decisão em nome da paz, sem desonrar a
figura do esposo. É buscar sabedoria do alto para
solucionar um problema. Mas é, principalmente,
prostrar-se perante a figura do Rei clamando por
misericórdia e salvação para sua casa. Aí está o
segredo de fato: nosso Rei maior é Jesus, e é a Ele
que precisamos pedir auxílio quando entendemos
que nosso marido está no caminho errado. Lembre-
se de que Deus é o cabeça do homem, então vá a
Ele pedir socorro e clemência.
Confiar em Deus quando não se pode
confiar no marido é uma atitude de Fé. Entregar a
Ele o comando e acreditar que o Cabeça irá dirigir
as decisões do seu marido é ser obediente. E quando
se trata do Senhor, nossa obediência é uma porta
aberta para que Ele opere!
Mas é preciso lembrar que com o Senhor
não há meio termo. Ou você obedece integralmente,
ou está em desobediência. Não adianta justificar seu
erro com uma boa intenção.
“Qualquer que guarda toda a lei, mas
tropeça em um só ponto, se torna
culpado de todos.”
(Tiago 2:10)

O fim de Jezabel soa tão cruel quanto ela


era: acabou jogada de uma janela do palácio e após
sua morte, foi comida por cães. Já o de Abigail foi
glorioso: seu marido morreu dez dias após ela ter se
encontrado com Davi, que quando soube do
acontecimento, a levou para ser sua esposa. Jezabel
passou de esposa do rei a alimento de cães. Abigail
passou de esposa do cão à mulher do rei!
No livro de Deuteronômio há uma
promessa para aqueles que cumprirem os
mandamentos da lei de Deus, e essas promessas se
estendem a nós, pois os compromissos do Senhor
para com seu povo não têm prazo de validade.

“Se vocês obedecerem fielmente ao


Senhor, ao seu Deus, e seguirem todos
os seus mandamentos que hoje lhes
dou, o Senhor, o seu Deus, os
colocará muito acima de todas as
nações da terra.” (Deuteronômio
28:1)

Então, use sua inteligência e simplesmente


obedeça! Se o Pai lhe presenteou com um homem,
assuma seu papel de esposa: uma mulher sensata e
obediente a Deus e ao marido, que é quem Deus
escolheu para ser o cabeça do lar.
Pode parecer retrógrado e até impossível,
mas acredite: sua obediência será a possibilidade da
ação de Deus! Uma mulher que honra sempre será
honrada!
Capítulo 3

Mical e a submissão sem rendição

“Casamento é uma aliança para toda vida,


não importa o que aconteça no meio do caminho.”

Mical era filha de Saul e foi a primeira


esposa de Davi. Ela o amava. Não sabemos como
exatamente eles se conheceram, mas, em I Samuel
18 a Bíblia nos conta que Saul, sabendo do amor de
Mical por Davi, a ofereceu em casamento em troca
da morte de 100 filisteus (na verdade o plano do rei
era que Davi fosse morto nessa empreitada). Davi
ficou tão animado com a possibilidade que cumpriu
a determinação com louvor: matou não apenas 100,
mas 200 filisteus – e fez isso antes do prazo dado
pelo rei. Então, com esse ato de bravura, tornou-se
genro de Saul.
Nos relatos históricos, percebemos que o
amor de Mical por Davi foi se esfriando com o
passar do tempo. Tudo começou quando Davi
precisou abandonar o lugar onde o casal vivia para
não ser morto pelo rei. Embora o tenha ajudado na
fuga, ela não foi com ele. Difícil julgar a decisão de
Mical nesse episódio, mas, talvez ela não estivesse
disposta a deixar o conforto do palácio para correr
riscos numa fuga pelo deserto. A apaixonada filha
do rei preferiu sacrificar seu casamento.
Davi ficou sete anos longe até que pudesse
voltar e assumir o trono depois da morte de Saul e
seus descendentes. Nesse período de lutas, ele
encontrou auxílio nos braços de outras mulheres e
tomou outras esposas para si. Mas sua primeira
aliança era com Mical, ela era a primeira esposa,
aquela a quem Davi amou, a mais importante. Se
quisesse e agisse com sabedoria, Mical poderia
usufruir das bênçãos decorrentes disso.
Na narrativa Bíblica de 2º Samuel, no
entanto, conhecemos uma Mical não mais
apaixonada pelo seu marido. Uma Mical que
despreza a alegria e a benção de Davi.
“Aconteceu que, entrando a arca do
Senhor na cidade de Davi, Mical,
filha de Saul, observava de uma
janela. E, ao ver o rei Davi dançando
e comemorando perante o Senhor, ela
o desprezou em seu coração. (...)
Voltando Davi para casa para
abençoar sua família, Mical lhe disse:
‘Como o rei de Israel se destacou
hoje, tirando o manto na frente das
escravas de seus servos, como um
homem vulgar!’ Mas Davi disse a
Mical: ‘Foi perante o Senhor que eu
dancei, perante aquele que me
escolheu em lugar de seu pai ou de
qualquer outro da família dele,
quando me designou soberano sobre o
povo do Senhor, sobre Israel; perante
o Senhor celebrarei e me rebaixarei
ainda mais, e me humilharei aos meus
próprios olhos. Mas serei honrado
por essas escravas que você
mencionou’. E até o dia de sua morte,
Mical, filha de Saul, jamais teve
filhos.” (2 Samuel 6:16, 20 -23)
Pouco depois desse episódio, Davi comete
o adultério com Bate-Seba e foi dela o filho herdeiro
do trono, Salomão. Já Mical não teve a benção de
ser mãe. Por que será que esta mulher, que um dia
amou seu marido e o ajudou num momento tão
importante de sua vida acabou assim?
É bem provável que Mical tivesse muitas
feridas em seu coração. Lembre-se que ela não era
apenas a figurante de uma história. A Bíblia não é
um livro de fábulas. Ela era real, gente como a
gente, uma mulher como você e eu. Agora imagine:
Mical foi usada por seu pai para montar uma
armadilha contra o homem a quem amava. Depois,
quando ele fugiu e ela não foi junto, acabou
entregue como esposa para outro, mas, passados
sete anos, foi tirada à força desse novo marido para
ficar outra vez com Davi.
Emoções feridas tiraram o brilho de Mical.
E mais do que isso: trouxeram cegueira espiritual.
Sim, porque ela já não conseguia enxergar Davi
como um homem escolhido por Deus para reinar e
não compreendia a alegria da presença do Senhor.
Mical se isolou. Ela tinha todo direito de
estar ao lado do rei, seu marido, celebrando com ele.
A presença do Senhor era manifesta naquele lugar e
havia júbilo no meio do povo. Era o avivamento!
Mas Mical simplesmente o desprezou.
A atitude de Mical nos lembra outras
mulheres que preferem apenas olhar pela janela ao
invés de participar da festa. Mulheres que
desprezam o poder de Deus e desistem do seu
casamento ou de seus sonhos. São submissas, mas,
pela metade, porque cumprem as ordens, mas não
se rendem com o coração - quando é lá, na verdade,
que o Senhor está olhando para nos recompensar.
Algumas permanecem casadas e até obedientes, mas
interiormente estão destruídas ou não conseguem
enxergar o marido como uma autoridade digna de
honra. Tornam-se, assim, como os fariseus e
religiosos, tão combatidos por Jesus, por aparentar
ser o que não eram. Podem até serem vítimas, mas
acabam caindo em sua própria armadilha.
Algumas dessas mulheres deixam a
amargura e a falta de perdão por algo que aconteceu
no passado dominar o coração. Isso as faz
insensíveis ao agir de Deus. Elas se tornam tão
críticas que não conseguem enxergar o amor do Pai
nas pequenas coisas que as rodeiam. São esposas
que acabam desprezando a benção e o propósito que
Deus tem para cada uma de nós e, por causa disso,
morrem estéreis, sem colher os frutos e as flores de
uma vida bem sucedida - que é prometida no Salmo
1 para aqueles que estão plantados junto às
correntes de águas que são o próprio Deus. E
quando falo de esterilidade não me refiro apenas a
filhos, mas, ao seu legado.
A falta de perdão é uma prisão e te impede
de avançar. Enquanto você não perdoar o próximo,
também não recebe o perdão de Deus - que é
gratuito e está sempre à disposição, mas, não é
incondicional como o Seu amor. É a Palavra quem
diz isso.

