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GESTÃO DE SEGURANÇA

E SAÚDE NO TRABALHO

Módulo I – SISTEMA DE GESTÃO


DE SEGURANÇA E SAÚDE

PUC - CHEVRON 1
Neste módulo do curso Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho, será abordado:

1. Como Estabelecer um Sistema de Gestão para SST.


2. Programa de Segurança Baseado no Comportamento.
3. Criando Campanhas de Segurança e Saúde no Trabalho.
4. Estabelecendo Indicadores.

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INTRODUÇÃO 4

O QUE É SST? 4
LEGISLAÇÃO 4

COMO ESTABELECER UM SISTEMA DE GESTÃO PARA SST 6

POLÍTICA DE SST 7
ELEMENTOS DE GESTÃO DE SST 8
MODELO DE HEINRICH 10

PROGRAMA DE SEGURANÇA BASEADO NO COMPORTAMENTO 11

REVENDO CONCEITOS NA SST 11


CAUSA RAIZ 11
CAUSAS BASEADAS NO COMPORTAMENTO 14
FATOR HUMANO 17
MODELO DE CAUSALIDADE DAS PERDAS 20
SSO EM UM AMBIENTE CORPORATIVO 24
ESTUDO DE CASO 1 24

CRIANDO CAMPANHAS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 26

ESTABELECENDO INDICADORES 27

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Introdução
O que é SST?
A Segurança e Saúde no Trabalho – SST são protocolos, metodologias e procedimentos legais,
adotados por empresas e empregados, para minimizar acidentes de trabalho e criar um
ambiente saudável.
Essa relação de trabalho mostra dois lados:

 empregador – detentor do capital com anseio de protegê-lo e aumentar a


rentabilidade;
 trabalhador – cada vez mais esclarecido, busca reconhecimento no trabalho com
jornadas e remuneração adequadas, além de instalações seguras que diminuam
acidentes e doenças ocupacionais.

Avanços significativos são observados, com os empregadores investindo na melhoria das


condições e dos processos de trabalho e os trabalhadores mais conscientes no planejamento
e organização das tarefas diárias.

Legislação
A mudança de comportamento na relação trabalhista foi muito influenciada pela cobrança
realizada pelo Ministério Público – MP para o cumprimento da Constituição Federal – CF e da
Consolidação das Leis de Trabalho – CLT.
O Capítulo II – Dos Direitos Sociais da CF expressa nos artigos 6º e 7º, entre outros os contidos
nos incisos XXII, XXIII E XXVIII, quais são os direitos dos trabalhadores.
Já as obrigações relativas à segurança e saúde dos trabalhadores estão na CLT, que foi
promulgada em 01/05/1943 e incorporada na Constituição.

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Saiba mais
Art. 6º – São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 7º – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
(...)

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas (*),
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa.
(*) As atividades penosas ainda não foram regulamentadas.

Além da Constituição e da CLT, uma extensa legislação pode dar origem a ações civis e penais
em caso de ocorrência de acidentes ou doenças de trabalho.
A Lei nº 6.514 (22/12/1973) alterou o Capítulo V da CLT referente à Segurança e Saúde do
Trabalhador, estabelecendo as Normas Regulamentadoras (NR) e definindo as obrigações
que empresas e empregados devem cumprir na execução do trabalho remunerado.
A legislação previdenciária – fixada pela Lei nº 8.213 (24/07/1991) – complementa a
legislação específica de SST, definindo e regulamentando acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho e estabelecendo critérios para aposentadorias especiais, seguro acidente de
trabalho, indenizações e reparações.
Um programa de gestão de SST inicia com a empresa cumprindo a legislação, mas para se
estabelecer um Sistema de Gestão de SST é preciso envolver todas as atividades da
organização e não focar apenas o lado comportamental do erro humano.
Os incidentes que comprometem os negócios não são produtos do acaso e as causas que
levam a perdas e acidentes podem ser determinadas e controladas preventivamente.

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Um modelo híbrido deve ser criado, envolvendo a responsabilidade da administração e a
vontade pessoal dos empregados, com foco na prevenção dos acidentes e na melhoria
contínua das condições de trabalho.

Como estabelecer um Sistema de Gestão para SST

O objetivo da segurança e saúde no trabalho, de acordo com a Organização Internacional do


Trabalho – OIT, é “promover e manter um elevado grau de bem-estar físico, mental e social
dos trabalhadores em todas as suas atividades, impedir qualquer dano causado pelas
condições de trabalho e proteger contra os riscos da presença de agentes prejudiciais à
saúde”.
A criação de um Sistema de Gestão de SST deve ser uma iniciativa da empresa, que a
formalizará por meio de uma definição clara de sua política com programas, procedimentos
e processos integrados ao negócio e em conformidade com as exigências legais.

Saiba mais
Sistema de Gestão de SST é o conjunto de ações administrativas
desenvolvidas e estruturadas para atender aos objetivos da política
aplicada à segurança e saúde no trabalho.

Tudo está interligado!

Atenção!
Um Sistema de Gestão de SST cria um padrão de excelência operacional
para a execução das tarefas de rotina da empresa, atendendo a
legislação de segurança e saúde do trabalhador.
Esse padrão será alcançado somente com o comprometimento e
participação dos empregados de todos os níveis hierárquicos.

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Política de SST
A política de SST é o primeiro item que uma empresa precisa definir para iniciar um Sistema
de Gestão.
Deve conter os valores e princípios desejados pela empresa e ser breve, com no máximo uma
página. É um compromisso fixado formalmente para que todos os empregados saibam e
atendam no desempenho de suas atividades.

A política deve deixar claro os valores considerados inegociáveis pela empresa.

RESPONSABILIDADE
Agir com responsabilidade no cumprimento da legislação de segurança e saúde do
trabalhador, na execução dos procedimentos operacionais e na observância das normas
internas.

PREVENÇÃO DOS ACIDENTES


A prevenção dos acidentes é um valor inegociável que deve ser planejado e atendido em
todas as etapas da execução de uma tarefa.

EDUCAÇÃO EM SST
Educar, qualificar e comprometer os empregados com as questões de SST.

DESEMPENHO EM SST
Considerar, nos sistemas de consequência e reconhecimento, o desempenho em SST.

MONITORAMENTO DO AMBIENTE DE TRABALHO


Monitorar o ambiente de trabalho, visando identificar todos os perigos à saúde e à segurança
do trabalho e procurando minimizar os riscos das atividades.

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ATUAÇÃO DE FORMA PREVENTIVA
Atuar de forma preventiva, analisando os riscos e utilizando as proteções coletivas,
administrativas e individuais necessárias para a execução segura das tarefas.

PLANOS DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA


Estabelecer planos de emergência e contingência que incluam preparação e atuação
coordenadas em situações de risco fora da rotina, visando a mitigação das suas
consequências.

Outros itens podem ser adicionados conforme a cultura de cada empresa.

Elementos de Gestão de SST


Os elementos de gestão que compõem um Sistema de Gestão de SST devem ser
desenvolvidos e implementados seguindo uma sistemática administrativa definida pela
empresa, sendo adequados à organização e com os líderes executando com determinação.

“Você não pode esperar sucesso das pessoas se não


for totalmente eficiente.”
Peter Druck

O ideal é iniciar o Sistema de Gestão com elementos adequados que façam parte da
organização da empresa.

Elemento 1 – Administração e Organização


Estabelece mecanismos para alcançar a excelência operacional no atendimento das
exigências de SST.

Elemento 2 – Capacitação, Formação e Qualificação dos Empregados


Garantia de capacitação, formação e treinamento como instrumentos praticados de forma
constante e adequados ao desempenho operacional nos padrões de SST.

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Elemento 3 – Análise de Riscos
Metodologia para identificar, medir, avaliar, controlar e mitigar os riscos potenciais e
críticos relacionados ao trabalho, seus efeitos e consequências à segurança e à saúde dos
empregados.

Elemento 4 – Investigação e Análise dos Acidentes e Incidentes


Sistematiza, por ações administrativas e ferramentas, a análise, a identificação e o controle
dos acidentes, incidentes e quase-acidentes ou desvios, evitando sua repetição.

Elemento 5 – Planejamento e Controle de Emergências


Orientações para atendimento à emergência, de imediata aplicação, na ocorrência de
situações críticas de acidentes ou danos à propriedade ou ao meio ambiente.

Elemento 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI


Critérios de padronização, aquisição, uso, guarda, higienização e controle dos EPIs
destinados à proteção dos riscos e a segurança e saúde dos trabalhadores. A implantação
desse elemento deve seguir rigorosamente o que a legislação prevê.

Elemento 7 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA


Atendimento da Norma Regulamentadora – NR 9, que estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação do PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade
dos trabalhadores por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham existir no ambiente de trabalho.
As ações devem ser desenvolvidas para cada empresa, sob responsabilidade dos
empregados e com a participação dos trabalhadores.

Elemento 8 – Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional – PCMSO


Obrigatoriedade de elaboração e implementação do PCMSO, com o objetivo de promoção
e preservação da saúde dos trabalhadores, fixar parâmetro e diretrizes gerais para a
execução do Programa. Deve estar articulado com as demais NRs, principalmente com a
NR 9.

Deve incluir a realização obrigatória dos exames médicos a seguir e emitir o Atestado de
Saúde Ocupacional – ASO:
• admissional;
• periódico;
• de retorno ao trabalho;
• de mudança de função;
• demissional.

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Elemento 9 – Programa de SST para as Contratadas

Mecanismo para implementar e acompanhar as ações de SST nas empresas prestadoras


de serviço, na qual o contratante é responsável solidário das ações desenvolvidas pelo
contratado.

Elemento 10 – Auditorias de SST

Verificação da eficácia das práticas de SST implementadas, identificando oportunidades de


melhoria na gestão de SST, além de avaliar:

1. as pessoas e o comportamento na área operacional de trabalho;


2. o sistema gerencial em relação à adequação legal;
3. o cumprimento dos assuntos de SST.

Modelo de Heinrich
O modelo que ficou conhecido como a Teoria dos Dominós foi apresentado em 1931 por
Heinrich para tentar explicar as causas dos acidentes.
A teoria demonstra que o acidente e a lesão são causados por algum evento anterior que
tem como centro de tudo o homem.
Heinrich imaginou a sequência do acidente com a disposição de cinco pedras de dominó,
sendo a origem dos acidentes e dos fatores de riscos determinados pela personalidade das
pessoas.

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Saiba mais
Atualmente, esse conceito não é mais utilizado, uma vez que não leva
em consideração os fatores relacionados com a organização do
trabalho e concentra no trabalhador toda a responsabilidade pelo
acidente.

Programa de Segurança Baseado no Comportamento


Revendo Conceitos na SST
Causa Raiz
A prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais se tornou uma questão
estratégica para manter um nível elevado de competitividade nas empresas. A incorporação
das questões de segurança e saúde no trabalho passaram a ser tratadas como um valor para
a organização.
O sucesso dessas empresas está relacionado com o envolvimento de seus trabalhadores na
busca da qualidade dos produtos, dos custos baixos, com elevada produtividade e máxima
rentabilidade, aliados à segurança, saúde, bem-estar e moral dos empregados e praticados
pela alta administração, que fazem parte do processo de melhoria contínua.

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Os acidentes representam um fator indesejável para as empresas. Todos os acidentes podem
ser evitados, basta haver conscientização e investimentos em PREVENÇÃO e PROTEÇÃO do
trabalhador.
A prevenção envolve pensar, analisar e planejar os processos para determinar onde ocorrem
as falhas e para estabelecer medidas necessárias para evitar que o acidente aconteça.
Para que a prevenção seja efetiva, é necessário criar mecanismos que possibilitem o
trabalhador identificar os perigos nas suas tarefas e gerenciar os riscos na execução.

Atenção!
Os trabalhadores devem estar treinados, supervisionados e orientados
para adotar as medidas de prevenção e/ou proteção.

Baixos investimentos da empresa em causas básicas, como projeto, planejamentos,


treinamento de pessoal e manutenção, além da execução das tarefas que poderão levar a
acidentes, como por exemplo:

 análise inconsistente dos riscos inerentes;


 descumprimento de normas e procedimentos padrões;
 postura inadequada para o trabalho;
 supervisão deficiente ou não comprometida.

Um erro permanece latente por longos períodos antes de se juntar a condições propícias para
produzir uma falha considerável, induzindo o trabalhador a realizar suas tarefas fora dos
padrões determinados, abrindo, assim, a janela da oportunidade para a ocorrência do
acidente.
O desenvolvimento de um ambiente organizacional de trabalho adequado, com qualificação
profissional e programas de conscientização dos empregados para a saúde e segurança no
trabalho deve ser permanente para se obter a mudança de comportamento.
A formação da cultura de segurança é necessária, uma vez que estabelece metas e objetivos
em consenso com as outras áreas da organização. Essa mudança de atitude é o maior desafio
para conseguir uma cultura de segurança adequada.

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“Não tenhamos ilusão que as coisas se
mudem se fazemos sempre da mesma forma.”
Albert Einstein

Na formação da cultura organizacional, a participação da liderança é fundamental, já que a


mudança no comportamento das lideranças promove a mudança no comportamento de
toda a empresa.

Os acidentes têm causas que, somente a administração – por meio de suas lideranças – teria
como interferir de forma preventiva, o que não descarta a responsabilidade dos
trabalhadores em auxiliar a prevenir acidentes.

As organizações devem entender e aceitar que, raramente ou nunca, o acidente


tem somente uma única causa.

A integração da segurança na cultura organizacional e no comportamento dos trabalhadores


está sustentada em três vértices que se entrelaçam.

A causa raiz de uma perda é o não envolvimento da alta administração. O trabalho de


prevenção de acidentes deve ser direcionado para as causas básicas.

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O envolvimento e a participação da liderança nos assuntos de segurança e saúde do
trabalhador estabelecem uma política com procedimentos operacionais e padrões,
definindo indicadores de monitoramento para alcançar objetivos desejados e estabelecer as
medidas de controle para acompanhar os resultados.
São quatro as funções essenciais nesse controle: planejamento, organização,
direção/liderança e controle.

Atenção!
As principais razões para que ocorra a falta de controle administrativo
são:
• As questões de segurança e saúde não são tratadas como um
valor pela organização.
• Os padrões operacionais de trabalho são inadequados ou
insuficientes.
• O cumprimento dos procedimentos e padrões (quando
existentes) é feito de forma deficiente.
• Ausência de uma política de consequência e reconhecimento que
envolva todos os empregados, inclusive a liderança.

Causas baseadas no comportamento


De acordo com a Norma API 770, as causas que levam a um erro humano podem ser
classificadas em dois grandes grupos:
• Relacionadas às características individuais – responsáveis por 10 a 15% dos erros.
• Relacionadas aos fatores de projeto da situação de trabalho – responsáveis por 80 a
85% dos erros.

Algumas situações prováveis que induzem os trabalhadores aos erros:

• Procedimentos deficientes (inadequados ou inexistentes).


• Instrumentação inadequada, inoperante, descalibrada e sem a devida manutenção.

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• Conhecimento insuficiente do processo, o que leva a diagnósticos equivocados dos
problemas, sem o devido conhecimento das consequências de suas ações.
• Prioridades conflitantes, levando a erros na tomada de decisão, especialmente
quando há conflito entre segurança e continuidade operacional.
• Sinalização de controles e equipamentos de forma inadequada, sem clareza e com
ambiguidades.
• Feedback inadequado, especialmente quando há algum excesso ou omissão.
• Tolerância a descumprimento dos procedimentos, o que leva a uma prática
inadequada. Sempre que necessário, os procedimentos devem ser revisados e
atualizados para garantir que a prática e o procedimento estejam alinhados.
• Equipamentos ou instrumentos desativados, devido a atuações espúrias, que levam
à desativação desses e resulta em um retardo da análise e resposta dos problemas
apresentados.
• Comunicação durante o processo de trabalho deficiente.
• Layout deficiente, equipamentos inacessíveis e não visíveis.
• Violação de estereótipos populacionais, ou seja, padrões de comportamentos
enraizados em um grupo (ex.: sinal vermelho é indicativo para parar).
• Controles sensíveis em excesso, ou ranges muito limitados, levando a atuações muito
frequentes.
• Tarefas mentais excessivas, cálculos excessivos.
• Oportunidades para o erro, por vencimento da vida útil dos equipamentos ou
atuações sucessivas que excedam o limite permitido.
• Ferramentas inadequadas, especialmente nas atividades de manutenção, inspeção,
teste e montagem de instalações.
• Manutenção inadequada.
• Vigilância estendida, sem eventos.
• Falha no controle por computador, erros de configuração dos controladores, erros
de programação, sets inadequados.
• Restrições físicas inadequadas.
• Privilégio da aparência da instalação, em detrimento da funcionalidade.

Para reduzir as possíveis causas dos erros humanos, o gestor poderá usar alguns elementos
de abordagem.

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• Controle efetivo sobre os fatores humanos, equipamentos de processos e ambiente
de trabalho.
• Mudanças de barreiras que eliminem oportunidades para o erro humano, tais como
incluir proteções em volta de interruptores, utilizar tomadas padronizadas, instalar
acoplamentos de mangueiras padronizados, assim como sinalizar os equipamentos e
instrumentos.
• Travamentos, especialmente em sistemas nos quais o ser humano não consegue
perceber, diagnosticar e responder a problemas antes que um acidente aconteça.
• Garantir clareza e precisão na elaboração dos procedimentos e instruções
operacionais. Utilizar diagramas e advertências úteis, e organizar os procedimentos
de forma lógica.
• Relacionar equipamentos e parâmetros críticos de operação nos procedimentos;
• Capacitar os empregados nos procedimentos elaborados;
• Promover meios para que os empregados alcancem suas necessidades psicológicas e
sociais;
• Envolver os empregados na elaboração dos planos de ação para reduzir os erros
humanos;
• Desenvolver uma cultura de segurança dentro da empresa, que desencoraje o
comportamento inseguro;
• O gerente/lideranças deve garantir que a carga horária deve ser adequada.
• A redução contínua da força de trabalho garante sobrecarga aos trabalhadores, que
passam a atuar apressadamente e às vezes tomar atalhos ou pular tarefas para
concluir a sua tarefa.

Atenção!
• Eventos indesejáveis são provocados por uma combinação de
fatores ou causas ocorrendo ao mesmo tempo sob circunstâncias
precisas.
• Os incidentes são causados, não são produtos do acaso.
• As causas que levam a perdas podem ser determinas e controladas
preventivamente.

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Fator humano
Quando se aborda o fator humano em SST, ele está relacionado com a interação do homem
com o ambiente de trabalho.
A definição dada pelo Helf and Safety Executive (HSE) – guardião da saúde, segurança e
doença no trabalho:

“Fatores humanos se referem aos fatores ambientais,


organizacionais e do trabalho e as características individuais
e humanas, as quais influenciam no comportamento no
trabalho de forma a poder afetar a segurança e a saúde.”

