Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Educação a Distância -
Métodos e Tecnologia
Profº Alex Sandro de França
Profª Drª Elisamara de Oliveira

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 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Apresentação.....................................................................................................3

Fundamentos e Políticas da EaD.......................................................................3

Origens da Educação a Distância...............................................................................3
Legislação e Políticas do MEC - Regulamentação da EaD no Brasil ...............................4
Ensino médio e fundamental................................................................................4
Ensino superior (graduação) e educação profissional em nível tecnológico ..............4
Para onde vamos?...............................................................................................5

SUMÁRIO Modalidades de EaD............................................................................................5

A terminologia da Educação a Distância.....................................................................6
Cenários contemporâneos da EaD ............................................................................6
Exercícios do Capítulo 1 ...........................................................................................7

A Educação a Distância no Brasil......................................................................7

História da EaD no Brasil..........................................................................................7
Programas educacionais de EaD na televisão brasileira.............................................. 10
Mitos sobre professores da EaD.............................................................................. 14
Parcerias e consórcios em EaD................................................................................ 14
Preconceitos e críticas contra a EaD......................................................................... 14
Números crescentes da EaD no Brasil ..................................................................... 15
Exercícios do Capítulo 2.......................................................................................... 17

Alunos, Professores e Panorama Atual da EaD...............................................17

O Público da EaD................................................................................................... 17
Perfil e papel do aprendiz virtual de sucesso............................................................. 17
O Professor na EaD................................................................................................ 19
A sociedade da informação e o novo papel do professor............................................ 19
O tutor na EaD....................................................................................................... 21
Retrato atual da EaD no Brasil ................................................................................ 22
Retrato atual da EaD no Mundo .............................................................................. 23
Exercícios do Capítulo 3.......................................................................................... 24

O Ambiente e as Tecnologias da EaD..............................................................24

Características do Sistema EaD ............................................................................... 24
Mudança da sala de aula .................................................................................. 24
Dinâmica da sala de aula virtual......................................................................... 25
Ambiente Virtual de Aprendizagem..................................................................... 25
Interação e Interatividade.................................................................................. 25
Tempo do docente............................................................................................. 25
As Atividades a Distância ....................................................................................... 26
Ferramentas de interatividade na EaD...................................................................... 26

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O Ambiente Virtual de Aprendizagem....................................................................... 27

Alguns dos principais e mais utilizados AVAs............................................................. 28
Material Didático para EaD...................................................................................... 32
Linguagem dialógica............................................................................................... 33
Direitos autorais e propriedade intelectual na EaD .............................................. 33
Avaliação na EaD................................................................................................... 34
Exercícios do Capítulo 4.......................................................................................... 34

SUMÁRIO Considerações Finais.......................................................................................34

Respostas Comentadas dos Exercícios............................................................36

Capítulo 1.............................................................................................................. 36
Capítulo 2 ............................................................................................................. 36
Capítulo 3 ............................................................................................................. 36
Capítulo 4.............................................................................................................. 37

Referências Bibliográficas...............................................................................38
Sites recomendados............................................................................................... 39

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 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

APRESENTAÇÃO FUNDAMENTOS E POLÍTICAS DA EAD

“Para começar um grande projeto é preciso
valentia, para terminar um grande projeto é
preciso perseverança.” (Autor desconhecido)
Olá caro aluno! Essa disciplina tem como objetivo
capacitar você a conhecer os novos métodos e tecnologias
da Educação a Distância que podem ser utilizados como
ferramentas no processo de ensino-aprendizado.
Este material pretende oferecer-lhe subsídios para os
diversos aspectos e elementos característicos do processo
de ensino aprendizagem na modalidade a distância.
Começamos expondo uma breve história da Educação a
Distância (EaD) em nosso país, passando pelas leis que
regulamentam essa modalidade até os tempos atuais,
quando serão abordados o papel do professor, o papel do
aluno e as tendência do EaD no Brasil.
Vale destacar que a EaD não é mais apenas uma
tendência de estudo e sim uma realidade mundial. Veremos
que o uso das ferramentas automatizadas contribui para a
criação de uma nova metodologia de aprendizagem, que
é cada vez mais procurada por alunos interessados em
fazer algum curso sem sair do conforto do seu lar ou com
a flexibilidade de estudar quando e de onde lhe for mais
conveniente.
“Educação a distância é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, em que
professores e alunos estão separados espacial e/
ou temporalmente.” José Moran
Origens da Educação a Distância
Embora muitas pessoas só recentemente tenham
descoberto as possibilidades da aprendizagem a distância,
ela é, na verdade, uma prática tradicional que começou
por volta de 1850 em vários países da Europa. De acordo
com Litto (2010) o motivo para oferecer educação e
treinamento àqueles que por um motivo ou outro não
podiam chegar até a escola, estava baseado no desejo de
estender a oportunidade de auto aperfeiçoamento a todos
que quisessem aprender e satisfazer suas mais variadas
ambições. Dando acesso ao conhecimento de técnicas
modernas de agricultura ou consertos em geral (relógio,
motores, objetos em geral), proporcionava-se às pessoas
que faziam esses cursos mais oportunidades em carreiras
variadas, fator que diminuía as grandes diferenças entre
morar em cidades grandes e morar em cidades menores,
mais remotas e isoladas.

O nosso objetivo nesta abordagem é apontar os

pontos positivos e negativos da integração das diversas
tecnologias na educação a distância. Em consonância com
as reflexões teóricas, observamos que a EaD tem auxiliado
cada vez mais estudantes de todo o planeta a obter uma
formação mais completa e de qualidade, uma vez que a
universidade vem deixando de ser distante, podendo estar
a um clique do aluno.

Mas, caros alunos, veremos também que para um bom

resultado na formação do aluno, alguns critérios precisam
ser levados a sério, como a formação do professor desta
modalidade de ensino, a formação do tutor, as novas
tecnologias envolvidas nesse processo e muito mais.
Como vocês podem ver, o assunto de nossa disciplina
é muito interessante e motivador e temos certeza que
aprenderemos muito, juntos, nas próximas páginas deste
material!
O presidente da Associação Brasileira de Educação
a Distância (ABED), Frederic Litto, falou sobre os 150
anos dos cursos a distância ofertados pela Universidade
de Londres. “Mahatma Gandhi e Nelson Mandela foram
alunos do curso de direito da universidade”
Fonte: http://migre.me/cjHiG
Fonte das imagens: http://rosangelacallado.wordpress.com/ e
http://www.rottentomatoes.com/celebrity/nelson_mandela/

Alex Sandro
Elisamara de Oliveira

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As origens da EaD, usualmente, são apresentadas
como tendo início nos cursos por correspondência, cujo
primeiro registro se dá no Reino Unido, em meados do século
XIX. De acordo com Zamlutti (2006), embora seja possível
identificar outras experiências desenvolvidas por europeus
e norte-americanos, é, realmente, no século XX que a
modalidade estende seus domínios a todos os continentes,
sendo considerada uma importante aliada da manutenção
das relações de produção vigentes. Posteriormente, foi
usada para tornar a educação convencional acessível às
pessoas residentes em áreas isoladas ou àqueles que não
tinham condições de cursar o ensino regular no período
apropriado, o que lhe deu a reputação de educação de
baixo custo e de segunda classe.
Assista à reportagem do Jornal
Nacional da TV Globo sobre as origens
da EaD e a EaD no Brasil:
Disponível em: http://youtu.be/
Frrnfi_PG0U
Legislação e Políticas do MEC -
Regulamentação da EaD no Brasil
A educação a distância pode contribuir para a busca de
novos paradigmas educacionais no sentido de deslocar-
se da concepção “de educação como sistema fechado,
voltado para a transmissão e transferência, para um
sistema aberto, implicando processos transformadores
que decorrem da experiência de cada um dos sujeitos da
ação educativa”. [FORGRAD , 2002]
Assim, a EaD utiliza-se de certos recursos didáticos,
no caso os multimeios tecnológicos que têm por objetivo
substituir, ou tentar aproximar, a relação de professor e
aluno, mesmo que estejam fisicamente distantes. De
acordo com o Ministério da Educação no Decreto nº
5622 de dezembro de 2005, que regulamenta a EaD,
esta modalidade de ensino é apresentada como “uma
modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou
tempos diversos”.
A legislação do Ensino a Distância no Brasil está
fundamentada nas bases legais estabelecidas pela Lei de
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394,
de 20 de dezembro de 1996). Essa lei foi regulamentada
pelo Decreto n.º 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/05.
Este revogou o Decreto n.º 2.494 de 10 de fevereiro de
1998 e o Decreto n.º 2.561 de 27 de abril de 1998 com
normatização definida na Portaria Ministerial n.º 4.361 de
2004 (que revogou a Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de
abril de 1998).
Com base nessa normatização é importante deixar
claro que a Educação a Distância bem como os alunos
dessa modalidade não deve ser discriminada em nenhuma
hipótese. Por ser uma modalidade considerada ainda nova
e desconhecida por muitos, o profissional acaba sofrendo
preconceitos, no entanto, vale destacar que conhecer o
aspecto legal do ponto de vista da lei, acaba derrubando
qualquer tipo de preconceito por parte da sociedade e das
organizações.
Ensino médio e fundamental
De acordo com o Artigo 2º do Decreto n.º 2494/98, “os
cursos a distância que conferem certificado ou diploma de
conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos
do ensino médio, da educação profissional e de graduação
serão oferecidos por instituições públicas ou privadas
especificamente credenciadas para esse fim (...)”.
Para oferta de cursos a distância dirigidos à
educação fundamental de jovens e adultos, ensino
médio e educação profissional de nível técnico, o
Decreto 2.494/98, posteriormente alterado pelo Decreto n.º
2.561/98, delegou competência às autoridades integrantes
dos sistemas de ensino, de que trata o artigo 8º da LDB,
para promover os atos de credenciamento de instituições
localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições.
Assim, as propostas de cursos nestes níveis deverão ser
encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual
responsável pelo credenciamento de instituições e
autorização de cursos, a menos que se trate de instituição
vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então,
o credenciamento deverá ser feito pelo Ministério da
Educação.
Ensino superior (graduação) e educação
profissional em nível tecnológico
No caso da oferta de cursos de graduação e
educação profissional em nível tecnológico, a instituição
interessada deve credenciar-se junto ao MEC, solicitando,

para isto, a autorização de funcionamento para cada curso
que pretenda oferecer.
O processo será analisado na Secretaria de Educação
Superior - SESU, por uma Comissão de Especialistas na
área do curso em questão e por especialistas em Educação
a Distância e, então, encaminhado ao Conselho Nacional
de Educação. Portanto, o trâmite é o mesmo aplicável aos
cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição
será o foco principal da análise.
Modalidades de EaD
Podemos considerar como modalidades da EaD, todo e
qualquer instrumento capaz de permitir que ocorra o método
de ensino-aprendizagem em que educadores e estudantes
estejam separados espacial e/ou temporalmente. Para se
comunicarem, podem utilizar as diversas formas de mídia e
a intermediação da tecnologia.
Vamos então entender primeiro o que é mídia? Mídia
é popularmente definida como meios de comunicação
em massa tais como: imprensa, televisão, rádio, internet,
telefone, teatro, cinema, dança etc. Lembre-se: a mídia
pode ser considerada um canal de comunicação em massa
e as linguagens são utilizadas para a transmissão de
informação naquela mídia.
Fonte da imagem: http://migre.me/bOFSv
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Para onde vamos?
Uma mudança na Lei de Diretrizes e Bases vai beneficiar
instituições de Educação a Distância com a redução de
custos na utilização da internet como meio de transmissão
de conteúdo. A nova redação do texto inclui o uso de
“outros meios de comunicação que sejam explorados
mediante autorização de concessão ou permissão do
poder público” no benefício, afirma Adriana Natali (2012).
Em nossa atualidade existe abundância de tecnologia
e possibilidades de mesclagem de mídias. Há também
grande cuidado em relação aos diferenciais cognitivos
e às particularidades individuais de aprendizagem dos
educandos, o que aumenta significativamente o empenho
de pesquisadores e educadores por melhor investigar e
ampliar técnicas e processos de seleção e aplicação das
mídias nas atividades de aprendizagem. [TORI, 2012]
Muitos se recordam do Instituto Universal Brasileiro,
conhecido como a primeira grande ferramenta capaz em
proporcionar a educação a distância por correspondência
no Brasil.
Mas a correspondência não foi a única ferramenta de
ensino/aprendizado a distância, logo em seguida vieram
outros recursos como cursos por telefone, pela televisão
e hoje muitos alunos aprendem através de transmissão
via satélite e é, claro, por meio de conexões que provêm
acesso à internet.
No capítulo 2 vocês aprenderão mais sobre os
antecedentes históricos da EaD no Brasil.
Assista à reportagem do Jornal
Nacional da TV Globo sobre a EaD em
cursos superiores no Brasil:
Disponível em: http://youtu.be/
b9UycY1m6So

