RESBCAL

REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CIÊNCIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

Volume 6 - Número 1 - 2018

São Paulo - SP

Publicação Semestral

ISSN 2238-1589

RESBCAL São Paulo v. 6 n. 1 p. 1-86 Jun. 2018

 © 2012 – Sociedade Brasileira de Ciência em Animais
de Laboratório
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ISSN 2238-1589

CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
Elaborada por Maria Cláudia Pestana CRB-8/6233

Revista da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório /

Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório. – v. 6, n. 1
(2018)- . - São Paulo : SBCAL, 2012-

Semestral
ISSN: 2238-1589

1. Animais de laboratório. 2. Ciência dos animais de laboratório. I. Sociedade

brasileira de Ciência em Animais de Laboratório.

CDD 619

2 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 5, 2018

 EDITORIAL
A Revista da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório
(RESBCAL) tem a honra e o prazer de publicar no respectivo número, os
resumos de todos os trabalhos apresentados no 15º Congresso da Sociedade
Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório que irá ocorrer entre 16 a 18 de
Junho de 2018 em Goiânia/GO.

Além disso, também publicamos no V6N1, artigos originais relacionados a

aplicação de uso métodos que substituem o uso de animais para fins didáticos
e a influência do uso do enriquecimento ambiental para ratos. Finalizamos com
uma revisão bibliográfica relacionada ao importante tema do controle de fatores
ambientais em biotério.

Gostaríamos de parabenizar a Dra Ekaterina Rivera e sua diretoria: Dr. Octávio

Presgrave e as Dras Taís Andrade Dias de Souza, Luísa Maria Gomes de Macedo
Braga, Patricia Sesterheim e Gui MiKo pela gestão da Sociedade Brasileira de
Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL/COBEA) no período entre 2016-
2018. Principalmente pela qualidade e organização do respectivo congresso.

Desejamos a próxima Diretoria da SBCAL/COBEA muito sucesso e conquistas

em sua gestão.

Gabriel Oliveira

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 5, 2018 3

 ARTIGO DE REVISÃO

SUMÁRIO
9-15 ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE AMBIENTAL EM BIOTÉRIO: REVISÃO
DE LITERATURA
José Francisco Alves de Andrade, Andrea Bayman Pinheiro, Marília Nazareth Almeida
Cruz de Farias, Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno, Andrew Moraes Monteiro,
Matheus Assunção Ribeiro da Costa, Monique de Almeida Hingel de Andrade, Rosa
Helena de Figueiredo Chaves Soares

ARTIGOS ORIGINAIS
16-19 MÉTODO SUBSTITUTIVO AO USO DE ANIMAIS VIVOS PARA O ENSINO DAS VIAS
DE ADMINISTRAÇÃO EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO
Giuliana Petri

20-29 INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL DE CAMA NO

DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE
RATOS WISTAR
Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria
Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes, Marianna Manes, Danilo
Wadt, Maria Martha Bernardi, Claudia Madalena Cabrera Mori

RESUMOS
31-86 RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO 15º CONGRESSO DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO 2018,
GOIÂNIA – GOIÁS

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 5, 2018 5

ARTIGO DE REVISÃO ISSN 2238-1589

ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE AMBIENTAL EM

BIOTÉRIO: REVISÃO DE LITERATURA
José Francisco Alves de Andrade1, Andrea Bayman Pinheiro1, Marília Nazareth Almeida Cruz de Farias1,
Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno2, Andrew Moraes Monteiro2, Matheus Assunção Ribeiro da Costa2,
Monique de Almeida Hingel de Andrade, Rosa Helena de Figueiredo Chaves Soares3

1. Mestrando do Programa em Cirurgia e
Pesquisa Experimental, Universidade do
Estado do Pará (UEPA), Belém – PA, Brasil.
2. Graduandos em Medicina, Universidade do
Estado do Pará (UEPA), Belém – PA, Brasil.
3. Médica veterinária, Mestre em Saúde e
Produção Animal na Amazônia e Professora
Colaboradora do Programa em Cirurgia e
Pesquisa Experimental, Universidade do
Estado do Pará (UEPA), Belém – PA, Brasil.
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo revisar na literatura os principais aspectos
relacionados a um ambiente de biotério de qualidade. Foi realizado levantamento bi-
bliográfico na base de dados do MEDLINE, BIREME e LILACS. Não há dúvidas sobre
as vantagens advindas da organização de redes de biotérios como uma forma de se
contribuir para acelerar a melhoria da infraestrutura de biotérios e, portanto, contribuir
para o fortalecimento das pesquisas na área da saúde e de ciências biológicas.
Palavras-chave: biossegurança, meio ambiente controlado, animais de laboratório,
experimentação animal, controle de qualidade.

DATA RECEBIMENTO: 05/01/2018

ACEITO PARA A PUBLICAÇÃO: 26/03/2018

AUTOR PARA CORRESPONDÊNCIA:

José Francisco Alves De Andrade.
E-mail: jfaandrade@icloud.com

compreensão de vários processos fisiopatológicos.

INTRODUÇÃO
Os biotérios são instalações que têm a finalida-
de de produzir e manter espécies animais para pes-
quisa, sendo importante que o seu manejo esteja de
acordo com os princípios éticos na experimentação
animal1. Apesar do Brasil ser o 13º colocado mun-
dial em número de produções científicas, é recente
a preocupação com a qualidade dos biotérios2.
Um biotério adequado exige ambientes estáveis,
livres de odores indesejáveis, com luminosidade
e temperatura ideais e boas condições de higiene3.
Além disso, o manejo correto das espécies diminui
o estresse produzido no biotério, proporcionando-
-lhes maior bem-estar3.
O emprego de animais de laboratório em con-
junto com estudos em humanos fornece base para a
Por se tratar de material biológico vivo, devemos
garantir sua integridade física, levando em con-
sideração a genética, nutrição, contaminações
microbiológicas e a correta manipulação, a fim de
se evitar que ocorram conclusões inválidas nos ex-
perimentos ou que se aumente desnecessariamente
o número de animais utilizados5.
Além disso, o estudo crescente sobre as rela-
ções antropológicas entre o pesquisador e os ani-
mais experimentais torna cada vez mais complexa
a relação entre ambos, evidenciando a necessidade
de elevado profissionalismo no que se refere aos
componentes psicológicos e materiais da experi-
mentação6,7.
Em paralelo às preocupações e sobre o uso
destes seres vivos em pesquisa, desenvolveu-se
também a preocupação com o bem estar e das

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018 9

ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE AMBIENTAL EM BIOTÉRIO: REVISÃO DE LITERATURA
pessoas que os manuseiam, uma vez que estas
correm riscos de adquirir doenças ocupacio-
nais por contaminações ou reações alérgicas.
A prevenção requer a aplicação de modernos
avanços tecnológicos no biotério e nas rotinas
de trabalho5.
Em um estudo envolvendo 151 profissionais,
40% relataram ter sofrido acidentes referêntes ao
trabalho no biotério, como mordidas, quedas e
queimaduras pela utilização de autoclave, sendo
que destes 13,2% tiveram que ser realocados para
outros tipos de serviço por causa de problemas de
carater osteomuscular. Tal fato evidencia a neces-
sidade prevenção supracitada, já que os acidentes
ocupacionais apresentam alta prevalência entre
trabalhadores de biotério8.
Além disso, geralmente pouco se altera nas
diferentes recomendações necessárias para os
variados tipos de biotério, por mais que haja ne-
cessidade de atenção diferenciada à biossegurança
em laboratórios de criação, manutenção e experi-
mentação, por exemplo8. Sendo assim, o Centers
for Disease Controland Prevention recomenda a
elaborada de protocolos de biossegurança espe-
cíficos para cada biotério em questão, de modo
a deixar explícito os principais riscos e perigos,
além de explicar de maneira didática cada proce-
dimento realizado, sendo de fácil acesso e também
de leitura obrigatória para todos os profissionais
envolvidos9.
Dessa forma, o objetivo desse estudo consistiu
em revisar na literatura os principais aspectos
relacionados a um ambiente de biotério de qua-
lidade.
METODOLOGIA
Foi realizada busca na base de dados MEDLI-
NE, LILACS e BIREME, sendo utilizadas as
seguintes palavras chave: animais de laboratório,
normas de abrigo para animais, pesquisa biomé-
dica, experimentação animal/legislação. Foram
pesquisados artigos no período de 1990 à 2017.
10 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018
1. Tópicos avaliados:
1.1. Biossegurança
O manejo de espécies em biotério confere
aos profissionais alguns riscos, como: infecções,
pelo contato com componentes teciduais conta-
minados; resposta alérgica, devido inalação de
aerossóis contaminados ou de poeira originada da
maravalha das gaiolas; e traumas, por arranhões
ou mordidas1.
Segundo o National Research Council (2003)10,
especial atenção deve ser dada aos procedimentos
de torça dos animais, manuseio e armazenamento
de agentes de risco, dosagem e administração de
medicamentos, inoculação intranasal, manuseio
de tecidos e fluidos corporais, necropsias, elimi-
nação de excretas e carcaças, além do uso correto
de equipamentos de proteção individual (EPI),
capacitação e treinamento10.
A biossegurança é demonstrada pelo planeja-
mento estrutural das instalações, determinação
dos níveis de contenção física, utilização apro-
priada de EPI e emprego dos procedimentos de
boas práticas laboratoriais11. Segundo Medeiros
(2008)1, os níveis de contenção física são parâme-
tros diretamente relacionados à avaliação de risco,
determinando a classificação dos laboratórios de
experimentação em quatro níveis:
• Laboratórios de experimentação animal de
nível de biossegurança 1 (NBA 1): utiliza-
dos no ensino básico e que não demandam
nenhum tipo de cuidado especial a não ser
o cumprimento das boas práticas laborato-
riais, tanto para implantação quanto para
manutenção, sendo apropriado para o alo-
jamento da maioria dos estoques de animais
após a quarentena e para animais inoculados
com agentes biológicos da classe de risco1;
• Laboratórios de experimentação animal
de nível de biossegurança 2 (NBA 2): são
aqueles que manipulam animais infectados
com microrganismos da classe de risco 2
e que, além do atendimento às normas de
boas práticas laboratoriais, demandam al-
guns requisitos físicos na sua construção;
 José Francisco Alves de Andrade, Andrea Bayman Pinheiro, Marília Nazareth Almeida Cruz de Farias, Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno,
Andrew Moraes Monteiro, Matheus Assunção Ribeiro da Costa, Monique de Almeida Hingel de Andrade, Rosa Helena de Figueiredo Chaves Soares
• Laboratórios de experimentação animal
de nível de biossegurança 3 (NBA 3):
requerem desenho e construção mais espe-
cializados que os anteriores, com sistemas
de barreiras mais eficientes. Além disto,
os técnicos deverão receber treinamentos
específicos quanto ao manuseio seguro de
microrganismos;
• Laboratórios de experimentação animal
de contenção máxima, nível de biossegu-
rança 4 (NBA 4): só devem funcionar sob
controle direto das autoridades sanitárias
e recomenda-se elaboração de manuais
operacionais padrão previamente testados
e aprovados por profissionais autorizados
de procedimento de trabalho12,13.
No Brasil, os princípios de Boas Práticas de La-
boratório (BPL) são recomendadas pela legislação
ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambien-
te e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),
sendo obrigatórias aos laboratórios das áreas de
toxicologia, ecotoxicologia e ecossistemas15.
Neste sentido, a maioria das instituições de
ensino e de pesquisa no Brasil criou comitês de
ética no uso de animais, seguindo regulamenta-
ção do CONCEA, visando a prevenir práticas
indevidas16.
Desta forma, o biotério deve apresentar boa
qualidade na construção material, manutenção e
funcionamento; deve ser construído numa área
física adequada, com divisões confortáveis, ope-
rando com pessoal especializado1. As barreiras de
contenção de riscos devem estar asseguradas, para
a harmonização de biotério onde sejam realizados
múltiplos protocolos experimentais15.
1.2. Legislação e ética
A necessidade da criação de biotérios e leis
que regulamentem o uso de animais de pesquisa
vem organizar e assegurar que esses animais não
sofram desnecessariamente e que sejam sempre
substituídos quando possível, minimizando a
morte dos mesmos de modo a conferir resultados
confiáveis para a comunidade científica.
RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018 11
Durante muito tempo, as pesquisas envolvendo
animais não sofreram modificações, sendo que
algumas até mesmo contavam com requintes de
crueldade, não havendo qualquer preocupação
com conforto, dor e estresse do animal. Porém
em 1959 houve a publicação do livro “Principles
of human Experimental Technique” de Russell e
Burch onde foi lançado o conceito dos três R’s:
Replace (substituir), Reduce (reduzir), Refine
(refinar) iniciando-se uma reflexão sobre aspectos
éticos no trato com animais10.
Com a publicação do livro “Animal Liberation”
em 1975, de Peter Singer, houve muitos debates
e discussões sobre questões de maus tratos aos
animais, sobretudo nas indústrias de cosméticos
e criadores rurais, o que gerou, em 1978, em
Bruxelas, a Declaração universal dos Direitos dos
Animais pela UNESCO10.
No Brasil várias leis surgiram como forma
de proteção aos Direitos dos Animais. Temos a
primeira lei, em 1934, como Decreto Federal nº
24.645 que garantia punições a pessoas que pra-
ticassem atos de abuso ou crueldade a animais,
inclusive de experimentação. Em 1991, houve
a criação da regulamentação do uso de animais
envolvidos em pesquisa científica com a elabo-
ração dos Princípios Éticos na experimentação
Animal (COBEA, atual Sociedade Brasileira de
Ciências de animais de laboratório) composto por
12 artigos; em 1998, a lei de Crimes Ambientais
(Lei nº 9.605) que adotou a prática dos 3 R’s e,
atualmente, a Lei nº 11.794 de 2008 que estabele-
ce a implantação do CONCEA (Conselho Nacio-
nal de Controle de experimentação Animal) das
CEUAS (Comissão de Ético do Uso de Animais)
assegurando o uso de animais de laboratório com
responsabilidade e respeito10.
1.3. Aspectos sanitários e genéticos
Aspectos genéticos são de fundamental im-
portância para a pesquisa científica, assim, têm-
-se diversos tipos de avaliação para monitorar e
controlar a variabilidade gênica como simulações
computadorizadas, marcadores bioquímicos, imu-
nológicos e DNA e análise genéticas quantitativas.
ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE AMBIENTAL EM BIOTÉRIO: REVISÃO DE LITERATURA
Há então dois tipos de caracterização genética dos
animais: inbred e outbred; as do tipo inbred são
conseguidas através do acasalamento entre irmãos
por mais de 20 gerações sendo homozigóticas para
quase todos os pares alélicos; e as ditas outbred
são linhagens heterozigóticas para muitos pares
alélicos. Com isso, a qualidade das pesquisas e
diminuição de viés são asseguradas10,17.
Outro aspecto de vital importância é a carac-
terização sanitária dos biotérios, pois a saúde dos
animais influencia diretamente no resultado das
pesquisas. Esse aspecto foi melhorado a partir da
década de 60, quando esforços para essas melhorias
sanitárias foram tomados visando à diminuição
de patógenos entre os animais como a cesariana
asséptica, minimizando a transmissão vertical15,18.
Atualmente com as exigências de resultados
científicos os biotérios devem ter seu padrão
sanitário bem regulamentado, com padronização
biológica criteriosa salvaguardando tanto a saúde
dos animais quanto a dos pesquisadores, evitando
transmissão de zoonoses.
Segundo Majerowicj13, existem os seguintes
padrões sanitários:
a. Animais convencionais: mantidos em gaio-
las sem nenhuma barreira para a circulação
de pessoas e materiais sendo os mesmos
expostos a contaminações e infecções;
b. Animais livres de microorganismos patogê-
nicos específicos (SPF – specific pathogen
free): animais criados em biotérios com
barreiras sanitáricas eficientes que impe-
dem o contato com agentes patogênicos
indesejados com microbiota controlada;
c. Espécimes axênicos: criados em isoladores
que os mantém livres de qualquer micro-
organismo;
d. Animais gnotobióticos: são criados como
os axênicos porém apresentam convívio
com outras formas de vida não patogênicas;
e. Com microbiota definida associada: tam-
bém são criados como os axênicos porém,
são infectados intencionalmente com mi-
croorganismos patógenos ou não;
f. Mantidos em barreira: são animais criados
com microbiota controlada porém pos-
12 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018
teriormente são retirados de isoladores e
alocados em outro biotério com barreiras
sanitárias definidas, sendo controlados
quanto o aparecimento de microorganismos
sejam eles programados ou adquiridos do
ambiente;
g. Monitorados: criados em biotérios com sis-
temas de barreira de baixa segurança porém
são monitorados periodicamente quanto a
presença de patógenos;
O controle dos padrões sanitários previne as
perdas indesejáveis dos processos em estudos com
a morte não programada de animais. Os animais
que são incorporados em pesquisas em andamen-
to, deverão proceder de biotérios de criação com
barreiras sanitárias eficientes comprovadas por
certificados de programas de vigilância em saúde.
Os animais podem ainda apresentar boas con-
dições de saúde, porém portarem alguns microor-
ganismos como vírus, bactérias e protozoários que
irão interferir no resultado das pesquisas. Assim os
animais podem ser submetidos a quarentena com
verificação do padrão microbiológico do animal
assegurando que o mesmo não irá contaminar os
demais.
Outro fator importante são os cuidados que os
profissionais devem ter no trato com os animais
como a lavagem das mãos e higiene pessoal rigo-
rosa o que minimiza os riscos de transmissão de
patógenos.
1.4. Estrutura Física de biotérios
Para a instalação de um biotério é importante a
sua localização, o que está diretamente relacionada
a sua finalidade. As edificações devem apresentar
certas finalidades para estacionamento, local ade-
quado para carga e descarga de animais e insumos.
Para os biotérios de experimentação é conve-
niente que a edificação esteja próxima ao labora-
tório de pesquisa, com a instalação de barreiras
sanitárias de proteção para o bioterista e para o
meio ambiente.
Para os biotérios de criação é apropriado que
sejam instalados em áreas distantes de centros
 José Francisco Alves de Andrade, Andrea Bayman Pinheiro, Marília Nazareth Almeida Cruz de Farias, Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno,
Andrew Moraes Monteiro, Matheus Assunção Ribeiro da Costa, Monique de Almeida Hingel de Andrade, Rosa Helena de Figueiredo Chaves Soares
urbanos, isolando os animais de agentes bioló-
gicos que possam infectá-los ou contaminá-los,
assegurando-se assim, o cumprimento das normas
sanitáricas adequadas de criação e manutenção.
Cardoso (2001)12 propõe que os biotérios podem
ser implantados de duas formas: pavilhonar ou
em bloco único.
O sistema pavilhonar possui separação espacial
entre a área destinada ao alojamento dos animais
e as demais dependências de apoio, localizadas
centralmente, favorecendo o fluxo operacional.
Os animais são facilmente separados por espécies
e por categoria em edificações próprias, contendo
anexos comuns. Nas áreas dos animais encontram-
-se os equipamentos mecânicos e os depósitos
de ração e suprimentos. Nas áreas de controle
encontram-se a recepção, escritórios e sala com
equipamentos para lavagem e desinfecção. Um
inconveniente é que os investimentos na constru-
ção e manutenção deste tipo de biotério são muito
altos (Cardoso, 2001)12.
O sistema de construção em bloco único reúne
todas as dependências em uma só edificação, se-
paradas através de barreiras, podendo possuir um
único corredor ou um sistema de dois corredores.
No primeiro caso, que é o tipo convencional, a
circulação de pessoas, material limpo, lixo con-
taminado e outros materiais, são feitos através
de um único corredor, aumentando os riscos de
haver contaminação. No segundo caso, o acesso
de material limpo para as salas bem como o trá-
fego de pessoas é feito por um corredor chamado
de corredor limpo, e a saída de material sujo ou
contaminado é feito por outro corredor, chamado
de corredor sujo (Cardoso, 2001)12.
1.5. Componentes ambientais dos biotérios
Instalações adequadas para os padrões necessá-
rios à criação e manutenção de animais de labora-
tório devem possuir programas de gerenciamento
das condições físicas e ambientais, garantindo
cuidados que favorecem o desenvolvimento e a
reprodução dos animais, mantendo a sanidade e
bem-estar, bem como, minimizando as variações
que podem interferir nos resultados dos ensaios.
RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018 13
Segundo Andrade, Pinto e Oliveira (2002)19,
um biotério apresenta dois ambientes diferen-
ciados:
• MACROAMBIENTE: Ambiente físico
secundário em torno do microambiente
que se encontra do lado externo das gaiolas
como: instalações, temperatura, umidade
relativa, iluminação, sistema de ventilação
e filtração de ar e ruído;
• MICROAMBIENTE: Espaço imediata-
mente próximo ao animal composto por:
gaiola, cama, odores, densidade popula-
cional, água, ração, temperatura, umidade
relativa, composição de gases e partículas
do ar.
• TEMPERATURA: A mesma faixa de tem-
peratura do homem na maioria das espécies
(homeotérmico), porém, a temperatura do
macroambiente deve ser mantida ideal para
os animais, sem muitas variações. O con-
trole de temperatura deve possuir ajustes de
acordo com a finalidade dos animais, seja
para criação ou experimentação. A tempera-
tura no interior das gaiolas geralmente é su-
perior em alguns graus à do ambiente e va-
ria em função da área e número de animais;
• VENTILAÇÃO: Deve ser adequada por se
tratarem de ambientes fechados e de pouca
ventilação. Os biotérios podem apresentar
odores ofensivos não só para os técnicos,
mas principalmente para os próprios ani-
mais, afetando suas respostas fisiológicas
e farmacológicas em experimento;
• UMIDADE: O controle da umidade rela-
tiva do ar é fundamental já que variações e
extremos na umidade podem favorecerem
o aparecimento de doenças e alterar o con-
sumo de ração e água, gerando conflitos
entre os animais;
• ILUMINAÇÃO: A maioria dos roedores é
sensível à altas intensidades luminosas. A
iluminação deve propiciar boa visibilidade,
ser uniforme e o mais próximo da luz natu-
ral (200 lux), ser adequada à reprodução e
assegurar um comportamento normal para
a maioria dos roedores. É recomendável
ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE AMBIENTAL EM BIOTÉRIO: REVISÃO DE LITERATURA

o controle seja automático, não confiando
que a iluminação obtida através de janelas
ou vidraças seja natural;
• RUÍDOS: devem ser controlados dos mais
variados tipos e intensidades, provocados
por operações de alimentação e limpeza,
funcionamento de equipamentos, vocali-
zações de pessoas e dos próprios animais,
bater portas, entre outros. Segundo o Natio-
nal Research Council (1976), a exposição
a sons acima de 85 dB pode causar danos
auditivos e sistêmicos.
• INSUMOS ALIMENTARES/ HIGIENI-
ZAÇÃO DOS MATERIAIS E DO AM-
BIENTE: A aquisição, transporte, estoca-
gem e manipulação dos alimentos devem
ser feitos cuidadosamente, de maneira a
evitar riscos de contaminações químicas ou
biológicas nas instalações, que podem con-
ferir quadros de doenças ou intoxicações. O
bioterista deve estar atento às quantidades
de ração e água nas gaiolas para evitar con-
flitos e disputas entre os animais;
O material utilizado para as camas deve ser
padronizado. A maravalha ou cepilho, é o material
mais utilizado para forrar as gaiolas com a finali-
dade de absorver a umidade proveniente das fezes
e urina, bem como manter o equilíbrio térmico
do ambiente, devendo ser isenta de compostos
químicos nocivos naturais ou não.
O material de construção da gaiola varia de
acordo com a espécie animal alojada, sendo prefe-
rencialmente leve, durável e proporcionando iso-
lante térmico, evitando-se materiais que dificultam
a higienização e esterilização como a madeira; a
arquitetura deve facilitar o acesso dos animais à
água e ao alimento de forma a propiciar conforto
e bem-estar e evitar competições entre indivíduos.
As gaiolas utilizadas tendem a manter dimensões
padronizadas e estabelecem o número ideal de
animais por caixa.
CONCLUSÃO
Os avanços conquistados nestes últimos anos
devem servir de incentivo à busca de novos co-
nhecimentos na descoberta de fármacos, medica-
mentos e tratamentos para a melhoria da saúde
humana e animal. Assim, os centros de pesquisa
devem investir na construção e manutenção de
biotérios de criação e de experimentação, com o
intuito de promover o desenvolvimento científico,
com reflexos diretos na saúde pública.

FACTORS RELATED TO ENVIRONMENTAL QUALITY IN ANIMAL

FACILITIES ENVIRONMENT: A LITERATURE REVIEW

This article aims to review in the literature the main aspects related to a quality viva-
ABSTRACT

rium environment. A bibliographic survey was carried out in the MEDLINE database,
BIREME and LILACS. We are sure about the advantages of the organization of animal
biotery networks as a means of contributing to accelerate the improvement of animal
vivarium infrastructure and thus contribute to the strengthening of research in the field
of health and life sciences.

Keywords: biosecurity, controlled environment, laboratory animals, animal experi-

mentation, quality control.

14 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 9-15, 2018

 José Francisco Alves de Andrade, Andrea Bayman Pinheiro, Marília Nazareth Almeida Cruz de Farias, Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno,
Andrew Moraes Monteiro, Matheus Assunção Ribeiro da Costa, Monique de Almeida Hingel de Andrade, Rosa Helena de Figueiredo Chaves Soares
1. Medeiros SHL, Telmo PL, Aguiar
PS, Almeida G, Silva PEA, Scaini CJ
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importância dos biotérios na pesquisa
experimental, 2008. 20(1): 25-9.
2. Duarte GI. Programa de Ação
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Biotérios, Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE). São Paulo; 2003.
3. Universidade José do Rosário
Vellano (UNIFENAS); Disponível
em: http://www.unifenas.br/pesquisa/
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10. Brasil. Presidência da República.
Decreto nº 6.899, de 15 de Julho de
2009. Dispõe sobre a composição do
Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal CONCEA,
estabelece normas para o seu
funcionamento e de sua Secretaria
Executiva, cria o Cadastro das
Instituições de Uso Científico de
Animais - CIUCA, mediante a
regulamentação da Lei 11.794, de 8
de outubro de 2008, que dispõe sobre
procedimentos para o uso científico
de animais, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília,
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2002. 388 p. ISBN: 85-7541-015-
6. Available from SciELO Books
<http://books.scielo.org>.
 ARTIGO ORIGINAL ISSN 2238-1589

MÉTODO SUBSTITUTIVO AO USO DE ANIMAIS VIVOS PARA O ENSINO

DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO
Giuliana Petri1
RESUMO

Através da crescente necessidade de aplicação dos Princípios dos 3 R’s na pesquisa 1. Biotério da Faculdade de Medicina do
e no ensino, conforme estabelecido na Lei nº 11.794/2008, oficializado pelo Decreto ABC, Faculdade de Medicina Veterinária –
6.899/09 e conforme a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais em UNIMES, São Paulo.
atividades de Ensino ou de Pesquisa Científica (DBCA), torna-se necessário cada vez
DATA RECEBIMENTO: 07/12/2017
mais substituir a utilização de animais vivos para as atividades didáticas. A aula prática
ACEITO PARA A PUBLICAÇÃO: 16/02/2018
de vias de administração aborda as vias de administração de medicamentos ensinadas
na teoria. Para realização dessa aula são utilizados cadáveres de ratos utilizados em AUTOR PARA CORRESPONDÊNCIA:
experimentos no Biotério da Faculdade de Medicina do ABC após a autorização da Giuliana Petri
CEUA desta instituição e são congelados para utilização na aula prática. Após des- E-mail: giuliana.petri@gmail.com
congelamento dos cadáveres os alunos aprendem como conter um rato e em seguida
aplicam cerca de 0,3ml de violeta genciana nas vias subcutânea na região do pescoço,
via intramuscular em membros posteriores, via intraperitoneal e via oral (com auxílio
de agulha de gavagem). Após essas aplicações procede-se incisão da pele, na região
da aplicação subcutânea, do músculo, abertura da cavidade abdominal e do estômago
para observação do corante e constatação de que a aplicação foi feita corretamente.
Os alunos aplicando na prática os conhecimentos obtidos na teoria e visualizando o
corante nos diversos locais de aplicação conseguem entender e fixar a forma correta de
administração pelas diversas vias. Este método mostrou-se bastante eficaz no ensino
das diversas vias de administração em animais de laboratório, com um baixo custo e a
utilização de cadáveres éticos.

Palavras-chave: Método substitutivo, Animais de laboratório, Vias de administração.

atuação desta ciência, destacando-se, entre outros,

INTRODUÇÃO
A ciência de animais de laboratório envolve
implicações relativas ao uso de animais no ensi-
no e na pesquisa. Com o desenvolvimento desta
recente área o animal passa a ser o ator principal
no cenário acadêmico e científico deixando de ser
um simples coadjuvante1.
No Brasil os profissionais envolvidos nessa
área de conhecimento são congregados pela
Sociedade Brasileira da Ciência em Animais de
Laboratório (SBCAL) que direciona as áreas de
métodos alternativos ao uso de animais para fina-
lidade de ensino e experimentação2.
Com a crescente necessidade de aplicação
dos Princípios dos 3 R’s na pesquisa e no ensino,
conforme estabelecido na Lei nº 11.794/20083,
oficializado pelo Decreto 6.899/094 e conforme a
Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de
Animais em atividades de Ensino ou de Pesquisa
Científica (DBCA)5, torna-se necessário cada vez
mais substituir a utilização de animais vivos para
as atividades didáticas.

16 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 16-19, 2018

 Giuliana Petri

Ainda como orientação do CONCEA, os in-

divíduos que manusearão animais de laboratório
deverão receber treinamento prévio para garantir
o bem estar dos animais.
Desta forma, o presente trabalho visa apresentar
um método substitutivo ao uso de animais vivos
nesse treinamento visando o ensino das diversas
vias de administração de fármacos em animais de
laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1: Evidenciação do corante aplicado pela via
Para realização desse treinamento foram utili- subcutânea.
zados cadáveres de ratos utilizados em experimen-
tos comportamentais provenientes do Biotério da
Faculdade de Medicina do ABC. Esses animais
seriam descartados ao final dos experimentos rea-
lizados após a autorização da CEUA (nº 06/2016)
desta instituição e foram congelados para utiliza-
ção na aula prática.
No dia anterior à aula, os animais são des-
congelados em um recipiente com água. No dia
da aula, são retirados da água e secos com uma
compressa cirúrgica.
Nestes animais é ensinada a forma adequada de
contenção de ratos e em seguida os alunos aplicam
cerca de 0,3ml de violeta genciana nas vias sub- Figura 2: Evidenciação do corante aplicado pela via
cutânea na região do pescoço, via intramuscular intramuscular.
em membros posteriores, via intraperitoneal e via
oral (com auxílio de agulha de gavagem).

RESULTADOS

Após essas aplicações procede-se incisão

da pele, na região da aplicação subcutânea,
para observação da tinta e constatação de que
a aplicação foi feita corretamente (Fig. 1). Da
mesma forma é realizada incisão na muscula-
tura que recebeu a tinta com o mesmo fim (Fig.
2). É realizada ainda a abertura da cavidade
abdominal e a constatação de que a tinta esta Figura 3: Evidenciação do corante aplicado pela via
distribuída pelo peritônio e não foi aplicada intraperitoneal.

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 16-19, 2018 17

MÉTODO SUBSTITUTIVO AO USO DE ANIMAIS VIVOS PARA O ENSINO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

dentro de algum órgão (Fig. 3). Ainda, procede-
-se a abertura do estômago para observação da
tinta dentro do órgão e constatação da adequada
administração por via oral (Fig. 4). Se por acaso
não for observada a tinta dentro do estômago,
procede-se então a abertura da cavidade torácica
e observação da tinta nos pulmões, indicando
que a administração foi incorreta.
tivos ao uso de animais no ensino é ética, eficaz e
economicamente viável.
CONCLUSÃO
O método apresentado demonstrou que os
alunos aplicando na prática os conhecimentos
obtidos na teoria e visualizando a violeta gencia-
na nos diversos locais de aplicação conseguem
entender e fixar a forma correta de administração
pelas diversas vias. Em geral os alunos mostram-
-se bastante interessados pela aula e pelo fato de
que este método não poderia ser realizado em um
animal vivo, e ainda, tem um baixo custo e utiliza
cadáveres éticos.

Figura 4: Evidenciação do corante dentro do estômago

aplicado pela via oral através de gavagem.

DISCUSSÃO

Nas últimas décadas o debate acerca da uti-

lização de animais como recurso didático vem
crescendo e em virtude da pressão exercida pelos
grupos de proteção animal, muitas universidades
têm abolido a utilização de animais para fins di-
dáticos6.
No entanto, para que isso aconteça é necessária
à busca de recursos alternativos que propiciem
esse aprendizado de forma eficiente e satisfatória.
Esses recursos existem e vêm sendo utilizados,
como por exemplo, a utilização de cadáveres e
tecidos animais obtidos de fontes éticas7.
O método substitutivo apresentado mostrou-se
eficaz no ensino das diversas vias de administração
em animais de laboratório, utilizando-se cadáveres
éticos e com baixo custo, conforme Magalhães7
que concluiu que a utilização de métodos alterna-

18 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 16-19, 2018

 Giuliana Petri

SUBSTITUTIVE METHOD FOR THE USE OF LIVE ANIMALS FOR

THE TEACHING OF ADMINISTRATION ROUTES IN LABORATORY
ANIMALS

With the increasing need for application of the 3 R’s Principles as established in Law

ABSTRACT
11794/2008 and in accordance with the Brazilian Directive for the Care and Use of
Animals in Scientific Research and Teaching Activities (DBCA) it becomes increasin-
gly necessary to replace the use of live animals for teaching activities. The practical
class of administration routes applies the drug delivery routes taught in theory. To
perform this class were used rats corpses that were used in experiments in the
Animal Facility of the Faculty of Medicine of ABC after the authorization of CEUA of
this institution and are frozen for use in the practical class. The corpses were thawed
and the students learn how to contain a rat. After they applied about 0.3 ml of gen-
tian violet in the subcutaneous space in the neck region, intramuscularly in the hind
limbs, intraperitoneally and orally (with a gavage needle). After these applications
the skin was incised in the region of the subcutaneous application of the muscle,
the abdominal cavity and the stomach were opened in order to observe the dye and
to verify that the application was done correctly. The students applying in practice
the knowledge obtained in the theory and visualizing the dye in the different places
of application can understand and fix the correct form of administration through the
different ways. This method proved to be very effective in teaching the various routes
of administration in laboratory animals, with a low cost and the use of ethical corpses.

Keywords: Substitutive method, laboratory animals, administration routes.

1. Danielski JCR, Barros DM; providências. Diário Oficial da União. 5. Diretriz Brasileira Para o Cuidado

Carvalho FAH. O uso de animais pelo
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outubro de 2008. Regulamenta o
inciso VII do § 1º do art. 8. 225 da
Constituição Federal, estabelecendo
procedimentos para o uso científico
de animais; revoga a Lei nº 6.638,
de 8 de maio de 1979; e dá outras
9 out 2008;(196):Seção 1; p.1-4.
4. Brasil. Decreto nº 6.899, de 15
de julho de 2009. Dispõe sobre a
composição do Conselho Nacional de
Controle de Experimentação Animal
- Concea, estabelece as normas
para o seu funcionamento e de sua
Secretaria Executiva, cria o Cadastro
das Instituições de Uso Científico
de Animais - Ciuca, mediante a
regulamentação da Lei nº 11.794, de 8
de outubro de 2008, que dispõe sobre
procedimentos para o uso científico
de animais, e dá outras providências.
Diário Oficial da União. 16 jul 2009;
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RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 16-19, 2018 19

 ARTIGO ORIGINAL ISSN 2238-1589

INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL

DE CAMA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO
DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE RATOS WISTAR
Elaine Cristina Lanzoni Martinelli1, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio1, Jilma Maria Alemán Laporte1,
Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes1, Marianna Manes1, Danilo Wadt1, Maria Martha Bernardi2, Claudia Madalena Cabrera Mori1
RESUMO

Recentemente, os programas de enriquecimento ambiental em biotérios têm sido 1. Departamento de Patologia, Faculdade
amplamente discutidos. Muitos estudos, ao longo dos anos, procuraram esclarecer de Medicina Veterinária e Zootecnia,
se as diferentes estratégias de enriquecimento ambiental (EA) podem afetar o com- Universidade de São Paulo. São Paulo.
portamento e a fisiologia de roedores de laboratório, sendo que a maioria dos autores 2. Universidade Paulista – UNIP. São Paulo.
reconheceu o efeito positivo do EA para a melhora da qualidade de vida dos animais
DATA RECEBIMENTO: 05/12/2017
utilizados na experimentação. Neste trabalho foram realizados dois experimentos com
ACEITO PARA A PUBLICAÇÃO: 27/03/2018
o objetivo de avaliar o impacto do EA e do tipo de cama no desempenho reprodutivo e
no comportamento maternal de ratas Wistar, bem como no desenvolvimento físico de AUTOR PARA CORRESPONDÊNCIA:
sua prole. Para isto as ratas foram distribuídas em três grupos: EA-S (enriquecido com Elaine Cristina Lanzoni Martinelli
cama de sabugo de milho), EA-M (enriquecido com cama de maravalha) e NE-M (não E-mail: elaine.martinelli@usp.br
enriquecido com cama de maravalha). Os resultados demonstraram que não houve
diferença no intervalo entre partos, número de filhotes nascidos e desmamados nos
três grupos avaliados, sendo que esses dados foram semelhantes aos descritos na
literatura para ratos Wistar. Também não foi observada diferença estatística no com-
portamento maternal; no entanto no desenvolvimento físico observou-se antecipação
no desdobramento das orelhas, erupção dos dentes incisivos e descida dos testículos
dos filhotes do grupo EA-S; além do que as ratas dos grupos expostos ao EA confec-
cionaram ninhos mais íntegros e de melhor qualidade. Esses resultados reforçam a
importância de se fornecer EA, como material de ninho, para que as mães criem seu
próprio microambiente, e assim, possam oferecer melhor conforto e bem-estar aos
seus filhotes.

