1º MOSTRA IN.

RIO 1

a
1 mostra de design editorial
ORGANIZAÇÃO: RUBENS PAIVA E CAROL CAVALEIRO
A MOSTRA
Este livro reúne trabalhos de in-
fografia e design de página dos
maiores jornais e revistas do Brasil.
Nossa intenção é fornecer um pa-
norama atualizado do design edi-
torial brasileiro com bons exemplos
que circularam em 2015 e início de
2016. Como toda mostra, ela é im-
perfeita pois não consegue revelar
todos os talentos que estão espa-
lhados em nosso imenso país. Em
nossas próximas mostras espera-
mos que mais e mais profissionais
apareçam aqui, de forma a termos
um retrato ainda mais rico de nos-
sa produção.

A mostra faz parte do evento In.Rio,

um encontro para promover a troca
de experiências entre designers,
jornalistas, pesquisadores e desen-
volvedores dentro do universo do
DESIGN DE INFORMAÇÃO. Trata-se
de uma oportunidade única dada
EQUIPE IN.RIO a profissionais e estudantes para
Rubens Paiva conhecerem mais sobre o universo
dos grandes veículos de comunica-
Carol Cavaleiro
ção e também aprenderem sobre
Luciane Costa os especialistas que dão visualida-
Fabio Vasconcellos de ao conteúdo.
1º MOSTRA IN.RIO
PREFÁCIO
POR MARIO KANNO, EDITOR-ADJUNTO
DE ARTE DA FOLHA , FORMADO PELA ECA-USP
É com a maior alegria do mundo que
vejo de volta uma “Mostra de Infogra-
fia” no Brasil. Criei a primeira “Mostra
Nacional de Infografia” em 2006 —
exatos dez anos atrás— porque ia dar
umas aulas e não queria usar apenas
meu portfolio pessoal nem ficar ba-
bando ovo nos trabalhos estrangeiros
sabendo e conhecendo gente aqui
mesmo no Brasil que já fazia infográ-
ficos de altíssima qualidade estética
e jornalística.
Depois, junto com outros designers e
infografistas evoluímos para os even-
tos do Infolide (>> LINK), com palestras
e workshops. Depois, fomos atrope-
lados pelas mudanças nas equipes,
cortes etc. e o Infolide deu uma para-
da. (Mas tá vivo, rs)
Bom, o design editorial e a infografia
brasileira não pararam como provam
as maravilhosas páginas a seguir!
Convido a todos a verem as edições
anteriores da Mostra (>> LINK) e confe-
rir como temos hoje um trabalho mais
profissional, menos decorativo e mais
informativo.
Explico do meu ângulo de vista. Em
2006 a maior parte dos infografistas
integravam a ponta final da linha de
produção, fazendo infográficos sobre
demanda de outros jornalistas. Em
2016 boa parte dos bons infografistas
criam seu próprio conteúdo: pau-
tam, escrevem e/ou editam os textos,
e trabalham em equipe integrando
redatores, webdesigners, ilustradores,
3
pessoas de vídeo, 3D.
Além disto, em 2006 a infografia era
quase restrita a mídia impressa. Hoje
ela invade a web, os livros didáticos, a
publicidade e o mundo corporativo.
Esse documento histórico e o en-
contro In.Rio são fundamentais não
apenas para apontar os bons profis-
sionais, mas também para apontar
as boas práticas do jornalismo visual
para que nosso trabalho e nosso es-
paço continue a evoluir.
–––
IMPORTANTE:
Não fique apenas nas figurinhas. Leia
cada um dos artigos com atenção
pois há neles muitas soluções para
problemas que você encontra no seu
dia a dia e não sabe como resolver.
1º MOSTRA IN.RIO 4

ARTIGOS
1º MOSTRA IN.RIO 5

SOMOS
POR RUBENS PAIVA,
EDITOR DE ARTE DO
GLOBO

POUCOS
Formado em desenho
industrial na UNB

Quando cursava Desenho Industrial

em 1996 na UnB soube que o jornal
Correio Braziliense estava renovando
a Editoria de Arte e procurava novos
profissionais. Eu era então um humil-
de bolsista do CNPQ e a possibilidade
de conseguir um emprego no maior
jornal do DF me fascinou imediata-
mente. Meu portfolio de design ainda
era insipiente e o melhor que tinha
para mostrar era meu caderno de de-
senho a mão livre. Imaginei na época
que teria mais chances na carreira de
ilustrador, mas quando fui entrevista-
do pelo editor de arte ele foi direto:
precisava de um infografista. E foi
aquela a primeira vez que ouvi o ter-
mo infografia, sendo imediatamente
convidado a ver exemplos que relu-
ziam nas telas dos poderosos Macs G1
do departamento de arte.
À primeira vista, devo confessar,
não me empolguei com as infogra-
fias. Os mapas, gráficos estatísticos
e fluxogramas me pareceram frios
e desprovidos de vida, sem aquela
plasticidade e liberdade típicas de 1996
que os ilustradores usufruíam em seus
INFLUENCIADORES
cartoons, charges e outros desenhos
fascinantes que permeavam as pági-
Amaro
Júnior
nas do jornal. Mas eu precisava muito Chico
de um emprego e tratei de aprender Amaral
Lui
tudo o que podia sobre as misteriosas Kleber
Sales
infografias. Me dediquei e depois de
um breve estágio probatório fui con-
tratado. E é desde aquele dia que eu eio Brazilie
no Corr nse
sou infografista. Foram 20 anos dedi- Eu
cados a isso (Posso até confidenciar
que sou uma espécie de animal cria-
do em cativeiro, cativo das redações). CABELÃO
De lá para cá trabalhei na Folha, na POCHETE
HORRÍVEL
Editora Abril, Estadão, O Globo e tam-
bém trabalhei como freelancer para
uma infinidade de agências de publi-
cidade. Sempre criando infografias.
E nesse percurso profissional, nada foi
mais importante para aperfeiçoar o Ary Gabriel
Morais Góes
meu trabalho do que o contato com
outros infografistas. Eu sempre vi e
li muita coisa sobre design, aprendi Maurenilson Jeff
Freire Goertzen
1º MOSTRA IN.RIO
bastante coisa sozinho, mas acompa-
nhar bons infografista desenvolvendo
seus trabalhos foi o que impulsionou
meu aprendizado verdadeiramente.
Com a equipe do Correio Braziliense
eu aprendi os fundamentos da profis-
são e a importância de se ver a pági-
na como um todo. Foi com a equipe
da Folha de São Paulo que percebi
a beleza da síntese e a importância
de aplicar metodologia de projeto à
infografia. Com os profissionais da
Editora Abril eu conheci as mais so-
fisticadas maneiras de usar imagens,
expandindo ao limite o uso das cores
e da fotografia. No Estadão me ensi-
naram a importância das multiplata-
formas, assim como a necessidade e
a urgência de abraçar novas tecnolo-
gicas. E hoje, é com a equipe do
Globo que partilho tudo isso, rece-
bendo em troca mais e mais apren-
dizado e boas razões para continuar
amando minha profissão.
Resumindo, a troca de experiências
é fundamental para nossa profissão,
principalmente porque praticamen-
te não existem cursos de infografia
no Brasil e muito menos bibliografia
suficiente para nossa adequada for-
2005 6
INFLUENCIADORES
Eduardo
Asta
Massimo
mação. É nos outros infografistas que Gentile Marcelo
reside o conhecimento e é por isso Mario Pliger
que devemos nos falar mais. Kanno
Parece fácil, certo? Mas não é.
Vamos agora ao primeiro ponto:
Diferente do que acontecia nos dis-
na Folha de São Pau
tantes anos 90, a palavra infografia Eu lo
é hoje bastante difundida no Brasil.
Proliferam “infos” nos jornais, revistas,
sites e na publicidade. Vi até páginas
CORTE
da web que “criam infográficos ins- MILITAR
CALÇA
tantâneos” para você, bastanto para MODERNA
tanto imputar algumas informações. E
existem mais “infos” no Brasil porque
obviamente proliferaram também
os infografistas. Mas é indiscutível
que esse incremento na quantidade
não veio acompanhado de qualida- Alexandre Thea
de (perdoem minha franqueza). Sei Affonso Severino
que os nossos infografistas tiram o tal
leite de pedra e trabalham em condi-
ções adversas, mas a verdade é que a Patricia Marcio
tática de guerrilha com “grupos iso- Brandstatter Freitas
lados” e “soldados solitários” não vai
levar a infografia brasileira a lugar
nenhum.
Segundo ponto: se temos no Brasil
infografistas que possuem valioso
1º MOSTRA IN.RIO 2008 7