A terminologia da Educação a Distância
O EaD possui uma série de termos que acabam nos
confundindo em relação às suas siglas e significados.
Profissionais veteranos da EaD e os que estão entrando na
área enfrentam os mesmos problemas com a proliferação
de termos sem que haja uma distinção clara entre eles.
Litto (2010) nos ajuda com um dicionário de termos.
Vejamos.
• Educação a Distância - termo mais amplo, genérico
e historicamente mais usado, cuja abreviação é EaD
(ou EAD).
• Ensino a Distância – também usado alternativamente
ao termo Educação a Distância, inclusive usa a mesma
sigla EaD.
• Aprendizagem a distância – sinônimo para a
educação a distância.
• Estudo por correspondência - compõe-se de
material impresso, kits, CD-ROMs ou DVDs enviados ao
aluno pelo correio.
• Aprendizagem baseada em materiais - o mesmo
que estudo por correspondência.
• E-learning – termo da língua inglesa que implica no
uso de um computador conectado a redes eletrônicas,
para apresentar ou distribuir algum tipo de conteúdo e
atividades ligados à aprendizagem. É uma continuação
do desenvolvimento de treinamento baseado em
computadores (CBT – Computer-based Training) e
instrução apoiada por computadores (CAI – Computer-
aided Instruction). É normalmente identificado por
características de interatividade, métodos colaborativos
de aprendizagem, acesso a recursos informacionais
variados, e a avaliação dos aprendizes; essencialmente
um sinônimo de online learning.
• Estudo independente - o mesmo que estudo por
correspondência.
• Aprendizagem “off campus” - qualquer tipo de
estudo a distância.
• Aprendizagem auto dirigida – qualquer estudo a
distância cuja ênfase esteja no controle que o aprendiz
exerce sobre o ritmo de aprendizagem, ou sobre outros
aspectos pedagógicos.
• Aprendizagem de marcha ou andamento
autorregulado - o mesmo que aprendizado auto
dirigido.
• Aprendizagem não-contígua - numa extremidade
temos aprendizagem totalmente presencial, ou
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
contígua, na outra, aprendizagem não-contígua, ou
totalmente a distância; entre as extremidades estão
todos os pontos intermediários já mencionados.
• Aprendizagem distribuída ou flexível -
ambos têm várias definições, às vezes sobrepostas:
aprendizagem com o uso das TICs; aprendizagem
com distribuição dos alunos através do espaço e do
tempo; aprendizagem com relação entre os contextos
global e local; aprendizagem com a aproximação da
educação formal e não formal; e “tudo aquilo que não
seja aprendizagem presencial”.
• Aprendizagem blended ou hibrida - aprendizagem
que mistura, ou alterna, métodos presenciais e a
distância.
• Educação pós compulsória - refere-se a toda
aprendizagem, formal e informal, após o ensino médio,
que é obrigatório por lei; é voluntária e inclui tanto
o ensino superior quanto a educação continuada e a
aprendizagem para toda a vida (lifelong learning).
Caro aluno, certamente você deve estar preocupado se
devemos ou não usar a crase em Educação a Distância. E
você deve ter notado que neste material nós não usamos
a crase.
Veja porque neste interessante artigo publicado em
11/09/2012 e disponível em: http://migre.me/cksUM.
Cenários contemporâneos da EaD
Sabe-se que hoje a educação a distância é um
imperativo contemporâneo, seja como complemento das
atividades educacionais tradicionais, seja como forma
eficaz de democratização do ensino de qualidade.
Assim, de acordo com Barreto (2011), alguns fatores
que tornam clara a centralidade da EaD no processo
educacional contemporâneo são:
• O processo tecnológico, sobretudo as comunicações;
• O crescimento exponencial da demanda por uma
educação cada vez mais completa e sofisticada e,
ao mesmo tempo, mais humanística, abrangente e
específica, voltada para a especialização e o mercado
de trabalho;
• O ritmo da vida moderna, que limita o tempo que as
pessoas podem se dedicar aos estudos.

Isso é ainda mais evidente em um país de dimensões
continentais como o Brasil, onde a Educação a Distância
tornou-se, ao longo das últimas décadas, uma ferramenta
indispensável para ajudar a contornar os problemas
enfrentados pelo ensino formal.
Regiões de difícil acesso, florestas, rios e estradas
sem asfalto e sem nenhuma condição de trafegar
Fonte: http://migre.me/ckyzu
Exercícios do Capítulo 1
1) De acordo com o Ministério da Educação
no Decreto nº 5622 de dezembro de 2005, que
regulamenta EaD, a caracterização desta modalidade
de ensino é apresentada como uma modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de quais meios/recursos?
2) Por que o Brasil que é considerado um país de
dimensões continentais aderiu à Educação a distância?
3) No caso da oferta de cursos de graduação
e educação profissional em nível tecnológico, a
instituição interessada deve credenciar-se onde?
4) O que é Mídia?
a) Meios de comunicação em massa.
b) Rádio, TV e Jornal.
c) Internet.
d) CD, DVD e Blu-ray.
e) Todas anteriores.
5) A prática de aprendizagem a distância tem sua
origem por volta de:
a) 1850
b) 1855
c) 1950
d) 1855
e) 2001
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
transformam-se em barreiras naturais para milhares
de estudantes, sendo que muitos nem começam a
estudar por falta de oferta de escolas. E, entre aqueles
que conseguem vários abandonam a escola, não por
falta de vontade, mas pelas dificuldades encontradas para
se chegar a uma escola distante, o que representa um
obstáculo intransponível para um ensino de qualidade.
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
“A educação é um seguro para a vida e um
passaporte para a eternidade.” Antonio Guijarro
História da EaD no Brasil
Provavelmente, as primeiras experiências em
Educação a Distância no Brasil tenham ficado sem
registro, visto que os primeiros dados conhecidos são
do século XX.
Comparando o desenvolvimento da EaD no Brasil com
a experiência mundial, Carmem Maia e João Mattar
Neto (2011) ressaltam que há muitas diferenças.
Em um primeiro momento, a EaD brasileira seguiu
o movimento internacional, com a oferta de cursos
por correspondência. Entretanto, mídias como o rádio e
a televisão foram exploradas com bastante sucesso no
Brasil por meio de soluções específicas e muitas vezes
criativas, antes do advento da internet. A adesão do
Brasil no projeto mundial referente à universidade
aberta se deu apenas em 2005. De acordo com Ronaldo
Mota (2007), as potencialidades da
UAB – Universidade Aberta do
Brasil proporcionam uma alternativa
para o atendimento às demandas
reprimidas pela educação superior,
que têm gerado um cenário nacional
de assimetrias educacionais, seja em relação à oferta de
formação inicial, seja em relação às possibilidades de
oferta de formação continuada ao longo da vida. Mota
afirma que no Brasil apenas 11% dos jovens entre 18 e 24

anos têm acesso ao ensino superior. A oferta de cursos de
educação a distância por meio da UAB já está em curso,
por intermédio de um projeto piloto iniciado em março de
2006 em 20 estados, com o curso de Administração em
parceria especial com as empresas estatais, principalmente
o Banco do Brasil.
Caros alunos, a seguir vocês irão ver algumas referências
do desenvolvimento da EaD, de forma cronológica, com os
acontecimentos que marcaram a história da Educação a
Distância no nosso país.
• 1904 – o Jornal do Brasil registra, na primeira
edição da seção de classificados, anúncio que oferece
profissionalização por correspondência para datilógrafo;
• 1923 – um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard
Roquette-Pinto criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
que oferecia curso de Português, Francês, Silvicultura,
Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia e
Telefonia. Tinha início assim a Educação a Distância pelo
rádio brasileiro;
• 1934 – Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio -
Escola Municipal no Rio, projeto para a então Secretaria
Municipal de Educação do Distrito Federal. Os estudantes
tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas e
também era utilizada correspondência para contato com
estudantes;
• 1939 – surgimento, em São Paulo, do Instituto
Monitor, o primeiro instituto brasileiro a oferecer
sistematicamente cursos profissionalizantes a distância
por correspondência, na época ainda com o nome
Instituto Rádio-Técnico Monitor;
• 1941 – surge o Instituto Universal Brasileiro, segundo
instituto brasileiro a oferecer cursos profissionalizantes
sistematicamente. Fundado por um ex-sócio do Instituto
Monitor, já formou mais de 4 milhões de pessoas e
hoje possui cerca de 200 mil alunos; juntaram-se ao
Instituto Monitor e ao Instituto Universal Brasileiro outras
organizações similares, que foram responsáveis pelo
atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
iniciação profissionalizante a distância. Algumas dessas
instituições atuam até hoje. Ainda no ano de 1941, surge
a primeira Universidade do Ar, que durou até 1944.
• 1947 – surge a nova Universidade do Ar, patrocinada
pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC), Serviço Social do Comércio (SESC) e emissoras
associadas. O objetivo desta era oferecer cursos comerciais
radiofônicos. Os alunos estudavam nas apostilas e
corrigiam exercícios com o auxílio dos monitores. A
experiência durou até 1961, entretanto a experiência do
SENAC com a Educação a Distância continua até hoje;
• 1959 – a Diocese de Natal, Rio Grande do Norte,
cria algumas escolas radiofônicas, dando origem ao
Movimento de Educação de Base (MEB), marco na
Educação a Distância não formal no Brasil. O MEB,
envolvendo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e
o Governo Federal, utilizou-se inicialmente de um sistema
rádio- educativo para a democratização do acesso à
educação, promovendo o letramento de jovens e adultos;
• 1962 – é fundada, em São Paulo, a Ocidental School,
de origem americana, focada no campo da eletrônica;
• 1967 – o Instituto Brasileiro de Administração
Municipal inicia suas atividades na área de educação
pública, utilizando-se de metodologia de ensino por
correspondência. Ainda neste ano, a Fundação Padre
Landell de Moura criou seu núcleo de Educação a Distância,
com metodologia de ensino por correspondência e via
rádio;
• 1970 – surge o Projeto Minerva, um convênio entre
o Ministério da Educação, a Fundação Padre Landell
de Moura e Fundação Padre Anchieta, cuja meta era a
utilização do rádio para a educação e a inclusão social de
adultos. O projeto foi mantido até o início da década de
1980;
• 1974 – surge o Instituto Padre Reus e na TV Ceará
começam os cursos das antigas 5ª a 8ª séries (atuais
6º ao 9º ano do Ensino Fundamental), com material
televisivo, impresso e monitores;

• 1976 – é criado o Sistema Nacional de Teleducação,
com cursos através de material instrucional;
Torna-se importante citar que entre as décadas de
1970 e 1980, fundações privadas e organizações não
governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos
a distância, no modelo de teleducação, com aulas via
satélite, complementadas por kits de materiais impressos,
demarcando a chegada da segunda geração de Educação
a Distância no país.
• 1979 – a Universidade de Brasília, pioneira no uso da
Educação a Distância, no ensino superior no Brasil, cria
cursos veiculados por jornais e revistas que, em 1989, é
transformado no Centro de Educação Aberta, Continuada,
a Distância (CEAD) e lançado o Brasil EaD;
• 1981 – é fundado o Centro Internacional de Estudos
Regulares (CIER) do Colégio Anglo-Americano que
oferecia Ensino Fundamental e Médio a distância. O
objetivo do CIER é permitir que crianças, cujas famílias
mudem-se temporariamente para o exterior, continuem a
estudar pelo sistema educacional brasileiro;
• 1983 – o SENAC desenvolveu uma série de programas
radiofônicos sobre orientação profissional na área de
comércio e serviços, denominada “Abrindo Caminhos”;
• 1991 – o programa “Jornal da Educação – Edição do
Professor”, concebido e produzido pela Fundação Roquete-
Pinto, tem início e em 1995 com o nome “Um salto para
o Futuro” foi incorporado à TV Escola (canal educativo
da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da
Educação) tornando-se um marco na Educação a Distância
nacional. É um programa para a formação continuada
e aperfeiçoamento de professores, principalmente do
Ensino Fundamental e alunos dos cursos de magistério.
Atinge por ano mais de 250 mil docentes em todo o país;
• 1992 – é criada a Universidade Aberta de Brasília,
acontecimento bastante importante na Educação a
Distância do nosso país;
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
• 1995 – é criado o Centro Nacional de Educação a
Distância e nesse mesmo ano também a Secretaria
Municipal de Educação cria a MultiRio (RJ) que ministra
cursos do 6º ao 9º ano, através de programas televisivos
e material impresso. Ainda em 1995, foi criado o Programa
TV Escola da Secretaria de Educação a Distância do MEC;
• 1996 – é criada a Secretaria de Educação a Distância
(SEED), pelo Ministério da Educação, dentro de uma
política que privilegia a democratização e a qualidade
da educação brasileira. É neste ano, também, que a
Educação a Distância surge oficialmente no Brasil, sendo
as bases legais para essa modalidade de educação,
estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Esta lei
foi somente regulamentada em 20 de dezembro de 2005
pelo Decreto n° 5.622 (BRASIL, 2005) que revogou os
Decretos n° 2.494 de 10/02/98 e n° 2.561 de 27/04/98,
com normatização definida na Portaria Ministerial n°
4.361 de 2004.
• 2000 – é formada a UniRede - Rede de Educação
Superior a Distância, consórcio que reúne atualmente
70 instituições públicas do Brasil comprometidas na
democratização do acesso à educação de qualidade,
por meio da Educação a Distância, oferecendo cursos
de graduação, pós-graduação e extensão. Nesse ano,
também nasce o Centro de Educação a Distância do
Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), com a assinatura de
um documento que inaugurava a parceria entre o Governo
do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio da Secretaria
de Ciência e Tecnologia, as universidades públicas e as
prefeituras do Estado do Rio de Janeiro.
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

• 2002 – o CEDERJ é incorporado à Fundação Centro
de Ciências de Educação Superior a Distância do Rio de
Janeiro (Fundação CECIERJ).
• 2004 – vários programas para a formação inicial e
continuada de professores da rede pública, por meio
da EaD, foram implantados pelo MEC. Entre eles o
Proletramento e o Mídias na Educação. Estas ações
conflagraram na criação do Sistema Universidade
Aberta do Brasil.
• 2007 – entra em vigor o Decreto nº 6.303 de 12 de
dezembro de 2007 que altera dispositivos do Decreto n°
5.622 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
• 2008 – em São Paulo, uma Lei permite o ensino médio
a distância em que até 20% da carga horária poderá ser
não presencial.
• 2009 – entra em vigor a Portaria nº 10 de 02 julho
de 2009 que fixa critérios para a dispensa de avaliação
in loco e define outras providências para a Educação a
Distância no Ensino Superior no Brasil.
• 2011 – A Secretaria de Educação a Distância é extinta.