Palavras-chave: Comportamento maternal, Sabugo de milho, Maravalha, Material

de ninho, Bem-estar.

próximo do natural é uma forma de aumentar

INTRODUÇÃO
Torna-se evidente a preocupação com o
bem-estar dos animais de laboratório, uma vez
que, a vida em cativeiro muitas vezes não lhes
permite desenvolver respostas comportamentais
e fisiológicas típicas da espécie1. Proporcionar
um ambiente de alojamento mais complexo e
o bem-estar dessas espécies. Neste sentido, o
enriquecimento ambiental (EA) tem sido uma fer-
ramenta importante para melhorar as condições
do micro ambiente, assim como, do bem-estar
físico e psicológico, pois oferece estímulos que
atendem às necessidades específicas das dife-
rentes espécies2. É importante que o ambiente
de alojamento desses animais seja estudado e

20 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018

 Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes,
Marianna Manes, Danilo Wadt, Maria Martha Bernardi, Claudia Madalena Cabrera Mori
melhorado, não só para proporcionar o conforto,
mas também para assegurar resultados científicos
confiáveis3,4.
Sabe-se que o ambiente influencia não só o
estado fisiológico, mas também o comportamen-
tal; logo, o espaço disponível, o contato social, a
alimentação e os materiais utilizados para cama,
são todos fatores determinantes para os animais
de laboratório5. O tipo de material de cama pode
influenciar nos níveis de estresse, resposta imune,
processo de regulação térmica, peso corpóreo, vo-
calização, bem como no perfil das enzimas hepáti-
cas em ratos e camundongos6. A cama de sabugo
de milho triturado (Zea mays) foi introduzida em
substituição à maravalha de pinus, demonstrando
ser mais absorvente e gerar menor concentração
de amônia, o que acaba refletindo numa melhora
das condições do microambiente dos animais,
contribuindo assim, para seu bem-estar7.
Estudos tem demonstrado que certas formas de
EA promovem impacto significativo no desenvol-
vimento físico e na saúde do animal. Foi compro-
vado que oferecer material de ninho adequado para
fêmeas lactantes de camundongos têm um impacto
positivo na vida dos seus filhotes, pois além de
melhorar o comportamento maternal e permitir
uma maior interação mãe/filhote, proporciona às
mães a possibilidade de construir seus próprios
microambientes, tornando o ambiente mais aco-
lhedor e próximo do natural1. Há evidências de que
mães que apresentam comportamento maternal
mais ativo, como lamberem suas crias, influen-
ciam no desenvolvimento social e até sexual de
sua prole. Esse estímulo influencia também o
comportamento maternal futuro das fêmeas dessa
prole quando atingirem a fase adulta8. O compor-
tamento maternal (CM) é controlado por diversos
fatores: neuroendócrinos, neuroanatômicos, am-
bientais e comportamentais. Sendo este último
de suma importância para o desenvolvimento da
prole, pois durante essa fase, o sistema nervoso
central (SNC) apresenta uma grande plasticidade
para as intervenções ambientais. Nas primeiras
semanas de vida pós-natal as atividades sensoriais
se refinam e estabelecem conexões neurológicas
estáveis9. O CM é complexo, instintivo e apresen-
RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018 21
ta características particulares para cada espécie.
Especialmente em ratos, o CM se manifesta antes
do nascimento e se mantém até por volta do 15º
dia de aleitamento, quando os filhotes apresentam
comportamento mais independente em relação à
mãe. Estudos recentes demonstraram que o EA no
período pré-reprodutivo influenciou positivamente
o comportamento maternal de ratas, bem como
o desenvolvimento sensorial e psicomotor das
proles10, 11. Desta forma, o presente estudo teve
como objetivo avaliar o impacto do EA e do tipo
de cama no desempenho reprodutivo e compor-
tamento maternal de ratos Wistar bem como no
desenvolvimento físico de sua prole.
MATERIAL E MÉTODOS
Animais
Foram utilizados ratos Wistar, com 12 semanas
de idade, provenientes do Biotério de Produção do
Centro de Pesquisas em Toxicologia Veterinária –
CEPTOX da Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Os
animais foram alojados em gaiolas abertas de po-
lipropileno nas dimensões de 41x34x16cm, com
tampas altas de aço inox (Beiramar® SP – Brasil),
mantidas em estantes ventiladas (Alesco®- Cam-
pinas- Brasil), com controle de temperatura de
22±2ºC, umidade relativa entre 45 e 65% e ciclo de
claro/escuro de 12horas. A água filtrada e a ração
comercial (Nuvilab CR1, Quimtia® – PR – Brasil)
foram fornecidas ad libitum. Foram utilizadas
camas de maravalha de Pinus sp. e de sabugo de
milho triturado (Zea mays), autoclavadas a 121ºC
por 20 minutos. As gaiolas com maravalha foram
trocadas duas vezes por semana, para evitar o
excesso de umidade e amônia e as gaiolas com
sabugo de milho foram trocadas uma vez na se-
mana. Todos os procedimentos foram realizados
de acordo com os princípios éticos e de bem-estar
animal, sendo o estudo aprovado pela Comissão de
Ética no Uso de Animais da Faculdade de Medici-
na Veterinária e Zootecnia da Universidade de São
INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL DE CAMA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE
RATOS WISTAR
Paulo (CEUA/FMVZ) na reunião de 01/07/2015
sob licença nº 1032270415.
Enriquecimento ambiental
Para o enriquecimento ambiental foram utili-
zados tubos de policloreto de vinila (PVC) de 3
polegadas x 16 cm comprimento, desinfetados em
solução de hipoclorito de sódio a 2% durante 24h
e posteriormente lavados em máquina industrial a
90ºC. Os tubos de PVC foram colocados suspen-
sos na tampa da gaiola, para que os animais pudes-
sem utilizar como abrigo e interagir com o objeto
durante todo o período experimental (Figura 1).
Como material de ninho foram utilizadas tiras de
papel craft autoclavadas, repostas duas vezes por
semana. A quantidade fornecida desse material foi
padronizada para 10g por gaiola
Delineamento experimental
Experimento #1 - Avaliação do desempenho re-
produtivo e do desenvolvimento físico dos filhotes:
Foram acasaladas 30 fêmeas com 90 dias de idade,
em sistema monogâmico permanente, separadas
em três grupos: 10 casais do grupo enriquecido
com cama de sabugo de milho (EA-S), 10 casais
do grupo enriquecido com cama de maravalha
(EA-M), e 10 casais do grupo não enriquecido
com cama de maravalha (NE-M). Com o intuito de
não proporcionar estresse imediatamente ao nas-
Figura 1: Fotos ilustrativas dos materiais utilizados para o enriquecimento ambiental: tubos de policloreto de vinila
(PVC), tiras de papel craft e tubos de papelão.
22 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018
cimento, os filhotes nascidos foram manipulados
somente no 2º dia de vida, quando foram pesados,
anotando-se a média de peso total da prole, e me-
didos individualmente do focinho à base da cauda.
Nesse mesmo dia as ninhadas foram padronizadas
para no máximo 8 filhotes por mãe, sendo prefe-
rencialmente 4 machos e 4 fêmeas. A pesagem
dos filhotes foi feita uma vez na semana, nos dias
2, 7, 14 e 21 pós-nascimento (PN). Também foi
avaliado o intervalo entre partos e o número de
filhotes nascidos e desmamados no período com-
preendido entre o acasalamento e o quarto parto.
O desenvolvimento físico dos filhotes foi
avaliado a partir do segundo dia de lactação,
observando-se os seguintes parâmetros: desdobra-
mento das orelhas, erupção dos dentes incisivos,
aparecimento de pelos, abertura do canal auditivo,
abertura dos olhos, descida dos testículos e aber-
tura vaginal.
Experimento #2 - Avaliação do comportamento
maternal e da qualidade do ninho: Foram utiliza-
das 24 mães separadas em três diferentes grupos
de 8 animais cada um: EA-S, EA-M e NE-M. As
ratas foram acasaladas na proporção de 3 fêmeas
para 1 macho, no final do período claro (a partir
das 17:00h). O diagnóstico de gestação foi obser-
vado na manhã seguinte (a partir das 7:00h) pela
presença de espermatozoides no lavado vaginal,
dia 0 (DG0). As fêmeas gestantes foram alojadas
individualmente em gaiolas moradias durante
 Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes,
Marianna Manes, Danilo Wadt, Maria Martha Bernardi, Claudia Madalena Cabrera Mori

todo o período experimental. Após o nascimento,
as ninhadas foram padronizadas para no máximo
8 filhotes por mãe, conforme descrito no experi-
mento 1. A avaliação da aparência e integridade do
ninho foi realizada durante o período de lactação,
nos dias 2, 7, 14 e 21 sempre no período da manhã,
entre 9:00 e 10:00h, Os ninhos foram classificados
por escores adaptados de Baumans, et al, 2010:
íntegro – 2, pouco íntegro – 1 e ausência do ni-
nho – 0. A avaliação do comportamento maternal
(CM) foi realizada no 5º dia PN, por ser a fase de
máxima intensidade, sempre no período matutino
entre 8:00 e 10:00 horas. As mães foram privadas
de seus filhotes uma hora antes do início do teste.
Durante esse período os filhotes foram mantidos
aquecidos em outra gaiola e a mãe permaneceu
na sua gaiola moradia. Após os 60 minutos de
separação os mesmos foram reintroduzidos na
gaiola moradia, sempre se tomando o cuidado de
posicioná-los do lado oposto ao ninho e espalha-
dos pela gaiola. As observações foram realizadas
durante 30 minutos consecutivos e atribuídos
escores de 1 a 10 para os diferentes parâmetros
analisados, sendo: latências para a captura do 1º
ao 4º filhotes e para agrupamento de todos os oito
filhotes; latência para o “crounching” (posição de
amamentação na qual a rata fica encurvada sobre
os filhotes) e latência para o comportamento ma-
ternal total (CMT), sendo considerado positivo
quando a rata permanecesse em cifose fisiológica
por um período igual ou maior que 3 minutos con-
secutivos com todos os filhotes reunidos embaixo
dela, conforme ilustrado na (Fig. 2).
Análise estatística
Os dados obtidos (média ± desvio padrão) fo-
ram analisados com o programa GraphPad Prism
versão 5.03 (GraphPad Software, Inc., San Die-
go, CA, USA). Utilizou-se a análise de variância
ANOVA de uma via seguida pelo teste de Tukey
na avaliação do desempenho reprodutivo, do
desenvolvimento físico dos filhotes e do compor-
tamento maternal. Para a avaliação da qualidade
do ninho adotou-se ANOVA de duas vias seguida
pelo teste de Bonferroni. A probabilidade de 5%
foi considerada capaz de evidenciar diferenças
significantes entre os grupos.
Figura 2: Foto representativa do comportamento
maternal total (CMT): rata permanecesse em posição
de cifose fisiológica com todos os filhotes reunidos
embaixo dela.
RESULTADOS
Experimento 1: Desempenho reprodutivo e
desenvolvimento físico dos filhotes
Em relação ao intervalo entre partos a análise de
variância ANOVA de uma via apontou diferença
significante (p=0,0002) no 1º parto do grupo EA-
S, o qual foi maior quando comparado aos grupos
EAM e NE-M (Tabela 1). Não houve diferença
entre os grupos no número de filhotes nascidos
e desmamados (Tabela 2). Quanto ao peso dos
filhotes, a Tabela 3 demostra diferença significante
no 3º e 4º partos, sendo respectivamente p=0,0222
no 14ºdia (grupo EAS > EAM e NE-M) e p=
0,0510 no 7ºdia (grupo EAS < EAM e NE-M).
Em relação ao tamanho dos filhotes observou-se
diferença significante no 4º parto do grupo EA-S
(p=0,0018), sendo EAS<EAM e NE-M (Tabela 4).
No desenvolvimento físico dos filhotes o teste
ANOVA de uma via apontou diferença significante
no desdobramento das orelhas (p= 0,0168), erup-
ção dos dentes incisivos (p= 0,0452) e descida dos
testículos (p= 0,0151), no grupo EAS em relação
aos grupos EAM e NE-M (Tabela 5).

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018 23

INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL DE CAMA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE
RATOS WISTAR

Tabela 1: Intervalos entre partos (dias) das fêmeas dos Experimento 2: Comportamento maternal e
grupos EA-S, EA-M e NE-M. qualidade do ninho
Intervalos EA-S EA-M NE-M Não houve diferença estatística nos parâmetros
Acasala- observados no teste do comportamento maternal
24,8 ± 0,4* 22,9 ± 1,5 22,2 ± 1,3 das ratas dos três diferentes grupos (Fig. 3). Em
mento - 1ºP
1º - 2ºP 28,1 ± 7,6 27,7 ± 5,0 30,6 ± 8,4 relação à qualidade do ninho o teste ANOVA de
duas vias apontou diferença significante nos dias
2º - 3ºP 25,5 ± 2,5 30,1 ± 8,5 27,6 ± 2,3 2, 7 e 14 de lactação para o grupo EA-S e no dia
3º - 4ºP 26,4 ± 3,8 25,1 ± 2,4 25,6 ± 1,1 7 para o grupo EA-M, quando comparados ao
Acasalamento – 1ºP: *p=0,0002 – EA-S > EA-M e NE.
grupo NE-M.
Intervalos entre partos (dias) das fêmeas dos grupos EA-S, EA-M e NE-M. Os valores
estão representados em média ± desvio padrão, ANOVA de uma via seguida do teste de
Tukey (p<0,05).

Tabela 2: Número de filhotes nascidos e desmamados, do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S, EA-M e NE-M.
  Nascidos Desmamados
Partos EA-S EA-M NE-M EA-S EA-M NE-M
1º Parto 10,7± 1,9 10,9 ± 2,2 10,9 ± 2,1 7,9 ± 0,3 7,8 ± 0,6 7,8 ± 0,4
2º Parto 10,7 ± 2,4 9,7 ± 2,5 10,9 ± 2,4 7,8 ± 0,6 7,2 ± 1,6 7,5 ± 0,7
3º Parto 7,7 ± 3,0 8,9 ± 2,7 10,2 ± 2,2 6,6 ± 1,7 7,2 ± 1,0 8,0 ± 0,0
4º Parto 11,1 ± 2,0 9,5 ± 2,4 10,9 ± 1,7 7,7 ± 0,9 7,4 ± 1,0 8,0 ± 0,0
Número de filhotes nascidos e desmamados, do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S, EA-M e NE-M. Os valores estão representados em média ± desvio padrão, ANOVA de uma via
seguida do teste de Tukey (p<0,05).

Tabela 3: Peso dos filhotes (gramas) no período de lactação, nascidos do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S, EA-M e NE-M.

Dias EA-S EA-M NE-M

2 6,2 ± 0,5 6,1 ± 0,7 6,1 ± 0,4
7 14,5 ± 1,2 14,5 ± 1,7 14,4 ± 0,8
1º Parto
14 28,4 ± 2,4 26,1 ± 2,7 26,6 ± 1,4
21 42,7 ± 3,9 40,4 ± 4,5 40,9 ± 3,2
2 6,8 ± 0,5 6,5 ± 0,7 6,9 ± 0,4
7 15,7 ± 1,9 16,3 ± 1,4 16,8 ± 1,1
2º Parto
14 29 ± 4,2 29,1 ± 1,8 30,3 ± 2,0
21 43,5 ± 6,2 42,7 ± 2,6 45,9 ± 4,1
2 7,4 ± 0,8 7,2 ± 0,6 7,2 ± 1,0
7 18,6 ± 1,4 17,6 ± 1,8 17,2 ± 2,6
3º Parto
14 33,7 ± 1,7 * 30,3 ± 3,0 29,9 ± 4,1
21 49 ± 3,5 45,6 ± 4,0 46 ± 6,7
3º Parto: * p = 0,0222 - EAS > EAM e NE-M, 14º DPN; 4º Parto: * p = 0,0510 - EAS < EAM e NE-M, 7º DPN.
Peso dos filhotes (gramas) no período de lactação, nascidos do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S, EA-M e NE-M. Os valores estão representados em média ± desvio padrão, ANOVA de
uma via seguida do teste de Tukey (p<0,05).

24 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018

 Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes,
Marianna Manes, Danilo Wadt, Maria Martha Bernardi, Claudia Madalena Cabrera Mori

Tabela 4: Tamanho dos filhotes no 2º DPN, mensurado

pelo comprimento em centímetros do focinho até a base
DISCUSSÃO
da cauda, nascidos do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S,
EA-M e NE-M. O presente estudo teve como objetivo avaliar
possíveis influências do EA e de dois tipos de
EA-S EA-M NE-M cama, maravalha de Pinus sp. e sabugo de milho
(Zea mays), no desempenho reprodutivo e no
1º Parto 5,0 ± 0,1 5,0 ± 0,2 4,9 ± 0,2
desenvolvimento físico pós-natal dos filhotes de
2º Parto 5,1 ± 0,1 5,1 ± 0,2 5,2 ± 0,1 ratos Wistar; bem como, observar os possíveis
3º Parto 5,3 ± 0,3 5,2 ± 0,2 5,3 ± 0,3 benefícios do EA em relação ao comportamento
maternal dessas ratas. Nesse sentido, foram ofe-
4º Parto 5,1 ± 0,1* 5,4 ± 0,2 5,3 ± 0,1 
recidos materiais para enriquecimento ambiental
4º parto: ***p = 0,0018 – EA-S < EA-M e NE-M compatíveis com o comportamento nato de ratos,
O tamanho dos filhotes no 2º DPN, mensurado pelo comprimento em centímetros
do focinho até a base da cauda, nascidos do 1º ao 4º parto, dos grupos EA-S, EA-M e
como por exemplo, tubos de PVC e material para
NE-M. Os valores estão representados em média ± desvio padrão, ANOVA de uma via ninho, com o intuito que os animais interagissem
seguida do teste de Tukey (p<0,05).
com esses objetos e assim, expressassem tais com-
portamentos como: esconder, escalar e fazer ni-
Tabela 5: Parâmetros observados em dias no nho12, 13. Em relação ao material de ninho, antes da
desenvolvimento dos filhotes de ratos dos grupos EA-S, escolha das tiras de papel craft utilizadas no pre-
EA-M e NE-M. sente trabalho, também foram oferecidos flocos de
algodão, muito utilizados por camundongos para
Parâmetros EA-S EA-M NE-M
construção de ninhos14; no entanto, as ratas cons-
Desdobramento 3,1 3,7 3,9 truíram seus ninhos apenas com as tiras de papel
das orelhas ± 0,1* ± 0,5 ± 0,4 demonstrando preferência por esse material, con-
forme descrito no estudo realizado por Manser15.
Erupção dos 10,9 11,4 11,5
Em nosso estudo, observamos que as ratas
dentes incisivos ± 0,4* ± 0,4 ± 0,5
alojadas em ambiente enriquecido puderam cons-
Aparecimento 5,4 5,2 5,2 truir ninhos mais íntegros e de melhor qualidade
de pelos ± 1,3 ± 0,4 ± 0,2 quando comparadas ao grupo NE-M (Fig. 4),
Abertura do 12,5 13,2 13,3 reforçando com isso a importância de se oferecer
canal auditivo ± 0,5 ± 0,7 ± 0,6 material de ninho. A possibilidade dos ratos con-
trolarem a temperatura do seu microambiente é um
Abertura dos 14,3 14,5 14,8
dos principais benefícios da utilização de material
olhos ± 0,8 ± 0,5 ± 0,4
para ninho15. Estudos recentes demonstraram que
Descida dos 19,8 20,5 20,9 o EA durante os períodos de gestação e lactação
testículos ± 1,0* ± 0,6 ± 0,6 de ratas influencia positivamente na relação mãe/
Abertura 32,7 33,7 33,5 filhote, o que acaba refletindo em melhora do
vaginal ± 1,0 ± 1,5 ± 1,6 cuidado materno e no desenvolvimento cognitivo
da prole11.
Desdobramento das orelhas: * p = 0,0168 – EAS < NE-M; Erupção dos dentes: * p
= 0,0452 – EAS < NE-M; Descida dos testículos: * p = 0,0151 – EAS < NE-M. Quanto ao desempenho reprodutivo, em relação
Parâmetros observados em dias no desenvolvimento dos filhotes de ratos dos grupos ao número de filhotes nascidos e filhotes desma-
EA-S, EA-M e NE-M. Os valores estão representados em média ± desvio padrão,
ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey (p<0,05) mados, o tipo de cama e o EA não influenciaram
nesses parâmetros, pois não houve diferenças
significantes nos três grupos analisados, sendo que
nossos dados se assemelham aos resultados des-
critos por diversos autores16,17,18 para ratos Wistar.

RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018 25

INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL DE CAMA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE
RATOS WISTAR

Figura 3: Escores dos parâmetros observados no teste do comportamento maternal das ratas dos grupos EA-S, EA-M e
NE-M.
Escores dos parâmetros observados no teste do comportamento maternal das ratas dos grupos EA-S, EA-M e NE-M: Escores: 1 (0-60 segundos), 2 (61-120 segundos); 3 (121-
180 segundos); 4 (181-240 segundos); 5(241-300 segundos); 6 (301-600 segundos); 7(601-900 segundos); 8 (901-1200 segundos); 9 (1201-1500 segundos) e 10 (1501-1800
segundos).

Figura 4: Escores da aparência e integridade do ninho

observados nos dias 02, 07, 14 e 21 PN dos grupos EA-S,
EA-M e NE-M.
Escores da aparência e integridade do ninho observados nos dias 02, 07, 14 e 21 PN dos
grupos EA-S, EA-M e NE-M: Escores: 2- Boa ou Íntegro, 1- Razoável ou Pouco Íntegro e
0 – Ausência do Ninho.

26 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018

 Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes,
Marianna Manes, Danilo Wadt, Maria Martha Bernardi, Claudia Madalena Cabrera Mori
O maior intervalo entre o acasalamento e o
primeiro parto observado no grupo EA-S poderia
ser atribuído ao fato que os animais inicialmente
eram mantidos em cama de maravalha que foi
substituída por sabugo de milho no dia do acasa-
lamento; portanto, necessitariam de um período de
adaptação ao novo material. Nos demais partos,
não foram observadas diferenças que pudessem ser
atribuídas ao EA ou ao material de cama utilizado,
sendo que os valores médios desses intervalos
foram semelhantes aos descritos na literatura16,18.
Referente ao peso dos filhotes durante a lac-
tação as diferenças observadas nos animais do
grupo EA-S no 3º e 4º partos possivelmente não
estão relacionadas com o tipo de material de cama
ou o EA, já que a variação de peso dos filhotes
encontrava-se dentro da faixa considerada nor-
mal para as idades analisadas, conforme pode ser
constatado na literatura16, 19, 20.
Considerando os parâmetros analisados do
comportamento maternal, não houve diferença
significante entre os grupos; no entanto, a qualida-
de do ninho foi melhor nos grupos que receberam
EA o que é extremamente positivo, indicando um
maior cuidado com a prole na primeira semana pós
nascimento4. Em um estudo realizado por Sakhai
et al.6 relatou-se que ratas alojadas em cama de
sabugo de milho demostraram maior intensidade
de cuidado materno com a prole, traduzido pelo
aumento da porcentagem de tempo gasto lam-
bendo os filhotes, quando comparadas às mães
mantidas em cama de maravalha de madeira. Essas
observações podem ser atribuídas provavelmente
ao tipo de material de cama (sabugo de milho
granulado), que não oferece proteção térmica e
esconderijo aos filhotes, ficando os mesmos mais
expostos, aumentando o cuido materno, o que
reforça a importância de se oferecer o material
para confecção do ninho.
RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018 27
Ao contrário dos dados de literatura 10, no pre-
sente estudo houve antecipação no desdobramento
das orelhas, erupção dos dentes incisivos e descida
dos testículos das proles de ratos do grupo EA-
S, que pode ser atribuída a melhor qualidade do
ninho observada até o 14º dia de lactação, como
resultado do cuidado materno mais intenso nessa
fase. Nesse sentido, um maior período de ama-
mentação poderia influenciar no desenvolvimento
físico devido à ingestão de maiores quantidades do
fator de crescimento epidérmico (EGF) presente
em grande quantidade no leite materno de várias
espécies, inclusive de ratas21, 22. Segundo esses au-
tores, o EGF endógeno atua como um modelador
para hormônios reguladores de crescimento, como
os hormônios tireoidianos e glicocorticóides, dessa
forma, tanto o EGF quanto os hormônios tireoi-
dianos podem induzir precocemente a abertura das
pálpebras e a erupção dos dentes incisivos.
CONCLUSÃO
Nas condições do presente estudo, o EA e o tipo
de material de cama não influenciaram no desem-
penho reprodutivo e no comportamento maternal
das ratas; no entanto, observou-se precocidade
em alguns parâmetros do desenvolvimento físico
dos filhotes do grupo EA-S, como no desdobra-
mento das orelhas, erupção dos dentes incisivos
e descida dos testículos e que ratas alojadas em
ambiente enriquecido puderam construir ninhos
mais íntegros e de melhor qualidade. Esses dados
reforçam a importância de sempre fornecer mate-
rial de ninho, independentemente do tipo de cama,
possibilitando que as fêmeas criem seu próprio
microambiente, e assim, possam oferecer melhor
conforto e bem estar aos seus filhotes.
 INFLUÊNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E DO MATERIAL DE CAMA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO E NO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE
RATOS WISTAR

INFLUENCE OF ENVIRONMENTAL ENRICHMENT AND BED

MATERIALS ON REPRODUCTIVE PERFORMANCE AND POSTNATAL
DEVELOPMENT OF WISTAR RATS

Recently, environmental enrichment (EA) programs in laboratory animal facilities have

ABSTRACT
been widely discussed. Many studies over the years have sought to clarify whether
different environmental enrichment strategies may affect the behavior and physiology
of laboratory rodents, in which most authors recognized the positive effect of EA for the
life of animals used in research. In the present work two experiments were carried out
to evaluate the impact of EA and bedding material on the reproductive performance
and maternal behavior of Wistar rats, as well as the physical development of their
offspring. For this, the rats were divided into three groups: EA-S (enriched with corn
cobs bedding), EA-M (enriched with wood shavings bedding) and NE-M (not enriched
with wood shavings bedding). The results showed that there was no difference in the
interval between births, and number of pups born and weaned of the three groups
evaluated, being these data similar to those described in the literature for Wistar
rats. There was also no statistical difference in the maternal behavior; however in
the physical development we observed anticipation of pinnae detachment, incisor
teeth eruption and testicles descent of the EA-S group pups; in addition the female
rats of the groups exposed to EA made more intact nests with better quality. These
results reinforce the importance of providing EA, such as nest material, for mothers
to create their own microenvironment, thus providing better comfort and well-being
for their offspring.

Keywords: Maternal behavior, Corn cobs, Wood shavings, Nest material, Welfare.

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28 RESBCAL, São Paulo, v.6 n.1, pg. 20-29, 2018

 Elaine Cristina Lanzoni Martinelli, Ana Tada Fonseca Brasil Antiorio, Jilma Maria Alemán Laporte, Mariana de Souza Aranha Garcia-Gomes,
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RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS
NO 15º CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CIÊNCIA EM ANIMAIS DE
LABORATÓRIO 2018, GOIÂNIA – GOIÁS
 ÁREA I