Considerar a influência dos fatores humanos no ambiente de trabalho significa avaliar os


aspectos trabalho, indivíduos e a organização, além de como eles impactam a saúde e a
segurança dos trabalhadores.
Essas áreas de influência não são excludentes, uma vez que operam de forma interativa e
complexa.
Para desenvolver uma sistemática de adoção de medidas de controle, é importante realizar
a análise separada de cada aspecto, considerando:
Ambiente Regulatório – É representado por todos os organismos – nas esferas internacional,
nacional, estadual e municipal – que possuem poder de influência sobre a atividade.
Trabalho – Refere-se ao que os indivíduos são solicitados a executar, onde executam e que
forma, quais tarefas e suas características. Possui cinco elementos:

• tarefas;
• instruções de trabalho;
• pressões no trabalho;
• controles e mostradores;
• meio ambiente do trabalho.

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Indivíduos – Relaciona-se a quem está executando as tarefas, indivíduos e suas
competências. Possui oito elementos:
• competência;
• capacidades;
• personalidade;
• atitudes;
• percepção do risco;
• saúde;
• habilidades;
• indivíduos de forma geral.

Organização – Refere-se ao local que as pessoas trabalham, à organização e seus atributos.


Possui onze elementos:
• força de trabalho;
• padrões do trabalho;
• conflitos;
• liderança;
• estruturas organizacionais;
• papéis e responsabilidades;
• cultura de segurança;
• recursos;
• sistema de gestão SMS;
• comunicação;
• aprendizado.

Os aspectos que compreendem os fatores humanos podem ser agrupados em domínios, que
são em número de seis para a integração dos fatores aos processos.
A natureza das questões relacionadas a cada domínio varia de acordo com a dimensão da
organização, tipo de processo e cultura organizacional, dentre outros fatores.

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QUESTÕES SOBRE OS “FATORES
DOMÍNIO EXEMPLOS DE TÓPICOS A CONSIDERAR
HUMANOS”

 Níveis hierárquicos.
Quantas pessoas são necessárias para
FORÇA DE TRABALHO  Carga de trabalho.
operar e manter adequadamente o
 Organização das equipes.
sistema?
 Especificações do trabalho.
 Seleção, recrutamento e carreira.
Quais são as atitudes, experiências e
 Desenvolvimento pessoal.
PESSOAS outras características humanas
 Qualificações e experiências necessárias.
necessárias para operar e manter
 Características gerais (altura, força, idade
adequadamente o sistema?
etc.).
 Necessidade de novas habilidades.
 Documentação.
Como desenvolver e manter os
 Cursos de formação e aperfeiçoamento.
TREINAMENTO requisitos de conhecimento,
 Necessidades especiais de treinamento.
habilidades e capacidades para operar
 Treinamento individual e de equipe.
e manter adequadamente o sistema?
 Manutenção de habilidades (cursos de
atualização).
 Projeto de equipamentos.
 Projeto do local de trabalho.
 Layout do ambiente de trabalho.
Como integrar as características
ENGENHARIA DE FATORES  Acessibilidade para operação e
humanas no projeto dos sistemas,
HUMANOS manutenção do sistema.
para otimizar o desempenho na
 Projeto de interface para usuário.
interação homem/máquina/sistema?
 Meio ambiente de trabalho
(temperatura, umidade, ruído,
iluminação etc.).
Exposição a:
 Substancias tóxicas.
Quais são os riscos à saúde, de curto e  Temperaturas extremas.
RISCOS À SAÚDE longo prazo, resultantes da operação  Ruído excessivo.
normal do sistema?  Radiações ionizantes.
 Radiações eletromagnéticas.
 Riscos óticos.

Como evitar riscos à segurança das


SISTEMAS DE SEGURANÇA pessoas, que possam ser causados
 Fontes de erro/falha humana.
pela operação ou manutenção do
 Riscos ambientais ou externos.
sistema em condições anormais?

Os domínios da integração dos fatores humanos

Fonte: Health and Safety Executive - HSE (2002a). Adaptação: THEOBALD (UFF, 2005)

PUC - CHEVRON 19
Modelo de causalidade das perdas
Para conhecer as causas que levam ao acidente de trabalho, é preciso identificar os desvios,
irregularidades e anomalias e estabelecer a relação da organização, dos fatores de trabalho
e dos fatores pessoais.
Os acidentes são causados por uma sequência de furos, ocorridos simultaneamente em uma
relação de tempo e espaço, que, quando identificada, pode ser evitar.

“Os acidentes que deterioram nossos negócios e, muitas


vezes, causam lesões aos nossos colaboradores não são
obra do acaso. Tem causas que devem ser identificadas,
analisadas e eliminadas.”
Eng. Carlos Roberto Coutinho de Souza

O ILCI – Internacional Loss Control Institute (Instituto Internacional de Controle de Perdas)


diz que os acidentes são ocasionados pelo contato com uma determinada fonte de energia
ou substância acima da capacidade limite do corpo humano ou estrutura.

Energia Mecânica – Gera lesões resultantes de impacto de objetos móveis ou que caem e
do impacto do corpo em movimento contra estruturas imóveis.
Energia Térmica – As lesões características são queimaduras de primeiro, segundo e
terceiro graus. Têm como consequência a inflamação, coagulação, queimaduras e
queimação em todos os níveis do corpo humano.
Energia Elétrica – O contato pode levar à interferência com a função neuromuscular e de
coagulação, além de queimadura em todos os níveis no corpo humano.
Radiação Ionizante – Os acidentes com a radiação ionizante podem causar desorganização
dos componentes e funções celulares e subcelulares.
Energia Química – Ocasiona lesões por queimaduras decorrentes da reação dos produtos
químicos no corpo humano.

PUC - CHEVRON 20
O resultado de um acidente é a PERDA!
Pode ser um dano à pessoa, à propriedade ou ao processo de trabalho, assim como a
reduções de lucro e as interrupções do trabalho devem ser consideradas como perdas
importantes.
As perdas decorrentes dos acidentes são irreversíveis, sendo importante conhecer com
profundidade suas causas para estabelecer as medidas de controle necessárias para evitar a
repetição.
Um conceito utilizado atualmente para se conhecer a causa dos acidentes é aplicar o Modelo
do Queijo Suíço, desenvolvido pelo Prof. James Reason, que conclui que as falhas e os
acidentes acontecem em função de furos ocorridos em todos os níveis da empresa.
Os níveis executivos devem determinar a política e as diretrizes que formarão o modelo de
gestão da área de segurança e saúde do trabalhador. Quando esse modelo é inexistente ou
cumprido de forma inadequada, deve ser classificado como causa raiz, a que inicia uma série
de falhas que culminam em acidentes ou perdas.
Já as causas básicas estão relacionadas com as ausências de programas (ou programas
inadequados), de treinamentos, de projetos dos equipamentos e máquinas, de
planejamento e execução da manutenção e da supervisão orientando e controlando os
trabalhos.

PUC - CHEVRON 21
As causas imediatas dos acidentes estão relacionadas aos aspectos:
• Realizar a tarefa sem a emissão e autorização do documento Ordem de Serviço – OS
ou Permissão para Trabalho – PT.
• Não seguir o que está escrito na OS/PT.
• Descumprir um procedimento para a realização segura da tarefa.
• Usar equipamento ou ferramenta de modo incorreto, defeituoso ou improvisado.
• Remover dispositivos de segurança para realizar uma tarefa, por exemplo, retirar
uma trava de proteção, e no final da tarefa não recolocar no lugar.
• Instalar as cargas de forma correta ou com possibilidade de queda acidental.
• Não sinalizar ou advertir adequadamente sobre o risco da operação que está sendo
realizada.
• Operar equipamento sem autorização.
• Fazer brincadeiras durante a execução das tarefas.
• Realizar manutenção de equipamento em movimento ou em operação.
• Adotar uma posição inadequada para o trabalho.
• Trabalhar sob a influência de álcool ou drogas.

Os atos abaixo ou fora dos padrões resultam de fatores que qualquer um na empresa poderia
evitar ou bloquear o furo, com programas, treinamentos, projetos, manutenção,
procedimentos e supervisão.

PUC - CHEVRON 22
O importante é que, na dúvida ou diante de uma situação de trabalho fora dos padrões, o
trabalhador PARE e procure a supervisão.
Todos esses desvios, irregularidades e anomalias que acontecem no dia a dia de trabalho, se
identificados pelo comportamento individual adotado pelo trabalhador, podem evitar o
acidente.
O ponto principal em SST é MUDAR O COMPORTAMENTO!

Observe os desvios mais comuns encontrados em auditorias nas áreas de trabalho:


• Não uso do EPI.
• Uso inadequado do EPI.
• Posturas incorretas para o trabalho (ergonomia).
• Cumprimento incorreto da Ordem de Serviço ou Permissão para Trabalho.
• Desvios dos procedimentos operacionais padrão.
• Utilização inadequada de equipamentos portáteis.
• Improvisação de ferramentas.
• Aspectos de ordem e limpeza fora dos padrões.

O sistema de gestão deve observar o comportamento do empregado durante a execução de


suas tarefas, permanentemente, visando a educação para a mudança desejada.
O comportamento só muda com o entendimento das causas que levam ao evento
indesejável, seja ele um produto fora de especificação, armazenagem fora dos padrões,
perda, danos ao meio ambiente ou acidente com o trabalhador.
Os programas de SST devem prever ferramentas que desenvolvam a observação e correção
de desvios de comportamento dos empregados na execução das tarefas e, a partir da
identificação, estabelecer os mecanismos de controle para evitar a ocorrência.
Um padrão de excelência na rotina da área operacional não ocorre de um dia para o outro.
É um trabalho diário e permanente que precisa do comprometimento e participação de
todos, empregados e liderança.

PUC - CHEVRON 23
SSO em um Ambiente Corporativo
Adotar uma política e diretrizes SST em uma empresa tem o objetivo de atender, não apenas
os aspectos legais, mas de estruturar um modelo de gestão que englobe toda a organização,
contando com o apoio de stakeholders (partes interessadas) para influenciar de forma direta
e indireta.

ESTUDO DE CASO 1
Um empregado na função de lubrificador em uma empresa de óleo e gás, está na empresa
há cinco anos. Durante esse período, sempre foi bastante prestativo e seu comportamento
era elogiado pelos supervisores. Esse empregado tem por hábito assumir atitudes para
resolução de problemas, muitas das vezes, sem a autorização ou conhecimento da
supervisão. Como o resultado é sempre positivo, nunca foi interpelado por essas ações. Ao
contrário, sempre fora elogiado. Também, por vezes, não usa adequadamente o uniforme
ou os EPI.

PUC - CHEVRON 24
Um dia, seu supervisor solicitou a ele para fazer uma inspeção na área e verificar as bombas
que apresentavam possíveis problemas nas gaxetas e registrar em uma planilha. Essa tarefa
fazia parte de sua rotina. Ao chegar na área operacional, o empregado estava com a camisa
para fora da calça e carregava consigo o estojo de trabalho.
Ele percebe uma bomba com ruído diferente na gaxeta e, ao invés de somente registrar,
decide, usando sua pistola de óleo, fazer de imediato a lubrificação. Assim, se debruça sobre
a primeira bomba para executar a tarefa. Entretanto, a primeira bomba estava sem a
proteção do eixo que girava em movimento. Em consequência, a fralda de sua camisa
prendeu no eixo em movimento e puxou o empregado, causando-lhe sérios ferimentos.

NA SUA OPINIÃO, QUAIS CAUSAS OU AÇÕES


E EM QUE NÍVEIS CONTRIBUÍRAM PARA A
OCORRÊNCIA DESTE ACIDENTE?

QUAIS MEDIDAS DE CONTROLE VOCÊ SUGERE


PARA EVITAR OUTROS ACIDENTES COMO ESSE?

PUC - CHEVRON 25
Criando Campanhas de Segurança e Saúde no Trabalho

A criação de campanhas educacionais é uma importante ferramenta motivacional para os


programas de SST.
As campanhas auxiliam a mudança de comportamento desejada pelas empresas com
informações relativas à segurança e saúde do trabalhador comunicadas de maneira habitual,
com clareza, objetividade e rapidez.

Campanhas devem ser consideradas parte integrantes do Elemento de Gestão


de SST – Capacitação, Formação e Treinamento.

Dentre as PREMISSAS que são importantes para uma campanha, destacam-se as seguintes:
• Manter canais permanentes de comunicação com os empregados próprios e de
empresas terceirizadas, de modo a mantê-los informados sobre os riscos decorrentes
das atividades da empresa, bem como, das ações e medidas de controle adotadas
para a mitigação.
• Garantir que reclamações e sugestões relacionadas a SST sejam registradas,
analisadas e esclarecidas.
• Estabelecer um plano para a gestão da comunicação dos eventos considerados fora
dos padrões normais de trabalho, como por exemplo, incidentes, acidentes e
emergências.

As informações de SST devem ser transmitidas nos canais de comunicação


visuais, eletrônicos e verbais mais adequados a quem se destinam.

PUC - CHEVRON 26
Diferentes temas devem ser abordados nas campanhas educacionais:
• Assuntos para o Diálogo Diário de Segurança (DDS).
• Disponibilização de canais para recebimento de reclamações e sugestões que
estimulem, em todos os níveis organizacionais, a proposição de melhorias dos
aspectos de SST.
• Divulgação regular de informações para a consolidação das melhores práticas de SST
alinhadas a operação da empresa.
• Informativo para alerta preventivo, no qual o funcionário ou prestador de serviço
pode documentar a situação de risco ou incidente observado em determinado local.
• Segurança e cuidados no manuseio com produtos químicos.
• Içamento de cargas.
• Prevenção e combate a incêndio.
• Plano de emergência e abandono de área.
• Campanha para aperfeiçoar a Análise Preliminar de Tarefa – APT.
• Informações de segurança para trabalho em altura.
• Campanha para uso do Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
• Informações de segurança para levantamento e transporte manual de peso.
• Campanha para melhorar a postura ergonômica.
• Informações básicas sobre higiene e saúde.
• Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis DST/AIDS.
• Conscientização para a Preservação do Meio Ambiente.

Estabelecendo Indicadores

A liderança tem uma atuação muito relevante em um Programa de Gestão de SST. Um dos
papéis de maior importância é a avaliação da eficácia do Programa em sua área. Para que
isso ocorra, é necessário criar indicadores capazes de avaliar o desenvolvimento e a evolução
dos programas estabelecidos.
• Indicadores são um instrumento, ou seja, o indicador não é um fim em si, mas um
meio.
• Indicadores são uma forma de medida, mensuração, parâmetro, que sintetiza um
conjunto de informações em um “número representativo”.
• Indicadores têm a função de verificação, demonstração e avaliação de determinado
fenômeno que esta sendo observado.

PUC - CHEVRON 27
Indicadores são fáceis de serem compreendidos, apresentam validade e estabilidade com o
Plano de Negócios da Organização, o que permite manter a relação entre conceito e medida,
além de expressar característica essenciais e mudanças esperadas.
Disponibilizar informações básicas para a construção de diagnósticos é importante, pois
permite adequar-se àquilo que os gestores e as organizações desejam medir. É possível, por
exemplo:
• Avaliar a gestão para corrigir curvas e tendências indesejadas.
• Aproveitar oportunidades para solucionar problemas, reduzir desperdício ou realizar
ações para atingir compromissos.

Alguns indicadores devem ser investigados para a identificação de seus precursores, pois
servem de base para intervenções e implementações de ações corretivas que evitem futuros
eventos.
São indicadores:
• corretivos;
• reativos;
• mensuram falhas.

Para a área de SST de uma empresa, um Modelo de Planilha com os indicadores mais
frequentes que devem ser usados.

PUC - CHEVRON 28
No próximo módulo, serão abordados os seguintes
temas:

1. Conceitos Básicos de Risco e Perigo.


2. Desenvolvendo Ações para a Percepção de Risco.
3. Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais.
4. Ergonomia no Escritório e na Atividade Operacional

PUC - CHEVRON 29
GESTÃO DE SEGURANÇA
E SAÚDE NO TRABALHO

Módulo II – PERCEPÇÃO DE
RISCO

PUC - CHEVRON 30
Neste segundo módulo do curso Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho, serão abordados os seguintes tópicos:

1. Conceitos Básicos de Risco e Perigo.


2. Desenvolvendo Ações para a Percepção de Risco.
3. Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais.
4. Ergonomia no Escritório e na Atividade Operacional.

PUC - CHEVRON 31
CONCEITOS BÁSICOS DE RISCO E PERIGO 33

INTRODUÇÃO 33
DEFINIÇÕES 35
ACIDENTES DE TRABALHO E ACIDENTES DE PROCESSO 36
ACIDENTE DE TRABALHO E ACIDENTE DE PROCESSO 37
ACIDENTES DE PROCESSO NO MUNDO 39
ACIDENTES DE PROCESSO NO BRASIL 40

DESENVOLVENDO AÇÕES PARA A PERCEPÇÃO DE RISCO 42

ANÁLISE DE FATORES E TÉCNICAS DE RISCO 43


QUANDO EFETUAR UMA ANÁLISE DE RISCO? 44
QUAIS OS PASSOS DE UMA ANÁLISE DE RISCOS? 46
DESENVOLVENDO AÇÕES PARA A ANÁLISE DE RISCO DA TAREFA 46

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS – PPRA 54

CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÃO DO PPRA 54


PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO 57
ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 57
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 59

ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO E NA ATIVIDADE OPERACIONAL 59

PUC - CHEVRON 32
Conceitos Básicos de Risco e Perigo
Introdução
A análise de risco tem como objetivo minimizar a ocorrência de acidentes, em atividades
industriais ou não, utilizando a sugestão de medidas de prevenção e/ou proteção,
principalmente nas indústrias químicas e petroquímicas, onde os potenciais de risco
presentes aumentaram.
Exemplos de análise de risco são encontrados na engenharia aeroespacial, onde a gerência
de riscos do projeto não é tarefa de um único engenheiro, mas sempre de uma equipe
multidisciplinar.
O Programa de Psicologia da Aviação da Força Aérea Norte-Americana fez um estudo que
passou a ser utilizado em outras atividades e ficou conhecido como Técnica Série Análise
História ou Revisão de Segurança.
A técnica tem como objetivo a coleta e reunião sistemática de informações relativas à
ocorrência de acidentes (ou quase acidentes) na instalação em análise, ou em instalações
semelhantes. Com isso, permite uma estimativa preliminar da frequência e da severidade de
ocorrência dos eventos.