“E, quando estiverem orando, se


tiverem alguma coisa contra alguém,
perdoem-no, para que também o Pai
celestial perdoe os seus pecados. Mas,
se vocês não perdoarem, também o
seu Pai que está nos céus não
perdoará os seus pecados".
(Marcos 11:25 e 26)

Não é fácil perdoar, mas, é uma decisão


que traz cura, libertação e salvação. O perdão é
transformador. Já vi mulheres depressivas serem
curadas depois de perdoarem aos outros e a si
mesmas.

Ao contrário do que muitas pensam, o


perdão não é um sentimento, mas sim, uma escolha.
Você escolhe fazer isso e libera a palavra. O
sentimento vem depois, gradativamente. Quem já
viveu o processo de perdoar é testemunha de que
chegará um dia quando será possível lembrar-se da
dor, mas não senti-la. É divino e sobrenatural.
Busque a cura para suas feridas e emoções.
Perdoe a quem te fez mal e perdoe a si mesma.
Confesse seus pecados a Deus para ser perdoada e a
alguém de sua confiança - seu marido, seu pastor,
um líder cristão - para ser curada. Esse, aliás, é um
princípio deixado de lado por muitos cristãos e a
falta da prática dele é a razão de tantas pessoas
doentes na alma, mesmo após receberem o perdão
de Deus.

“Confessem os seus pecados uns aos


outros e orem uns pelos outros para
serem curados.”
(Tiago 5:16)

Sem essa cura e a libertação do passado,


você jamais terá um casamento pleno. Aliás, jamais
terá uma vida plena. Não dá para acordar disposta e
pronta a viver uma nova história se os fantasmas do
que passou forem seus companheiros diários. Não
os alimente, fuja daquilo que traz lembranças
nocivas. Não sinta saudades nem dor por algo que
não volta mais. Esforce-se para fazer o presente e o
futuro valerem à pena.
“Mas uma coisa faço: esquecendo-me
das coisas que para trás ficam e
avançando para as que diante de mim
estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus.” (Filipenses 3: 13 e
14)