INFLUENCIADORES Carol Carlos

Rozendo Lemos
Fabio
Sales

Eu no Estadão
conhecimento da profissão por que namento urgente. E esse aprendizado
eles não partilham o conhecimento? só pode acontecer quando os mais
Essa é a pergunta difícil de respon- experientes e os mais bem sucedidos
BARBA
der e a razão deste texto. Acredito passarem adiante o que sabem. Ne- CRESCENDO
que o nosso problema é uma infeliz cessitamos de mais profissionais que ROUPA
CARETA
conjunção de fatores desfavoráveis. falem sobre “como fazer infografia”.
Os principais problemas na minha Precisamos identificar melhor os de-
opinião: 1- nós brasileiros temos or- signers de referência e aprender com
gulho demais de sermos autodidatas eles. Com um panorama melhor con-
(aprender sozinho é bom, mas pode seguiremos então estabelecer uma Glauco Andrea
também alimentar nossa arrogância e “memória para a infografia brasilei- Lara Pahim
isolamento); 2- Seguimos referências ra”, solidificando nosso status e posi-
Tcha Carol
ruins pois nos deslumbramos demais ção dentro de um cenário mundial. Tcho Cavaleiro
com a forma e dedicamos pouco tem-
po na edição e geração do conteúdo E como fazer tudo isso acontecer?
(ter como referência apenas gráficos Bem, essa resposta eu não tenho, mas
estéticos é o maior erro que um info- quero acreditar que encontros como 2015
grafista pode cometer); 3- competi- esse são um começo. Um bom começo. o jornal O Globo
mos entre nós da pior forma possível, Eu n
retendo informações (competir é sau-
dável, mas só quando a autocrítica e
a capacidade de reconhecer o talento
do outro andam juntas)
Concluindo: Parecem muitos, mas de BARBA ROUPA DE
GRANDE TIOZINHO
fato são poucos os infografistas que
têm bagagem para ensinar. Nosso
exército de infografistas, feito de sol-
dados que mal sabem o que acontece
na trincheira ao lado, precisa de trei-
Alessandro Ivan
Alvim Luiz
1º MOSTRA IN.RIO
EM DEFESA
DA PLANILHA
A geometria angular e sisuda de uma
planilha de Excel ainda causa suor frio
e agonia existencial na maior parte
dos jornalistas com quem trabalhei.
É pena, pois essa ferramenta é uma
dos mais abnegadas aliadas do jor-
nalismo e da infografia que conheço.
Não necessariamente a planilha em si,
mas sua estrutura e o que ela induz: o
rigor e a precisão do dado.
O cotidiano dentro de um depar-
tamento de infografia costuma ser
pouco tedioso: problemas surgem o
tempo todo. Um dos mais comuns é
o dado desestruturado, pautado para
uma infografia que nasce disforme
e precisa de um esqueleto para se
sustentar. Esse desarranjo da matéria
prima do info - a informação - apare-
ce de várias maneiras. Números com
unidades diferentes, comparações de
períodos desiguais, números absolu-
tos em situações que deveriam ser
usadas taxas etc.
Em texto, eventuais imprecisões e
buracos conseguem ser superados
com certa facilidade - “aproximada-
mente”, “cerca de”, entre outros recur-
sos (inclusive “entre outros”). Em um
infográfico, porém, tais fragilidades
ficam mais expostas. A infografia é
um instrumento de precisão que, por
natureza, precisa conferir aos dados
ordem, estética e clareza.
Aí que entram as planilhas. Como qual-
quer ferramenta, elas auxiliam o cum-
primento de tarefas, mas não fazem
todo o trabalho. A apuração e o faro do
repórter permanecem fundamentais,
assim como infografias de visual aca-
chapante são essenciais para encantar
o leitor, mas é preciso cultivar cada
vez mais nas redações a cultura do
dado estruturado, “à prova de balas”.
8
POR DANIEL LIMA,
EDITOR-ASSISTENTE
NO GLOBO
Formado em jorna-
lismo pela Faculdade
Cásper Líbero
O dado estruturado permite checa-
gens mais sólidas, identificação de
“buracos” com mais rapidez e, pela
natureza dinâmica das tabelas, a
possibilidade de novos cruzamentos.
Cenários diametralmente opostos de
dados dispostos em arquivos de tex-
tos ou PDFs.
Outro aspecto importante é o cami-
nho mais fácil para a colaboração
entre profissionais, seja entre repór-
teres como também entre repórte-
res e infografistas. Em tempos de
fechamentos cada vez mais caóticos
e multiplataforma, a própria integri-
dade dos dados em circulação pode
contribuir para tomadas de decisão
mais eficientes.
Ok, eis uma utopia um tanto nerd.
Mas vale a tentativa.
1º MOSTRA IN.RIO
A INFOGRAFIA
E O USUÁRIO
Trabalho como designer e infografista
digital do O Globo há três anos; um
tempo curto, principalmente se com-
parado a colegas que estão lá prati-
camente toda a sua vida profissional.
Mas este período já me mostrou que o
ambiente agitado da redação é poten-
cialmente instigante, porque permite
e induz a movimentação entre repór-
teres, editores, designers, infografistas,
videografistas, fotógrafos, desenvolve-
dores e ilustradores. Estou diariamente
transitando por esta multidisciplinari-
dade, sendo influenciado por ela, e, de
quebra, convivendo com excelentes
profissionais. Neste sentido, a redação
sem dúvida é um lugar que concentra
talentos capazes de desenvolver con-
teúdo de alta relevância. A tal “crise
do jornalismo” e o estabelecimento
da internet como o grande meio onde
circulam as notícias, acentuou a con-
corrência pela informação e obriga
diariamente que as redações atuali-
zem estes saberes de modo eficiente.
Isto se reflete diretamente no design
e na infografia dos jornais, sobretudo
no ambiente digital, e nos provoca a
responder uma questão cada vez mais
pertinente: para além do perfil econô-
mico e social, quais são os hábitos de
interação do leitor, o receptor direto
do nosso trabalho?
Surge então, também para o jorna-
lismo de dados, a figura do usuário, a
necessidade de conhecer os interes-
ses de quem consome informação na
web e como se comporta em relação
a ela. Gostaria de compartilhar, por-
tanto, algumas impressões que tenho
a respeito disso, apenas com o intuito
de provocar a discussão.
Construir narrativas digitais não sig-
nifica optar por conteúdos densos,
frios e enciclopédicos, mas envolve
cada vez mais adotar uma perspecti-
9
POR VINICIUS
MACHADO, DESIGNER
NO GLOBO
Formado em Design
pela UFRJ
va, um ponto-chave, e desenvolvê-lo
em termos de criatividade, platafor-
ma e usabilidade. O usuário comum,
por exemplo, tende a não ler páginas
web na ordem em que organizamos
o conteúdo; na imensa maioria dos
casos ele explora e avalia o todo
(tamanho dos textos, títulos, gráficos,
ilustrações), buscando compreender
do que se trata, e só então seleciona
o que considera importante ler. Isto, é
claro, caso tenha sido “fisgado”, tor-
nando o design e a infografia o ponto
nevrálgico do trabalho.
Pode ser surpreendente como gráfi-
cos ainda são considerados de difícil
compreensão para o leitor, embora
sejam feitos para diluir estas difi-
culdades, facilitar a visualização e a
comparação e até promover a síntese
da análise dos dados. Mas a energia
que o leitor investe na compreensão
de gráficos muito complexos é baixa.
1º MOSTRA IN.RIO
É preciso então pensar em alternati-
vas para apresentá-los de modo mais
interessante e didático, muitas vezes
não abrindo mão de guiar o usuário
pela sua leitura. E ter em mente algu-
mas perguntas: “o que há de impor-
tante aqui?”; “como alguém que não
está envolvido neste trabalho gosta-
ria de interagir com ele?” ou, como
me ensinou a editora Gabriela Alle-
gro, “para que estamos fazendo isso?”.
O leitor precisa: (1) se interessar em
ler, (2) entender facilmente o conteú-
do e sua mensagem e (3) se enga jar,
aprender, reproduzir.
Alguns métodos de usabilidade po-
dem sugerir caminhos, e destaco aqui
o chamado Lean UX, que propõe
receber feedbacks do usuário ainda