BEM-ESTAR, COMPORTAMENTO
ANIMAL E OUTROS
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 35
QUALIDADE NUTRICIONAL DE RAÇÕES
ENRIQUECIDAS COM ÁCIDOS GRAXOS
ESSENCIAIS PARA HAMSTERS GOLDEN
ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA* , 1
CLÓVIS DE PAULA SANTOS2, MAÍRA LONGUE
SCHEIDEGGER2, CAROLINA ESTEPHANELE
SENTINELI2, FÁBIO CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA2,
KAROLL ANDREA ALFONSO TORRES CORDIDO2,
LEONARDO SIQUEIRA GLÓRIA2, LEONARDO
BRANDÃO MATOS3
E-mail do Autor Principal: adolpho.moura@bio.fiocruz.br
INTRODUÇÃO - Dentre os biomodelos experimentais, o
hamster Golden se destaca pela diversidade de aplicações. Os ácidos
graxos essenciais são fundamentais para melhorar o desempenho
reprodutivo e respostas fisiológicas, e por isso devem ser suple-
mentados dietéticamente. A fonte mais utilizada nas formulações
é o óleo de peixe, entretanto, devido às inúmeras limitações desta
matéria-prima, o óleo de linhaça parece ser uma opção viável.
Entretanto pouco se conhece a respeito desta fonte, assim como,
das perdas nutricionais decorrentes dos processos de esterilização.
OBJETIVO – Avaliar a qualidade das rações para hamsters Golden
suplementadas com óleo de peixe ou linhaça, submetidas a diferentes
tipos de esterilização. MÉTODOS – Foram utilizados 36 hamsters
Golden (Mesocricetus auratus) machos com 60 dias de idade, aloja-
dos individualmente em gaiolas de digestibilidade, sob delineamento
inteiramente casualizado composto por seis grupos experimentais
com seis repetições: OS – Ração controle com óleo de salmão; OSI
– óleo de salmão irradiada; OSA – óleo de salmão autoclavada; OL
– óleo de linhaça; OLI – óleo de linhaça irradiada; OLA – óleo de
linhaça autoclavada. As rações foram formuladas e peletizadas em
lote único com as mesmas matérias-primas. As variáveis avaliadas
foram: peso vivo; consumo de ração; coeficiente de digestibilidade;
taxa de passagem e solubidade proteica em KOH. RESULTADOS –
Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos
para as fontes de ácidos graxos. Houve redução no coeficiente de
digestibilidade e na solubilidade da proteína em KOH nos grupos
que receberam rações autoclavadas (P<0,05). Porém, os resultados
não evidenciaram efeitos no desempenho animal, o que permite
inferir, a alta capacidade de assimilação nutricional dos hamsters
aos diferentes tipos de alimentos, provavelmente como estratégia de
sobrevivência a escassez. CONCLUSÕES – Concliu-se que o óleo
de linhaça pode substituir o óleo de peixe em rações para hamsters
Golden. A autoclavagem reduziu a digestibilidade e a qualidade da
proteína das rações, porém não comprometeu o desempenho dos
animais.
CEUA: L-392/16.
Suporte Financeiro: QUIMTIA Brasil S.A.
TESTE DE PREFERÊNCIA COM DIFERENTES
RAÇÕES COMERCIAIS PARA CAMUNDONGOS
ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA*1,
CLÓVIS DE PAULA SANTOS2, MAÍRA LONGUE
SCHEIDEGGER2, CAROLINA ESTEPHANELE
SENTINELI2, FÁBIO CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA2,
KAROLL ANDREA ALFONSO TORRES CORDIDO2,
LEONARDO SIQUEIRA GLÓRIA2, LEONARDO
BRANDÃO MATOS3, ANTONIO PEIXOTO
ALBERNAZ2
E-mail do Autor Principal: adolpho.moura@bio.fiocruz.br
INTRODUÇÃO – Para manutenção e experimentais com
biomodelos experimentais de laboratório a alimentação se dá prin-
cipalmente pela administração de rações comerciais padronizadas.
Entretanto há discrepantes perfis de qualidade entre as marcas e
versões, o que pode acarretar em problemas de ordem zootécnica
e clínica com os animais, além dos efeitos indesejáveis sobre os
resultados experimentais. Avaliar a preferência dos animais pelos
diferentes tipos de rações é fundamental para compreender o com-
portamento alimentar e desenvolver produtos mais adequados a cada
biomodelo. OBJETIVO – Avaliar a preferência alimentar a partir
do consumo de diferentes rações comerciais para camundongos
mantidos sistema de gaiolas interligadas. MÉTODOS – Foram
utilizados 30 camundongos Balb/c (Mus musculus), sendo 15 de cada
gênero, com sete semanas de idade, com seis grupos experimentais
e cinco repetições com um animal. O experimento foi dividido em
duas fases, na primeira foram avaliadas três versões de rações de
uma mesma marca, denomindas: SD (standard); GW (growth) e ST
(strain). Na segunda foram avaliadas a ração SD e duas versões de
outro fabricante, denominadas: LGC (comum) e LGA (autoclavada).
Os animais foram alojados individualmente em sistema de gaiolas
interligadas com três divisões. Em cada divisão foi oferecido um tipo
de ração e avaliados por sete dias para cada gênero. Ao término de
cada período os animais foram substituídos por um novo grupo e o
consumo de ração calculado pela diferença entre fornecido e sobra.
RESULTADOS – Houve diferença estatisticamente significativa
entre os diferentes grupos avaliados (P < 0,05) em ambas as fases.
Dentre as rações da primeira fase os animais consumiram mais ração
GW e ST, e praticamente não houve consumo da SD. Já quando a
ração SD foi testada juntamente com rações de outro fabricante
(segunda fase) os animais consumiram significativamente mais ração
standard em comparação as demais, indicando maior preferência
pelo produto do fabricante tido como referência. CONCLUSÕES
– Concliu-se que além de boas formulações e matérias-primas de
qualidade, é necessário observar o comportamento de preferência
e padrão de consumo pelos animais, pois isso, é determinante para
o desempenho adequado e resposta experimentação padronizada.
CEUA: L-326/15-UENF.
Suporte Financeiro: QUIMTIA Brasil S.A.
Área I 
 36 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
REFINAMENTO DAS TÉCNICAS DE ANESTESIA
INJETÁVEL EM HAMSTERS
SEABRA, DENISE ISOLDI1;2,3; OLIVATO, MÁRCIA
CAROLINA MILLAN1; FAVORETTO, SAMANTHA
MESQUITA1; ANTIORIO, ANA TADA FONSECA
BRASIL2;3; FREITAS, ANA PAULA PAULONI1;
MORI, CLAUDIA MADALENA CABRERA3;
1- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP);
2- Pró-reitoria de pesquisa. Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP); 3- Departamento de Patologia. Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
(USP)
E-mail: d_isoldi@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO - Garantir uma conduta ética e humanitária
é premissa básica na área de experimentação animal. Inclui-se
aqui o estabelecimento de protocolos anestésicos que garantam a
segurança e o bem-estar, reduzindo óbitos e prevenindo a dor, que
influencia na qualidade dos dados obtidos. OBJETIVO - Estudar
um protocolo comumente utilizado de anestesia em roedores as-
sociado a um fármaco tranquilizante e a um fármaco opióide a
fim de verificar a segurança, o bem-estar e o tempo de duração da
anestesia, permitindo assim seu refinamento para administração em
hamsters. MÉTODOS - Oito machos e oito fêmeas de hamsters Sírio
(Mesocricetus auratus) foram submetidos ao protocolo anestésico
de acepromazina 2mg/kg + xilazina 2,5mg/kg + cetamina 100mg/
kg + tramadol 10mg/kg. Foram registrados: tempo de anestesia;
frequência respiratória (FR); frequência cardíaca (FC) e temperatura
retal. As medições foram realizadas com intervalos de 10 minutos
até a recuperação do reflexo podal. Resultados analisados através
do método 2way ANOVA e teste t. RESULTADOS - A média
do tempo de duração da anestesia cirúrgica foi de 47+14 minutos
com recuperação após 1h31. Houve queda da FC no decorrer do
tempo. Na comparação entre os sexos foi observada diferença de
temperatura. Os fenotiazínicos possuem ação termolítica e de va-
sodilatação que associados a ação da xilazina podem ter promovido
a queda de temperatura no decorrer do tempo anestésico. A queda
da frequência cardíaca pode ser explicada pela soma da ação da
xilazina e acepromazina sendo que a primeira normalmente é re-
sponsável pela queda da FC em protocolos anestésicos. A utilização
da cetamina em associação a xilazina é feita para que as ações dos
fármacos sobre o sistema cardiovascular se compensem, porém,
a associação de acepromazina ao protocolo pode ter favorecido
a queda da FC. CONCLUSÕES - Os protocolos anestésicos se
mostraram seguros para hamsters e adequados para procedimentos
de curta e média duração.
CEUA: CEUA/FMVZ – 2395260817.
Suporte Financeiro: não houve.
 Área I
EFEITO DA MELATONINA E DO RESVERATROL
SOBRE A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE
FÊMEAS DE CAMUNDONGOS (MUS MUSCULUS)
SWISS
LORENA DA SILVA ROSA; ADRIANA CONCEIÇON
GUERCIO MENEZES; TAMY INGRID RESTEL;
AMANDA GODOI NAVAREZI; KELY CRISTINA
NEVES DOS SANTOS; MAURICIO SILVA ROSA;
ALBERT SCHIAVETO DE SOUZA; MARIA INÊS
LENZ SOUZA
E-mail do Autor Principal: driguercio@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO - O resveratrol exibe atividade antioxidante e
fitoestrogênica, agindo sobre a fisiologia ovariana, retardando seu
envelhecimento, e a melatonina atua no controle neuroendócrino da
fisiologia reprodutiva, sendo que ambas podem contribuir de maneira
positiva na eficiência reprodutiva de fêmeas. OBJETIVO - Estudar
os efeitos de melatonina e resveratrol sobre a eficiência reprodutiva
das fêmeas. MÉTODOS - Utilizou-se 25 fêmeas de camundongos
SWISS, com 40 dias de idade, distribuídas em 5 grupos (n=5). As
substâncias antioxidantes - 5 (MT5) e 10 mg/kg (MT10) de mela-
tonina; 5 (RV5) e 10 mg/kg (RV10) de resveratrol e solução salina
no grupo controle (C) - foram administradas por meio de gavagem,
uma vez ao dia, dos 40 aos 102 dias de idade. Aos 60 dias de idade,
as fêmeas foram acasaladas e, no primeiro dia após o nascimento,
dimensionado o tamanho da prole gerada (número de filhotes nasci-
dos vivos), sendo os filhotes pesados ao nascimento e ao desmame
para análise do ganho de peso da ninhada. RESULTADOS - Os
grupos não apresentaram diferença entre si em relação ao tamanho
da ninhada, mantendo-se dentro da média esperada para a linhagem
(C = 11,40±0,81; MT5 = 6,60±2,54; MT10 = 11,00±0,84; RV5 =
11,40±1,69; RV10 = 10±1,79; p=0,447), e ao percentual de perdas de
filhotes (C = 40±24,5; MT5 = 65,00±21,79; MT10 = 23,64±19,41;
RV5 = 18,96±9,9; RV10 = 4,86 ± 2,05; p=0,450). No ganho de
peso dos filhotes, não houve diferença dos grupos comparados ao
controle (C= 10,13±0,52; RV5= 10,42±0,48; RV10= 9,95±0,53;
MT5= 11,49±0,26; MT10= 9,03±0,50; p>0,05), porém, entre os
grupos melatonina, o MT5 apresentou o melhor resultado (p=0,04).
CONCLUSÕES - Considerando-se as condições experimentais
estudadas, os antioxidantes não produziram efeitos positivos ou
negativos sobre a eficiência reprodutiva de camundongas.
CEUA: 831/16
Suporte Financeiro: UFMS
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 37
POSITIVE REINFORCEMENT JUDGMENT BIAS
TEST FOR NUDE MICE
AGUSTINA RESASCO1, MIGUEL ANGEL
AYALA1, SILVINA DIAZ2, CECILIA CARBONE1
1 - LABORATORIO DE ANIMALES DE
EXPERIMENTACIÓN, FACULTAD DE CS
VETERINARIAS, UNLP
2 - Instituto de Biología Celular y Neurociencias Prof. E. De
Robertis (UBA-CONICET)
INTRODUCTION - One of the latest techniques that have
been developed to assess animal welfare is the bias that arises when
animals have to judge an ambiguous stimulus, which is called cog-
nitive bias(1). OBJECTIVES - The objective of this work was to
design a cognitive bias test for our colony of nude mice. In addition,
we correlated the response to the ambiguous cue with an anxiety
test, as it has been described that anxious individuals tend to judge
the ambiguous cue more pessimistically. METHODS - A classic
conditioning learning was proposed to the animals in which they
had to learn that an odour cue will predict a high-value reward (an
almond piece) and another odour cue which will predict no reward. A
low-value reward (a cornflake) was always present, and animals had
to choose whether to look for the almond piece or for the cornflake
depending on the odour present in each trial. RESULTS - From our
preliminary results we found that our mice were able to learn the
task (when tested with the unreinforced cues, mice spent more time
in the compartment where the odour predicted the reward than in the
compartment where the odour predicted no reward) and moreover,
we found a correlation between the time spent in the ambiguous
compartment and an anxiety-like behaviour observation (with the
novelty-suppress feeding test(2). CONCLUSION - From these
results we can conclude that this new technique could be valid to
assess affective states in mice. 1. Mendl M, Burman OHP, Parker
RMA, Paul ES. Cognitive bias as an indicator of animal emotion and
welfare: Emerging evidence and underlying mechanisms. Appl Anim
Behav Sci. 2009;118(3–4):161–81. 2. Koizumi M, Kondo Y, Isaka A,
Ishigami A, Suzuki E. Vitamin C impacts anxiety-like behavior and
stress-induced anorexia relative to social environment in SMP30/
GNL knockout mice. Nutr Res [Internet]. 2016;36(12):1379–91.
Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.nutres.2016.11.006
PUNÇÃO VASCULAR GUIADA POR ULTRASSOM
EM SUÍNOS
GREGORES, G. B. ; CINTRA, LUCIANA 1. CENTRO
DE EXPERIMENTAÇÃO E TREINAMENTO EM
CIRURGIA, HOSPITAL ISRAELITA ALBERT
EINSTEIN
E-mail: guilherme.gregores@einstein.br
INTRODUÇÃO - A viabilidade do acesso vascular guiado por
ultrassom em suínos já foi descrito anteriormente (1,2). Trata-se de
uma técnica alternativa não invasiva e de fácil execução quando
comparado à dissecção de vasos em suínos. O acesso da artéria e veia
femoral têm se mostrado imprescindível na monitorização da pressão
arterial e reposição volêmica de suínos submetidos a cirurgias de
grande porte em projetos de pesquisa. OBJETIVO - Descrever a
técnica de punção vascular guiada por ultrassom em suínos pre-
viamente anestesiados e benefícios da metodologia. MÉTODOS
- 200 suínos da raça Large White com aproximadamente 30kg já
foram submetidos ao procedimento de punção vascular guiada por
ultrassom entre os anos de 2012 a 2017. Os suínos foram mantidos
anestesiados, e a técnica compreende a utilização de ultrassom
sem doppler para punção percutânea de artéria e veia de grande
calibre. A punção foi realizada por meio de uma agulha de punção,
seguida de fio guia e colocação do introdutor vascular de 6Fr. O
sistema é lavado com solução fisiológica e o acesso fixado com fio
de nylon 2-0 RESULTADOS - O procedimento foi realizado por
médicos veterinários previamente treinados. As imagens geradas
pelo ultrassom apresentaram de forma visível os vasos sanguíneos
(artéria e veia femoral). Para a correta diferenciação entre artéria e
veia, realiza-se uma pressão com o transdutor vascular do ultrassom,
sendo que a veia é colabada facilmente, e a artéria permanece visível.
A punção da artéria femoral faz-se necessária para monitorização
hemodinâmica e coleta de amostra sanguínea para gasometria. A
punção venosa mostrou-se fundamental em procedimentos cirúrgi-
cos que necessitam de reposição volêmica, além de ser uma via para
administração de fármacos. CONCLUSÕES - A punção vascular
guiada por ultrassom é uma técnica de fácil execução e importante
para manutenção dos suínos durante cirurgia, mostrando uma me-
todologia segura para projetos que necessitam de pós-operatório.
CEUA: 1608_12; 1735_13; 2105_14; 2645_16; 2982_17.
Suporte Financeiro: Hospital Israelita Albert Einstein.
Área I 
 38 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
OS EFEITOS DA INSÔNIA NO COMPORTAMENTO
DE RATOS WISTAR
ELIS OELZE, GRADUANDA EM MEDICINA
VETERINÁRIA1; VALÉRIA CRISTINA LOPES
MARQUES2; CARLOS RODRIGO FERREIRA DOS
SANTOS3; MARIA EDUARDA MONTEIRO SILVA4
1. UNIFESO
2. Técnica da Instalação wm Ciência Animal (UNIFESO)
3. Técnico de Laboratório (UNIFESO)
4. Docente e Médica Veterinária
INTRODUÇÃO - Os efeitos da insônia no organismo têm sido
muito discutidos. Na sociedade moderna, o excesso de trabalho
e a diminuição do tempo de sono tendem a acarretar problemas
no organismo, principalmente na parte hormonal proporcionando
distúrbios no comportamento sexual e comprometendo a função
reprodutiva. Em animais de laboratório, toda alteração no ambiente
tende a gerar respostas comportamentais que podem vir a prejudicar
sua saúde e, consequentemente, os resultados das pesquisas. OBJE-
TIVOS - Nesse sentido o objetivo do presente trabalho foi identificar
os principais comportamentos de ratos da espécie Rattus norvegicus
(Wistar) em condições adversas por 72 horas, relativo ao mecanismo
estabelecido no fotoperíodo. MÉTODOS - Foram utilizados 12
machos e 12 fêmeas, todos com idade entre 50 e 60 dias, período
que atingiram a maturidade sexual. Foram dividido em 3 grupos:
i) grupo controle (n=8); ii) ratos expostos a luz por 72 horas (n=8);
iii) ratos privados de iluminação por 72 horas (n=8). RESULTA-
DOS - Os resultados mostraram que os animais que permaneceram
no claro por três dias reduziram a atividade de acasalamento, além
de ter consumido menos ração, consequentemente, tiveram uma
queda no peso corpóreo. Já aqueles que ficaram no período escuro
por três dias, embora tenham aumentado a atividade relacionada a
brincadeiras, ganharam peso e comeram mais ração, quando com-
parados aos outros. O casal submetido ao período escuro permaneceu
afastado um do outro durante todo o tempo, não apresentando sinais
de acasalamento. CONCLUSÃO - O trabalho sugere novos ensaios
onde sejam realizados testes hormonais e que haja continuidade com
a avaliação dos casais para observar se o estresse provocado poderia
ser um fator de problemas reprodutivos. Todos os procedimentos
com os animais foram realizados em consonância com os princípios
éticos na experimentação animal, sendo a pesquisa submetida e
aprovada pelo Comitê de Ética do Unifeso (466/17).
Palavras-chave:Insônia; Distúrbios comportamentais; Ratos.
 Área I
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GERAL
EXPLORATÓRIA DE CAMUNDONGOS EM CAMPO
ABERTO APÓS ADMINISTRAÇÃO DE TRAMADOL
E MELOXICAM
ANA TADA FONSECA BRASIL ANTIORIO1,
MARIANA DE SOUZA ARANHA GARCIA GOMES2,
JILMA MARÍA ALEMÁN LAPORTE2; DENISE ISOLDI
SEABRA1; CLAUDIA MADALENA CABRERA MORI2
1. Pró-reitoria de pesquisa. Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) 2. Departamento de Patologia. Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
(USP) E-mail: ana.antiorio@reitoria.unicamp.br
INTRODUÇÃO - Promover analgesia adequada em animais
de laboratório submetidos a procedimentos invasivos dolorosos
possibilita o refinamento na experimentação. Alguns parâmetros
comportamentais podem ser verificados para avaliarmos a eficiên-
cia do protocolo de analgesia, como por exemplo, alterações na
atividade geral e na postura corporal, características faciais, vo-
calizações, agressividade e “grooming”. OBJETIVO - Avaliar a
atividade geral exploratória de camundongos em campo aberto, antes
e após a administração de dois fármacos analgésicos. MÉTODOS
- Utilizamos 7 camundongos machos C57BL/6, com peso médio
32,88 ± 1,8, procedentes do Biotério do Departamento de Patologia
- FMVZ (USP), onde foram mantidos em gaiolas de polipropileno
com sabugo de milho autoclavado, em ambiente controlado, ração
peletizada Nuvilab CR-1 e água filtrada, ad libitum. Administramos
tramadol (20 mg.kg-1) e meloxicam (10 mg.kg-1), isoladamente e
associados, via IP, 30 minutos antes do teste em Campo Aberto. Os
animais foram colocados na porção central de uma arena circular
e filmados por 5 minutos. Avaliamos os vídeos por meio do pro-
grama OpenFLD.Ink. RESULTADOS - Os animais que receberam
meloxicam e a associação meloxicam + tramadol apresentaram
redução significativa (p<0,05) na atividade geral exploratória em
relação aos grupos controle e tramadol. Observamos diferenças na
frequência de “grooming” entre os grupos controle vs. meloxicam
e controle vs. tramadol. Não houve diferença no tempo de “groom-
ing” e número de bolos fecais. CONCLUSÕES - A redução da
atividade geral dos animais pode ser atribuída à dose do meloxicam
utilizada neste estudo, porém essas alterações não eram esperadas.
O tramadol não promoveu alterações nesse parâmetro devido ao
seu efeito ansiolítico. Estudos para avaliar a farmacocinética do
meloxicam em camundongos C57BL/6 devem ser realizados, e
assim, estabelecer a posologia mais adequada.
CEUA: nº 3582200217.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 39
REFINAMENTO E DESFECHO HUMANITÁRIO
NOS ENSAIOS DE POTÊNCIA DO COMPONENTE
TETÂNICO DE VACINAS COMBINADAS
DANIELA TENDLER LEIBEL BACELLAR1*; DEIVID
WANDERSON COUTO DOS ANJOS1; ALEXANDRE
ALVES DE SOUZA DE OLIVEIRA DIAS1; ANDREA
PEREIRA LARANJEIRA1; WLAMIR CORRÊA DE
MOURA1
1
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
* E-mail: daniela.bacellar@incqs.fiocruz.br
INTRODUÇÃO – A Farmacopeia Brasileira ainda preconiza
o efeito letal (EL) da toxina tetânica como desfecho nos ensaios
de potência para o componente tetânico das vacinas combinadas1.
Entretanto, muitos países já proibiram a utilização de ensaios de
letalidade, visto que os mesmos causam intenso sofrimento aos
animais2. Como alternativa, sugere-se o efeito paralítico (EP), que
utiliza como desfecho a paralisia do membro inoculado, seguida
de eutanásia. O método já foi validado internacionalmente,3,4,5,6
e algumas Farmacopeias já preconizam seu uso7,8. OBJETIVO -
Validar o EP em substituição ao EL, refinando o uso de animais.
MÉTODOS – Foram analisadas 04 vacinas-teste e 02 vacinas de
referência, conforme metodologia descrita na Farmacopeia Bra-
sileira (CEUA/FIOCRUZ-P0135/02). Apenas o local da inoculação
foi modificado para se adequar ao EP. Os animais foram marcados
individualmente e monitorados, diariamente, por 96h, de acordo
com a graduação de sinais e sintomas descritos nos manuais inter-
nacionais7,8. No entanto, os animais apresentando o ponto final
do EP foram mantidos até o fim das 96h para que fosse realizado
simultaneamente a leitura do EL. Posteriormente, ambas as leituras
foram utilizadas para o cálculo da potência das amostras. RESUL-
TADOS - Os resultados da leitura individual utilizando EP e EL
foram concordantes em 100% dos animais da referência e 98,3%
da vacina teste. O resultado final da potência das amostras não
apresentou diferença significativa (p>0,05). CONCLUSÕES - O EP
permite a redução da dor e do sofrimento dos animais, visto que ao
apresentar a paralisia do membro inoculado, os mesmos encontram-
se com bom aspecto geral, continuam capazes de se locomover e se
alimentar. O refinamento no uso de animais com esta técnica não
afetou a determinação da Potência das vacinas. Portanto, uma vez
validado, o método poderá ser incluído na Farmacopeia Brasileira.
1. Farmacopeia Brasileira. 5th ed. Brasília: Agência Nacional de
Vigilância Sanitária; 2010. 2. Manual of laboratory methods for
testing of vaccines used in the WHO Expanded Programme on Im-
munization. WHO/VSQ/97.04.Geneva: World Health Organization;
1997. 3.Mussett M, Sheffield F. A collaborative investigation of a
potency assay for adsorbed tetanus vaccines based on the protection
of mice from tetanic paralysis. Journal of Biological Standardiza-
tion. 1976;4(2):141-148. 4. Christiansen G. Quantification of tetanus
antitoxin by toxin neutralization test in mice. A comparison between
lethal and paralytic techniques. Journal of Biological Standardiza-
tion. 1981;9(4):453-460. 5. Castle P. The european pharmacopeia
and humane endpoints. International conference for humane end-
points (HEP) in animals experiments for for biomedical research.
European pharmacopeia; 1998. 6. Casey W, Schmitt M, McFarland
R, Isbrucker R, Levis R, Arciniega J et al. Improving animal wel-
fare and reducing animal use for human vaccine potency testing:
state of the science and future directions. Procedia in Vaccinology.
2011;5:33-46. 7. Manual for Quality Control of Diphtheria, Tetanus
and Pertussis Vaccines. WHO/IVB/11.11. Geneva: World Health
Organization; 2013. 8. European Pharmacopoeia. 8th ed. Council
of Europe; 2014.
ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E
DE REFLEXOS DE CAMUNDONGOS MUTANTES
TREMOR
MARIANA DE SOUZA ARANHA GARCIA-GOMES;
JILMA MARIA ALEMAN LAPORTE; PEDRO KENZO
YAMAMOTO; DENNIS ALBERT ZANATTO; SILVIA
MARIA GOMES MASSIRONI; MARIA MARTHA
BERNARDI; CLAUDIA MADALENA CABRERA MORI
E-mail: mari-aranha@usp.br
INTRODUÇÃO – Os camundongos mutantes tremor apresen-
tam como principal fenótipo tremor, ataxia e déficit de coordenação
motora. A mutação ocorreu de forma espontânea na colônia de ca-
mundongos Swiss e tem padrão de herança autossômica recessiva. O
estudo dessa mutação é de extrema importância para a caracterização
de um possível modelo de doenças psiquiátricas e imunológicas,
uma vez que o gene candidato Egr3 (Early growth response) está
envolvido no desenvolvimento de diversas doenças em humanos.
OBJETIVO - Avaliar o desenvolvimento físico e reflexológico,
e os parâmetros comportamentais no teste de atividade geral de
camundongos Swiss tremor em comparação aos controles. MÉTO-
DOS – O desenvolvimento físico e reflexológico foram avaliados
a partir do dia do nascimento até 22 dias de vida por observação
dos seguintes parâmetros: peso, comprimento, desdobramento das
orelhas, erupção dos incisivos, surgimento de pelos e abertura dos
olhos. Os reflexos avaliados foram: preensão palmar, endireitamento,
geotaxia negativa e de sobressalto. Os parâmetros comportamentais
foram observados com o teste de atividade geral em campo aberto
aos 21 e aos 60 dias de vida. RESULTADOS - Não houve diferença
significativa nos resultados da observação do desenvolvimento re-
flexológico; já no desenvolvimento físico os camundongos tremor
apresentaram menor ganho de peso em comparação aos animais
controle na terceira semana de vida (p=0,0121). O teste de atividade
geral mostrou redução nas frequências de levantar (p=0,0015) e de
grooming; (p<0,0001) aos 21 dias de idade. Com 60 dias houve
redução no levantar (p<0,0001) de machos e fêmeas e redução no
grooming (p=0,0409) somente para os machos; sem alterações nos
demais parâmetros comportamentais. CONCLUSÕES – A falta de
coordenação motora dos animais tremor poderia justificar a redução
nas frequências de levantar e grooming. Quanto ao desenvolvimento
não foram observadas diferenças entre mutantes e seus controles,
sugerindo que a mutação não interfere no desenvolvimento físico
e reflexológico.
CEUA-FMVZ/USP: 4124150116.
Suporte Financeiro: CAPES/CNPq
Área I 
 40 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
DYNAMIC EXPRESSION OF GFAP AND IBA-1
IN THE MOUSE SPINAL CORD DORSAL HORN
UNDER PATHOLOGICAL PAIN STATES
CAYO ALMEIDA*, FLAVIA TURCATO, CLARICE
MOTA, RICARDO KUSUDA, FLAVIANE CADETTI,
ANDREA CARVALHO, GLAUCE CRIVELARO DO
NASCIMENTO, SONIA ZANON, CHRISTIE RAMOS
LEITE-PANISSI, GUILHERME LUCAS
*cayoalmeida@yahoo.com.br
INTRODUCTION – Although glial cells have become a prom-
ising target for development of drugs to treat chronic pain, clinical
trials with glial inhibitors have fail to show efficacy as analgesics.
AIM - We investigated the expression profile of GFAP and Iba-1
(Glial Markers), in the spinal cord dorsal horn of mice submitted
to seven models of chronic pain. MATERIAL AND METHODS
- Male Balb/C mice with 10-12 weeks old were used. The study
was approved by the CEUA of Ribeirão Preto School of Medicine
– USP. Animals were anesthetized for procedures. For axotomy,
had the left sciatic nerve transected. Partial nerve injury was pro-
duced suture of the left sciatic nerve. Paclitaxel was administered
intraperitoneally, 4 times, every other day. HSV-1 was inoculated
in the left hind-paw after scarification. Non-inflammatory muscle
pain, was performed by injecting 20 μl of low pH sterile saline into
of left gastrocnemius muscle and reinjecting it 5 days later. Tissue
inflammation was produced by injecting 20 μl of complete Freund’s
adjuvant subcutaneously in the left hindpaw. Animals were injected
with 20 μl of 2% λ-carrageenan into the left gastrocnemius muscle.
Sensory disorder was evaluated by monitoring the development
of mechanical hypersensitivity and animals were euthanized by
cervical dislocation. The left dorsal quadrant of the lumbar (L4-
L6) spinal cord was further dissected for western blotting assay.
RESULTS - GFAP is upregulated after axotomy, partial nerve
injury and cutaneous inflammation, its expression is not changed
during muscle inflammation, non-inflammatory muscle pain, and in
a virus model of herpetic and post-herpetic pain. In addition, GFAP
is downregulated only 14 days after chemotherapy. On the other
hand, Iba-1 is downregulated after axotomy but upregulated after
partial lesion of peripheral nerve as well as after virus inoculation
and during non-inflammatory muscle pain. Cutaneous and muscle
inflammation induced no change in Iba-1 expression in the dorsal
horn. CONCLUSIONS - Our data indicate that under different pain
conditions GFAP and Iba-1 expression relies on the origin of the
stimulus, is time- and tissue-dependent.
CEUA: 201/2015.
Suporte Financeiro: CAPES/CNPQ.
 Área I
LEVANTAMENTO DO FORNECIMENTO DE
HEMOCOMPONENTES E DERIVADOS DE
SANGUE ANIMAL NO INSTITUTO DE CIÊNCIAS
E TECNOLOGIA DE BIOMODELOS DA FIOCRUZ,
NO PERÍODO DE 01/01/2018 A 31/12/2017
JENIF BRAGA DE SOUZA¹,²; AGMAEL DA SILVA
COELHO¹; ABEILDO FERREIRA SILVA¹; ROGÉRIO
EDNALDO DE OLIVEIRA¹; SIDNEY DE MEDEIROS
SILVA¹ E AMARILDO MIRANDA¹
Serviço de Hemocomponentes e Derivados Animais/ ICTB/
1
FIOCRUZ; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro
INTRODUÇÃO E OBJETIVO - O Serviço de Hemocom-
ponentes e Derivados Animais (SHDA) do Instituto de Ciências
e Tecnologia de Biomodelos (ICTB) tem por finalidade coletar e
fornecer sangue e hemoderivados de todas as espécies mantidas na
Unidade, para diversas unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fi-
ocruz), visando atenter aos diversos experimentos e procedimentos,
como o controle da qualidade na produção de imunobiológicos no
âmbito da instituição. Desde 2008 o SHDA tem registrado a sua
demanda no Sistema Informatizado de Controle de Produção Animal
(SICOPA), programa desenvolvido no ICTB. No entanto, dispuse-
mos de poucas informações sobre a demanda de outros centros. O
objetivo do nosso trabalho foi realizar a analise da quantidade de
sangue e derivados animal fornecidos pelo SHDA no período de
01/01/2008 a 31/12/2017. METODOLOGIA - Foi realizado o
levantamento do fornecimento por unidade, espécie animal, quanti-
dade solicitada no banco de dados do SICOPA. Os dados foram
analisados através de planilha do programa Excel. RESULTADOS
- Durante o período do estudo foram fornecidos um total de 1968,9
Litros de hemocomponentes entre sangue total e plasma. O sangue
foi coletado das seguintes espécies animais: caprino, coelho, eqüino,
ovino, cobaia e rato. Os Hemocomponentes foram fornecidos para
12 unidades da Fiocruz, são elas: Biomanguinhos, CPqAM, CPqGM,
ESNP, Farmanguinhos, ICTB, IFF, ILMD, INCQS, IOC, INI, IRR,
além do fornecimento para outras instituições. A maior demanda
de coleta entre as espécies foi o coelho 43,42% (854,9/1968,9),
seguido ovino 38,02% (748,6/1968,9) e eqüino com 11,09%
(218,5/1968,9). Dentre as unidades da Fiocruz, as que tiveram
maiores fornecimento foram o IOC com 39,40% (775,88/1968,9),
seguido do CPqGM 17,65% (347,6/1968,9) e BioManguinhos com
14,93% (293,9/1968,9). Apenas 1,08 % (21,20/1968,9) do total de
hemoderivados fornecidos foram para instituições externas. CON-
CLUSÕES - Esses resultados podem contribuir para uma melhor
analise e planejamento da produção de hemocomponente no âmbito
da Fiocruz e do Brasil. BIBLIOGRAFIA - American Collage of
Laboratory Animals Medicine (Aclam). Position Statement on
Animal Experimentation [On Line]. Illinois, United States, 2004.
[Capturado Em 18 Abr. 2014] Disponível Em: Http://Www.Aclam.
Org/Pdf/Pub_Animal_Experimentation.Pdf. Manual da Qualidade
– Centro de Criação de Animais de Laboratório da Fundação Osw-
lado Cruz [On Line] Rio De Janeiro, Brasil, 2008. [Capturado Em
10 De Abr. 2014] Disponível Em: Http://Www.Cecal.Fiocruz.Br/
Content/Manual-Da-Qualidade-Do-Cecal. National Institutes of
Healf (NIH). Environment, Housing and Animal Management. In:
Institutional Animal Care and Use Committee Guidebook. Bethesda
Nhi Publication N° 92-3415 2° Ed, 2002.
CEUA: LW-19/17
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 41
AVALIAÇÃO DE POLÍMERO SUPERABSORVENTE
USADO COMO FORRAÇÃO PARA GAIOLAS DE
RATOS E CAMUNDONGOS
LUCIANA APARECIDA HONORATO UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
luchonorato@gmail.com
INTRODUÇÃO - O material de forração fornecido aos roe-
dores de laboratório tem consequências importantes para o bem-
estar, indiretamente através de propriedades como a qualidade do
ar e diretamente através do conforto e utilidade dos produtos para
a expressão de comportamentos importantes para os animais. A
maravalha é o material mais amplamente utilizado nos biotérios
do Brasil, porém, devido a baixa capacidade de absorção desse
produto, os níveis de amônia e umidade podem prejudicar o trato
respiratório dos animais. OBJETIVO - O presente projeto visou
investigar um produto superabsorvente (SAP), semelhante a uma
fralda, à base de celulose e poliacrilato de sódio, em substituição à
maravalha. MÉTODOS - Foram utilizados 40 camundongos e 40
ratos, machos e fêmeas, distribuídos em dois tratamentos: gaiolas
maravalha e gaiolas SAP (4 caixas com 5 animais/tratamento/es-
pécie), dos 30 aos 70 dias de vida, em sistema de gaiolas abertas,
porém, dentro de gabinetes ventilados. Foi feita aferição de amônia
e umidade das gaiolas, consumo de água, ração e ganho de peso
dos animais. RESULTADOS - Não houve diferença nas variáveis
ambientais, em ambos os tratamentos a troca de forração precisou ser
feita duas vezes/semana, com média de 62 ppm de amônia aferida
antes da troca. Porém, o ganho de peso dos ratos no tratamento SAP
foi maior do que no maravalha (165 e 145g; p< 0,0001), também
observou-se maior peso relativo do fígado dos ratos e dos rins dos
camundongos no tratamento maravalha, o que indica maior demanda
metabólica nesse tipo de forração. CONCLUSÃO - Conclui-se
que o polímero superabsorvente pode ser utilizado como forração
para caixas de roedores de laboratório, com possíveis benefícios
ao bem-estar animal.
ESTRATÉGIAS DE REFINAMENTO E REDUÇÃO
PARA PESQUISAS COM CÉLULAS TRONCO
NEURAIS
EDGAR Y. EGAWA1, RENATA SPALUTTO FONTES2*,
SILVÂNIA MEIRY PERIS NEVES2, HENNING
ULRICH1
1. Instituto de Química, Departamento de Bioquímica,
Laboratório de Neurociências Universidade de São Paulo 2.
Biotério da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto
de Química da Universidade de São Paulo Email do Autor
Principal: egawa@usp.br
INTRODUÇÃO – As células-tronco neurais (NSCs) são
uma ferramenta inestimável para o desenvolvimento de terapias
para doenças neurodegenerativas. O fluxo de trabalho contínuo e
demorado que consiste em: isolamento de fetos, dissecção de teci-
dos, isolamento de células e experimento/aplicação das células é
conhecido por exigir um número considerável de animais devido ao
baixo rendimento. Além disso, é difícil garantir que a cada dissecção
de tecido, o mesmo pool de células seja obtido. Refinar o processo
para isolar as células-alvo para aumentar o rendimento pode reduzir
significativamente o número de animais necessários, também pode
melhorar a reprodutibilidade dos resultados. OBJETIVOS – Este
trabalho propõe um método que combina o isolamento de NSCs
de uma região específica com um método de criopreservação de
células isoladas para uso posterior, minimizando assim o número
de animais e diminuindo o fluxo de trabalho contínuo e demorado.
MÉTODOS – O corpo estriado de ratos Sprague-Dawley no dia 16
(E16) embrionário foi isolado e dissociado em células individuais.
As células dissociadas foram cultivadas durante 3 dias para formar
agregados celulares conhecidos como neuroesferas. As neuroesferas
obtidas foram então dissociadas e criopreservadas como células indi-
viduais. As células criopreservadas podem então ser descongeladas
e cultivadas por apenas 3 a 4 dias para obter novas neuroesferas
que podem ser dissociadas em células individuais para todos os
tipos de estudos e aplicações. As neuroesferas são majoritariamente
compostas por células-tronco neurais capazes de se diferenciar em
todos os principais tipos de células cerebrais: neurônios, astrócitos
e oligodendrócitos. RESULTADOS – O método descrito neste
trabalho, consistindo de células isoladas do estriado encefálico de
rato e cultura de células por 3 a 4 dias, permite a expansão seletiva
de NSCs, conferindo maior homogeneidade do pool de células
e reprodutibilidade dos resultados. Conclusões– Um método de
criopreservação apropriado pode diminuir muito o fluxo de trabalho
contínuo, pois as células criopreservadas podem ser armazenadas
por longos períodos e descongeladas quando necessário para for-
mar neuroesferas em apenas 3 a 4 dias de cultura, evitando o uso
de animais extras.
CEUA: CEUA/IQ - 57/2017
Área I 
 42 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
PERFIL BIOQUÍMICO, HEMATOLÓGICO E DE
COAGULAÇÃO DE SUÍNOS MANTIDOS EM
BIOTÉRIO
LUCIANA CINTRA , VALÉRIA VIEIRA CHIDA ,
CLAUDIA MADALENA CABRERA MORI
1. Centro de Experimentação e Treinamento em Cirurgia,
Hospital Israelita Albert Einstein. 2. Técnica Operatória e
Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal
de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. (UNIFESP). 3.
Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). Email:
luciana.cintra@einstein.br
INTRODUÇÃO: O suíno é um modelo amplamente utilizado
em projetos de pesquisa que envolvem cirurgia experimental. A
aquisição de animais de qualidade é essencial nos projetos de pes-
quisa, por isso o conhecimento dos parâmetros fisiológicos normais
são critérios significativos para a avaliação da homeostase, modifi-
cações induzidas por processos patológicos e resultados obtidos nos
procedimentos experimentais. Os intervalos de referência normais e
as mudanças de padrão das doenças podem variar significantemente
nos animais, podendo também variar entre os sexos e diferentes
grupos. A compreensão destas diferenças é um fator crítico na in-
terpretação dos resultados laboratoriais. OBJETIVO: Determinar o
perfil bioquímico, hematológico e de coagulação de suínos da raça
Minipig br1 ambos os sexos com idade de seis meses. MÉTODO:
Foram selecionados 31 suínos de seis meses (15 fêmeas /16 machos),
procedentes da Fazenda Minipig Pesquisa & Desenvolvimento Ltda.
e mantidos no Centro de Experimentação e Treinamento e Cirurgia
(CETEC). Para as coletas de sangue foi necessária a contenção
química (ketamina 15mg/kg e Midazolan 0,5mg/kg, IM). Os exames
hematológicos foram obtidos pela coleta de sangue total, através da
punção da veia femoral, com auxílio de ultrassom. RESULTADOS:
A análise estatística revelou diferença significativa (P>0,05), entre
os sexos para as análises: eritrócitos, hemoglobina e hematócrito;
fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina total e frações. Os valores
de hemoglobina e hematócrito obtidos no equipamento I- Start com
o kit Chem- 8 foram semelhantes aos encontrados no analisador de
bioquímica automático. CONCLUSÃO: Os valores de referências
encontrados neste trabalho são semelhantes a estudos anteriores na
espécie suína de diferentes raças. Este estudo foi importante para
definir o padrão hematológico, bioquímico e de coagulação para
a espécie suína, raça Minipig br1, podendo servir como uma fer-
ramenta valiosa aos pesquisadores na análise dos seus resultados
experimentais.
CEUA: nº 2358_15.
 Área I
QUANTIFICAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES
E METABÓLITOS NO SNC DE CAMUNDONGOS
COM A MUTAÇÃO ESPONTÂNEA TREMOR
MARIANA DE SOUZA ARANHA GARCIA-GOMES;
