produção textual. Ed São Paulo: Contexto, 2011 Páginas 13-35.
Linguagem é a interação e seu uso revela relações que desejamos estabelecer,
efeitos que pretendemos causar, comportamentos que queremos ver desencadeados, determinadas reações verbais ou não verbais que esperamos provocar no nosso interlocutor. Todavia essa relação pode se dar em dois âmbito, na forma de texto, o de maneira argumentativa, entretanto sabe-se que texto é fruto de um processo extremamente complexo de linguagem e interação social, de construção social de sujeitos, de conhecimentos de natureza diversa. Entender o texto como uma “entidade multifacetada” só é possível quando entendemos que língua é uma forma de interação. É a o origem interacional que rege o uso da fala, oralmente ou por escrito. Isso porque falamos ou escrevemos sempre para alguém (ainda que essa pessoa seja nós mesmos) quando o fazemos queremos sempre alguma coisa “princípio interacional” que pode ser, por exemplo, anunciar, informar, sugerir, pedir, ordenar, desabafar, argumentar, esperamos que o outro nos dê atenção e reajam ao que propomos “princípio de aceitabilidade”. O texto assim definido traz ao centro da discussão a questão da coerência como construção de sentido que se dá no processo comunicativo. Porém A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto. Como por exemplo: Argumentação por citação Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte. Assim argumentar pressupõe a “intencionalidade e aceitabilidade”, ou seja um lado há aquele que constrói argumentos para influenciar o interlocutor e conseguir seu intento; aquele que é alvo desse processo, em fim. O interlocutor é que tem a liberdade de considerar ou não a validade das alegações, de aceitar ou não a tese defendida, numa postura que nada remente à ideia de passividade, nem simplesmente à emoção. Isso quer dizer, que toda argumentação é dialogo, porque envolve sujeitos, seus conhecimentos e formas de compreensão da realidade; porque pressupõe liberdade de pensar e expressar o pensamento. Daí não ser suficiente a penas uma tese, mas também considerar a existência das teses contraria que podem ser evocadas, citadas, refutadas ou em relação as quais podemos fazer algumas concessões. Conclui-se que na argumentação, queremos e buscamos a adesão do nosso interlocutor, não obstante sem cancelar o diálogo, a subjetividade, atitude que requer sempre atenção e respeito ao outro e às suas razões, às diferenças que são próprias entre os indivíduos.