no processo de produção do traba-
lho. É claro que o ritmo dos jornais
e a rotina do hard news são obstá-
culos consideráveis na organização
de projetos com esta demanda de
etapas (mais utilizada no desenvolvi-
10
mento de produtos como aplicativos
e sites), mas a ideia é encontrar uma
intersecção entre o dinamismo multi-
disciplinar da redação e a realização
de projetos que levarão em conta a
eficiência do conteúdo em relação às
expectativas do usuário. Isto significa
incorporar mais ao processo de tra-
balho das redações o conhecimento
dos hábitos do leitor e as ferramentas
criativas para lidar com isso. Trata-se,
sobretudo, de design.
1º MOSTRA IN.RIO
O FIM DA
INFOGRAFIA
Na economia em que a infografia
nasceu, os bens eram escassos. Na
área de comunicação, para produzir,
imprimir e distribuir a informação era
necessária uma empresa grande e
muito capital. A informação era mo-
nopolizada pelas empresas e produ-
zida por profissionais especializados,
sempre de cima (empresa) para baixo
(consumidores). Esses profissionais de-
terminavam como as histórias seriam
contadas. A infografia faz parte desse
repertório narrativo.
A tecnologia reduziu o custo de produ-
zir e distribuir a informação, provocan-
do a entrada de milhões de pessoas e
novas empresas em algo que conhecí-
amos como mercado. Isso quebrou o
monopólio das grandes corporações e
democratizou a comunicação.
Hoje, a informação é um bem abun-
dante. Milhões de pessoas produzem
e distribuem conteúdo diariamente. O
leque de assuntos se expande além da
divisão editorial das redações tradicio-
nais. Fala-se de qualquer assunto. Há
uma multiplicidade de pontos de vista
e tudo é intensamente discutido. A
produção é um trabalho coletivo, que
cria suas próprias maneiras de contar
as histórias. A infografia não faz parte
deste repertório narrativo.
Para as grandes empresas de comu-
nicação é difícil se manter nesse ne-
gócio. Em parte porque perderam a
distribuição da informação para as
redes sociais, logo a renda publicitária.
O custo é alto e o retorno é baixo.
Junto com as redações tradicionais
desaparecem muitos postos de tra-
balho e algumas especialidades. O
diagramador, por exemplo, necessário
no impresso, sumiu com a ascensão
do digital. O editor, ou o jornalista que
11
POR EDUARDO ASTA,
INFOGRAFISTA DA
FOLHA DE S.PAULO
Formado em arquite-
tura pela FAU-USP
escolhe as pautas que o leitor deve ler,
vai sendo substituído por algoritmos
preemptivos que conectam o leitor ao
conteúdo que ele deseja, e que tam-
bém garantem sua maior permanên-
cia dentro da plataforma.
O know-how dos profissionais tem sido
substituído por linhas de código. Isto
significa que cada vez mais pessoas
têm acesso a recursos que antes eram
domínio de alguns poucos profissio-
nais. O que é bom, pois há menos in-
termediários entre leitores e conteúdo.
Se você estiver pensando em gráficos
e mapas, por exemplo, serviços como
CartoDB e Infogram permitem ao jor-
nalista manipular e visualizar os dados
a um custo baixo – e com resultados
melhores, sem ter que recorrer a um
infografista. Ou seja, um intermediário
a menos.
1º MOSTRA IN.RIO
Em todas as áreas empresas grandes
têm tido dificuldades para se manter
em pé ao mesmo tempo que peque-
nas empresas e coletivos entram na
disputa pelo mercado. A indústria au-
tomobilística nos EUA e na Europa têm
sofrido concorrência forte das empre-
sas de compartilhamento de carros,
da mesma que os hóteis sofrem com
o Airbnb. Os aplicativos de táxi aca-
baram com as cooperativas, enquanto
o Uber quer colocar seus motoristas
para transportar pessoas e cargas pe-
las cidades impactando as empresas
de logística.
O paradigma econômico está mu-
dando rapidamente. De uma maneira
geral, é possível perceber que a me-
dida que a tecnologia baixa os custos
de produção, bens que eram caros por
serem raros passam a ser baratos por
se tornarem abundantes. Empresas
grandes sucumbem para dar espaço
às pequenas e aos coletivos. As trocas,
sejam monetárias ou de informação,
ocorrem lateralmente, e não mais de
cima para baixo. O número de inter-
mediários entre você e a informação,
produto ou serviço cai a cada minuto.
Essa mesma tecnologia que fecha as
portas para grandes corporações abre
diversas outras para empresas peque-
nas e indivíduos, que podem produzir
conteúdo com qualidade superior ao
das redações convencionais com um
custo muito menor. Mais empreende-
dores significa mais clientes em poten-
cial. Um novo mercado está surgindo.
12
Um mercado para pequenos.
O infografista não pode mais ficar es-
perando o conteúdo cair em seu colo
para então moldá-lo para o consumo.
Uma máquina já faz isso e as redações
não sobrevivierão tempo o suficiente.
O profissional precisar estar envolvido
na criação do conteúdo, na sua distri-
buição e venda.
Aquele que enxerga-se como um es-
pecialista de visualização, é apenas
um intermediário. A infografia por ele
produzida faz parte do repertório de
contar histórias das redações conven-
cionais. Se não mudarem, ambos vão
morrer junto com as redações conven-
cionais.
1º MOSTRA IN.RIO
O DESIGNER
CURIOSO
“Especialização é para insetos” - já
ouviu esta frase? Pode ser uma afir-
mação dura hoje, uma época em que
o profissional que escolhe ir a fundo
numa só área em toda sua vida é tão
valorizado. O autor é Robert A. Hein-
lein, ou seu personagem Lazarus Long,
do livro “Time enough for love”. Desde
que a ouvi, eu emoldurei esta frase e a
coloquei numa parede nobre do meu
cérebro, parede a ser revisitada men-
talmente sempre que alguém pergun-
tasse: “Certo, mas qual a sua especia-
lização?”
Claro, ninguém precisa se sentir mal
por ter se especializado. MBAs e cur-
sos de pós graduação enchem os
currículos. Pessoas que acumulam
conhecimento em uma área recebem
valorização e têm seu lugar na socie-
dade. Não quero aqui despejar uma
regra sobre as vidas das pessoas,
ainda que eu acredite profundamente
que uma vida humana não é comple-
ta se não puder explorar diferentes
aspectos do seu mundo e do conheci-
mento disponível para ser descoberto.
Mas para um designer, esta ideia me
parece especialmente importante.
Seja uma peça gráfica para mídia
impressa, um móvel, uma página web,
um eletrodoméstico ou mesmo um
game, a criação de um designer curio-
so se mostra, se destaca porque co-
munica uma intenção que transcende
a simples forma ou a técnica. A inten-
ção de entrar em uma vida que não é
a do criador, e se fazer útil de modo
sutil e elegante, tão invisível quanto
for possível. Se para o usuário de um
produto a técnica for mais aparente
que a funcionalidade, o designer pro-
vavelmente falhou.
E é por isso que as pessoas com inte-
resse em cultivar habilidades extre-
13
POR CAROL ROZENDO,
WEB DESIGNER E DESEN-
VOLVEDORA NO ESTADÃO
Formada em Editoração
e graduanda em Design
pela USP, foi estudante vi-
sitante no MIT Media Lab
mamente diversas, que podem passar
pelas humanidades, pelas ciências
exatas, pela biologia e ciências natu-
rais, são as que se revelam as melho-
res designers, mais do que aqueles
que passam anos aperfeiçoando técni-
cas específicas.
Independente de sua intenção, o pro-
duto do seu trabalho sempre irá con-
ter parte da sua experiência de vida.
Pequenas partes desse imenso mundo
em que seres reais vivem - um mun-
do complexo, em que disciplinas são
divisões artificiais e abstratas. Se uma
pessoa limita sua existência a somen-
te um tipo de experiência, ela estará
bastante viciada em projetar para
si mesma. Mas quanto maior e mais
ampla a vivência do designer, mais ele
conseguirá se aproximar das diferen-
