PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIA
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OS MANDAMENTOS DA IGREJA
Além dos Dez Mandamentos presentes no
livro do Êxodo 20, 1-17 o verdadeiro cristão
procura aperfeiçoar-se no crescimento espiritual.
Tendo Jesus vindo para nos ensinar a dar
pleno cumprimento aos Dez Mandamentos,
nosso Senhor ensinou-nos ainda o mandamento
maior: "Amai-vos uns aos outros como eu vos
amei" (João 15, 12).
Jesus funda Sua única Igreja, coloca-a sob a
guarda dos apóstolos como pastores do Seu
rebanho e confirma que devemos escutar e
obedecer tudo aquilo que a Sua Igreja nos
ensina para nossa salvação: " Quem vos ouve a
vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a
mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita
aquele que me enviou." (Lucas 10, 16).
A Igreja, como Mãe e Mestra, nos ensina
que para nossa salvação é necessário ordenar
nossa vida de tal forma que ela busque cada vez
mais a Deus. Dentre as normas criadas pelos
apóstolos estão cinco as quais chamamos de
"Cinco Mandamentos da Igreja". Quais são?
1 – Participar da Missa inteira nos domingos
e outras festas de guarda e abster-se de
ocupações de trabalho nestes dias:
Por meio deste mandamento quer a Igreja
que todo fiel reconheça a soberania do Senhor
sobre sua vida. É o modo pelo qual podemos
nos santificar cumprindo a vontade do Pai, do
Filho e do Espírito Santo.
Cumprimos assim, também, o primeiro
mandamento que é amar a Deus sobre todas as
coisas. Como cristãos temos a obrigação de
atender o convite de Cristo sem desculpas ou (domingo), e por fim, de Todos os Santos (1º de
comodismos.
Se não o atendemos, corremos o risco de
não sermos mais aceitos para a ceia na Vida
Eterna.
Jesus nos conta uma parábola: "Um homem
deu uma grande ceia e convidou muitas
pessoas. E à hora da ceia, enviou seu servo
para dizer aos convidados: Vinde, tudo já está
preparado. Mas todos, um a um, começaram a
escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um
terreno e preciso sair para vê-lo; rogo-te me dês
por escusado. Disse outro: Comprei cinco juntas
de bois e vou experimentá-las; rogo-te me dês
por escusado. Disse também um outro: Casei-
me e por isso não posso ir. Voltou o servo e
referiu isto a seu senhor. Então, irado, o pai de
família disse a seu servo: Sai, sem demora,
pelas praças e pelas ruas da cidade e introduz
aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os
coxos. Disse o servo: Senhor, está feito como
ordenaste e ainda há lugar. O senhor ordenou:
Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a
entrar, para que se encha a minha casa. Pois
vos digo: nenhum daqueles homens, que foram
convidados, provará a minha ceia." (Lucas 14,
16-24)
Aos fiéis é pedido que se abstenham do
trabalho e santifiquem os domingos (dia do
Senhor) com a Santa Missa.
Também pede-se que se busque a
santificação nos dias santos que são, além dos
domingos: o dia do Natal de Nosso Senhor
Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da
Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e
Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa
Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua
Imaculada Conceição (8 de dezembro) e
Assunção (domingo), de São José (19 de
março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Novembro).
2 - Confessar-se ao menos uma vez por
ano:
É claro que é pouco se confessar uma vez ao
ano, seria bom que cada um se confessasse ao
menos uma vez por mês, pois fica mais fácil de
se recordar dos pecados e de ter a graça para
vencê-los.
Devemos ter bem clara a doutrina ensinada
por S. Paulo que ninguém deve comungar
estando em pecado mortal (1 Coríntios 11, 28).
Para que se cometa um pecado mortal são
necesários três requisitos:
A) Pecar contra algum dos Dez
Mandamentos, isto é, "em matéria grave";
B) Conhecer, saber que tal ato é pecado e;
C) Fazê-lo de livre e espontânea vontade.
A Confissao tem muitos efeitos, regenera a
alma, prepara para receber maiores graças,
aumenta em nós o ódio ao pecado e o amor a
Deus, liberta do egoísmo, da ganância, da auto-
suficiência, ensina-nos a depender de Deus e
em alguns casos cura completamente doenças
psico-somáticas oriundas de uma vida
desregrada ou vivida em meio ao ódio e a falta
de perdão.
3 - Receber o sacramento da Eucaristia ao
menos pela Páscoa da ressurreição:
A todos recorda-se que só teremos a vida
eterna, isto é, viveremos com Deus, se
recebermos o Corpo e o Sangue do Senhor.
É Jesus quem nos diz: "Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e
eu o ressuscitarei no último dia." (João 6, 54).
Também é certo que receber a Eucaristia, a
Sagrada Comunhão, apenas no período da
Páscoa é muito pouco.