Saiba mais
Ao utilizar uma técnica ou metodologia para análise de risco com
entrevistas em uma empresa, é importante a participação dos
supervisores na análise e na revisão de segurança, pois conhecem as
pessoas e as condições das instalações em geral, além de obter
facilmente as informações.
Entretanto, se a organização utiliza práticas fora dos padrões com
punições, as entrevistas devem ser com assessores aprovados ou
externos ou por consultores independentes no lugar da supervisão.

PUC - CHEVRON 33
A Técnica Revisão de Segurança deve procurar responder questões como:
• O corpo técnico operacional está qualificado para identificar e agir sob
condições fora do padrão?
• Existe uma sistemática de atualização permanente da documentação
técnica da planta?
• Os equipamentos encontram-se em bom estado de manutenção e
devidamente identificados?
• Os dispositivos de segurança são adequados e bem dimensionados?
• Existe um sistema confiável de registro de ocorrências anormais?
• São seguras as rotinas de permissão para serviços de manutenção e
trabalhos perigosos?

Com o levantamento de informações técnicas relativas à operação, a técnica


concentra os esforços na revisão de códigos e padrões de segurança adotados
para o sistema que está sendo analisado.
Uma análise sistemática de dados de acidentes, incidentes e possíveis acidentes
é muito importante, pois proporciona vasto conhecimento não explorado de
causas, permitindo estabelecer medidas de prevenção eficazes.
Já a análise de grandes acidentes confirma que, muitas vezes, a empresa não
agiu de forma adequada para atuar de forma sistêmica na identificação de
perigos e na análise de riscos ou não teve uma gestão de SST adequada durante
a operação.

Nenhum evento começa grande! Está sempre ligado à ocorrência de pequenos e


frequentes incidentes e acidentes.

PUC - CHEVRON 34
Definições
Alguns termos e conceitos que auxiliam no alinhamento do tema:

RISCO
Combinação da probabilidade de ocorrência das consequências (severidade) de um
determinado evento perigoso (OHSAS 18002).
Risco = Probabilidade x Consequência
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Ciência, arte e função que visa a proteção dos recursos humanos, dos ativos e dos
investimentos financeiros de uma empresa. Desenvolvido por meio de um processo
sistêmico de análise passo a passo de uma determinada tarefa, equipamento ou processo,
estabelece, a partir da probabilidade e das consequências de sua ocorrência, uma série de
recomendações de medidas e prevenção e/ou proteção, com o objetivo de mitigar ou
minimizar riscos encontrados na análise.
PERIGO
Fonte ou situação com potencial para provocar danos como lesão, doença, prejuízos à
propriedade, dano ao meio ambiente ou uma combinação dessas situações (OHSAS
18002).
RISCO TOLERÁVEL
Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado pela organização, levando em
consideração suas obrigações legais e sua política de segurança e saúde ocupacional.
ATIVIDADE PERIGOSA
Atividade que se desenvolve em ambiente de grave a iminente risco, apresentando RISCO
ACENTUADO para ocorrência de um acidente (no Brasil é dada pelo Art. 193 da CLT).
GRAVE E IMINENTE RISCO
Toda condição do ambiente de trabalho com probabilidade acentuada de ocorrência
imediata de eventos que possa causar acidente ou doença no trabalho a qualquer
momento ou instante com graves consequências (Norma Regulamentadora – NR 3, da
Portaria nº 3.214 – MTE).

Nas situações mostradas, o órgão de fiscalização SRT/RJ poderá embargar a obra, interditar
o estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho,
máquinas e equipamentos.

PUC - CHEVRON 35
Acidentes de trabalho e acidentes de processo
As empresas buscam diferentes formas de reduzir os riscos de acidentes, aumentar a
produção e melhorar a imagem perante as partes interessadas e a comunidade.
Quando se fala em segurança, é importante abranger a Segurança de Processo – Ativos sem
perder de vista a importância da Segurança do Trabalho – Ocupacional.

Segurança do Trabalho x Segurança do Processo

Em geral, segurança é um foco para visitas “do alto escalão da empresa” e é entendida como
uma questão de “escorregões, tropeções e quedas”, quando deveria ter como foco perigos
maiores que podem causar acidentes graves.
Um bom exemplo dessa visão de não ter foco no real perigo ocorreu na Plataforma
Deepwater Horizon, da Transocean, mar da Louisiana – EUA, que operava para British
Petroleum – BP (UK) e explodiu por conta de um blowout1 no dia 20/04/2010, ocasionando

1 Blowout – Fluxo descontrolado de hidrocarbonetos saindo de um poço de petróleo devido a alguma falha no seu
sistema de controle de pressão.

PUC - CHEVRON 36
um grande incêndio que matou 11 pessoas, além de afundar dois dias depois no Golfo do
México.
O interessante é que, sete horas antes do blowout do poço de petróleo, um grupo do alto
escalão da empresa e da proprietária fez uma “visita de visibilidade gerencial” da auditoria
comportamental voltada para o acidente de trabalho. Eles estavam na plataforma quando o
desastre iniciou.
A análise do acidente da Deepwater Horizon concluiu que os executivos foram omissos em
relação aos detalhes. A finalidade principal da visita estava em enfatizar a importância da
segurança, mas os visitantes não detectaram indícios críticos do possível acidente no
processo.
Se tivessem atenção sobre o que estava acontecendo no poço, certamente teriam
reconhecido os sinais de alerta e pedido a parada das operações. A atenção do grupo estava
apenas no comportamento das pessoas.
A tendência foi para os aspectos condicionais do comportamento e inclinada para a
segurança do trabalho. O resultado foi uma falha na avalição de segurança do processo e nos
detalhes de como a plataforma estava gerindo seus riscos de acidentes graves.

Acidente de trabalho e Acidente de processo


Acidentes de processo têm uma baixa frequência de ocorrência, mas um grande número de
vítimas. Já os acidentes de trabalho têm uma frequência maior e quase sempre com número
de vítimas menor.

Acidente de Trabalho
Definição estabelecida pela Lei nº 8.214, de 24/07/1991:
(...)
Art. 19 – Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa
ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 dessa Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

PUC - CHEVRON 37
E Pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999:

(...)
Art. 337 – O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do
INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. Após receber a CAT –
Comunicação de Acidente do Trabalho em processo enviado pela empresa. Alterado pelo
Decreto nº 6.042 – de 12/2/2007 – DOU DE 12/2/2007

Acidente de Processo
Envolve a liberação de substâncias perigosas ou a liberação de energia de substâncias
perigosas. Pode ter efeitos catastróficos e resultar em inúmeras mortes e feridos, em danos
substanciais à economia, à propriedade e ao meio ambiente.
Os indicadores de segurança de processo podem ser classificados em reativos e proativos.
Os reativos mensuram os impactos do acidente (já ocorreu): Número de acidentes de
processo; Taxa de acidentes de processo; Taxa de gravidade dos acidentes de processo. Os
proativos, o risco de acidentes ocorrerem (não ocorreu): Integridade mecânica;
Acompanhamento de recomendações; Gestão de mudanças; Competências e treinamento
em segurança de processo; Número de incidentes; Realização de auditorias
comportamentais.
Observe, na figura, a relação entre segurança ocupacional e a segurança de processo.
Enquanto a ocupacional inicia em desvios comportamentais e/ou da gestão, tendo como
resultado final a fatalidade, a segurança de processo inicia com desvios das barreiras de
controle de risco e no final ocorre a catástrofe.

PUC - CHEVRON 38
Relação entre Segurança Ocupacional e Segurança de Processo.

(Trabalho MBA Gestão de Projetos. FDC. Metodologia de Auditoria de Segurança de Processo em Plataformas de
Perfuração Marítima tipo Autoelevatória. Autores: Neto, A. e outros. Salvador 2012).

Acidentes de Processo no Mundo


Veja alguns acidentes relacionados a falhas na segurança de processo e seus principais
impactos.
Flixborough Humberside
Acidente ocorrido na Inglaterra, em 01/06/1974, quando uma ruptura de tubulação e um
grande vazamento de ciclhexano quente vaporizou e originou uma nuvem de vapor não
confiada que explodiu. A explosão e o incêndio subsequente causaram a morte de 28
pessoas, além de lesões graves em 36 funcionários e 53 pessoas do público dos arredores.

Piper Alpha
A Piper Alpha era uma plataforma de produção de petróleo do Mar do Norte, operada pela
Occidental Petroleum Ltd. e com a Texaco proprietária de 22% das ações. Localizada em
Nevada, em 06/07/1988, uma explosão e o incêndio resultante destruiu a plataforma e
matou 167 pessoas. Um vazamento de condensado de gás natural se formou sobre a
plataforma que se incendiou, causando uma enorme explosão, que causou incêndios
secundários no óleo.

PUC - CHEVRON 39
O desastre foi tão repentino e extremo que uma evacuação tradicional foi impossível. O
maior problema foi que a maioria do pessoal com autoridade para ordenar a evacuação
morreu na primeira explosão que destruiu a sala de controle.

Acidentes de Processo no Brasil


A indústria do petróleo no Brasil registrou uma série de acidentes por causa de falhas de
segurança do processo. Veja os de maior impacto e repercussão.

Reduc
Vazamento e incêndio em válvula de esfera de GLP com explosão e lançamento de
fragmentos na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 30/03/1972 causou 38
óbitos, incluindo brigadistas.
O acidente ocorreu durante uma drenagem da esfera de GLP para a atmosfera, como
acontece até hoje. Naquela época, o bloqueio era simples, ou seja, existia apenas uma
válvula de dreno na parte inferior da esfera. Após a drenagem da água, devido à saída de
gás pelo dreno, a válvula congelou e não pôde mais ser fechada. Ao encontrar uma fonte
de ignição, o gás se incendiou e transformou a esfera de GLP em uma verdadeira “panela
de pressão”. Os trabalhadores estavam resfriando a esfera, mas esta ficou rubra até
explodir.

Revap
Escapamento de gás sulfídrico (H2S) ocorrido na Refinaria Henrique Lage – São Paulo, em
26/08/1981, que matou 10 pessoas, nove instantaneamente. O acidente foi gerado por
uma operação de urgência na Unidade de Craqueamento Catalítico. Todos que foram
atingidos pelo gás caíram imediatamente. O acidente poderia ter sido evitado, uma vez que
a Unidade de Craqueamento Catalítico já havia apresentado problemas mais de duas horas
antes de sua ocorrência.

PUC - CHEVRON 40
Baía de Guanabara
A Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, sofreu um dos seus piores desastres naturais, em
18/01/2000, com o rompimento de um duto da Petrobras, que conduzia óleo bruto para a
refinaria em Duque de Caxias (RJ). Foram despejados cerca de 1,3 milhões de litros de óleo,
provocando grande desastre ambiental.
A mancha se espalhou por mais de 50 quilômetros quadrados, atingindo o manguezal da
área de proteção (APA) de Guapimirim.

P-36
Duas explosões ocorreram em uma das colunas da plataforma na Bacia de Campos, em
15/03/2001. Segundo a Petrobras, 175 pessoas estavam no local no momento do acidente
das quais 11 morreram, todas integrantes da equipe de emergência da plataforma.
O acidente com a plataforma P-36 da Petrobras foi causado por erros de projetos,
manutenção e operação, segundo relatório da ANP – Agência Nacional do Petróleo e da
Marinha. A principal causa da explosão foi um problema no fechamento de uma válvula.
Entre as deficiências do projeto, está até a classificação da área onde se localizava o tanque
que explodiu que não era considerada como área de risco. De acordo com o relatório,
deveriam ser utilizados dispositivos de detecção e contenção de gás e equipamentos
resistentes a explosões.

PUC - CHEVRON 41
Desenvolvendo Ações para a Percepção de Risco

Todo trabalho tem seus riscos e o trabalhador deve conhecê-los, olhando a identificação do
perigo, e adotar comportamentos e atitudes que permitam a mitigação para a ocorrência
de acidentes.

Origem Perigo x Risco

De acordo com o Princípio da Precaução, alguns pontos são importantes:


• O trabalhador que relata tudo o que vê de anormal é muitas vezes um detector vivo
de alta capacidade acusando um problema potencial e, no mínimo, um criador de
oportunidades de aprimoramento do aprendizado em SST.
• Assumir os erros é muito mais eficiente do que não assumir. Reconhecer erros de
gestão, falhas de segurança, olhar para os erros do passado longínquo ou recente
são oportunidades de aprendizado.
• A análise do acidente deve ser encarada como parte da técnica de melhoria
contínua, pois, em um processo de conscientização, são fontes relevantes de
aprendizado. É importante destacar que esses acidentes devem propiciar
oportunidades de revisão de procedimentos, projetos, posturas comportamentais e
revisão do modelo de gestão adotado.

PUC - CHEVRON 42
Pode-se resumir a avaliação de risco da seguinte forma:

Avaliação dos Riscos

Se as medidas de controle aumentam, o risco diminui. Quanto mais


abrangentes forem as medidas de controle, menor será o risco!

As medidas de controle ou salvaguarda estão relacionadas com PREVENÇÃO e PROTEÇÃO!


Medidas de prevenção são as relacionadas com a proteção coletiva – colocação de guarda-
corpo, exaustores, ventiladores etc. – e reduzem a probabilidade de risco. Já as medidas de
proteção estão relacionadas com o trabalhador – uso de capacete, uso de cinto de segurança
etc. – e reduzem as consequências.
Para a realização de qualquer trabalho, as empresas devem adotar medidas para prevenir a
ocorrência de acidentes e proteger os trabalhadores. É preciso planejamento, capacitação
adequada e conhecimento dos riscos envolvidos e quais são as formas de prevenção.

Análise de Fatores e Técnicas de Risco


Na análise de fatores, são determinadas as técnicas para o gerenciamento de riscos e o
controle de perdas. Os fatores podem ser tecnológicos, econômicos e sociais.
Fatores tecnológicos – Realizam-se pelo desenvolvimento de processos mais complexos, uso
de novos materiais e substâncias em condições operacionais como pressão e temperatura
mais severas.

PUC - CHEVRON 43
Fatores econômicos – Relacionam-se com o aumento de escala das plantas industriais e a
permanente redução dos custos de processo, usando técnicas de gerenciamento de riscos.
Fatores sociais – Apresentam relevante importância quando há concentração demográfica
próxima às áreas industriais e uma organização social preocupada com a conservação do
meio ambiente e segurança da comunidade.
Algumas consequências da aplicação de técnicas modernas de gerenciamento de riscos e
controle de perdas:
• reformulação das práticas de gerenciamento de segurança industrial;
• revisão de práticas tradicionais e de códigos, padrões e regulamentações obsoletas;
• desenvolvimento de técnicas para identificação e quantificação de perigos;
• formulação de critérios de aceitabilidade de riscos;
• elaboração e implantação de sistemas de resposta para emergências.

Quando efetuar uma análise de risco?


A prática mostra que a análise de risco deve ser realizada:

1. Quando os riscos de uma atividade industrial não são conhecidos.


2. Quando podem ser antecipados problemas potenciais que resultam em
severas consequências em uma operação.
3. Quando são detectados repetidos problemas de acidentes com vítimas, com
lesões graves ou não, com danos às instalações e danos ao meio ambiente.
4. Quando as regras de segurança devem ser estabelecidas antes do início de
uma atividade ou quando as informações sobre os riscos devem ser obtidas
com cuidado.

PUC - CHEVRON 44
Existem fatores determinantes do tipo de análise, como:
• qualidade e profundidade de informação desejada;
• disponibilidade de informações atualizadas;
• custos da análise;
• tempo disponível antes que as decisões e as ações devam ser tomadas;
• disponibilidade de pessoal devidamente qualificado para assistir o processo.

Atenção!
A análise e avaliação de risco é um exercício orientado para a
quantificação da probabilidade de ocorrência desse risco e de suas
consequências e/ou gravidades. É direcionada para as áreas de maior
influência:
• Incêndio e/ou explosão;
• Vazamentos de produtos perigosos;
• Acidentes ou doenças para os trabalhadores;
• Acidentes com influência para o meio ambiente;
• Acidente para a comunidade;
• Ativos das organizações com interrupção de negócio, afetando
a imagem e reputação das empresas.

PUC - CHEVRON 45
Quais os passos de uma análise de riscos?
Uma análise de risco deve proceder com os seguintes passos:

1 Identificação da tarefa.
2 Formação da equipe de avaliação de risco – se a tarefa for simples, esse passo
pode ser feito por apenas uma pessoa.

3 Dividir a atividade em etapas.


4 Identificar possíveis perigos – potencial de causar danos.
5 Desenvolver soluções e medidas de controle para mitigar os perigos
identificados.

Desenvolvendo ações para a Análise de Risco da Tarefa


Na realização de uma tarefa, é importante identificar os perigos para análise
posterior dos riscos.
Para realizar essa análise, uma metodologia adaptada (Metodologia para
Avaliação de Riscos) e um formulário (Formulário de Análise para a Tarefa – APT)
podem ser muito úteis nas rotinas do dia a dia.

PUC - CHEVRON 46
Conheça essas ferramentas.
A Metodologia para Avaliação de Riscos é calculada pela seguinte fórmula:
CR = P x C
onde
CR – Categoria do Risco
P – Probabilidade
C – Consequência

PUC - CHEVRON 47
PROBABILIDADE CRITÉRIO PONTUAÇÃO
Em condições normais de trabalho, a exposição dos funcionários ao
BAIXA perigo é de alta probabilidade, porém os controles são seguidos de 1
forma rigorosa. A forma de exposição é diária e a área está
permanentemente monitorada.
Em condições normais de trabalho, a exposição dos funcionários é
MÉDIA mediana e de forma intermitente de exposição ao perigo, com médio 2
potencial de dano ao trabalhador ou às instalações, porém, os
controles são adequados.
Em condições normais de trabalho, a exposição dos funcionários é
baixa, porém necessita de controles mais rigorosos, com perigo
ALTA 3
potencial para causar danos ao trabalhador, ao meio ambiente ou as
instalações.

Classificação da Probabilidade

CONSEQUÊNCIAS CRITÉRIO PONTUAÇÃO

Implica danos superficiais. Não resulta em mais de um dia de trabalho


BAIXA perdido. Efeitos reversíveis e levemente prejudiciais à saúde. Danos à 1
propriedade mínimos, que não impedem sua capacidade produtiva.

Pode causar lesão física reversível ou doença ocupacional com


incapacidade temporária para o trabalho. Afastamento do trabalho
MÉDIA superior a um dia e menos que 15 dias. Causa danos à propriedade 2
com paralisação parcial/temporária da produção. Perda parcial do
equipamento ou instalação.

Pode causar lesão física grave, perda de membro, doenças


ocupacionais sérias ou morte. Afastamento superior a 15 dias ou
ALTA definitivo para o trabalho. Perda total ou parcial da capacidade de 3
produção da instalação com possíveis danos a propriedade e ao maio
ambiente.

Classificação da Consequência

Classificação dos Riscos: a classificação dos riscos é feita por meio de uma análise da probabilidade
da ocorrência do risco e a consequência do dano, avaliando cada etapa da tarefa.