tes pessoas que irão usar o que ele
projetou.
1º MOSTRA IN.RIO
OS INFOGRAFISTAS
“ON THE SPOTLIGHT”
***CONTÉM SPOILERS***
No filme “Spotlight - Segredos Re-
velados”, uma equipe de quatro jor-
nalistas do “Boston Globe” revela os
subterrâneos de abusos sexuais co-
metidos por padres, em Boston, cida-
de com a maior comunidade católica
dos EUA. Em 2002, foi publicada a
primeira matéria denunciando 70
religiosos. Como a equipe de Spotli-
ght chegou a esse número mágico?
Relembremos o roteiro...
Primeiro, eles encontraram um advo-
gado armênio, Mitchell Garabedian,
que representava vítimas e alegava
ter provas contra um padre especí-
fico. Depois, escutaram Phil Saviano,
vítima na infância e fundador de uma
associação de crianças abusadas por
clérigos. Essas duas fontes fornece-
ram inúmeros personagens e mos-
traram como era o “modus operandi”
da cúria de Boston para encobrir os
casos: após o abuso, o padre rece-
bia uma licença médica, seguia para
tratamento psiquiátrico e a reclama-
ção da vítima nem virava denúncia.
A equipe do Spotlight descobriu que
o fato era sistêmico quando chegou
a um psicólogo e ex-padre, Sipe, que
trabalhou na reabilitação de padres
com transtornos sexuais. O psicólogo
estudou o distúrbio comportamental
dos religiosos e chegou à conclusão
que existia uma razão matemática
para a incidência dos casos.
Daí, um dos quatro repórteres, Matt
Carroll, buscou nos anuários das
paróquias de Boston os nomes dos
padres afastados por motivo médico
e que seguiram para tratamento psi-
quiátrico. Carroll começou a organi-
zar os dados em uma planilha e che-
gou ao número de 87 religiosos. Mas,
como o padrão estatístico anunciado
14
POR ALESSANDO ALVIM,
EDITOR-ASSISTENTE NO
GLOBO
Formado em gravura -
Belas Artes, trabalha com
infografia desde 1991
por Sipe poderia ser confirmado? Os
jornalistas Michael Rezendes e Sacha
Pfeiffer relacionaram as vítimas com
os padres que constavam na lista. Já
o editor responsável da equipe, Robin
Robinson, buscou a confirmação de
quantos dos 87 seriam padres pedó-
filos e, para isso, procurou um advo-
gado que havia trabalhado no arqui-
vamento das denúncias. Depois de
muita insistência a fonte confirmou,
eram 70 de fato.
Mas, depois de três parágrafos in-
teiros dando “spoilers”, atrás de
“spoilers”, vem a pergunta crucial: o
quê Spotlight tem a ver com infogra-
fia? Eu responderia: tudo! Seria muito
importante um infografista integrar
a equipe se a reportagem fosse fei-
ta nos dias de hoje. Porque, a análise
sobre a planilha renderia inúmeros
cruzamentos com outros bancos de
dados públicos dos EUA para se bus-
1º MOSTRA IN.RIO
car outras análises, como por exem-
plo, qual a faixa de renda da família
da vítima, se há chefes de família de-
socupados, se há família onde a mãe
é o chefe, se existe alguma relação
com imigrantes ou etnia e por aí vai.
Porque, além do padrão dos agres-
sores, poderíamos ter um perfil mais
aprofundado da vítimas. Mas, para
todas essas análises funcionarem o
infografista não pode ter uma postura
passiva diante do processo investiga-
tivo. Deve assumir a função que lhe
é reservada, a de ser um jornalista
visual. Por que sem o envolvimento
necessário lhe faltará a capacidade
de edição.
Outro aspecto, é a apresentação da
reportagem. Em 2002, o tratamento
dado na web foi o de fornecer o link
das matérias e, no máximo, o leitor
podia ver um ou outro documento.
Hoje, temos infinitas possibilidades
de edição: foto, vídeo, áudio e gráfico,
que compõem as ferramentas possí-
veis para uma boa narrativa. Outro
ponto, é a interação entre esses ele-
mentos e como a usabilidade se dá.
Por isso, é fundamental a presença do
infografista desde o gêneses inicial
da investigação, por que, com o esco-
po total do material, é possível estru-
turar melhor a entrega. A reportagem
poderia ser apresentada de diversas
formas, por exemplo, o leitor entraria
em um ambiente com as fotos das 70
vítimas quando crianças e a medida
que fôssemos ler sobre um caso es-
pecífico teríamos um depoimento em
vídeo da vítima já adulta. Ou a entra-
da do ambiente poderia ser de forma
15
Na foto, os personagens
da esquerda para
direita: Sasha Pfeifer
(Rachel McAdmas), Michel
Rezendes (Mark Ruffalo),
Matt Carroll (Brian D’arcy
James) e Robby Robinson
(Michael Keaton)
georreferenciada, com um mapa de
Boston conduzindo o leitor cronolo-
gicamente pelos casos e, à medida
que o leitor entrasse no casos, teria
acesso informações específicas. En-
fim, hoje não somente o conteúdo é
importante, mas a apresentação mais
adequada deste conteúdo — ou seja,
a forma — é fundamental.
No dias atuais, um bom profissional
de infografia precisar ter diversas ha-
bilidades que vão além do “bom olho”
e da maestria no uso das ferramentas
do design gráfico. Ele tem que apurar,
editar, pensar a interação e a usabili-
dade (como um trabalho vai estar no
desktop, tablet e celular) e deve in-
tegrar os times de reportagem, por-
que a atividade jornalística deve ser,
acima de tudo, colaborativa.
1º MOSTRA IN.RIO
DADOS, IMAGENS
E CONHECIMENTO
Situação um. Faça um teste com um
amigo. Peça que ele, por alguns ins-
tantes, não pense em um elefante
branco, com três metros de altura.
Espere. Esse teste já era. Não tem mais
sentido prosseguir porque há uma
probabilidade muito, muito grande de
o seu amigo já ter visualizado mental-
mente esse animal tão exótico. Duvi-
da? Pergunte para ele.
Situação dois (essa é bem chata). A
taxa de preferência partidária, em
1989, foi de 42%, em 1990 passou para
43%. Um ano depois, 1991, passou para
49%, seguido de 53%,49%,45% e 42%
em 1995. Já em 1996, passou para 47%,
49%, 42%, 42% chegando ao ano 2000
com 48%. Daí em diante, a sequência
foi a seguinte: 48%,48%,44%,43%,46%.
Depois, já a partir de 2006, registrou
39%,43%,40%. Em 2010, foi de 42%,
em 2011, 43%, em 2012, 41%, em 2013,
40%, em 2014, 32%, em 2015, 28% e,
finalmente, 2016, 31%. Sabe qual é a
tendência da taxa de preferência no
Brasil?
Acalme-se. É pouco provável que você
tenha acompanhado cada um dos
dados citados acima e, desde já, tenha
uma compreensão geral sobre esses
números. A continuidade de uma série
de dados, além de extremamente
cansativa, reduz a nossa capacidade
de memorizar e sintetizar os dados, ou
melhor, de respondermos, afinal, o que
essa sequência de números me diz?
Qual a conclusão que posso fazer a
partir desses dados?
As duas situações acima são um
exemplo bem simples de como funcio-
na a nossa relação com mundo ao nos-
so redor. Vemos o mundo, inicialmente,
através de imagens. No primeiro caso,
o simples fato de mencionar algo
muito exótico serve como um estímulo
16
POR FÁBIO VASCON-
CELLOS, DO NÚCLEO
DE DADOS DO GLOBO
Jornalista, doutor
em ciência política e
professor da ESPM e
da UERJ
que aciona a nossa mente a construir
uma imagem. Não temos controle
sobre isso. As imagens simplesmente
surgem dentro da nossa cabeça. O se-
gundo caso é outro exemplo igualmen-
te simples de como a ausência de uma
imagem, quando lidamos com ele-
mentos abstratos como os números,
reduz a nossa capacidade de compre-
ender o que está acontecendo.
As imagens são como pistas que uti-
lizamos para um entendimento rápi-
do do mundo. Só depois passamos a
avaliar e a fazer julgamentos racio-
nais. Primeiro vem as imagens, depois
refletimos sobre elas, isto é, passamos
a raciocinar sobre o que as imagens
nos dizem. Claro que tem gente que
pula da imagem para o julgamento,
mas isso é outra história. O fato é que,
diariamente, recorremos a imagens
predefinidas por nossas experiências,
cultura, crenças para enquadrar o
1º MOSTRA IN.RIO 17