 A Igreja recomenda que, se for possível,
recebamos a Comunhão diariamente.
A cada Comunhão recebida a vida de pecado
em nós diminui e aumenta a vida de fé e a
verdadeira comunhão com Deus.
4 - Jejuar e abster-se de carne, conforme
manda a Santa Mãe Igreja:
No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira
de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Este jejum
consiste em um leve café da manhã, um almoço
leve e um lanche também leve à tarde, sem mais
nada no meio do dia, nem o cafezinho. Quem
desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; isto
é, abster-se completamente dos alimentos
nesses dias.
O obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais
de sessenta anos estão dispensados da
obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se
desejarem.
Recomenda-se, mas não é obrigatório, o
jejum de carne ou de algum prato mais
elaborado, em todas as sextas-feiras do ano em
lembrança da morte do Senhor.
Diz o Catecismo que o jejum "Determina os
tempos de ascese e penitência que nos
preparam para as festas litúrgicas; contribuem
para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos
instintos e a liberdade de coração".
5 - Ajudar a Igreja em suas necessidades:
Este mandamento recorda aos fiéis que
devem ir ao encontro das necessidades
materiais da Igreja, cada um conforme as
próprias possibilidades.
Os fiéis exigem a assistência de um padre em
sua paróquia, e têm direito de tê-lo, mas devem
ter também bem claro que os padres não vivem
do vento e são dignos de sua côngrua [salário]
(Lucas 10, 7).
Triste é a realidade espiritual e material de
muitas paróquias que têm de fazer bingos, festas
e promoções para poder custear as despesas
com o padre e os encargos da paróquia, sinal
que ainda não houve uma abertura e valorização
para a presença de Deus em suas vidas.
Devem recordar-se ainda os fiéis que embora
a Igreja não seja uma empresa, ela é assim
considerada pelo Governo e deve pagar seus
funcionários, custos trabalhistas, água, luz,
telefone.
Importa ainda dizer que há três formas de
colaborar financeiramente com a Igreja:
A) com as ofertas nas Missas no momento do
Ofertório (que em geral não pagam as despesas
mínimas da paróquia!),
B) com doações-ofertas e,
C) com o Dízimo que é a restituição a Deus
de uma parte daquilo que recebe através de seu
trabalho ou outra fonte de renda.
Destas três formas de auxiliar as
necessidades materiais da Igreja a única forma
que é obrigatória, por ser mandato bíblico, é o
dízimo. Não é obrigatório que o dízimo seja de
10% do salário, nem o Catecismo nem o Código
de Direito Canônico obrigam esta porcentagem,
mas é bom e bonito se assim o for, pois se
aproxima mais da origem bíblica.
Com estas contribuições ou auxílios materiais
é que na paróquia consegue-se pagar os
impostos trabalhistas, custos com salários, água,
luz, telefone, gasolina e reparos no veículo,
auxiliar algum irmão ou família necessitada,
cobrir os custos com a catequese, com a
formação de catequistas, com o pagamento dos
custos da formação dos futuros padres, reformar
o prédio da igreja, custear velas, vinho, hóstias,
folhetos litúrgicos, limpeza e manutenção do
templo etc etc etc.
De cada auxílio material dos fiéis deve ser
remetido uma parte para o bispado que aplica na
formação dos seminaristas, os futuros padres e
outras despesas, sustento do Bispo,
manutenção do Bispado, da Cúria.
Pelo menos algumas vezes ao ano as coletas
são remetidas ao Papa que destina o montante
às populações e às pessoas mais carenciadas
ou atingidas por calamidades.
Infelizmente há muito católico mal informado
que pensa e pensa errado, que no Vaticano
correm rios de dinheiro e que o Papa nada no
ouro.
Vivendo com o mínimo necessário, a Igreja
Católica sempre foi e ainda é a maior instituição
de caridade do mundo.
Se olharmos nossa realidade da Igreja em
Bagé devíamos ter vergonha, pois de todas as
275 dioceses do Brasil, dez (10) delas não
conseguem se auto-sustentar, isto é não
conseguem formar seus futuros padres, pagar
corretamente seus funcionários e manter-se
minimamente financeiramente, destas dez
dioceses, nove se encontram no Nordeste e uma
no Sul do Brasil: Bagé.
O importante é, como disse São Paulo, dar
com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com
alegria” (2Cor 9, 7).
Se cada fiel fosse consciente de sua
obrigação, nossas paróquias não precisariam
fazer rifas, galetos e outras atividades com fundo
de angariar recursos.
O fiel consciente de sua obrigação na
manutenção de sua Igreja pode oferecer sua
ajuda e destiná-la, isto é, pode e deve dizer para
seu pároco qual o destino que quer que seja
dado, por exemplo, para uma capela, para
ajudar a formação dos seminaristas, para auxiliar
um irmão necessitado etc.
Elaborado por Pe. Cléber Dias