Programas educacionais de EaD na

televisão brasileira
De acordo com Alves (2009), o uso da televisão no Brasil
em programas EaD teve seus primeiros registros a partir
• 2005 – é criada a Universidade Aberta do Brasil, uma de 1960. Coube ao Código Brasileiro de Telecomunicações,
parceria entre o MEC, estados e municípios; integrando
criado em 1967, determinar que deveria haver transmissão
cursos, pesquisas e programas de educação superior a
de programas educativos pelas emissoras de rádio e
distância.
televisões educativas.
• 2006 – entra em vigor o Decreto n° 5.773, de 9 de
maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções
Caro aluno conheça, a seguir, toda a trajetória da
de regulação, supervisão e avaliação de instituições de
Educação a Distância no Brasil a partir da mídia televisiva.
educação superior e cursos superiores de graduação e
Essas imagens foram retiradas do site de educação do
sequenciais no sistema federal de ensino, incluindo os da
UOL- Universo OnLine: http://migre.me/ckGZr.
modalidade a distância.

O programa Universidade Aberta do Brasil (UAB)

busca ampliar e interiorizar a oferta de cursos e
programas de educação superior, por meio da
educação a distância. A prioridade é oferecer formação
inicial a professores em efetivo exercício na educação
básica pública, porém ainda sem graduação, além de
formação continuada àqueles já graduados. Também
pretende ofertar cursos a dirigentes, gestores e outros
profissionais da educação básica da rede pública.
Outro objetivo do programa é reduzir as desigualdades
na oferta de ensino superior e desenvolver um amplo
sistema nacional de educação superior a distância.
Uma das propostas é formar professores e outros
profissionais de educação nas áreas da diversidade.
Fonte: http://migre.me/ckGAt
Assista ao filme do Youtube sobre
o “Programa Universidade Aberta do
Brasil”
Disponível em: http://youtu.be/
BmNdLXc1OqY

11
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

12
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

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 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Confira toda a trajetória da educação a distância pela TV clicando no link: http://migre.me/bTuib.

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 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

espaço de disponibilização de material e de interação. O

Mitos sobre professores da EaD
Assim como o aluno, o professor também deve assumir
novos papeis na EaD. Muitos chegam a temer que a EaD
decrete a extinção da figura do professor. Houve o temor
que os professores seriam substituídos pelos próprios
cursos que ajudaram a desenvolver, que professores com
titulação de doutor seriam substituídos por executivos
ou tutores mal pagos em projetos de EaD que diminuem
intencionalmente o contato entre professores e alunos
com objetivos mais financeiros do que pedagógicos.
Maia e Mattar Neto (2011) afirmam que esse temor
é exagerado e argumentam que, em primeiro lugar, a
EaD é inclusiva em relação ao universo dos professores.
Muitos excelentes profissionais não podem se vincular
a instituições de ensino presenciais, pois não podem
se comprometer a dar aulas diariamente, em todas as
semanas de um semestre. Há outros que não podem se
tornar professores de carreira, uma vez que viajam muito
a trabalho e têm compromissos constantes fora do seu
local de moradia. Esses profissionais trariam contribuições
valiosíssimas à educação. Por meio da educação a
distância, entretanto, eles podem se tornar professores e
orientadores onde quer que estejam.
Parcerias e consórcios em EaD
De acordo com o Prof. José Manuel Moran (2007), as
expectativas sobre o sucesso dos consórcios foram grandes
no fim da década de 1990, mas a realidade é desigual.
Segundo o professor, alguns consórcios estão progredindo
bem enquanto outros ainda não avançaram tanto quanto o
prometido ou esperado. Há uma retomada atualmente de
parcerias para cursos principalmente de licenciatura, nas
universidades públicas com apoio do MEC.
CEDERJ é formado pelo governo do Estado do Rio e 6
instituições públicas: a UENF (Universidade Estadual do
Norte Fluminense), UERJ (Universidade Estadual do Rio
de Janeiro), UFF (Universidade Federal Fluminense),
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRRJ
(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e UniRio.
Toda a estrutura do CEDERJ é mantida por uma fundação
criada pelo governo carioca. Os alunos matriculados não
têm custos com mensalidades, já que as instituições
participantes são públicas. Assim, quem cursa uma
graduação pelo CEDERJ está regularmente matriculado
em uma das 6 entidades conveniadas. Terminado o curso,
o diploma é expedido por uma delas. Cada instituição
preserva sua identidade em EaD e sua forma de atuar
nela. Possivelmente numa outra etapa haverá uma maior
integração. Como cada instituição tem liberdade de
escolher o projeto dos cursos, a integração pode demorar
mais, porque algumas instituições só oferecem cursos pela
Internet e outras utilizam também vídeo e teleconferência.
Assista ao filme do Youtube com
uma entrevista com o Prof. Dr. Manuel
Moran sobre EaD
Disponível em: http://youtu.be/
MdPqYTWrkKc
Preconceitos e críticas contra a EaD
Preconceitos existem, não só no que diz respeito a EaD,
mas também contra tudo aquilo que não se admite e que
não se sabe como trabalhar, como desenvolver, aprimorar
e que também envolve novos e criativos processos de
aprendizagem, assim como mudança de atitudes e
comportamentos.

Ainda de acordo com Moran (2007), o modelo mais

tradicional adaptado das universidades tradicionais a
distância da Europa surgiu na Universidade de Brasília,
de forma pioneira e intermitente e foi desenvolvido
na graduação de forma pioneira no curso superior de
Pedagogia para os anos iniciais pela Universidade Federal
do Matogrosso, em Cuiabá. Desde 1995 já formaram
mais de 15 mil professores para atuar no ensino
fundamental. Esse modelo é replicado e aperfeiçoado por
muitas universidades, entre elas as do estado do Rio de
Fonte:http://informativosocial.zip.net/enquetes/
Janeiro, no projeto CEDERJ que inclui a Internet como

15

Ainda ronda na EaD algum preconceito sobre a modalidade
e para quebrar essa visão torna-se imprescindível combater
os cursos ruins, pois a qualidade do ensino não está na
modalidade e sim no curso em si, em função da má qualidade
e ingerência das instituições que oferecem os cursos.
Segundo Litto (2010), o Brasil está numa fase educacional
transitória, saindo de um ambiente educacional elitista,
unidirecional (informação passando do professor para o
aluno) e pobre em recursos quanto à oferta de aprendizagem
para a maioria daqueles que querem aprender.
Litto ainda afirma que muitos educadores não conseguiram
soltar os laços nostálgicos com a forma pelo qual eles
mesmos aprenderam. Tanto no ensino básico quanto no
fundamental e no superior, há professores resistentes às novas
abordagens, que estão mais alinhadas com o temperamento
dos jovens, com as descobertas sobre a cognição humana
(que as ciências neurológicas já alcançaram) e com as
possibilidades oferecidas pela novas TICs. Esses docentes,
quando questionados sobre a eficácia da EaD, respondem:
“Não vi e não gostei!” ou “ Minha disciplina não pode ser
ensinada a distancia”. Essa posição conservadora que busca
preservar as estratégias pedagógicas do passado (“Foi assim
que eu aprendi!”), vai contra o estabelecimento de um novo
ambiente para a aprendizagem.
Ao invés de confrontar as vantagens e desvantagens
da EaD com imparcialidade, esses professores incidem sua
crítica sobre aquilo que consideram “furos” no processo,
como por exemplo a avaliação. Eles supõem que deve haver
muita desonestidade nos exames e provas na EaD, pois os
alunos estão distantes do examinador e podem “colar” ou
usar recursos ilícitos para serem aprovados. Litto defende que
a credibilidade da EaD é inequívoca, em razão de milhões de
pessoas ao redor do mundo estarem estudando a distância
em instituições de prestígio acadêmico, com muito sucesso.
Há várias estratégias para se avaliar o aluno a distância,
evitando procedimentos desonestos.
Outra crítica que não se sustenta, provém da ignorância
sobre o funcionamento da EaD, supondo tratar-se de uma
metodologia educacional “robotizada”, com máquinas fazendo
perguntas ao aluno, que responde, também como máquina,
16
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
imaginando um condicionamento mais um menos como
Pavlov experimentava com cachorros em seu laboratório.
Nada poderia estar mais longe da verdade. A boa prática
da EaD hoje vai muito além do mero processo de leitura,
memorização e prova.
Alguns autores questionam a própria possibilidade da
modalidade EaD possuir qualidade e proporcionar uma
efetiva aprendizagem para os alunos.
Números crescentes da EaD no Brasil
Paralelamente ao debate relativo à qualidade do EaD,
a modalidade a distância tem experimentado uma grande
expansão no Brasil e em todo o mundo.
Segundo boletim do universo EaD do SENAC disponível
em http://www.ead.sp.senac.br/newsletter/julho07/ead.
asp?nome=mercado, “a educação a distância veio para ficar.
Aos que ainda estavam reticentes sobre a evolução desta
modalidade de ensino no Brasil, um estudo recente realizado
pela Associação e-Learning Brasil não deixa dúvidas: o
setor vem se consolidando ano a ano e deve manter taxas
de crescimento de 40% ao ano até 2010, quando deve
movimentar um volume de R$ 3 bilhões”.
O boletim cita ainda que, “para dar uma ideia de evolução,
a ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância
registrou que, entre 1999 e 2005, os gastos feitos por
empresas e escolas envolvendo iniciativas como treinamento
de funcionários, cursos rápidos, graduação e pós-graduação
somaram R$ 470 milhões. Somente em 2005, foram R$ 168
milhões”.
O Departamento de Educação dos Estados Unidos
realizou em 2010 um levantamento no qual se chegou à
conclusão de que estudantes com aprendizagem, parcial ou
integral em EaD obtiveram, na média, desempenho melhor
que os alunos de mesmo curso no ensino presencial afirma
Udo Simons (2011).
O recente artigo publicado por João Machado (2012) no
site da TV Cultura traz números atualizados da EaD. Neste
artigo, em parte aqui reproduzido, os grifos são nossos.