53
49 49 49 48 48 48
47 46
45
44 43 43
42 43 42 42 42 42 42
40 41 40
39

32 31
28

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

mundo à nossa volta.
Você há de concordar comigo. A si-
tuação dois expressa exatamente o
que a situação um indicou. Sentimos
falta de aquela quantidade insuportá-
vel de números, que exigem muito do
nosso raciocínio, seja expressa num
simples gráfico de linha. Com o gráfi-
co, aquilo que parecia difícil, complexo
e até mesmo incompreensível, ganha
outro status. Olhamos e, rapidamente,
identificamos que a taxa de prefe-
rência partidária vem declinando nos
últimos anos.
Se pensamos por imagem, passamos
a viver, mais do que nunca, imersos
em imagens. Smartphones, tablets, te-
levisão, computadores e tudo mais na
área de comunicação hoje está centra-
do na imagem como código.
O que quero dizer é que somos edu-
cados desde criança a decodificar
imagens. Esse é o primeiro código
que as crianças entendem porque ele
é, simplesmente, mais fácil, intuitivo,
direto. No campo da comunicação,
vivemos outra mudança radical. Nun-
ca tivemos tantos dados disponíveis e
digitalizados na web.
Esse é um mundo magnífico e que
aponta para uma sociedade do conhe-
cimento mais do que nunca acessível.
Dados, imagens e possibilidade de pro-
duzir conteúdos através de imagens.
Esse é ponto que tem me interessado
e que envolve o que vem sendo cha-
mado de Jornalismo de Dados. Ou
seja, temos mais do que nunca uma
excelente oportunidade de produzir
informação e conhecimento através
dos dados, mas precisamos também
saber comunicar os dados através de
imagens. Esse é o desafio porque cada
dado traz determinadas característi-
cas que podem ser melhor exploradas
se soubermos construir imagens que
se a justem a elas.
1º MOSTRA IN.RIO
ENTRE O FUNCIONAL
E A ARTE
Não importa o suporte, um infográfico
é sempre uma forma de se responder
perguntas. Quem faz a pergunta é o
autor, motivado pelos fatos que estão
diante dele. Às vezes, ela corresponde
ao que o público gostaria de saber e
o autor acaba reconhecido por essa
sintonia, o tal do senso… Embora a
forma da resposta possa encantar, não
é o encantamento que define a res-
posta. O que a juda a definir a forma
da resposta é a sua utilidade, ou seja,
o que o sujeito vai fazer com ela. Por
conta da variedade de possibilidades
atualmente à disposição de quem faz
perguntas para oferecer respostas ao
público, essa virou a grande questão
de qualquer infográfico.
No cotidiano, o jornal escolhe o que
publicar, prioriza, seleciona, processa
(edita) e publica. As pessoas, então,
escolhem o que querem desse ma-
terial publicado. Desde que alguém
começou a reportar os fatos para os
outros, o jornal funciona dessa ma-
neira e isso só pode se dar através
do recorte: o autor abre uma janela
na realidade e por ela faz chegar ao
público aquilo que interessa. Essa sim-
plificação é, ela mesma, um recorte,
uma vez que dispensa a infinidade de
teorias e correntes que se debruçam
sobre essa peculiaridade do trabalho
jornalístico. Reportar, então, vem de-
pois de recortar.
A imagem jornalística sempre foi um
recorte: do tema, do personagem, do
fato, dos números, do mundo, enfim.
A forma desse recorte se modificou
à medida em que os modos de pen-
sar e as técnicas de representação se
modificaram. Cada sociedade aceita
um certo padrão de representação
(schematta), determinado pela cultu-
ra, assim como cada época também
valoriza o seu, determinado pela téc-
18
POR ARY MORAES,
PROFESSOR DA
ESCOLA DE BELAS
ARTES DA UFRJ
Doutor em Design
(PUC-Rio) e jornalista
nica. Assim, produzimos as imagens
que nossa técnica permite, e vemos o
que nos é permitido ver pelo reconhe-
cimento (nos objetos) da forma que
nosso grupo aceita.
Sempre nos comunicamos por ima-
gens. A produção de objetos que car-
regam mensagens visuais é que cres-
ceu notadamente a partir da invenção
de Gutemberg, e intensamente a par-
tir do final do século XX. O jornal, que
é um desses objetos, sofreu fortemen-
te as influências das tecnologias que
se sobrepuseram entre esses períodos,
sobretudo a partir dos anos 1980. É
por isso que, embora há muito estives-
sem por lá, só conseguimos enxergar
os infográficos nas páginas de notícias
depois que o Design se estabeleceu
nas redações, modificando para sem-
pre os padrões visuais adotados pelo
jornalismo.
1º MOSTRA IN.RIO
Agora, estamos diante de um des-
ses momentos históricos em que um
padrão é confrontado por outro. É o
ponto em que se deixa de reconhecer
o mundo (de onde vêm os fatos e as
perguntas que ensejam) nos padrões
usados até então para reportá-lo, mas
ainda não se consegue reconhecê-lo
nos padrões que se lançam. Aconte-
ceu, por exemplo, quando a fotografia
liberou a ilustração do compromisso
com a realidade objetiva, ou, mais tar-
de, quando o preto e branco foi subs-
tituído pela policromia. Ocorreu tam-
bém quando a infografia se consolidou
como discurso jornalístico, rompendo
com a hierarquia vigente nas páginas
ao submeter o texto a outras lingua-
gens ou modos semióticos.
Com tantos novos suportes e forma-
tos para o jornalismo, o padrão que
se lança é uma derivação dos gráfi-
cos informativos no que têm de mais
elementar – a organização e compa-
ração de grandezas quantificáveis –,
porém impulsionado pela abundante
quantidade de dados que a tecnologia
de nosso tempo coloca à disposição.
Do ponto de vista tecnológico, além
de bastante viável para a portabilida-
de dos suportes quanto a formatos,
carregamento e processamento, esse
padrão também favorece a interativi-
dade. Do ponto de vista no negócio,
a possibilidade de redução de cus-
tos pela substituição de funcionários
especializados por algoritmos ou
sistemas preemptivos que alimentem
o novo padrão o torna tão atraente
quanto inevitável.
O nó da coisa toda pode estar naqui-
lo que o jornalismo tem de mais caro.
Por mais que a tecnologia favoreça a
produção, não se pode reduzir a ima-
gem jornalística a gráficos quantitati-
vos, sob pena de não se ter como dar
19
conta de expressar conceitos ou ideias
abstratas, igualmente importantes
na crônica. Essa categoria de coisas
sempre se manifestou historicamente
através da iconografia, dos sistemas
pictóricos, e foi adaptada pela ilus-
tração jornalística, que a tornou mais
próxima do homem comum. Foi a
ilustração jornalística que possibilitou
a esse homem o acesso à peças de
arte e à outras formas de pensamento
e expressão que não a verbal.
Porém, aqui e ali começam a consi-
derar a ilustração e os infográficos
ilustrados algo alegórico, anacrônico,
exterior ao jornalismo, como se dele só
pudessem fazer parte imagens assép-
ticas e funcionais. Em meio à crise dos
jornais, a ilustração padece silenciosa-
mente, agarrando-se ao papel por não
ter onde se segurar com firmeza no
digital. Porém, mesmo multiplataforma,
jornalismo ainda é literatura com pres-
1º MOSTRA IN.RIO 20

sa. Boa parte daquilo que motiva o fato

jornalístico, que faz parte dele ou dele
resulta não se pode medir nem tabular.
A ilustração jornalística não tem a pre-
cisão dos números, mas é exatamente
o fato de ser assim que a torna neces-
sária para se atingir algo tão impreciso
quanto ela: o ser humano