PUC - CHEVRON 48
CLASSIFICAÇÃO VALOR da CR AÇÕES DE MITIGAÇÃO

Risco Baixo 1 ou 2 Registrar o risco e monitorar.

Risco
Moderado ou 3 ou 4 Elaborar procedimentos para prevenção e controle.
Substancial

Risco Elaborar procedimentos para prevenção e plano para atendimento a


6a9
Intolerável emergências, se for o caso, realizar obras de melhoria ou correção.

Nesta metodologia, durante a identificação dos riscos e dos danos para a classificação de risco (CR) não são
considerados os procedimentos e as medidas de controle que serão recomendadas.

Classificação dos Riscos

Planilha de Análise de Riscos: os dados são preenchidos no documento APT – Análise para a
Tarefa, usado para identificação, avaliação, quantificação e indicação das medidas de
controle dos riscos inerentes a determinadas atividades.
A APT está detalhada no formulário a seguir.

PUC - CHEVRON 49
ANÁLISE DE RISCO PARA A TAREFA
FORMULÁRIO
CONSULTORIA SMS
no xxx - 000
ART

Área ou Setor: Data: / /


/

Atividade Analisada:

Empregados que irão participar:

NOME MATRICULA ASSINATURA

Categoria de Risco
(*) Medidas de
Etapa do Evento Perigo Consequência / Dano
Controle
P C CR

PUC - CHEVRON 50
Medidas Coletivas mitigação dos riscos assinalados:

(conforme a Planilha acima)

Medidas de Caráter Administrativo ou Organizacional:

(conforme a Planilha acima)


Equipamentos de Segurança Individual (EPI) necessários para a execução da Tarefa:

(conforme a Planilha acima)

Luva PRO3202f Protetor Auditivo Capacete Outros.

CA xxx Indicar os necessários conforme


CA: xxx CA: xxx
Medidas de Controle da a Análise de
Riscos.

Recomendações Permanentes de Segurança:

- A tarefa só pode ser executada se forem atendidas as medidas de proteção e neutralização dos

riscos desta APT.

- Se não for seguro, não faça e nem deixe fazer.


- Na dúvida na execução de qualquer tarefa, PARE e comunique ao Supervisor.

Exigências Legais do MTE.

Como estabelecido na NR 01 da Portaria 3.214, de 08/06/1978 do MTE, alterada pela Portaria n.º 84,
de 04/03/2009. D.O.U. de 12/03/09.

...

1.7 Cabe ao empregador:

PUC - CHEVRON 51
...

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados (dos riscos
e forma de prevenção) por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos;

c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)

I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

...

1.8 Cabe ao empregado:

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de
serviço expedidas pelo empregador;

b) usar o EPI fornecido pelo empregador;

1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.
(Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83).

Aprovação do Supervisor

Nome: ................................................................................

Matrícula: ...........................................................................
Assinatura: .........................................................................

Conhecimento do Técnico de Segurança do Trabalho.

Nome: ................................................................................

Matrícula: ...........................................................................
Assinatura: .........................................................................

Aprovação do Gerente / Líder (somente nos casos de CR – Intolerável).

Nome: .............................................................

Matrícula: ........................................................

PUC - CHEVRON 52
Assinatura: ......................................................
(*) Para calcular o CR utilizar a Metodologia para Análise de Riscos

ESTUDO DE CASO 2
Este Estudo de Caso se refere ao acidente na Refinaria Duque de Caxias, Rio de Janeiro,
ocorrido em 30/03/1972.
Durante a operação de rotina de drenagem da esfera de GLP, o operador, seguindo ordens
de seus superiores, abriu a válvula de fundo para drenagem da esfera de GLP. O que segue
relatado tem como base fatos colhidos daquela época em que era usual manter um bloqueio
simples, ou seja, existia apenas uma válvula de dreno na parte inferior da esfera.
Após a drenagem da água, devido à saída de gás pelo dreno, a válvula congela e não pôde
mais ser fechada, isso porque o operador se afastara por momentos para verificar uma outra
atividade.
Não se sabe a origem, porém uma fonte de ignição determinou uma explosão e lançamento
de fragmentos. O incêndio transformou a esfera de GLP em uma verdadeira “panela de
pressão” mesmo com o trabalho dos brigadistas que estavam resfriando a esfera. Porém, a
esfera ficou rubra até explodir. Em consequência, 38 óbitos, incluindo brigadistas que foram
para o local para combater o incêndio.
Considerando os conceitos estudados, que medidas administrativas e/ou técnica de
gerenciamento de riscos e controle de perdas você poderia sugerir? Considere os seguintes
aspectos de análise:
• as práticas operacionais para trabalho de rotina na Unidade de Operação;
• as medidas e necessidade de revisão de procedimentos operacionais padrões e
regulamentações;
• as técnicas ou medidas administrativas adequadas para a identificação e quantificação
de perigos deste nível;
• os critérios de aceitabilidade de riscos para atividades semelhantes.

PUC - CHEVRON 53
Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais –
PPRA
Conceituação e aplicação do PPRA
A elaboração do PPRA tem como meta a busca pela preservação da saúde e da integridade
física dos trabalhadores com o desenvolvimento das etapas de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais que existem nos ambientes de
trabalho.
O documento é uma atividade permanente, realizada com avaliações sistemáticas e
repetitivas da exposição aos riscos, tendo integração com o Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional – PCMSO.
O PPRA tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por
meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas para cada área, com a responsabilidade da
empresa e com a participação dos trabalhadores, direcionadas de acordo com as
características dos agentes de riscos ocupacionais ou ambientais.
São considerados agentes de riscos ocupacionais ou ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos nos ambientes de trabalho que causam danos à saúde do trabalhador por causa
de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição.

Agentes de riscos físicos


São as diversas formas de energia a que os trabalhadores possam estar expostos – ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não
ionizantes.
Agentes de riscos químicos
Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória na forma de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores que possam
ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pela pele ou por ingestão.
Agentes de riscos biológicos
São bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoário, vírus entre outros.

PUC - CHEVRON 54
Além desses agentes de riscos, também são considerados agravantes à saúde dos
trabalhadores os agentes de riscos ergonômicos e de acidente.
A nocividade de um agente é um fator de controle dos riscos. Para saber qual a nocividade
de um ambiente de trabalho, é importante que a medição da concentração dos agentes de
riscos seja mantida abaixo dos limites de tolerância estabelecidos pela legislação.

Saiba mais
Nocividade é quando existe uma combinação de substâncias, energia e
demais fatores de riscos reconhecido que causam danos à saúde ou
integridade física do trabalhador em suas atividades.

Outro fator de controle que as empresas precisam ter atenção é a permanência do


trabalhador na presença de agente de risco nocivo à saúde. A permanência deve
ser de forma ocasional ou intermitente, de acordo com a tarefa, e que não cause
danos à saúde do trabalhador.

Em atendimento às exigências técnicas, toda empresa deve manter um Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, contemplando as etapas a seguir:
a) antecipação e reconhecimentos dos agentes de riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos agentes de riscos;
f) registro e divulgação dos dados.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA devem ser


feitos pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT ou por equipe capaz de desenvolver os dispositivos legais.

PUC - CHEVRON 55
O reconhecimento dos agentes de riscos ambientais é de máxima importância e deve conter:
• a identificação;
• a determinação e a localização das possíveis fontes geradoras;
• a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no
ambiente de trabalho;
• a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;
• a caracterização das atividades e do tipo de exposição;
• a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
• os possíveis danos à saúde relacionada aos riscos identificados, disponíveis na
literatura técnica;
• a descrição das medidas de controle já existentes.

O Equipamento de Proteção Individual – EPI faz parte de um programa de prevenção, pois


seu uso elimina ou neutraliza a nocividade do agente de risco à saúde do trabalhador. Sua
seleção deve estar adequada tecnicamente ao risco que o trabalhador estará exposto e à
atividade exercida.
As orientações de prevenção com o uso do EPI devem incluir um programa de treinamento
dos trabalhadores para a correta utilização, com orientações sobre a proteção, normas, uso,
guarda, conservação, manutenção, reposição e identificação para os agentes de riscos
ambientais.

O PPRA deve estabelecer atividades e etapas, considerando os seguintes aspectos:


1. Reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho.
2. Avaliações qualitativas dos riscos.
3. Medidas de controle existentes: técnicas, administrativas/organizacionais,
equipamentos de proteção coletiva e individual.
4. Sugestões de medidas mitigadoras complementares.
5. Cronograma de ação para avaliação quantitativa dos agentes indicados.

PUC - CHEVRON 56
6. Divulgação do PPRA/DA (Demonstração Ambiental) para CIPA e demais setores da
unidade.
7. Acompanhamento e controle das medidas sugeridas.
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
O PCMSO tem a finalidade de prevenir o surgimento de doenças ocupacionais,
estabelecendo os exames médicos que os candidatos a emprego e os funcionários da
empresa serão submetidos. Deve estar articulado com o PPRA.
Esse Programa deve ser coordenado por um médico do trabalho, do SESMT da empresa ou
não, que terá entre suas obrigações a emissão e o controle dos documentos:
• ASO – Atentado de Saúde Ocupacional.
• CAT – Comunicado de Acidente do Trabalho.

Saiba mais
É importante ressaltar que são obrigatórios os seguintes exames
médicos:
a) Exame médico admissional;
b) Exame médico periódico;
c) Exame médico de retorno ao trabalho;
d) Exame médico para mudança de função;
e) Exame médico demissional.

Atividades e operações insalubres


As atividades ou operações insalubres são aquelas que se desenvolvem acima dos limites de
tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12 da NR 15. Também há outras atividades
insalubres que são comprovadas por meio de lauda de inspeção do local de trabalho, de
acordo com os anexos nº 7, 8, 9 e 10.
Limite de tolerância, de acordo com essa Norma, é a concentração ou intensidade máxima
ou mínima, da natureza ou do tempo de exposição ao agente, que não provocará danos à
saúde do trabalhador.
O trabalho em condições insalubre garante ao trabalhador um adicional sobre o salário
mínimo da região equivalente a:

PUC - CHEVRON 57
a) 40% para insalubridade de grau máximo;
b) 20% para insalubridade de grau médio;
c) 10% para insalubridade de grau mínimo.

ANEXO ATIVIDADES OU OPERAÇÕES QUE EXPONHAM O TRABALHADOR PERCENTUAL


1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites 20%
de tolerância fixados no Quadro constante do Anexo 1 e no
item 6 do mesmo Anexo.
2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância 20%
fixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2.
3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos 20%
limites de tolerância fixados nos Quadros 1 e 2.
4 Níveis de iluminamento inferiores aos mínimos fixados no REVOGADO
Quadro 1.
5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior 40%
Quadro aos limites de tolerância fixados neste Anexo. da NR
15 que 6 Ar comprimido. 40% fixa os
7 Radiações não ionizantes consideradas insalubres em 20%
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho
8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de 20%
inspeção realizada no local de trabalho.
9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção 20%
realizada no local de trabalho.
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção 20%
realizada no local de trabalho.
11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos 10%, 20% e 40%
limites de tolerância fixados no Quadro 1.
12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos 40%
limites de tolerância fixados neste Anexo.
13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, 10%, 20% e 40%
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada
no local de trabalho.
14 Agentes biológicos. 20% e 40%
adicionais de insalubridade

Atividades e operações perigosas


São atividades e operações que constam dos anexos da NR 16 e estabelece em linhas gerais:

PUC - CHEVRON 58
a) O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador um
adicional de 30% sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participação nos lucros da empresa.
b) O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
c) É responsabilidade do empregadora a caracterização ou descaracterização da
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho, de acordo com a legislação em vigor.
d) Para fins legais, são atividade ou operações perigosas as executadas com explosivos
sujeitos a:
i. Degradação química ou autocatalítica.
ii. Ação de agentes exteriores como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos
sísmicos, choque e atritos.
e) Operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em
quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade,
exceto o transporte em pequenas quantidades – até o limite de 200 litros para os
inflamáveis líquidos e 135 quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.

Ergonomia no Escritório e na Atividade Operacional

Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho onde existe


interações entre seres humanos e máquinas. Seu principal objetivo é desenvolver e aplicar
técnicas de adaptação do homem no trabalho e maneiras eficientes e seguras para
desempenhar esse trabalho, com foco na otimização do bem-estar e com aumento da
produtividade.
Trata da prevenção dos acidentes laborais no corpo, sugere a criação de locais adequados e
de apoio ao trabalho, além de criar métodos laborais adequados aos trabalhadores. Usar
soluções ergonômicas no trabalho pode aumentar os níveis de satisfação, eficácia e
eficiência do trabalhador.

PUC - CHEVRON 59
Uma análise adequada das condições ergonômicas avalia os seguintes itens básicos:
• identificação do posto de trabalho avaliado;
• função e atividade no posto de trabalho;
• croquis, desenhos ou fotos do posto de trabalho;
• dados sobre:
- condições ambientais (calor, ruído, iluminação, sinalização etc.);
- mobiliário e equipamento do posto de trabalho;
- atividades de levantamento, transporte e descarga individual de material;
- movimentação (postura, espaço, alcances físicos e visuais);
- organização do trabalho.

A metodologia a ser empregada, na análise ergonômica, deve conter as seguintes fases:


a) Coleta de dados administrativos e operacionais;
b) Avaliação dos postos de trabalho;
c) Avaliação das atividades desenvolvidas com uso de lista de verificação (checklists);
d) Elaboração do Grupo Similares de Exposição – GSE;
e) Entrevista com os funcionários;
f) Quantificação dos agentes de riscos ambientais;
g) Comparação entre os dados encontrados e as experiências ergonômicas;
h) Análise e avalição dos resultados;
i) Recomendações.

Saiba mais
A formação dos Grupos Similares de Exposição – GSE corresponde a
um grupo de trabalhadores que experimentam exposição
semelhante a um determinado agente de risco. O resultado
fornecido pela avaliação da exposição é representativo para todos
os trabalhadores que compõem o mesmo grupo.

Para a análise ergonômica das atividades operacionais, deve-se utilizar um questionário


que permita o mapeamento do:
I. conforto posicional;

PUC - CHEVRON 60
II. conforto motor-operacional;
III. conforto psico-organizacional
IV. conforto climático (sobrecarga térmica);
V. conforto visual e conforto auditivo.

Posto de Trabalho: Área administrativa no casario e área operacional do convés principal.

Superintendente de Manutenção

Superintendente da Marinha
GSE 1
Superintendente de Produção.

Função do GHE Analisada: Superintendente de Produção

Jornada de Trabalho: 12 horas

Postura para a realização


Posição sentado (4 h) e em pé (8 h).
da tarefa:

(Resumo) Gerencia e controla a produção para garantir o funcionamento seguro e


eficiente de todas as instalações de processos e operações. Responsável pela
operação, monitoramento de condição e resolução de problemas da planta de
processo da CCR – Central Control Room (Sala de Controle Central), sistemas de
Descrição de Função serviço e equipamentos relevantes. Responsável pela operação de sistemas de
Analisada: controle de segurança. Responsável pela operação, monitoramento e resolução de
problemas de sistemas de controle de poços. Responsável pelo monitoramento e
resolução de problemas do turret/equipamentos “giratórios”. Responsável pela
planta de processo, Sala de Controle Central e sistemas subaquáticos de operações
de start up e shut down.

PUC - CHEVRON 61
No próximo módulo, serão abordados os seguintes temas:

1. Permissão para Trabalho.


2. Análise de Segurança do Trabalho – AST.
3. Trabalho em Altura.
4. Trabalho a Quente.
5. Trabalho em Espaço Confinado.
6. Trabalho com Guindaste.
7. Riscos com Atividades Elétricas.

PUC - CHEVRON 62
GESTÃO DE SEGURANÇA
E SAÚDE NO TRABALHO

Módulo III – PLANEJAMENTO E


CONTROLE DAS ATIVIDADES DE
RISCO – PARTE I

PUC - CHEVRON 63
No terceiro módulo do curso Gestão de Segurança e
Saúde no Trabalho, serão abordados os seguintes
tópicos:

5. Permissão para Trabalho.


6. Análise de Segurança do Trabalho – AST.
7. Trabalho em Altura.
8. Trabalho a Quente.

PUC - CHEVRON 64
INTRODUÇÃO 66

PERMISSÃO PARA TRABALHO 67

MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO 69


TRABALHO CONCLUÍDO 69
VALIDADE 69
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO 70
MONITORAMENTO E VERIFICAÇÃO 70
AUDITORIA 70
LOCAIS DE EXIBIÇÃO E GUARDA 71
REQUISITOS PARA TREINAMENTO 71

ANÁLISE DE SEGURANÇA DO TRABALHO – AST 72

TRABALHO EM ALTURA 73

DEFINIÇÕES 73
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA 75
RESPONSABILIDADE DOS TRABALHADORES 76
CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO 76
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO 77

PUC - CHEVRON 65
Introdução
As organizações desenvolveram metodologias de gerenciamento de riscos, buscando
controle de processos, redução de incidentes de grande magnitude, melhorias contínuas nos
processos, segurança da força de trabalho e preservação do meio ambiente.
O desenvolvimento dessas metodologias fez surgir diversas ferramentas que serão
abordadas neste módulo.
O bom desempenho das empresas em relação à segurança ocorre por conta de sistemas de
gestão estruturados, com foco na disciplina operacional, no alcance de resultados e no
atendimento aos requisitos legais.

Importante!
O controle de risco é de responsabilidade da liderança e deve ser
conduzido e suportado exclusivamente por ela.

São muitas as obrigações da empresa para cumprir as leis referentes à


segurança e saúde, sendo uma delas informar aos trabalhadores os riscos
profissionais que possa se originar nos locais de trabalho e quais os meios para
prevenir e limitar tais riscos e que medidas são adotadas pela empresa.
Para atender esse requisito, é preciso planejar e controlar algumas das principais
atividades que envolvem riscos para a segurança e a saúde do trabalhado em
atividade offshore, que podem ser aplicadas para instalações industriais onshore.

PUC - CHEVRON 66
Permissão para Trabalho

Uma Permissão de Trabalho (PT) é um procedimento operacional padrão (POP) que


assegura, por escrito, a identificação dos perigos, a avaliação dos riscos e as medidas para a
mitigação de uma tarefa.
Documento legal de responsabilidade da empresa, é estabelecido para as atividades que,
para serem executadas, precisam de ação de planejamento, preparação e execução do
trabalho de maneira segura e controlada.

Saiba mais
A PT tem por objetivo garantir a informação que os perigos
associados a um determinado trabalho sejam totalmente
identificados pelo trabalhador e que os seus riscos estejam
controlados antes do início do trabalho com a implementação de
medidas de controle apropriadas.