“Em dez anos, entre 2001 e 2011, o Brasil
passou de pouco mais de 5 mil estudantes
matriculados em cursos a distância
para um contingente superior a 930 mil
alunos que estão se graduando ou pós-
graduando nesta modalidade de ensino.
Os números demonstram que a Educação a
Distância chegou para ficar e que se consolida
como alternativa para muitos brasileiros que não
contam com universidades em seus municípios
ou em localidades próximas assim como para
muita gente que não tem tempo disponível para
frequentar aulas presenciais.
A EAD já representa quase 15% do
total das matrículas de graduação no país.
Diferentemente do que se pensa, a qualidade
dos serviços oferecidos tem melhorado e
os dados do último Enade (Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes), aplicado
pelo MEC/INEP, revelam que os alunos de
turmas de EAD apresentam desempenho
superior de aproximadamente 6,7 pontos
em comparação aos estudantes que
frequentam cursos presenciais.
O Censo Educa.Br, organizado pela ABED
(Associação Brasileira de Educação a Distância) já
havia diagnosticado que o universo atendido pelo
EAD no país tinha cerca de 42% dos estudantes
desta modalidade de ensino estudando a partir de
Estados diferentes daquele onde se encontrava a
instituição em que se matricularam.
Neste mesmo documento foi percebido que
as mulheres superavam os homens em
quantidade de matriculas, respondendo
por mais de 53% dos alunos inscritos. A
faixa etária que prevalece entre aqueles
que fazem cursos a distância pela internet
é a de pessoas entre 30 e 34 anos de idade.
O crescimento ano a ano na oferta de
cursos, conforme amostragem do Censo
Educa.Br, de 2008, chegou a ser de 90%,
com quase 270 novas ofertas de formação sendo
17
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
disponibilizadas somente naquele ano, tendência
que continuou alta nos anos seguintes, com
a adesão de novas instituições de ensino a
modalidade EAD.
Em 2008 já estavam atuando em EAD mais
de 30 mil docentes que atendiam, em média,
140 estudantes por ano, incluindo-se neste
número, além do ensino superior, cursos em
outros níveis, como formações em nível técnico
ou atendimento voltado ao Ensino Médio.
Considerando-se também tutores e monitores
dedicados à formação em EAD, que não entram
no cálculo anterior, a média de alunos por
profissional que atua na formação era de 44
alunos per capita. Comparativamente com o
ensino presencial, atendiam-se, em média, 16
alunos a mais através de cursos de EAD por
profissional (professores, tutores, monitores)
que em sala de aula.
Há uma tendência cada vez mais
presente e forte de aproximação entre
o presencial e a educação a distância,
com o estabelecimento de modalidades
semipresenciais. A participação mais frequente
e ativa de grandes universidades americanas e
europeias entre aquelas que oferecem cursos
online ou que disponibilizam todas as aulas
de uma disciplina através de vídeos on-line
são indicadores não apenas desta tendência,
mas da compreensão de que é preciso ampliar
o raio de ação e ofertar alternativas seguras
de formação qualificada também através da
web. Exemplos claros destas iniciativas
acontecem com o MIT (Massachussetts
Institute of Technology) e Harvard, nos
Estados Unidos, que oferecem materiais
e cursos on-line para cidadãos do mundo
inteiro através da internet. No caso de países
avançados nestas ações de EAD, vale referenciar
os esforços feitos pelo Canadá, em que 53 das 55
universidades públicas disponibilizam formação
a partir de cursos presenciais e também on-line.”
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Exercícios do Capítulo 2 ALUNOS, PROFESSORES E PANORAMA

1) Em que ano foi criado o Código Brasileiro de ATUAL DA EAD
Telecomunicações, cujo objetivo era determinar o que
“Ousarei expor aqui a mais importante, a
deveria haver na transmissão de programas educativos
maior, a mais útil regra de toda a educação? É
pelas emissoras de rádio e televisões educativas?
não ganhar tempo, mas perdê-lo.” Jean Jacques
Rousseau
2) Embora muitos ainda tenham preconceito do
EaD no Brasil, uma pesquisa mostra que os números
de alunos matriculados não para de crescer. Qual O Público da EaD
o percentual de alunos inscritos em cursos de Em principio o público EaD é ilimitado. Cabe, entretanto,
graduação EaD? O que os dados do ENADE revelam? lembrar que alguns setores são beneficiados com o
progresso da educação a distância, pois não teriam acesso
3) O uso da televisão no Brasil em programas EaD a programas tradicionais de educação. Nesse sentido a
teve seus primeiros registros a partir de: EaD democratiza e simplifica o acesso ao conhecimento,
a) 1950 funcionando como um mecanismo de justiça social.
b) 1960
Beneficiários diretos da EaD, em primeiro lugar, são
c) 1932
pessoas incapacitadas, por deficiências físicas ou mentais,
d) 1945
de frequentar instituições convencionais de aprendizagem.
e) 1973
A EaD também oferece benefícios às pessoas que moram
em lugares isolados, afastados dos locais em que é
4) 4. A EaD é _________ em relação ao possível estudar presencialmente. A EaD beneficia, ainda,
universo dos professores. pessoas que, por diversos outros motivos, não podem se
a) excludente deslocar até uma instituição de ensino presencial, como
b) inclusiva as que trabalham em horários alternativos ou viajam
c) amigável constantemente.
d) generosa
e) exclusiva Adicionalmente, a EaD caracteriza-se como um
instrumento bastante rico para treinamento e educação de
professores que também não têm condições de frequentar
5) Em qual ano entra em São Paulo uma lei permitindo
instituições presenciais e tradicionais.
que no ensino médio a distância até 20% da carga
horária pode ser não presencial?
a) 2008 Perfil e papel do aprendiz virtual de
b) 2007 sucesso
c) 2000
O aluno que opta por fazer um curso a distância deve
d) 2001
assumir um compromisso que garanta a sua própria
e) 2010
formação e capacitação profissional, sabendo que será o
único responsável pelo seu desempenho, devendo tomar
6) Surgimento, em São Paulo, do Instituto Monitor, decisões e fazer escolhas que permitam organizar o seu
foi no ano: tempo para alcançar o sucesso nos estudos. O aluno EaD
a) 1949 deve ser atento e disciplinado em relação às atividades e
b) 1989 cronogramas do curso, para evitar que o ritmo de estudo
c) 1939 diminua ao longo do tempo. Ele deve se organizar a
d) 1959 fim de reservar um horário adequado para os estudos
e) 1979 e participar das atividades propostas, buscando interagir
com os colegas e o tutor do curso, de forma a ampliando
seus conhecimentos.

18

Também deve procurar o professor tutor, sempre que
tiver necessidade de esclarecer dúvidas ou buscar novos
aprendizados.
Carmem Maia e João Mattar Neto (2011) afirmam que
o aluno virtual:
• precisa ter acesso a um computador e a um modem
ou conexão de alta velocidade e saber usá-los;
• deve ter a mente aberta e compartilhar detalhes
sobre a sua vida, seu trabalho e outras experiências
educacionais;
• não pode se sentir prejudicado pela ausência de sinais
auditivos ou visuais no processo de comunicação;
• deve desejar dedicar uma quantidade significativa de
seu tempo semanal a seus estudos e não ver o curso
como “a maneira mais leve e fácil” de obter nota ou um
diploma;
• é, ou pode passar a ser, uma pessoa que pensa
criticamente;
• deve ter a capacidade de refletir, qualidade fundamental
para o aluno virtual de sucesso;
• deve acreditar que a aprendizagem de alta qualidade
pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer
momento.
Os aprendizes devem ter novas habilidades para serem
capazes de estudar em ambientes informatizados de
aprendizagem, característicos da sociedade da informação
e do conhecimento: autodeterminação e orientação,
capacidade de selecionar, de tomar decisões e de
organização.
Esperam-se, também, novas atitudes de forma que o
aluno virtual se capacite a aprender de modo autônomo,
desenvolver estratégias de estudo adequadas e utilizar e
explorar os novos recursos de comunicação. Esperam-se,
ainda, insights pedagógicos do aprendiz virtual, confiança
no uso da tecnologia e motivação extra para os estudos.
Dicas importantes para o Aluno Virtual:
• Organizar o tempo de estudos (semanalmente)
• Ter autonomia
• Participar ativamente (comentários construtivos)
• Interagir com o grupo
Assista à animação: http://youtu.be/mItFjZBM-rU
19
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Mas isso não é tudo. Os recursos da computação
também são muito importantes. O aluno deve ter
acesso à internet de banda larga, dominar as técnicas
de navegação, ter domínio das ferramentas e programas
que o curso utiliza, além de possuir um computador bem
configurado, caixas de som, webcam, meios de impressão
e outros dispositivos.
Por tudo isso, percebe-se maior percentual de evasão
nos cursos a distância de graduação em comparação com
os cursos de pós-graduação. Os alunos de pós-graduação
tendem a ser mais experientes e aceitar e dominar mais e
melhor os recursos tecnológicos à sua disposição.
Dicas: Como Avaliar os Cursos/Instituições antes
de fazer sua escolha
• Visite o polo de apoio presencial onde ocorrerão
atividades presenciais obrigatórias. Estando lá, veja
se o ambiente é apropriado e se possui biblioteca e
laboratórios (se o curso exigir);
• Converse com alunos e ex-alunos do curso.
Caso você não tenha contato com nenhum, solicite
indicação aos responsáveis;
• Verifique a instituição responsável, sua
idoneidade e sua reputação, bem como a dos
coordenadores e dos professores do curso;
• Confira ou solicite informações sobre a estrutura
de apoio oferecida aos alunos (suporte técnico,
apoio pedagógico e orientação acadêmica);
• Solicite uma cópia do instrumento legal:
credenciamento da instituição e do polo de apoio
presencial e autorização do MEC ou do Conselho
Estadual de Educação para o curso escolhido;
• Avalie o investimento e todos os custos
envolvidos, diretos e indiretos;
• Faça uma aula-teste, caso a instituição ofereça
essa opção. Avalie a interatividade, o tempo que o
professor demora para interagir com o aluno e o
material oferecido.
Fonte: Rovani, Andressa. Saiba como escolher seu
curso a distância. Jornal Agora, São Paulo, 21/3/2011.
Educação a Distância Agora, pg. E-3.

O Professor na EaD
No contexto da EaD, em que as aulas são oferecidas
a distância, através da internet, como deve ser a relação
professor/aluno, se ambos mantêm contato apenas
através das ferramentas virtuais de comunicação, dos
chats, fóruns e/ou webcams? Será que o professor tem
condições de avaliar e acompanhar a participação de cada
aluno como nos cursos presenciais? Será que os alunos
têm como participar ativamente, demonstrando interesse
pelos temas abordados nas aulas virtuais?
Como vimos, duas das principais características de
alunos que fazem cursos a distância devem ser o senso
de responsabilidade e a autogestão, pois não há a
obrigatoriedade de comparecimento nos eventos virtuais,
mesmo que seja pontuada a sua participação em algumas
atividades.
Mas os professores, por sua vez, têm um papel
fundamental que é perceber as diversas e possíveis
situações em que o aluno distante possa estar envolvido,
e buscar aproximá-lo dos instrumentos virtuais. Desta
forma, o aluno pode se sentir mais apoiado e, além de não
se desestimular e desistir, pode aumentar seu interesse
e participação. Assim, o professor deve estar atento a
aspectos como:
• O aluno, geralmente, não possui tempo nem horários
fixos para participar das aulas e atividades;
• O aluno costuma idealizar um curso que não o
prenda, mas que lhe dê flexibilidade de deslocamento
e de tempo;
• É possível que o aluno more em um lugar que não
tenha uma universidade ou a universidade seja muito
longe de sua casa;
• Os recursos financeiros do estudante podem ser
limitados e, para estudar, precisa dispender menos
recursos;
• O aluno pode ser uma pessoa portadora de
necessidades especiais, como um cadeirante, deficiente
auditivo, etc.
• O aluno precisa de atenção e de se sentir acolhido
para ter motivação para seguir em frente.
Mas é necessário considerar que de nada adianta a
instituição criar uma grade curricular atrativa, o professor
preparar aulas dinâmicas e interativas, se o aluno não se
20
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
esforçar para vencer os obstáculos de aprender a distância
e não incluir os estudos em sua rotina.
Contudo, não é por estarem distantes que o
relacionamento entre o professor e o fica impossibilitado ou
deva ser limitado. Pelo contrário, professores podem atender
os alunos com muita disposição, mantê-los interessados e
até mesmo contatá-
los por telefone ou
através de programas
de comunicação via
web, como o Skype.
Para que tudo dê certo, que se tenha um curso a distância
bem sucedido e o aluno atinja os objetivos esperados,
todas as partes envolvidas devem cumprir bem o seu papel:
professores, alunos e a própria instituição de ensino.
Fonte: http://migre.me/clufe
A sociedade da informação e o novo
papel do professor
Quando Perrenoud (2000) enumera as 10 principais
competências necessárias aos profissionais docentes,
determina de forma inequívoca: “utilizar as novas
tecnologias”.
As escolas hoje estão interessadas no uso das
tecnologias. Cada vez mais se deseja usar os recursos
tecnológicos, pois são atrativos para os alunos. Entretanto,
ter interesse e até saber usar a tecnologia no cotidiano
não quer dizer que se está preparado para ensinar com
o uso das mídias; para isso, é preciso ter formação
continuada, reflexiva e construtiva. É necessário conhecer
as especificidades de cada recurso, o que ele pode propiciar
como pode colaborar com a prática educativa, quais os
objetivos ao usá-lo, no que ele amplia as capacidades e
competências dos alunos.