De autoria de Leonardo da Vinci, a Planta di

Milano é considerada por alguns pesquisa-
dores a primeira visualização da história. O
autor desenha um esquema detalhado da
cidade e, logo abaixo, uma perspectiva vista
de cima, em “olho de pássaro”. Através do de-
senho, Leonardo tornou possível aos homens
pela primeira vez verem seu mundo de uma
outra perspectiva. Não seria essa também a
função do jornalismo?
1º MOSTRA IN.RIO
4 PRINCÍPIOS DA
NARRATIVA DIGITAL
Há poucos dias soube que o Almana-
que Abril, tradicional anuário da edito-
ra Abril, será fechado.
Publicado por 42 anos, o Almanaque
foi minha escola. Lá aprendi o que é ri-
gor com a informação. O que é editar
uma obra de referência para jornalis-
tas, pesquisadores e estudantes.
Com 900 páginas, o Almanaque se
comprometia a ser a mais atualizada
enciclopédia em português. E levá-
vamos essa responsabilidade muito a
sério.
O Almanaque me abriu as portas para
o universo digital em 1995, quando
comecei a elaborar infográficos para
o CD-ROM. Lá aprendi que a complexi-
dade da narrativa nesse meio deman-
da diferentes habilidades de quem
a produz. Escrevo aqui sobre quatro
delas.
TECNOLOGIA COM SABEDORIA
A cultura não acompanha a tecnolo-
gia. É preciso ter consciência de que
essa é uma via de duas mãos. Como
jornalista, incorporei no meu dia a dia
a humildade necessária a quem não
é um nativo digital. Uso, mas não sou
nativa. Nem a maioria dos meus leito-
res o é. Ainda. Portanto é preciso ho-
nestidade para fazer uso correto dos
recursos que a tecnologia oferece. É
tentador apresentar uma história com
um recurso visual bacanérrimo. O efei-
to “UAU” é sedutor. Mas não embarque
nessa. Pergunte sempre: para que vou
usar esse recurso? Ele auxilia a com-
preensão da informação? Sim. Então,
use. Respeite o leitor.
Ao mesmo tempo, não dá para ficar à
margem de uma realidade que se im-
põe. Há vinte anos, já era vergonhoso
para um contador de histórias digitais
digno desse nome, criar um infográfico
21
POR GABRIELA ALLEGRO,
EDITORA DE NARRATIVAS
INTERATIVAS NO JORNAL
O GLOBO
sobre a disposição dos instrumentos
de uma orquestra sinfônica sem que
os instrumentos tocassem. Não pode
ter som? Não entra. Ponto final. Parece
óbvio, mas não era. E ainda não é.
ABUNDÂNCIA, NÃO ACÚMULO.
Não cabe no impresso? Vai pro digital.
Quem nunca ouviu isso? Narrativas di-
gitais não são cabides de informação.
pelo contrário. Justamente por não
ser linear e ter mais de uma dimen-
são, uma história contada no universo
digital requer hierarquia de informa-
ção e rigorosa seleção dos itens que
a compõe, como textos, tabelas, gráfi-
cos, fotos, vídeos, animações, áudios,
mapas ou links.
Isso requer habilidade para criar nar-
rativas com diferentes formatos e
camadas de informação, na qual todas
as camadas fazem sentido e respei-
tam a profundidade do interesse do
1º MOSTRA IN.RIO
leitor pelo tema. Faça uso do princípio
da abundância: ofereça ao leitor o que
ele precisa no momento em que ele
precisa. Muita informação junta é acú-
mulo. Não abundância.
FORMA E CONTEÚDO SEPARADOS
Antes mesmo da chegada do Win-
dows, a redação do Almanaque aco-
lheu um novo personagem do mundo
digital: a base de dados. Há 20 anos
abandonamos as laudas para tratar
centenas de indicadores sócio-econô-
micos com o rigor das planilhas digi-
tais. Além de permitir a manipulação
de grande quantidade de informação,
a organização dos dados em tabelas
proporciona rápida comparação e
redução de erros. Além disso, sepa-
rar forma e conteúdo mostrou-se, nos
anos seguintes, uma estratégia eficaz
para o reaproveitamento e ou mesmo
a venda de conteúdos, otimizando,
assim, o custo da apuração.
DIÁLOGO
Talvez a lição mais importante da
minha formação no Almanaque é que
22
não existe herói em uma obra digital.
Existe uma construção em equipe.
Para além da técnica, a boa história
digital demanda que o tripé jorna-
lismo-design-programação esteja
alinhado. Requer diálogo. Tecido. Co-
laboração. Requer o outro. Os olhares
são complementares, e todos ganham.
Sempre.
Obrigada, Almanaque
1º MOSTRA IN.RIO 23

INFOGRAFIA
1º MOSTRA IN.RIO 24

O GLOBO
Alessandro
Alvim
1º MOSTRA IN.RIO 25

O GLOBO
Alessandro
Alvim
1º MOSTRA IN.RIO 26

O GLOBO
Alessandro
Alvim
1º MOSTRA IN.RIO 27

O GLOBO
Alessandro
Alvim
1º MOSTRA IN.RIO 28

O GLOBO O GLOBO
Núcleo de Renato
Jornalismo Carvalho,
de Dados Carol
e Carol Cavaleiro e
Cavaleiro Rubens Paiva
1º MOSTRA IN.RIO 29

O GLOBO O GLOBO
Rubens Núcleo de
Paiva Jornalismo
de Dados,
Vinícius
Machado
e Rubens
Paiva
1º MOSTRA IN.RIO 30

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 31

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 32

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 33

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 34

FOLHA DE
S.PAULO
Irapuan Campos
(capa), Marcio
Freitas (projeto
gráfico), Eduardo
Asta (infografia)
e Bruno Santos
(mapas)
1º MOSTRA IN.RIO 35

FOLHA DE
S.PAULO
Irapuan Campos
(capa), Marcio
Freitas (projeto
gráfico), Eduardo
Asta (infografia)
e Bruno Santos
(mapas)
1º MOSTRA IN.RIO 36

FOLHA DE FOLHA DE
S.PAULO S.PAULO
Luciano Alex Kidd
Veronezi
1º MOSTRA IN.RIO 37

FOLHA DE FOLHA DE
S.PAULO S.PAULO
Marcelo Marcelo
Pliger e Pliger
Mario Kanno
1º MOSTRA IN.RIO 38

FOLHA DE
S.PAULO
Alex Kidd
(texto e
página),
Willian Mur
(ilustrações)
e Clayton
Bueno (texto
e página)
1º MOSTRA IN.RIO 39

ESTADÃO
Glauco
Lara e
Jonatan
Sarmento
1º MOSTRA IN.RIO 40

ESTADÃO
Glauco
Lara
1º MOSTRA IN.RIO 41

ESTADÃO ESTADÃO
Jonatan Diogo
Sarmento, Shiraiwa
Marcos
Müller,
Gisele
Oliveira e
Edmilson
Silva
1º MOSTRA IN.RIO 42

ESTADÃO ESTADÃO
Diogo Gisele
Shiraiwa Oliveira
e Mauro
Girão
1º MOSTRA IN.RIO 43

ESTADÃO ESTADÃO
Glauco Lara, Gisele
William Oliveira
Mariotto,
Mauro
Girão,
Jonatan
Sarmento
e Marcos
Müller
1º MOSTRA IN.RIO 44

AGORA
SÃO PAULO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 45

AGORA
SÃO PAULO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 46

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 47

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 48

ZERO
HORA
Gabriel
Renner e
Leandro
Maciel
1º MOSTRA IN.RIO 49

ZERO
HORA
Gabriel
Renner
1º MOSTRA IN.RIO 50

O DIA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 51

O DIA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 52

O DIA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 53

O DIA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 54

ÉPOCA
Marcos
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 55

ÉPOCA
Marcos
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 56

ÉPOCA
Marcos
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 57

ÉPOCA
NEGÓCIOS
Danilo Bandeira
1º MOSTRA IN.RIO 58

ÉPOCA
NEGÓCIOS
Danilo Bandeira
1º MOSTRA IN.RIO 59

ÉPOCA
NEGÓCIOS
Danilo Bandeira
1º MOSTRA IN.RIO 60

ÉPOCA
NEGÓCIOS
Danilo Bandeira
1º MOSTRA IN.RIO 61

QUATRO
RODAS
Fabio Paiva
e Jonatan
Sarmento
1º MOSTRA IN.RIO 62

QUATRO
RODAS
Fabio Paiva
e Marco
de Bari
1º MOSTRA IN.RIO 63

QUATRO
RODAS
Fabio Paiva
e Marco
de Bari
1º MOSTRA IN.RIO 64

ALMANAQUE
ABRIL 2015
Fábio Bosquê
e Multi/SP

UMA HOMENAGEM
É com tristeza que recebemos a
notícia de que o Almanaque não será
mais publicado em 2016. O comunicado
foi feito pela página do Almanaque
no Facebook no dia 11 de março.

O Almanaque Abril, ao longo de quatro

décadas de existência se tornou uma
fonte crucial de informações para quem
estuda ou para quem precisa consultar
dados gerais atualizados sobre o Brasil
e o mundo. Esperamos que esse não
seja o fim definitivo do Almanaque
e que no futuro desfrutemos
novamente dessa incrível publicação.
1º MOSTRA IN.RIO 65

ALMANAQUE
ABRIL 2015
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 66

ALMANAQUE
ABRIL 2015
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 67

ALMANAQUE
ABRIL 2014
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 68

GUIA DO
ESTUDANTE
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 69

GUIA DO
ESTUDANTE
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 70

GUIA DO
ESTUDANTE
Fábio Bosquê
e Multi/SP
1º MOSTRA IN.RIO 71

SUPER
Felipe van
Deursen,
Inara Negrão,
Arthuzzi e Luiz
Felipe Silva
1º MOSTRA IN.RIO 72

SUPER
Dalts (roteiro
e arte) Paula
Bustamante
(design) e
Felipe van
Deursen
(edição)
1º MOSTRA IN.RIO 73

SUPER
Dalts (roteiro
e arte) Paula
Bustamante
(design) e
Felipe van
Deursen
(edição)
1º MOSTRA IN.RIO 74

MUNDO
ESTRANHO
Alexandre
Jubran
(ilustração),
Thales Molina
e Mayra
Fernandes
(design)
1º MOSTRA IN.RIO 75

MUNDO
ESTRANHO
Alexandre
Jubran
(ilustração),
Thales Molina
e Mayra
Fernandes
(design)
1º MOSTRA IN.RIO 76