Mical ficou na janela quando poderia estar


na festa. Mas Deus não nos criou para que apenas
admiremos a obra Dele na vida de outras pessoas. É
preciso sair da janela, parar de apenas contemplar a
vista e dar alguns passos até aquilo que Ele nos
preparou. Não se contente com pouco, não se
conforme com o medíocre. Ele tem mais, muito
mais! Sempre!
Ninguém pode dar aquilo que não tem,
então, para dar amor ao seu esposo e até ao Pai,
ame primeiro a si mesma e não se deixe dominar
com pensamentos negativos, sentimentos de
inferioridade ou recordações que lhe fazem mal.
Lembre-se: você é a filha do Rei! Prossiga nessa
dimensão! Jamais esqueça ou ignore sua identidade
real!
Maria Madalena
Maria Madalena, que tem alguns episódios
de sua vida retratados nos Evangelhos, é o exemplo
de alguém que foi verdadeiramente curada. Ela foi
transformada radicalmente. Uma mulher que fora
possuída por demônios e viveu a maravilhosa graça
da libertação. O passado tortuoso e provavelmente
impuro de Madalena não foi empecilho para que ela
desfrutasse do amor e dons de Deus.
As coisas não devem ter sido fáceis para
essa mulher, mas o que a Bíblia nos permite saber
sobre ela demonstra sua imensa alegria por ter sido
salva. Talvez aqueles que estavam ao seu redor
duvidassem de sua transformação de vida, mas,
mesmo assim, ela não desanimou, não ficou
amargurada, não deu lugar ao peso da culpa.
Reconheceu e recebeu o amor de Deus e o amou
também.
Madalena adorou e demonstrou sua
gratidão a Jesus até mesmo após sua morte. Quando
Ele foi crucificado, ela mostrou seus sentimentos
estando junto à cruz. Quando foi sepultado, ela
revelou seu coração grato. E após a ressurreição,
acabou por receber um "prêmio" por tanta
dedicação: foi para Madalena que Jesus ressuscitado
apareceu primeiro e lhe deu maravilhosa revelação.
Quer ser "premiada" por Deus? Então siga
o exemplo dessa mulher! Primeiro, ela se deixou ser
curada; depois, passou a servir a Jesus intensamente.
São dois passos importantes. O terceiro é
perseverar: mesmo passando por circunstâncias
contrárias àquilo que esperava de Seu mestre -
afinal, ele parecia ter morrido - ela não desanimou.
Mas será que você também teria fé e paciência ou
jogaria tudo para o alto, se sentido traída e
enganada? Será que você é transformada o
suficiente para não ser levada pelas circunstâncias e
sim pela sua convicção do poder e do favor de
Deus?
Às vezes somos tentadas a imaginar que
Deus precisa fazer mais por nós. Afinal, são tantas
responsabilidades como mulher... Como crer que
Deus está me dando de seu Fruto do Espírito se
continuo impaciente e estressada? Como confiar em
uma vida nova se a situação em casa é a pior
possível?
Mas as promessas do Eterno são muito
claras, tanto ao garantir as bençãos como no que diz
respeito à transformação de vidas, e essa
transformação é que, de fato, fará diferença nos
nossos relacionamentos. Ninguém pode ser "meio"
transformado. Quem recebe o Espírito Santo, recebe
Seu Fruto - alegria, paz, paciência, amabilidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio
(Gálatas 5:22 e 23). Quem pede sabedoria, ganha. E
quem se livra das marcas do "velho homem" passa a
ser vaso de honra para o Senhor.
“Se alguém se purificar dessas
coisas, será vaso para honra,
santificado, útil para o Senhor e
preparado para toda boa obra.”
(2 Timóteo 2:21)
O que falta a muitas mulheres é ser cheia
do Espírito Santo e da atuação plena Dele em sua
vida, guiando, sarando, orientando, transformando.
Por isso são tão infelizes, rancorosas e mal-
humoradas. Por isso não veem no marido um porto
seguro e no lar, um arraial de bênçãos. Por isso não
conseguem ser gratas e só reclamam. Se você está
nessa condição, corra atrás da sua cura.
Humilhe-se, quebrante-se, clame, busque,
peça ajuda, faça o que for preciso - porque só uma
mulher assim, transformada, se encaixa
perfeitamente nos planos do Altíssimo para o
casamento.
Os erros visíveis de Mical
Voltemos à Mical. Olhando para a história,
percebemos que o início de sua decadência foi
quando ela não acompanhou o marido naquela fuga.
Nosso Deus é um Deus que honra e valoriza as
alianças que temos com Ele e que foram feitas
diante Dele, mas Mical e Davi não levaram isso em
consideração ao fazerem essa escolha. Casamento é
uma aliança para toda vida, não importa o que
aconteça no meio do caminho.
Se você é uma mulher que não está disposta
a abrir mão do seu conforto e do “palácio” para
seguir seu esposo, nunca conseguirá desfrutar das
bênçãos decorrentes da aliança; sim, porque o
casamento é um espelho da aliança de Deus para
com seu povo – um pacto inviolável, que independe
da humanidade, dos nossos pecados ou nossas
vontades, mas que exige renúncia.
Na carta aos Gálatas 3:17, o apóstolo Paulo
enfatiza que nada, “nem a lei, poderá invalidar a
aliança previamente estabelecida por Deus de
modo que venha anular a promessa”. Se as
alianças de Deus são eternas, um casamento, ao
receber a benção do Senhor, também estabelece um
pacto permanente, e por isso, não importa se, anos
depois, um dos cônjuges “descobrir” (ou achar) que
se casou com a pessoa errada: se houve a benção de
Deus, nada poderá invalidar essa aliança. A melhor
notícia, porém, é que, da mesma forma, nada
também poderá anular as promessas de bençãos
decorrentes dessa aliança. Creia nisso, busque isso.
Todo casamento que tem a benção do Pai esta
marcado para a alcançar a felicidade. Descubra o
caminho.
Talvez você imagine que violar a aliança é
apenas divorciar-se. Mas não é. A união que você
tem com seu marido é tão única e íntima que ela é
manchada e deturpada cada vez que você toma
decisões sem renunciar pelo bem da outra parte, ou
seja, cada vez que você age movida pelo seu orgulho
e egoísmo, sem levar em conta as necessidades
pessoais, ministeriais, profissionais e emocionais
dele.
Pense como a vida de Mical poderia ter
sido diferente se ela abrisse mão do palácio e das
suas necessidades materiais para construir um
casamento sólido. É bem verdade que ela viveria
anos de lutas e provações - mas depois iria reinar
com alegria e com muita história para contar!
Nunca deixe seu marido sozinho no
deserto, como Mical fez. Nunca o faça enfrentar o
inimigo sem seu apoio. Você não precisará ir à
frente de batalha, mas só o fato dele saber que você
está ali será confortador. As noites no deserto são
frias e ele precisará do seu colo; os dias são quentes
e sua presença atrairá o refrigério necessário.
Dias desses conversei com uma amiga que
me testemunhou como ela e o marido superaram um
momento de grave crise financeira. Foi uma
experiência dolorosa que afetou o relacionamento
conjugal. O que me chamou a atenção foi que ela
contou que, por várias vezes, sentiu raiva, ofendeu o
marido e pensou em desistir de tudo porque achava
que não merecia ir para o deserto com ele – e de
fato, a crise era consequência de algumas escolhas
dele, não dela. Foi aí que, um dia, ela o viu
chorando escondido num cômodo da casa e
percebeu o quanto o marido precisava de seu apoio
e não de suas críticas ou ameaças de abandono.
Lembra dos votos no dia do seu
casamento? “Na alegria e na tristeza, na saúde ou
na doença, na riqueza ou na pobreza”. Pois então,
faça valer suas palavras. Há um homem ao seu lado
que precisa de você para atravessar o deserto, seja
ele qual for: uma crise, o desemprego, uma
mudança, um desafio...
Já vi pastores deixarem de ir para onde
Deus os mandou porque a esposa não quis. Também
sei de mulheres que simplesmente decidiram não
acompanhar o marido em sua jornada profissional
por não abrirem mão do seu bom emprego ou de
uma “cidade grande”. A inversão de valores chega
ao ponto das pessoas se assustarem por você deixar
a estabilidade financeira, mas acharem “normal”
abdicar da vida a dois.
Tempos atrás acompanhei um casal que
enfrentou a oposição da família porque a esposa
decidiu renunciar a um excelente concurso público
federal para ir morar em outro país junto ao seu
esposo, que foi transferido para uma filial da
multinacional onde trabalhava. Alguns familiares
achavam que ela não devia deixar o emprego –
poderia bem ficar “apenas alguns anos” vivendo sem
o marido, quem sabe o encontrando nas férias. Seria
um esforço para garantir um excelente futuro
financeiro. O que as pessoas não pensam nessa hora
é que dinheiro não paga um bom casamento nem
compra uma família alicerçada na Rocha que é
Cristo. Parafraseando o mestre Jesus em Mateus
16:26, “que aproveita ao homem ganhar o mundo
inteiro, se perder a sua família?”
Casamento precisa ser regado e cuidado
diariamente. Casal feliz é casal satisfeito
sexualmente e emocionalmente. Casamento à luz da
Palavra é relacionamento de apoio mútuo. Não dá
para viver isso se um dos cônjuges morar distante
não é mesmo? Não podemos nos conformar com
esses relacionamentos modernos em que casais
decidem dormir em quartos separados ou morar em
casas diferentes, em alguns casos, a quilômetros de
distância. Espero sinceramente que você não esteja
numa situação assim, e, se estiver, que seja por uma
boa razão que não inclua salários mais altos – por
que isso seria o mesmo que dizer que você está
colocando seu sucesso profissional acima da família.
O próprio Jesus já disse: “onde estiver o seu
tesouro, aí também estará o seu coração” (Mateus
6:21).
Eu teria um futuro promissor como
jornalista. Isso era o que alguns dos meus
professores alegavam na tentativa de me convencer
a não me casar tão cedo, como lhes parecia. Eles
sabiam que meu futuro marido era pastor e diziam
que isso poderia atrapalhar minha carreira,
principalmente porque eu dizia que a prioridade
seria o ministério dele e eu iria para onde ele fosse.
Mas, naquela época, eu fiz apenas um pedido ao
Senhor: que eu experimentasse, na prática, o que é
ser jornalista. Eu amei o curso que escolhi e queria
apenas atuar, nem que fosse uma única vez, na
minha profissão. O resultado foi que Deus honrou
minha atitude de submissão ao meu esposo, seu
ministério e nossa aliança.
Durante os anos em que ele pastoreou
como auxiliar no Paraná, trabalhei em todas as áreas
possíveis do jornalismo: fui repórter de TV e rádio,
apresentadora de Telejornal, assessora de imprensa,
editora e diretora de Jornalismo, atuando na mídia
online, revista e jornal. O sobrenatural disso é que
desde o primeiro emprego fui sempre convidada a
trabalhar – isso mesmo, nunca precisei “correr atrás”
ou enviar um currículo sequer. Sem dúvidas, foi a
mão do Senhor!
Quando larguei a vida profissional para me
dedicar ao ministério e à educação da minha filha, o
fiz realizada e de coração grato. Viemos então para
o interior do Mato Grosso do Sul e, até hoje,
algumas pessoas nos perguntam por que não
pastoreamos num grande centro. Nossa resposta não
muda: o melhor lugar para se estar, sempre, é no
centro da vontade de Deus! Aqui o Senhor nos
plantou, aqui frutificamos, aqui somos felizes! E
será assim até quando Ele quiser!
As vezes olho para alguns casais que
optaram pelo dinheiro, conforto ou estabilidade e
imagino o quanto poderiam estar “reinando” se
tivessem escolhido o caminho da obediência. Não
conheço ninguém que, tendo escolhido fazer a
vontade de Deus e permanecer firme na aliança com
Ele, com o ministério e com o casamento, tenha se
dado mal no final. Pelo contrário. Sou prova de que
você pode até trilhar pelo deserto, mas a terra
prometida que te aguarda é indiscutivelmente um
lugar onde emana leite e mel!
Não faça como Mical. Não deixe seu
marido por nada! O prazer do dinheiro, conforto,
estabilidade e carreira não se compara ao prazer de
um casamento bem sucedido. Tenha com ele uma
aliança verdadeira, como a de Rute a Noemi:
"Não insistas comigo que te deixe e
não te acompanhe. Aonde fores irei,
onde ficares ficarei! O teu povo será o
meu povo e o teu Deus será o meu
Deus! Onde morreres morrerei, e ali
serei sepultada. Que o Senhor me
castigue com todo o rigor, se outra
coisa que não a morte me separar de
ti!"
(Rute 1:16 -17)

Mical também agiu errado ao criticar seu


esposo pelo comportamento. Você se torna crítica
quando é uma mulher preocupada apenas com “o
que os outros vão falar”.
Talvez, Mical, por ser filha de Saul,
conhecia muito bem os protocolos reais e aprendeu
desde cedo como o rei e a rainha deveriam agir
diante de uma multidão – e bem por isso, não
gostou do que Davi fez ao dançar no meio do povo.
Mas não se limite aos protocolos. Quebre
paradigmas, pré-conceitos, esteja pronta ao novo de
Deus! Não seja religiosa e chata. Aprenda a se
divertir e ser divertida! A sua casa não precisa ser
como a da sua vizinha; nem seus filhos, nem seu
esposo.
Outro lembrete importante: não se torne a
mãe do seu marido – aquela que foi designada para
ensiná-lo e corrigi-lo. Ela sim precisou exercer o
papel de educadora na vida dele, não você! É claro
que até o fim das nossas vidas estaremos sempre
aprendendo algo novo, mas peça sabedoria a Deus
para, quando precisar, ensinar como esposa, nunca
como mãe. Nada contra minha amada sogra, mas
eu, sinceramente, não quero que meu marido olhe
para mim e me veja como mãe dele. Você quer?
Uma esposa sábia é submissa e transforma
aqueles à sua volta influenciando, não dando ordens.
Esse é um dos grandes trunfos do papel da mulher!