Saber utilizar a tecnologia é o mesmo que saber
ensiná-la?
É preciso reconhecer que a maioria dos professores
possui saberes ligados às novas tecnologias, utilizam-
se delas no dia-a-dia, mas também é necessário
compreender que competências profissionais não se
reduzem ao domínio dos conteúdos a serem ensinados,
bem como aceitar a ideia de que a evolução exige que
todos os professores possuam competências antes
reservadas aos inovadores ou àqueles que precisavam
lidar com públicos difíceis. [PERRENOUD, 2000]
Assista ao filme do Youtube com parte da entrevista
do Dr. Phillipe Perrenoud ao programa Roda Viva da TV
Cultura
Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=AQvAVuTPW80
Em relação à prática educativa, o momento em que
vivemos requer, essencialmente, uma cultura que acredite
no ser humano, em suas capacidades e potencialidades. É
necessário que a educação oriente-se para ganhos sociais
maiores, tais como afirmar a individualidade e confiança no
ser humano, assegurar que sua expressão possa ocorrer de
diferentes formas e em diversas práticas sociais.
O salto de conhecimento para o qual o homem está
se preparando para dar, ainda que inconscientemente, é
resultado de toda a sua evolução biológica e intelectual. E
a evolução biológica e intelectual continua, é um processo
progressivo e incessante. Comportamentos e conhecimentos
estão em permanente evolução e, como não pode deixar de
ser, são contextualizados, inseridos na totalidade em que
estamos imersos.
Hoje dispomos de poderosíssimos instrumentos materiais
e intelectuais para captar informações de uma vasta porção
da realidade, processar essa informação e compartilhar
o resultado desse processamento com praticamente
toda a humanidade. Cada indivíduo pode compartilhar
conhecimentos e compatibilizar comportamentos com um
número surpreendente de outros indivíduos espalhados
pelo planeta. Esse número deve crescer, chegando
eventualmente a atingir toda a humanidade.
Inconscientemente, estamos incorporando esse
compartilhar de conhecimentos e compatibilizar de
comportamentos na nossa evolução biológica e intelectual.
Estamos, inconscientemente, chegando à civilização
planetária.
21
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Segundo Litto (2011), o novo contexto propiciado pelo
desenvolvimento da tecnologia estabeleceu novas relações
com o conhecimento e com os participantes dos processos
de ensino-aprendizagem: estudantes e professores,
estudantes e estudantes, professores e professores.
Nesse novo contexto, podemos ter como perspectiva
uma educação aberta e flexível, que se constroi na
dinâmica da produção do conhecimento em fluxo e do
conhecimento compartilhado, isto é, que se constroi no
diálogo entre os envolvidos no processo educativo.
Os jovens em processo de formação na atualidade
provavelmente assumirão profissões que ainda não
existam. Diante dessa possibilidade, precisamos ter como
objetivo formar jovens com o espírito empreendedor
para enfrentar as mudanças que não cessam e espírito
crítico para lidar com a infinidade de informações que
transformam incessantemente.
Assista ao filme do Youtube “Did
You Know?” (Você Sabia?) que mostra
os impressionantes números atuais de
nossa sociedade.
Disponível em: http://youtu.be/
YmwwrGV_aiE
No que diz respeito ao professor, é importante
que esteja consciente que a formação do jovem, do
homem e da mulher é que definirá os contornos de uma
nova sociedade. E pelo fato de vivermos em um mundo
de transição e de mudanças, o professor pode e deve ser,
nesse contexto, o mestre e o conselheiro da nova geração.
Na história da educação, talvez o professor
nunca tenha assumido um papel tão importante
e necessário como nos dias de hoje. Nesse
momento de transição, é preciso compreender que a
educação está além dos muros da escola e, por esse
motivo, a ação docente deve se ampliar e extrapolar o
espaço físico da sala de aula. Cabe ao professor orientar
o estudante diante desse contexto de mudanças e
auxiliá-lo a construir um perfil diferenciado e autônomo
que lhe permita decidir sobre o seu futuro e o futuro
da humanidade. [LITTO, 2011]

O tutor na EaD
O profissional que pretende pleitear uma vaga de tutor
EaD deve ter como características ser dinâmico, criativo,
incentivador e principalmente conhecedor dos conteúdos
por ele trabalhados.
O tutor é o elo entre os alunos e o professor,
descreve Gabriela Portilho (2012). Suas funções são
esclarecer o funcionamento do curso à turma tanto em
âmbito presencial – durante as aulas e os plantões nos
polos – como no espaço virtual, em que deve estimular
trocas de ideias e experiências. Ainda não existe uma
regulamentação da profissão e das condições de trabalho
deste profissional. Atualmente, cabe a cada instituição
definir o seu papel e suas atribuições. Assim, a atuação
da categoria vai da resolução de questões burocráticas,
como checagem da presença e o repasse das dúvidas
da turma aos docentes, à função de professor. O vínculo
com a instituição que ministra o curso também varia: há
mestrandos e doutorandos da universidade, profissionais
da rede de ensino local e funcionários terceirizados,
formados em Pedagogia.
É importante destacar que o tutor exerce um cargo
tão importante quando o professor que irá ministrar a
disciplina ou módulo a distância. Em alguns modelos de
EaD, o aluno deve visitar o polo de estudos, por exemplo,
uma vez por semana. Nesse polo ele será recebido por esse
tutor presencial, profissional que irá orientá-lo durante a
disciplina ou módulo que estiver cursando.
De acordo com Edith Litwin (2001), a diferença
entre o professor e o tutor é institucional, o que leva a
consequências pedagógicas importantes. A autora afirma
que as intervenções do tutor na educação a distância,
compartilhadas com o papel do próprio professor, podem
ser definidas nas 3 dimensões:
• Tempo – o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar
bem seu tempo, sempre escasso. Ao contrário do
professor, o tutor não sabe se o aluno assistirá à
próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para
consultá-lo; por esse motivo aumentam o compromisso
e o risco da sua tarefa.
22
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
• Oportunidade – em uma situação presencial, o
professor sabe que o aluno retornará, que caso este
não encontre uma resposta que o satisfaça, perguntará
de novo ao professor ou a seus colegas. Entretanto, o
tutor não tem essa certeza. Tem de oferecer a resposta
específica quando tem a oportunidade de fazer isso,
porque não sabe se voltará a ter.
• Risco – aparece como consequência de privilegiar a
dimensão tempo e de não aproveitar as oportunidades.
O risco consiste em permitir que os alunos sigam com
uma compreensão parcial, que pode se converter em
uma construção errônea sem que o tutor tenha a
oportunidade de adverti-lo. “O tutor deve aproveitar
a oportunidade para o aprofundamento do tema e
promover processos de reconstrução, começando por
assinalar uma contradição”, afirma a autora.
A representação do tutor de um curso EaD
determina um traço que caracterize este profissional.
Suas especialidades ou atributos devem contemplar
o relacionamento do professor com o aluno e deve ser
um profissional que perceba que cada indivíduo possui
um modo e um tempo diferente para construção do seu
conhecimento. Não é aceitável que o tutor mantenha
atitudes e propostas de trabalho que privilegiem a
disseminação do conhecimento de maneira coletiva.
É imprescindível que o tutor obtenha ou desenvolva
habilidades e competências de relacionamento que
valorizem o processo de formação flexível, com diálogo
constante durante o processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, também é fundamental que tenha habilidades
de comunicação, liderança, dinamismo, iniciativa,
entusiasmo, criatividade, capacidade para trabalhar em
equipe façam parte de perfil.
Para Sá (1998), o tutor da EaD deve cumprir dois papeis
importantes – o de informar, que tem por objetivo principal
a resolução das dúvidas dos alunos, e o de orientar,
ou seja, respaldá-los na superação das dificuldades e
na promoção do processo de ensino aprendizagem de
maneira autônoma.
Em “Um novo Olhar para Educação Eletrônica”, artigo
postado em 23 de maio de 2012, os papeis da EaD são
definidos. Neste artigo, aqui parcialmente reproduzido, os
grifos são nossos.

Os principais papeis da EaD
O corpo docente são os professores deferidos para
desenvolverem o conteúdo didático proposto em aulas
conectadas.
A tutoria a distância atua a partir da instituição,
mediando o processo pedagógico junto a estudantes
geograficamente distantes e referenciados aos polos
descentralizados de apoio presencial. A principal
atribuição deste profissional é o esclarecimento de
dúvidas através fóruns de discussão pela Internet, pelo
telefone, participação em videoconferências, entre
outros, de acordo com o projeto pedagógico. O tutor a
distância tem também a responsabilidade de promover
espaços de construção coletiva de conhecimento,
selecionar material de apoio e sustentação teórica
aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas
atribuições participar dos processos avaliativos de
ensino-aprendizagem, junto com os docentes.
A tutoria presencial atende os estudantes nos polos,
em horários preestabelecidos. Este profissional deve
conhecer o projeto pedagógico do curso, o material
didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua
responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no
desenvolvimento de suas atividades individuais e em
grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo
dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem
como ao uso das tecnologias disponíveis. Participa
de momentos presenciais obrigatórios, tais como
avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios
supervisionados, quando se aplicam. O tutor presencial
deve manter-se em permanente comunicação tanto
com os estudantes quanto com a equipe pedagógica
do curso.
Fonte: http://migre.me/clzRD
O tutor deve também estar em uma posição estratégica,
uma vez que sua principal atuação é a de participar como
mediador entre o currículo e os interesses e capacidades
dos alunos nos processos de ensino-aprendizagem. Um
tutor, com participação ativa no processo de avaliação e
construção dos conhecimentos, surge como um elemento
essencial para o sucesso de qualquer curso a distância,
23
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
pois cabe a ele observar e entender como o aluno aprende,
criando estratégias de aprendizagem significativas para os
estudantes.
Podemos então levantar algumas competências e
habilidades inerentes a esse profissional da educação:
• Condições pessoais que reúnam características que
facilitem a sua atuação como tutor.
• Envolvimento e comprometimento com a instituição
de ensino e com a proposta de EaD por ela oferecida.
• Domínio dos conhecimentos específicos relacionados
aos conteúdos dos cursos.
• Profundo conhecimento e compreensão da proposta
pedagógica dos cursos de EaD.
• Conhecimentos técnicos ligados à fluência no
ambiente virtual.
• Capacidade de Interação e comunicação com os
alunos seja pessoal ou virtualmente.
Retrato atual da EaD no Brasil
As mulheres predominam na modalidade de graduação a
distância: elas representam 69,2% dos alunos matriculados
e 76,2% dos concluintes. A maior parte dos que ingressam
nesses cursos tem 28 anos, enquanto no ensino presencial
os alunos ingressantes, em sua maioria, têm 19 anos, mas
a idade média em cursos de graduação em EaD vem caindo
ao longo de cada década. Pedagogia é o curso com maior
número de alunos no Brasil, seguido de Administração,
Serviço Social, Letras, Ciências Contábeis, Matemática,
Ciências Biológicas e História, afirma Machado (2012).
Ao contrário do que ocorria em um passado recente,
hoje a educação a distância no Brasil não pode mais ser
considerada sinônimo de ensino de baixa qualidade. A
situação de fato mudou, e muito, afirma Machado (2012): os
graduados em EaD tiveram, em média, 6,7 pontos a mais no
resultado final do ENADE - Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes, na comparação com os resultados dos alunos
oriundos dos cursos presenciais, conforme revela o Censo
EAD.BR – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância
no Brasil 2012, realizado pela ABED.
Esses dados apontados servem para confirmar o
panorama da melhoria do retrato da EaD no Brasil, já
que no início a ideia do estudo a distancia era marcado
pela sombra da desconfiança e preconceito por parte das
empresas, alunos e até mesmo de professores.

No Brasil, o próprio governo federal também percebeu
que a educação a distância é realidade e reconhece que o
percentual de matrículas ainda é baixo em relação a outros
países, onde a modalidade responde por até metade dos
estudantes. O MEC, por outro lado, avisou que está atento
à questão e irá controlar, por meio de regulamentação,
o crescimento do ensino a distância para evitar que uma
“explosão” desta modalidade redunde no aparecimento
de cursos de baixa qualidade e sem referências técnica
e acadêmica – iniciativa salutar e importante em defesa
da formação qualificada do estudante, comenta Oscar
Hipólito (2012).
Retrato atual da EaD no Mundo
Hipólito (2012) aponta que, no exterior, há uma
tendência de fim da fronteira entre educação a distância
e presencial: cursos que antes eram exclusivamente
presenciais já incluem uma parte realizada remotamente,
e os programas de educação a distância muitas vezes
abrangem atividades presenciais. No Canadá, país pioneiro
da massificação da EaD, seus 32 milhões de cidadãos têm
à disposição 56 universidades, das quais 53 oferecem
cursos a distância.
O ponto é que, para países continentais como o
Canadá e o Brasil, o ensino a distância é uma solução
muito interessante. No caso brasileiro, a EaD tem inclusive
o potencial de ajudar o país a se consolidar como potência
econômica global. Isso porque depois de todos os avanços
dos últimos anos – estabilidade econômica e política,
melhoria nas condições de empregabilidade e na renda dos
trabalhadores, maior acesso ao crédito e bens de consumo
–, que permitiram ao país atravessar duas crises mundiais,
há grandes oportunidades para o aperfeiçoamento do
conjunto de habilidades de nossas futuras gerações no
setor de Educação.
As expectativas aqui no Brasil com o crescimento
constante dos cursos e a credibilidade que a EaD vem
conquistando, é que consigamos alcançar patamares de
qualidade a fim de também quebrar as fronteiras entre a
própria educação a distância e a presencial.
O artigo publicado na revista Exame online em
08/08/2012, disponível em http://exame.abril.com.br/
brasil/noticias/ensino-a-distancia-isso-ainda-vai-ser-
grande-no-brasil/ informa números atualizados da EaD
no Brasil e no mundo. Neste artigo, aqui reproduzido, os
grifos são nossos.
24
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
“Não faz muito tempo que cursos online eram
vistos como formação, no máximo, complementar
àquela tradicional. Hoje já não é mais o caso.
Tanto que algumas das melhores universidades
do mundo oferecem cursos de MBA a distância
- alguns deles dão aos alunos que graduarem
diplomas exatamente iguais àqueles dos alunos
de aulas presenciais.
Nos Estados Unidos, o número de MBAs e
cursos complementares que podem ser feitos
pela internet cresce, mas no Brasil ele cresce em
uma proporção ainda maior. Por aqui, segundo
dados do relatório “Manual do Ensino a distância
no Brasil” feito pela HSBC Global Research, cerca
de 12% dos alunos matriculados em um curso
particular de ensino superior eram do ensino a
distância. Já nos EUA, o número não chegava a
um terço disso.
A expectativa para 2022 é que cerca de
1,2 milhões de pessoas estejam matriculadas
em cursos privados de ensino a distância. Isso
representaria 16% do total de matrículas no
mercado, e um crescimento médio anual de
3,8% até lá.
O segmento tende a crescer, de acordo com
o relatório, por conta das oportunidades que
oferece. Segundo os especialistas do HSBC
Global Research, o potencial de crescimento
se dá por causa da “conveniência e custo mais
baixo comparado aos cursos tradicionais”.
Alunos mais velhos, por exemplo, que se
formaram do ensino médio há anos, são um
grande grupo potencial para ensino a distância.
O avanço nas tecnologias da área (com chats
ao vivo, produção audiovisual e softwares para
provas e exames, por exemplo) também colabora
para a disseminação desses cursos e para maior
aceitação deles.”
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Exercícios do Capítulo 3 O AMBIENTE E AS TECNOLOGIAS DA

