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Rio de Janeiro
2017
Beatriz Silva de Moura
Carolina dos Santos de Melo
Daniel David Guimarães Freire
Felipe Tormenta de Souza
Helena Gomes da Costa Guio
João Victor Alves cruz
Rio de Janeiro
2017
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo abordar o sistema eleitoral adotado por nós e suas principais
criticas. Para que se possa dissertar devidamente sobre tal tema, faz - se necessario elucidar
sobre os sistemas eleitorais existentes no mundo e sua relacao com o sistema eleitoral
proporcional de lista aberta que é o adotado no Brasil, para entao se discutir as principais criticas
do sistema eleitoral vigente em nosso país.
Palavras chave: Sistema eleitoral Brasileiro, críticas do sistema eleitoral vigente.
Sumário
1. Introdução......................................................................................................................................... 4
6. Conclusão ......................................................................................................................................... 18
7. Referências bibliográficas............................................................................................................... 19
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1. Introdução
A palavra Política é polissêmica, possuindo múltiplos significados. Podendo
significar a arte de governar, assim como a ciência da governança de um Estado ou Nação,
sendo também uma negociação para compatibilizar interesses. O termo deriva da palavra
grega polis, que designa aquilo que é público. Ademais, os gregos consideravam que o termo
idiota se referia àquele que não estava integrado à polis, que não se interessava ou participava
dos assuntos públicos.
Para o filósofo grego Aristóteles, “o homem é um animal político”. Tal frase, tenta
elucidar a relação entre política e humanidade. Pode-se entender este pensamento pelo fato do
homem, enquanto ser social, só viver coletivamente e não de maneira isolada na sociedade. E,
para que a vida em sociedade seja possível, é preciso haver regras que tornem a convivência
possível e que organizem as relações de poder. Com tal exposto, chega-se a conclusão de que
a política faz parte da natureza humana e está presente em todo lugar, visto que cada vez que
tomamos uma decisão e a comunicamos ou impomos, estamos exercendo um ato político.
De acordo com Norberto Bobbio, grande filósofo político, o poder político diz
respeito ao poder que um homem pode exercer sobre os outros. Já para Zygmunt Bauman, no
livro Em busca da política, a arte da política, enquanto democrática, é a arte de desmontar os
limites à liberdade dos cidadãos, sendo também a arte da autolimitação: a de libertar os
indivíduos para capacitá-los a traçar, individual e coletivamente, seus próprios limites. Além
disso, Cornelius Castoriadis, outro grande filósofo político, define política como atividade
explícita e lúdica que visa a instauração das instituições desejáveis e da democracia como
regime da máxima auto-instituição possível das instituições sociais que dependem da
atividade coletiva.
Com tais elucidações feitas, é importante situar que este ensaio visa dissertar sobre o
sistema eleitoral adotado por nós, suas principais críticas transitando pelos pós e contras do
sistema proporcional e como ele funciona, a emergência do sistema proporcional no Brasil e
sua contextualização histórica.
O sistema eleitoral adotado por nós, o modelo proporcional de lista aberta, favorece,
em tese, a representatividade no governo, além de poder permitir uma competição
interpartidária. No entanto, o que se vê é o contrário. A formação de coalizões, a existência do
voto estratégico e um reduzido número de representantes das minorias caracterizam nosso
contexto político e nosso sistema eleitoral.
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2.1. Antecedentes
Entre a eleição de nossa primeira assembléia constituinte, em 1823, e a ruptura
institucional de 1930, as eleições dos deputados brasileiros foram sempre guiadas pelo princípio
majoritário. As maneiras de concretizá-lo, no entanto, foram muitas. Houve períodos em que
as circunscrições eram as províncias ou estados e períodos em que as províncias ou estados
foram divididas em circunscrições de menor extensão. Houve períodos em que vários
parlamentares eram eleitos na mesma circunscrição e períodos em que cada circunscrição elegia
apenas um representante. Mas sempre o sistema se articulava ao redor do princípio majoritário,
como, aliás, acontecia em toda parte do mundo ocidental, quase até o final do século XIX.
A configuração formal do sistema eleitoral, favorável às maiorias, contribuiu para o
fenômeno das “câmaras unânimes”, característico de boa parte de nossa história parlamentar,
embora ele deva ser atribuído também, e muito, ao controle exercido pelo grupo político que
chefiasse o governo central sobre a magistratura e os chefes de polícia, com seus delegados e
subdelegados, e sobre outros instrumentos usados para assegurar vitórias eleitorais
acachapantes. No segundo reinado, após a concentração de poderes ocorrida no início da década
de 1840, o partido governante, em mais da metade das eleições para a Câmara dos Deputados,
obteve, no mínimo, oitenta por cento das cadeiras, chegando, em alguns casos, a cem por cento.
Na primeira república, após a consolidação da política dos governadores, a situação não foi
substancialmente distinta.
Era natural, portanto, que os políticos preocupados com a formação de um regime
representativo minimamente consistente se voltassem, tanto sob a monarquia como na primeira
república, para a construção de fórmulas eleitorais que assegurassem a presença das minorias
nas câmaras. Sirva de exemplo a Lei nº 1.269, de 15 de novembro de 1904, a chamada “Lei
Rosa e Silva”, que estabeleceu os traços básicos do sistema eleitoral em vigor desde sua
promulgação até 1930: eleição em circunscrições plurinominais (cerca de cinco representantes
eleitos por circunscrição), com os eleitores podendo votar em tantos nomes quantos fossem os
lugares a preencher, menos um (para que os eleitores da maioria não pudessem ocupar com
seus candidatos todas as vagas disponíveis), e com cada eleitor podendo dar mais de um voto
ao mesmo candidato (para que os eleitores da minoria pudessem concentrar seus votos em
poucos candidatos, garantindo a eleição de algum ou alguns deles). Artifícios como esses, aliás,
raramente produziram os efeitos desejados.