“A mulher sábia edifica a sua casa,


mas com as próprias mãos a
insensata derruba a sua.”
(Provérbios 14:1)

Essa é uma verdade que nenhuma esposa


deve esquecer. Seu papel de auxiliadora faz de você
parte fundamental na edificação do lar. Você não é
responsável apenas por manter a casa limpa e
organizada, mas também os corações que ali
habitam. Você não deve se preocupar apenas com a
comida que põe à mesa, mas também com o
alimento da alma de seu marido e filhos. É a esposa
que deve promover a paz e criar um ambiente de
amor, sendo submissa. Como fazer isso? Com sua
poderosa influência! Pense comigo: se ao chegar do
trabalho seu marido reclamar de algo e você
inflamar a conversa com negativismo e mais
problemas, que tipo de jantar vocês terão? Mas e se,
em vez disso, você, com carinho, carregá-lo
emocionalmente para um lugar de descanso através
de palavras de encorajamento e fortalecimento?
Seja sensível e aprenda a ser uma esposa
que controla não as atitudes do marido, mas as suas
próprias. Cuide das palavras que saem da sua boca –
principalmente quando estiver contrariada.
Quando você for cheia e guiada pelo
Espírito Santo, suas conversas, seus atos e sua
influência irão refletir a glória de Deus e ajudar a
família a enxergar os planos do Senhor. Não será
preciso broncas, discussões e nem apontar
insistentemente o caminho para ninguém, porque o
próprio Deus fará isso e todos poderão ver
claramente.
Aceite e cumpra a submissão por inteiro. Só
assim você viverá a plenitude do que nasceu para
ser: filha e esposa do Rei!
Capítulo 4

Bate-Seba e a submissão danosa

“Uma esposa auxiliadora e submissa não se deixa


levar
por manipulação e nem por paixão.”

Bate-Seba tornou-se esposa de Davi após


um episódio constrangedor na vida desse rei tão
temente a Deus. A história conta em 2 Samuel 11:1
a 27 que Davi encantou-se por essa linda mulher
quando de uma janela do palácio a viu tomando
banho. Em lugar de vencer a tentação, ele tirou
proveito de sua autoridade real e mandou trazê-la
para seus aposentos a fim de deitar-se com ela – e
fez isso mesmo após ter sido alertado de que ela era
casada com um de seus guerreiros, o heteu Urias.
O adultério entre Davi e Bate-Seba ficou na
história, porém, pelo desfecho. As consequências
para os dois foram, a princípio, desastrosas. Bate-
Seba engravidou e Davi bolou um plano simples:
traria o marido dela de volta da guerra por alguns
dias para que, se deitando com a esposa, a gravidez
não gerasse desconfiança de uma infidelidade
conjugal. O problema é que Urias voltou ao Palácio
a pedido do rei, mas, não foi para casa. Logo, não
teve relações sexuais com a esposa.
Desesperado, Davi tentou encobrir um
pecado com outro: mais uma vez forjou um plano,
que agora, obteve sucesso e levou Urias à morte no
campo de batalha. O rei, então, esperou passar o
tempo de luto da viúva e mandou buscá-la para ser
mais uma de suas esposas.
Poderia ser o final da história,
aparentemente, sem danos ao casal adúltero. Mas
chego a me perguntar como foi que o sensível Davi
não imaginou que seria repreendido pelo Senhor,
com quem ele sempre teve tanta intimidade e a
quem demonstrava tanto temor. O pecado pode
mesmo cegar o mais visionário e fiel dos filhos e o
levar para longe dos propósitos eternos.
É evidente que a repreensão aconteceu. Da
boca do profeta Natã, Davi ouviu a admoestação do
Pai. Arrependeu-se profundamente e foi perdoado,
mas, mesmo assim, viu e chorou a morte do filho
que Bate-Seba gerou – morte anunciada pelo
profeta não como um “castigo”, mas uma maneira
do Senhor cessar a blasfêmia contra Seu nome.
A respeito de Bate-Seba, no episódio da
traição, não sabemos muita coisa. Não podemos
afirmar que ela fora forçada a ter uma relação sexual
com Davi, embora essa opção seja facilmente aceita,
já que ele era o rei, gozava de plenos poderes e
mandou buscá-la. Mas confesso que me estranha o
fato de Urias, o marido traído, não querer estar com
ela após ter passado dias (ou talvez meses) na
guerra. Mesmo com a autorização do rei para voltar
à sua casa, ele preferiu dormir no Palácio. Que tipo
de esposa seria então Bate-Seba? Não uma que
deixa o marido com saudades, isso sabemos.
De qualquer maneira, fica claro que Deus
desaprovou a atitude tanto de Davi quanto dela,
pois, embora o rei tenha sido exortado com maior
rigor, Bate-Seba também sofreu a perda de um filho
– o que é pior do que qualquer castigo.
Em se tratando de submissão, a história de
Bate-Seba nos exorta a jamais colocarmos a
obediência aos homens acima das leis de Deus. Você
não deve fazer algo que fere os princípios da Palavra
apenas porque uma autoridade mandou.
Lembra-se de Abigail? Ela desobedeceu a
uma ordem do marido, mas, mesmo assim, manteve
atitude de honra para com ele e para com o Senhor.
As diferenças entre ela e Bate-Seba são claras:
enquanto a primeira desobedeceu, mas, manteve a
honra, a outra obedeceu, mas, provocou desonra ao
marido e a Deus.
Abigail foi inteligente e ousada para mostrar
a Davi que ele estava agindo errado - faltou a
mesma sabedoria e coragem para Bate-Seba. Bate-
Seba chamou a atenção do rei apenas por suas
curvas atraentes e isso o levou ao pecado. Já Abigail
o atraiu com sua sensatez e isso o livrou de pecar. É
por isso que Bate-Seba se encaixa como exemplo de
mulher que cometeu uma falha grave ao exercer
influência e submissão danosa, enquanto Abigail
ficou lembrada também por sua influência, mas com
submissão inteligente. Talvez seja hora de algumas
mulheres se preocuparem mais em atrair com o
caráter do que com o corpo.
Na prática, a atitude de submissão se torna
danosa e fere os princípios do Evangelho quando
você obedece sem avaliar as consequências de seus
atos perante o Senhor. Pedidos ilegais, imorais ou
que blasfemam contra Deus e Seu Reino, feitos por
quem quer que seja, não devem nunca ser acatados.
Quer um exemplo bíblico de uma esposa que pecou
agindo assim? Safira.

Ananias e Safira
Ananias e Safira formavam um casal que
aparece na história da igreja primitiva em Atos dos
Apóstolos com um final trágico. A Bíblia conta que
os dois tramaram uma mentira para enganar os
apóstolos ao vender uma propriedade: retiveram
uma parte do dinheiro, mas, disseram a Pedro, na
congregação, que aquilo era tudo o que possuíam.
Por conta disso, caíram mortos ali mesmo.
A doação e repartição de bens na igreja era
uma atitude voluntária, por isso, o pecado de
Ananias e Safira não foi reter o dinheiro, e sim,
mentir sobre ele.
Não sabemos de quem foi a ideia, mas
Safira chegou à congregação cerca de três horas
após o marido e tinha ainda alguma chance de
sobreviver, caso não partilhasse da mesma mentira.
Pedro perguntou a ela se a oferta era o valor da
propriedade e ela respondeu que sim. Provavelmente
achou por bem falar o combinado com o marido. Só
que essa foi uma atitude de submissão que não
apenas lhe provocou danos, mas morte.

