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Barroco no Brasil

O Barroco no Brasil tem início no final do século XVII. No país, essa tendência
artística teve grande destaque na arquitetura, escultura, pintura e literatura.

Na literatura, o marco inicial do barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601)


de Bento Teixeira. Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem dúvida um dos
maiores artistas barrocos brasileiros

Contexto histórico

Os fatos históricos fundamentais da época foram a Primeira invasão holandesa, que


ocorreu na Bahia, em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630, que perdurou até
1654.

As invasões aconteceram na região que concentrava a produção açucareira.


A produção literária não foi favorecida nesse período, pois a disputa pelo poder no
Brasil era evidente e chamava toda a atenção.

O Barroco surgiu nesse contexto como fruto de esforços individuais, quando os


modelos literários portugueses chegaram ao Brasil.
A arte que se desenvolveu com mais força foi a arquitetura, mas a partir da segunda
metade do século as artes sofreram impulso maior.

Características

As principais características do barroco brasileiro são:


 Linguagem dramática;
 Racionalismo;
 Exagero e rebuscamento;
 Uso de figuras de linguagem;
 União do religioso e do profano;
 Arte dualista;
 Jogo de contrastes;
 Valorização dos detalhes;
 Cultismo (jogo de palavras);
 Conceptismo (jogo de ideias).
Principais autores e obras

Os principais autores e obras escritas no Brasil são:

 Bento Teixeira (1561-1618): autor de “Prosopopeia” (1601), poema épico com


94 estrofes que exalta a obra de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário
da capitania de Pernambuco.

 Gregório de Matos (1633-1696): um dos maiores representantes da literatura


barroco no Brasil, que se destacou com sua poesia lírica, religiosa, erótica e
satírica. É conhecido como “Boca do Inferno”, uma vez que sua poesia ironizava
diversos aspectos da sociedade.

 Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711): foi o primeiro brasileiro a publicar


versos no estilo barroco. De sua obra destaca-se: “Música do Parnaso” (1705).

 Frei Vicente de Salvador (1564-1636): historiógrafo e o primeiro prosador do


país. De sua obra destacam-se: “História do Brasil” e “História da Custódia do
Brasil”.

 Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768): autor de “Eustáquios” e


“Descrição da Ilha de Itaparica”.

Obras de Gregório de Matos (1636-1696)

Gregório de Matos é o maior poeta barroco brasileiro, sua obra permaneceu


inédita por muito tempo, suas obras são ricas em sátiras, além de retratar a Bahia
com bastante irreverência, o autor não foi indiferente à paixão humana e religiosa,
à natureza e reflexão.
As obras desse escritor são divididas de acordo com a temática: poesia lírica
religiosa, amorosa e filosófica.

- A lírica religiosa: explora temas como o amor a Deus, o arrependimento, o


pecado, apresenta referências bíblicas através de uma linguagem culta, cheia de
figuras de linguagem. Veja que no exemplo a seguir o poeta baseia-se numa
passagem do evangelho de S. Lucas, quando Jesus Cristo narra a parábola da ovelha
perdida e conclui dizendo que “há grande alegria nos céus quando um pecador se
arrepende”:

A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,


da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,


a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada


glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,


cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)

- A lírica amorosa: é marcada pela dualidade amorosa entre carne/espírito,


ocasionando um sentimento de culpa no plano espiritual.

- A lírica filosófica: os textos fazem referência à desordem do mundo e às


desilusões do homem perante a realidade.

Em virtude de suas sátiras, Gregório de Matos ficou conhecido como “O boca do


Inferno”, pois o poeta não economizou palavrões nem críticas em sua linguagem,
que além disso era enriquecida com termos indígenas e africanos.

Eis um exemplo dos muitos “retratos” que Gregório de Matos compôs:

Soneto

A cada canto um grande conselheiro,


Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,


Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,


Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.

Estupendas usuras nos mercados,


Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.

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