1) Quem são os beneficiários diretos da EaD, em
primeiro lugar?
2) Porque o aluno EaD deve ser atento e
disciplinado?
3) Cite no mínimo 3 dicas que você considera
importantes para avaliar cursos/instituições que
oferecem ensino a distancia.
4) Cite os aspectos que considere importantes ao
qual o professor deve estar atento em relação ao
aluno de um curso EaD.
EAD
“O essencial, com efeito, na educação, não
é a doutrina ensinada, é o despertar.” Ernest
Renan
Características do Sistema EaD
Os modelos de ensino a distância devem sugerir não
só a flexibilidade de tempo e espaço, mas a utilização dos
recursos da rede, principalmente, para pesquisa, interação
e colaboração.

5) Para que tudo dê certo e se tenha um curso a

distância bem sucedido, as partes envolvidas devem
cumprir bem o seu papel. Quais são essas partes? As principais características que um sistema EaD
apresenta são elencadas no que se segue.
6) Cite algumas características do Tutor EaD.
Mudança da sala de aula
7) Quais as principais atribuições do tutor a
distância?

8) Quais as principais atribuições do tutor

presencial?

9) O curso com maior número de alunos no Brasil é?

a) Psicologia
b) Matemática
c) Pedagogia
d) Sociologia
e) Filosofia
Fonte: http://migre.me/clFun
10) O profissional que afirma conhecer os recursos
tecnológicos pode ser considerado também apto a Antes do advento da EaD com suas novas bases
ensinar com eles? tecnológicas, existiam lugares de saber como um
campus universitário, uma biblioteca, um laboratório...
11) Quais os cursos de graduação Com as novas TICs o saber viaja, ficando disponível
EaD mais procurados no Brasil? no ciberespaço. E essa nova versão do conhecimento
transforma completamente a ideia de classe, de campus,
de sala de aula.

25
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Dinâmica da sala de aula virtual Interação e Interatividade

Fonte: http://migre.me/clFIg
Fonte: http://migre.me/clFAn
Quanto maior é a interação entre os participantes de
Na EaD, as atividades didáticas orientam-se para
um processo de ensino e aprendizagem virtual, menor a
privilegiar um tipo de trabalho em que o professor passa
distância transacional. A natureza interativa das mídias
a ser um membro participante. Perissé (2008) relata que
utilizadas para a EaD influi diretamente na quantidade e
o estudante adulto não pode ser tratado pelos professores
qualidade do diálogo entre professores e alunos. A internet
como se fosse um adolescente e estivesse apenas
possibilita uma grande interação, um diálogo intenso e
começando a entrar no labirinto da vida. Os professores
dinâmico por meio de ferramentas como fóruns e chats,
devem ser capazes de compreender que este aluno
bem como videoconferência, em que os alunos podem
(com mais idade do que eles, às vezes) requer desafios.
participar com comentários. A manipulação das mídias
Mais do que ficar ouvindo passivamente a exposição de
permite ampliar o diálogo entre alunos e professores e
videoaulas, muitas vezes abstrata e tediosa, precisa gerir
diminuir a distância transacional e a sensação psicológica
seu aprendizado e seu desenvolvimento profissional. O
de separação, gerando um senso de comunidade.
professor deve aprender que os adultos precisam que
ele lhes ajude a compreender a importância prática do
Tempo do docente
assunto sendo estudado, experimentar a sensação de que
cada conhecimento fará diferença e mudará efetivamente
suas vidas.

Ambiente Virtual de Aprendizagem

Fonte: http://migre.me/clFKF

É preciso que o professor tenha tempo e oportunidades

Fonte: http://migre.me/clFEm
O ambiente virtual de aprendizagem se constroi com
base no estímulo à realização de atividades colaborativas,
em que o aluno não se sinta só, isolado, dialogando
apenas com a máquina ou com um instrutor, também
virtual. São pontos de encontro no ciberespaço. São
espaços permanentemente mutantes.
de familiarização com as novas tecnologias educativas,
suas possibilidades e seus limites. Realizar a tutoria em
EaD é um trabalho que exige do profissional competências
diferentes do ensino presencial. Os docentes não
devem reproduzir nos ambientes virtuais a figura do
docente tradicional. Eles devem possuir uma formação
multidisciplinar que os permitam atuar como mediadores
do processo de aprendizagem.

26
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

As Atividades a Distância Ferramentas de interatividade na EaD

Atividades a distância são aquelas realizadas em espaço As interações virtuais podem acontecer através de
e tempo diferentes das atividades presenciais. De acordo ferramentas assíncronas ou síncronas.
com De Marchi, Araújo e Streit (2008), a responsabilidade
agregada às ativi¬dades a distância (ou não-presenciais)
está fundamentada, especialmente, em 6 princípios. São
eles:
• Interação e aprendizado colaborativo: permite
a construção do conhe¬cimento pelo viés do diálogo
e da troca constante de saberes junto aos colegas
e professores, que superam a distância física e
temporal nas relações interpessoais, tendo em vista
o compromisso assumido com o desenvolvimento
intelectual, cultural e humano dos sujeitos envolvidos
no processo educativo; As ferramentas assíncronas permitem que a
• Autonomia na aprendizagem: contribui para interação se dê em tempos diferentes. Por exemplo,
a formação de um sujeito comprometido com o num fórum de discussão. Segundo Lúcia Franco (2010),
estudo, responsável pela organização de seu tempo as ferramentas assíncronas proporcionam as seguintes
na busca contínua do aprender. O aluno deve vantagens:
assumir sua autonomia, envolvendo-se numa rede de
• Flexibilidade de acesso aos eventos iterativos, uma
relacionamentos que favoreça o desenvol¬vimento
vez que esse acesso pode ser feito em qualquer horário
cognitivo de todo o grupo;
e dia da semana.
• Flexibilização do tempo e do espaço: possibilita
a realização das ativida¬des da disciplina em horário e • Os alunos e os tutores têm mais tempo para pesquisa,
local mais apropriado ao acadêmico, em especial àquele reflexão e amadurecimento de ideias.
já inserido no mercado de trabalho, reduzindo as horas • As respostas e comentários postados em eventos
de deslocamento até a instituição e possibilitando interativos assíncronos podem ser mais elaborados e a
o cumprimento das atividades, de acordo com a participação do aluno e tutores mais colaborativa.
necessidade e característica de cada aluno; • Alguns alunos são mais participativos e polêmicos
• Potencialização do uso das ferramentas enquanto outros mais fechados e reservados. Nessa
tecnológicas na educação: consi¬dera as TICs a modalidade todos têm a chance de participar várias
serviço do processo de ensinar e aprender a distância, vezes e, com isso, instigar mais a participação do aluno
fomentando a apropriação das mesmas em prol da com perfil discreto.
formação humana e profissional, uma vez que o aluno
incorpora tal instrumental ao seu cotidiano em busca
do cumprimento dos objetivos da disciplina;
• Qualidade dos materiais e da metodologia: prevê
um processo cuidadoso nas fases de planejamento,
desenvolvimento, implantação e avaliação dos
materiais a serem adotados nas disciplinas ou unidades
curriculares, considerando, ainda, a realidade dos
acadêmicos e o atendimento de suas necessidades;
• Apoio e suporte: mantém estrutura de apoio técnico
e pedagógico ao acadêmico, objetivando a interação
permanente com o estudante, o escla¬recimento de
suas dúvidas e o incentivo para a continuidade dos
estudos, de forma a fortalecer o engajamento do aluno
com o curso.

27

Já a interação com ferramentas síncronas acontece
em tempo real e as dúvidas dos alunos podem ser
esclarecidas no mesmo instante. A interação síncrona deve
ocorrer sem atraso entre a ação e a reação. Por exemplo,
num chat. Lúcia Franco (2010) observa as seguintes
vantagens dessas ferramentas:
• Oferecem motivação para a integração dos
participantes incentivando-os a se manterem nos
grupos e continuarem os estudos.
• Permitem que os participantes comuniquem-se me
tempo real, despertando nos alunos o sentimento
de fazerem parte ativamente de todo o processo,
diminuindo, assim, a distância e a sensação de estarem
sozinhos.
• Oferecem a oportunidade de esclarecimento de
dúvidas entre os tutores e participantes até atingirem
um consenso.
• Permitem que os professores testem os novos
conhecimentos adquiridos pelos alunos através de
perguntas simples diretas sobre um conteúdo estudado
anteriormente.
28
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
O Ambiente Virtual de Aprendizagem
O AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) é uma
plataforma imprescindível na EaD que é disponibilizada
pela rede. Sua função é realizar a mediação e o suporte
do desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem
a distância ou semi-presencial, entre alunos,
professores e demais formadores que estejam afastados
geograficamente.
O AVA é composto de duas estruturas: a plataforma, que
é o software que realiza a programação das funcionalidades
disponibilizadas, e o ambiente, que é composto pela parte
gráfica ou interface e seu desenho, que permite tanto o
armazenamento dos conteúdos, quanto a interação com o
grupo e os componentes midiáticos.
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, de acordo
com Kenski (2003), pode ser definido como: “Local em
que se partilham fluxos e mensagens para a difusão
dos saberes; o ambiente virtual de aprendizagem se
constrói com base no estímulo à realização de atividades
colaborativas, em que o aluno não se sinta só, isolado,
dialogando apenas com a máquina ou com o instrutor,
também virtual.”
Os AVAs são sistemas computacionais proprietários
ou disponíveis gratuitamente na internet, destinados ao
suporte de atividades educacionais mediadas pelas TICs,
e permitem:
• Integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos;
• Apresentar informações de maneira organizada;
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

• Desenvolver interações entre pessoas e objetos de • Atividade - comunicação um-a-um, pode ser
aprendizagem; individual ou em grupo, pode ser avaliativa ou não
• Controlar as atuações dos participantes; • Correio - comunicação um-a-um, de forma assíncrona
• Socializar e elaborar produções tendo em vista atingir • Encontro Virtual - comunicação de um para muitos,
determinados objetivos. de forma síncrona. Mais conhecido como chat ou bate-
papo.
Embora os recursos sejam muitos, é importante ressaltar
que o sucesso do processo de ensino-aprendizagem está
baseado em um plano pedagógico funcional. Por exemplo,
se transportamos um plano pedagógico ruim para o AVA, o
uso dos recursos tecnológicos disponíveis não garantirá o
seu sucesso, apenas mascarará algo fraco e inconsistente.
Kenski (2003) afirma sobre isto que “Não se trata,
portanto, de adaptar as formas tradicionais de ensino aos
novos equipamentos ou vice-versa. Novas tecnologias e
velhos hábitos de ensino não combinam”.

As principais ferramentas do AVA são:

• Conteúdo – disponibilização de arquivos ou conteúdo
em forma de texto em páginas
• Fórum - comunicação de um para muitos, de forma
assíncrona

cada sistema contempla para favorecer a aprendizagem

Alguns dos principais e mais utilizados
AVAs
Vamos conhecer agora 3 dos principais e mais
utilizados Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVAs nas
instituições de ensino. A escolha de um AVA vai depender
da proposta pedagógica do curso oferecido. Determinados
ambientes propiciam maior interação e oferecem soluções
midiáticas que toleram atividades diferenciadas e criativas
no que diz respeito ao planejamento da matéria proposta.
Todos os ambientes aqui expostos, e brevemente
descritos, apresentam diferentes funcionalidades que
e a produção de conhecimento perante as atividades
relacionadas ao curso que se pretende oferecer e às
características necessárias.
Um curso pode obter uma evasão estrondosa se, por
exemplo, um AVA não for intuitivo, de fácil navegação
ou simplesmente ficar inoperante durante uma semana.
Por isso é necessário conhecer e explorar as novas
possibilidades na escolha de um AVA adequado que
se alinhe com o planejamento dos diversos aspectos
levantados para contribuir na construção de uma
aprendizagem facilitadora e significativa.