“Então Pedro lhe disse: ‘Por que


vocês entraram em acordo para tentar
o Espírito do Senhor? Veja! Estão à
porta os pés dos que sepultaram seu
marido, e eles a levarão também’."
(Atos 5: 9)

Mesmo sendo a mentira o principal


causador do juízo de Deus nesse caso, não foi
apenas ela que levou esse casal à destruição. Essa
mentira era fruto da sua religiosidade. Se
contextualizada, a história de Ananias e Safira revela
uma família que frequentava a igreja e havia se
moldado ao padrão “crentês” da época: eles
levariam o “dízimo”, mas não o integral; seriam
fiéis, mas apenas de aparência. Eram, na verdade,
religiosos – como os fariseus, que se preocupavam
apenas em parecer santos - e incapazes de perceber
que poderiam enganar aos seus líderes, mas nunca
ao Espírito Santo. E tudo isso faziam em
concordância, marido e esposa juntos. O alerta vem
por conta da época em que esse fato aconteceu: foi
na era da Graça, após a ascensão de Jesus e a
descida do Espírito Santo, ou seja, poderia
acontecer com qualquer uma de nós.
Quando você conhece a Palavra de Deus,
mas, não a cumpre, por qualquer motivo (no caso
do nosso objeto de estudo, por submissão a uma
autoridade) e vive um Cristianismo de falsidades e
engano, você corre sérios riscos. Uma esposa
auxiliadora e verdadeiramente submissa não se deixa
levar por manipulação e nem por paixão
momentânea. Ao contrário, ela exerce sabedoria e
em amor, mostra ao marido o caminho da redenção.
Ela coloca a submissão a Deus antes da submissão
aos homens.
Se o seu marido – em especial aquele que
ainda não conhece ao Senhor – algumas vezes lhe
pede sacrifícios desagradáveis aos olhos de Deus,
não o desonre discutindo, brigando, xingando ou
humilhando-o, mas também não o obedeça. Certa
vez uma esposa me procurou apavorada porque o
marido, não cristão, resolvera se utilizar da
pornografia para “esquentar a relação”. Ele queria
fazer sexo assistindo um filme pornô. Ela não sabia
se deveria acatar a decisão para ser submissa,
mesmo sendo conhecedora dos perigos espirituais da
pornografia, mas, nesse caso, é evidente que ela
estaria pecando se aceitasse tal imposição. Na época
meu conselho foi que ela conversasse com ele sobre
o assunto e descobrisse meios puros para atraí-lo
sexualmente. Se o marido deseja “animar” a relação,
cabe à esposa mostrar-lhe do que ela é capaz, mas
sem dar lugar ao pecado!
Creio que o Espírito Santo poderá lhe
orientar como agir em situações assim se você pedir.
Não pense que, só por se tratar de algo íntimo ou
pessoal, Ele não irá responder. Pelo contrário.
Converse com Ele, peça socorro e receba a direção.
Afinal de contas, é promessa:

“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo,


que o Pai enviará, lhes ensinará todas
as coisas.”
(João 14:26)

Imagine submissão como a raiz de uma


árvore ligada às inclinações do coração, e a
obediência, o fruto aparente dessa árvore. A
submissão deve ser incondicional e nutrida pelo
Espírito, mas o fruto depende de vários outros
fatores, internos e externos.
O que vemos hoje em dia é uma deturpação
desse princípio bíblico, e é por causa disso que
muitas mulheres têm aversão à palavra “submissão”.
Acham que esposa submissa é só esposa obediente,
escrava e vítima de um homem, mesmo que ele seja
opressor, sem escrúpulos ou mau-caráter. Mas isso
não é verdade. Mulher que sofre violência e abuso
físico ou emocional em nome da submissão está
equivocada e longe de viver a Palavra. Não é esse o
projeto de Deus, que fez homem e mulher com as
mesmas características e direitos – o que muda são
os deveres de cada um.
Para o Pai, maridos e esposas têm sim o
mesmo valor. Bem por isso, a ordem de submissão
da mulher no casamento vem acompanhada de um
mandamento de amor da parte do marido:

“E vocês, maridos, mostrem pelas


suas esposas o mesmo tipo de amor
que Cristo mostrou pela igreja
quando morreu por ela, para fazê-la
santa e pura, lavada pelo batismo e
pela palavra de Deus; a fim de que
Ele pudesse dá-la a Si mesmo como
uma igreja gloriosa sem uma única
mancha, ou ruga, ou qualquer outro
defeito, mas sim santa e sem nenhuma
imperfeição. É assim que os maridos
devem tratar suas esposas, as
amando como partes de si próprios.
Porque uma vez que um homem e sua
mulher são agora um só, o homem
está realmente fazendo um favor a si
mesmo, e amando a si mesmo,
quando ama sua esposa! Ninguém
odeia seu próprio corpo, mas cuida
dele com todo o amor, tal como Cristo
cuida do seu corpo, a igreja do qual
nós todos somos membros. (Que o
marido e a esposa são um só corpo
prova-se pela Escritura que diz: "Um
homem deve deixar seu pai e sua mãe
quando se casa, a fim de que possa
estar perfeitamente unido à sua
esposa, e os dois serão um só"). Eu
sei que isto é difícil de compreender,
porém é uma ilustração do modo pelo
qual somos membros do corpo de
Cristo. Portanto, eu torno a dizer; um
homem deve amar sua esposa como
parte de si próprio; e a esposa deve
cuidar de respeitar profundamente o
marido obedecendo, elogiando-o e
honrando-o.”
(Efésios 5:25 a 33)

Ser submissa não é fácil? Imagine então


amar como Cristo amou a Igreja! Se você, esposa,
deve estar disposta a honrar incondicionalmente, seu
marido, por sua vez, deve estar pronto a amar
incondicionalmente e morrer por você se for
necessário! Esse é o plano perfeito do Criador!
“Mas e se meu marido não me ama
assim?” – você pode me perguntar. Minha resposta
será franca e rápida: ore por ele e conquiste-o!
Exercendo a submissão em amor, com paciência e
entrega total – inclusive a Deus – você poderá sim
ver esse quadro mudado. Nenhum marido resiste a
uma esposa de valor inestimável (lembre-se: não
apenas ‘corpo’).
Capítulo 5

Vida de Rainha nos dias de hoje

“Desfrute da realeza que o Pai e seu marido


têm para lhe oferecer!”

Como você deve ter percebido e foi citado


na introdução, ao nos referirmos a três esposas de
Davi o fazemos porque na civilização antiga a
poligamia era aceita. As famílias eram organizadas
em tribos e, sob o regime do patriarcado, os homens
tinham domínio total sobre as mulheres. Mas as
consequências eram desastrosas e em várias histórias
da Bíblia notamos isso claramente. Ana e Penina,
por exemplo, as duas esposas de Elcana (pai de
Samuel), viviam em guerra. Mais tarde esse tipo de
comportamento foi proibido e duramente
repreendido pelo Senhor. Hoje, o homem deve ser
marido de apenas uma mulher, e esta, por sua vez,
esposa de um só homem.

“O casamento deve ser honrado por


todos; o leito conjugal, conservado
puro; pois Deus julgará os imorais e
os adúlteros.”
(Hebreus 13:4)
Começo esse capítulo final falando mais
uma vez sobre isso para que você perceba, se ainda
não o fez, o quão privilegiada é: entre tantas
mulheres da face da Terra, você foi a escolhida para
auxiliar e cuidar desse homem que se casou por
vontade própria! Talvez você se mantenha
indiferente a essa verdade, mas ela é fundamental
para que você aceite seu papel e o cumpra em amor.
Eu sei que seu casamento pode não estar lá
essas coisas, pode estar cambaleando ou até
morrendo, mas acredite: ao se tornar uma esposa
submissa, você receberá honra do Senhor. A Palavra
de Deus é muito clara quanto à lei da semeadura e
colheita, então, quanto mais você honrar, mais será
honrada.
Há alguns anos atrás, uma amiga me contou
um fato estarrecedor envolvendo o tema submissão.
Ela estava num casamento e naquele momento dos
votos em que os noivos fazem as promessas de
cumplicidade, a noiva, repetindo ao seu "quase"
marido as palavras ditadas pelo pastor, negou-se a
dizer “prometo ser submissa”. “Fiel sim, mas
submissa, nunca" foi o que ela disse em alto e bom
tom. Quer mais? Esse era o casamento de um pastor
- e só estou contando esse detalhe para que você
perceba a urgência em refletirmos sobre o assunto e
arrancarmos de nós e das nossas igrejas os falsos
conceitos impostos pelo mundo.
A submissão, na verdade, valoriza nosso
papel como mulher e deve ser traduzida como um
ato de amor. É uma prova que a esposa está
valorizando seu companheiro, que o respeita, confia
nele e sente necessidade de tê-lo por perto. É seu
agradecimento por ter sido escolhida como aquela a
quem ele quer servir por todos os dias da sua vida.
Isso mesmo, você não leu errado! Não é apenas a
esposa que serve ao marido; no plano da submissão,
o homem deverá prover tudo o que for necessário
para o bem estar da mulher, suprindo, com Cristo e
em Cristo, cada uma das suas necessidades.
Uma das passagens bíblicas de que mais
gosto está em Êxodo. Ali vemos o povo de Israel,
sob o comando de Josué, lutando contra Amaleque.
Moisés e seus companheiros Arão e Hur subiram ao
cume do outeiro – ficaram na intercessão - e quando
Moisés levantava seus braços, Israel prevalecia;
quando os abaixava, prevalecia Amaleque. Imagine
que essa batalha não durou apenas cinco ou dez
minutos e os braços de Moisés começaram a ficar
cansados. Mas veja o que diz a Palavra:

“Porém as mãos de Moisés eram


pesadas, por isso tomaram uma
pedra, e a puseram debaixo dele, para
assentar-se sobre ela; e Arão e Hur
sustentaram as suas mãos, um de um
lado e o outro do outro; assim
ficaram as suas mãos firmes até que o
sol se pôs.”
(Êxodo 17:12)

Desde a primeira vez que entendi esse


texto, disse ao meu esposo que ele é o Moisés
dentro do meu lar e eu quero ser aquela que sustenta
suas mãos em todas as pelejas, com obediência,
honra e respeito. Quando eu conseguir ser assim,
estarei, de fato, sendo sua auxiliadora. E será um
privilégio ser usada por Deus dessa forma.

Submissão na rotina da casa


Nunca concordei com algumas amigas que
exigem que o marido lave suas próprias meias ou
roupas íntimas e divida com elas todo o serviço da
casa. É claro que gosto de ter meu marido ajudando
a limpar os banheiros ou a louça suja, mas nunca
cobrei isso dele. Ele o faz simplesmente por prazer,
para me ajudar e demonstrar seu amor por mim -
mas se não fizesse isso, meu amor e admiração por
ele em nada diminuiriam. Afinal, a obrigação do
cuidado da casa é minha, não dele. Ele é o provedor.
O problema é que hoje as mulheres trilham
caminhos diferentes dos originais da criação e
querem interferir no projeto do grande Arquiteto.
Algumas estão convencidas de que “se eu trabalho
e cuido da casa, meu marido também precisa fazer
isso”. Não querida, ele não precisa. Ele pode fazer
(e eu torço para que faça!) – mas se não o fizer,
você não tem o direito de obrigá-lo. Da mesma
forma, você pode ajudar no sustento financeiro da
família – mas se não o fizer, ele não pode cobrá-la
porque essa ordem foi dada a ele, não a você.
A esposa pode sim ser uma excelente
profissional, mas sua prioridade sempre deverá ser o
lar. Com funcionárias domésticas ou não, cabe à
mulher o bom andamento da casa – seja dando
ordens às empregadas, seja fazendo o que precisa
ser feito. Nosso exemplo de esposa virtuosa, em
Provérbios 31, fala sobre isso. Ela ajudava no
sustento da família e era boa em negócios, mas
também dirigia com sabedoria sua casa – tanto que
seus filhos e marido reconheciam e a louvavam por
isso. Ela era uma mulher que acordava cedo e
dormia tarde, sua lâmpada não se apagava.
Trabalhava bastante. É um preço a ser pago.
Nos dias atuais, algumas mulheres
acreditam que ser uma profissional bem sucedida é
mais importante do que ser mãe e esposa. As
feministas fizeram valer a máxima de que o trabalho
dentro de casa é decadente e humilhante. Mas gosto
de uma frase atribuída ao pensador britânico Gilbert
Keith Chesterton sobre esse assunto: “O Feminismo
trouxe a confusa idéia de que as mulheres são
livres quando servem seus patrões, mas escravas
quando servem seus maridos”.
Muitas mulheres da década de 60, época
em que o Feminismo avançou e ganhou espaço,
reavaliaram seus conceitos de liberdade. Elas
provaram as consequências amargas de valorizar
princípios que deturpam o casamento e a vida em
família. Uma das porta-vozes desse grupo é a
escritora norte-americana Camille Paglia. “Ao
priorizarem o sucesso profissional, as mulheres da
minha geração deram de cara com a parede e em
breve verão que as felizes de verdade não são as
ricas e bem-sucedidas, mas as que, em vez de
correr atrás do sucesso, se dedicaram a construir
grandes famílias”, lamentou em entrevista à revista
Veja.
Quero deixar claro que sou a favor da
mulher estudar e ser reconhecida profissionalmente.
Estou conduzindo minha filha de forma que um dia
ela venha cursar uma Universidade e ter uma
profissão. Mas sou contra isso se tornar seu maior
propósito na vida e estar no topo de suas
prioridades, acima dos cuidados com a família e da
vontade de Deus. Também sou contra a profissão se
tornar medida de valor, como se uma boa
profissional fosse melhor do que aquela esposa e
mãe que não estudou ou abriu mão da carreira. A
segunda não tem menos valor do que a primeira,
pelo contrário, considero-a privilegiada! Ocupar-se
apenas com os afazeres do lar e a educação dos
filhos não é para qualquer uma. Tem que ser
guerreira, sábia, de mente saudável e coração
rendido somente ao Senhor, não às coisas deste
mundo.
Se você abriu mão de um emprego porque
ele estava tirando o tempo com seus filhos,
parabéns. Você colherá os frutos, e eles serão
eternos! Se tiver filhos pequenos e ainda não fez
isso, reavalie suas prioridades: seu salário é mesmo
necessário para o sustento da casa ou você está
deixando seus filhos sob os cuidados de outras
pessoas apenas porque educá-los é um trabalho
desgastante? O dinheiro que você ganha vale deixar
que pessoas estranhas (que você pode nem saber
como foram criadas, os traumas e os problemas que
têm) os eduquem, ou você só precisa dele para
comprar roupas novas e um sofá a cada final de
ano? Os filhos são a herança do Senhor para nós.
Você cuidaria bem – e pessoalmente - de um tesouro
que lhe fosse confiado, não cuidaria?
Por favor, não encare isso como um
julgamento ou afronta da minha parte. É apenas
uma constatação que fiz ao longo de todos esses
anos pastoreando famílias. Vejo mulheres que
trabalham fora, de fato, por necessidade, e oro para
que o Senhor as supra em todas as áreas, lhes dando
graça para cumprir fielmente os diversos papéis
assumidos, como a mulher virtuosa de Provérbios
31. Que ela consiga chegar em casa após um dia
inteiro de trabalho e ainda assim esteja disposta a ter
um tempo prazeroso e de qualidade com os filhos e
o esposo, sem que isso seja um peso rotineiro. Que
ela não se esqueça da importância que tem na vida
familiar e da diferença que faz no ambiente do lar.
Sim, conheço mulheres assim. Mas são poucas.
Infelizmente, a maioria trabalha apenas por
vontade de realização, status ou capricho. Essas
esposas chegam em casa cansadas e estressadas, e o
resultado é que, por conta disso, deixam de lado os
cuidados com o marido, os filhos e a organização do
lar. Nessa difícil jornada, dão lugar à preguiça e
permitem que o cansaço interfira nos
relacionamentos, contaminando de forma negativa a
comunicação com aqueles que estão próximo e até
mesmo a rotina sexual com o marido, tornando o
casamento vazio e vulnerável aos ataques do
inimigo. Sim, é um fardo muito pesado assumir um
papel que não era para ser o seu.
Então, hoje, se uma mãe de criança ou
adolescente me pergunta se deve abrir mão da
profissão para cuidar deles e eu vejo que ela pode
fazer isso, eu digo que sim, ela deve renunciar a um
período do seu dia. Note que, a não ser que Deus
seja claro em lhe pedir o contrário, não acho que
seja necessário abandonar a carreira: trabalhe meio
período, principalmente quando os filhos já estão
em idade escolar. Eu creio que você pode estar ali
naquele ambiente de trabalho para ser uma boa
representante do Reino de Deus, e o mundo precisa
disso. Mas que tal trabalhar menos e se realizar
como mãe e esposa – a maior de todas as
realizações?
Se você é esposa, mãe e exerce uma
profissão, mantenha-se na dependência do Espírito e
ore sempre. O Pai é o maior interessado em lhe
garantir uma vida abundante e vitoriosa em todas as
áreas, então, Ele mesmo irá dirigir seus passos e
mostrar cada decisão a ser tomada, seja em casa ou
no trabalho. Conheço mulheres que deixaram a
profissão para se dedicar ao lar, e nenhuma delas se
arrependeu ou ficou frustrada. Conheço outras que
não receberam a direção para deixar o emprego e
conciliam vida familiar e profissional com
excelência, sem peso e sem culpa. Deus é quem te
conhece e sabe o que é melhor para você. Ele
também tem planos para sua vida – e talvez você
ainda nem imagine quais são. Por isso, o importante
é ter coragem de entregar tudo a Ele e obedecer,
seja qual for a ordem. Você irá se surpreender.
Por outro lado, a mulher que não exerce
uma profissão também precisa cuidar de suas
prioridades. Não adianta estar em casa mas não se
fazer presente. Com a televisão, o avanço da internet
e a febre das redes sociais, é muito fácil dedicar mais
tempo aos amigos ou às futilidades do que ao que de
fato é importante. Dê atenção, valorize e priorize
seu tempo em família. Aproveite cada oportunidade
que Deus te dá para ministrar e abençoar seus filhos
e marido. Encha sua mente e seu coração de coisas
boas para que você possa distribuir isso aos que te
cercam. Leia a Bíblia, ore, tenha comunhão com
Deus e seja íntima do Espírito Santo. Isso também
fará de você uma mulher que sabe viver em
contentamento e realização com a vida que escolheu
– afinal de contas, não adianta abdicar da carreira e
descarregar a frustração nos filhos e esposo.
A verdade é que quando a mulher descobre
seu papel, gradativamente, dia após dia, encontra
nele prazer. E meu maior desejo é que você, mulher,
realmente descubra isso. É que só assim entendemos
nossa importância e poder para dar vida onde tudo
parece morto.
Muitas vezes olhei para meu esposo e vi sua
necessidade de transformação em uma ou outra
atitude, mas antes de compreender o poder da
submissão, tentei fazer com que ele mudasse à
minha maneira. Mesmo com uma boa intenção no
coração, eu agia errado. Primeiro, por acreditar que
meu ponto de vista era o ideal; segundo, por não
deixar que o Espírito Santo agisse em Seu tempo e
da Sua forma. O resultado era sempre discussão e
muita insatisfação. Mas ao exercer submissão
incondicional, obedecendo com inteligência, amor e
honra, pude ver nele uma mudança genuína naquilo
que precisava ser consertado. E o melhor: tive
tempo de olhar para mim e ver que nem tudo aquilo
que eu considerava errado era problema nele, mas
em mim.
Uma mulher que entende a submissão, que
é sábia, compassiva e cumpre os propósitos de
Deus, é mais feliz. Logo, sua família também será.
Seus filhos, marido e amigos podem chegar em casa
com saudades daquele sorriso contagiante e do
perfume inigualável que a felicidade traz ao
ambiente. Um perfume que nem o melhor produto
de limpeza deixará no ar.