Já na década de 1860, o romancista e político José de Alencar começou a defender a
adoção da representação proporcional, cujos traços mal começavam a ser desenhados no
cenário internacional, como melhor solução para as deficiências do regime representativo
brasileiro, desde, é claro, que o novo sistema viesse acompanhado de medidas para a
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apuração fidedigna dos votos. Em artigos e livros de extraordinária qualidade técnica (e,
naturalmente, muito bem redigidos), José de Alencar explicou e defendeu os princípios básicos
do sistema eleitoral proporcional.
Nas primeiras décadas republicanas, o título de maior defensor do sistema eleitoral
proporcional passou para as mãos de Joaquim Francisco de Assis Brasil. Em livros também
de grande qualidade, o político gaúcho não apenas defendeu a representação, nas câmaras
legislativas, de todos os setores socialmente relevantes, como trabalhou incessantemente na
elaboração de modelos eleitorais que assegurassem que essa representação tivesse lugar na
proporção dos votos obtidos por cada fração política. Esses esforços culminaram na redação
do Código Eleitoral de 1932, com que se iniciou a implantação do sistema eleitoral
proporcional em nosso país.
possuem. Aquele que apresentar a maior média de votos fica com o lugar. Trata-se, certamente,
de um cálculo de proporcionalidade, entre outros possíveis. Com ele, o sistema se tornou quase
totalmente proporcional, subsistindo, como resquício de desproporcionalidade, a regra, até hoje
vigente, de que os partidos ou coligações de partidos que não alcancem o quociente eleitoral
não participam sequer da distribuição das sobras.
Do ponto de vista das regras da distribuição dos lugares nas casas legislativas, a
legislação consolidada em 1950 é, fundamentalmente, aquela que subsiste até hoje. As
circunstâncias em que ela vem sendo aplicada mudaram, no entanto, constantemente, às vezes
de maneira profunda.
mostra que, em sua esmagadora maioria, os deputados federais eleitos foram os candidatos mais
votados em sua circunscrição.
O tema da maleabilidade do sistema eleitoral proporcional brasileiro admite ainda maior
detalhamento, em várias direções. É notável, por exemplo, que alterações em pontos
secundários de sua estrutura, como a permissão ou proibição de coligações eleitorais, podem
produzir efeitos consideráveis. Mas o objetivo dessas considerações não é esgotar o tema ou,
sequer, valorizar, em abstrato, a maleabilidade apontada. Trata- -se, apenas, de chamar a
atenção para uma das dificuldades de construir maioria, seja no Congresso Nacional, seja fora
dele, para ultrapassar o sistema vigente. Como ele responde a demandas muito variadas,
algumas, inclusive, que parecem contraditórias, sempre que uma pessoa é colocada frente a um
modelo alternativo concreto, tende a valorizar aquelas características do modelo atual que se
perderão com sua substituição.
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Tem como princípio a formação de listas pelos partidos, nas quais os eleitores podem
votar na qual mais lhe agradar e, a partir da votação, as cadeiras são distribuídas
proporcionalmente pela quantidade de votos que cada partido recebeu. As listas podem ser
abertas- onde o eleitor escolhe a ordem de importância dos candidatos-, fechada- na qual o
partido se encarrega da organização- ou flexível- onde o eleitor pode optar por votar na lista já
pronta ou alterá-la.
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§ 1° O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação for contemplado
far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus candidatos
§ 2° Somente poderão concorrer à distribuição dos lugares os partidos ou as coligações
que tiverem obtido quociente eleitoral.”
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Os efeitos desses artigos lei foi questionada no sentido de que foi uma mudança
no sistema eleitoral proporcional que promoveria certa vantagem aos partidos maiores,
tradicionais e com mais recursos, em detrimento de partidos novos, com ideias
diferentes.
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6. Conclusão
Com tal exposto, é notório que conhecer o sistema eleitoral de nosso país é fundamental
para exercitarmos completamente nossa cidadania. Nesse sentido, faz-se válido ressaltar que o
sistema eleitoral adotado no Brasil é o modelo proporcional de lista aberta, que possibilita a
eleição de um maior número de partidos e favorece a representatividade, permitindo uma
competição interpartidária.
Por essa razão, o que se espera do modelo eleitoral em vigor, é um ambiente
competitivo, em que os representantes eleitos representassem os múltiplos e variados interesses
da população. No entanto, o que se observa no contexto eleitoral político brasileiro é justamente
o contrário.
A formação de coalizões, a existência do voto estratégico, um reduzido número de
representantes das minorias existentes em nosso país, a falta de representatividade e a alta taxa
de evasão de políticos que se deslocam entre partidos regularmente caracterizam o panorama
político e eleitoral do Brasil. Há, ainda, uma falha no ensino brasileiro que auxilie na formação
do aluno visando o exercício da cidadania. Sendo estas as principais críticas ao sistema eleitoral
adotado em nosso país.
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7. Referências bibliográficas
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo, SP: Malheiro Editores, 24° Edição, 2017.
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 2ª ed. São Paulo: Globo, 1998.
BATISTA, Cristiane; MUÑOZ, Enara Echart. Teoria e Prática da Política. Curitiba: Appris,
2017.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 14ª ed. Brasília: Edições Câmara,
2017.
PRAÇA, Sérgio. Guerra à Corrupção. São Paulo: Évora, 2017.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-10/entenda-os-tipos-de-sistema-eleitoral-
em-discussao-na-reforma-politica, acesso em 9.11.2017 - 10h30
https://jus.com.br/artigos/16930/sistemas-eleitorais. Acesso em 9.11.2017 - 13h