MUNDO
ESTRANHO
Thales Molina
1º MOSTRA IN.RIO 77

MUNDO MUNDO
ESTRANHO ESTRANHO
Kiko Mauriz Otávio
(ilustração), Silveira
Fabi Caruso (ilustração)
e Thales e Mayra
Molina Fernandes
(design) (design)
1º MOSTRA IN.RIO 78

O POVO
Pedro
Turano e
Luciana
Pimenta
1º MOSTRA IN.RIO 79

O POVO
Pedro
Turano e
Luciana
Pimenta
1º MOSTRA IN.RIO 80

O POVO TIPOCRACIA
Luciana Marcelo
Pimenta Pliger
e Pedro
Turano
1º MOSTRA IN.RIO 81

CORREIO
BRAZILIENSE
Valdo Virgo
1º MOSTRA IN.RIO 82

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville
e André
Moscatelli
1º MOSTRA IN.RIO 83

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville
e André
Moscatelli
1º MOSTRA IN.RIO 84

SAÚDE
É VITAL
Thiago Lyra
e André
Moscatelli
1º MOSTRA IN.RIO 85

SAÚDE
É VITAL
Thiago Lyra
e André
Moscatelli
1º MOSTRA IN.RIO 86

SAÚDE
É VITAL
Erika
Onodera
e Ana
Cossermelli
 1º MOSTRA IN.RIO 87

REVISTA O2
Erika Onodera
 1º MOSTRA IN.RIO 88

REVISTA O2
Erika Onodera
 1º MOSTRA IN.RIO 89

REVISTA O2
Erika Onodera
1º MOSTRA IN.RIO 90

REVISTA
21
Fabio
Abreu
1º MOSTRA IN.RIO 91

REVISTA
21
Fabio
Abreu
1º MOSTRA IN.RIO 92

TEMA
MAGAZINE
Andre
Moscatelli
1º MOSTRA IN.RIO 93

ZERO
HORA
Fernando
Gonda
1º MOSTRA IN.RIO 94

DIÁRIO
CATARINENSE
Fábio
Nienow
1º MOSTRA IN.RIO 95

GALILEU
Bernardo
Borges
1º MOSTRA IN.RIO 96

DAS AUTO
Rodrigo
Damati
1º MOSTRA IN.RIO 97

DAS AUTO
Rodrigo
Damati
1º MOSTRA IN.RIO 98

DAS AUTO
Rodrigo
Damati
1º MOSTRA IN.RIO 99

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 100

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 101

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 102

CALENDÁRIO O
QUE TEM PRA
JANTAR? 2016
Claudia Inoue,
Eduardo Bessa,
Ilustração: Hendric
Sueitt, Gabriel São
Marcos e Giovana
Medeiros
1º MOSTRA IN.RIO 103

ESPECIAL
MUNDO
DO VINHO
Claudia
Inoue, Edu-
ardo Bessa e
Olivia Ferraz,
Ilustração:
Hendric
Sueitt,
Renato
Faccini e
Zé Otávio
1º MOSTRA IN.RIO 104

DESENHO DE PÁGINA
1º MOSTRA IN.RIO 105

O GLOBO O GLOBO
Maurício Marcelo
Tussi Monteiro
1º MOSTRA IN.RIO 106

O GLOBO
Luciane
Costa e
Paulo Motta
1º MOSTRA IN.RIO 107

O GLOBO O GLOBO
Renato Chico
Dalcin e Amaral
Maurício
Tussi
1º MOSTRA IN.RIO 108

O GLOBO
Chico Amaral,
Luciane Costa
e Cavalcante
1º MOSTRA IN.RIO 109

O GLOBO REVISTA
O GLOBO
Leo Martins
e Mariana Ciro
Morgado Fernandes
1º MOSTRA IN.RIO 110

O GLOBO
André Mello
1º MOSTRA IN.RIO 111

O GLOBO
Maurício
Tussi
1º MOSTRA IN.RIO 112

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 113

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 114

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 115

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 116

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 117

EXTRA
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 118

FOLHA DE
S.PAULO

Thea
Severino
1º MOSTRA IN.RIO 119

FOLHA DE FOLHA DE
S.PAULO S.PAULO
Irapuan Fernanda
Campos Giulietti
1º MOSTRA IN.RIO 120

FOLHA DE
S.PAULO
Alex Kidd,
Carol Daffara,
Theo Lamar
e Fabiana
Martins
1º MOSTRA IN.RIO 121

FOLHA DE FOLHA DE
S.PAULO S.PAULO
Marciana Theo Lamar
Rodrigues, (design),
Irapuan Eduardo Asta
Campos e (infografia),
Bruno Santos Marcio Freitas
(ilustrações) (projeto gráfico)
1º MOSTRA IN.RIO 122

FOLHA DE REVISTA
S.PAULO SÃO PAULO
Luana Fernando
Santana Sciarra e Felipe
Morozini (foto)
1º MOSTRA IN.RIO 123

REVISTA AGORA
SÃO SÃO
PAULO PAULO
Fabio Editoria
Abreu de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 124

ESTADÃO ESTADÃO
Fabio Sales Fernando
Sciarra
1º MOSTRA IN.RIO 125

ESTADÃO ESTADÃO
Fabio Sales Adonis
Durado e
Fabio Sales
1º MOSTRA IN.RIO 126

CORREIO
BRAZILIENSE
Maurenilson
Freire
1º MOSTRA IN.RIO 127

CORREIO
BRAZILIENSE
Maurenilson
Freire
1º MOSTRA IN.RIO 128

CORREIO
BRAZILIENSE
Maurenilson
Freire
1º MOSTRA IN.RIO 129

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 130

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 131

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 132

METRO
Editoria
de Arte
1º MOSTRA IN.RIO 133

ZERO
HORA
Gabriel
Renner e
Leandro
Maciel
1º MOSTRA IN.RIO 134

ZERO
HORA
Gabriel
Renner
1º MOSTRA IN.RIO 135

O POVO
Gil Dicelli e
Sara Maia
(foto)
1º MOSTRA IN.RIO 136

O POVO
Gil Dicelli,
Carlus
Campos
(ilustração)
1º MOSTRA IN.RIO 137

O POVO
Gil Dicelli
e Luciana
Pimenta
1º MOSTRA IN.RIO 138

ÉPOCA
Marco
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 139

ÉPOCA
Marco
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 140

ÉPOCA
Marco
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 141

ÉPOCA
Marco
Vergotti
1º MOSTRA IN.RIO 142

ISTOÉ
Marcos
Marques
1º MOSTRA IN.RIO 143

ISTOÉ
Marcos
Marques
1º MOSTRA IN.RIO 144

REVISTA
21
Fabio
Abreu
1º MOSTRA IN.RIO 145

REVISTA
21
Fabio
Abreu
1º MOSTRA IN.RIO 146

REVISTA
21
Fabio
Abreu
1º MOSTRA IN.RIO 147

MUNDO
ESTRANHO
Bruno Marçal
(foto), Thales
Molina
(ilustração),
Mayara
Fernandes
(design) e
Felipe van
Deursen
(edição)
1º MOSTRA IN.RIO 148

MUNDO
ESTRANHO
Thales Molina
(design),
Rodrigo
Bastos Didier
(ilustração)
e Marcel
Nadale
(edição)
1º MOSTRA IN.RIO 149

MUNDO
ESTRANHO
Bruno Rosal
(ilustração),
Thales Molina
(design) e
Felipe van
Deursen
(edição)
1º MOSTRA IN.RIO 150

MUNDO
ESTRANHO
Thales Molina
1º MOSTRA IN.RIO 151

SUPER QUATRO
RODAS
Vanessa
Kinoshita Fabio
Paiva e
Dulla
1º MOSTRA IN.RIO 152

QUATRO
RODAS
Fabio
Paiva
1º MOSTRA IN.RIO 153

QUATRO
RODAS
Fabio
Paivs
1º MOSTRA IN.RIO 154

QUATRO
RODAS
Fabio
Paiva e
Marco
de Bari
1º MOSTRA IN.RIO 155

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville,
Alex Silva e
Sergio
Bergocce
1º MOSTRA IN.RIO 156

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville,
Alex Silva e
Sergio
Bergocce
1º MOSTRA IN.RIO 157

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville
e Jonatan
Sarmento
1º MOSTRA IN.RIO 158

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville
e Jonatan
Sarmento
1º MOSTRA IN.RIO 159

SAÚDE
É VITAL
Glenda
Capdeville
e Jonatan
Sarmento
1º MOSTRA IN.RIO 160

EU SOU A
MUDANÇA
Claudia Inoue,
Eduardo Bessa
e Bernardo
Carvalho
1º MOSTRA IN.RIO 161