Mulheres transformadas
Para ser uma mulher assim, que exala um
bom perfume e não semeia amargura, precisamos
ser transformadas a cada dia, “de glória em glória”,
como escreveu Paulo na sua segunda carta aos
Coríntios (3:18). É isso que peço todas as manhãs.
Olho para o meu esposo e oro para que seja mais
um dia agradável entre nós. Peço a Deus que nos
ajude a vencer as tentações, os desejos maldosos da
carne e que eu seja melhor e mais submissa do que
fui no dia anterior. Isso não me faz parar de errar,
mas com certeza, diminui minhas falhas.
Além das esposas de Davi, a esposa
virtuosa de Provérbios 31 e as demais que foram
citadas neste livro, Deus deixou na Bíblia vários
outros exemplos de mulheres que não foram
perfeitas, mas bem podem ser aquelas que
gostaríamos de ser. Mulheres que erraram, mas
aprenderam com seus erros. Entre elas, Sara, para
mim, é uma grande inspiração.

Sara, apesar de suas falhas – ela duvidou


do poder do Senhor em alguns momentos da vida -
ficou registrada na galeria dos heróis da fé do Novo
Testamento. É que por sua obediência ao marido,
Abraão, permitiu que ele fosse obediente a Deus.
Ela o ajudou a ser um bom homem. Apesar dos
fracassos, era uma mulher submissa que também
sabia vencer.
Quantas mulheres você conhece que
duvidam da capacidade do marido para chefiar o
lar? Talvez muitas. Algumas de nós, infelizmente,
com o passar dos anos, começam a desacreditar do
cônjuge. "Ele nunca fez nada certo", pode ser sua
justificativa para estar sempre à frente das decisões.
Mas deixe-o tomar seu lugar de direito. Honre seu
esposo e Deus também a honrará. Creia com fé que
o Senhor está dirigindo seu lar e vai usar seu esposo
nessa caminhada. Você não quer um marido
abençoado? Pois então, deixe-o ser! Uma esposa
submissa, além de ser como um braço de confiança
para o cônjuge, compartilha das bênçãos
provenientes da fé. Experimente!
Antes de receber a promessa do nascimento
de seu filho, Isaque, Sara se chamava Sarai. Sarai
quer dizer contenciosa, que entre outras coisas,
revela uma pessoa dúbia, que gosta de provocar
discórdias. Porém, quando deixou sua casa e partiu
para a nova terra, ela passou a ser chamada de Sara
- "princesa". Em pleno deserto esta mulher foi
transformada e aprendeu a viver pela fé. Então, se
hoje sua relação conjugal parece seca, sem um oásis
à vista, apenas se entregue nos braços do Pai. Deixe-
o transformar sua vida e matar sua sede. Deixe-o
fazer com que você se torne uma princesa também!

Maria, a irmã de Marta, é outro bom


exemplo. Mesmo não estando casada, ela deixou um
modelo de relacionamento que vale tanto para a vida
conjugal como para qualquer outra forma de boa
convivência humana.
Felicíssima com Jesus, que havia
ressuscitado seu irmão, Lázaro, Maria precisava
agradecê-lo. Mas não encontrou palavras. Trouxe
então, o que tinha de mais valioso: seu vaso de um
caro perfume, que naquela época, era reservado
para o dia do sepultamento. Derramou-o todo aos
pés de Jesus, numa atitude tola aos olhos humanos.
Mas fez isso num gesto de extrema gratidão. Ela era
realmente amável, e para expressar seu amor,
privou-se do que tinha de melhor.
Maria nos ensinou que é possível agradecer
sem amar, mas nunca amar sem agradecer. E mais:
que devemos fazer isso enquanto as pessoas estão
vivas, não depois de mortas, num funeral.
Muitas mulheres passam pela vida
amarguradas porque exigem do marido mais do que
o necessário. Elas não sabem reconhecer o valor de
um pequeno gesto de carinho e em lugar de serem
gratas, estão sempre querendo mais.
Uma pastora contou certa vez que era
muito perfeccionista e cobrava atenção demasiada
do marido. Sempre dera muito valor a presentes
materiais e esperava que o esposo compreendesse
isso. Certa vez, para surpreendê-la, após participar
de um Congresso de Homens, ele chegou em casa
com um buquê de rosas. O problema é que era
"apenas" meia dúzia. Assim que essa mulher abriu a
porta e o viu carregando as flores, sua primeira
reação foi contestar: "Já que queria fazer uma
surpresa porque não comprou logo um buquê de
uma dúzia?"
Talvez você nunca tenha feito isso mas está
sempre insatisfeita. Imagina que deveria ter se
casado com alguém "mais rico" ou com aquele
antigo namorado "que era bem mais carinhoso".
Mas pare um pouco e comece a olhar as coisas ao
seu redor. Preste atenção nas demonstrações de
amor de seu cônjuge, ainda que elas não venham da
forma como você queria ou sonhava e valorize-as.
Mais do que isso, se você sente que faltam atitudes
de amor, comece a tê-las com seu marido. Não há
melhor forma de mostrar o que queremos receber
senão dando primeiro.
Plantar para colher – jamais se esqueça
disso.