PEDRO KENZO YAMAMOTO; DENNIS ALBERT
ZANATTO; THAÍSA MERA SANDINI; JORGE
CAMILO FLÓRIO; IVO LEBRUN; ADMILSON
APARECIDO DA CUNHA; SILVIA MARIA GOMES
MASSIRONI; MARIA MARTHA BERNARDI;
CLAUDIA MADALENA CABRERA MORI
E-mail: mari-aranha@usp.br
INTRODUÇÃO - A mutação espontânea tremor, autossômica
recessiva, foi observada em camundongos Swiss, causando alter-
ações motoras que incluem tremores, ataxia e incoordenação. Por
meio de retrocruzamentos a mutação foi transferida para o fundo
genético C57BL/6. O gene candidato Egr3 (early growth response)
desempenha um papel importante na regulação dos receptores
GABA-A. Sabe-se que o camundongo KO Egr3 apresenta redução
de 50% na expressão genica do recepor GABA-A4. Nesse sentido, a
quantificação dos neurotransmissores pode auxiliar na identificação
de possíveis mecanismos envolvidos no fenótipo da mutação. OB-
JETIVO - Quantificar os neurotransmissores presentes no córtex,
hipocampo e estriado dos camundongos mutantes e comparar com
os selvagens (WT). MÉTODOS – Foram utilizados camundon-
gos Swiss tremor e C57BL/6 tremor e seus respectivos controles
(n=8/grupo) com oito semanas de idade. Utilizou-se o sistema de
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) para quantificar os
neurotransmissores: dopamina (DA), serotonina (5HT), noradren-
alina (NOR) e seus respectivos metabólitos: ácido 3,4-di-hidroxife-
nilacético (DOPAC), ácido 5-hidroxi-indolacético (5HIAA), e ácido
vanilmandélico (VMA). Também foram quantificados o ácido am-
inobutírico (GABA), ácido glutâmico (Glutamato), ácido aspártico
(Aspartato) e Glicina. RESULTADOS - Foram considerados rel-
evantes os resultados que apresentaram probabilidade inferior a 5%
(p<0,05). Houve aumento nas concentrações dos neurotransmissores
e metabólitos dos animais mutantes em comparação aos controles
no hipocampo – GABA (p=0,0059), Glutamato (p=0,0466), NOR
(p=0,0003) e VMA (p=0,0277), e no estriado – GABA (p=0,0260);
enquanto observou-se diminuição de Glutamato (p<0,0001), Aspar-
tato (p<0,0001), DOPAC (p=0,0232), e dos turnovers de DOPAC/
DA (p=0,0263) e de 5HIAA/5HT (p=0,0013) no córtex e de Glicina
(p=0,0043) no estriado. CONCLUSÕES – As alterações observa-
das nas concentrações de neurotransmissores e metabólitos foram
semelhantes nos mutantes dos dois fundos genéticos em relação
aos respectivos controles, sendo provavelmente influenciada pela
mutação tremor. O aumento do GABA em hipocampo e estriado dos
mutantes sugere que o fenótipo observado pode estar relacionado a
disfunção no sistema gabaérgico.
CEUA-FMVZ/USP: 4124150116.
Suporte Financeiro: CAPES/CNPq.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 43
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO REPRODUTIVO
DE CAMUNDONGOS FÊMEAS EM BIOTÉRIO
ADRIANA DA SILVA MENDES1, FERNANDA SOUZA
SANTOS1, VALDOMIRO SILVEIRA MOITINHO
JÚNIOR1, JOSILENE DE JESUS SOUZA1, REJANE
MÁRCIA CHAVES DE MENEZES1, FABIENNE
PETITINGA DE PAIVA2, VITOR VALÉRIO MAFFILI1
1
Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz; 2Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos – Fiocruz. e-mail: amendes@bahia.
fiocruz.br
INTRODUÇÃO - Vários fatores podem interferir sobre o de-
sempenho reprodutivo das fêmeas murinas, dentre estes citam-se o
declínio do tamanho da ninhada associada a idade, a estação do ano,
a dieta fornecida, a idade ao acasalamento, dentre outros. Alguns
destes fatores podem ser controlados artificialmente, tendendo a
minimizar o seu efeito. Porém, resta incerto se, em ambientes com
variáveis controladas, existe variação no desempenho reprodutivo
no decorrer dos anos. OBJETIVO - Avaliar o desempenho re-
produtivo de camundongos fêmeas entre os anos de 2006 a 2016
em um Biotério localizado no estado da Bahia. MATERIAL E
MÉTODOS - Foram utilizados neste estudo dados provenientes de
29.383 nascimentos entre os anos de 2006 a 2016. Os dados foram
armazenados no Microsoft Access© e as análises foram efetuadas
com o auxílio do próprio banco de dados, do Microsoft Excel© e
GraphPad Prism©. RESULTADOS - O número médio de camun-
dongos nascidos por fêmea por ano foi de: 5,6±2,5 (2006); 5,9±2,6
(2007); 6,3±2,8 (2008); 6,9±3,2 (2009); 6,8±3,2 (2010); 7,2±3,9
(2011); 6,4±2,9 (2012); 5,9±2,8 (2013); 5,8±2,7 (2014); 5,6±2,8
(2015) e 5,6±2,7 (2016) (P<0,0001). Ao contrário do que se poderia
ser imaginado, houve alteração significativa do número de nascidos
com o passar dos anos, apesar de haver controle sobre as principais
variáveis que poderiam afetar o desempenho reprodutivo. Alteração
digna de nota ocorreu em 2011, ano em que o Biotério perdeu a
condição SPF (specific pathogen free). Outra alteração na rotina de
manejo foi a adição de enriquecimento ambiental na cor vermelha
em 2012. Resta incerto pela análise de todos os eventos, o que pode
ter causado o pico de produção em 2011 e posterior declínio com
estabilização a partir de 2014. CONCLUSÃO - Alterações no de-
sempenho reprodutivo de fêmeas murinas pode ocorrer entre anos
sem que haja razão específica para tal. Não está claro se a ocorrência
observada é algo pontual ou ocorre em outros Biotérios. Estudos
se fazem necessário na tentativa de elucidar a causa da variação e
seu impacto sobre o planejamento da produção em Biotérios de
Criação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - MOREIRA, V.B.
Eficiência reprodutiva de camundongos endogâmicos Balb/c em
diferentes idades de acasalamento, com ou sem enriquecimento am-
biental. 2011. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Estadual Paulista,
Botucatu. FINN, C.A. Reproductive capacity and litter size in mice:
effect of age and environment. J. Reprod. Fert. 1963;6:205-214.
CEUA: 003/2016 – CEUA – Instituto Gonçalo Moniz.
AVALIAÇÃO DA LETALIDADE DE DIFERENTES
DOSES DESAFIO DE VENENO BOTRÓPICO
PARA O TESTE DE POTÊNCIA DO SORO
ANTIBOTRÓPICO
FABIO HENRIQUE DIAS MARTINS LIMA1;
GABRIELE FATIMA DE SOUZA1; MARIA APARECIDA
AFFONSO BOLLER1; ELIZABETH PORTO REIS
LUCAS1
1
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
fabio.lima@incqs.fiocruz.br
INTRODUÇÃO - O acidente com serpentes do gênero Both-
rops apresenta grande importância epidemiológica no país, por ser
responsável por mais de 80% dos envenenamentos1. O tratamento
específico é a soroterapia, sendo o INCQS o laboratório oficial para
liberação do soro a partir da determinação da potência do Soro An-
tibotrópico. A potência deste veneno é expressa em Dose Letal 50
(DL50), que foi determinado em 40,29 μg/0,5mL.1 Atualmente é
preconizado a utilização de 5 DL50 como dose desafio na determi-
nação da potência do Soro Antibotrópico.2,3 OBJETIVO - Avaliar
a letalidade de diferentes concentrações de Veneno Botrópico de
Referência Nacional (1 DL50 a 7 DL50) para uma possível alter-
ação da dose desafio utilizada no ensaio de potência do soro anti-
botrópico. MÉTODOS - Foram feitos 8 ensaios com 7 diferentes
concentrações de doses letais (1 DL50 a 7 DL50) em momentos
distintos, sob CEUA 17/16. Para cada ensaio foram utilizados 10
camundongos de 18 a 22 gramas (Swiss Webster), por dose, com
Veneno Botrópico de Referência Nacional (Lote BRA/BOT/05) na
concentração de 1 mg/mL . Foi pesado o conteúdo de um frasco
de veneno e ajustada a concentração para 1 mg/mL de salina nas
oito repetições com as diluições para cada DL50. Após os ensaios
foram realizadas as leituras do número de camundongos mortos
sobre o total de inoculados, em 24 e 48 horas após as inoculações.
RESULTADOS - Na análise dos resultados obteve-se 100% de
óbitos para na concentração de 3DL50, 95% para as concentrações
de 2, 6 e 7 DL50, 92,5% para 5 DL50, 90% para 4 DL50 e 70% para
1 DL50. CONCLUSÃO - Nos ensaios realizados, a concentração
de 3 DL50 foi a única que apresentou 100% de letalidade. Com isso,
acredita-se ser possível reduzir a quantidade de veneno utilizada
como dose desafio nos ensaios de potência do Soro Antibotrópico, de
5 DL50 para 3 DL50. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - 1.
ARAUJO, H. P., et al. Potency evaluation of antivenoms in Brazil:
the national control laboratory experience between 2000 and 2006.
Toxicon, v. 51, n. 4, p. 502-514, 2008. 2. INSTITUTO Nacional
de Controle de Qualidade em Saúde. POP 65.3440.004: Determi-
nação da potência do soro antibotrópico – in vivo. Rev. 08. Rio de
Janeiro, 2017. 17 p. (Manual da Qualidade. Seção 4.3) 3. BRASIL.
Farmacopeia Brasileira, volume 2 / Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 1289p., 2v/il. 2010.
Área I 
 44 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
ISQUEMIA CORTICAL CEREBRAL: DIFERENÇAS
COMPORTAMENTAIS EM MACHOS E FÊMEAS
LUCIELE V. TEIXEIRA, ROBERTO F. ALMEIDA,
FRANCIELI ROHDEN, LEO M. MARTINS,
FERNANDA MARQUES, PATRICIA SESTERHEIM,
DIOGO O. G. SOUZA
E-mail do autor principal: luciele.sm@gmail.com
INTRODUÇÃO - A isquemia cerebral é uma interrupção
do fluxo sanguíneo em determinada região do cérebro, levando a
morte de neurônios e células gliais. Diferenças entre os gêneros
tem sido bem documentadas nas últimas décadas, principalmente
o aumento da incidência tardia da isquemia cerebral em mulheres
comparada aos homens. Muitos experimentos são conduzidos em
machos, mesmo quando o objetivo dos estudos tem maior relevância
em fêmeas. OBJETIVO – O objetivo deste trabalho foi avaliar a
recuperação tardia após a indução isquêmica cerebral de ratos Wistar
fêmeas e machos, por meio de testes comportamentais, considerando
a fase do ciclo estral no momento da cirurgia. MÉTODOS – Ratos
Wistar adultos (90 – 120 dias de idade) foram mantidos em con-
dições apropriadas de alojamento e alimentação. Os procedimentos
experimentais foram realizados de acordo com as normativas do
CONCEA e SBNeC no Departamento de Bioquímica da UFRGS e
no Centro de Cardiologia Experimental do IC-FUC. Fêmeas foram
agrupadas de acordo com as fases estrogênica e não estrogênica. Os
animais foram anestesiados, colocados em aparelho estereotáxico
e a isquemia focal cortical foi induzida por termocoagulação dos
vasos piais com auxílio de uma sonda elétrica. Foram realizados
testes comportamentais: teste do cilindro para avaliação da simetria,
teste do campo aberto para avaliação da memória de habituação e
locomoção e teste do labirinto em cruz elevado para avaliação da
ansiedade. A análise estatística foi realizada através do software
Graph Pad Prism 6.0. RESULTADOS – As fêmeas apresentaram
recuperação sensorimotora significativa comparadas aos machos,
mas, memória de habituação a longo prazo e locomoção foram
prejudicadas pela isquemia. Os machos não apresentaram prejuízo.
Não houve diferença entre grupos estrogênico e não estrogênico.
CONCLUSÕES – Com este trabalho demonstramos a importância
da realização de pesquisas em ambos os gêneros, principalmente
para enfermidades complexas como a isquemia cerebral.
CEUA: 29396 (UFRGS)
Suporte Financeiro: CAPES e INCT.
 Área I
INFLUÊNCIA DE ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL NO COMPORTAMENTO DE RATOS
WISTAR MANTIDOS EM BIOTÉRIO
ANA CAROLINE ROMÃO DA SILVA; TAINARA
ARAÚJO DE OLIVEIRA; NADIA GRANDI
BOMBONATO; GUILHERME NASCIMENTO CUNHA
EMAIL DO
E-mail do Autor Principal: gncunha@unipam.edu.br
INTRODUÇÃO - O estresse é um dos fatores que mais afe-
tam a vida de animais em biotérios e, por isso, tem-se buscado
por recursos que promovam seu bem-estar. Dentre estas técnicas
sugere-se o enriquecimento ambiental com o objetivo de auxiliar na
criatividade deixando o dia-a-dia destes animais menos monótono.
OBJETIVO - Verificar a influência de estratégias de enriquecimento
ambiental sobre o comportamento de ratos Wistar adultos e de suas
proles. MÉTODOS – Foram utilizados doze casais de ratos Wistar
provenientes do Biotério do Centro Universitário de Patos de Minas
divididos em três grupos com três casais cada: grupo controle (GC)
e os grupos com enriquecimento ambiental GEA-1: rolinho de papel
e GEA-2: chumaço de algodão. Os casais foram incluídos no estudo
com 28 dias de vida e acompanhados durante o período de quatro
partos. Avaliou-se o comportamento dos animais na construção de
ninho, interação com os materiais de nidificação e lesões decorrentes
de estresse. Foi realizada análise observacional dos dados. RESUL-
TADOS – Todas as fêmeas de ambientes enriquecidos construíram
ninhos mais íntegros utilizando o rolinho de papel ou o algodão.
O rolinho de papel foi aproveitado, ainda, como abrigo pelos ani-
mais em fase de lactação, principalmente próximo ao período de
desmame. Os animais, especialmente os jovens, mostrarm-se mais
seguros dentro do rolinho de papel, buscando o abrigo em momentos
onde precisavam ser manuseados. Dos filhotes, 14,2% (10/70) do
GC apresentaram lesões de pele na cabeça e pescoço associados ao
estresse e ansiedade. Nestes casos, observou-se que os ferimentos
eram causados por outros filhotes provenientes da mesma ninhada.
Não foram observadas alterações relacionadas ao estresse nos ani-
mais dos grupos com enriquecimento ambiental. CONCLUSÕES
– Conclui-se que a utilização de enriquecimento ambiental para ratos
influenciou diretamente no comportamento desses animais, pois
atuou na diminuição do estresse e da monotonia, aproximando-os
dos comportamentos naturais da espécie.
CEUA: protocolo nº 03/2017 - Comitê de Ética no Uso de
Animais do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 45
HIPERATIVIDADE DO SISTEMA
DOPAMINÉRGICO CENTRAL E O CAMUNDONGO
MUTANTE BATE PALMAS, UM MODELO
EXPERIMENTAL DA SÍNDROME DE KABUKI
PEDRO KENZO YAMAMOTO; MARISA ALVES DE
OLIVEIRA; ERICKA PATRÍCIA; PAULA DA SILVA
RODRIGUES; CLAUDIA MADALENA CABRERA
MORI; SANDRA REGINA ALEXANDRE-RIBEIRO;
SÍLVIA MARIA GOMES MASSIRONI; MARIA
MARTHA BERNARDI
INTRODUÇÃO: O camundongo mutante bate palmas
(“aplaudir”, bapa), induzido pela substância química mutagênica
ENU e afetado por uma mutação recessiva no gene Kmt2d, apresenta
incoordenação motora, evidenciada por alterações posturais com
movimentos anormais dos membros posteriores quando levantados
pela cauda. OBJETIVO: Uma vez que o comportamento motor está
relacionado com o sistema dopaminérgico, este trabalho avaliou
comportamentos relacionados ao sistema dopaminérgico central
neste mutante. MÉTODOS: Foram utilizados camundongos bapa
machos e camundongos BALB/c (linhagem selvagem-wt). O teste
de campo aberto e a coordenação motora em trave elevada foram
empregados para avaliar os comportamentos exploratórios/motores.
O labirinto em cruz elevado foi usado para estudar a ansiedade e a
memória emocional. A estereotipia induzida pela apomorfina e os
efeitos dos antagonistas de receptores D1 e D4 dopaminérgicos,
SCH-23.390 e clozapina, respectivamente, foram empregados para
verificar a participação destes receptores nas alterações motoras
observadas. RESULTADOS: Em relação aos camundongos wt,
os camundongos bapa mostraram: 1) aumento da atividade geral
observada no campo aberto durante 4 dias, após exposição a um novo
objeto no quinto dia de observação e na latência para atravessar a
trave elevada; 2) nenhuma alteração no comportamento de ansiedade
e memória emocional observadas no labirinto em cruz elevado; 3)
aumento do comportamento de farejar e diminuição do tempo de
imobilidade sem diferenças no comportamento de levantar após ad-
ministração de apomorfina; 4) em ambas as linhagens o antagonista
SCH-23.390 bloqueou todos os parâmetros da estereotipia induzida
pela apomorfina, mas o comportamento de farejar foi atenuado nos
camundongos bapa; 5) a clozapina não afetou o comportamento do
farejar e o tempo de imobilidade, mas reduziu o comportamento de
levantar em ambas linhagens. CONCLUSÕES: A maior atividade
dos camundongos bapa, pelo menos em parte, é devida a hiperativi-
dade do sistema dopaminérgico central, envolvendo principalmente
os receptores D1 e não os receptores D4.
CEUA/UNIP- permit nº 055/17
Suporte Financeiro: FAPESP processo 2016/23659-6.
ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO COMO
TÉCNICA DE REFINAMENTO DA ANESTESIA
INJETÁVEL EM RATOS DE LABORATÓRIO
JILMA ALEMÁN-LAPORTE, LUCIANA A BANDINI,
MARIANA SA GARCIA-GOMES, DENNIS A
ZANATTO, DENISE T FANTONI, ALINE M
AMBRÓSIO, RANDALL R. JIMENEZ, GILBERT
ALVARADO, CLAUDIA M CABRERA MORI
E-mail do Autor Principal: jilmalem23@gmail.com
INTRODUÇÃO - O fornecimento de oxigênio durante a anest-
esia injetável é um método recomendado para minimizar potenciais
complicações intra-operatórias e garantir o sucesso das intervenções
cirúrgicas. A pesar disto, ainda não existem estudos que verificaram
a eficácia da administração de oxigênio a 100% durante a anestesia
na concentração dos gases sanguíneos arteriais e na saturação de
oxigênio em ratos de laboratório. OBJETIVO - Determinar o
efeito da administração de oxigênio - na concentração de 100%
- em ratos anestesiados com diferentes associações anestésicas
injetáveis. MÉTODOS – 48 ratos Wistar de ambos os sexos foram
anestesiados usando a combinação de ketamina (K) e xilazina (X)
com acepromazina ou diferentes opioides (metadona, morfina e
tramadol). Durante a anestesia se mensurou a saturação de oxigênio
(SO2) e a hemogasometria arterial antes e depois da administração
de oxigênio. RESULTADOS - Os resultados demonstraram que a
oxigenação complementar teve um efeito benéfico sobre a SO2 e
a pressão parcial de oxigênio (pO2), causando a restauração dos
valores para níveis adequados, evitando a hipoxemia. A acidose
respiratória foi observada em todos os ratos anestesiados que não
foi revertida após a administração do oxigênio. Devido o fato de
que - na maioria das vezes - a acidose ocorria antes do animal
receber a oxigenação, ela possívelmente está relacionada à hipoven-
tilação - efeito da depressão respiratória causada pela associação
dos anestésicos XK com opiódes, bem como pelo acumulo de CO2
durante a anestesia. CONCLUSÕES - Apartir dos resultados deste
estudo conclui-se que, apesar da acidose respiratória, o efeito da
oxigenação previniu a ocorrência de hipoxemia, que poderia piorar
essa condição. Para evitar a acidose recomenda-se oxigenar os ani-
mais desde a indução da anestesia, utilizar fármacos para reverter
a depressão respiratória e avaliar a condição sanitária dos animais
para que não apresentem comprometimento do sistema respiratório.
CEUA: FMVZ/USP no. 9635260116.
Suporte Financeiro: CAPES.
Área I 
 46 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
CARACTERIZAÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL
NA PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE –
RESULTADOS PRELIMINARES
THAIS FERNANDES LIMA; ARIEL EURIDES STELLA
INTRODUÇÃO A preocupação com o uso de animais na ali-
mentação humana, experimentos e vestuário é uma questão ética.
Seguindo tal pensamento, Peter Singer produziu grande desconforto
com seu livro Libertação Animal: afinal e os animais de produção?
O bem-estar animal não vale para eles também? (SINGER, 2010).
OBJETIVOS - Caracterizar a percepção do funcionário da granja
e da indústria sobre aspectos relacionados ao bem-estar animal na
região do sudoeste goiano. MÉTODOS - Foi aplicado questionário
semiestruturado para funcionários de frigoríficos e de granjas de
frangos na região sudoeste, aprovado pelo CEP da UFG (Protocolo
N° 2.509.338). Até o momento, 40% dos dados foram tabulados.
RESULTADOS - Os colaboradores de idade mais avançada se
mostraram menos sensíveis aos sofrimentos dos animais do que os
participantes mais jovens. No entanto, com relação às melhorias que
podem ser efetuadas na promoção do bem-estar animal na cadeia
produtiva as respostas da maioria dos participantes seguiram um
padrão. Tal resultado evidencia que os trabalhadores envolvidos
diretamente com os animais, tem a capacidade de apontar com as-
sertividade os principais pontos críticos para o bem-estar animal. A
grande maioria dos participantes considerou ter conhecimento dos
princípios básicos de bem-estar animal, e reconheceu a importância
das práticas que preservam os interesses dos animais. Quase metade
dos colaboradores afirmou que o trabalho deles provoca sofrimento
às aves. Segundo o técnico das granjas, algumas práticas de en-
riquecimento ambiental foram testadas, sem sucesso para a produção
intensiva e industrial. CONCLUSÕES - O estabelecimento de uma
nova cultura, onde os interesses dos animais de produção sejam
respeitados se faz necessário. A educação através de constantes
treinamentos dos envolvidos na cadeia produtiva pode ser o caminho
que levará a mudanças de comportamento na interação do homem
com os animais. REFERÊNCIAS - SINGER, P. Libertação animal
- o clássico definitivo sobre o movimento pelos direitos dos animais.
1.ed. São Paulo, São Paulo: WMF Martins Fontes; 2010.
 Área I
AVALIAÇÃO DA RAÇÃO AUTOCLAVÁVEL
E IRRADIADA COMO ESCOLHA PARA
UTILIZAÇÃO NO CENTRO DE BIOTERISMO E
EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL DA UFU
LUIZ GABRIEL ALVES DOS SANTOS; HELLEN
FARIA DE CARVALHO; LANA ISABELLA GILA;
FABIANO KRESTON DE PAIVA ASSIS; LOYANE
BERTAGNOLLI COUTINHO; MURILO VIEIRA DA
SILVA; TAÍSA CARRIJO DE OLIVEIRA CAMARGOS
E-mail: luizg_as@hotmail.com
INTRODUÇÃO - As condições de desenvolvimento dos
animais de laboratório estão intimamente relacionada com o fator
nutricional e consequentemente composição da ração que ingerem
(1). Temos no mercado, rações do tipo comum, autoclavável e
irradiada. O setor de esterilização de materiais de um biotério
constitui a unidade mais importante para a garantia de qualidade
sanitária dos animais, a qualidade operacional do equipamento que
consiste na verificação do funcionamento confiável, baseado em
testes, controles e manutenções periódicas, frequentemente se torna
dispendioso e de difícil consecução (2). OBJETIVO - Avaliar a
forma de esterilização da ração mais adequada a ser oferecida para
os animais do CBEA/UFU MÉTODOS - Foram usadas as rações
da marca NUVILAB CR1, nas apresentações; ração autoclavável e
ração irradiada. Um total de dezesseis casais monogâmicos de cada
linhagem, BALB/c e C57BL/6 foram divididos da seguinte forma:
Casais de número 01 a 08 alimentados com ração autoclavável e
casais de número 09 a 16 alimentados com ração irradiada. Adultos
foram pesados semanalmente e filhotes até o desmame, com 03
semanas após o nascimento. Foi avaliado um período de dois ciclos
de nascimento e desmame. A diferença entre os pesos foram com-
paradas por teste t-Student. A capacidade reprodutiva das fêmeas
foi avaliada pelo numero de filhotes desmamados e o intervalo ente
partos. RESULTADOS - Observou-se ganho de peso médio na curva
de crescimento de animais de ambos os sexos e linhagens que foram
alimentados com ração irradiada. Camundongos BALB/c tiveram
um ganho de peso de 23,27% e camundongos C57BL/6 um ganho
de 14,84% de peso. Na linhagem BALB/c, foi observado aumento
no número médio de filhotes desmamados por fêmea e diminuição
do intervalo entre partos. CONCLUSÕES - Este trabalho conclui
que para o CBEA/UFU a utilização de ração irradiada é mais van-
tajosa que de ração autoclavável. REFERÊNCIAS - (1) Reis KT.
Comparação do desenvolvimento de camundongos alimentados com
ração comercial autoclavável de diferentes marcas / Comparison of
the development of mice fed with commercial autoclavable of differ-
ent brands[DISSERTAÇÃO]. Belo Horizonte. Fundação Owvaldo
Cruz; 2008. (2) Righetti C; Vieira PCG. Autoclave: Aspectos de
estrutura, funcionamento e validação. RESBCAL. 2012; abr./maio/
jun. 01(02): 185-189.
CEUA: Não apresenta aprovação pela CEUA-UFU. São dados
Zootécnicos.
Suporte Financeiro: UFU
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 47
AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO
CAMUNDONGO BATE-PALMAS COM MUTAÇÃO
NO GENE KMT2D EM CAMUNDONGOS
YAMAMOTO, PEDRO KENZO; OLIVEIRA, NICÁSSIA
SOUSA; MARCONDES, GEISSIANE DE MORAES;
GARCIA-GOMES, MARIANA DE SOUZA ARANHA;
BERNARDI, MARIA MARTHA; ALEXANDRE-
RIBEIRO, SANDRA REGINA; MASSIRONI, SÍLVIA
MARIA GOMES; MORI, CLAUDIA MADALENA
CABRERA
E-mail do Autor Principal: pedro.kenzo.yamamoto@usp.br
INTRODUÇÃO - O camundongo mutante recessivo bate-
palmas (bapa) induzido por N-ethyl-N-nitrosourea (ENU) apre-
senta alterações posturais com movimentos anormais dos membros
posteriores quando levantados pela cauda. No sequenciamento do
exoma identificou-se como forte candidato uma mutação no gene
lysine (K)-specific methyltransferase 2D (Kmt2d), no cromossomo
15. Essa mutação foi confirmada através de sequenciamento do
DNA pelo método de Sanger. A perda da função do gene KMT2D
no cromossomo 12 em humanos foi descrita como responsável pela
síndrome de Kabuki, uma anomalia congênita rara, autossômica
dominante. As características mais comuns da doença são face
dismórfica, anormalidades esqueléticas, alterações dermatoglíficas,
leve a moderado retardo mental e retardo do crescimento pós-natal.
OBJETIVO - Análise de parâmetros comportamentais dos camun-
dongos bapa em comparação com os controles. MÉTODOS - Foram
utilizados camundongos machos e fêmeas bapa e controles BALB/c
com 10 semanas de idade com avaliação dos seguintes parâmetros:
1) Atividade geral e comportamento em campo aberto (locomoção,
frequência de levantar e grooming), atividade do sistema psicomo-
tor, nervoso autônomo e sensorial; 2) Avaliação de ansiedade no
teste do labirinto em cruz elevada; 3) Comportamento nos testes de
suspensão pela cauda e nado forçado; 4) Atividade motora nos testes
da trave elevada e rotarod. RESULTADOS - Os resultados obtidos
demostraram redução sensorial em relação à resposta de aperto da
cauda e alteração psicomotora evidenciada pela redução do reflexo
de endireitamento e maior queda do trem posterior no teste de campo
aberto, maior tempo de imobilidade nos testes de suspensão pela
cauda e nado forçado e aumento do tempo de travessia no teste da
trave elevada. CONCLUSÕES - Os testes comportamentais indi-
cam alterações psicomotoras no fenótipo, sendo necessários testes
comportamentais específicos para melhor caracterizar o modelo.
CEUA: FMVZ protocolo n. 1004070715 e 4942110717.
Suporte Financeiro: FAPESP processo 2016/23659-6.
USO DA PELE DE TILÁPIA DO NILO
(OREOCHROMIS NILOTICUS) COMO CURATIVO
OCLUSIVO BIOLÓGICO NO TRATAMENTO
DE QUEIMADURAS: DAS AVALIAÇÕES PRÉ-
CLÍNICAS À CONCEPÇÃO DO PRIMEIRO BANCO
DE PELE ANIMAL DO BRASIL
WESLEY LYEVERTON CORREIA RIBEIRO1*;
EDMAR MACIEL LIMA JÚNIOR1,2; ANA PAULA
NEGREIROS NUNES ALVES1; MARCELO JOSÉ
BORGES DE MIRANDA3; MARIA CYBELE
PHILOPIMIN LEONTSINES4; FRANCISCO
RAIMUNDO SILVA JUNIOR2; MARIA FLAVIANE
DE ARAÚJO2; MARIANA LIMA VALE1; MARIA
ELIZABETH AMARAL DE MORAES1; MANOEL
ODORICO MORAES FILHO1 1NÚCLEO DE PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS,
UNIVERSIDADE FEDERAL DOCEARÁ, FORTALEZA,
BRASIL. 2INSTITUTO DE APOIO AO QUEIMADO,
FORTALEZA, BRASIL. 3HOSPITAL SÃO MARCOS/
REDE DOR, SOS QUEIMADURAS E FERIDAS,
RECIFE, BRASIL. 4INSTITUTO DR. JOSÉ FROTA,
FORTALEZA, BRASIL.
E-mail do Autor Principal: : wesley.ribeiro@ufc.br
INTRODUÇÃO - A pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloti-
cus), um subproduto da indústria pesqueira, tem sido investigada por
sua potencial aplicabilidade em traumas de origem térmica, iniciativa
pioneira com o uso em animais aquático. OBJETIVO - Assim,
este trabalho objetiva apresentar o estado da arte sobre o uso da
pele de tilápia desde os testes pré-clínicos, à fundação do primeiro
banco de pele animal do Brasil, instalado no Núcleo de Pesquisa
e Desenvolvimento de Medicamentos, da Universidade Federal do
Ceará. MÉTODOS - Inicialmente, a pele de tilápia, proveniente de
criatórios comerciais localizados no Açude Castanhão, Jaguaribara,
Ceará, foi processada, descontaminada e submetida a uma série de
avaliações histológicas, microbiológicas e físico-químicas. Na etapa
posterior, avaliou-se a utilização da pele de tilápia como curativo
oclusivo temporário em queimaduras de segundo grau superficial e
profunda em Rattus norvergicus. RESULTADOS E CONCLUSÃO
- Esses resultados possibilitaram o prosseguimento das investigações
para Ensaios Clínicos Fase I em seres humanos saudáveis e, posteri-
ormente, para estudos Fase II e III em pacientes com queimaduras,
para confirmação da segurança e eficácia de sua utilização, como
uma alternativa de curativo biológico para tratamento destas feridas,
fases concluídas no Centro de Queimados do Instituto Dr. José Frota,
Fortaleza, Brasil. Em paralelo aos ensaios clínicos, foi concebido o
Banco de Pele Animal para dá suporte às investigações, sendo essa
a primeira iniciativa com organismos aquáticos no mundo. Assim,
com os resultados dos testes pré-clínicos, os dados promissores das
fases clínicas e o suporte logístico do banco de pele animal da UFC,
a pele da tilápia foi usada em sendo usada com sucesso em outras
aplicações clínicas, tais como na reconstrução de vagina, estudos
clínico em úlceras varicosas, em feridas por pressão e em lesões
traumáticas em animais.
CEUA: 48/2016 (CEUA/UFC)
Suporte Financeiro: ENEL / UNICHRISTUS
Área I 
 48 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
MÉTODOS SUBSTITUTIVOS AO USO DE ANIMAIS
VIVOS NO ENSINO DE GRADUAÇÃO EM
MEDICINA VETERINÁRIA: PROCEDIMENTOS
EM ROEDORES DE LABORATÓRIO
DENNIS ALBERT ZANATTO, RENATA SPALUTTO
FONTES, JOSÉ GALEOTE MOLERO LEME DE
OLIVEIRA, FLAVIA DE MOURA PRATES ONG,
CEZAR GUIZZO, SILVANIA MEIRY PERIS NEVES,
YASMIN FERREIRA DE ARAUJO, PAULO CÉSAR
MAIORKA, GUILHERME ANDRADE MARSON,
CLAUDIA MADALENA CABRERA MORI
E-mail do Autor Principal: dennis.zanatto@gmail.com
INTRODUÇÃO - Seguindo uma tendencia internacional, o
uso de animais no ensino tem sido progressivamente substituído
por alternativas, tais como programas de computador, manequins,
simuladores, vídeos e atendimento de casos clínicos de rotina. Em
consonância com a legislação vigente e em resposta a uma demanda
crescente, por parte de alunos e professores, a combinação de tais
métodos pode atender melhor os objetivos de ensino, reduzir custos
e evitar o impacto pedagógico e social negativo da experimentação
animal. OBJETIVO - O presente trabalho teve como objetivo
propor métodos susbtitutivos e produzir material didático impresso
e em mídia digital, abordando as principais técnicas utilizadas para
contenção, administração de substâncias e coleta de sangue em ratos
de laboratório. MÉTODOS – O material didático foi pruduzido em
mídia digital com filmes, fotografias e imagens hospedados num
portal online demonstrando a execução dos procedimentos. Para
cada vídeo foi elaborado um texto explicativo que descreve detal-
hadamente o procedimento. RESULTADOS - Foram capturados os
procedimentos de manipulação e contenção de ratos de laboratório,
assim como as técnicas de administração de substâncias, sendo elas
oral (gavagem), injeções intramuscular, intraperitoneal, intravenosa,
subcutânea e intradérmica. Também foram capturadas e fotografadas
as técnicas de coleta de sangue, sendo elas: veia lateral da cauda,
veia safena, veia gengival e punção intracardíaca. Os arquivos com
material capturado foram armazenados e encontram-se atualmente
na etapa de edição e preparação textual do material técnico. Esse
material didático será utilizado como parte do programa de ensino
da disciplina de Animais de Laboratório do curso de Medicina Veter-
inária da FMVZ/USP. CONCLUSÕES – Considerando que muitos
procedimentos experimentais são realizados em ratos de laboratório,
é fundamental o desenvolvimento de recursos didáticos que auxiliem
no treinamento das habilidades necessárias para o manejo ético e
humanitários desses animais, bem como competências nos procedi-
mentos experimentais, sem a necessidade de usar um animal vivo.
CEUA: CEUA/FMVZ 4245090117
 Área I
CIO PRECOCE EM COBAIAS SHORT HAIR
CRIADAS EM UMA INSTALAÇÃO ANIMAL DE
CRIAÇÃO – RELATO DE CASOS
ANDRÉ SILVA DE MATOS1,2, MONICA SOUZA
FERREIRA PINTO1,2, TATIANA KUGELMEIR1, LUIZ
RICARDO BERBERT1, GLADYS CORREIA1, CARLOS
HENRIQUE1, KLENA SARGES MARRUAZ DA SILVA1
1 -Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos/FIOCRUZ,
Rio de Janeiro, Brasil. 2 - Pós-graduando no Mestrado
Profissional em Ciência de Animais de Laboratório/FIOCRUZ
INTRODUÇÃO - As fêmeas de cobaias (Cavia porcellus)
costumam apresentar o 1◦ cio com idade mínima de 30 dias de vida,
sendo mais frequente do 55o-70o dia de vida, ou quando atingem
cerca de 300g de peso vivo1,2. O ciclo estral dura de 15-17 dias e
a gestação de 65-68 dias. A fêmea tem uma membrana que recobre
o orifício vaginal, ao longo do ciclo estral e esta degenera espon-
taneamente no cio3. A abertura da vagina marca o início do estro,
quando a fêmea está apta para a cópula e receptiva ao macho. O
biotério do SCRL/ICTB/FIOCRUZ possui uma criação de cobaias
Short Hair. Em 2017 foram observados alguns casos de gravidez
em fêmeas recém-desmamadas levando à suspeita de ocorrência
de cios precoces no plantel. OBJETIVOS - Identificar fêmeas no
biotério apresentando sinais do 1ocio anteriormente ao 30o dia de
vida. MÉTODOS - Em abril de 2018 foi observada a abertura da
vagina de 4 fêmeas em aleitamento, com 23 dias de idade. As fêmeas
foram monitoradas por meio de colheita de material vaginal para
análise colpocitológica. As lâminas com os esfregaços vaginais
foram coradas pelo método Panótico e observadas em microsco-
pia ótica com objetiva 10X. RESULTADOS - Todas as fêmeas
apresentaram citologia compatível com período de estro, com
células superficiais escamosas em quantidade >70%. Uma delas
foi observada facilitando o coito pelo macho reprodutor da gaiola
(pai). CONCLUSÕES - Embora a literatura cite que o período
que compreende o primeiro cio em fêmeas de cobaias seja mais
tardio, para algumas fêmeas criadas no ICTB/FIOCRUZ esse cio
parece ocorrer precocemente, o que implicaria na revisão da idade
do desmame desses animais. Para confirmação desses resultados é
necessário um estudo mais detalhado de prevalência na colônia, as-
sociado a dosagens hormonais. REFERÊNCIAS - 1Kaiser S, Künzl
C, Sachser N. The UFAW Handbook on the Care and Management
of Laboratory and Other Research Animals. 8th ed. West Sussex:
Wiley-Blackwell, 2010. 2 Quesenberry KE, Boschert KR. Descrip-
tion and Physical Characteristics of Guinea Pigs. In: Allen DG et
al. MSD Veterinary Manual. Kenilworth: Merck Sharp & Dohme
Corp; 2018. 3Lilley KG, Epping RJ, Hafner LM. The Guinea Pig
Estrous Cycle: Correlation of Vaginal Impedance Measurements
with Vaginal Cytologic Findings. Laboratory Animal Science 1997;
47 (6): 632-7.
CEUA: CEUA/FIOCRUZ LW12-15.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 49
ANÁLISE, POR MEIO DE TELEMETRIA E
PLETISMOGRAFIA, DA EVOLUÇÃO TEMPORAL
DA PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIA
CARDÍACA, EM RATOS SUBMETIDOS A
ESTRESSE CRÔNICO
MAELINE SANTOS MORAIS CARVALHO1; GIZELE
BRUNA BARANKEVICZ2; FERNANDA KLEIN
MARCONDES1
1. Departamento de Ciências Fisiológicas - Faculdade de
Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas,
Piracicaba – SP, Brasil. 2 Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz – Universidade Estadual de São Paulo, Piracicaba – SP,
Brasil.
INTRODUÇÃO - Modelos alternativos a experimentação
animal tem sido cada vez mais discutido no meio cientifico com
o objetivo atender os princípios dos 3Rs (Reduction, Refinement
e Replacement)1,2. A utilização de tecnologias avançadas como a
telemetria mostrou ser uma estratégia eficiente na aquisição de
dados mais precisos e detalhados, permitindo a redução do número
de animais, e o estresse promovido pela manipulação e restrição
física3. OBJETIVO - Avaliar o uso da telemetria e da pletismografia
no monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca de ratos
submetidos ao protocolo de estresse crônico moderado e imprevi-
sível (ECMI). MÉTODOS - Foram realizados dois experimentos
utilizando-se metodologias distintas no monitoramento da pressão
arterial e frequência cardíaca de ratos. No primeiro experimento,
uma vez por semana foram medidos os valores da pressão arterial
e frequência cardíaca utilizando a pletismografia de cauda (CEUA
900-1). No segundo experimento foi utilizada a telemetria, uma
metodologia invasiva que permite adquirir os parâmetros vasculares
continuamente durante 24 horas por dia (CEUA- 4219-1). RESUL-
TADOS - Houve aumento da pressão arterial sistólica e diastólica
durante a aplicação do ECMI em ambos os experimentos, porém a
pressão arterial sistólica elevou-se uma semana após início do ECMI
nos animais monitorados por pletismografia. Após fim do ECMI,
houve redução da pressão arterial sistólica e diastólica monitorada
por telemetria, no entanto, quando monitorada por pletismografia
as mesmas se mantiveram elevadas até uma semana após fim
do ECMI. Observou-se redução da frequência cardíaca desde a
primeira semana de aplicação do ECMI que se manteve até 15 dias
nos animais monitorados por telemetria, diferentemente, na plestis-
mografia não foram observados alterações na frequência cardíaca.
CONCLUSÃO - A telemetria permitiu detalhar o comportamento
da pressão arterial e frequência cardíaca, de maneira mais precisa,
sem que artefatos de restrição física, as condições ambientais e/ou
a forma pontual de monitoramento comprometesse a confiabilidade
dos resultados obtidos. REFERÊNCIAS - 1. Graham ML, Prescott
MJ. The multifactorial role of the 3Rs in shifting the harm-benefit
analysis in animal models of disease. Eur J Pharmacol. 2015 Jul
15;759:19-29. doi: 10.1016/j.ejphar.2015.03.040. 2. Doke SK,
Dhawale SC. Alternatives to animal testing: A review. Saudi Pharm
J. 2015 Jul;23(3):223-9. doi: 10.1016/j.jsps.2013.11.002. 3. Kramer
K, Remie R. Measuring blood pressure in small laboratory animals.
Methods Mol Med. 2005; 108:51-62.
INFLUÊNCIA DA AUSÊNCIA DE OTOCÔNIAS
NO COMPORTAMENTO DE CAMUNDONGOS
MUTANTES
MANES, MARIANNA; MASSIRONI, SILVIA MARIA
GOMES; GARCIA-GOMES, MARIANA DE SOUZA
ARANHA; ALEXANDRE-RIBEIRO, SANDRA
REGINA; BERNARDI, MARIA MARTHA; MORI,
CLAUDIA MADALENA CABRERA
E-mail do Autor Principal: smgmass@gmail.com
INTRODUÇÃO - O camundongo é um importante mod-
elo para estudo da morfologia e funções vestibulares periféricas.
Vários genes mutantes produzem agenesia ou malformação das
otocônias- bio-cristais que unem forças mecânicas às células ciliadas
sensoriais no utrículo e no saculo-, e perda da função do receptor
macular, levando a alterações comportamentais. Os genes Nox3 e
Otop1 são críticos para a formação das otocônias, essenciais para a
percepção da aceleração linear e da gravidade, mantendo o equilí-
brio corporal. As linhagens equilíbrio (Nox3eqlb) e mergulhador
(Otop1mlh), que apresentam alterações vestibulares, foram obtidas
com o agente mutagênico ENU. OBJETIVO – Comparar o fenótipo
dos mutantes eqlb e mlh através da avaliação comportamental.
MÉTODOS - Foram utilizados camundongos machos 12 eqlb e
9 mlh e 22 controles BALB/c com 8 semanas de idade e avaliados
os seguintes parâmetros: comportamento em campo aberto (loco-
moção, frequência de levantar e grooming), atividade do sistema
psicomotor, nervoso autônomo e sensorial e coordenação motora
na trave elevada. RESULTADOS - Não houve comprometimento
na atividade geral, porém ambas as mutações mostraram redução
significativa no tempo de locomoção, frequencia de levantar, reflexo
de endireitamento, reflexo auricular e resposta ao toque em relação
ao controle. Somente o eqlb apresentou diminuição significativa
no parâmetro aperto de cauda, e o mlh aumento significativo no
grooming, ambos em reação ao controle. As linhagens mutantes
atravessaram a trave elevada com erros. As comparações entre os
mutantes mostraram não haver diferença significativa nos parâmet-
ros estudados. CONCLUSÕES - O mecanismo de ação da proteína
Nox3 na formação das otocônias não está totalmente esclarecido,