29

TelEduc (Fonte: http://www.teleduc.org.br/)
Fonte: http://www.dee.feb.unesp.br/~ead/salav.htm
O TelEduc é um ambiente para a criação, participação
e administração de cursos na Web. Ele foi concebido
tendo como alvo o processo de formação de professores
para informática educativa, baseado na metodologia de
formação contextualizada desenvolvida por pesquisadores
do NIED- Núcleo de Informática Aplicada à Educação da
Unicamp. O TelEduc foi desenvolvido de forma participativa,
ou seja, todas as suas ferramentas foram idealizadas,
projetadas e depuradas segundo necessidades relatadas
por seus usuários. Com isso, ele apresenta características
que o diferenciam dos demais ambientes para educação
a distância disponíveis no mercado, como a facilidade
de uso por pessoas não especialistas em computação, a
flexibilidade quanto a como usá-lo e um conjunto enxuto de
funcionalidades.
O TelEduc foi concebido tendo como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades. Isso possibilita a ação
em que o aprendizado de conceitos em qualquer domínio
do conhecimento é feito a partir da resolução de problemas,
com o subsídio de diferentes materiais didáticos como textos,
softwares, referências na Internet, dentre outros, que podem
30
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
ser colocadas para o aluno usando ferramentas como:
Material de Apoio, Leituras, Perguntas Frequentes, etc.
A intensa comunicação entre os participantes do curso e
ampla visibilidade dos trabalhos desenvolvidos também são
pontos importantes, por isso foi desenvolvido um conjunto
de ferramentas de comunicação como o Correio Eletrônico,
Grupos de Discussão, Mural, Portfólio, Diário de Bordo, Bate-
Papo etc., além de ferramentas de consulta às informações
geradas em um curso como a ferramenta Intermap, Acessos,
etc.
O TelEduc é um software livre; você pode redistribuí-lo
e/ou modificá-lo sob os termos da GNU General Public
License versão 2, como publicada pela Free Software
Foundation.
Principais Características:
• Fácil instalação
• Recursos gratuitos
• Mais de 4 mil instituições cadastradas
• Traduzido em 3 línguas.
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Moodle (Fonte: https://moodle.org/about/)

Fonte: http://www.guiadaweb.net/2012/08/11/download-de-moodle-2-3-1/

O Moodle é um sistema Open Source de Gerenciamento para construir comunidades amplamente colaborativas
de Cursos ou Course Management System (CMS), também de aprendizagem em torno de seu tema (na tradição
conhecido como Learning Management System (LMS) ou construcionista social), enquanto outros preferem utilizar
um Ambiente Virtual de Aprendizagem. Tornou-se muito o Moodle como um meio de fornecer conteúdo aos alunos
popular entre os educadores de todo o mundo como e avaliar a aprendizagem utilizando tarefas ou testes.
uma ferramenta para criar sites de web dinâmicos para O Moodle é gratuito para download e o seu registro é
seus alunos. Para funcionar ele precisa ser instalado em voluntário. No entanto, o site do produto disponibiliza as
um servidor web, em um computador pessoal ou numa seguintes estatísticas:
empresa de hospedagem.
Estatísticas Moodle
O foco do projeto Moodle é sempre disponibilizar aos
educadores as melhores ferramentas para gerenciar e Sites registrados 68,781
promover a aprendizagem, mas há muitas maneiras de se
Países 222
utilizar o Moodle:
Cursos 6,699,655
• O Moodle possui características que lhe permitem
usabilidade em grande escala para centenas de milhares Usuários 62,415,157
de estudantes, mas também pode ser usado para uma Professores 1,289,358
escola primária ou um entusiasta da educação. Inscrições 43,900,172
• Muitas instituições utilizam como plataforma para
Postagens no fórum 111,399,347
realização de cursos totalmente on-line, enquanto
outros simplesmente usam como contato em seus Recursos 60,227,044
cursos (conhecido como blended learning). Questões do quiz 129,151,239
• Muitos dos usuários gostam de usar os módulos
de atividade (como fóruns, wikis e bancos de dados)

31
 Educação a Distância - Métodos e Tecnologia

Blackboard (Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/plataformas/blackboard-learn/)

Fonte: http://try.bbcollaborate.com/trial/register.go

A tecnologia Blackboard Learn ajuda a tornar o

aprendizado mais eficaz dentro e fora das paredes
tradicionais. Pode ser visto como um grande diferencial no
conteúdo educacional proporcionando eficiência às tarefas
diárias. Dá aos instrutores as ferramentas para envolver cada
aluno, motiva-os a utilizar os dispositivos de que dispõem e
promove processos de colaboração e aprimoramento.

O usuário tem ao seu alcance ferramentas em constante

evolução para atender às suas necessidades. Elas serão
flexíveis e de fácil uso, do gerenciamento de conteúdo à
avaliação dos resultados.

No Blackboard professores e alunos participam de Fonte: http://migre.me/clIRH

um ambiente interativo que permite novas possibilidades
de planejamento, execução e avaliação das atividades
acadêmicas.
Por meio dessa plataforma de aprendizagem é possível
que professores e alunos interajam e compartilhem várias
mídias, como textos, imagens, filmes entre outras. Nesse
ambiente são realizadas atividades de comunicação
síncrona e assíncrona, criando condições para a formação
de comunidades de aprendizagem colaborativa.
O ambiente permite diversas formas de avaliação,
auto avaliações, atividades individuais e em grupo. Com o
Blackboard os alunos a distância têm flexibilidade de tempo
e de local para estudar. O acompanhamento da turma, pelo
docente, é facilitado pela plataforma que gera relatórios e
estatísticas sobre o desempenho acadêmico dos alunos.
O Blackboard é utilizado nos cursos a distância e
também como ferramenta de apoio para os alunos do
ensino presencial.

32

Material Didático para EaD
Com a expansão gradativa dos cursos superiores a
distância no Brasil, novas grades curriculares e materiais
didáticos são criados para as disciplinas ministradas.
Professores denominados conteudistas são os responsáveis
pela elaboração, e ao lado dos profissionais de web design,
adaptam o conteúdo para a mídia digital. Mas a produção
de todo esse conteúdo e adaptação para versões em
outras mídias ainda gera dúvida quanto à utilização de
material on-line.
O presidente da ABED, Fredric Litto, em artigo publicado
na Revista ensino Superior, ano 14, Junho/2012 nº 165,
explica que os conteudistas podem ou não ser funcionários
Quando pensamos em material didático para ser
utilizado na Educação a Distância, devemos lembrar que
faz parte desses recursos, além do material escrito, as
diversas mídias audiovisuais e os recursos tecnológicos
como softwares educacionais, vídeos, músicas, entre
outros.
Fonte:http://tramontanoarmando.blogspot.com.br/
33
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
da instituição e destaca que nenhum trabalho deve ser
iniciado sem um contrato formalizado. “Se a instituição
paga para fazer o conteúdo, então o direito é usufruir
esse material quantas vezes quiser”, afirma. Esse cuidado
contratual tem motivo: para que o conteúdo produzido
não seja vendido ou utilizado depois em outra instituição
de maneira irregular.
Entretanto, Litto entende que o professor pode usar
seu conteúdo de forma particular quando não envolver
questões financeiras. Já nos casos de o material ser
utilizado em outras instituições, é preciso ter certo
cuidado para não infringir as leis de direitos autorais e de
exploração de conteúdo.
Muitos aspectos devem ser considerados na escolha e
na produção do material didático, como:
• O perfil do aluno;
• Infraestrutura e soluções tecnológicas para o
desenvolvimento do curso proposto;
• Potenciais obstáculos das linguagens das mídias
utilizadas (linguagem hipermidiática);
• Objetivos gerais e específicos da disciplina;
• Probabilidade de armazenamento, cópia e uso livre;
• Miscigenação das diferentes mídias.
Quanto mais diversidade de material didático, maior a
chance de nos adequarmos às diferentes realidades dos
educandos e permitimos diferentes formas de interagir
com o conteúdo proposto. Assim, o material didático
a ser utilizado na EaD não deve ser limitado a textos
estáticos e figuras, pois desestimulam o aluno. Deve
incluir recursos de áudio (trilha sonora, ruídos especiais,
músicas, jingles, falas, verbalização) e soluções visuais
(vídeos, dramatização, simulação, gráficos, mapas, fotos,
ilustrações animadas e inanimadas, charges, hipertextos,
efeitos de computação gráfica, entre outros).

Além disso, o material didático, quando pensado
no contexto da cibercultura, deve seguir uma lógica
hipertextual, promovendo a não-linearidade dos
conteúdos e possibilitando que o aluno participe da
construção de seu caminho de aprendizagem.
Linguagem dialógica
Sugere-se que todo e qualquer conteúdo destinado
à EaD, deva apresentar-se em forma dialógica e
contextualizada, favorecendo o processo de ensino
aprendizagem.
“... A compreensão é uma forma de diálogo;
ela está para a enunciação assim como uma
réplica está para a outra no diálogo. Compreender
é opor à palavra do locutor uma contra palavra.”
[BAKHTIN, 1999]
Caro aluno, apresentamos a você algumas dicas de
como elaborar um material funcional usando a linguagem
dialógica:
a) Usar sentenças curtas e evitar sentenças compostas.
b) Evitar excesso de informações na sentença.
c) Usar voz ativa e pronomes pessoais.
d) Manter itens iguais ou equivalentes em paralelo e
listar as condições separadamente.
e) Usar exemplos familiares ao público alvo. Adote
um estilo de linguagem claro e que seja facilmente
compreensível pelos alunos.
f) Escrever o mais próximo possível de como se fala.
Converse no texto com os alunos, usando palavras como
“você” e “eu”.
g) Evitar jargões e palavras difíceis e desnecessárias.
h) Utilizar termos técnicos somente quando necessário
e, sempre que possível, devem vir acompanhados de
explicações.
i) Colocar as sentenças e parágrafos em uma
sequência lógica: primeiro as coisas que sensibilizam ou
são contextualizadas por muitos e depois as coisas com
baixa sensibilização e contextualização; primeiro o geral,
depois o específico; primeiro os conceitos permanentes,
depois os temporários.
j) Evite sobrecarregar o texto com frases na negativa.
k) Evite o uso da voz passiva. Utilize verbos ativos e
diretos. Exemplo: use fez (ativo) no lugar de se fez ou
foi feito (passivo).
34
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
l) Evite usar em demasia palavras tais como “este”,
“isso” ou “o qual”.
m) Transforme palavras abstratas em verbos. Isso
reduz a carga cognitiva necessária para interpretação
das frases/textos.
n) Ative o conhecimento prévio do aluno. Ele deve ser
utilizado a seu favor, melhorando, assim, a retenção de
conteúdo e tornando a leitura mais agradável.
o) Sempre que puder, inclua exemplos e estabeleça
comparações entre diferentes situações ou abordagens.
Direitos autorais e propriedade
intelectual na EaD
A falta de informação quanto ao direito autoral
pode resultar até em crime. Nem tudo que está na
internet é de uso público.
Segundo Carmem Maia e João Mattar Neto (2011),
são inúmeros e complexos os problemas relacionados aos
direitos autorais em educação a distância. Esses problemas
estão subordinados a um universo bem mais amplo: o
dos direitos autorais na internet. As questões de direitos
autorais em EaD estão, ainda, delimitadas ao campo da
educação, que tem características próprias, indicadas na
própria legislação.
Ainda segundo os autores, é possível diferenciar pelo
menos 4 tipos de proteção da propriedade intelectual:
• Os segredos de negócios
• O registro de marcas
• O registro de patentes
• Direitos autorais
Eles afirmam que os direitos autorais proíbem
terceiros de criar trabalhos derivativos (ou seja, obras que
constituem criação individual nova, mas que resultem da
transformação de obra originária), o que também pode
ser encarado por seu lado negativo. Um autor, entretanto,
pode dar a permissão para que outros realizem qualquer
uma dessas atividades.