Importante!
A Permissão de Trabalho deve informar a atividade que será
executada, especificando o perigo – qual o potencial de causar
danos ao trabalhador, ao meio ambiente ou ao processo –,
relacionando se há impacto sobre outras atividades que possam
estar ocorrendo no ambiente de trabalho.
Deve ser aplicada para todos os empregados da empresa e será
elaborada quando o trabalho afetar de forma negativa a segurança,
o meio ambiente, a saúde, a eficiência ou a confiabilidade dos
equipamentos, empregados e/ou ativos envolvidos.

PUC - CHEVRON 67
Para não sobrecarregar as rotinas de trabalho, devem ser estabelecidos limites de atuação
para uma PT que NÃO deve se aplicar a:
a) Atividades de baixo risco em locais ou condições de pouca exposição, nas quais o
trabalhador deve utilizar documentos auxiliares como listas de verificação (check list)
para fazer a identificação dos perigos antes de iniciar o trabalho.
b) Atividades executadas de acordo com os procedimentos operacionais de rotina,
incluindo:
• início das atividades normais de um equipamento;
• desligamento normal do equipamento;
• manutenção ou verificação preventiva de equipamento pelo
operador de produção;
• calibração ou regulagem dos equipamentos.

Geralmente são utilizadas as seguintes definições de atividades em uma PT:


• Solicitante – Quem solicita a PT, sendo normalmente o empregado que irá executar
o trabalho definido pela Permissão.
• Emitente da PT – Um ou mais empregados qualificados – competência e
treinamentos adequados –, responsáveis pelo preenchimento da PT, com
conhecimento da área onde o trabalho será realizado.
• Testador de Gás – Funcionário treinado e competente no uso de equipamento
portátil de teste de gás para verificação de atmosferas perigosas no local de trabalho.
Geralmente é um Especialista ou Técnico de Segurança de Trabalho.
• Análise de Segurança do Trabalho – AST – Ferramenta para analisar os riscos de uma
tarefa. Identifica os perigos específicos do local do trabalho, baseada em uma revisão
das avaliações feitas na área operacional. Análise de risco de forma qualitativa que
avalia o que pode falhar ou acontecer de errado, quais as consequências de cada
evento, a probabilidade e a gravidade. A partir da análise são determinadas as
medidas de mitigação.
• Aprovador das Permissões de Trabalho – Empregado habilitado treinado e autorizado
pela empresa a rever e, quando aplicável, assinar e aprovar o documento PT.

PUC - CHEVRON 68
Mudanças nas condições de trabalho
Quando as mudanças no ambiente de trabalho forem consideradas significativas, ou
ocasionarem condições de trabalho fora do escopo planejado inicialmente na PT original –
uma emergência, problema operacional ou outras condições climáticas anormais etc. –, o
trabalho deve ser interrompido e a PT cancelada.
Uma nova Análise de Segurança de Trabalho – AST deve ser realizada para dar
prosseguimento ao trabalho.

Trabalho concluído
Ao finalizar o trabalho, o solicitante, o supervisor da área e o responsável pela PT devem
assinar a permissão, informando que o trabalho foi concluído e que todos os dispositivos de
isolamento de segurança estão operacionais.

Validade
A validade de um Permissão de Trabalho dura, normalmente, 12 horas, mas cada empresa
adota critério específico para a validação.
O que se observa é que, na atividade offshore, se for necessário, a PT pode ser estendida ou
renovada diariamente até sete dias – a mesma permissão pode ser usada para cobrir um
trabalho por até seis dias consecutivos, em turnos de trabalho diurnos e noturnos –,
seguindo o processo de aprovação e revisão da análise de risco específica para o trabalho.

Saiba mais
Cada extensão ou revalidação da PT tem validade SOMENTE um
turno de trabalho. Após seis dias de extensões consecutivas, uma
nova permissão deve ser emitida, seguindo os passos para sua
aprovação e liberação, sendo o local de trabalho inspecionado pelo
supervisor da área, pelo técnico de segurança e pelo especialista.

PUC - CHEVRON 69
Suspensão da execução
A suspensão de uma Permissão de Trabalho ocorre quando:
• o alarme geral de uma unidade offshore for ativado;
• qualquer problema operacional for detectado e possa prejudicar a
segurança se o trabalho continuar;
• uma condição ambiental afetar a condição de segurança do ambiente
onde o trabalho está sendo executado.

Importante!
Uma PT suspensa deve ser exibida em um quadro de aviso e deve
ser marcada com a palavra SUSPENSA. O supervisor da área e o
técnico de segurança devem confirmar a suspensão. Os demais
empregados envolvidos com a permissão, devem ser notificados.
Monitoramento e verificação
Durante a execução de um trabalho, o técnico de segurança ou outro empregado qualificado
deve monitorar e verificar se a tarefa está sendo executada de forma segura e de acordo
com as condições indicadas na PT.
Se forem identificadas condições inseguras ou fora dos padrões previamente estabelecidos,
esses profissionais devem comunicar imediatamente a liderança para as ações corretivas.

Todos os locais de trabalho que tenha uma PT devem ser monitorados, no mínimo uma vez
por turno, usando a lista de verificação específica para a permissão.

Auditoria
Uma auditoria de amostra das permissões em uso pode e deve ser auditada para comparar
com os padrões estabelecidos pela empresa. Tudo que for constatado ou avaliado como fora
dos padrões deve ser compartilhado com as lideranças operacionais para que possam ser
estabelecidas medidas de controle e correção.

PUC - CHEVRON 70
É importante ressaltar que as auditorias precisam ter periodicidade semanal ou quinzenal,
sendo analisadas e suportadas pela liderança.
Devem ser realizadas por equipe multidisciplinar para garantir a independência e a
imparcialidade, usando listas de verificação (checklist).

Locais de exibição e guarda


Locais de exibição
Para que a força de trabalho acompanhe e esteja preparada, é importante que tenha acesso
à documentação da Permissão de Trabalho.
Também deve ser mantida uma cópia da permissão no local de trabalho.

Guarda
O período de guarda da PT varia de acordo com a política de cada empresa, podendo ser de
três a 12 meses.
Caso ocorra acidente/incidente associado à permissão, deve ser guardada por 20 anos e uma
cópia deve ser anexada ao relatório de acidentes/incidentes.

Requisitos para treinamento


Os empregados envolvidos no processo e na execução da PT devem possuir os requisitos de
competência para as funções por meio de treinamento específico, que deve ser formalmente
registrado e com avaliações anuais.

PUC - CHEVRON 71
Análise de Segurança do Trabalho – AST

A Análise de Segurança do Trabalho – AST é o estudo que determina os riscos que poderão
estar presentes na fase operacional. Acontece na concepção ou desenvolvimento inicial de
um sistema ou trabalho a ser desenvolvido.
Esta ferramenta tem como objetivo consolidar, na cultura organizacional, o valor de verificar,
identificar e eliminar o risco antes de iniciar a tarefa.

Para cada etapa da AST, busca-se determinar:


• o potencial de causar danos;
• a consequência do dano;
• a probabilidade de sua ocorrência;
• as consequências da ocorrência dos eventos;
• a categoria de risco;
• os modos de prevenção das causas básicas e eventos intermediários;
• os modos de proteção e controle em ocorrência das causas básicas e eventos
intermediários.

Uma estimativa qualitativa preliminar do risco associado a cada sequência de eventos é


realizada a partir da estimativa da frequência e da severidade da ocorrência na planilha AST,
cuja categoria de risco – CR deve ser calculada como demonstrado na Metodologia para
Avaliação de Riscos apresentada no Módulo II.

PUC - CHEVRON 72
Trabalho em Altura

O trabalho em altura é regulamentado pela NR 35 da Portaria nº 3.214 do TEM, que


estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para a tarefa, envolvendo o
planejamento, a organização e a execução, visando garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente na atividade.
É considerado trabalho em altura toda atividade executada acima de 2 m do nível inferior,
onde haja risco de queda.

Definições
Absorvedor de energia
Dispositivo destinado a reduzir o impacto transmitido ao corpo do trabalhador e sistema de
segurança durante a contenção da queda.
Análise de Risco – AR
Avaliação dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de controle.
Atividades rotineiras
Atividades habituais, independente da frequência, que fazem parte do processo de trabalho
da empresa.
Cinto de segurança tipo paraquedista
Equipamento de Proteção Individual utilizado para trabalhos em altura onde haja risco de
queda, constituído de sustentação na parte inferior do peitoral, acima dos ombros e envolto
nas coxas.
Condições impeditivas
Situações que impedem a realização ou continuidade do serviço que possam colocar em risco
a saúde ou a integridade física do trabalhador.
Fator de queda
Razão entre a distância que o trabalhador percorreria na queda e o comprimento do
equipamento que irá detê-lo.

PUC - CHEVRON 73
Influências externas
Variáveis que devem ser consideradas na definição e na seleção das medidas de proteção
para segurança das pessoas, cujo controle não é possível implementar de forma antecipada.
Permissão de Trabalho – PT
Documento escrito contendo conjunto de medidas de controle, visando o desenvolvimento
de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate.
Ponto de ancoragem
Ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexão de dispositivos de segurança,
tais como cordas, cabos de aço, trava-queda e talabartes.
Profissional legalmente habilitado
Trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.
Riscos adicionais
Todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos existentes no trabalho em altura,
específicos de cada ambiente ou atividade que, direta ou indiretamente, possam afetar a
segurança e a saúde no trabalho.
Sistemas de ancoragem
Componentes definitivos ou temporários, dimensionados para suportar impactos de queda,
aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual,
diretamente ou usando outro dispositivo, para que permaneça conectado em caso de perda
de equilíbrio, desfalecimento ou queda.
Suspensão inerte
Situação em que um trabalhador permanece suspenso pelo sistema de segurança até o
momento do socorro.
Talabarte
Dispositivo de conexão de um sistema de segurança, regulável ou não, para sustentar,
posicionar e/ou limitar a movimentação do trabalhador.

PUC - CHEVRON 74
Trabalhador qualificado
Trabalhador que comprove conclusão de curso específico para sua atividade em instituição
reconhecida pelo sistema oficial de ensino.
Trava-queda
Dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com
movimentação vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão de segurança para
proteção contra quedas.

Responsabilidade da empresa
A empresa tem que garantir a implementação de medidas de proteção estabelecidas na
legislação específica, além de assegurar a realização da AST e, quando aplicável, a emissão
da PT, atendendo aos seguintes requisitos:

a) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em


altura;
b) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
c) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de
proteção estabelecidas na legislação pelas empresas contratadas;
d) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de
controle;
e) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas
de proteção definidas na legislação;
f) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição
de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível;
g) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em
altura;

PUC - CHEVRON 75
h) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
i) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista na legislação.

Responsabilidade dos trabalhadores


Os empregados também possuem responsabilidades, entre as quais estão:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os
procedimentos expedidos pelo empregador;
b) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas na legislação;
c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem
evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas,
comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que tomará as medidas
cabíveis;
d) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas
ações ou omissões no trabalho.

Capacitação e treinamento
O empregador deve oferecer um programa de capacitação dos trabalhadores para realizar o
trabalho em altura. SOMENTE será considerado capacitado o trabalhador que for submetido
e aprovado em treinamento técnico, teórico e prático, com carga horária mínima de oito
horas.

O conteúdo programático deve incluir, no mínimo:


a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
b) análise de risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

PUC - CHEVRON 76
e) Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de
primeiros socorros.

O treinamento deve ser bienal e sempre que ocorrer quais quer das situações seguintes:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;
c) retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias;
d) mudança de empresa.
Com carga horária mínima de oito horas, o conteúdo do treinamento bienal será definido
pelo empregador.

A empresa deve garantir que o treinamento seja ministrado por instrutores com
comprovado conhecimento no tema.
Também deve manter os registros e controlar a realização desses treinamentos, usando
ferramentas como matriz de treinamento, onde são registrados os treinamentos
corporativos, regulatórios e de capacitação técnica.
O certificado deve ser emitido ao final do treinamento com o nome do trabalhador,
conteúdo programático, carga horária, data, local de realizado, nome e qualificação dos
instrutores e assinatura do responsável.
A capacitação deve ser inserida no registro do trabalhador que receberá o certificado,
ficando uma cópia arquivada na empresa.

Planejamento, organização e execução


Todo trabalho em altura precisa ser planejado, organizado e executado por profissional
capacitado e autorizado – por autorizado entende-se o trabalhador cujo estado de saúde

PUC - CHEVRON 77
foi avaliado e considerado apto para executar a atividade e com autorização formal da
empresa.
Saiba mais
A avaliação do estado de saúde dos trabalhadores com atividades
em altura deve garantir que:
a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes
integrantes do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO, devendo estar nele consignados;
b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os
riscos envolvidos em cada situação;
c) seja realizado exame médico voltado às patologias que
poderão originar mal súbito e queda de altura, considerando
também os fatores psicossociais;
d) em instalações offshore, exames sistemáticos de avaliação
são feitos a bordo por profissionais da área de saúde que
monitoram e registram os colaboradores que
desempenharam essas atividades.

Importante!
A aptidão para o trabalho em altura deve ser indicada no Atestado
de Saúde Ocupacional – ASO do trabalhador. A empresa deve
manter o cadastro atualizado para permitir conhecer a
abrangência da autorização de cada trabalhador para o trabalho
em altura.
Para o trabalho em altura, devem ser adotadas as medidas de acordo com a seguinte
hierarquia:
a) avaliação de medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio
alternativo de execução;
b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de
execução do trabalho de outra forma;

PUC - CHEVRON 78
c) medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de queda não puder
ser eliminado.
A Análise de Segurança do Trabalhador – AST deve preceder todo trabalho em altura para
considerar, além dos riscos inerentes à tarefa:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção
coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos
fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma
a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
m) a forma de supervisão;
n) desmobilização das atividades e equipamentos.

Quando os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, acessórios e sistemas


de ancoragem apresentarem defeitos, degradação, deformações ou sofrerem
impactos de queda, devem ser inutilizados e descartados, exceto se a
restauração for prevista em normas técnicas nacionais ou, na ausência,
normas internacionais.

PUC - CHEVRON 79
O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e com o dispositivo para
conexão em sistema de ancoragem. Esse deve ser estabelecido pela AST,
sendo obrigatório o trabalhador permanecer conectado ao sistema durante
todo o período de exposição ao risco de queda.
Nos cenários de trabalho em altura, a instalação deve possuir equipe de
resgate e plano de emergência.
Exercício simulados também devem ser realizados semanalmente para treinar
as equipes de resgate, identificando e promovendo oportunidades de
melhorias.

PUC - CHEVRON 80
No próximo módulo, serão abordados os seguintes temas:

1. Trabalho em Espaço Confinado.


2. Trabalho com Guindaste.
3. Riscos com Atividades Elétricas.

PUC - CHEVRON 81
GESTÃO DE SEGURANÇA
E SAÚDE NO TRABALHO

Módulo IV – Planejamento e
Controle das Atividades de Risco –
Parte II

PUC - CHEVRON 82
No terceiro módulo do curso Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho,
serão abordados os seguintes tópicos:

10. Trabalho em Espaço Confinado.


11. Trabalho com Guindaste.
12. Riscos com Atividades Elétricas.

PUC - CHEVRON 83
86INTRODUÇÃO 86

TRABALHO A QUENTE 87

PONTOS DE ATENÇÃO 88
PREPARAÇÃO PARA TRABALHO A QUENTE 89
MÁQUINAS DE SOLDAR/EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 911
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DE TRABALHO A QUENTE EM TANQUES 91
ENTRADA NO TANQUE 92
PT DE TRABALHO A QUENTE E CERTIFICADO DE ENTRADA 93

TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO 94

RESPONSABILIDADES DA EMPRESA 94
RESPONSABILIDADES DOS TRABALHADORES 95
EXECUÇÃO DE TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS 95
MEDIDAS TÉCNICAS DE PREVENÇÃO 99
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS DE CONTROLE 99
MEDIDAS PESSOAIS 101
CAPACITAÇÃO PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS 102
PREPARAÇÃO DE EMERGÊNCIA E SALVAMENTO 103

OPERAÇÕES COM GUINDASTES 104

MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 104


INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS 105
PROCEDIMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 107
SINALIZAÇÃO 109
REQUISITOS GERAIS DO GUINDASTE 109
PUC - CHEVRON 84
REQUISITOS GERAIS DE OPERAÇÃO DO GUINDASTE 111
CARGAS DIFÍCEIS OU PESADAS 111
REQUISITOS DE OPERAÇÃO DE GUINDASTES OFFSHORE 112
INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO E REPARO DE GUINDASTES 114
SINAIS MANUAIS E OUTRAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO 114

RISCOS COM ATIVIDADES ELÉTRICAS 115

MEDIDAS DE CONTROLE DE CARÁTER GERAL 115


MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA 117
MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 117
HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES 118
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO 119
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 119
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO 120
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA 120

PUC - CHEVRON 85
Introdução
As organizações desenvolveram metodologias de gerenciamento de riscos, buscando
controle de processos, redução de incidentes de grande magnitude, melhorias contínuas nos
processos, segurança da força de trabalho e preservação do meio ambiente.
O desenvolvimento dessas metodologias fez surgir diversas ferramentas que serão
abordadas neste módulo.
O bom desempenho das empresas em relação à segurança ocorre por conta de sistemas de
gestão estruturados, com foco na disciplina operacional, no alcance de resultados e no
atendimento aos requisitos legais.

Importante!
O controle de risco é de responsabilidade da liderança e deve ser
conduzido e suportado exclusivamente por ela.

São muitas as obrigações da empresa para cumprir as leis referentes à


segurança e saúde, sendo uma delas informar aos trabalhadores os riscos
profissionais que possa se originar nos locais de trabalho e quais os meios para
prevenir e limitar tais riscos e que medidas são adotadas pela empresa.
Para atender esse requisito, é preciso planejar e controlar algumas das principais
atividades que envolvem riscos para a segurança e a saúde do trabalhado em
atividade offshore, que podem ser aplicadas para instalações industriais onshore.

PUC - CHEVRON 86
Trabalho a Quente

Trabalho a quente é todo trabalho que gere energia ou fonte de calor capaz de servir de
ignição para uma combustão.

Nas atividades offshore, deve ter obrigatoriamente uma Permissão de Trabalho – PT e uma
Análise de Segurança do Trabalhador – AST.

A autorização para trabalho a quente deve ser dada pelo responsável pela PT no local onde
a tarefa será realizada e, junto com a AST, devem ser mantidas no local.
O supervisor ou o técnico de segurança precisa identificar o conteúdo do procedimento da
tarefa e deve designar um revisor para inspecionar o local de trabalho.
O procedimento da tarefa de trabalho a quente incluirá, pelo menos:
• registro do trabalho;
• escopo do trabalho;
• procedimento do trabalho a quente;
• preparações da área ANTES da autorização;
• deveres do vigia de incêndios e número exigido de vigias;
• intervalos de descanso e horário dos finais de turno;
• verificações diárias (isolamento, local do trabalho, atmosfera do tanque, equipamento
etc.)
• procedimentos de emergência;
• anexos (lista de isolamento, estado do tanque de carga/tanque de lastro, fotografias e/ou
desenhos da localização do trabalho, avaliação de risco, desenho de tubulação delimitada e
diagrama da instrumentação).