por outro lado, Otop1 é necessário para desenvolvimento das oto-
conias e otolitos possivelmente regulando a secreção de proteínas
e mobilizando cálcio. Nossos resultados sugerem que a ausência
de otocônias resultante de mutações diferentes leva a fenótipos
similares, comprometendo o equilíbrio corporal.
CEUA: CEUA FMVZ/USP N º 3930220116.
Suporte Financeiro: FAPESP 2016/03180-8.
Área I 
 50 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
COMBINAÇÃO DE KETAMINA E XILAZINA
COM OPIÓIDES E ACEPROMAZINA EM
RATOS: ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E SEU
EFEITO ANALGÉSICO POR VOCALIZAÇÃO
ULTRASSÔNICA
JILMA ALEMÁN-LAPORTE, LUCIANA A BANDINI,
MARIANA SA GARCIA-GOMES, DENNIS A
ZANATTO, DENISE T FANTONI, THIAGO BERTI
KIRSTEN, RANDALL R. JIMENEZ, GILBERT
ALVARADO, CLAUDIA M CABRERA MORI
E-mail do Autor Principal: jilmalem23@gmail.com
INTRODUÇÃO - A busca continua pelo refinamento das
técnicas que visam o bem-estar animal durante sua utilização em
procedimentos experimentais gerou a necessidade de serem estabel-
ecidos protocolos de anestesia que permitissem novas associações,
que fossem eficazes, seguros e com alto poder analgésico. OBJE-
TIVO - Avaliar a influencia nos parâmetros fisiológicos e o efeito
analgésico de diferentes protocolos anestésicos para determinar
qual é o mais eficaz e seguro para ratos de laboratório de ambos os
sexos. MÉTODOS - Avaliou-se quatro associações anestésicas que
incluíam a combinação de xilazina (X) (5-7.5 mg/kg) e ketamina
(K) (60-65 mg/kg) misturadas com acepromazina (A) (1- 2 mg/
kg) ou três tipos de opióides [metadona (Me) (5 mg/kg), morfina
(Mo) (1-1.5 mg/kg) e tramadol (T) (5 mg/kg). Para avaliar o efeito
analgésico das diferentes combinações anestésicas se utilizou vo-
calização ultrassónica (VUS) como um indicador de dor durante o
período de recuperação após injeção de formalina no coxim plantar.
RESULTADOS - A associação XKA para ratos machos e fêmeas e
a associação XKMe para fêmeas foram as mais seguras e eficazes
para procedimentos anestésicos. Porém, o resultado da medição da
VUS sugere que o protocolo XKA tem um poder analgésico baixo
em comparação com o protocolo XKMe que tem bom efeito anal-
gesico. Todas as associações causaram depressão da temperatura
corporal e das frequências respiratória e cardíaca. Estes protocolos
mostraram também efeitos importantes como diurese, manutenção
dos olhos abertos, pouco relaxamento muscular (com exceção do
protocolo XKA). CONCLUSÕES – Os protocolos XKA e XKMe
foram os melhores, porém o primeiro somente pode ser utilizado para
procedimentos pouco invasivos ou com adicição de um analgésico
intra-operatório por seu baixo poder analgesico. Estes resultados
também indicam que deve existir um bom monitoramento e os
devidos cuidados durante a anestesia para prevenir complicações
que comprometam a vida do animal e garantir uma boa recuperação.
CEUA: FMVZ/USP no. 9635260116.
Suporte Financeiro: CAPES.
 Área I
EFEITO DA ESTAÇÃO DO ANO NO DESEMPENHO
REPRODUTIVO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS
FERNANDA SOUZA SANTOS1, VALDOMIRO
SILVEIRA MOITINHO JÚNIOR1, ADRIANA DA SILVA
MENDES1, JOSILENE DE JESUS SOUZA1, REJANE
MÁRCIA CHAVES DE MENEZES1, FABIENNE
PETITINGA DE PAIVA2, VITOR VALÉRIO MAFFILI1
1
Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz; 2Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos – Fiocruz e-mail: fsantos@bahia.
fiocruz.br
INTRODUÇÃO - A compreensão de fatores que podem influ-
enciar a produção de camundongos em ambientes controlados é de
suma importância para o dimensionamento das colônias. De forma
geral, as instalações destinadas a produção e manutenção de roedores
possuem seus ambientes controlados (luminosidade, temperatura,
umidade, higienização e manejo) para minimizar ações de fatores
externos na produção. Estudos demonstram que, camundongos em
seu habitat natural apresentam variações no número de filhotes, com
média de nascidos maiores nas estações mais quentes do ano. Em
ambientes com as principais variáveis controladas, é de se esperar
que não ocorra variação nos índices reprodutivos. Schile (2018)
relatou que a linhagem C57Bl/6 mantem constante os índices re-
produtivos no decorrer dos anos, porém o mesmo não ocorre com
a linhagem A. OBJETIVO - Avaliar se existe variação no número
de nascidos por fêmea de camundongo em função da estação do
ano, na qual os animais foram acasalados nas linhagem C57Bl/6 e
Swiss Webster (SW). MATERIAL E MÉTODOS - O estudo foi
conduzido no Biotério do Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz, lo-
calizado na cidade de Salvador – BA. Foram utilizados neste estudo
dados provenientes de 9071 nascimentos entre os anos de 2006 a
2017. Os dados foram armazenados no Microsoft Access© e as
análises foram efetuadas com o auxílio do próprio banco de dados,
do Microsoft Excel© e GraphPad Prism©. RESULTADOS - O
número médio de camundongos nascidos por fêmea por estação do
ano na linhagem C57Bl/6 foi de: verão 5,74±2,23; outono 5,73±2,37;
inverno 5,87±2,27 e primavera 5,73±2,23 (P>0,05). Para SW foi
de: verão 8,87±3,48a,b; outono 8,57±3,68a; inverno 8,92±3,46a,b e
primavera 9,15±3,52b (P<0,05). Apesar dos animais serem mantidos
em ambientes controlados, houve alteração significativa no número
de nascidos em relação a estação do ano na linhagem SW, já a linha-
gem C57Bl/6 apresenta comportamento semelhante ao documentado
no Jax Lab (Schile, 2018). Na presente análise é interessante notar
que ambas as linhagens foram mantidas no mesmo ambiente, com
condições ambientais, de manejo e alimentação semelhante. CON-
CLUSÃO - A análise demonstra a possibilidade de fatores outros
interferir sobre o relógio biológico endógeno, mesmo em ambientes
controlados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - SCHILE,
A. How mice are affected by the changing of seasons. The Jackson
Lab, 2018. Disponível em: https://www.jax.org/news-and-insights/
jax-blog/2013/april/how-mice-are-affected-by-the-changing-of-
seasons. Acesso em: 13 abr. 2018.
CEUA: 003/2016 – CEUA – Instituto Gonçalo Moniz.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 51
REFINAMENTO NAS PESQUISAS
QUE ENVOLVEM À UTILIZAÇÃO DE
MODELOS ANIMAIS PARA DOENÇAS
NEURODEGENERATIVAS
RENATA SPALUTTO FONTES*, ELIANE DE JESUS
SANTOS DA SILVA, FLAVIA DE MOURA PRATES
ONG, SILVÂNIA MEIRY PERÍS NEVES
Biotério da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto
de Química da Universidade de São Paulo
E-mail: spalutto@usp.br
INTRODUÇÃO - Atualmente, vários centros de pesquisa
nacionais e internacionais disponibilizam modelos animais genetica-
mente modificados para estudo de diversas doenças. Com o intuito
de melhorar e direcionar os estudos, o uso de modelos animais com
distúrbio neurodegenerativo tem crescido ao longo dos anos para o
desenvolvimento de novas terapias para doenças como: Alzheimer,
Distrofia Muscular, Esclerose Múltipa, Esclerose Lateral Amiotró-
fica, Parkinson, entre outras. Os pesquisadores devem conhecer
estes modelos e compreender os cuidados especiais que necessitam.
OBJETIVOS – Implantação do refinamento nos procedimentos
utilizados em pesquisas que envolvem animais com dificuldades de
locomoção para promover o bem-estar animal, aumentar a qualidade
de vida e sobrevida do animal e obter melhores resultados na pes-
quisa. MÉTODOS – A nutrição e hidratação devem ser oferecidas
através de dietas pastosas e gel de hidratação no fundo da gaiola. A
cama deve ser de alta absorção e macia que proporcione conforto
para o animal debilitado. O treinamento individual e específico para
cuidados com esses modelos também precisam ser implantados.
RESULTADOS – O oferecimento da dieta e da hidratação no
fundo da gaiola, o treinamento individual e a utilização de cama
macia para que o animal tenha mais facilidade para se deslocar
na gaiola, promovem o refinamento dos procedimentos, contribui
com o bem-estar animal e permite obter resultados positivos e mais
precisos, que em geral não poderão ser alcançados com métodos
utilizados tradicionalmente. CONCLUSÕES – É importante que
os pesquisadores compreendam as diferenças entre as respostas em
seus estudos com o aprimoramento das técnicas utilizadas na maior
parte do trabalho envolvendo modelos animais para distúrbios neu-
rodegenerativos. Todos os tipos de ensaios biológicos envolvendo
animais devem ter benefícios se for implantado um bom refinamento
do início ao fim dos ensaios.
CEUA: Oficio CEUA/FCF 007.2018 – P559.
APLICABILIDADE DO TESTE DE VO2 MÁX. PARA
AJUSTE DE CARGAS DE TREINAMENTO PARA
ANIMAIS DE LABORATÓRIO
TAMIRIS SCHAEFFER FONTOURA, CARLOS
GABRIEL DE LADE, MARIANA BOLOTARI,
VINICIUS MOREIRA GONÇALVES COSTA, ANA
ELIZA ANDREAZZI, VERA MARIA PETERS,
MARTHA DE OLIVEIRA GUERRA.
E-mail do Autor Principal: tamirisschaeffer@gmail.com
INTRODUÇÃO - O treinamento físico em esteira é ampla-
mente utilizado em animais de laboratório seguindo protocolos
de treinamentos como, por exemplo, treinamento intervalado de
alta intensidade (HIIT) e treinamento em endurance, tentando se
aproximar ao máximo de modelos realizados em humanos. Entre-
tanto, é necessário realizar ajustes nas cargas de treinamento, visto
que cargas sub ou superestimadas, podem produzir resultados não
confiáveis e estresse aos animais. A prescrição de cargas de trei-
namento através da porcentagem da capacidade aeróbica máxima
(VO2máx.) torna-se importante nesta estratégia. OBJETIVO - O
estudo tem como objetivo avaliar a aplicabilidade e a eficiência de
testes de VO2máx. para ratos Wistar, visando individualizar cargas
de treinamento, o que não é comumente realizado na maioria dos
protocolos. MÉTODOS - Machos e fêmeas foram divididos em
3 grupos: Sedentário (Sed/n=10), endurance (End/n=10) e HIIT
(HIIT/n=10). O treinamento em endurance foi realizado com
intensidade moderada (65-70% VO2máx.), enquanto o HIIT foi
realizado em alta intensidade (85-90% VO2máx.) intercalados com
períodos de baixa intensidade (50% VO2máx.). Todos os animais
(sedentários e treinados) foram submetidos ao teste de VO2máx. em
esteira metabólica com analisador de gases antes, durante e após a
realização dos treinos. RESULTADOS - Ao final do treinamento,
os grupos Sed apresentaram menor VO2 máx. tanto em machos
(19,52±4,09), quanto em fêmeas (20,21±0,83) quando comparados
com os respectivos grupos treinados: End machos (34,29±2,9), End
fêmeas (36,25±5,30) e HIIT machos (32,73±5,53), HIIT fêmeas
(31,63±3,27). CONCLUSÕES - A aplicabilidade dos testes de
VO2máx. mostrou-se eficaz para o ajuste da carga de treinamento
e, consequentemente, no aumento da capacidade aeróbica máxima
dos animais dos grupos treinados.
CEUA: CEUA/UFJF 045/2015.
Suporte Financeiro: Rede Mineira de Bioterismo - FAPEMIG.
Rede TOXIFAR - FAPEMIG.
*Nuvital ® (Curitiba, Brasil); **PragSoluções ® (Jaú, Brasil).
Área I 
 52 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
EFEITO DO RESVERATROL E DA CANJIQUEIRA
(BYRSONIMA CYDONIIFOLIA A. JUSS) NA
EFICIÊNCIA PRODUTIVA DE FÊMEAS DE
CAMUNDONGOS (MUS MUSCULUS) SWISS
ADRIANA CONCEIÇON GUERCIO MENEZES;
LORENA DA SILVA ROSA; TAMY INGRID
RESTEL; AMANDA GODOI NAVAREZI; KELY
CRISTINA NEVES DOS SANTOS; RITA DE CÁSSIA
AVELLANEDA GUIMARÃES; ALBERT SCHIAVETO
DE SOUZA; MARIA INÊS LENZ SOUZA.
E-mail do Autor Principal: driguercio@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO - A canjiqueira (Byrsonima cydoniifolia A.
Juss), abundante no Pantanal Sul-Matogrossense, e fonte de com-
postos bioativos como o trans-piceatannol, tem apresentado elevado
potencial antioxioxidante. O resveratrol exibe atividade antioxidante
e fitoestrogênica. Ambos compostos podem contribuir de maneira
positiva na eficiência produtiva de fêmeas. OBJETIVO - Estudar os
efeitos de resveratrol e canjiqueira (Byrsonima cydoniifolia A. Juss)
sobre a eficiência produtiva das fêmeas. MÉTODOS - Utilizou-se
20 fêmeas de camundongos Swiss, com 40 dias de idade, distribuí-
das em 4 grupos (n=5), que receberam substâncias antioxidantes
por gavagem, uma vez ao dia, até 102 dias de idade: 5 (RV5) e 10
(RV10) mg/kg de resveratrol, 150 mg/kg do extrato de frutos da Can-
jiqueira (CJ) e solução salina no grupo controle (C). O acasalamento
ocorreu aos 60 dias de idade e, no primeiro dia após o nascimento,
dimensionou-se o tamanho da prole gerada (número de filhotes
nascidos vivos), pesando-os. Ao desmame repetiu-se a pesagem
para análise de ganho de peso da ninhada. RESULTADOS - Os
grupos não apresentaram diferença entre si quanto ao tamanho da
ninhada, corroborando a média da linhagem (C = 11,40±0,81; RV5
= 11,40±1,69; RV10 = 10±1,79; CJ = 10,80±2,78; p=0,820), quanto
ao ganho de peso dos filhotes (C = 10,13±0,52; RV5 = 10,42±0,48;
RV10 = 9,95±0,53; CJ = 8,90±0,22; p=0,311), e ao percentual de
perdas de filhotes (C = 40±24,5; RV 5= 18,96±9,9; RV10 = 4,86 ±
2,05; CJ = 35,48±25,29; p=0,690). CONCLUSÕES - Nas condições
experimentais estudadas, os antioxidantes não produziram efeitos
positivos ou negativos sobre a eficiência produtiva de camundongas.
CEUA: 831/2016
Suporte Financeiro: UFMS.
 Área I
BALB/CANNLAE MICE ETHOGRAM HOUSED
WITH AND WITHOUT ENVIRONMENTAL
ENRICHMENT: DIFFERENCES IN OPEN FIELD
TEST
JUAN MARTIN LABORDE1; FABRICIO A. MASCHI1,
R.H FERRARI*, C. CARBONE LAE
1
Laboratorio de Animales de Experimentación LAE UNLP
Catedra de Animales de Laboratorio, Facultad de Cs.
Veterinarias, UNLP. *Catedra de Etología, Facultad de Cs.
Naturales y Museo, e-mail: UNLPfmaschi@fcv.unlp.edu.ar
INTRODUCTION - To know the behavior of laboratory mice
enable you to become familiar with local strains normal patterns
in order to be available for the scientific community, which allows
establishing which strain is suitable for a specific research. The open
field is one of the test methods used to evaluate animal behavior. It
allows an animal to develop a wide range of behaviors. OBJEC-
TIVE - The objective of this study was to analyze the ethogram
and frequency of patterns used in the open field test in one of the
most utilized mouse strain, the BALB/cAnNLAE and to analyze
the variance of the results in the animals housed with and without
environmental enrichment. METHODS - Thirty six mice were
used, seven weeks old; all the animals were placed in the open field
test. Patterns from different groups were described and frequencies
occurrence compared. The variance analysis (ANOVA) for the data
normally distributed and Kruskal Wallis for those that did not have
the distribution were used (p<0.05). RESULTS AND CONCLU-
SION - It was concluded that the variances of the groups with
enrichment was lower than those of the control groups; the vari-
ance of the groups with toy enrichment was lower than those with
shelter enrichment. Groups with enrichment had lower frequency
of manifestation of behaviors compared with controls resulting in a
better adaptation to the new situation. Toy enrichment exacerbates
most active behaviors when compared with the shelter type. In active
behaviors shelter enrichment is more important than the toy one,
raises an action on some behaviors, occurred in the edge of the open
field, at low frequencies, suggesting a fearful behavior.
CEUA: FCV UNLP IACUC (code 020910T).
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 53
EXPERIENCIA NO MANEJO LARVAL DE
ZEBRAFISH (DANIO RERIO), PARA OBTENÇÃO
DE MATRIZES
LARISE CAROLINE OLIVEIRA LIMA1, CAMILA
ALVES DOS SANTOS¹, LORRANY PEREIRA DE
ASSIS VALADARES², ISAAC FERREIRA CHAGAS
SOUZA³, RICARDO DE MATTOS SANTA RITA4;
MÔNICA RODRIGUES FERREIRA MACHADO4
1
Acadêmica do curso de Medicina Veterinária-UFJ. Aluna
2 Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG
do programa de Pós-graduação em Biociência animal-UFJ.
3
Acadêmico do curso de Biomedicina-UFJ. Professores do curso
de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Jataí.
INTRODUÇÃO - O zebrafish (D. rerio) é um peixe da família
Cyprinidae e ordem Teleostei. O manejo dos embriões e larvas de
zebrafish não apresenta clara normatização, sendo baseado na vivên-
cia dos grupos de pesquisa. E embora vários guias de manutenção
indique modelos de criação a manutenção embrionária e larval não
foi padronizada. OBJETIVO - relatar a experiência no Laboratório
de biotecnologia e fisiologia de peixes (LabFish) da Universidade
Federal de Jataí na padronização de alimentação e ambiência durante
o desenvolvimento larval. METODOLOGIA - O procedimento
operacional padrão para embriões e larvas de zebrafish seguem os
seguintes passos; I manutenção em placas de petri por até 96 horas
pós fertilização, com temperatura aproximada de 28ºC, na proporção
20 embriões no volume de 20ml de E3; II transferência para viveiro
(berçário) de 368 cm2 em um volume de 3,11L, plantado, contendo
60 larvas mantidas por 30 dias pós fertilização (dpf), alimentados
com Artêmia 15g eclodidas/semana, microvermes e ração triturada;
III transferência para viveiro de juvenil de 1.920cm² em um volume
de 76,80L, plantado, alimentados com Artêmia, enquitréia e ração
comercial, contendo 120 indivíduos mantidos por 30 dpf; IV trans-
ferência para viveiro de maturação de 1.920cm² em um volume de
76,80L, não plantado, fornecido Artêmia, Enquitréia e ração con-
tendo 120 indivíduos mantidos por 30 dpf; V seleção dos indivíduos
com característica zootécnicas como tamanho aprox. de 3 cm, cor
forte e viva, ventre abaulado em fêmeas, machos esguios e com
boa atividade natatória. RESULTADOS - O estudo apontou para
um aumento de 9,142 vezes na sobrevida final de indivíduos. Sem
a adição de Elodea sp. e do alimento vivo a sobrevida aproximada-
mente 7%, contrastando com os 64% da obtida pelo incremento.
CONCLUSÃO - A experiência demonstrou viabilidade na forma de
manejo implementadas diante do aumento de sobrevida, qualidade
embrionária, juvenil e de matrizes.
PALAVRAS- CHAVES - manejo, alimento vivo, larvas, Danio
rerio.
DIFERENÇAS BIOQUÍMICAS EM DOIS
MODELOS DE INDUÇÃO DE OBESIDADE POR
MODIFICAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR EM
RATOS WISTAR
OSHIO LT1, BOLOTARI M1, LOPES JF1, COSTA VMG1,
LADE CG1, SÁ JP1, ANDREAZZI AE1, GUERRA MO1,
PETERS VM1
1
Centro de Biologia da Reprodução – Universidade Federal de
INTRODUÇÃO - são diversos os métodos de indução da
obesidade e desordens metabólicas em roedores com o intuito de
se estudar esta enfermidade e suas comorbidades. Dentre estes,
podem ser citados o método de redução de ninhada (RN) e o do
fornecimento de rações hipercalóricas (RH), cujos resultados se
assemelham aos de humanos obesos. OBJETIVOS - verificar se
existem diferenças bioquímicas em ratos Wistar submetidos a mé-
todos diferentes de indução de obesidade. MÉTODOS - o método
RN consistiu em reduzir o número de crias a 4 crias/mãe (grupo
reduzido – GR) comparado ao grupo controle (GC), de 10 crias/
mãe. O método RH utilizou a dieta hipercalórica (DH) desde o
desmame, comparada com a dieta padrão (DP). Avaliaram-se o peso
corporal, os testes oral de tolerância à glicose (TOTG) e de tolerân-
cia à insulina (TTI), colesterol total sérico (COL) e frações HDL e
LDL, triglicérides (TRIG) e peso relativo das gorduras perigonadal
(PERI) e retroperitoneal (RETRO). Protocolos CEUA-UFJF apro-
vados: 045/15 e 03/16. RESULTADOS - o GR apresentou maior
peso corporal (303,25±26,75g) em relação ao GC (272,7±22,27g).
DP × DH apresentaram médias de pesos semelhantes. Em ambos
os métodos, houve aumento da adiposidade perigonadal (PERI) e
retroperitoneal (RETRO). No protocolo RN, houve alterações nas
médias das constantes do TTI (GC: 2,26±0,85; GR: 1,37±0,65) e no
TOTG (GC: 15.080±1.419; GR: 16.815±2.572), o que não ocorreu
no método RH. No protocolo RH, houve alteração dos níveis de
COL, HDL e LDL, além dos níveis de TRIG: (COL–DP: 64,9±7,6;
DH: 76,2±7,7mg/dL); (HDL–DP: 58,4±6,0; DH: 67,5±7,4mg/dL);
(LDL-DP:12,8±2,4; DH: 16,6±2,9mg/dL) e (TRIG–DP: 32,2±9,4;
DH: 44,6±19,0mg/dL), o que não aconteceu no método NR. CON-
CLUSÕES - Ocorrem diferenças bioquímicas e no peso corporal de
ratos Wistar, conforme o método usado para a indução da obesidade.
Apoio Financeiro: Redes Mineiras de Bioterismo e Toxicologia
- TOXIFAR - FAPEMIG.
Área I 
 54 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
A FUNCTIONAL AND THROMBOELASTOMETRIC-
BASED MICROMETHOD FOR ASSESSING
CROTOXIN ANTICOAGULANT ACTIVITY AND
ANTISERUM RELATIVE POTENCY AGAINST
CROTALUS DURISSUS TERRIFICUS VENOM
PREZOTO BC , TANAKA-AZEVEDO AM ,
1 2
KAPRONEZAI J3, MARCELINO JR4, MOTA JO1,
ROCHA MMT2, SILVA CS2, OGUIURA N3
1
Laboratory of Pharmacology; 2Laboratory of Herpetology;
3
Laboratory of Ecology and Evolution; 4Immunology Service;
Instituto Butantan, Av. Dr. Vital Brasil 1500, CEP 05503-900,
São Paulo – SP
BACKGROUND - When one key lethal toxin is identified, the
ability of antivenom in inactivating some of its in vitro activities will
probably correlate with neutralization of in vivo lethality of whole
venom. Crotoxin, responsible for the lethality of crotalic venom,
presents anticoagulant activity in vitro. AIM - Using thromboelas-
tometry for assessing relative potency of anti-crotalic serum (ACS)
in neutralizing anticoagulant effect. METHODS - 20 µL of 0.2M
CaCl2 were mixed with 60 µL of coagulation activator (aPTT clot)
and 10 µL of crescent doses of crotoxin, plus 10 µL containing
semi-logaritmic doses of the ACS and incubated for 1 min at 370C,
before addition of 240 µL of chicken plasma (CP). RESULTS -
Clotting time (CT) values of control recalcified CP are strongly
prolonged (1698 ± 189 s, n = 8). 60 µL of activator displaced CT to
412.4 ± 30.8 s (n = 5). Crotoxin presented anticoagulant activity in a
dose-dependent manner, and 100 ng was considered as its effective
anticoagulant dose (EAD), displacing CT values to the maximum
threshold (≥1800 s). In our conditions, 75.28 ± 7.97 nanoliters of
one specific ACS batch neutralized incoagulability induced by 100
ng of crotoxin, reestablishing CT to 900 s. Correlation between in
vivo ED50 (effective dose of ACS in neutralizing venom lethality)
and mean in vitro ED values was determined by means of linear
regression analysis and the correlation coefficient (r) of these two
assays is 0.94 (p < 0.05). CONCLUSIONS - Chicken blood samples
are collected without significant animal distress, this assay would be
useful to substitute the rodent lethality assay in intermediary steps
of ACS production. Moreover it is possible to reduce the amount of
toxin and ACS used as a way to achieve the ‘3Rs’ goals on animal
experimentation.
Acceptance Ethical Comission: CEUAIB 6587140616.
Acknowledgements: 2015 Global 3Rs Award – IQ Consortium
and AAALAC, and Granja Ino.
 Área I
ENSAIO DE CITOTOXICIDADE: UMA
ALTERNATIVA AO MODELO MURINO PARA
AVALIAÇÃO DA POTÊNCIA DE VENENO E SORO
ANTIBOTRÓPICO
NUNDES, R.N.C A,B ; ALMEIDA, A.E.C.C C.; MOURA,
W.C D.; GONZALEZ, M.S. E; ARAÚJO, H.P.D
a
Departamento de Farmacologia e Toxicologia, Instituto
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil b Programa de Pós-
graduação em Ciência e Biotecnologia, Universidade Federal
Fluminense, Niterói, Brasil c Departamento de Microbiologia,
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil d Departamento
de Imunologia, Instituto Nacional de Controle de Qualidade
em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil
e
Departamento de Biologia Geral, Instituto de Biologia,
Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil
A soroterapia é o único tratamento específico para os acidentes
ofídicos e o controle da qualidade dos antivenenos é fundamental
para garantir a segurança e eficácia do tratamento. No Instituto
Nacional de Controle de Qualidade (INCQS), aproximadamente
2.000 camundongos são utilizados anualmente apenas para o ensaio
de potência de veneno e soro antibotrópico. Há um consenso de que
o teste de letalidade causa sofrimento severo, é caro e tenha pouca
correlação entre os acidentes e a terapia em humanos. Diante da
consciência de que animais são seres vivos, sofrem e se angustiam,
estão ocorrendo apelos da comunidade científica, sociedade e entida-
des ligadas ao bem-estar animal para o desenvolvimento de métodos
alternativos capazes de reduzir e até substituir por completo o uso de
animais. O princípio da técnica se baseia na propriedade do veneno
botrópico em provocar efeito citotóxico em células Vero e o soro
antibotrópico ser capaz de inibir este efeito tóxico. A concentração de
células aderidas pode ser avaliada pela coloração e posterior eluição
do corante Azul de Coomassie, sendo a densidade óptica do eluato
do corante diretamente proporcional à concentração de células vivas.
A potência in vitro do Veneno Botrópico de Referência foi de 3,61
μg/mL e para o Soro Antibotrópico de Referência 0,126 μl/mL. O
ensaio de potência do Veneno Botrópico teve o coeficiente de vari-
ação geométrico (gCV) interensaios de 27,79% e o gCV intraensaios
de 14,76%. Para a potência do Soro Antibotrópico de Referência o
resultado obtido de gCV interensaios foi 7,59% e o gCV intraensaios
foi 7,52%. Este estudo pretende validar um método alternativo ao
modelo murino preconizado pela Farmacopéia Brasileira, que tenha
boa correlação e precisão ao menos igual ao do método oficial para
a liberação de lotes de veneno e antiveneno botrópico.
Palavras-chave: Veneno Botrópico. Soro Antibotrópico. Ensaio
de citotoxicidade. Método alternativo.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 55
BEM-ESTAR: TESTE DE PREFERÊNCIA PARA
CAMUNDONGOS BALB/C
VIRGÍNIA BARRETO MOREIRA1; VANIA GOMES DE
MOURA MATTARAIA1; ANA SILVIA AVES MEIRA
TAVARES MOURA2;
Instituto Butantan. E-mail: virginia.moreira@butantan.gov.br
1
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” –
2
UNESP
INTRODUÇÃO - Estudos sobre o cuidado materno demon-
stram a importância do ambiente adequado para o desenvolvimento
saudável, pois diversos fatores ambientais, psicológicos, biológicos
e neurais interagem para promover e manter o cuidado maternal.
OBJETIVO - Avaliar a preferência de camundongos BALB/c, frente
a 4 tipos de materiais para nidificação, em sistema de acasalamento
intensivo monogâmico. MÉTODOS - Desenvolveu-se um aparato
composto de quatro gaiolas, com livre acesso a água e ração (ad li-
bitum), interligados por tubos de PVC que permitiam aos animais se
locomoverem entre todas as gaiolas. Os materiais oferecidos foram:
algodão, gaze, rolinho de papelão e touca de polipropileno descar-
tável. Todos os materiais autoclavados. Cada material foi oferecido
simultaneamente em uma das quatro gaiolas que compunham o siste-
ma, uma vez por semana, durante a troca. Foram usados 10 aparatos
e cada sistema abrigou um casal da linhagem BALB/c, desde os 28
dias de idade até o terceiro ciclo reprodutivo. Após 24hs, os ninhos
eram verificados. Foi usado o teste de Qui-quadrado e a correção
de Bonferroni para múltiplos testes. RESULTADOS - Os animais
interagiram com todos os materiais oferecidos para nidificação. A
touca foi utilizada 75 vezes para a construção do ninho, o rolinho
49 vezes, o algodão 35 e a gaze 21 vezes. O teste de qui-quadrado
comparando o número de interações com os quatro materiais foi
significativo (P< 0,0083). CONCLUSÕES - Foi perceptível o uso
mais intenso dos materiais que permitiam a construção de estruturas
que se assemelhavam a abrigos ou ocas (touca e rolinho), isto é,
construções com paredes e cobertura arredondada enquanto os que se
adequavam mais a forração misturando-se a maravalha tradicional,
de raspa de madeira, foram menos utilizados (algodão e gaze). Os
ninhos observados eram basicamente de três formas: planos e sem
paredes; com paredes baixas, mas sem cobertura ou com paredes
mais altas e cobertura.
MONTAGEM DE ACERVO ANATÔMICO PARA
ESTUDOS CIENTÍFICOS DE PRIMATAS NÃO
HUMANOS CATIVOS
IGO VIEIRA DE SOUZA; MARGARIDA DE JESUS
BARBOSA RIBEIRO; MÁRCIA CRISTINA RIBEIRO
ANDRADE; JAVIER ADOLFO SARRIA PEREA;
CLÁUDIA ANDRÉA DE ARAÚJO LOPES; MATEUS
ODORICO LINHARES DO NASCIMENTO; TATIANA
KUGELMEIER
E-mail do Autor Principal: vigo6626@gmail.com
INTRODUÇÃO – O Instituto de Ciência e Tecnologia em Bio-
modelos da Fundação Oswaldo Cruz, RJ cria 4 espécies de primatas
não humanos (PNH): macacos rhesus (Macaca mulatta), macacos
cynomolgus (M. fascicularis) e macacos-de-cheiro (Saimiri sciureus
e S. ustus). Quando esses animais vêm a óbito, tanto na colônia de
criação como na experimentação suas carcaças são incineradas.
Com o propósito de ampliar o conhecimento científicico acerca dos
estudos anatômicos de PNH, torna-se válido fazer o aproveitamento
racional de suas carcaças com as devidas precauções de biossegu-
rança. OBJETIVO - Maximizar a utilização de peças anatômicas
de PNH advindos de necrópsias, criando um acervo de material
primatológico, tais como: taxidermia, crânios, esqueletos, peças
formolizadas e lâminas histológicas para futuros estudos científicos/
epidemiológicos. MÉTODOS - O material coletado por pessoal
treinado e paramentado é devidamente identificado com a numeração
do animal, espécie, data de coleta, órgãos coletados, armazenado em
recipientes de vidro com tampa de rosca, processado e catalogado.
Os recipientes são dispostos em um armário de vidro em ordem
cronológica de coleta. RESULTADOS- Atualmente o acervo possui
300 frascos com diversos tecidos das 4 espécies de PNH, formado
por: animais inteiros formolizados, materiais osteológicos, tecidos
em bloco de parafina e lâminas histológicas. CONCLUSÕES – A
manutenção contínua de um acervo anatômico bem documentado
garante uma melhor compreensão sobre os sistemas anatômicos
e fisiológicos resultando em um modelo animal cada vez mais
adequado para os estudos da medicina comparada.
CEUA: LW – 6/16
Suporte Financeiro: Fiocruz
Área I 
 56 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DO
CAMUNDONGO CRUZA PERNAS (CRUP).
UM POSSÍVEL MODELO PARA DOENÇAS
NEURODEGENERATIVAS
SANDRA REGINA ALEXNADRE-RIBEIRO , DANILO 1
WADT2, SILVIA MARIA GOMES MASSIRONI2, MARIA
MARTHA BERNARDI3, CLAUDIA MADALENA
CABRERA MORI2
1
Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências Biomédicas,
Universidade de São Paulo 2 Departamento de Patologia,
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade
de São Paulo 3 Universidade Paulista –UNIP Email do Autor
Principal: sanreale@gmail.com
INTRODUÇÃO – O camundongo mutante cruza pernas
(crup) foi originado de um projeto de mutagênese que utilizou o
agente químico N-ethyl-N-nitrosurea (ENU). Seu nome é devido ao
fenótipo caracterizado pelo cruzamento dos membros posteriores
entre si, quando o animal é suspenso pela cauda. O mapeamento
por microssatélites identificou uma mutação autossômica recessiva
no cromossomo 11 e, posteriormente o sequenciamento do exoma
apontou uma mutação no gene Taf15 como principal candidato
responsável pelas alterações fenotipicas apresentadas. OBJETIVO
– Validar o modelo, caracterizando seu fenótipo através de uma
bateria de testes comportamentais, por um período de 6 meses,
objetivando a análise dos reflexos neurológicos, das habilidades
sensoriais e da função motora. MÉTODOS – Foram utilizados
camundongos machos 14 crup e 15 BALB/c (grupo controle). Ini-
cialmente a caracterização abrangeu a avaliação geral do fenótipo
baseando-se nas observações do campo aberto (atividade geral e,
parâmetros ligados ao sistema nervosos central, autônomo e psico-
motores) e trave elevada que avalia a coordenação motora. Os testes
foram realizados aos 30, 60, 90 e 180 dias de idade, entre as 14:00
e 17:00 horas, em condições controladas com intervalo de 72 horas
entre os testes. RESULTADOS – Em relação ao grupo controle, os
camundongos crup não foram capazes de atravessar a trave elevada.
Os mutantes apresentaram também queda do trem posterior, redução
do reflexo de endireitamento e da força de agarrar, com agravamento
progressivo do fenótipo em animais mais velhos, que apontam para
prejuízos do sistema psicomotor. CONCLUSÕES – Conclui-se que
os camundongos mutantes crup apresentam prejuízo motor e, a partir
desses resultados deverão ser efetuados testes comportamentais mais
específicos que auxiliarão na caracterização do fenótipo da mutação
visando a validação do modelo experimental.
CEUA: CEUA FMVZ/USP No - 8769160517.
Suporte Financeiro: FAPESP No 17/21103-3
 Área I
REDUÇÃO NO USO DE ANIMAIS UTILIZADOS
NO DIAGNÓSTICO DA RAIVA PELO INSTITUTO
PASTEUR NO PERÍODO 2008-2017
AMANDA SIENA1,2, ENIO MORI1,2, KEILA
IAMAMOTO1,2, WILLIAN DE OLIVEIRA FAHL1,2,
KARIN CÔRREA SCHEFFER1,2, ROBERTO COLOZZA
HOFFMANN2,3, KAREN MIYUKI ASANO1,2
1
Instituto Pasteur 2 CEUA-IP 3União Sanjoanense de Proteção
aos Animais Email do Autor Principal: eniomori@gmail.com
INTRODUÇÃO - O diagnóstico laboratorial da raiva é de
fundamental importância para a vigilância da raiva e para pre-
venção da doença em humanos. No Brasil, o Ministério da Saúde
recomenda a realização da imunofluorescêndia direta (IFD) e um
teste confirmatório, sendo que o isolamento viral em camundongos
(IVC) é o mais utilizado. Em novembro de 2013, a Comissão de
Ética no Uso de Animais do Instituto Pasteur (CEUA-IP) foi criada,
tendo como um dos principais objetivos colaborar para a redução
do uso de animais na instituição. OBJETIVO - Analisar o número
de amostras recebidas no Instituto Pasteur (IP); calcular a por-
centagem destas para o IVC; e comparar o número de camundongos
utilizados para diagnóstico da raiva no período entre 2008 a 2017
considerando os períodos antes (2008-2013) e após (2014-2017) da
criação da CEUA-IP. MÉTODOS - Foi realizado um levantamento
retrospectivo do número de amostras recebidas pelo IP, o número
de amostras submetidas ao IVC e o número de animais utilizados
em cada ano. Análises foram realizadas pelo GraphPad Prism por
teste t Student. RESULTADOS - Entre 2008-2017 houve uma queda
da média anual de 5,61% no número de amostras recebidas pelo
Instituto Pasteur. Ao comparar o período anterior (2008-2013) e
após a criação da CEUA-IP (2014-2018), observa-se que não houve
queda na porcentagem de amostras destinadas ao IVC, no entanto,
o número de camundongos utilizados para esta técnica foi reduzido
em 45,6% (p<0,0001). CONCLUSÕES - Os dados mostram uma
redução significativa no número de animais utilizados, mantendo a
porcentagem de amostras utilizadas para IVC. Tais dados sugerem
que a diminuição de animais inoculados por amostra não impactou
na rotina diagnóstica do IP, mantendo a mesma eficiência.
CEUA: CEUA-IP 04.2018
Suporte Financeiro: Instituto Pasteur.
 Bem-Estar, Comportamento Animal e Outros 57
VIABILIDADE DA DIETA COMERCIAL AD
LIBITUM COMPARADA À RESTRITIVA EM RATOS
WISTAR
MARIANA RIBEIRO BARBOSA DE MENEZES;
ANA CAROLINE ROMÃO DA SILVA; ANA LÚCIA
DA SILVA AMARAL; TAINARA ARAÚJO DE
OLIVEIRA; IGOR BRAGA AZEVEDO; GUILHERME
NASCIMENTO CUNHA
E-mail do Autor Principal: gncunha@unipam.edu.br
INTRODUÇÃO – Utilizada em ensaios de curta duração, a dieta
ad libitum fundamenta-se no livre acesso à ração durante todo o dia,
no entanto tem sido discutida sua influência na incidência de doen-
ças. Em contrapartida, estudos sugerem que o uso da dieta restritiva
visa diminuir os efeitos causados pelo envelhecimento dos animais.
OBJETIVO - Avaliar a viabilidade da dieta ad libitum comparada
à dieta baseada nas exigências nutricionais e à restritiva em ratos
Wistar, monitorando o ganho de peso médio e posteriormente aval-
iando os parâmetros bioquímicos. MÉTODOS - Foram utilizados
15 ratos Wistar, machos, com peso médio de 70±10g, procedentes
do Biotério do Centro Universitário de Patos de Minas/UNIPAM.
Os animais foram divididos em três grupos de cinco animais cada,
tratados por sete semanas com diferentes dietas. O G1 recebeu dieta
restritiva (50% da quantidade controlada, ou seja, 15g/dia/rato), o
G2 dieta controlada (30g/dia/rato) e o G3 dieta ad libitum. A água
foi fornecida ad libitum. Após o tratamento realizou-se a anestesia e
colheita do sangue para as análises bioquímicas via punção cardíaca,
seguida da eutanásia dos animais anestesiados em câmara de CO2. As
amostras de sangue foram identificadas, encaminhadas e analisadas
no Laboratório de Patologia Clínica do Centro Clínico Veterinário
do UNIPAM. Para análise estatística utilizou-se a ANOVA e o teste
de Tukey (p<0,05). RESULTADOS - Os resultados mostraram
que não houve diferença no ganho de peso médio e colesterol total
entre os grupos G1, G2 e G3. O grupo que recebeu dieta à vontade
(G3) apresentou níveis séricos elevados de glicemia e triglicérides,
enquanto os demais mantiveram esses parâmetros dentro dos valores
de referência para a espécie. CONCLUSÕES - Conclui-se que a
dieta ad libitum promoveu hiperglicemia e hipertrigliceridemia que
podem influenciar na saúde dos animais e, consequentemente, no
experimento. Estes dados devem ser considerados durante a elabo-
ração e execução de pesquisas futuras.
CEUA: protocolo n° 41/17 - Comitê de Ética no Uso de Animais
(CEUA) do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
VALORES DE REFERÊNCIA DE PARÂMETROS
BIOQUÍMICOS DE CAMUNDONGOS (MUS
MUSCULUS) DAS LINHAGENS BALB/C
MANTIDOS NO BIOTÉRIO DA FACULDADE
DE MEDICINA DO ABC – SANTO ANDRÉ/SP.
REFERENCE VALUES FOR BIOCHEMICAL
PARAMETERS IN BALB/C MICE BREEDED
IN THE FACULDADE DE MEDICINA DO ABC
VIVARIUM - SANTO ANDRÉ/SP
GIULIANA PETRI1*, TANIA AGUIAR PASSETI2,
FERNANDO LUIZ AFFONSO FONSECA2, ADRIANA
H. DE ALMEIDA1, JOSÉ FRANCISCO RAMOS DOS
SANTOS1, BRUNO MACHADO BERTASSOLI3
1 – Biotério do Departamento de Técnica Cirúrgica e Cirurgia
Experimental FMABC. Faculdade de Medicina do ABC -
FMABC 2 – Departamento de Análises Clinicas da Faculdade de
Medicina do ABC - FMABC 3 – Departamento de Farmacologia
da Faculdade de Medicina do ABC – FMABC *Autor para
correspondência: giuliana.petri@gmail.com
INTRODUÇÃO - A referência dos parâmetros bioquímicos
dos animais de laboratório, utilizados para pesquisa científica é ba-
seada na literatura internacional. Comparando-se alguns parâmetros
avaliados em diferentes estudos com camundongos Balb/C pudemos
observar que os valores de referência dos parâmetros bioquímicos
variam enormemente, dependendo de diversas variáveis, como sexo,
linhagem e genótipo e ainda sofrem influência de outros fatores
como idade, condição de alojamento, manejo dos animais, dieta
oferecida, padrão sanitário do biotério onde são mantidos, dentre
outros. OBJETIVO - Desta forma o presente trabalho objetivou
estabelecer uma lista de parâmetros bioquímicos do sangue de
camundongos da linhagem Balb/C (machos e fêmeas) criados no
Biotério da FMABC. MÉTODOS - Foram utilizados 30 animais
machos e fêmeas, com peso 30g e idade 90 dias. Os animais foram
eutanasiados e o sangue foi coletado por meio da veia cava cau-
dal, acondicionado em tubos de coleta e as dosagens de colesterol
total, triglicérides, transaminases (AST e ALT), uréia, creatinina
e glicemia foram analisados. RESULTADOS - Não observamos
diferença significativa quando comparado machos e fêmeas em:
triglicérides (M=127 ± 57,9; F=102 ± 28,57), Creatinina (M=0,3
± 0,12; F= 0,3 ± 0,07); Uréia (M=69,5 ± 12,73; F= 64,5 ± 11,59);
Glicemia (M=150 ± 60,71; F= 142 ± 33,08); entretanto, observou-
se diferença significativa nos parâmetros de colesterol (M=105 ±
28,99; F= 78,5 ± 10,46), ALT (M=41 ± 17,52; F= 61 ± 19,38); e
AST (M=90 ± 51,88; F= 182 ± 57,01). CONCLUSÃO - Com estes
resultados, pudemos então, estabelecer valores de referencia para os
camundongos Balb/C para comparação com futuros experimentos.
Palavras chaves - camundongo; Balb/C; Biotério FMABC;
parâmetros bioquímicos; Valores de referência
Área I 
GENERATION OF NATIONAL CAPABILITIES FOR
CONDUCTING TOXICITY AND SAFETY ASSAYS
BY INCORPORATING ALTERNATIVE METHODS
TO THE USE OF LABORATORY ANIMALS