Treinamento de Rainha – dicas práticas


Para reinar em seu lar você precisa deixar
que seu marido assuma o lugar de rei, chefe,
autoridade máxima! Lembre-se de que a esposa do
rei é rainha! Há algumas atitudes importantes nesse
processo, e todas elas têm como objetivo suprir as
maiores necessidades dele como homem: sentir-se
necessário e respeitado.
Seu marido precisa notar que é importante
na sua vida, que faz falta, que tem valor. Parece
bobagem, mas não é. Diferente da mulher, que foi
criada com a necessidade de sentir-se protegida,
cuidada e amada, o homem foi programado na
criação para ser o cabeça, o chefe, o responsável
pela provisão – e quando falo provisão incluo as
emocionais, não apenas as finanças do lar. Sendo
assim, ela só precisa ter a certeza de que é essencial
ali. O plano de Deus é perfeito e nele todas as peças
se encaixam. Um supre o outro, sempre.
A esposa que de fato honra o marido age de
acordo com essa verdade. Embora tenhamos
aprendido que boas atitudes não bastam, pois elas
podem mascarar a falta de respeito e insubmissão
que estão em nosso coração, a honra sempre será
notória, nos pequenos e grandes gestos.
Quer fazer com que seu marido se sinta
necessário, honrado e respeitado? Comece
acatando as decisões dele sem discutir. É difícil,
eu sei. Mas não impossível para uma mulher
controlada pelo Espírito Santo. Você pode e deve
opinar nos assuntos referentes à família - a sabedoria
da esposa precisa ser levada em conta e valorizada.
Mas no caso de divergências de opinião, a mulher
precisa estar pronta caso a opção do cabeça não seja
a que ela propõe. Há maneiras respeitosas de
argumentar.
Em segundo lugar, seja uma esposa
encorajadora. Em vez de ser negativa, dê crédito às
decisões, atitudes e planos do seu marido. Até
mesmo as mudanças necessárias podem ocorrer com
palavras positivas em lugar de cobranças ou
desencorajamento. Elogie mais para receber mais.
Vou lhe dar um exemplo prático.
Há algum tempo ministrei sobre esse
assunto no Curso Mulher Rara e, entre tantos
testemunhos que recebi, um representa muito bem o
que quero dizer. Uma jovem esposa me contou que
todos os dias saía cedo para trabalhar e voltava já na
hora do almoço – ela trabalhava meio período então
chegava em casa por volta das 12h30. O marido, um
prestador de serviços, não cumpria um horário fixo
e geralmente trabalhava de manhã em casa, ou,
quando saia, retornava para o almoço por volta das
11h. A questão é que o marido sabe cozinhar muito
bem e algumas vezes a esposa se chateava ao chegar
e encontrá-lo no sofá, sem ter se preocupado em dar
início aos preparativos do almoço. “Eu queria que
ele pelo menos colocasse o arroz no fogo”, contou.
Ao ouvir a dica do encorajamento e das palavras
positivas, no entanto, ela parou de cobrá-lo por isso.
Em contrapartida, na primeira oportunidade que
teve – quando ele finalmente fez o arroz – ela o
elogiou. Agradeceu e disse que nunca comera um
arroz como o dele. “Eu amo quando você faz o
arroz”, finalizou. Pronto. A partir daí, todos os dias
ela chegava e encontrava o arroz quentinho e fresco
na panela!
Outra mudança que precisa acontecer em
muitos lares diz respeito ao trato entre marido e
esposa, em especial, junto aos familiares e amigos.
Ensine seus filhos que o pai deles está no
comando e nunca lhe falte com respeito na frente
de outras pessoas. As crianças aprendem mais com
nosso comportamento do que com nossas palavras.
Se as meninas virem na mãe uma esposa
reclamadora, autoritária e que desonra o marido,
jamais aprenderão o valor de uma esposa submissa.
Os meninos que convivem com pais assim, por sua
vez, são sérios concorrentes a se tornarem um
“marido Acabe”, aquele passivo e intimidado
perante o autoritarismo e insubmissão da esposa.
Esse tipo de comportamento maléfico não
parte apenas de uma esposa agressiva ou
assumidamente impaciente. Não se engane. Você
pode ser cheia das boas intenções e ainda assim agir
errado. Não confunda a ordem divina de auxiliar
com corrigir. Vou lhe contar outra história real para
ilustrar isso.
Estávamos num grupo de amigos na casa de
uma família quando, na hora do almoço, uma filha
de 8 anos começou a chamar a atenção do pai que
estava repetindo o prato pela segunda vez. É que ele
estava, na época, fazendo regime para emagrecer e,
a filha, então, tratou de lembra-lo disso na frente de
todos. Ela o chamou a atenção em alta voz várias
vezes enquanto ele fazia o prato, inclusive com o
famoso “olha mãe”! Quem estava perto se
constrangeu com aquilo, e eu, particularmente, abri
meus olhos para essa realidade: as filhas reproduzem
as atitudes da mãe. Entenda que o propósito pode
ser digno, mas a maneira de colocá-lo em prática,
nesse caso, traz desonra. Uma criança corrigindo o
pai e, ainda por cima, publicamente?
Eu poderia lhe dar vários exemplos
diferentes, porque infelizmente, é comum vermos
filhos repetindo no trato com o pai ou outras
autoridades o comportamento insubmisso e
autoritário da mãe. Eu mesma já vivi situações
semelhantes, então, quando percebi o que estava
acontecendo, expliquei à minha filha que o pai dela
é o cabeça e pode fazer o que quiser dentro de casa
se isso não for imoral, ilegal e não ferir nossos
princípios cristãos. A partir daí, busquei controlar
minha língua e ser menos impetuosa nas reações
para com meu marido. E é aqui que chegamos à
última dica prática para você que deseja honrar seu
homem de maneira plena: estabeleça limites entre
seus direitos e deveres de esposa. Sim, há direitos
para ambos no casamento. Mas também há deveres.
Seus direitos terminam onde começam os
dele e seus deveres começam onde terminam os
dele. O marido não pode chegar em casa e não ter
liberdade dentro dela. Não determine que tudo
precisa ser do seu jeito, não crie discussões por que
um sapato foi deixado fora do lugar. Se for
necessário ordem, converse com a família, peça
ajuda. Mas exija menos das pessoas e de você.
Priorize e valorize o que de fato tem valor. Certa vez
li uma frase numa plaquinha decorativa que nunca
mais esqueci: “Esta casa é limpa para ser saudável
e bagunçada para ser feliz”.
Em suma, para ser uma mulher segundo o
coração do Pai, uma verdadeira rainha que agrada
não somente ao “rei” do lar, mas também ao Rei
Eterno, é preciso entregar tudo ao Senhor – e isso
inclui deixar o governo da família para o marido.
Como já vimos, ser submissa é uma atitude de fé,
coragem e amor.
Meu desejo é cada vez ver mais mulheres
submissas, curadas, sábias, tementes a Deus e felizes
no casamento. Mulheres que agem com a
inteligência e o discernimento de Abigail, mas nunca
com o desprezo e a amargura de Mical ou com a
tolice e insensatez de Bate-Seba.
Aprenda a desfrutar da realeza que o Pai e
seu marido têm para lhe oferecer. Há uma vida de
rainha te esperando logo ali!

FIM
Referências Bibliográficas
Bevere, John. “Debaixo de suas asas” - a
promessa de proteção debaixo de Sua
autoridade. Editora Dynamus.

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Rosana e Fabrízio Salabai:
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Table of Contents
Capítulo 1 Estamos em guerra!
Capítulo 2 Abigail e a submissão inteligente
Capítulo 3 Mical e a submissão sem rendição
Capítulo 4 Bate-Seba e a submissão danosa
Capítulo 5 Vida de Rainha nos dias de hoje

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