Avaliação na EaD
Avaliar é, sem dúvida, um dos maiores desafios do
processo de ensino aprendizagem. Na EaD, a prática da
avaliação merece ainda mais atenção e cuidado. Carmem
Maia e Mattar Neto (2011) elencam os seguintes aspectos
ligados às avaliações:
• A avaliação é um processo contínuo: quando ocorre ao
longo de todo o processo de ensino aprendizagem para
reorientá-lo e aperfeiçoá-lo.
• A avaliação é funcional: ao verificar se o objetivo está
sendo alcançado.
• A avaliação é orientadora: quando indica os avanços e
dificuldades, tanto para o aluno quanto para o professor,
levando-os a progredir.
• A avaliação é integral: quando considera o avaliativo
de forma total, seus elementos cognitivos, afetivos e
psicomotores; por isso a importância de se coletar uma
ampla variedade de dados. Vai muito além da “prova escrita”.
Franco (2010) recomenda que os conteúdos de uma
disciplina contenham o mínimo necessário para um certo
nível esperado de construção do conhecimento do aluno
e o conteúdo complementar para os que tiverem interesse
e tempo para se dedicarem, refletirem e aprofundarem
mais nos temas. Deste modo, é também natural que um
grupo de alunos consiga evoluir muito no seu processo de
aprendizagem, assim como um outro grupo menos, outro
um pouco menos ainda, assim por diante.
Assim, uma avaliação com um nível muito elevado gerará
uma média muito baixa para quase todos os alunos. Uma
avaliação com um nível muito baixo gerará uma média muito
alta para quase todos os alunos. Assim, nenhuma das duas
permitiria separar os diferentes níveis da aprendizagem dos
alunos.
Franco ainda afirma que uma avaliação adequada
deveria conter uma distribuição equânime de questões
fáceis, médias e difíceis, possibilitando uma identificação de
quais alunos aprenderam pouco, medianamente ou muito.
35
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Exercícios do Capítulo 4
1) Quais os aspectos devem ser considerados na
produção de material didático para EaD?
2) Avaliar é, sem dúvida, um dos maiores desafios
do processo de ensino aprendizagem. Na EaD, a
prática da avaliação merece ainda mais atenção e
cuidado. Defina os quatro aspectos ligados às formas
de avaliação e explique cada uma delas.
3) Os direitos autorais precisam de registros?
4) De acordo com as competências apontadas por
Perrenoud (2000) sobre o uso das tecnologias ou
novas tecnologias em sala de aula, ter interesse e até
saber usar a tecnologia no cotidiano não quer dizer
que estejamos preparados para ensinar com o uso das
mídias. Quais são as competências do professor que
trabalha com EaD deve ter?
5) O que são ferramentas assíncronas?
Quais suas vantagens?
6) A avaliação é um processo:
a) Momentâneo
b) Contínuo
c) Esporádico
d) Necessário
e) Obrigatório
7) O que são ferramentas síncronas?
Quais suas vantagens?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredito que tenhamos alcançado nosso objetivo de
levarmos você, caro aluno, a mergulhar de forma mais
técnica no mundo em que hoje você e nós somos atores: o
mundo da Educação a Distância. Isso exatamente porque
nosso curso é a distância.
Importante notar que o diploma que você obterá ao
finalizar este curso terá a mesma validade de um curso
realizado presencialmente. Nós, aqui de São Paulo, capital,
preparamos o material, as videoaulas, as webaulas,
atendemos você nos chats e nos fóruns. E você, não
importa em que lugar do Brasil esteja, recebeu todo o
nosso apoio e conviveu conosco de forma muito próxima!
Então, caro aluno, não temos mais nada a dizer a não ser:
a EaD veio mesmo para ficar e é uma modalidade que
oferece muita qualidade de ensino sim!

Assim, caro aluno, para finalizarmos, seria interessante lermos o artigo publicado no site da TV Cultura em 04/06/2012,
disponível em http://cmais.com.br/educacao/educacao-a-distancia-numeros-consolidam-a-modalidade, que traz um
resumo do cenário da EaD no qual estamos mergulhados. Neste artigo, em parte aqui reproduzido, os grifos são nossos.
“Imaginar professores que estão em sala de
aula e que não utilizam atividades pela internet,
em redes organizadas e orientadas para tal intuito
pelas próprias instituições em que lecionam,
públicas ou privadas, é estar cada vez mais
distante da realidade educacional do mundo e
também, em crescente escala, no Brasil.
Plataformas de educação a distância
estão sendo aperfeiçoadas tanto em
tecnologia aberta, como é o caso do Moodle e
do Brainhoney, ou ainda de outras tecnologias,
produzidas e vendidas por empresas privadas,
como o Blackboard.
Todos estes números são expressivos e
demonstram o quanto as tecnologias, que
além das possibilidades de estudo em
localidades nas quais não se oferecem
cursos presenciais e que, além disso,
permitem ao estudante organizar seus
estudos dentro de horários e agenda
que lhe sejam pertinentes, reúnem em si
ferramentas variadas a lhes facilitar o acesso à
informação atualizada proveniente de qualquer
parte do mundo.
O fato do professor não estar presente, diante
do aluno, como acontece em aulas presenciais
exige, no entanto, que os matriculados definam
bases regulares de estudo e acompanhem,
de forma disciplinada, as orientações e
encaminhamentos dirigidos a eles por parte dos
organizadores dos cursos.
Cursos estes que precisam saber como
utilizar as diferentes mídias oferecidas dentro
do espaço virtual, compondo ações educacionais
que coloquem nas mãos dos alunos tanto textos
de especialistas credenciados quanto materiais
em áudio, vídeo, slides e outros formatos.
36
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Na internet o que se espera é que a conjunção
de todas estas mídias proporcione para o estudante
uma experiência educacional enriquecedora. Que o
aluno seja instado a procurar e ler materiais
de apoio, assistir vídeos educativos e
culturais relacionados, participar de fóruns
ou salas de discussão, visitar instituições de
apoio como museus ou bibliotecas, acessar
gráficos e infográficos, consultar bases
governamentais ou privadas...
O acompanhamento dos tutores on-line,
assim como por parte da instituição credenciada,
precisa realizar-se diariamente, com o envio
de atividades, correção de produções dos
estudantes, atendimento de dúvidas, atualização
de recursos e links, realização de atividades
que reúnam vários alunos para debates (como
participação em chats ou fóruns), atendimento
pedagógico e administrativo, feedback quanto
ao sistema e suas funcionalidades e outras
demandas relacionadas a cursos de graduação e
pós-graduação na web.
De qualquer modo, diante dos dados e fatos
auferidos, o que se percebe é que a Educação
a Distância está consolidada e que, de
agora em diante, a questão passa a ser
aperfeiçoar os processos pedagógicos
realizados através desta modalidade de
ensino para que os formandos a partir de cursos
on-line sejam cada vez mais reconhecidos,
prestigiados e capazes de concorrer em condições
de igualdade no mercado de trabalho.”
Desejamos que você tenha aproveitado bastante o
conteúdo desta disciplina e que siga adiante, explorando
cada vez mais os recursos do ambiente AVA da UGF e
aprendendo cada vez mais!
Alex Sandro
Elisamara de Oliveira

RESPOSTAS COMENTADAS DOS
EXERCÍCIOS
Capítulo 1
1) Por meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
2) O Brasil aderiu à EaD nas últimas décadas e fez
com que essa ferramenta fosse considerada indispensável,
devido ao grande auxílio que tem proporcionado em nível
nacional ajudando a contornar os problemas enfrentados
pelo ensino formal em nosso país.
3) O credenciamento deve ocorrer junto ao MEC,
solicitando, para isto, a autorização de funcionamento
para cada curso que pretenda oferecer.
4) Todas anteriores.
5) 1850
Capítulo 2
1) O Código Brasileiro de telecomunicações foi criado
em 1967.
2) A EaD já representa quase 15% do total das
matrículas de graduação no Brasil. A qualidade dos
serviços oferecidos tem melhorado e os dados do último
ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes),
aplicado pelo MEC/INEP, revelam que os alunos de
turmas de EaD apresentam desempenho superior de
aproximadamente 6,7 pontos em comparação aos
estudantes que frequentam cursos presenciais.
3) 6) Dinâmico, criativo, incentivador e conhecedor dos
4) Inclusiva
5) 2008
6) 1939
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Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
Capítulo 3
1) São pessoas incapacitadas, por deficiências físicas
ou mentais, de frequentar instituições convencionais de
aprendizagem.
2) Em relação às atividades e cronogramas do curso,
para evitar que o ritmo de estudo diminua ao longo do
tempo.
3)
• Visitar o polo de apoio presencial;
• Conversar com alunos e ex-alunos;
• Verificar a instituição responsável;
• Conferir ou solicitar informações;
• Solicitar uma cópia do instrumento legal;
• Avaliar o investimento;
• Fazer uma aula-teste.
4)
• O aluno não possui tempo nem horários
fixos para participar das aulas e atividades;
• O aluno costuma idealizar um curso que
não o prenda, mas que lhe dê flexibilidade de
deslocamento e de tempo;
• A possibilidade de o aluno morar em um
lugar que não tenha uma universidade ou a
universidade seja muito longe de sua casa;
• Recursos financeiros do estudante podem
ser limitados e, para estudar, precisa dispender
menos recursos;
• O aluno pode ser uma pessoa portadora
de necessidades especiais, como um cadeirante,
deficiente auditivo, etc.
• O aluno precisa de atenção e de se sentir
acolhido para ter motivação para seguir em frente.
5) Professores, alunos e a própria instituição de ensino.
conteúdos.
7) A principal atribuição deste profissional é o
esclarecimento de dúvidas através fóruns de discussão pela
Internet, pelo telefone, participação em videoconferências,
entre outros, de acordo com o projeto pedagógico.
8) Participar de momentos presenciais obrigatórios,
avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios
supervisionados, manter-se em permanente comunicação
com os estudantes e com a equipe pedagógica do curso.

9) Pedagogia
10) O Dr. Phillipe Perrenoud afirma que a maioria
dos professores possui conhecimentos ligados às novas
tecnologias, utilizam-se delas no dia-a-dia, mas enfatiza que
competências profissionais não se reduzem ao domínio dos
conteúdos a serem ensinados. Ele diz que a evolução exige
que todos os professores possuam competências ligadas ao
domínio das novas tecnologias que antes eram reservadas
apenas aos inovadores ou àqueles que precisavam lidar com
públicos difíceis. Assim, o profissional que afirma conhecer
os recursos tecnológicos não necessariamente está apto a
ensinar com eles.
11) Pedagogia é o curso com maior número de alunos
no Brasil, seguido de Administração, Serviço Social, Letras,
Ciências Contábeis, Matemática, Ciências Biológicas e
História.
Capítulo 4
1) Os principais aspectos que devem ser considerados
na escolha e na produção do material didático para a EaD,
são:
• O perfil do aluno;
• Infraestrutura e soluções tecnológicas para o
desenvolvimento do curso proposto;
• Potenciais obstáculos das linguagens das mídias
utilizadas (linguagem hipermidiática);
• Objetivos gerais e específicos da disciplina;
• Probabilidade de armazenamento, cópia e uso livre;
• Miscigenação das diferentes mídias.
2)
• É um processo contínuo: quando ocorre
ao longo de todo o processo.
• É funcional: ao verificar se o objetivo está
sendo alcançado.
• É orientadora: quando indica os avanços
e dificuldades.
• É integral: quando considera o avaliativo
de forma total.
3) Os direitos autorais, ao contrário das patentes,
não necessitam de registro.
4) É necessário ter formação continuada, reflexiva
e construtiva, também conhecer as especificidades de
38
Educação a Distância - Métodos e Tecnologia
cada recurso tecnológico da plataforma AVA, o que cada
ferramenta pode propiciar e como pode colaborar com a
prática educativa, quais os objetivos ao usá-lo, no que ele
amplia as capacidades e competências dos alunos.
5) As ferramentas assíncronas permitem que a
interação aluno/professor se dê em tempos diferentes,
como por exemplo, num fórum de discussão. As ferramentas
assíncronas proporcionam as seguintes vantagens:
• Flexibilidade de acesso aos eventos iterativos, uma
vez que esse acesso pode ser feito em qualquer horário
e dia da semana.
• Os alunos e os tutores têm mais tempo para pesquisa,
reflexão e amadurecimento de ideias.
• As respostas e comentários postados em eventos
interativos assíncronos podem ser mais elaborados e a
participação do aluno e tutores mais colaborativa.
• Alguns alunos são mais participativos e polêmicos
enquanto outros mais fechados e reservados. Nessa
modalidade todos têm a chance de participar várias
vezes e, com isso, instigar mais a participação do aluno
com perfil discreto.
6) Contínuo.
7) As ferramentas síncronas permitem que a
interação aluno-professor aconteça em tempo real e as
dúvidas dos alunos podem ser esclarecidas no mesmo
instante. A interação síncrona deve ocorrer sem atraso
entre a ação e a reação, como por exemplo, num chat. As
vantagens dessas ferramentas são:
• Oferecem motivação para a integração dos
participantes incentivando-os a se manterem nos
grupos e continuarem os estudos.
• Permitem que os participantes comuniquem-se me
tempo real, despertando nos alunos o sentimento
de fazerem parte ativamente de todo o processo,
diminuindo, assim, a distância e a sensação de estarem
sozinhos.
• Oferecem a oportunidade de esclarecimento de
dúvidas entre os tutores e participantes até atingirem
um consenso.
• Permitem que os professores testem os novos
conhecimentos adquiridos pelos alunos através de
perguntas simples diretas sobre um conteúdo estudado
anteriormente.

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Sites recomendados
• Associação Brasileira de Educação a distância –
ABED: http://www2.abed.org.br/
• Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino
Superior – ABMES: http://www.abmes.org.br/abmes/
• Ministério da Educação – MEC – principalmente as
áreas sobre Legislação Educacional, conselho Nacional
de Educação a Distância: http://portal.mec.gov.br/

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