PUC - CHEVRON 87
Pontos de atenção
• Ao preparar a área onde o trabalho a quentes será realizado, deve ser analisada a
necessidade de emissão prévia de uma Permissão de Trabalho a Frio – para entrada
e verificação de um tanque ou equipamento na área.
• O trabalho a quente não é permitido durante descargas de óleo ou produto para
outras unidades ou navios. Nas unidades offshore, é importante analisar, por meio
de uma matriz, as operações simultâneas ou os trabalhos que estão em execução
na unidade.
• Após o especialista de segurança realizar a avaliação de gás no ambiente, o trabalho
a quente deve ser iniciado em até 30 minutos. Caso não seja, um novo teste de
gases deve ser conduzido ANTES de iniciar a tarefa.
• É de responsabilidade do especialista de segurança determinar a frequência dos
testes de gases durante o trabalho a quente, tendo como recomendação a
obrigatoriedade de monitoração contínua de gases durante a execução da tarefa.
• O especialista de segurança também deve realizar um teste de gás nas áreas
adjacentes ao local do trabalho a quente – distância de 15 metros (50 pés). A tarefa
não deve ser realizada se a avaliação indicar resultado maior que 0% e/ou se houver
resíduos de líquidos combustíveis presentes.
• Durante o trabalho a quente deve ser designado um vigia permanente para verificar
as condições da área.
• As PTs de trabalho a quente devem ser desenvolvidas em até 30 minutos após o
término, dando tempo para que o vigia possa verificar as condições do local e das
áreas adjacentes para onde faíscas e chamas possam ter se deslocado e deve
procurar por sinais de combustão.
• Caso o trabalho seja interrompido pelo técnico de segurança ou empregado
qualificado em função de condições climáticas, alarmes ou condições perigosas
imprevistas, a PT deve ser revalidada ANTES de o trabalho ser reiniciado.
• Para realizar trabalho com aparelhos não certificados em locais perigosos –
equipamento operado a bateria ou equipamento de monitoração de higiene
ocupacional etc. –, é necessária autorização especial do gerente de operações, além
de o empregado portar um detector de gases. Caso o alarme do detector soe, a

PUC - CHEVRON 88
tarefa deve ser interrompida imediatamente, a área deve ser evacuada e os
funcionários das instalações devem ser informados sobre o alarme.
• Se mais de duas medições dos gases estiverem acima do limite de explosividade
recomendado, uma uma planilha de registro de monitoração de gases deve ser
preenchida e anexada à PT, com, pelo menos, as seguintes informações: nome e
assinatura do especialista de segurança, hora em que o teste foi realizado e os
valores obtidos durante o teste.

Preparação para trabalho a quente


A preparação para a o trabalho a quente dependerá de onde a tarefa será realizada.
Em tanques de carga e de lastro contaminados por hidrocarbonetos, é necessário purgar a
atmosfera do tanque com gás inerte até que os testes atmosféricos indiquem que o
conteúdo de hidrocarboneto é inferior a 1% do volume.
Já os tanques de carga adjacentes – tanques com antepara longitudinal/transversal ou de
canto comum – deve ser:
• limpos, livres de gases e com ar; ou
• lastreados a um mínimo de 2 metros (6,56 pés) acima da localização da solda,
limpos, livres de gás e com ar.

Se o trabalho a quente for realizado em uma antepara, os lados opostos da antepara


também deve ser completamente limpos e lastreados para a tarefa. As outras áreas que
podem ser afetadas pelo trabalho devem receber atenção – por exemplo, a área
imediatamente abaixo do lugar onde é realizado o trabalho a quente, dando-se
consideração ao teto logo acima da área de trabalho, se for relevante devido à
proximidade.

PUC - CHEVRON 89
Saiba mais
Quando as condições de limpeza completa não puderem ser
satisfeitas, por restrições operacionais, as seguintes orientações
devem ser implementadas e incorporadas no procedimento de
trabalho a quente, após serem discutidas com o gerente de
operações:
• O tanque adjacente deve se preparado com gás inerte
limpo.
• O gás inerte no tanque adjacente reduzirá o conteúdo de
O2 a um nível tão baixo quanto possível – o nível não
pode passar de 5%. A concentração de O2 deve ser
monitorada permanentemente.
• Bombear o tanque de carga com gás inerte deve reduzir
o conteúdo de hidrocarboneto a 1% ou menos do
volume.
• Toda tubulação que serve ou que passa através do
tanque deve ser jateada com água e ficar cheia de água
sempre que possível. As serpentinas de aquecimento
devem ser jateadas antes de serem raqueatadas.
• Todas as válvulas dentro ou para o tanque devem ser
fechadas por travas ou ter as alças de operação
removidas, assim como todos os mecanismos
acionadores das válvulas devem ser isolados e as
permissões anotadas, de acordo com cada caso. Anexar
etiquetas de Não Opere.

A tubulação de carga, serpentinas de aquecimento e respiros de tanque de carga devem ser


isolado, tanto quanto possível, perto da extremidade. Se não for possível, o isolamento por
duas válvulas deve ser usado. Se esse não for possível, uma avaliação de risco deve ser
realizada para identificar riscos inaceitáveis e propor medidas de mitigação, sendo
necessária a aprovação da avaliação pelo gerente de operações.

PUC - CHEVRON 90
O tanque deve ser ventilado de maneira contínua com ar até que o espaço total tenha
20,9% de oxigênio do volume. Se houver necessidade, pode ser solicitada a ventilação local
para afastar os vapores da soldagem.
Mangueiras de incêndio pressurizadas devem estar prontas para uso dentro do tanque,
bem próxima ao local do trabalho a quente, assim como os extintores de incêndio de pó
químico.

Máquinas de soldar/Equipamentos elétricos


Equipamentos de solda usados durante o trabalho a quente devem ser inspecionados antes
de serem enviados para a atividade offshore. Recomenda-se utilizar planilha de inspeção
com as avalições e inspeções realizadas, sendo a área de manutenção da empresa
responsável por constatar se o equipamento é adequado para o propósito pretendido
antes do uso.
Todo equipamento elétrico para uso nos tanques da área de trabalho a quente no convés
deve possuir certificados de teste.

Importante!
Conjuntos de solda estão sujeitos a uma Permissão de Trabalho a
Quente separada quando estiverem em unidade offshore, não
podendo ser ligados sem que as PTs sejam aprovadas, juntamente
com os testes de gases exigidos.

Procedimentos de segurança de trabalho a quente em tanques


Nenhum tipo de atividade como limpeza, purga, liberação de gases ou abastecimento deve
ser permitido enquanto um trabalho a quente estiver ocorrendo. Também não é permitida
a descarga de produtos para outros equipamentos ou ambientes.
Pelo menos dois medidores de gases devem ser usados nos locais de trabalho a quente –
um com o vigia e o outro com a pessoa de prontidão na entrada do tanque, sendo ambos
habilitados para uso de monitoração e verificação durante o trabalho.

PUC - CHEVRON 91
Saiba mais
Deverão ser estabelecidas comunicações, testadas e mantidas
entre:
• local do trabalho a quente e o vigia;
• vigia e a pessoa de prontidão na entrada do tanque;
• pessoa de prontidão e a sala de controle;
• local de trabalho a quente e o técnico de segurança.

O trabalho a quente só pode ser realizado em um tanque de carga/lastro de cada vez. Se


for necessário realizar a tarefa em mais de um tanque ao mesmo tempo, é necessária uma
avaliação de risco e uma aprovação do gerente de operações.
Também é permitido o trabalho em tanque com entrada para outro tanque onde
acontecem trabalhos mecânicos sob o controle de uma PT a frio. A AST deve ser feita para
que o gerente de operações aprove. Todas as ações de mitigação indicadas na AST devem
ser finalizadas antes do início do trabalho e os perigos discutidos com a força de trabalho.

É proibido produzir qualquer tipo de chama nos tanques e no convés, mesmo que atividades
envolvendo solda, corte, queima e outros trabalhos a quente estejam em andamento nos
tanques.

Entrada no tanque
Funcionários que entrarem nos tanques devem levar um equipamento de fuga para 15
minutos e um rádio portátil. Aparelhos autônomos de respiração também devem estar na
entrada do tanque para serem usados pela Equipe de Resposta de Emergência.
Só será autorizada a entrada de, no mínimo, dois empregados em um tanque. NUNCA um
funcionário pode ser autorizado a entrar sozinho.

PUC - CHEVRON 92
O grupo de trabalho que entrar no tanque terá uma pessoa responsável pelas
comunicações de rádio e cada trabalhador deve levar um equipamento de suporte à vida,
além do EPI requerido pela empresa e o EPI de solda para ser usado pelos soldadores.

PT de trabalho a quente e certificado de entrada


Ninguém entra em um tanque onde haverá de trabalho a quente antes de a autoridade ter
emitido um certificado de entrada. A PT de trabalho a quente e o certificado de entrada
serão válidos por 12 horas, havendo testes de gases antes da entrada e depois dos
intervalos de descanso. Sendo o trabalho a quente suspenso por qualquer motivo, o
certificado e a permissão precisam ser revalidados.

O certificado de entrada torna-se imediatamente inválido se qualquer válvula, cano ou junta


estiverem abertos ou quebrados, ou se ocorrer qualquer outro evento no tanque da tarefa
ou nos tanques adjacentes que representem um risco para os trabalhadores no local.

Se for preciso romper qualquer tubulação do tanque que contenha hidrocarbonetos


durante a atividade de trabalho a quente, todo o trabalho precisa ser interrompido e o
certificado de entrada modificado para o novo escopo de trabalho.
Antes do reinício da tarefa, uma nova permissão e um novo certificado devem ser emitidos.
Também devem ser realizados testes de gases durante toda a duração do trabalho para
garantir que a atmosfera do tanque seja mantida segura.
O tanque pode conter água para lastro (sem contaminação por hidrocarbonetos) ou pode
estar vazio. A água pode ser mantida em um nível que não seja ameaça às pessoas que
entram no tanque para a monitoração de rompimento no trabalho a quente. O trabalhador
que entrar em um tanque de lastro com quantidade significativa de lastro deve usar colete
salva-vidas além do equipamento normal de segurança requerido para entrada no tanque.

PUC - CHEVRON 93
Trabalho em Espaço Confinado

Trabalho em espaço confinado é o trabalho em qualquer área ou ambiente não projetado


para ocupação humana contínua, com meio limitados de entrada e saída e com ventilação
insuficiente para remover contaminantes ou que possa ter deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
O empregador deve garantir aos trabalhadores a interrupção de suas atividades e o abandono
do local de trabalho em caso de risco grave e iminente para sua segurança e saúde, ou de
terceiros, na execução de trabalhos em ambientes confinados.
Essa garantia é dada por um documento da empresa – Autoridade para Parar o Trabalho.
A responsabilidade pelo cumprimento dos requisitos legais para o trabalho em espaço
confinado é de todos – contratantes e contratados. É vedada a entrada e a realização de
qualquer trabalho em espaços confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho
– PET.

Responsabilidades da empresa
A empresa deve desenvolver controles administrativos para atender às seguintes exigências
legais:
a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento da Norma Entrada em
Ambiente Confinado, prevista na NR 33, da Portaria no 3.214, do MTE;
b) identificar os espaços confinados existentes na unidade;
c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados por
medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de
forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;
e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de
controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;
f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada e Trabalho;

PUC - CHEVRON 94
g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde
desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das
empresas contratadas, provendo meios e condições para que eles possam atuar em
conformidade com a legislação;
i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco
grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e
j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada
acesso aos espaços confinados.

Responsabilidades dos trabalhadores


Cabe aos trabalhadores:
a) colaborar com a empresa no cumprimento da legislação;
b) utilizar adequadamente os meios e os equipamentos fornecidos pela empresa;
c) comunicar ao vigia e ao supervisor de entrada as situações de risco para sua
segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação
aos espaços confinados.

Execução de trabalhos em espaços confinados


Para ser autorizada a entrada de trabalhadores em espaços confinados, é preciso que seja
emitida um PET e uma AST, além de ocorrer uma verificação de que todas as recomendações
de segurança tenham sida implementadas de acordo com os procedimentos de segurança
da empresa.
Em caso de emergência, todas as pessoas devem sair do espaço confinado imediatamente.
Reforçando que os trabalhadores pode fazer uso da Autoridade para Interromper os
Trabalhos quando necessário, devendo ser incentivado.

PUC - CHEVRON 95
Empresas contratadas devem consultar a equipe de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da
contratante para saber as informações sobre os riscos nos locais onde serão realizadas as
atividades no espaço confinado. Também é obrigatório apresentar os certificados de
treinamento de acordo com a NR 33.

Uma corda de segurança deve ser instalada da entrada principal do espaço confinado até o
local onde o trabalho será realizado. Essa linha salva-vidas deve ser usada em caso de
evacuação.
Todo o caminho do local de trabalho deve ter iluminação para que o operador não precise
usar lanterna de mão durante a execução do trabalho ou quando estiver se movimentando.
Escadas e outros meios de acesso devem garantir a segurança do operador autorizado a
realizar a tarefa.

Não são permitidas improvisações que apresentem riscos, como apoio para pés dos
equipamentos, pranchas de madeira ou material solto.

O piso do local de trabalho deve ser verificado e andaimes instalados, se necessário, para
adequação. Deve ser plano e não pode ficar inundado nem escorregadio, permitindo melhor
desempenho.
Arestas afiadas ou pontiagudas que causem ferimentos nos trabalhadores devem ser
verificadas.
Ao realizar trabalho de pintura em um espaço confinado, não é permitido outro trabalho
simultâneo. Respiradores, de acordo com o programa de proteção respiratória devem ser
utilizados para garantir maior proteção ao trabalhador.
Após pintura, inspeções ou outras atividades que utilizem solventes orgânicos, o
monitoramento para atmosferas explosivas e tóxicas deve ser realizado.
Os bicos, mangueiras e conexões para conjuntos de oxi-acetileno devem ser verificados
quanto a vazamentos de oxigênio/acetileno antes de serem introduzidos em espaços
confinados.

PUC - CHEVRON 96
Se uma injeção de água for necessária para lavagem de um espaço confinado, é preciso
verificar se a estrutura de apoio (recipiente, silo, tanque etc.) foi dimensionada para suportar
carga adicional de água.
Para o caso de usar vapor na limpeza de um tanque ou recipiente pressurizado, todos os
objetos de condução, inclusive o tubo ou bico de vapor, devem ser aterrados ao tanque ou
recipiente.

Depois da injeção de vapor e bloqueio, a admissão de ar atmosférico deve ser assegurada


para evitar o colapso do recipiente devido à diferença de pressão causada pela condensação
de ar.

Só é permitida a entrada em atmosferas que apresentam perigo imediato para as vidas ou


para a saúde (IDLH) em condições de emergência para salvar vidas. Apenas a equipe de
resgate para espaços confinados nas instalações é permitida a execução dessa tarefa,
sendo obrigatório usar um equipamento de respiração independente com pressão positiva
ou respirador de ar comprimido, ambos com cilindro auxiliar para fuga.
Após a finalização do trabalho, deve ser realizada uma inspeção, verificando, entre outros,
os seguintes itens:
• Conclusão eficaz dos serviços.
• Remoção de resíduos, sobras de materiais e equipamentos.
• Integridade dos componentes internos e externos dos equipamentos.
• Presença de pessoas.

Uma simulação de resgate deve ser efetuada regularmente e no mínimo duas vezes por ano
para possíveis cenários de acidentes em espaços confinados.

PUC - CHEVRON 97
Medidas técnicas de prevenção
São consideradas medidas técnicas a serem seguidas pela empresa:
a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não
autorizadas;
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
c) proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos
em espaços confinados;
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para
verificar se o seu interior é seguro;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos
trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os
trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as
condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
k) utilizar equipamento de leitura direta seguro, provido de alarme, calibrado e protegido
contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência;
l) as avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do espaço confinado;
m) adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão em
trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que
liberem chama aberta, faíscas ou calor.

PUC - CHEVRON 98
Importante!
Equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de
movimentação vertical e horizontal, devem ser seguros e
adequados aos riscos dos espaços confinados.
Também devem estar certificados ou possuir documento
reconhecido pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade – INMETRO.

Medidas administrativas de controle


São medidas administrativas de controle:
a) Manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos desativados, e
respectivos riscos.
b) Definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do espaço
confinado.
c) Manter sinalização permanente na entrada do espaço confinado, conforme o padrão
apresentado a seguir:

d) Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado.


e) Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo II da NR 33, às
peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados.

PUC - CHEVRON 99
f) Preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho antes do
ingresso de trabalhadores em espaços confinados.
g) Possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de Entrada e
Trabalho.
h) Entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao vigia cópia da Permissão de
Entrada e Trabalho.
i) Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem completadas,
quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos
trabalhos.
j) Manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho por cinco anos.
) Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o conhecimento
dos trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização do trabalho.
l) Designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os deveres
de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida.
m) Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no interior dos
espaços confinados.
n) Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com
acompanhamento e autorização de supervisão capacitada.
o) Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle
existentes no local de trabalho.
p) Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco,
considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

Importante!!
Em estabelecimentos com espaços confinados, além da NR 33,
devem ser observados os atos normativos: NBR 14606 – Postos de
Serviço – Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 – Espaço
Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas
de Proteção, bem como suas alterações posteriores.

PUC - CHEVRON 100


O procedimento para trabalho em espaço confinado deve contemplar, no mínimo:
objetivo, campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação,
emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os
trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.
A Permissão de Entrada e Trabalho e os procedimentos para trabalho em espaços confinados
devem ser avaliados, no mínimo, uma vez ao ano e revisados sempre que houver alteração
dos riscos, com a participação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho – SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser revistos quando ocorrer


qualquer uma das seguintes circunstâncias:
a) entrada não autorizada num espaço confinado;
b) identificação de riscos não descritos na Permissão de Entrada e Trabalho;
c) acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;
d) qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço confinado;
e) solicitação do SESMT ou da CIPA; e
f) identificação de condição de trabalho mais segura.

Medidas pessoais
O trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a
exames médicos específicos para a função que desempenhará, de acordo com a as NRs 07
e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com emissão do Atestado de Saúde
Ocupacional – ASO.
A empresa deve capacitar os trabalhadores envolvidos com espaços confinados sobre seus
direitos, deveres, riscos e medidas de controle.