ANA PAULA AREVALO; CONSTANZA SILVERA;

CECILIA ABREU; MARIELA BOLLATI-FOGOLIN;
MARTINA CRISPO*

E-mail: crispo@pasteur.edu.uy

INTRODUCTION - Safety and toxicity tests are carried out

with the objective of gathering specific information on chemical
and/or biological products. Tradicionally, these products are tested
on experimental animals, exposing them to a real or potential harm
when the test chemical has unknown effects or it is considered toxic.
There is a global tendency to the replacement of experimental ani-
mals with in vitro or in silico assays to promote the ethic principle
of the 3Rs (Replacement, Reduction and Refinement). Currently,
our laboratories are performing assays for human and animal farma-
ceutic companies related to the areas of research and/or production.
OBJECTIVE - Whithin the aims of the Program of Molecular,
Cellular and Animal Technology of the Insitut Pasteur of Montevi-
deo, it is intended to incorporate Uruguay to the global tendency of
generating the major replacement of experimental animals possible,
creating a specific platform of assays that are alternative to the in
vivo approaches. This platform is based on the implementation of
stablished protocols, which are validated in international guidelines.
We are performing a battery of cellular assays directed to reduce
and/or replace the use of animals. These assays will be available to
be used by the academy as well as by the private sector. Having a
platform of these caracteristics in our country enhances the capabili-
ties of production, development, research and innovation of areas
related to biotechnology, biomedicine and the agro-industry while
obtaining the highest standars of quality and competitiveness of the
international demand.
 ÁREA II