SORRIA
Claudia
Inoue,
Eduardo
Bessa e
Nik Neves
1º MOSTRA IN.RIO 162

SORRIA
Claudia
Inoue,
Eduardo
Bessa e
Barlaven-
to Estúdio
Criativo
1º MOSTRA IN.RIO 163

ESPECIAL
MUNDO DO
CHOCOLATE
Claudia Inoue,
Eduardo Bessa,
Anna Luiza
Aragão
Ilustração:
Hendric Sueitt,
Renato Faccini
e Zé Otávio
1º MOSTRA IN.RIO 164

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 165

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 166

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 167

PEQUENAS
EMPRESAS

Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 168

PEQUENAS EDUCATRIX
EMPRESAS
Vanessa
Kinoshita
Jairo
Rodruigues
1º MOSTRA IN.RIO 169

PLAYBOY
Daniel
Almeida e
Vanessa
Kinoshita
1º MOSTRA IN.RIO 170

PLAYBOY
Daniel
Almeida e
Vanessa
Kinoshita
1º MOSTRA IN.RIO 171

ONLINE
1º MOSTRA IN.RIO 172

O GLOBO
MUSEU DO AMANHÃ

Alessandro Alvim, Igor

Machado, Anderson
Campos, Mateus Paulino
e Thaís Leão

>> LINK

JOGO STAR WARS AS TOCHAS OLÍMPICAS DNA DO CONGRESSO

Gabriela Allegro, André Mello,
Vinicius Machado, Mateus Paulino,
Anderson Campos e Thaís Leão
>> LINK
Gabriela Allegro, Delfim Freitas, Carlos Ivan,
Vinicius Machado, Flavio Taublib, Nathany Santos,
Kayan Albertin, Mateus Paulino e Thaís Leão
>> LINK
Gabriela Allegro, Mateus Paulino,
Marcelo Coimbra E Flavio Taublib
>> LINK
1º MOSTRA IN.RIO 173

FOLHA DE S.PAULO
TUDO SOBRE O RIO EM
TRANSFORMAÇÃO

Mario Kanno, Rogerio Pilker,

Lucas Zimmermann, Rubens
Fernando Alencar (Design
and Development), Simon
Ducroquet, Eduardo Asta,
Lucas Tófoli, David Garroux
e Fabiana Martins

>> LINK

ROMARIA DO DIVINO STAR WARS TUDO SOBRE CONTRABANDO NO BRASIL

Lucas Zimmermann William Mur, Alex Kidd, Clayton Lucas Zimmermann, William Mur, Lucas
e Avener Prado Bueno, Fernanda Giulietti, Kleber Tófoli, Lydia Megumi, André Costa e
Bonjoan e Thea Severino Rogerio Pilker
>> LINK
>> LINK >> LINK
1º MOSTRA IN.RIO 174

ESTADÃO
OPERAÇÃO LAVA-JATO

Tiago Henrique, Gisele Oli-

veira, Renan Kikuche, Carlos
Marin, Regina Elizabeth,
William Mariotto, Vinicius
Sueiro e Glauco Lara

>> LINK

CLIMA EM TRANSFORMAÇÃO OS TOUPEIRAS: A HISTÓRIA DO FURTO MARVEL VS DC

AO BANCO CENTRAL
Marcos Muller, William Mariotto, Carlos >> LINK
Marin, Caroline Rozendo, Renan Kikuche, Marcos Muller, Marcos Brito, Carlos Marin,
Tiago Henrique e Vinicius Sueiro Jonatan Sarmento, Renan Kikuche, Tiago
Henrique, Vinicius Sueiro
>> LINK
>> LINK
1º MOSTRA IN.RIO
AS NOTÍCIAS DO ANO DEPUTADOS COM PROCESSOS CRIMINAIS
>> LINK Karina Almeida, Roberta Jaworski,
Thiago Kawano, Fabio Rosa, Hector
Otavio e Rogério Banquieri
>> LINK
175
G1
AS PROMESSAS DE DILMA
Karina Almeida, Roberta
Jaworski, Thiago Kawano,
Hector Otavio, Fábio Rosa e
Rogerio Banquieri
>> LINK
MATINÊS: COMO É UMA FESTA DOS
ADOLESCENTES DA CIDADE DE SP
Karina Almeida, Thiago Kawano, Fábio
Rosa, Hector Otavio e Rogério Banquieri
>> LINK
1º MOSTRA IN.RIO 176

GLOBOESPORTE.COM
PROLOGOS

Olavo Costa e Carlos Lemos

>> LINK

MAPA DAS CURTIDAS DOS TIMES AS FALTAS DE CENI EM 7 PASSOS ESCOLHA A SUA SELEÇÃO BRASILEIRA
DO BRASIL NO FACEBOOK
Alexandre Lage, Fabio Penna, Michel Lima, Ricardo Periago, Patrick
Carlos Lemos Mario Guilherme e Carlos Lemos Oliveira e João Paulo Parodi

>> LINK >> LINK >> LINK

1º MOSTRA IN.RIO 177

NEXO JORNAL
A ARTE DE MONDRIAN E OS
ARTISTAS DO STIJL

Murilo Roncolato,
Ralph Mayer, Ariel Tonglet
e Ibrahim Cesar

>> LINK

QUAL O TAMANHO DA CRISE ENTENDA AS PEDALADAS FISCAIS O SEU SALÁRIO DIANTE DA REALIDADE
BRASILEIRA
Ralph Mayer Renata Rizzi Lilian Venturini e Simon Ducroquet
Guilherme Prado Daniel Mariani, Júlia Rocha, Simon Du-
>> LINK croquet e Wellington Freitas
>> LINK
>> LINK
1º MOSTRA IN.RIO 178

PALESTRANTES
1º MOSTRA IN.RIO
DORIS
KOSMINSKY
Professora da UFRJ e
líder do LabVis-UFRJ
VISUALIZAÇÃO SOBRE
DADOS DE ENERGIA PARA O
BANCO INTERAMERICANO
DE DESENVOLVIMENTO (BID)
A prática interdisciplinar
no “case” do projeto de
visualização sobre dados
de energia desenvolvido
para o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID).
Este projeto contou com a
participação das equipes do
LabVis-UFRJ (Laboratório
da Visualidade e Visualiza-
ção) e do LCG-UFRJ (La-
boratório de Computação
Gráfica - professor Claudio
Esperança e sua equipe)
MÁRIO
LEITE
Infografista do
Globoesporte.com
COVERGÊNCIA DE MÍDIAS
E STORYTELLING
Os infográficos do
Globoesporte.com têm
como forte característica o
aspecto de entretenimento e
buscam valorizar ao máximo
a experiência e interativida-
de do internauta. Entender
a progressão das mídias
de comunicação em massa
através da história e a
forma como elas co-habitam
nas atuais plataformas
colocam o storytelling em
um momento fantástico
e ímpar na capacidade
humana de contar histórias.
179
IVAN
LUIZ
Editor-assistente
de Arte do Jornal
Extra
A INFOGRAFIA NOS DIÁRIOS
POPULARES
Desenvolvimento da cultura
visual na redação de jornal
impresso popular. Criação
da linguagem, de peças, de
padrões e de uma parceria
sólida entre a arte e o texto.
“Fazer um belo infográfico
especial é muito bom
para o portifólio. Fazer uma
tabela de fácil entendimento
e atraente é primordial para
o jornal”
1º MOSTRA IN.RIO
GABRIELA
ALLEGRO
Editora de narrativas
interativas no jornal
O Globo
COMO USAR A REDE. A
CONSTRUÇÃO COLETIVA DE
UM PROJETO
A partir do artigo ‘A catedral
e o bazar’, de Eric Raymond,
o pai do software aberto,
Gabriela relata sua
experiência na mobilização
de leitores e de públicos
específicos para a produção
de projetos colaborativos
e interativos nos jornais
Estadão e O Globo
ALESSANDRO
ALVIM
Editor Assistente
do Jornal O Globo
O DESAFIO DE TRANSPOR
A INFOGRAFIA PARA A
LINGUAGEM DIGITAL
Do papel ao digital. O
trabalho com infografia
digital envolvendo suas
diversas plataformas, solu-
ções visuais e narrativas.
Como o papel do infografis-
ta aumentou com as novas
tecnologias.
180
RICARDO
CUNHA LIMA
Criador do podcast
Visual+Mente e Professor
de infografia no IED
O QUE É INFOGRAFIA?
UMA ANÁLISE ACADÊMICA
O que é infografia jornalís-
tica? Tradicionalmente, a
infografia é vista como um
elemento complementar
ao texto jornalístico.
Sob a ótica dessa análise,
a infografia é uma forma
de comunicação autônoma
que pode conter todos os
elementos informativos,
representando a própria
matéria em si.