É proibida a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual ou


isolada. A quantidade de trabalhadores deve ser determinada de acordo com a análise de
risco.

PUC - CHEVRON 101


Capacitação para trabalhos em espaços confinados
A lei proíbe a designação para trabalho em espaços confinados sem prévia capacitação do
trabalhador, devendo o empregador desenvolver e implantar programas de treinamento
sempre que ocorrer qualquer uma das seguintes situações:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
b) algum evento que indique a necessidade de novo treinamento; e
c) quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos
procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam
adequados.
Todos trabalhadores autorizados e vigias devem receber capacitação periodicamente a cada
12 meses, com carga horária mínima de 16 horas, sendo realizada dentro do horário de
trabalho com conteúdo programático de:
a) definições;
b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos;
c) funcionamento de equipamentos utilizados;
d) procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e
e) noções de resgate e primeiros socorros.

Os supervisores de entrada devem receber específica com carga horária mínima de 40


horas, a ser realizada no horário de trabalho e o conteúdo programático estabelecido na
NR 33 acrescido de:
a) identificação dos espaços confinados;
b) critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
c) conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;
d) legislação de segurança e saúde no trabalho;
e) programa de proteção respiratória;

PUC - CHEVRON 102


f) área classificada; e
g) operações de salvamento.
Os instrutores devem possuir comprovado conhecimento no assunto.
Ao término do treinamento, deve-se emitir o certificado contendo o nome do trabalhador,
conteúdo programática, carga horária, especificação do tipo de trabalha em espaço
confinado, data e local da realização da capacitação e com as assinaturas dos instrutores e
do responsável técnico.
Uma cópia do certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cópia deve ser arquivada
na empresa.

Preparação de emergência e salvamento


O empregador deve elaborar e implementar os procedimentos de emergência e regaste
adequados aos espaços confinados, incluindo, no mínimo:
a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da análise de riscos;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem executadas em caso
de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação, iluminação de
emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução das medidas de
resgate e primeiros socorros para cada serviço a ser realizado; e
e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de acidentes em espaços
confinados.

Saiba mais
A equipe responsável pela execução das medidas de salvamento
deve possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a
desempenhar, devendo a capacitação da equipe de salvamento
contemplar todos os possíveis cenários de acidentes identificados
na análise de risco.

PUC - CHEVRON 103


Operações com Guindastes

As consequências de um incidente envolvendo operações de guindastes e içamento podem


ser graves e apenas funcionários qualificados devem ser autorizados para a operação e
amarração das cargas pelos supervisores responsáveis pela tarefa.
Operações com guindastes são seguidas de um plano de içamento que deve respeitar as
condições meteorológicas e a matriz de avaliação contendo as operações simultâneas.

Deve ser realizada Análise de Segurança do Trabalho – AST quando o técnico de segurança
do trabalho e/ou responsável da operação considerar necessário.

Movimentação de cargas
As operações de movimentação eletromecânicas de cargas somente devem ser realizadas
por trabalhador capacitado e autorizado.
Os equipamentos e seus acessórios devem estar em perfeito estado operacional e
certificados, com identificação e documentação que possam ser rastreados.
Para a movimentação de cargas, deve ser elaborado o Prontuário dos Equipamentos,
contendo, no mínimo, as seguintes informações:
a) cópia do manual de operação fornecido pelo fabricante, em língua portuguesa, e, na
indisponibilidade desse, é permitida a reclassificação do equipamento por órgão certificador
externo credenciado;
b) especificações técnicas;
c) programa de inspeção, manutenção e certificação;
d) registro das inspeções, manutenções e certificações;
e) plano de ação para correção das não conformidades encontradas durante as inspeções,
manutenções ou certificações;
f) identificação e assinatura do responsável técnico indicado pela empresa para implementar
esse procedimento.

PUC - CHEVRON 104


Inspeção, manutenção e certificação de equipamentos
Antes de iniciar a jornada de trabalho, o operador deve inspecionar e registrar em lista de
verificação (checklist) os seguintes itens:
a) freios;
b) embreagens;
c) controles;
d) mecanismos da lança;
e) anemômetro;
f) mecanismo de deslocamento;
g) dispositivos de segurança de peso e curso;
h) níveis de lubrificantes, combustível e fluido refrigerante;
i) instrumentos de controle no painel;
j) cabos de alimentação dos equipamentos;
k) sinal sonoro e luminoso;
l) eletroímã.

Já o sinaleiro, deve inspecionar e registrar em lista de verificação (checklist) os seguintes


itens:
a) moitões;
b) grampos;
c) ganchos;
d) manilhas;
e) distorcedores;
f) cintas, estropos e correntes;

PUC - CHEVRON 105


g) cabos de aço;
h) clips;
i) pinos de conexões, parafusos, travas e demais dispositivos;
j) roldanas da ponta da lança e do moitão;
k) olhais;
l) patolas;
m) grampo de içamento;
n) balanças.

A certificação dos equipamentos de movimentação de cargas e seus acessórios deve


obedecer aos seguintes critérios:
a) ser realizada por profissional legalmente habilitado, com registro no Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura – CREA;
b) ser registrada em Relatório de Inspeção;
c) atender à periodicidade especificada pelo órgão certificador e/ou fabricante.

E o Relatório de Inspeção deve conter:


a) os itens inspecionados e as não conformidades encontradas, descrevendo as impeditivas
e as não impeditivas à operação do equipamento de guindar;
b) as medidas corretivas adotadas para as não conformidades impeditivas;
c) o cronograma de correção para as irregularidades não impeditivas, que não representem
perigo à segurança e à saúde, isoladamente ou em conjunto.

O equipamento SOMENTE será liberado para operar após a correção das não conformidades
impeditivas.

PUC - CHEVRON 106


Importante!!
O equipamento reprovado e/ou inoperante deve ter essa situação
consignada em seu prontuário e SOMENTE poderá operar após
nova certificação.
É proibida a utilização de cabos de fibras naturais na movimentação
de cargas ou de pessoas.

Procedimentos de movimentação de cargas


Para movimentar cargas, deve ser adotado o seguinte procedimento operacional:
a) proibir ferramentas ou qualquer objeto solto;
b) garantir que a carga esteja distribuída uniformemente entre os ramais da lingada,
estabilizada e amarrada;
c) certificar-se que o peso seja compatível com a capacidade do equipamento;
d) garantir que o gancho do equipamento de guindar esteja perpendicular à peça a ser içada,
verificando a posição do centro de gravidade da carga;
e) utilizar guia em material não condutor de eletricidade para posicionar a carga;
f) sinalizar a área de movimentação, garantindo a proibição do trânsito ou da permanência
de pessoas sob a carga suspensa;
g) sinalizar, desenergizar e aterrar as redes elétricas aéreas localizadas nas áreas de
movimentação ou, na impossibilidade da desenergização, assegurar que o dispositivo
suspenso, ao ser movimentado, guarde o dobro das distâncias da zona controlada em
relação às redes elétricas, mantendo o guindaste aterrado;
h) assegurar que os dispositivos e acessórios de movimentação de carga tenham
identificação de carga máxima, de forma indelével e de fácil visualização;
i) somente utilizar ganchos dos moitões com trava de segurança;
j) garantir que os cilindros de gases, bombonas e tambores somente sejam transportados na
posição vertical, dentro de dispositivo apropriado;
k) proibir jogar e arrastar os acessórios de movimentação de cargas;

PUC - CHEVRON 107


l) garantir que o cabo de aço e/ou cintas não entrará em contato direto com as arestas das
peças durante o transporte;
m) proibir a movimentação simultânea de cargas com o mesmo equipamento;
n) proibir a interrupção da movimentação mantendo a carga suspensa;
o) ao interromper ou concluir a operação, manter os controles na posição neutra, freios
aplicados, travamento acionado e desenergizado.

A cabine de operação do equipamento de guindar deve dispor de:


a) mobiliário do posto de trabalho e condições ambientais ergonômicas, em conformidade
com a NR-17;
b) proteção contra insolação e intempéries;
c) piso limpo e isento de materiais;
d) tabela de cargas máxima em todas as condições de uso, escrita em língua portuguesa,
afixada no interior da cabine e de fácil visualização pelo operador.
Antes de iniciar a operação de ponte rolante comandada por controle remoto, deve ser
garantido que o transmissor:
a) corresponde ao equipamento a ser comandado;
b) contém numeração correspondente ao equipamento;
c) está no sentido correto de funcionamento;
d) será utilizado conforme as instruções do fabricante.
Já nas operações com equipamentos de movimentação de cargas sobre trilhos, deve ser
assegurado que os trilhos ou pantógrafos estejam desobstruídos e os batentes em perfeitas
condições.

A utilização de gruas em condições de ventos superiores a 42 km/h só será permitida


mediante trabalho assistido, limitada a 62 km/h.

PUC - CHEVRON 108


Importante!!
A operação de movimentação de cargas deve ser impedida em
condições climáticas e/ou iluminação deficiente.
A utilização de gruas em condições de ventos superiores a 42 km/h
só será permitida mediante trabalho assistido, limitada a 62 km/h.
NR 34 – subitem 34.10.16

Sinalização
Toda movimentação de carga deve ser orientada pelo sinaleiro que deve estar no raio de
visão do operador.
Na impossibilidade de visualização do operador, deve ser utilizada comunicação via rádio
e/ou sinaleiro intermediário.
O sinaleiro deve usar identificação de fácil visualização, diurna/noturna, que o diferencie dos
demais trabalhadores da área de operação.

O operador deve obedecer unicamente às instruções dadas pelo sinaleiro, exceto quando for
constatado risco de acidente.

Saiba mais
O sinaleiro deve receber treinamento e avaliação com carga
horária e conteúdo programático em conformidade com a NR 34.

Requisitos gerais do guindaste


Os requisitos abaixo se aplicam à uma unidade offshore, usada para exemplificar as regras
gerais de operação de guindastes:
• Os novos guindastes offshore devem ser construídos e instalados de acordo com as
especificações da Norma API 2C, 5ª edição ou edição mais recente.

PUC - CHEVRON 109


• Os novos guindastes devem contar com o gráfico de carga do fabricante afixado na
cabine antes de serem colocados em operação. Gráficos de carga revisados devem
ser preparados pelo fabricante sempre que guindastes foram reclassificados ou
passarem por modificações. Cada gráfico de carga revisado deve refletir a
configuração de amarração do guindaste e deve ser afixado na cabine do guindaste.
Apenas o gráfico de carga da configuração de guindaste atual deve ser afixado. Os
gráficos de carga devem ser afixados de forma a serem vistos facilmente pelo
operador. Os gráficos de carga devem se encontrar em unidades de libras/toneladas.
Cargas pesadas em unidades diferentes de libras/toneladas devem ser convertidas
para libras/toneladas de acordo com cada caso.
• Indicadores de peso são obrigatórios em guindastes da divisão de perfuração e são
recomendados para guindastes de outras empresas. Indicadores de peso portáteis
são aceitáveis no lugar de indicadores de peso fixos.
• Os indicadores de peso devem ser mantidos em condição operacional ou serem
removidos.
• Dispositivos de limitação de altura do moitão devem ser instalados em guindastes
para evitar que o bloco de carga do guincho principal e a bola do guindaste entrem
em contato com as roldanas da ponta da lança.
• Dispositivos de recuo de lança devem ser instalados em guindastes para evitar que a
lança se mova para fora de seu alcance operacional nominal.
• O bloco de carga do guincho principal e bola de guindaste de guincho auxiliar devem
ser pintados com tinta fluorescente, como laranja fosforescente, para garantir a
máxima visibilidade. O gancho não deve ser pintado.
• A área de trânsito adjacente aos controles nos guindastes deve estar livre de
obstruções e riscos de deslize ou tropeços (por exemplo, convés escorregadio). A
área de movimentação traseira deve ser mantida livre de obstruções durante
operações com guindastes.
• Todas as operações dinâmicas do guindaste devem ser interrompidas se o mar atingir
ou exceder 3,7 metros (12 pés) (a altura das ondas, pode ser o dobro da altura média
do mar).

PUC - CHEVRON 110


Requisitos gerais de operação do guindaste
Os requisitos abaixo se aplicam às operações com guindastes:
• Uma Análise de Segurança do Trabalho – AST é necessária para todos os trabalhos de
içamento. Deve ser preenchida e anexada à lista de verificação de inspeção do
operador de guindaste.
• O operador de guindaste é responsável pela operação segura do guindaste e tem
autoridade para recusar a realização de qualquer trabalho de içamento.

Todos os operadores de guindaste qualificados devem ter conhecimento sólido quanto ao


uso de indicadores de peso nos guindastes operados e devem utilizar os indicadores.

Importante!!
Os trabalhadores contratados devem fornecer um registro de
inspeção atualizado para seus guindastes antes que o uso seja
autorizado em uma unidade offshore. O técnico de segurança do
trabalho deve inspecionar esse item de controle.

Cargas difíceis ou pesadas


Durante o planejamento das transferências de cargas, os profissionais responsáveis devem
avaliar as operações para determinar se há necessidade de planos de
içamento/amarradores qualificados adicionais para auxiliar no carregamento ou
descarregamento, além de verificar se as precauções adicionais são justificadas e
necessárias.
Se houver incapacidade de visualização da carga, o operador do guindaste deve ser
auxiliado por um sinalizador qualificado atuando como sinaleiro.

O supervisor da produção deve designar trabalhador habilitado e qualificado para


supervisionar a movimentação de cargas difíceis.

PUC - CHEVRON 111


O planejamento e a supervisão das cargas devem ser do início ao fim do trabalho.
Veja alguns exemplos de cargas difíceis:
• Trabalhos de içamento que exijam manuseio especial devido à configuração do
equipamento ou design/configuração de pontos de içamento.
• Cargas com centros de gravidade excepcionalmente altos ou instáveis.
• Cargas excepcionalmente volumosas.
• Trabalhos de içamento sem visibilidade.

Importante!!
O POP de operações simultâneas deve ser seguido durante a
movimentação ou içamento de cargas pesadas em navios,
oleodutos ou poços com pressão excessiva.

Requisitos de operação de guindastes offshore


Guindastes offshore devem ser operador de acordo com aAPI RP 2D, 5ª edição ou edição
mais recente.
O operador de guindaste, o amarrador e o supervisor de cargas devem determinar juntos se
a carga pode ser transferida do/para o navio com segurança, tendo, qualquer uma das
partes, autoridade para recusar a realização de uma transferência por motivos de
segurança.
Qualquer trabalho de içamento deve ter, no mínimo, três pessoas – operador de guindaste,
sinaleiro/carregador exclusivo e amarrador –, podendo ser necessários empregados
adicionais.
O operador de guindaste deve obter todas as informações pertinentes contidas na lista de
remessa antes do início da transferência de carga.
A lista pode ser enviada até o trabalho de içamento da primeira carga, desde que o operador
receba informações antes que a carga seja elevada.

PUC - CHEVRON 112


Dois operadores de guindaste treinados e certificados e dois carregadores treinados no navio
devem estar a bordo da unidade marítima a todo momento para garantir operações de
movimentação de cargas suficientes e seguras.

Se o peso da carga for desconhecido e houver suspeitas que ultrapasse 450 quilos, a carga
deve ser pesada ou o peso deve ser calculado.
O peso de todas as cargas acima de 450 quilos deve ser registrado na lista de remessa e
marcado de forma legível na carga antes da remessa.
A estabilidade do navio deve ser a principal preocupação durante o carregamento de um
navio.
É responsabilidade do capitão manter a estabilidade da embarcação para todas as cargas
colocadas no convés.
A facilidade da transferência de cargas nas instalações offshore deve ser a segunda
preocupação, pois a carga deve ser colocada no convés do navio para facilitar os trabalhos
de amarração durante operações de transferência.
O capitão deve, também, garantir que a carga seja posicionada e presa (peiada) antes de
sair da doca ou da instalação offshore.
O contrato de uma embarcação deve estipular que os equipamentos de fixação para
prender as cargas devem ser fornecidos pela empresa do navio.
Os guindastes que não estiverem em uso devem ter suas lanças retraídas.
Caso os guindastes estejam posicionados perto do heliporto ou zonas de
aproximação/decolagem, as operações de guindaste não deve iniciar enquanto houver
helicóptero aterrissando, decolando ou funcionando.

Se um helicóptero se aproximar de um heliporto em plataforma offshore em operação de


movimentação de carga, o guindaste deve colocar a carga no chão até a aterrissagem da
aeronave.

PUC - CHEVRON 113


Ao finalizar os trabalhos de içamento, o guindaste deve ser desligado, a lança posicionada e
fixada para impedir a movimentação, sem interferência com as operações de voo.

Inspeção, manutenção e reparo de guindastes


As seguintes exigências se aplicam nas atividades de inspeção:
• Os guindastes de uma unidade marítima devem ser certificados, inspecionados,
mantidos e reparados pelo setor de Manutenção/Operações de Produção ou por
uma empresa independente qualificada.
• É recomendado que as inspeções e reparados sejam de acordo com o API RP 2D, 5ª
edição ou edição mais recente, com as especificações da API 2C, 5ª edição ou edição
mais recente, e com as recomendações do fabricante ou outros padrões aplicáveis.

Sinais manuais e outras formas de comunicação


As tabelas de sinais manuais para guindastes e pórticos devem ser compreendidas e usadas
em todas as instalações.
Devem ser disponibilizadas de forma estratégica, em locais de fácil visibilidade, para auxiliar
as operações.

PUC - CHEVRON 114


Riscos com Atividades Elétricas

A operação com energia elétrica deve observar as normas técnicas oficiais nacionais
estabelecidas e, na ausência ou omissão dessas, as normas internacionais cabíveis.
Por operação com energia elétrica entende-se a geração, transmissão, distribuição, consumo
e etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção de instalações elétricas
ou quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades.
As empresas são responsáveis por manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que
estão expostos, instruindo quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos
elétricos a serem adotados.
Na ocorrência de acidentes envolvendo instalações e serviços em eletricidade, a empresa
deve propor e adotar medidas preventivas e corretivas.
Os trabalhadores são responsáveis por:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas
ações ou omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se, com a empresa, pelo cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que
considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

O direito de recusa a realizar uma tarefa deve ser usado sempre que os trabalhadores
constatarem evidências de riscos graves e eminentes para sua segurança ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que tomará as
medidas cabíveis.

Medidas de controle de caráter geral


As medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, após
análise de risco, devem ser adotadas em todas as intervenções em instalações elétricas,
visando garantir a segurança e a saúde no trabalho.

PUC - CHEVRON 115


As empresas são obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações
elétricas, com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção.
Estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter Prontuário
de Instalações Elétricas com, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde,
implantadas e relacionadas à NR 10 e descrição das medidas de controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental,
aplicáveis conforme determina a NR 10.
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos
trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção
individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações e cronogramas de
adequações.

Empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de


potência devem constituir prontuário com o conteúdo estabelecido na NR 10 e acrescentar
ao prontuário os documentos a seguir listados:
a) descrição dos procedimentos para emergências;
b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

O Prontuário de Instalações Elétricas – PIE deve ser organizado e mantido atualizado pelo
empregador ou pessoa designada pela empresa, estando à disposição dos trabalhadores
envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

PUC - CHEVRON 116


Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser
elaborados por profissional legalmente habilitado.

Medidas de proteção coletiva


Nos serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e executadas medidas
de proteção coletiva aplicáveis às atividades desenvolvidas para garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores.
Conforme estabelece a NR 10, são medidas de proteção coletiva a desenergização elétrica,
prioritariamente, ou o emprego de tensão de segurança.
Caso não seja possível implementar o estabelecido como prioridade, devem ser utilizadas
outras medidas de proteção como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras,
sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do
religamento automático.
O aterramento deve ser executado de acordo com a regulamentação nacional estabelecida,
sendo usada, na ausência dessa, a norma internacional vigente.
Somente equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação
elétrica existente poderão ser utilizadas nos locais de trabalho. Se possuírem isolamento
elétrico, devem estar adequados às tensões envolvidas, serem inspecionados e testados de
acordo com as regulamentações existentes e recomendações dos fabricantes.

As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e os


sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo
com a legislação vigente e as definições de projetos.

Medidas de proteção individual


Quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para
controlar os riscos, devem ser utilizados EPIs específicos e adequados às atividades
desenvolvidas (NR 6).
As vestimentas devem contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas.

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É proibido o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
proximidades.

Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores


De acordo com o previsto na legislação (NR 10), é considerado trabalhador qualificado
aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica e considerado
profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no
conselho de classe.
O trabalhador capacitado atende às seguintes condições simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e
autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

A empresa deve dar anuência formal aos trabalhadores qualificados – que tenham
participado de capacitações com aproveitamento satisfatório, além de estabelecer sistema
de identificação e consignar essa condição no sistema de registro de empregados.

É responsabilidade da empresa treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer


alguma das situações a seguir:
a) troca de função ou mudança de empresa;
b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses;
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.

PUC - CHEVRON 118


Proteção contra incêndio e explosão
Áreas com instalações e equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra
incêndios e explosão. Os materiais, pelas, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosfera potencialmente explosivas
devem ser avaliados com relação à sua conformidade de acordo com o Sistema Brasileiro de
Certificação.
Equipamentos e processos que possam gerar ou acumular eletricidade estática devem ter
proteção específica e dispositivos de descarga elétrica.
Nas instalações de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de explosões ou incêndio,
devem ser adotados dispositivos de proteção como alarme e seccionamento automático
para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras
condições anormais de operação.

Os serviços nessas áreas classificas somente serão realizados mediante emissão de


Permissão de Trabalho com liberação formalizada.

Sinalização de segurança
Deve ser adotada sinalização adequada de segurança nas instalações e serviços em
eletricidade. Essa sinalização será destinada à advertência e à identificação para atender,
entre outras, as situações a seguir:
a) identificação de circuitos elétricos;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de
cargas;
f) sinalização de impedimento de energização;
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

PUC - CHEVRON 119


Procedimentos de trabalho
As tarefas em instalações elétricas devem ser planejadas e realizadas de acordo com os
procedimentos de trabalho específicos, padronizados e com descrição detalhada de cada
serviço por profissional habilitado e qualificado.

Situação de emergência
Ações de emergência que envolvam instalações e serviços com eletricidade devem constar
do plano de emergência da empresa e os trabalhadores autorizados devem estar aptos a
executar o resgate e a prestar os primeiros socorros nos acidentados – principalmente por
meio de reanimação cardiorrespiratória.
Devem estar à disposição métodos de resgate padronizados e adequados às atividades. Os
trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos de
prevenção e combate a incêndio nas instalações elétricas.

PUC - CHEVRON 120


No próximo módulo, serão abordados os seguintes temas:

1. Legislação Aplicada.
2. Responsabilidade Aplicada a Área de SST.
3. Responsabilidade Administrativa.
4. Responsabilidade Civil.
5. Responsabilidade Criminal.
6. Disciplina Operacional.
7. Auditorias Comportamentais de SST.

PUC - CHEVRON 121


Gestão de Segurança e
Saúde no Trabalho

Módulo V – LEGISLAÇÃO,
RESPONSABILIDADES E AUDITORIA

PUC - CHEVRON 122


No quarto módulo do curso Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho,
serão abordados os seguintes tópicos:

14. Legislação Aplicada.


15. Responsabilidade Aplicada a Área de SST.
16. Responsabilidade Administrativa.
17. Responsabilidade Civil.
18. Responsabilidade Criminal.
19. Disciplina Operacional.
20. Auditorias Comportamentais de SST.

PUC - CHEVRON 123


LEGISLAÇÃO APLICADA 125

RESPONSABILIDADE APLICADA À ÁREA DE SST 127

RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVAS 128

NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS 128

PUC - CHEVRON 124


Legislação Aplicada
Uma empresa possui diversas obrigações, dentre elas o cumprimento dos dispositivos legais
e as determinações para a área de segurança e saúde do trabalhador.
O artigo 7º da Constituição Federal do Brasil estabelece:

(...)
Art.. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança.

Cabe ao Ministério Público Federal cumprir e fazer cumprir as determinações da


Constituição Federal.
Há também a legislação trabalhista, Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que aborda as obrigações para a segurança e saúde dos trabalhadores.

Importante!
Esse Capítulo foi alterado pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977 e
regulamentado pela Portaria nº 3.214, de 08/06/1978 do MTE,
estabelecendo as Normas Regulamentadoras (NR).

Além da Constituição Federal e da legislação trabalhista, a legislação previdenciária também


trata das obrigações para a área de segurança e saúde do trabalhador, pela Lei nº 8.213, de
24/07/1991.
Seu artigo 19 define acidente de trabalho como aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa que provoquem lesão corporal ou perturbação funcional que

PUC - CHEVRON 125


cause morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.
São equiparados a acidente de trabalho aqueles que, mesmo que a causa não tenha
contribuído diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade de trabalho ou o
acidente sofrido no local e no horário de trabalho – ato de agressão, ofensa física
intencional, ato de imprudência, negligência ou imperícia, pessoa privada do uso da razão e
acidentes decorrentes de força maior (desabamento, inundação entre outros).

Rever material com a Lei 8.213.

De acordo com o que foi visto, legislação ordinária na área de segurança e saúde do
trabalhador tem a influência de três Ministérios: da Saúde (MS, do Trabalho e Emprego
(TEM) e da Previdência Social (MPS). Suas ações podem ser resumidas no quadro abaixo:

PUC - CHEVRON 126


Responsabilidade Aplicada à Área de SST

As responsabilidades aplicadas à área de SST possuem algumas definições que a empresa e


o trabalhador devem compreender.

 Responsabilidade – Obrigação de responder, de forma adequada, por certos atos ou


fatos. É a obrigação de saber responder.
 Culpa – Omissão de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou evitar um
dano. Pode se apresentar na forma de uma imprudência, imperícia ou negligência.
 Imprudência – Ocorre quando é praticada uma ação sem as necessárias precauções.
É a atuação intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma ação sem as
necessárias precauções, ou seja, agir com precipitação. É uma das formas de culpa,
conhecida por CULPA EM AGENDO. Por exemplo: transporte de passageiros em
carroceria de caminhões.
 Imperícia – Ocorre quando falta aptidão especial, habilidade, experiência para o
exercício de determinada função ou profissão. É o caso de um profissional não
qualificado que exerce uma determinada atividade ou por iniciativa própria ou
cumprindo ordens da empresa. Por exemplo: o profissional não está qualificado par
ao trabalho de içamento de carga pesada e realiza, por iniciativa própria ou a mando
da empresa, a tarefa.
 Negligência – Ocorre quando, ao executar uma tarefa, existe a omissão de cuidado,
falta ou demora em prevenir ou impedir um dano. Este é um caso do não
cumprimento das normas de segurança e saúde. Por exemplo: trabalhador não
cumprir o que determina uma Permissão para Trabalho (PT) ou o supervisor
determinar a execução de uma tarefa sem cumprir os requisitos previstos para a
segurança do trabalhador.

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Responsabilidades Administrativas

Nesse curso, foram abordados conceitos que visam estabelecer parâmetros para a aplicação
de um Programa de Gestão de SST moderno, correto e adequado para as empresas, ficando
claro que não se pode tratar como uma questão menor os dispositivos legais que orientam
a segurança e a saúde do trabalhador.
Todas as Normas Regulamentadoras da Portaria nº 3.214, de 08/06/1978, do MTE, são
importantes e fiscalizadas pelo Ministério.
As mais representativas, com impacto direto na gestão ou administração de SST, são: NR 1,
NR 4, NR 5, NR 6, NR 7, NR 9 e o Anexo II da NR 30, que regulamenta as Plataformas e
Instalações de Apoio, obrigatória para as atividades offshore.
NR 1 – Disposições Gerais
Regulamenta as disposições gerais das Normas Regulamentadoras, abordando quais são as
obrigações do empregador e do trabalhador.
NR 4 – SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho
Regulamenta os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho.
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
Regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI
Regulamenta o uso dos Equipamentos de Proteção Individual.
NR 7 – Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional
Regulamenta a criação do Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional.
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
Regulamenta o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
NR 30 – Plataformas e Instalações de Apoio – Anexo II
Estabelece os requisitos mínimos de segurança e saúde no trabalho a bordo de plataformas
e instalações de apoio.

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Responsabilidades Civil

A responsabilidade civil é regida pela própria legislação do Código Civil para aplicação na área
de SST quando ocorrer acidente grave ou fatal, sendo as ações civis direcionadas para a
compensação financeira, podendo ser assim resumida:

TÍTULO III – Dos Atos Ilícitos


(...)
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único – Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Conceitos de responsabilidade
• Responsabilidade – Obrigação de responder, de forma adequada, por
certos atos ou fatos. É a obrigação de saber responder.
• Responsabilidade Solidárias – Delegação de serviços e/ou tarefas, sem
que isso implique desobrigação de atender consequências das ações
praticadas pelo subcontratado.
• Responsabilidade na contratação de terceiros – Contrato de terceiros:
Refere-se que um dano causado a outrem é oriundo de um
descumprimento de uma cláusula do contrato, ou seja uma

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responsabilidade contratual. Ao revés, se o dano decorrer de um ato
ilícito qualquer, em detrimento das situações contratuais, diz-se que a
responsabilidade é extracontratual ou aquilina.
• Responsabilidade Objetiva – Reconhecimento do risco é o fundamento
da culpa. Não há necessidade de se provar a culpa, bastando ficar
provado pela ação:
• 1º Conduta – ação ou omissão, quando estabelecida por perícia
técnica;
• 2º Dano – lesão, quando estabelecida a relação nexo causal por
perícia médica.

Responsabilidade Criminal

A responsabilidade criminal é pautada na legislação específica e é aplicada na área de SST


quando ocorre acidente grave ou fatal, independente de outras demandas jurídicas, podendo
ser assim resumida:
Decreto-Lei no 2.848, de 07/12/1940
Modalidade de Culpa:
(...)
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
(Nota: se a ação ou omissão do ato ilícito for involuntária, mas o
dano de fato ocorreu, mesmo assim a empresa é responsabilizada).

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Saiba mais
Culpa – No direito penal é a omissão voluntária de diligência ou
cuidado, falta de demora no prevenir ou obstar um dano. Nada
mais do que a violação de um dever preexistente em que o agente
procede com imprudência, imperícia ou negligência.

Quando se adota uma postura responsável e consciente e os fatores relacionados ao


trabalho possuem controle adequado da empresa, a maioria das falhas humanas pode ser
evitada.
Se houver imprudência, imperícia ou negligência, por parte da empresa ou do trabalhador,
que resulte em acidente, o ato foi realizado de forma irresponsável e pode ser enquadrado,
de acordo com perícia policial, como doloso e havendo condenação, a pena torna-se grave.

Disciplina Operacional

De acordo com o que foi visto, as responsabilidades da área de SST são muitas
e as empresas precisam ter uma gestão adequada para cumprir todos os
requisitos, sendo o mais adequado incorporar estas obrigações dentro do
Sistema de Gestão de SST.
O objetivo é alcançar a Disciplina Operacional, que está relacionada com a
execução das tarefas de acordo com os procedimentos técnicos, leais e
documentados no Sistema de Gestão de SST.

Práticas de SST na Prevenção de Acidentes


A empresa deve adotar práticas de antecipação e prevenção de acidentes, utilizando
documentos e ferramentas administrativas de controle para uma gestão adequada de SST.
Algumas ferramentas:
Política de SMS – A diretoria da empresa deve deixar claro, baseada na sua política, quais são
os princípios e procedimentos fundamentais para a proteção da saúde e segurança.

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Procedimento de Permissão de Trabalho – Como já foi visto, a Permissão de Trabalha – PT é
um documento de grande importância para a empresa. Esse documento visa garantir que os
perigos associados a determinado trabalho sejam totalmente identificados e que seus riscos
sejam mitigados antes de iniciar a tarefa, por meio de implementação de medidas de
controle apropriadas.
Procedimento de Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos – Documento criado com base
na Análise de Segurança de Trabalho – AST, detalha a tarefa, passo a passo, identificando o
perigo e as ações para gerenciamento de seus riscos, garantindo que os trabalhadores
estejam seguros para a sua realização.
Procedimento de Registro de Eventos Indesejados – Esse procedimento assegura o registro
uniforme e o acompanhamento de todos eventos indesejados ou desvios, comportamento
ou execução da tarefa fora dos procedimentos padrões estabelecidos, de forma a identificar
antecipadamente se as práticas adotadas estão de acordo com a política de prevenção da
empresa.
Gerenciamento de Mudanças – Fornece uma ferramenta que reconheça na mudança de
processo e/ou rotinas de trabalhos os perigos e riscos de acidentes e danos para a segurança
e saúde do trabalhador.
Gestão das Atividades Perigosas – Avaliação e implementação de documento específico para
as atividades consideradas perigosas – trabalho em altura, ambientes confinados, abertura
de linhas etc. Esse documento deve ter uma gestão específica para atender à legislação
também.

Além desses controles administrativos para gestão de SST, a alta administração precisa se
envolver e estabelecer a política, os requisitos e os padrões da organização, definindo
medidas de controle e os indicadores de monitoramento para alcançar os objetivos
desejados.

Controle é uma das quatro funções essenciais da administração: planejar,


organizar, dirigir e controlar.

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Saiba mais
O não envolvimento da alta administração é a causa origem ou
causa raiz de um acidente.

As principais razões para a falta de controle administrativo são:


• As questões de segurança e saúde não são tratadas como um valor pela organização.
• Os padrões de trabalho são inadequados.
• Os procedimentos de trabalho são inadequados ou inexistentes.
• O cumprimento dos procedimentos e padrões de trabalho são inadequados.
• Ausência de uma Política de Consequência e Reconhecimento.

Uma combinação de fatores ou causas ocorrem ao mesmo tempo, sob condições precisas
para provocarem os eventos indesejáveis. Em resumo, tem-se as seguintes conclusões:
a) Os incidentes que deterioram os negócios são causados, não são produtos do acaso.
b) As causas que levam às perdas podem ser determinadas e controladas preventivamente.

Os controles aplicados na área de segurança do trabalho e saúde ocupacional não poderão


ser isolados das demais atividades da organização e também não podem ficar restritos ao
lado comportamental do erro humano.
O que se busca é um modelo híbrido, que conte com a responsabilidade e a vontade de
pessoal dos funcionários, com objetivo maior de alcançar as metas de redução de acidentes
e melhoria das condições de trabalho.
Os princípios fundamentais das diretrizes para a Segurança e Saúde do Trabalhador são assim
resumidos:
• Prevenção – Os acidentes possuem causas que podem ser identificadas, analisadas e
eliminadas. Devem ser estabelecidos e mantidos registros que evidenciem que o
comportamento dos funcionários é de antecipação, prevenindo a ocorrência de
acidentes.

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• Conscientização, Formação e Treinamento – As lideranças das áreas da empresa
devem estar preparadas para atingir um bom nível de segurança. Devem ser
estabelecidos e mantidos registros que evidenciem que os treinamentos e a
supervisão dos trabalhos foram adequados e suficientes para o atendimento das
exigências legais e técnicas.
• Responsabilidade – Cada funcionário tem a responsabilidade de aplicar seus
conhecimentos pessoais e profissionais para melhorar e aperfeiçoar as práticas de
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
• Controle das Emergências – Devem ser estabelecidos, documentados e mantidos
procedimentos para controlar uma possível emergência e eles devem ser do
conhecimento de todos os funcionários.
• Fator de Valorização – Devem ser estabelecidos e mantidos registros que evidenciem
o cumprimento dos Procedimentos e Programas de Segurança e Saúde.

Importante
A avaliação do desempenho das áreas e dos funcionários deve
privilegiar a valorização dos funcionários que participam e
cumprem as diretrizes de SST estabelecidas pela empresa.

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Auditorias Comportamentais de SST

A Auditoria Comportamental de SST tem por objetivo estabelecer métodos para auxiliar a
mudança de atitude dos empregados observando, durante a execução das tarefas, as
seguintes categorias:
• Reação das pessoas.
• Posição das pessoas.
• Equipamento de proteção individual.
• Ferramentas e equipamentos.
• Procedimentos Operacionais.
• Ordem, limpeza e arrumação.

Saiba mais
Uma Auditoria Comportamental de SST NÃO PODE TER CARÁTER
PUNITIVO.

O estabelecimento do método para a Auditoria Comportamental tem como base aspectos


como reação e posição do empregado, procedimentos operacionais, EPI, ferramentas e
equipamentos e ordem, limpeza e arrumação.

Rever os materiais com formulário da Auditoria Comportamental.

Princípio das Causas Múltiplas

“Problemas e eventos que produzem acidentes são raramente, ou nunca, o resultado de uma
única causa. É um grande erro assumir que o acidente teve somente uma única causa.”

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Resumo

No curso de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalhador, foram abordados os seguintes


assuntos:

 MÓDULO I
Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalhador (SST).

 MÓDULO II
Segurança Baseada nos Conceitos Técnicos.
Conceitos Básicos de Ergonomia.

 MÓDULO III
Planejamento e Controle das Atividades de Risco.

 MÓDULO IV
Conceitos da Legislação Aplicada a Área da Segurança e Saúde do Trabalhador.
Responsabilidades Administrativas, Civis e Criminais na Área de SST.
Processo de Auditoria Aplicada à SST.

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