EDUCAÇÃO, GESTÃO DE BIOTÉRIOS,

ÉTICA E LEGISLAÇÃO
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 61
DEZ ANOS DA LEI N.º 11.794/2008: ANÁLISE E
CONTRIBUIÇÕES
ANDRÉ ABBAGLIATO1,2, CRISTIANE CALDEIRA4,5,6,
OCTAVIO PRESGRAVE3,4,5,6
1
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB),
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil. 2Mestrado Profissional em Ciência em Animais de
Laboratório (MPCAL), mestrando, Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3Comissão de
Ética no Uso de Animais (CEUA), Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 5Centro Brasileiro
para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 6Mestrado
Profissional em Ciência em Animais de Laboratório (MPCAL),
orientador, Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos
(ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
INTRODUÇÃO - A Lei 11794/2008 foi a primeira integral-
mente dedicada à regulamentação do uso de animais na pesquisa e
ensino no Brasil(1), (2). Ela cria o CONCEA (Conselho Nacional
de Controle a experimentação Animal) e obriga as Instituições que
utilizam animais a terem CEUAs (Comissão de Ética no Uso de
Animais). Além disso, define diretrizes para o bem-estar animal.
OBJETIVO - Avaliar a necessidade de atualizações através da-
comparação com a Diretiva 2010/63/EU da União Europeia(3).
MÉTODO - Os artigos das duas leis foram tabulados, segundo
suas similaridades, para comparação, destacando diferenças e pos-
síveis aplicações a Legislação Brasileira. RESULTADO - Entre as
diferenças encontradas, as de maior relevância constatadas foram:
1. A formação profissional dos envolvidos nos procedimentos
ligados ao uso de animais de laboratório continuada e em níveis de
acordo com a responsabilidade e atuação, a qual não existe na Lei
n.º 11794/2008 mas amplamente discutida na Diretiva 2010/63/
EU; 2. O reuso de animais em outro procedimento, desde que sejam
respeitados os requisitos de severidade baixa a moderada conforme
art.16 da Diretiva 2010/63/EU, uma vez que na atual legislação
brasileira somente é possível o uso durante o projeto de pesquisa ao
qual o animal estárelacionado, até a sua conclusão conforme §8º do
art. 14 da lei 11.794/2008. CONCLUSÃO - Existe a necessidade
de estabelecer um programa de formação de membros de CEUAs,
bem como de categorização dos profissionais que trabalham com
animais. O reuso precisa ser discutido, uma vez que a sua proibição
pode acarretar utilização maior de animais, não contribuindo para
a redução do seu uso. Neste caso, severidade e/ou invasividade dos
procedimentos deve ser considerada, como critério de reuso ou não.
Todas as propostas decorrentes da continuidade desse estudo serão
encaminhadas ao CONCEA. REFERÊNCIAS - 1. Rivera E, Car-
bone C, Gonzales RH, Baamonde JM. Laboratory Animal Science
Legislation in Latin America. In: Laboratory animals: regulations
and recommendations for global collaborative research. Amsterdam:
Academic Press; 2014. p. 95–116. 2. Brasil. Lei n.o 11.794 de 08
de Outubro de 2008 [Internet]. Planalto, Presidência da república.
2008 [citado 22 de fevereiro de 2018]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm 3.
European Comission. Directiva 2010/63/EU [Internet]. Official
Journal of the European Union. 2010 [citado 21 de maio de 2017].
Disponível em: http://eurlex.europa.eu/legalcontent/EN/TXT/HT
ML/?uri=CELEX:32010L0063&rid=1
A REDE MINEIRA DE BIOTERISMO NA
CONSCIENTIZAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE BIOTÉRIOS
VERA MARIA PETERS; FLAVIA DE MELLO
MONTEIRO; MARTHA DE OLIVEIRA GUERRA
INTRODUÇÃO - Estruturas de biotérios das Instituições
Públicas, historicamente são vistas sem a importância devida. Há
dificuldades na captação de recursos para suas estruturas físicas,
quadro de pessoal, capacitação de profissionais, envolvimento das
Comissões de Ética e a conscientização dos pesquisadores. Em 1998,
um grupo de pesquisadores do Estado de Minas Gerais, criou a
Rede Mineira de Bioterismo (RMBIO) com o auxílio da FAPEMIG,
visando buscar soluções para os problemas mencionados. Em 2008,
com a promulgação da Lei Arouca, criou-se o CONCEA, levando
as Administraçôes das Instituições a reformularem suas visões
sobre os biotérios. Este fato contribuiu com a atuação da RMBIO
fortalecendo bioterismo no Estado. OBJETIVO - Divulgar as
ações desenvolvidas pela Rede na concientização da importância
da Ciência de Animais de laboratório, através de um trabalho co-
operativo entre biotérios. MÉTODOS - O Conselho Deliberativo
da RMBIO, consituído por representantes de Instituições parceiras,
através de reuniões periódicas com os seus membros, visitas técnicas
em biotérios, criação de Programa de Aperfeiçoamento e busca de
consultoria especializada gerou estratégias para a conscientização da
importância da Ciência de Animais de Laboratório. RESULTADOS
- Após a análise diagnóstica dos biotérios co-executores e outros, do
Estado, ocorreu a imersão de um gripo de trabalho para discussão
de situações cotidianas e problemas levantados. Foram promovidos
cursos itinerantes de formação na área de Ciência de Animais de
Laboratório, com a parceria da RM TOXIFAR e o Conselho Re-
gional de Medicina Veterinária – MG e consultores especializados,
focado nos pontos críticos do bioterismo; adequação às normas do
CONCEA: orientações para CEUAS e incorporação de Respon-
sáveis Técnicos nos biotérios. CONCLUSÕES - A cooperação
entre biotérios por meio da RMBIO possibilitou o desenvolvimento
de ações para implantação e consolidação de novas rotinas, procedi-
mentos buscando a harmonização entre os participantes, servindo
de inspiração para a criação de outras Redes regional e nacional de
produção animal. CEUA: Não se aplica.
Suporte Financeiro: CVZ RED 00009/14 - FAPEMIG.
Área II 
 62 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação
CATEGORIZAÇÃO E LICENCIAMENTO DE
PROFISSIONAIS NO MANEJO DE ANIMAIS DE
LABORATÓRIO: AVANÇO PARA A CIÊNCIA EM
ANIMAIS DE LABORATÓRIO E MELHORIA PARA
AS CEUAS
ANDRÉ ABBAGLIATO1,2, MARCIA P. OLIVEIRA3,
ETELCIA MOLINARO3, CRISTIANE CALDEIRA4,5,6,
OCTAVIO PRESGRAVE3,4,5,6
1
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB),
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil. 2Mestrado Profissional em Ciência em Animais de
Laboratório (MPCAL), mestrando, Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3Comissão de
Ética no Uso de Animais (CEUA), Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 5Centro Brasileiro
para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 6Mestrado
Profissional em Ciência em Animais de Laboratório (MPCAL),
orientador, Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos
(ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
INTRODUÇÃO - A Lei 11.794/2008 obrigou que todas as
instituições de pesquisa e ensino que utilizam animais devem ter
uma CEUA constituída. Suas atualizações através de Resoluções
Normativas vêm estabelecendo critérios técnicos e éticos relaciona-
dos ao manejo de animais na pesquisa e no ensino. Cada vez mais,
com o avanço da Ciência em Animais de Laboratório (CAL), existe a
necessidade de conhecimento de todo corpo técnico que manuseia os
animais, nas áreas da ética, bioética e sobre técnicas que envolvem o
próprio manejo, o que inclui a aplicação de enriquecimento ambien-
tal. OBJETIVO - Propor que seja implementado, no Brasil, um sis-
tema de categorização de profissionais envolvidos no manejo e uso
de animais de laboratório. MÉTODO - Tomar como base o sistema
de categorização utilizado pela FELASA, com possíveis adaptações
ao Brasil. RESULTADOS - O Brasil precisa estabelecer uma catego-
rização dos profissionais que manejam animais de laboratório para
ampliar e manter educação continuada em ética e CAL. Para tal, o
CONCEA deve publicar uma Resolução Normativa estabelecendo
que estas categorias passam a existir e estabelecendo os critérios.
Proposta: Categoria 1 – profissionais que trabalham na criação;
Categoria 2 – profissionais que trabalham na experimentação; Cat-
egoria 3 – profissionais que coordenam projetos. A grade deve ser
determinada pelo CONCEA e SBCAL, com participação dos CFMV
e CFBio. Instituições devem ser credenciadas para ministrarem os
cursos e emissão dos certificados. CONCLUSÃO - O licenciamento
individual dos profissionais, por categorias, garantirá treinamento
adequado e educação continuada. Além disso, facilitará o trabalho
das CEUAs, pois, a indicação do número da licença e da categoria
dos membros da equipe irá indicar se os mesmos estão preparados
para o desempenho das atividades propostas. Referência: BRASIL.
Lei n. 11.794, de 08 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII
de parágrafo 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo
procedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei n.
6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Diário Ofi-
cial [da República Federativa do Brasil], de 09 de outubro de 2008,
Brasília, Brasil: República Federativa do Brasil.
 Área II
CRIAÇÃO DO FÓRUM INSTITUCIONAL DE
CEUAS: A EXPERIÊNCIA DA FUNDAÇÃO
OSWALDO CRUZ
ETELCIA MOLINARO1, MARCELO A. MANNAA1,
MARCIA P. OLIVEIRA1, OCTAVIO PRESGRAVE1,
RODRIGO CORREA-OLIVEIRA2
Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), Fundação
1
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2Vice-
Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB),
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
INTRODUÇÃO - A Lei 11.794/2008 obrigou que todas as
instituições de pesquisa e ensino que utilizam animais devem ter
uma CEUA constituída. Muitas instituições possuem campi em
cidades e estados diversos, com complexidades distintas. No caso
da FIOCRUZ, existem 5 CEUAs (FIOCRUZ/RJ [2], FIOCRUZ/
PE, FIOCRUZ/BA e FIOCRUZ/RO). As CEUAs trabalham com
base nas experiências de seus membros e na interpretação das
normas do CONCEA. É importante que as CEUAs de uma mesma
instituição tenham o mesmo modo de avaliação dos projetos. A
FIOCRUZ já tem experiência com o Fórum de CEPs e procurou
ampliar para as suas CEUAs. OBJETIVO - Descrever a experiência
da FIOCRUZ na implantação do Fórum Institucional de CEUAs.
MÉTODO - Relatar o modo como o Fórum foi implantado e seus
primeiros resultados. RESULTADOS - Objetivos do Fórum: 1)
Harmonizar os dados e avaliação dos projetos; 2) Estabelecer dis-
cussão e ampliação do conhecimento sobre os aspectos éticos no
uso de animais; 3) Integrar processos e procedimentos das CEUAs,
aumentando a eficiência institucional; 4) Promover treinamento
em ética e uso de animais; 5) Melhorar previsão dos animais a
serem utilizados, fomentar a redução do número de animais e
manutenção do bem-estar dos mesmos. Primeiramente obteve-se
concordância das CEUAs da necessidade do Fórum, que foi criado
através de Portaria da Presidência/FIOCRUZ. Na primeira reunião
foram feitas apresentações da forma como cada CEUA trabalha e
os principais problemas e dúvidas em relação aos aspectos éticos e
legislação. CONCLUSÃO - Existe a necessidade de uniformização
do sistema de apresentação dos projetos. A discussão sobre aspectos
da legislação e da ética contribuem sobremaneira para melhorar o
desempenho das CEUAs institucionais e uniformizar ao máximo
a forma de avaliação, evitando fragilizar a instituição. Referência:
BRASIL. Lei n. 11.794, de 08 de outubro de 2008. Regulamenta o
inciso VII de parágrafo 1o do art. 225 da Constituição Federal, esta-
belecendo procedimentos para o uso científico de animais; revoga a
Lei n. 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], de 09 de outubro de
2008, Brasília, Brasil: República Federativa do Brasil.
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 63
REMODELAMENTO DE SISTEMA DE
PEDIDOS DE ANIMAIS PARA UTILIZAÇÃO EM
EXPERIMENTAÇÃO – O NOVO SICOPA/FIOCRUZ
KLENA SARGES MARRUAZ DA SILVA1, FLAVIA
SARMENTO VIEIRA1, SIMONE RAMOS1, FLAVIA
LEITÃO1, RENATA FROTA1, JANINE XEREZ1,
JOSILENE PEDREIRA SOARES1, DANIELE DIAS DOS
SANTOS MATOS1
1
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos/FIOCRUZ, Rio
de Janeiro, Brasil.
INTRODUÇÃO - A ferramenta SICOPA (Sistema Informa-
tizado de Controle de Produção Animal) é utilizada pelos clientes
do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos da Fundação
Oswaldo Cruz (ICTB/FIOCRUZ) para solicitar animais, derivados
e insumos. O sistema trabalhava com dois processos: registro da
previsão, onde os usuários informavam a quantidade de animais
que previam utilizar no semestre, e registro do pedido, que era a
requisição contendo quantidade solicitada, não havendo nenhuma
penalidade em caso de cancelamento. O registro da previsão era
utilizado para nortear a produção dos animais criados, o que gerava
uma produção excessiva, uma vez que os animais eram, efetiva-
mente, solicitados em menor número do que aqueles registrados na
previsão, levando ao desperdício de animais. Em 2017, o SICOPA foi
modificado objetivando aplicação dos princípios dos 3Rs1 na logís-
tica da criação de biomodelos no ICTB/FIOCRUZ. OBJETIVOS
- Modificar os processos do SICOPA e, consequentemente, diminuir
o desperdício de animais criados no ICTB/FIOCRUZ. MÉTODOS
- Em janeiro de 2018, o SICOPA começou a funcionar com dois
processos diferentes: registro da solicitação, onde ficam registrados
apenas solicitações concernentes à quantidade de animais aprovada
na respectiva licença da CEUA, e o registro de cancelamento, onde
o usuário pode cancelar pedidos em prazo pré-estabelecido, sem pre-
juízo para o usuário. Para cancelamento fora do prazo, o número de
animais é debitado da quantidade de animais aprovada pela CEUA.
RESULTADOS - Nos primeiros três meses de utilização do SICOPA
(01-03/2018) foi identificada diminuição de 32% de solicitações
(13.559 animais solicitados) em relação ao mesmo período de 2017
(19.949 animais solicitados). Adicionalmente, houve diminuição de
cancelamentos em 90% (animais cancelados: 200 em 2017 e 20 em
2018). CONCLUSÕES - O refinamento do SICOPA foi e está sendo
fundamental para a diminuição do desperdício de animais criados no
ICTB/FIOCRUZ, levando a um consumo mais sensato de animais
nas pesquisas desenvolvidas na FIOCRUZ. REFE­R ÊNCIAS -
1Russell WMS, Burch RL. The Principles of Humane Experimental
Technique. London: Methuen, 1959.
EXPERIÊNCIA DO BIOTÉRIO CENTRAL DO
INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES IAM/FIOCRUZ-
PE NA IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE
REGISTROS DA GESTÃO DE QUALIDADE
GERLANE TAVARES DE SOUZA CHIORATTO;
ÂNGELA MAGALHÃES VIEIRA; JOSÉ GÊNISON
RODRIGUES DA CUNHA; ANDREA REGINA DE
OLIVEIRA FEITOSA; AILTON DA SILVA PINTO;
HADASSA DE ALBUQUERQUE MACEDO; CARLOS
RALPH BATISTA LINS; JORGE RICARDO FERREIRA
DA SILVA; RAFAEL BORGES ROSA; LAURIMAR
THOMÉ DA ROCHA; MARIA FERNANDES DA
COSTA; PATRICIA SANTOS SILVA; PATRICIA
NAJARA FELISBERTO.
INTRODUÇÃO - Os avanços nas pesquisas, com busca da
excelência científica, impulsionaram a ciência de animais de labo-
ratório a melhorar seus controles e a estabelecer padrões visando
oferecer espécimes de alta qualidade genética e sanitária. A gestão
da qualidade contribui com este avanço, permitindo maior confia-
bilidade/rastreabilidade dos resultados experimentais. OBJETIVO
– Implantar e avaliar os registros da gestão de qualidade para dar
suporte à tomada de decisões no Biotério do IAM MÉTODOS -
Realizou-se uma avaliação nos registos existentes com o objetivo
de decidir pela extinção/manutenção/aperfeiçoamento dos mesmos.
Com o apoio da Coordenação da Qualidade institucional e com o
estudo das normas de qualidade, particularmente as NIT-DICLA035,
ISO15189 e de normas sobre estrutura física de biotério (RN CON-
CEA Nº 15, DE 16.12.2013), a equipe decidiu implantar algumas
ações de qualidade. Os pontos trabalhados foram: mapeamento dos
processos internos, previsão/uso responsável de animais, registros
de atividades, controle de anestésicos e capacitação da equipe.
RESULTADOS - Identificamos dez instrumentos de registros que
já eram utilizados no biotério. Destes, três foram mantido, dois
foram extintos e cinco aperfeiçoados. Outros sete foram criados.
Todos os registros passaram a ser monitorados criteriosamente e,
consequentemente, os dados tornaram-se de fácil entendimento e
as ações para prevenção/correção de danos tornaram-se mais ágeis.
O mapeamento dos macroprocessos contribuiu para identificação
dos pontos críticos para controle de uso de animais, treinamento
da equipe, redação de Procedimentos Operacionais Padrão e/ou
Instruções de Trabalho. Um manual de boas práticas foi redigido
como produto deste estudo. CONCLUSÕES - A ampliação e a aval-
iação dos registros foi importante para nortear, dar mais segurança
e embasar as decisões no biotério. Além do impacto organizacional,
o estudo teve um alcance ético, pois observamos que as estratégias
adotadas foram determinantes para sensibilizar os pesquisadores
para o uso responsável dos animais.
CEUA: 106/2016.
Suporte Financeiro: Instituto Aggeu Magalhães/FiocruzPE.
Área II 
64 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DOS ARRANJOS
ORGANIZACIONAIS DOS BIOTÉRIOS DAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS
BRASILEIRAS
FÁBIO TONISSI MORONI; JOÃO GUILHERME
MACHADO BARBOSA; ROGER DA SILVA BORGES;
EDUARDO LOEBEL
INTRODUÇÃO – As instalações onde são produzidos,
mantidos ou utilizados animais de laboratório são genericamente
denominadas biotérios. O Conselho Nacional de Controle de Ex-
perimentação Animal (CONCEA) é o órgão que credencia essas
instalações. Existem três possíveis arranjos organizacionais dos
biotérios: a) Estrutura simples (ES); b) Burocracia Mecanizada
(BM) e c) Redes Organizacionais (RO); OBJETIVO - Analisar a
distribuição regional dos tipos de arranjos organizacionais dos bioté-
rios das instituições públicas de ensino brasileiras, credenciadas no
CONCEA. MÉTODOS – Foram realizadas análises quantitativas
dos dados disponíveis nos sites de 436 instituições credenciadas,
segundo lista atualizada em 18/11/2016. As instituições públicas
de ensino que possuíam biotérios foram agrupadas segundo locali-
zação regional: a) Norte (N); b) Nordeste (NE); c) Sudeste (SE);
d) Sul (S); e) Centro-Oeste (CO). Na sequência, foram analisados
os organizacionais dos biotérios cadastrados. RESULTADOS
– A distribuição nacional dos biotérios presentes nas Instituições
Públicas de Ensino, credenciadas pelo CONCEA, está fortemente
correlacionada com o número de grupos de pesquisas na área de
saúde (r = 0,99) cadastrados no CNPq. Foram credenciadas 128
Instituições de Ensino Público (12 N; 20 NE; 9 CO; 22 S; 65 SE),
com 22 sem biotérios. Dentre as que possuíam, os arranjos organi-
zacionais mais frequentes foram: a) BM (56); ES (26); RO (22). No
entanto, a distribuição desses arranjos sofre diferenças regionais:
RO (0% N/NE/CO; 4,5% S; 95,5% SE); ES (23,1 % N; 34,6% NE;
11,5% CO; 23,1% S, 7,7% SE) e BM (3,6 % N, 14,3 % NE, 3,6%
CO, 17,9 % S, 60,7% SE). CONCLUSÕES – Nas regiões com
27,3% dos grupos de pesquisas (N, NE, CO) prevalecem estruturas
simples, seguidas de burocracias mecanizadas, com ausência de
redes organizacionais. Nas demais regiões, com os 72,7 % (S, SE)
restantes, há preferência por burocracias mecanizadas, seguido por
redes organizacionais, com menor proporção de estruturas simples.
 Área II
MODELO ORGANIZACIONAL DE
GERENCIAMENTO DE BIOTÉRIOS: REDE DE
PESQUISA COOPERATIVA
FLAVIA DE MELLO MONTEIRO; VERA MARIA
PETERS; MARTHA DE OLIVEIRA GUERRA
INTRODUÇÃO - A gestão de biotérios sob forma de Rede
de Pesquisa (Cooperativa) tem se mostrado grande aliada para as
organizações aperfeiçoarem suas relações, de forma a obter melhores
resultados em seus processos. A união de diferentes profissinais e
suas experiências e vivências distintas, permite uma ampla visão
do cenário nacional, possibilitando uma base sólida para a identi-
ficação de problemas e soluções criativas e eficazes. Este modelo
de gestão, embora complexo por envolver diferentes interesses das
Instituições, proporciona novos conhecimentos capazes de contribuir
com os resultados dos Centros de Criação de Animais. OBJETIVO
- Demonstrar que a forma de gerenciamento por meio de ações
cooperativas contribui com a expansão de capacidades e valores or-
ganizacionais. MÉTODOS - Reunir 8 biotérios do Estado de Minas
Gerais em uma Rede de Pesquisa Cooperativa, gerenciada por uma
coordenação geral e um Conselho Deliberativo formado pelos repre-
sentantes das IES co-executoras para tomada de decisões, visando a
conquista de financiamentos e a otimização destes recursos. Sendo
criada uma Rede produtora de modelo animal no Estado denomi-
nada Rede Mineira de Bioterismo. RESULTADOS - Otimização
de recursos; sistema de registro de preços; cadeia de fornecedores
confiáveis - com melhoria no atendimento ao usuário; sistema de
entregas coletivas com redução de despesas com fretes; políticas
integradas; interação entre Centros de Criação e Fundação Gestora;
padronização e eficiência na administração das aquisições; redução
da margem de erro nas compras; eficácia na contratação de manuten-
ções (preventivas e corretivas); Base Tecnológica Interinstitucional
em estruturas multiusuários. CONCLUSÕES - Conclui-se que o
potencial gerado pelo Gerenciamento de Biotérios por meio de Rede
de Pesquisa Cooperativa reside no conhecimento adquirido e na
vantagem competitiva que a organização obtém, frente aos Centros
de Criação que se utilizam de Estrutura de Gerenciamento Simples.
CEUA: Não se aplica.
Suporte Financeiro: CVZ RED 00009/14 - FAPEMIG.
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 65
SAVING TIME AND MONEY IN RODENT CARE
LUCIANA CINTRA, CLEIDE FALCONE, SANDRA
REGINA ALEXANDRE-RIBEIRO, SILVIA MARIA
GOMES MASSIRONI, CLAUDIA MADALENA
CABRERA MORI
1. Centro de Experimentação e Treinamento em Cirurgia,
Hospital Israelita Albert Einstein. 2. Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (IPEN). 3. Departamento de Imunologia,
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo. 4.
Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). Email:
luciana.cintra@einstein.br
INTRODUCTION - Lean management is an operational phi-
losophy focused on reducing or eliminating waste. This philosophy
and its practice were developed by Toyota Motor Corporation, to
save costs and increase quality. Experimental animal facilities have
more in common with production or process facilities than they do
with traditional laboratories. Both types of facilities present similar
management challenges, including supply chain and inventory is-
sues, adequate storage space, room capacities, production process
flows, and production bottlenecks, among other common concerns.
As an example, the cage washing and sterilization process, critical
for maintaining specific-pathogen-free (SPF) rodents, is comparable
to an industrial process activity such as an assembly line. Yet only a
few and very recent studies employed lean management principles
to improve the workflow for rodent cage washing and changing.
OBJECTIVE - Describe how rodent cage processing procedure
(emptying, washing, autoclaving and filling) were evaluated with
respect to lean management and what improvements were achieved
in a Brazilian SPF rodent barrier facility. METHODS - The study
was performed at Experimental Surgical Training Center (CETEC)
of the Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
In order to define the process flow step-by-step, identify possible
sources of waste and their causes and reduce lead times, we designed
a Value Stream Map. RESULTS - The total time spent performing
the original rodent cage washing, change and sterilization process
was 8.98 minutes per cage per week. The cage handling process
changes and switching from pine wood shavings to corn cob bed-
ding reduced this total time to 2.97 minutes per cage per 15 days
(p=0.036). CONCLUSION - Analysis of processes at that time
showed that rodent cage washing and sterilization could be improved
to increase efficiency and save costs. The lean management tools
employed led to improvements for both customers (researchers) and
workers (animal technicians) since they increased service quality
without increasing per diem charges and improved process efficiency
and animal wellbeing.
CEUA: nº 2987_17
IMPLICAÇÕES À SAÚDE DO
TRABALHADOR EM BIOTÉRIOS
GABRIELE FATIMA DE SOUZA; DENISE M. VINHAS;
LUIS CESAR CAVALCANTE PEREIRA; VIVIANE
SANTOS DE BARROS SIQUEIRA; JUSSARA SIMMER
BRAVIN
FIOCRUZ; E-mail: gabifsouza@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO - Os profissionais de biotério estão o tempo
todo submetidos a uma série de riscos potenciais desencadeadores
de doenças ocupacionais.1,2 Dessa forma, desvela-se a importância
de estudos que possibilitem o maior conhecimento acerca desde am-
biente de trabalho e efetiva constatação dos efeitos adversos à saúde
dos profissionais. 3,4 OBJETIVOS - A pesquisa teve por objetivo
analisar as possíveis implicações à saúde do trabalhador em biotérios
de uma Instituição Federal vinculada ao Ministério da Saúde. MÉ-
TODOS - Trata-se de uma pesquisa de abordagem observacional,
descritiva e transversal, realizada em biotérios, entre os meses de
março a outubro de 2014. Participaram do estudo 151 profissionais
que atuavam nas áreas finalísticas dos biotérios, por meio de um
questionário semiestruturado, elaborado a partir da adaptação do
instrumento proposto por Boix e Vogel5 , composto por 3 blocos.
Para este estudo foi utilizado o Bloco III, formado por uma lista
de implicações à saúde (danos/ problemas de saúde) que, quando
presentes, podem ser provocadas, agravadas ou não ter relação
com o trabalho. A caracterização da amostra se baseou em análises
estatísticas descritivas univariadas. Os dados foram analisados no
programa SPSS 20.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da ENSP/FIOCRUZ sob o parecer consubstanciado
528.931. RESULTADOS - Diversos trabalhadores mencionaram
ter problemas de saúde, muitos encarados como provocados e/ou
agravados pelo trabalho. Dentre esses, destacam-se o estresse (relata-
dos por 39,1% dos participantes); os problemas respiratórios (relata-
dos por 37,1% dos participantes); e os problemas osteomusculares
como: dores musculares crônicas, problemas na coluna vertebral,
doenças causadas por movimentos repetitivos (LER ou DORT) cita-
dos por mais de um quarto dos profissionais (27,2%, 37,7%, 31,1%,
respectivamente). Todos com maior percentual para “provocados”
pelo trabalho. CONCLUSÕES - Os resultados refletiram o quadro
atual de deterioração das relações trabalho-saúde nos biotérios,
sinalizando a necessidade de ampliação programas promoção à
saúde do trabalhador. REFERÊNCIAS - 1 FELASA. Federation
of European Laboratory Animal Science Associations. Guidelines
for Continuing Education for Persons Involved in Animal Experi-
ments – Recommendations of a FELASA Working Group.2010 2
INSHT. INSTITITO NACIONAL DE SEGURIDADE E HIGIENE
EM EL TRABAJO. Manual De Procedimientos De Prevención De
Riesgos Laborales. Guía de elaboración, Gobierno da espanã, 2008.
3 DAVIS H. Prediction and preparation: Paclovian implications of
research discriminating among humans. Ilarj j, 43:19-26,2002. 4
D’AVILLA AG, ZÚÑIGA JM. La ciencia del animal de laboratorio
y el procedimiento experimental. In: Zúñiga JM, Orellana JM, Tur
JA. Ciencia y Tecnología del Animal del Laboratorio. Alcalá: Se-
cal; 2008. 431p 5 Boix P; Vogel L. La evaluación de riesgos en los
lugares de trabajo. Guia para uma intervención sindica of técnico
sindical europea para la salud y seguridad. Bruxelas: BTS, 2000.
Área II 
66 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação
IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS CLÍNICOS E
COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS AO
DISTRESSE E SOFRIMENTO EM CAMUNDONGOS
DE LABORATÓRIO
ANA TADA FONSECA BRASIL ANTIORIO1, ANA
PAULA PAULONI DE FREITAS1, DENISE ISOLDI
SEABRA1, JILMA MARÍA ALEMÁN LAPORTE
2
, LUCIANA CINTRA2, CLAUDIA MADALENA
CABRERA MORI 2
1. Pró-reitoria de pesquisa. Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) 2. Departamento de Patologia. Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
(USP) E-mail: ana.antiorio@reitoria.unicamp.br
INTRODUÇÃO - A atuação do médico-veterinário em bioté-
rios demanda conhecimentos abrangentes sobre a ciência de animais
de laboratório, entre eles, biologia, manejo experimental e etologia.
Reconhecer os sinais e o comportamento dos roedores em situações
de distresse permite que o profissional avalie o uso de analgésicos e
determine o melhor tratamento ou ponto final humanitário. OBJE-
TIVO - Desenvolver uma metodologia padrão para identificar de
forma objetiva sinais de dor e distresse de camundongos em experi-
mentação. MÉTODOS - 1) estabelecer uma lista de verificações
com os principais parâmetros que devem ser observados com sistema
de escore com variação de 0 para normal a 3 para muito alterado. Os
parâmetros analisados serão: a) Aparência geral: Falta de “groom-
ing” (pelo em mau estado); piloereção; alopecia; secreções oculares e
nasais; olhos afundados; exoftalmia; salivação anormal; crescimento
anormal dos dentes; postura encurvada; alterações faciais (olhos
semifechados, posição das orelhas e vibrissas); b) Comportamento
espontâneo: se o animal está quieto e isolado; inquieto; alerta ou não;
c) Estado de hidratação: turgor da pele e aparência das mucosas; d)
Sinais clínicos: perda de peso; queda ou aumento de temperatura;
dificuldade respiratória; respiração abdominal acentuada; diarreia;
tumores com 10 a 20 % do peso corporal; lesões cutâneas; necrose;
ulcerações ou sangramentos; prolapsos; cor da membrana (cianose/
anemia/icterícia); e) Comportamento provocado: se o animal está
com depressão leve ou resposta exagerada; vocalizações; “circling”;
estereotipias; auto agressão; agressividade excessiva; convulsões. A
soma dos pontos indicaria a condição física do animal que poderia
ser classificada em normal, sofrimento leve a moderado ou sofri-
mento intenso; 2) realizar exames complementares, se necessário; 3)
administrar um tratamento com fármacos analgésicos ou determinar
a eutanásia. RESULTADOS – Projeto em fase de implantação.
CONCLUSÕES - A avaliação clínica dos animais em experi-
mentação por um médico-veterinário especializado possibilitará
uma ação corretiva rápida por meio de um tratamento adequado.
CEUA: nº 1353060218.
 Área II
INTERDISCIPLINARIEDADE: PRODUZINDO
E ENSINANDO DURANTE A CONSTRUÇÃO
DO ACERVO ANATÔMICO ANIMAL EM UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
RENATA UCHÔA ALVES; MAGDA VERÇOSA
CARVALHO BRANCO; ANTÔNIO MARCOS
DA CONCEIÇÃO; CARLOS ALBERTO JÚNIOR;
CRISTIANO ROSA DE MOURA
E-mail: renata.alves@uniceub.br
INTRODUÇÃO - A dissecação anatômica tem por finalidade
a individualização, identificação e posicionamento dos constitu-
intes do corpo, em especial, músculos, vasos sanguíneos, nervos,
glândulas, linfonodos e estruturas específicas dos órgãos. Ação
fundamental para montagem de acervos que subsidiam o ensino
na disciplina de anatomia animal, contudo se faz necessário ações
legais, de biossegurança e educacionais para atender tal demanda,
fato contemplado na ementa dos cursos realizados, permitindo assim
uma ação interdisciplinar. OBJETIVO - O trabalho teve como obje-
tivo montar a coleção didática de peças zoológicas de um complexo
de laboratórios de uma universidade particular, em Brasília-DF, foi
incluído a esta prática a oferta simultânea de cursos de extensão de
dissecação, aliando, portanto, as necessidades de compor o acervo
a realização de aulas práticas. MÉTODOS - Os cadáveres e peças
anatômicas utilizados foram doados após o falecimento dos mesmos
e sem motivação inicial para o uso em pesquisa ou ensino. Os alunos
foram submetidos a aulas teóricas de introdução ao estudo da dis-
secação - conceitos, técnicas, instrumentos cirúrgicos, leis, propostas
éticas e de biossegurança que constitui esta ação. Posteriormente
iniciaram a dissecação do cadáver (cabeça, pescoço, membros
torácicos e pélvicos e paredes do tórax e abdome) com a finalidade
de individualizar estruturas anatômicas importantes. RESULTADOS
- A atividade resultou na formação complementar de 21 alunos de
graduação, sendo 18 de Medicina Veterinária e 3 de Biologia e 200
peças anatômicas zoológica, que atualmente compõem o acervo
didático zoológico da universidade. CONCLUSÃO - O curso per-
mitiu o aperfeiçoamento das habilidades manuais e contato com
tecidos e órgãos, com vistas a complementar a formação acadêmica
do currículo dos cursos de graduação, possibilitando ao discente a
experiência e aprofundamento em diferentes campos de atuação,
pois ultrapassaram a função de apenas usuários do acervo para
operacionalizadores na produção do material anatômico, além da
ampliação do acervo zoológico dos laboratórios de ensino superior.
CEUA: CEUA/UniCEUB
Suporte Financeiro: LABOCIEN/UniCEUB
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 67
IMPLEMENTAÇÃO DE TABLETES PORTÁTEIS
PARA UM MANEJO SIMPLES E EFICIENTE DE
COLÔNIAS DE BIOTÉRIOS
GABRIEL FERNÁNDEZ GRAÑA; MARÍA NOEL
MEIKLE; MARTINA CRISPO
E-mail: gabifergra@pasteur.edu.uy
Unidad de Animales Transgénicos y de Experimentación,
Institut Pasteur de Montevideo, Uruguay
INTRODUÇÃO - Em biotérios de animais geneticamente
modificados (GM), é essencial ter um banco de dados dinâmico
que inclua dados de interesse para técnicos e usuários. As colônias
GM requerem um registro amplo e extenso que minimize o erro nos
cruzamentos, já que em muitos casos as estratégias de reprodução
são complexas, envolvendo mais de um gene ou origens genéticas
diferentes. É essencial ter uma gestão eficiente, particularmente
em um biotério de barreiras, já que o fluxo de informações entre o
interior e o exterior pode ser difícil. Em 2015, começamos com o
uso de tabletes portáteis, que permitem através de um sistema de
armazenamento em nuvem, um fluxo notável de informações entre
vários dispositivos ao mesmo tempo. MATERIAIS E MÉTODOS
- Os tabletes portáteis foram usados em sincronização com vários
dispositivos de PC. Um programa de planilhas para o gerenciamento
de colônias foi criado usando fórmulas simples, que medem a
produtividade e ajudam a calcular os cruzamentos para a produção.
Geramos planilhas com dados exatos de cada gaiola, incluindo dados
de genotipagem e pedigrees, e contagem automatizada de taxas de
serviço. RESULTADOS E DISCUSSÃO - O sistema implemen-
tado apresenta vantagens em relação ao proposto por Donovan et
al. (2004), sendo simples e fácil de manusear. Foi possível otimizar
a produção das colônias transgênicas de acordo com a demanda,
minimizando o erro nos cruzamentos. Dados numéricos da produ-
tividade de cada colônia foram obtidos, minimizando o ingresso
de pessoal ao biotério para o registro de dados. CONCLUSÕES
- Nós implementamos um sistema simples, econômico e adaptável,
obtendo uma ferramenta eficiente no manejo de qualquer biotério.
EDUCAÇÃO CONTINUADA: AUXÍLIO NA
FORMAÇÃO DE PESQUISADORES NA
EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL - CREAL/UFRGS
FABÍOLA SCHONS MEYER; ANDRÉ LUIS LUCERO
BATISTA; JULIA IENES LIMA; LAURA EMANOELLA
FEIJÓ BORGES; JÉSSICA SCHORN TÓPOR; PAULA
ARAÚJO MACHADO; FERNANDA BASTOS DE
MELLO
E-mail: fabiola.meyer@ufrgs.br
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
INTRODUÇÃO - O Centro de Reprodução e Experimentação
de Animais de Laboratório da UFRGS (CREAL) tem desenvolvido
atividades em prol da qualificação de pesquisadores no trabalho com
modelos animais. Há uma demanda da comunidade da Universidade
por atualizações na área técnica a respeito da legislação, comporta-
mento e manejo com os animais e de procedimentos experimentais
mais adequados do ponto de vista ético e de bem-estar animal.
OBJETIVO - O objetivo da equipe do CREAL foi promover ações
de extensão na Universidade, de maneira regular, como forma de
atualização na área da Ciência de animais de laboratório, suprindo a
carência da comunidade acadêmica. MÉTODOS - O curso desen-
volvido pelo CREAL é uma ação de extensão cadastrada no sistema
de extensão da UFRGS e possibilita a inscrição dos interessados com
ou sem vínculo à Universidade. A ação é realizada semestralmente,
sendo dividida em módulo teórico e prático. Nesta atividade abor-
damos temas como: manejo, comportamento e bem-estar animal,
anestesia, analgesia, cirurgia e procedimentos experimentais como
coleta de material biológico. Os participantes assistem o módulo
teórico conjuntamente e no módulo prático as turmas são subdi-
vididas em pequenos grupos, possibilitando um melhor treinamento
e aprendizado. As atividades práticas são realizadas em duplas
utilizando ratos Wistar e camundongos CF-1. Na atividade prática
os alunos realizam os procedimentos apresentados na parte teórica,
sob a supervisão dos monitores e veterinários. RESULTADOS -
O curso tem atendido a comunidade da UFRGS e a comunidade
externa, nesta proporção: 35,3% de alunos da graduação, 60%
alunos da pós-graduação e 4,7% de profissionais formados sem
vinculação a programas de pós-graduação. A avaliação geral do
curso realizada pelos participantes o classifica como excelente nos
quesitos de didática, aprofundamento e desenvolvimento de habi-
lidades práticas. CONCLUSÕES - O curso vem atendendo com
êxito o objetivo principal da sua criação, ampliando o seu alcance
para a comunidade externa da UFRGS.
Área II 
68 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação
ATIVIDADE DA CEUA/FIOCRUZ NO PERÍODO DE
20012 A 2016
MARCELO A. MANNAA, MARCIA P. OLIVEIRA3,
ETELCIA MOLINARO, OCTAVIO PRESGRAVE
Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
INTRODUÇÃO - A CEUA/FIOCRUZ existe desde 1999.
Quando foi criada atendia à todas as Unidades da Fundação Oswaldo
Cruz, entretanto, ao longo do tempo, algumas Unidades foram tendo
a necessidade de criarem suas CEUAs, considerando estarem fora
do Campus do Rio de Janeiro ou pelo grande número de projetos
apresentados. Mesmo assim, a CEUA/FIOCRUZ avalia os projetos
da maior parte das Unidades do Rio de Janeiro, além de Belo Hori-
zonte e Curitiba. As licenças são concedidas tanto para Biotérios de
Criação quanto de Experimentação. MÉTODO - Os números refer-
entes ao total de projetos analisados por ano, bem como o número de
projetos aprovados, reprovados, arquivados e suspensos, no período
de 2012 a 2016, foram tabulados em planilha. RESULTADOS - No
período avaliado a CEUA/FIOCRUZ recebeu 311 projetos (média
de 62 projetos por ano). Desses, 18 (5,8%) não foram aprovados e
1 projeto teve sua licença suspensa. CONCLUSÃO - Os projetos
não aprovados apresentaram problemas éticos que não justificaram
o mérito da pesquisa. O projeto que teve sua licença suspensa foi
em decorrência de apuração de denúncia de que as atividades não
estavam sendo executadas conforme descritas. Em 2016 a CEUA/
FIOCRUZ fez seu primeiro monitoramento em todos os biotérios
sob sua responsabilidade. Neste, foi decidido que qualquer problema
encontrado teria o caráter de sinalização para permitir sua melhoria
para o próximo monitoramento. Além disso, a CEUA/FIOCRUZ
tem participado dos encontros do CONCEA, de Congressos e seus
membros ministrando aulas e palestras. REFERÊNCIA - BRASIL.
Lei n. 11.794, de 08 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII
de parágrafo 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo
procedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei n.
6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Diário Ofi-
cial [da República Federativa do Brasil], de 09 de outubro de 2008,
Brasília, Brasil: República Federativa do Brasil.
 Área II
NECESSIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE CURSO DE
FORMAÇÃO PARA MEMBROS DE CEUAS
ANDRÉ ABBAGLIATO1,2, MARCIA P. OLIVEIRA3,
ETELCIA MOLINARO3, CRISTIANE CALDEIRA4,5,6,
OCTAVIO PRESGRAVE3,4,5,6
1
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB),
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil. 2Mestrado Profissional em Ciência em Animais de
Laboratório (MPCAL), mestrando, Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3Comissão de
Ética no Uso de Animais (CEUA), Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 5Centro Brasileiro
para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 6Mestrado
Profissional em Ciência em Animais de Laboratório (MPCAL),
orientador, Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos
(ICTB/Fiocruz), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
INTRODUÇÃO - A Lei 11.794/2008 obrigou que todas as
instituições de pesquisa e ensino que utilizam animais devem ter
uma CEUA constituída, entretanto, não determinou uma grade de
conhecimento mínimo para que profissionais sejam membros de
CEUAs. O crescente avanço tecnológico oferece novos métodos a
cada dia. A legislação acompanha novos conceitos éticos e técnicos,
obrigando que resoluções e Normas sejam publicadas frequente-
mente, muitas vezes revogando anteriores. Todos esses fatos exigem
conhecimento e atualizações constantes. OBJETIVO - Propor que
seja implementado, no Brasil, cursos de formação e atualização
para membros de CEUAs. MÉTODO - Avaliação das publicações
do CONCEA e necessidades apontadas em diversos encontros de
CEUAs foram tomadas por base para a presente proposta. RE-
SULTADOS - Pontos que merecem abordagem na grade mínima
dos cursos, considerando que cada um possui desdobramentos:
1) aspectos filosóficos e práticos da ética e da bioética; 2) o papel
das CEUAs; 3) legislação; 4) aspectos principais das Ciências em
Animais de Laboratório (manejo, vias de administração e sangria,
dor, analgesia, sedação e anestesia); 5) como avaliar um projeto de
pesquisa/ensino; 6) delineamento experimental; 7) 3Rs (Refina-
mento, Redução e Substituição); 8) principais métodos utilizados
em pesquisa, suas limitações e alternativas; 9) bem estar animal.
CONCLUSÃO - O treinamento para membro de CEUAs propor-
cionará uma uniformização nos procedimentos das CEUAs no país e
garantirá um mínimo de entendimento da legislação. REFERÊNCIA
- BRASIL. Lei n. 11.794, de 08 de outubro de 2008. Regulamenta o
inciso VII de parágrafo 1o do art. 225 da Constituição Federal, esta-
belecendo procedimentos para o uso científico de animais; revoga a
Lei n. 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], de 09 de outubro de
2008, Brasília, Brasil: República Federativa do Brasil.
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 69
BIOTERC – EVOLUÇÃO DO SOFTWARE PARA
GERENCIAMENTO DE BIOTÉRIOS
GIOVANNY AUGUSTO CAMACHO ANTEVERE
MAZZAROTTO1; GUILHERME FERREIRA SILVEIRA2
FELIPE GRADO SÓRIA3 KARIN GOEBEL4
E-mail: gio.mazzarotto@gmail.com 1Instituto Carlos Chagas -
Fiocruz do Paraná 2Laboratório de Virologia Molecular - Fiocruz
do Paraná 3Centro Internacional de Tecnologia de Software
4
Núcleo de Inovação Tecnológica - Fiocruz do Paraná
INTRODUÇÃO - A criação do CONCEA (Conselho Nacional
de Controle da Experimentação Animal) impulsionou a implemen-
tação de mudanças no cenário da experimentação animal no Brasil.
Com o intuito de profissionalizar a gerenciamento do biotério da
Fiocruz do Paraná, foi desenvolvido o software de gerenciamento,
chamado de BioterC (acrônimo de Biotério Controle). O BioterC
tem sido usado plenamente a partir de 2013 e tem recebido evoluções
contínuas desde o seu desenvolvimento e implementação por Maz-
zarotto & Silveira, (2013). OBJETIVO - O objetivo do presente
trabalho é de demonstrar o desenvolvimento e a evolução contínua
de um software destinado à gestão de biotérios. MÉTODOS - O
desenvolvimento do BioterC utilizou conceito de programação ori-
entada a objetos, marcação web HTML, com a inserção de scripts
utilizando lógica em PHP. O acesso ao software pode ser realizado
online, sendo possível a movimentação das informações diretamente
em navegadores web, seja em computadores, tablets ou smartfones.
RESULTADOS E CONCLUSÕES - Implantado e em pleno
funcionamento desde 2013 no Biotério do Instituto Carlos Chagas,
Fiocruz do Paraná, a ferramenta já garantiu avanços importantes à
unidade como o aumento da capacidade de registro e a diminuição
do tempo de recuperação dos dados nos processos do biotério. A
partir do seu licenciamento para o CITIS (Centro Internacional de
Tecnologia de Software) foram implementadas mudanças evoluti-
vas, culminando na versão 2 do programa. O software propiciou a
transmissão padronizada das informações sobre os regulamentos
internos do biotério e gerou acréscimo na capacidade de previsibi-
lidade no fornecimento e produção dos animais. Ademais, o uso do
BioterC reduziu o tempo necessário para a produção de relatórios
para os órgãos de controle da atividade de criação e experimentação
animal. Em linhas gerais, o BioterC tem proporcionado segurança
para a condução das rotinas de criação e de experimentação animal,
mostrando transparência e agilidade para a extração de todos os da-
dos que permeiam o criatório animal. REFERÊNCIA - Giovanny
Augusto Camacho Antevere Mazzarotto & Guilherme Ferreira
Silveira Desenvolvimento e implementação de um software livre
para o gerenciamento de um biotério brasileiro. RESBCAL, São
Paulo, v.2 n.1, pg. 61-68, 2013.
O POTENCIAL DO TEATRO COMO ESTRATÉGIA
DE DIVULGAÇÃO DA CIENCIA EM ANIMAIS DE
LABORATÓRIO
LILIAM DE A. SILVA; KÁTIA P. MARTINS; ALINE
DA C. REPOLÊZ; ANA HELENA G. DE L. FREIRE;
MARGARIDA DE J. BARBOSA RIBEIRO; CARLOS
ALBERTO S. RAIMUNDO; LUIZ CARLOS DA SILVA
JR.; THAISA MARIA B. GONÇALVES; TATIANA
KUGELMEIER
INTRODUÇÃO - O Instituto de Ciências e Tecnologia em
Biomodelos (ICTB/Fiocruz) realizou, em dezembro de 2017, a I
Feira de Ciências da unidade organizada pelo Grupo de Trabalho
em Divulgação da Ciência em Animais de Laboratório (GT-DCAL).
Entre as atividades realizadas, foi apresentada uma esquete teatral
sobre a CAL, permitindo explorar o potencial do teatro como estra-
tégia de divulgação da área, trazendo ao público questionamentos,
reflexões e discussões. OBJETIVO - Estruturar uma esquete sobre
a CAL como meio de divulgação da área de forma a despertar o
interesse do público e de promover o diálogo e a interação entre os
participantes. MÉTODOS - O trabalho contou com um grupo de
oito colaboradores responsáveis pelo roteiro, encenação, figurino e
som. O roteiro foi estruturado com base em um levantamento bibli-
ográfico, buscando suporte científico dentro da área e nas vivências
do grupo(1,2). O tema central da esquete foi o princípio dos 3Rs
(substituição, refinamento e redução) e a importância das práticas
adequadas de manejo e de promoção do bem-estar. RESULTA-
DOS - Essa primeira experiência de atividade teatral desenvolvida
com o uso de linguagem simples, humorada e científica possibilitou
a integração entre os colaboradores tanto durante suaelaboração
quanto durante a apresentação da esquete. O“fazer coletivo” do
teatro,trouxea reflexão sobre os temas abordados de forma lúdica,
essencial na promoção do debate sobre essa área controversa da ciên-
cia(3). CONCLUSÕES - Apostamos no teatro como uma estratégia
de divulgação da CAL capaz de gerar o interesse do público pela
área, minimizar conflitos, promover o trabalho coletivo e a cidada-
nia. Temos como perspectivas a continuidade desse trabalho dentro
e fora do ICTB, acrescentando o estudo de recepção do público
sobre as apresentações, de forma a avaliaressa artecomo meio de
divulgação.CEUA: não se aplica. REFERÊNCIAS - 1. Andrade A,
Pinto SC, Oliveira RS de, editors. Animais de laboratório: criação e
experimentação. Rio de Janeiro, RJ: Editora Fiocruz; 2002. 388 p.
2. Lapchik VBV, Mattaraia VG de M, Mi Ko G, editors. Cuidados
e Manejo de Animais de Laboratório. Atheneu; 2009. 708 p. 3.
Montenegro B, Freitas ALP, Magalhães PJC, Santos AA dos, Vale
MR. O papel do teatro na divulgação científica: a experiência da
seara da ciência. Educ Não-Form. 2005;57(4):31–32.
Área II 
70 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação
BIOSSEGURANÇA – IMPORTÂNCIA DA
EDUCAÇÃO CONTINUADA
VALÉRIA LIMA FABRÍCIO BORGHESI; HUGO
LEONARDO MELO DIAS; ANA KARINA FURTADO;
ANA RAQUEL ARAÚJO DA SILVA
E-mail do Autor Principal: valeria.fabricio@ufabc.edu.br
INTRODUÇÃO - Pesquisas sobre biossegurança contribuem
para esclarecer e fortalecer o aspecto da responsabilidade individual
no ambiente de trabalho como fator imprescindível à promoção da
segurança. Riscos considerados eminentes são melhor contidos
quando o profissional envolvido está apto a realizar ações eficientes
imediatas e faz uso adequado dos equipamentos de proteção dis-
ponibilizados(1). OBJETIVO – Fortalecer a necessidade de levar a
prática medidas de controle das exposições aos riscos pelos usuários
dos laboratórios durante a realização de suas atividades de maneira
mais específica. Individualizando os riscos e procedimentos a serem
adotados. MÉTODOS - Constitui-se de uma revisão da literatura
especializada disponíveis nas bases de dados, entre setembro de 2017
e abril de 2018. RESULTADOS – Nesse estudo, verificamos um
consenso de que a biossegurança deva ser abordada constantemente
de forma incisiva e objetiva para que os níveis de contenção se tor-
nem cada vez mais elevados. Pereira et al, 2012(2) observou em seu
estudo que o ensino contextualizado da biossegurança, relacionado
aos saberes prévios, pode ser uma estratégia eficaz para o desen-
volvimento de competências nas relações trabalho-saúde. Villarinho
et al, 2014(3) observa que a implantação de programas educativos,
assim como a sensibilização à mudança de comportamento tanto
dos trabalhadores como dos gestores resultou na melhoria das con-
dições de trabalhos. Em outro estudo, Briganti et al, 2015(4) afirma
que a aplicação de cursos e palestras relacionados à Biossegurança
revelou-se de grande valia para reciclagem e atuação consciente
dos colaboradores. CONCLUSÕES – A pesquisa demonstra que
a educação continuada é a uma forma de garantir a segurança nas
atividades que envolvem riscos eminentes. O colaborador deve ter
conhecimento de sua responsabilidade e do compromisso de não
comprometer a qualidade dos trabalhos realizados ou a saúde dos
animais, meio ambiente e do homem, devendo adquirir uma conduta
ética à medida que o seu comportamento coloca em situação de risco
aquele que é seu objeto de cuidado(5). A precaução deve ser tratada
como uma conexão indispensável para construção da biossegurança
e da biosseguridade, embora não seja possível prever o momento
exato de um determinado agravo, é possível avaliar o risco de sua
introdução, em tempo de serem aplicadas medidas de prevenção,
ou ações de enfrentamento de seus possíveis danos. CEUA: não se
aplica. Suporte Financeiro: não se aplica. REFERÊNCIAS - 1. Luis
Antônio Sangioni, Daniela Isabel Brayer Pereira, Fernanda Silveira
Flores Vogel, Sônia de Avila Botton. Princípios de biossegurança
aplicados aos laboratórios de ensino universitário de microbiologia
e parasitologia. Ciência Rural. 1o de janeiro de 2013;43(1):91–99.
2. Pereira ME de C, Silva PCT, Costa MAF da, Jurberg C, Borba
C de M. A importância da abordagem contextual no ensino de
biossegurança. Ciênc saúde coletiva, Ciênc saúde coletiva. junho
de 2012;17:1643–8. 3. Villarinho e Padilha - 2014 - Biosecurity
strategies of healthcare workers in th.pdf [Internet]. [citado 18
de abril de 2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/
v18n1/1414-8145-ean-18-01-0025.pdf 4. Briganti R de C, Marabini
A, Okino MHT, Algarte uiza KT, Prado S de PT. Educação continu-
ada: uma importante ferramenta em biossegurança. Bol Inst Adolfo
Lutz. 2015;20–3. 5. Maria R, Leal P, Rodrigues A, Valle C, Maria C,
Sousa M De. Adesão às medidas de biossegurança por profissionais
de saúde em situações de urgência e emergência. 2011;66–70.
 Área II
DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA EM ANIMAIS
DE LABORATÓRIO POR MEIO DE JOGO DE
DISCUSSÃO: POSICIONAMENTO DE ALUNOS DE
ENSINO MÉDIO
ALINE DA CRUZ REPOLÊZ; ETINETE NASCIMENTO
GONÇALVES; TATIANA KUGELMEIER
E-mail: aline.cruz@fiocruz.br
INTRODUÇÃO - A interação e aproximação entre sociedade
e profissionais da Ciência em Animais de Laboratório (CAL), a fim
de democratizar o debate e conhecer as opiniões e posicionamentos
acerca do tema, é fundamental e contribui para o fortalecimento da
área (1). OBJETIVO - Desenvolver uma ferramenta de divulgação
da CAL por meio de jogo de discussão e conhecer o posicionamento
de estudantes do ensino médio sobre o tema. MÉTODOS - Foi
desenvolvida uma ferramenta de jogo de cartas e tabuleiro baseada
no PlayDecide (www.playdecide.eu/), criteriosamente reformulada
quanto ao conteúdo, de acordo com a realidade brasileira, os 3Rs,
ética e legislação atual. As informações foram embasadas cientifi-
camente, buscando trazer diferentes perspectivas e vivências (1–3).
Para verificar a opinião dos jovens, foram realizados três grupos de
discussão (GD) compostos por cinco a seis alunos. Além de informar
e promover a discussão sobre vários assuntos relacionados à CAL,
a dinâmica buscou identificar os posicionamentos individuais dos
participantes em relação ao tema, no início e ao fim do jogo. Ao
final da atividade, os estudantes foram ainda incentivados a esta-
belecer um consenso quanto a um posicionamento conclusivo para
o grupo. RESULTADOS - Houve uma diversidade de escolhas
entre os posicionamentos iniciais sugeridos pelo jogo, mostrando
a complexidade de opiniões sobre o tema. Ao final da atividade
cada grupo, dotado de novas informações, optou por elaborar um
novo posicionamento, favorável ao uso de animais, porém com
ressalvas baseadas nas informações assimiladas durante o jogo.
CONCLUSÕES - Esse estudo permitiu conhecer os posiciona-
mentos dos jovens e identificar um pouco do que está por trás dos
“pré-conceitos” referentes à opinião da sociedade sobre o tema.
A estratégia adotada para divulgação da CAL com a realização
de GD, orientados por jogo, foi capaz de promover o diálogo e o
exercício da cidadania, por meio do debate democrático embasado
em informações qualificadas e a procura por um consenso. CEP:
65450417.9.0000.5241 Suporte Financeiro: Não se Aplica REFER-
ÊNCIA - 1. Neves ALC das. As controvérsias em torno da experi-
mentação animal: contribuições para divulgação científica por meio
de uma análise dialética. [São Paulo]: Universidade de São Paulo.
Faculdade de Educação, Instituto de Física, Instituto de Química e
Instituto de Biociências; 2016. 2. Arcos LM, Vigil HGV. El juego
como un elemento favorecedor al acercamiento de las ciencias: en
particular, en las actividades deficiencia recreativa. X Reunin Red
Pop Cienc Tecnol En Amrica Lat El Caribe RED POP-UNESCO IV
Taller “Ciencia Comun Soc. 2007; San Jos, Costa Rica. 3. Sajjadi P,
Van Broeckhoven F, De Troyer O. Dynamically adaptive educational
games: A new perspective. In: International Conference on Serious
Games. Springer; 2014. p. 71–76.
 Educação, Gestão de Biotérios, Ética e Legislação 71
PERSPECTIVA DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA
NO USO DE ANIMAIS EM ATIVIDADES DE
ENSINO E PESQUISA CIENTÍFICA EM UMA
INSTITUIÇÃO SUPERIOR DA ÁREA DE SAÚDE DE
VITÓRIA-ES

MARCELA SOUZA LIMA PAULO; MARESSA

CRISTIANE MALINI DE LIMA; HENRIQUE SOARES
PULCHERA; MARIA LUÍSA VALIATTI ZANOTTI;
CAIO GOMES RECO; LUIZA HANDERE LORENCINI;
DANILO NAGIB SALOMÃO PAULO

E-mail do Autor Principal: marcela.paulo@emescam.br

INTRODUÇÃO - Os animais são, tradicionalmente, vistos

pela comunidade acadêmica e científica como ferramenta de trabal-
ho. No entanto, sua utilização no processo ensino-aprendizagem, tem
suscitado questionamentos e fomentado debates públicos há mais de
um século. OBJETIVO - Analisar em uma amostra de alunos do
curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória - EMESCAM, indicadores éticos do uso de
animais no ensino e na pesquisa científica. MÉTODOS - Realizou-
se pesquisa transversal e descritiva com amostra de estudantes do 1º
ao 12º período do curso de Medicina da EMESCAM. As variáveis
foram idade, gênero, indicadores de interesse por “ética animal”
e indicadores éticos do uso de animais no ensino e na pesquisa
científica. Utilizou-se um questionário, elaborado e aplicado pelo
Google Forms. Os dados foram analisados pelo programa estatístico
SPSS. RESULTADOS - Participaram 138 estudantes, de fevereiro
a março de 2018, com idade média de 20 ± 3 anos, sendo 57,7% do
sexo masculino. 58,4% dos alunos não tiveram aula teórica e 78,1%
não tiveram aula prática sobre animais de laboratório na graduação.
79,6% dos estudantes consideram importante a utilização de animais
para fins de ensino. 78,1% concordam que na pesquisa científica,
os estudos com animais são imprescindíveis para os avanços dos
conhecimentos na área da saúde e 7,3% não têm opinião. 54,7%
dos graduandos consideram que alternativas devem ser aplicadas,
quando possível. 97,8% concordam que para uso de animais no en-
sino e na pesquisa deve-se levar em conta a aplicação de Princípios
Éticos. 95,6% afirmam haver necessidade de discussão sobre o uso
de animais. CONCLUSÕES - Os alunos de medicina levam em
consideração a utilização eticamente adequada de animais no ensino
e na pesquisa e veem necessidade de conhecimento sobre o tema
para sua formação acadêmica.

CEUA: Protocolo Nº 001/2018.

Suporte Financeiro: Financiamento próprio.

Área II 
 ÁREA III

GENÉTICA, CONTROLE SANITÁRIO E

DOENÇAS DE INTERESSE
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 75
IDENTIFICAÇÃO DE VIRAGEM TUBERCULÍNICA
EM MACACOS-DE-CHEIRO (SAIMIRI SCIUREUS)
PARA USO BIOMÉDICO
MÁRCIA CRISTINA RIBEIRO ANDRADE; LAINE
WILMA FERREIRA DO NASCIMENTO; CLÁUDIA
ANDRÉA DE ARAÚJO LOPES; LYNN BARWICK
CYSNE; MATEUS ODORICO LINHARES DO
NASCIMENTO; ANDRÉA MOREIRA PAULINO
E-mail do Autor Principal: marcia.andrade@fiocruz.br
INTRODUÇÃO - A tuberculose (TB) é a doença bacteriana
mais importante em primatas não humanos (PNH) devido à sua el-
evada capacidade de se disseminar em uma colônia de criação para
fins de estudos biomédicos. Embora sejam altamente suscetíveis
à TB, em geral, os primatas não apresentam manifestações sin-
tomáticas. A infecção por Mycobacterium tuberculosis é, na maioria
dos casos, inicialmente contida pelo sistema imune, tonando-se
latente. No entanto, a qualquer momento, a doença pode se instalar,
desencadeando a conversão ou viragem tuberculínica, que ocorre
quando o animal sem resposta anterior ao teste passa a ser reativo
ao mesmo. Tal fato inevitavelmente promove interferência nos
resultados experimentais, perdendo, assim, a credibilidade da
pesquisa. OBJETIVO - Realizar diagnóstico de TB em macacos-
de-cheiro destinados a ensaios vacinais anti-maláricos, visando
identificar potenciais indivíduos que possam ter sofrido viragem
tuberculínica no decorrer do processo de adaptação, desde a criação
até o seu fornecimento para a área da experimentação. MÉTO-
DOS - Após a fase de adaptação no novo macroambiente e antes
de dar início aos estudos imunológicos de malária, 31 animais
foram submetidos a um manejo médico completo, incluindo o teste
tuberculínico intradérmico na região palpebral e swab oral para o
teste rápido molecular GeneXpert MTB/RIF para diagnóstico da
TB. RESULTADOS - Dos 31 exames anteriormente negativos
para TB, foram identificados 9 animais positivos, que sofreram vi-
ragem tuberculínica, tendo sido imediatente submetidos à eutanásia.
CONCLUSÕES - O programa de controle sanitário dos animais
é de extrema importância para a realização de uma pesquisa de
qualidade e com resultados confiáveis. Em função da presença de
uma suposta “janela imunológica”, onde o animal pode apresentar
resultados falso-negativos para TB, é imperioso refazer os exames
tuberculínicos em primatas, antes de se iniciar os procedimentos
experimentais aos quais serão submetidos.
CEUA: LW-6/16.
Suporte Financeiro: Fiocruz
INFECÇÃO EXPERIMENTAL EM CAMUNDONGO
SWISS COM CERCÁRIAS DE SCHISTOSOMA
MANSONI (CEPA LE): UMA DESCRIÇÃO DO
MÉTODO
CARLOS RALPH BATISTA LINS, JULIANA CARLA
SERAFIM DA SILVA, SARAH DE SOUZA LACERDA,
FÁBIO LOPES DE MELO
INTRODUÇÃO - Os camundongos são mamíferos sensíveis
à infecção pelo Schistosoma mansoni, por isso têm sido considera-
dos, por parte de vários autores, o melhor animal de laboratório,
dentre os de pequeno porte, para a realização de pesquisas na
esquistossomose experimental. O S. mansoni possui um ciclo de
vida complexo e tem a cercária como a forma infectante ao homem.
OBJETIVO - Assim, objetiva-se descrever os procedimentos para
infecção de camundongos Swiss com cercárias de S. mansoni (cepa
LE) para estudos experimentais da esquistossomose mansônica.
METODOLOGIA - Foram utilizados 128 camundongos, com
cerca de 4 semanas de idade, para infecção por contato direto
transcutâneo, em uma suspensão aquosa contendo aproximada-
mente 80 cercárias. O procedimento foi realizado por equipe do
Departamento de parasitologia do Instituto Aggeu Magalhães,
FIOCRUZ/PE. O preparo da suspensão de cercárias foi realizado
com a exposição dos caramujos Biomphalaria glabrata à luz, por
uma hora, em recipiente com água destilada. O número estimado
de cercárias foi obtido através da contagem destas em placas de
kline, em estereoscópio. Para infecção, os camundongos foram
inseridos em frascos contentores, de aproximadamente 12 cm de
altura e 6 cm de diâmetro. Os mesmos possuem tampa rosqueada
contendo orifícios para circulação de ar. Os frascos continham
aproximadamente 2ml de suspensão, com cerca de 80 cercárias.
Estes, foram expostos a luz, por uma hora. Após esse período, os
frascos foram abertos e posicionados para dentro das gaiolas de
animais, para desalojamento espontâneo. Para o controle do sucesso
deste procedimento, a partir do 30º dia da infecção, a cada 8 dias,
foram coletadas fezes expelidas espontaneamente, para pesquisa
parasitológica, pelo método Kato Katz. RESULTADOS - No 46º
dia pós infecção foram identificados ovos de S. mansoni em 90%
dos animais infectados. CONCLUSÃO - Com isso, concluímos
que o método descrito de infecção dos camundongos Swiss, com
cercárias de S. mansoni, possui alta eficiência e baixa invasividade.
Palavras-chaves: camundongo Swiss, infecção, Schistosoma
mansoni.
CEUA: 97/2016.
Área III 
76 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
MATERNAL SEPARATION ALTERS BEHAVIOR
AND PROMOTES MELANOMA DEVELOPMENT
BY AFFECTING THE MECHANISMS OF CELL
PROLIFERATION AND APOPTOSIS
FRANCISCO STEFÂNIO BARRETO; WESLEY
LYEVERTON CORREIA RIBEIRO; CAREN
NÁDIA SOARES DE SOUSA; GERMANA SILVA
VASCONCELOS; INGRIDY DA SILVA MEDEIROS;
BRUNO COELHO CAVALCANTI; PAULO
GOBERLÂNIO DE BARROS SILVA; ANA PAULA
NEGREIROS NUNES; MANOEL ODORICO DE
MORAES FILHO; DANIELLE SILVEIRA MACÊDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
E-mail: stefaniobarreto@gmail.com
INTRODUCTION - The maternal separation (MS) is a stress-
ful traumatic event that promotes hyperactivity of hypothalamus-
pituitary-adrenal axis and sympathetic system, resulting in a release
of hormones with negative functions on the immune system. Thus,
there may be a greater predisposition for the development of cancers.
PURPOSE - The aim of the present study was to understand how
MS affects the cancer development in adult mice using the murine
model of melanoma. METHODOLOGY - C57BL/6 mice were
mated and the pregnant were accompanied by 19-21 days. The MS
(1 h/day) started 24 h after the birth of the litters, being performed
for 13 consecutive days. At 60 days of life, the females went through
behavior evaluation (open field and tail suspension tests). After that,
they were divided into the groups: Control (C), C+Tumor (T), MS,
and MS+T. The females of the groups C+T and MS+T were inocu-
lated (2.5x104 cells/0,3 mL) with melanoma cells B16F10 in axillary
region of the left front paw. The weight evolution was followed up
for 25 days, and at the end of this period, the tumor volume was
measured with pachymeter. After that, the animals were euthanized
by decapitation and tumor was collected for immunohistochemistry.
RESULTS - The MS did not affect the locomotor capacity of the
animals, however, induced a behavior like depression observed by
increasing immobility time in the tail suspension test. The tumor,
with malignant appearance, increased considerably in size (2.5x)
due to MS. There were no differences among the groups regarding
the weight of the animals. Finally, the tumor of the group MS+T
presented resistance to apoptosis and increased of the cellular prolif-
eration when compared with C+T group. CONCLUSION - The MS
produced permanent pathophysiological changes that culminated in
high tumor growth kinetics in the adult female of C57BL/6 mice.
 Área III
EVALUATION OF THE CELLULAR LINE MDA-
MB-231 (ATCC HTB-26 MAMMARY GLAND)
GROWTH IN NLAE:NIH(S) FOX1NU MICE
RESASCO A. 2, MASCHI F.2, CARRANZA A.2,
LEÓN I.E.1, VERCELLINI C.2, LABORDE J.2,
CARRIQUIRIBORDE M. 2, GENTIL F.2, PRINCIPI G.2,
MILOCCO S.2, CAGLIADA P.2, AYALA M.2,
CARBONE C.2
Cátedra de Bioquímica Patológica, Facultad de Ciencias
1
Exactas, UNLP 2Laboratorio de animales de experimentación,
Facultad de Ciencias Veterinarias, UNLP.
Email: ccarbone@fcv.unlp.edu.ar
INTRODUCTION - One of the emerging issues within the
science of laboratory animals is the development of animal models
to reproduce human diseases that serve to carry out studies of their
prevention and treatment. In oncology, mice continue to be used
to study the processes of tumor growth, metastasis and antitumor
therapies. In 1962 an immunodeficient mice stock N:NIH(S)-nu was
obtained and allowed tumors from other species in vivo studies (1,2).
In the LAE it is maintained since 1996 the stock NLAE:NIH(S)
Fox1nu. Breast cancer is of high prevalence and represents the
second cause of death in women in the world. The cellular line MDA-
MB-231 derives from a pleural effusion of a woman with metastatic
breast cancer (2). OBJECTIVE - The objective of this work was to
generate an animal model for the study of chemotherapeutic drugs
antitumor capacity. METHODS - This study has been approved
by the IACUC FCV UNLP under the code 57-1-16P. In order to
determine the best ratio of cells / growth and tumor development
35 NLAE:NIH(S) Fox1nu female mice were inoculated with dif-
ferent amounts of tumor cells.RESULTS - Mice inoculated with
2x105 and 4x105 cells/animal did not show tumor growth in 90
days, in those inoculated with 1x106 and 2x106 cells/animal tumor
developed was observed within 30 days. Three successful transfers
were performed. CONCLUSION - The line MDA-MB-231grows
and could be maintained in NLAE:NIH(S) Fox1nu female mice and
allowed to establish a murine model for research on breast cancer.
1. Carbone C, Maschi F. El ratón nude (nu/nu) como modelo animal
de inmunodeficiencia. Revista QuímicaViva 2006; Número 1, Año
5. 2. Mohseny AB, Machado I, Yongping Cai Y Schaefer K, Serra
M, Pancras CW Hogendoorn1, Llombart-Bosch A, Cleton-Jansen
A.M, Laboratory Investigation (2011) 91, 1195–1205.
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 77
EFEITOS DA FOTOSSENSIBILIZAÇÃO DA
MELANINA POR LUZ VISÍVEL NA PELE DE
CAMUNDONGOS C57BL/6 CONTROLE E
MELANOMA INDUZIDOS
PEDRO BARROS HAUSSMANN; RAUL EDMO
TEIXEIRA AMITI; ISABELLA FAVARATO BENEDITO,
GABRIELA STEFENONI COSTA, VIDA EMANUELE
DE DEUS ROSA; MAURICIO LAWRENCE FREITAS;
MAURICIO DA SILVA BAPTISTA, ORLANDO
CHIARELLI NETO*
*E-mail: orlandobqi@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO - Luz visível é uma radiação eletromagnética
na faixa de 400 a 700nm que fotossensibiliza a melanina, gera
espécies reativas de oxigênio (EROs) e danifica biomoléculas. Foi
demonstrado pelo ensaio MTT que a luz visível (532 nm) causa
morte em 30% de células B16F10 super pigmentadas devido as
EROs geradas pela fotossensibilização da melanina do tumor. OB-
JETIVO - O foco aqui foi verificar os efeitos da fotossensibilização
da melanina em tumores induzidos em camundongos C57BL/6 como
proposta de fototerapia para melanoma. METODOLOGIA - Quatro
grupos de camundongos G1, G2, G3, G4 (8 animais cada) foram
divididos entre C- escuro; C-irradiados; C+DMBA 2%; C+DMBA
2% e irradiados respectivamente. As medidas dos tumores e as doses
de luz em irradiador home made (36J/cm2) foram realizadas em in-
tervalos de 7 dias. Após sete semanas, foi coletado amostras da pele
(xilocaína 2%) de todos os grupos para análise histopatológica. A
pigmentação foi quantificada pelo programa ImageJ e o tamanho dos
tumores C+ e C+ irradiados foram quantificados com paquímetro.
Análise estatística foi realizada em programa Origin 7.0 a p<0,05.
RESULTADOS - Após as irradiações, G2 apresentou pigmentação
inicial mas sem alterações histológicas e imunológicas mostrando
que há uma sugestiva modulação celular. Nos grupos G3 e G4, ocor-
reu a inducação de melanoma. G3 apresentou aumento do tamanho
dos tumores e G4 diminuiu em 30%. A histopatologia em G3 mostrou
presença de melanócitos atípicos reativos preservados em meio
a pigmentação residual comparado com G4 que mostrou apenas
pigmentação residual. Análises de Imunofluorescência e Reação a
Polimerase em Cadeia (PCR) serão realizados para confirmações.
CONCLUSÃO - Os resultados sugerem uma possível fototerapia
para melanoma apesar da necessidade de um estudo a longo prazo
para posterior testes clínicos em seres humanos.
CEUA: 250991 - UNESC.
Suporte Financeiro: FAPES e UNESC.
HEALTH MONITORING OF ZEBRAFISH
VENTURA, B., 1BORTOLATTO, J., 1CRUZ, R.J.,
1
GARIBALDI, M., GODOY, C.M, 2SILVA,C.C., 2FRADE
1
COSTA, E.M., 1CHAMMAS,R.
1
Laboratory of Genetic and Health Monitoring of Faculty of
Medicine, University of São Paulo, São Paulo, SP 2Department
of Endocrinology, Faculty of Medicine, University of São Paulo,
São Paulo, SP
E-mail: bianca.ventura@fm.usp.br
INTRODUCTION - Research benefits from Zebrafish health
monitoring (Danio rerio) is important to detect the presence of patho-
gens that could lead to diseases and even death of the whole system.
In this study, we developed different assays for a health monitoring
screen to find the most important pathogens that affects zebrafish
health. OBJECTIVE - We proposed a health-monitoring pro-
gram, including choice of agents, testing tissues and water sample,
available testing methodologies, housing and husbandry, sentinel
program, quarantine, and our own method for reporting results.
METHODS AND RESULTS - We developed a technic to identify-
ing Aeromonas hydrophila and the subtypes of Mycobacterium (M.
abscessus M. avium, M. chelonae, M. fortuitum, M. haemophilim,
M. marinum and M. peregrinum) in our system using muscle and
water sample by PCR (polymerase chain reaction) and sequencing.
The PCR methodologies was efficient to identifying Edwardsiella
ictaluri in muscle, gills and swim bladder. The Pseudoloma neuro-
philia was screened in water, brain and spinal cord by PCR assay.
The Pseudocapilaria tomentosa was standardized by sugar saturated
solution and wet mount preparation of intestinal smear. We also iden-
tifying Pseudomonas aeruginosa and P. fluorescens in water sample
custom culture. The phatogens, Flavobacterium columnare and
Pleitophora hyphessobryconis by PCR. Ichthyophthirius multifiliis
by optical microscopy. CONCLUSION - Summarizing, we showed
that we have an efficient approach to analyze the zebrafish health in
our system, and ensure that they have a better quality of life, safe
interpretation of our research and no interference of environmental
issues. We are available upon request to screening your system.
CEUA: 098/11
Financial support: Diretoria técnica de apoio ao ensino e
pesquisa da faculdade de medicina da USP, DTAPEP.
Área III 
 78 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
EVALUATION OF THE LEPORINE MODEL
OF DOXORUBICIN-INDUCED DILATED
CARDIOMYOPATHY
ANA PAULA ARAUJO COSTA BRUNA DANTAS 1
MATOS2 PRISCILLA REGINA NASCIUTTI1 ROGÉRIO
VIEIRA DA SILVA1 NAYARA GONÇALVES MELO2
GABRIEL MORENO MATOS DE ANDRADE2 THAIZ
KRAWCZYK SANTOS2 ALINE TAVARES MORAIS2
ROSÂNGELA DE OLIVEIRA ALVES CARVALHO2
Veterinário autônomo 2Universidade Federal de Goiás
1 1
E-mail: hananinha@gmail.com
INTRODUCTION - Dilated cardiomyopathy (DCM), a disease
that is considered to be the major cause of cardiac transplantation in
humans, is a disease with high morbidity and mortality1-4 and there-
fore is the focus of several clinical trials seeking new treatment alter-
natives. Doxorubicin-induced DCM is the most widely used model
in the leporin species, with different protocols established for the
species, which evaluate the drug’s cardiotoxicity, without, however,
evaluating the species as a model of study5-7. METHODS - With this
in mind, DCM was induced in twenty New Zealand rabbits, using
the dose of 1mg / kg / IV of doxorubicin, twice a week for 30 days
and then weekly, until the animals had a shortening fraction <25%
at echocardiographic examination, configuring systolic dysfunction.
This study obeyed the precepts of the SBCAL and was approved
by the Ethics Committee on the Use of Animals of the UFG under
protocol number 006/14. RESULTS - During the induction period,
35% of the animals died before the 30th day, with cardiac dilatation
and gastric abnormalities being observed at macroscopic evaluation.
The echocardiographic examination showed an increase in the left
ventricle internal diameter from the 30th day, but the systolic dys-
function was reached at different times. Three animals developed
with 45 days, 60 days and 67 days of induction, respectively, four
developed with 75 days and four with 90 days. Two others developed
on the 105th day of the protocol. CONCLUSION - It is concluded
that the doxorubicin-induced DCM reaches the goal as a model to
study the disease and its consequences, since it induces systolic
dysfunction with left ventricular dilatation. However, the response
to doxorubicin cardiotoxicity is individual among animals of the
same species, which makes the time for induction of DCM to be
inaccurate, poorly standardized and the occurrence of multisystemic
toxicity contributes to the high mortality rate. REFERENCES - 1.
Sanbe A. Cardiomyopathy: a disease of the myocardium. Biol.
Pharm. Bull. 2013;36(1):18-22. 2. Sisakian, H. Cardiomyopathies:
evolution of pathogeneses concepts and potencial for new therapies.
Word J Cariol 2014 June; 6(6): 478-494. 3. Nonaka M, Morimoto S,
Murayama T, Kurebayashi N, Li L, Wang Y, Arioka M, Yoshihara
T, Takahashi-Yanaga F, Sasaguri T. Stage-dependent benefits and
risks of pimobendan in genetic dilated cardiomyopathy mice with
progressive heart failure. Br J Pharmacol 2015; 172(9):2369-82. 4.
Simpson S, Edwards J, Ferguson-Mignan TFN, Cobb M, Mongan
NP, Rutland C. Genetics of human and canine dilated cardiomy-
opathy. Int J Genomics. 2015: 13 pages. 5. Klimtová I, Simunek T,
Mazurová Y, Hrdina R, Gersl V, Adamcová M. Comparative study
of chronic toxic effects of daunorubicin and doxorubicin in rabbits.
Hum Exp Toxicol 2002, 21:649-657. 6. Gava FN, Zacché E, Ortiz
EMG, Champion T, Bandarra MB, Vasconcelos RO, Barbosa JC,
Camacho AA. Doxorubicin induced dilated cardiomyopathy in a
rabbit model: An update. Res Vet Sci 2013; 94:115-121. 7. Talavera
J, Giraldo A, Fernandez-Del-Palacio MJ, Garcia-Nicolas O, Seva
J, Brooks G, Moraleda JM. An upgrade on the rabbit model of
anthracycline-induced cardiomyopathy: shorter protocol, reduced
mortality, and higher incidence of overt dilated cardiomyopathy.
Biomed Res Int 2015; 2015:13p.
 Área III
MICROBIOTA ENCONTRADA NA COLÔNIA DE
CAMUNDONGOS BALB/CJ DO ICTB/FIOCRUZ
ALICE AURORA BATALHA DE JESUS1, LILIAN
GONÇALVES DE CARVALHO1, SIMONE RAMOS1,
ALINE APARECIDA DA SILVA CARDOSO1, ALINE
DOS SANTOS ARAÚJO DE OLIVEIRA1, LUIZ
RICARDO BERBERT1, GLADYS CORREIA1, ROBSON
LAROCA1, VANESSA BORGES MORGADO1, KLENA
SARGES MARRUAZ DA SILVA1
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos/FIOCRUZ, Rio
de Janeiro, Brasil.
INTRODUÇÃO - A instalação de criação de roedores e
lagomorfos do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos
(ICTB) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) cria 41 linhagens
de camundongos destinadas a pesquisas biomédicas e controle de
qualidade de fármacos e vacinas. Uma das linhagens inbreds utili-
zadas para estudos em imunologia, particularmente em pesquisas
relacionadas a tumores mamários, é a BALB/cJ, que possui uma
colônia com aproximadamente 115 animais. Trimestralmente é
realizado monitoramento sanitário de todas colônias do ICTB, o
que inclui exame microbiológico de amostras de traqueia, pulmão
e intestinos. Ao observar os resultados de microrganismos encon-
trados em camundongos, notamos que camundongos BALB/cJ
apresentam um painel de microrganismos diferente do encontrado
nas demais linhagens. OBJETIVOS - Identificar os microrganis-
mos que ocorrem em camundongos BALB/cJ criados no ICTB/
FIOCRUZ. MÉTODOS - Em janeiro de 2018 foram enviados 10
camundongos BALB/cJ (correspondente a 9% da população) para
monitoramento sanitário, sendo realizado exame microbiológico
em amostras de traqueia e fezes colhidas pela anatomopatologia.
RESULTADOS - Em 9 amostras (90%) foi identificada Escherichia
coli nas fezes e traqueia, em 7 amostras (70%) da traqueia foram
identificados Streptococcus sanguinis e Bacilos Gram-negativos
não fermentadores, e Staphylococcus sciuri em 3 amostras (30%)
da traqueia. CONCLUSÕES - O monitoramento sanitário com
observação às bactérias não citadas pela lista recomendada pela
FELASA1 é tão importante quanto a observação das bactérias de
monitoramento obrigatório, pois possibilita investigar a ocorrência
de doenças na colônia por outros microrganismos que não os cita-
dos na lista. Mesmo bactérias consideradas não patogênicas para
camundongos, como as encontradas no estudo, podem vir a causar
doenças dependendo da cepa encontrada. Embora Escherichia
coli seja considerada uma bactéria comensal, tanto em animais
quanto em humanos2, assim como Staphylococcus sciuri, estas
possuem algumas cepas com potencial patogênico. Em adição, o
conhecimento do painel de microrganismos encontrado é importante
informação aos usuários da linhagem. REFERÊNCIAS - 1. Con-
venor MM, Berard M, Feinstein R, Gallagher A, Illgen-Wilcke B,
Pritchett-Corning K et al. FELASA recommendations for the health
monitoring of mouse, rat, hamster, guinea pig and rabbit colonies
in breeding and experimental units. FELASA working group on
revision of guidelines for health monitoring of rodents and rabbits.
Lab Anim. 2014 Feb 4; 48(3): 178–192. 2. Belanger L, Garenaux
A, Harel J, Boulianne M, Nadeau E, Dozois CM. Escherichia coli
from animal reservoirs as potential source of human extraintestinal
pathogenic E. Coli . FEMS Immunol Med Microbiol. 2011;62:1–10.
3. Nemeghaire S, Argudín MA, Feßler AT, Hauschild T, Schwarz S,
Butaye P. The ecological importance of the Staphylococcus sciuri
species group as a reservoir for resistance and virulence genes. Vet
Microbiol. 2014 Jul 16; 171(3-4): 342–356.
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 79
AVALIAÇÃO DE UM NOVO MÉTODO
ALTERNATIVO PARA EXAME PARASITOLÓGICO
EM CAMUNDONGOS C57BL/6, NATURALMENTE
INFECTADOS POR SYPHACIA MURIS
DANIELLE CRISTINA GOMES CHAGAS1*; JULIANE
PEREIRA AFONSO1; ANDERSON DOMINGOS SILVA1;
DOROTY NUNES SANTANA; CLÁUDIO ROMERO
FARIAS MARINHO1; SILVIA BEATRIZ BOSCARDIN1
1
Biotério de Criação e Experimentação, Departamento de
Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de
São Paulo. bioterioparasitologia@gmail.com
INTRODUÇÃO - Infecções por Syphacia sp são comuns em
instalações para animais de laboratório. Mesmo não patogênicas as
infecções podem prejudicar a resposta humoral, e induzir o apareci-
mento do prolapso retal, quando em infecções mais graves. Entre as
técnicas diagnósticas, estão a fita gomada, de baixa sensibilidade, e
flutuação, utilizando solução concentrada de cloreto de sódio que
em alguns casos pode ocasionar modificações na morfologia dos
ovos. Sendo assim, em ambas as técnicas, existe a possibilidade da
geração de resultados falsos negativos. OBJETIVOS - Por isso
neste estudo avaliamos o uso de uma nova solução na detecção e
conservação de ovos de Syphacia sp diretamente nas fezes. E com-
pararmos as taxas de infecção entre animais com e sem prolapso
retal. METODOLOGIA - C57BL/6, com 5 a 8 semanas, foram
analisados pelo o teste de fita gomada, antes da coleta de fezes. Ante
e post mortem para a utilização no exame de flutuação. Os grânulos
fecais foram macerados em solução conservante e em solução satu-
rada de cloreto de sódio. RESULTADOS - As amostras da solução
conservante apresentaram um aumento de 8,8% na taxa de detecção
da infecção quando comparadas as amostras tratadas com solução
de cloreto de sódio. Pelo teste de fita gomada a taxa de infecção em
animais sem prolapso retal foi 20 % menor quando comparada com
a taxa de infecção em animais com prolapso retal. Mesmo que a
taxa real de infecção fosse de 100%. Houve detecção do parasito em
ambas as soluções de flutuação, no entanto as tratadas com solução
conservante apresentaram melhores resultados quanto a taxa de
detecção e não observamos mudanças morfológicas nos ovos, o que
pode ocorrer com a solução de cloreto de sódio. CONCLUSÃO -
Assim a nova solução é uma alternativa segura na identificação de
infestações por Syphacia sp sem que haja necessidade de sacrifício
dos animais.
CEUA: 019/03.
Auxílio Financeiro: GRANJA RG – ME
EXPRESSÃO DO RECEPTOR DE GRELINA
(GHSR1A) NO HIPOTÁLAMO DE BEZERROS
SUBMETIDO A DIFERENTES MANEJO
ALIMENTARES
ROSIANE FRANCISCO BRITO; REGINALDO
NASSAR FERREIRA; CARLOS HENRIQUE DE
CASTRO; GILIANA ZEFERINO LEAL MENDES;
LARISSA MATUDA MACEDO; MAGNER JOSÉ
EVANGELISTA FILHO; MARCELO IAGO
RODRIGUES SOUSA; LUIS FERNANDO CAXIETA;
DIEGO BASILE COLUGNATI
E-mail: roseanbrito@hotmail.com
INTRODUÇÃO - A grelina, se liga ao seu GHS-R1a, no núcleo
arqueado do hipotálamo1. Em condições de restrição alimentar as
concentrações plasmáticas de grelina são aumentadas2. A restrição
alimentar associada à suplementação com hidróxi análogo de me-
tionina (HMTBA) pode exibir melhoras no desempenho animal, pois
a metionina é limitante para o adequado desempenho de bezerros
leiteiros3. OBJETIVO - Avaliar o efeito da restrição de leite e da
suplementação ou não com HMTBA sobre a expressão do GHSR1a
no hipotálamo de bezerros mestiços holandeses, com idade entre
1 e 15 dias, com peso médio de 36,8kg, em 2 período de 21 dias.
MÉTODOS – Os bezerros foram distribuídos em DIC, em 3 trata-
mentos, 7 repetições. O Controle: 6L de leite/dia no Período 1 (1ºP)
e 6L de leite/dia no Período 2 (2ºP); RES + HMTBA (restrição de
leite): 3L de l/dia no 1ºP e 6L de leite/dia no 2º P acrescido de 4g
de HMTBA (Mintrex Zn™) em ambos períodos; RES (restrição de
leite): 3L de leite/dia no P1 e 6L de leite/dia no P2. O concentrado e
feno foram fornecidos à vontade. Os animais foram abatidos, logo
coletou-se fragmentos do hipotálamo que foram utilizados para téc-
nica de Western Blotting conforme4. As membranas do hipotálamo
foram incubadas com anticorpo primário Ant-Ghrelina receptor
antibody (1:1000, BIOSS Antibodies, USA) e secundário anti-rabbit
IgG (1:2000, Cell Signaling Technology, USA). RESULTADOS –
Não houve diferença estatística para expressão do GHSR1a entre
os grupos avaliados, atribui-se aos pesos finais que foram iguais.
5Observou que o peso corporal interfere na expressão do GHS-R,
possivelmente por ocorrer mecanismo adaptativo para aumentar a
capacidade de resposta à grelina. CONCLUSÕES – A restrição de
leite seguida de realimentação suplementada ou não com HMTBA
ocasionou pesos finais semelhantes e por isso não alterou a expressão
do GHSR1A no hipotálamo dos bezerros. REFERÊNCIAS - 1
Kojima M; Kangawa K. Ghrelin: structure and function. Physiol,
Rev. 2005, 85(2):495-522. 2 Kowalski LH, et al. Leptina e grelina
na produção de ruminantes. Rev. de Ciências Agrárias, vol. 37, nº
4, Lisboa dez. 2014. 3 Li H, Diao QY, Zhang NF, Fan ZY. Growth,
nutrient utilization and amino acid digestibility of dairy calves fed
milk replacers containing different amounts of protein in the pre-
ruminant period. Asian-Austria Journal Animal Science, Adelaide,
v. 21, p. 1151-1158, 2008. 4 Macedo, LM et al. Cradioprotective
effects of diminazene aceturate in pressure-overloaded rat hearts.
Life Sciences, Vol. 155, 63-69, 2016. 5 Kurose Y, et al. Changes
in expression of the genes for the leptin receptor and the growth
hormone-releasingpeptide/ghrelin receptor in the hypothalamic
arcuate nucleus with long term manipulation of adiposity by dietary
means. J. Neuroendocrinol. 2005, 17:331 – 340.15929739.
CEUA: 028/15.
Área III 
80 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
BRASILIAN HPFH -195 IN THE SICKLE CELL
MOUSE TRAIT
ANA PAULA GIMENES; CARLA F FRANCO-
PENTEADO; CAROLINA LANARO; FERNANDO
FERREIRA COSTA; MARCUS A F CORAT
E-mail: agimenes@unicamp.br
INTRODUCTION - In recent decades, studies have shown
that increased HbF (fetal hemoglobin) levels play an important
role in improving the symptoms of patients with sickle cell disease
(SCD). Our group made a transgenic mice model with Brazilian
hereditary persistence of HbF (HPFH) regarding -195 human muta-
tion. Besides, the Berkeley mouse is an important strain used for
studies SCD with severe form (Berk-SCM). Thereby, joining the
genetic characteristic of SCD and HPFH from both strains would
bring the opportunity to have a mouse model with SCD trait and
HPFH in the same genome that could be used to study behavior of
HPFH -195 present in a SCD trait background. AIM - The goals
of this study were to combine the genetic features of models above
cited to create a new model for studies of sickle cell disease with
persistent expression of HbF. METHODS - We crossed both strain
to obtain the F1 and then we made subsequent backcross mates with
Berk-SCM male aiming to achieve the desired animal background:
knocked out mouse α and β chains and presence of two trangenesis,
i.e. Tg1-Human α and βS chains and Tg2- Human mutation HPFH
-195 and β chain (-/- -/- Tg1 Tg2). Subsequently, we analyzed the
animal´s pathological features: Genetic Profile, High Performance
Liquid Chromatography (HPLC), Red Cell Count (RCC), and
Histopathological Analysis. RESULTS - After 3-backcross genera-
tion, we got a humanized animal model with sickle cell trait and
concomitant expression of persistent HbF, which we denominated
as B-HPFH/SCM mouse. As expected, this model showed persis-
tent presence of HbF after birth, and ameliorated histopathological
changes compared to SCM. CONCLUSION - We have created a
new model for SCD studies with a potential use in studies regard-
ing HbF. What may bring better understanding about the behavior
between trait of sickle cell and HPFH.
CEUA: 2277-1
Suporte Financeiro: CEMIB-Unicamp, FAPESP.
 Área III
REPRODUÇÃO ASSISTIDA E A REDERIVAÇÃO
DE LINHAGENS MURINAS EM CENTROS DE
BIOTERISMO
JÉSSICA MARIA INÁCIO, ANDRÉIA RUIS SALGADO,
LUIZ AUGUSTO CORRÊA PASSOS
E-mail do Autor Principal: madoenho@unicamp.br
INTRODUÇÃO - De maneira geral, a Reprodução Assistida é
um conjunto de técnicas utilizadas na medicina reprodutiva, com o
propósito de auxiliar casais com dificuldades na concepção. É co-
mum esses modelos apresentarem perdas reprodutivas e dificuldades
para sua criação e manutenção. Assim sendo, diferentes metodo-
logias de Reprodução Assistida, podem ser aplicadas, tais como o
transplante de ovários, a fertilização in vitro (FIV) e o implante de
embriões nas questões reprodutivas; e o congelamento de embriões,
gametas e tecido ovariano, para a preservação das linhagens. O
presente trabalho empregou o implante de embriões e o transplante
ovariano como suporte à reprodução destes animais. OBJETIVO
- Avaliar a viabilidade das técnicas de Reprodução Assistida como
alternativa para a restauração das funções reprodutivas em fêmeas
com baixo desempenho reprodutivo, bem como auxiliar linhagens
a se reproduzirem nos casos de infertilidade ou de fenótipos que
comprometam a reprodução. MÉTODOS - Para elaboração deste
trabalho foram utilizadas 21 fêmeas da linhagem B6C-F1 como
receptoras e 22 fêmeas da linhagem C57BL/6 utilizadas como
doadoras de embriões e de ovários. O implante de embriões neces-
sita de algumas etapas básicas indispensáveis para a sua realização.
Entre elas destacam-se: Preparo de meios: Coleta (PB-1 e M2) e
Cultivo (Whiten); Preparo de machos vasectomizados; Preparo da
fêmea doadora (superovulação); Coleta de embriões; Análise inicial
dos embriões coletados (morfologia, integridade da zona pelúcida e
blastômeros de volume compatível ao estágio de desenvolvimento);
Implante dos embriões a fresco ou congelado. RESULTADOS – Das
22 fêmeas doadoras de embriões que foram submetidas à superovu-
lação, obteve-se um total de 449 embriões representando uma média
de 19 embriões por fêmea. Do total obtido, 127 embriões foram
implantados em 11 fêmeas receptoras; 240 embriões foram conge-
lados e 82 embriões foram utilizados para cultivo, a fim de verificar
as condições dos meios com o equilíbrio das condições de ambiente
promovidas pela estufa de CO2 e a qualidade dos embriões. Dos
embriões cultivados, 61 chegaram ao estágio de blastocisto, desen-
volvimento máximo atingido em estufa, demonstrando assim uma
taxa de sucesso de 74,4%. O implante dos embriões foi realizado em
11 fêmeas receptoras com uma média de 10 a 12 embriões por fêmea.
Foi constatada a prenhes em 6 fêmeas que conceberam um total de
40 filhotes, com uma média de 6,6 ± 1,7 filhotes por fêmea e uma
taxa de sucesso no implante de 54,5%. O transplante ovariano re-
alizado nas 10 fêmeas possibilitou os seguintes resultados: 7 fêmeas
conceberam e tiveram uma média de 5,2 ± 1,8 filhotes por fêmea,
demonstrando que o procedimento foi eficiente, e teve uma taxa de
sucesso de 70%. CONCLUSÕES - 1. O implante de embriões e a
transferência ovariana restabeleceram a capacidade reprodutiva dos
animais em níveis praticamente normais. 2. O tamanho médio da
ninhada (índice de produção), não revelou diferenças significativas
após o implante de embriões e a transferência ovariana. 3. O teste
molecular empregado foi o mesmo utilizado nas rotinas do Labo-
ratório de Controle Genético do CEMIB / UNICAMP e validou a
técnica comprovando sua eficiência.
CEUA: 2667-1.
Suporte Financeiro: Educorp, AFPU.
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 81
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE TRÊS
IMPORTANTES VÍRUS NA INSTALAÇÃO DE
ANIMAIS DE CRIAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO DO
DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA DA USP
DANIELLE CRISTINA GOMES CHAGAS1*; JULIANE
PEREIRA AFONSO1; ANDERSON DOMINGOS SILVA1;
DOROTY NUNES DA SILVA1; CLÁUDIO ROMERO
FARIAS MARINHO1; SILVIA BEATRIZ BOSCARDIN1,
MARLOS CORTEZ2
1
Biotério de Criação e Experimentação, Departamento de
Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade
de São Paulo. bioterioparasitologia@gmail.com. 2 Lab Research
Brasil e Immuno American.
INTRODUÇÃO - As infecções por Norovírus, MHV e Min-
ute vírus são considerados as mais prevalentes e recorrentes em
instalações de animais de laboratório, no entanto sua presença pode
levar a interferências nos resultados experimentais modulando a
resposta imune. OBJETIVO - O objetivo do presente estudo é
avaliar a prevalência destes vírus e validar a aplicação de kits de
ensaio imunoenzimático (EIA ou ELISA), da marca XpressBio e
adicionalmente correlacionar os resultados do EIA com o perfil
lipídico (Colesterol). METODOLOGIA - Neste estudo, foram
utilizados 20 camundongos (10 machos e 10 fêmeas) de 8 a 12
semanas das linhagens C57BL/6 e AG129 criados no Biotério de
Criação do Departamento de Parasitologia (ICB II), da Universidade
de São Paulo (USP). O ensaio enzimático foi realizado com soro
dos animais, de acordo com o manual do fabricante (XpressBio), as
análises lipídicas foram realizadas com sangue total em equipamento
automatizado portátil. RESULTADOS - A análise virológica mos-
trou que todos os animais da linhagem AG129 foram negativas para
Minute vírus e MHV, no entanto 100% das amostras foram positivas
para Norovírus. Quanto a linhagem C57BL/6, 30% foram positivas
para Norovírus, nenhuma amostra foi positiva para Minute vírus e
40% positivas para MHV sendo que todas eram fêmeas. Quanto
ao perfil lipídico o colesterol esteve entre 162,5 +/- 3,5 ml/dl para
C57BL/6 e 161,4 +/- 3,4 para AG129, corroborando com o padrão
de normalidade para cada linhagem. CONCLUSÃO - Conclui-se
que os kits de EIA mostraram resultados reprodutíveis e com boa
sensibilidade considerando os resultados anteriores. Além disso,
com a obtenção dos resultados em poucas horas, pode-se otimizar
o tempo e a rotina do biotério. Isto facilita o controle da saúde dos
animais e garante resultados mais reprodutíveis na pesquisa mini-
mizando o uso de animais.
CEUA: 019/03.
Auxílio Financeiro: Labresearch.
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA E
RAÇÃO DE UM BIOTÉRIO CONVENCIONAL DE
CRIAÇÃO
HUGO LEONARDO MELO DIAS; VALÉRIA LIMA
FABRÍCIO BORGHESI
E-mail do Autor Principal: hugo.dias@ufma.br
INTRODUÇÃO - Biotérios são lugares construídos para abrigar
animais que participam de experimentos científicos, isso porque os
animais são extremamente importantes para a ciência devido sua
utilização nos mais variados testes para diversos fins. A ração e a
água oferecida aos animais de biotérios são muito importantes e
podem se tornar veículos de microrganismos patógenos, depend-
endo do armazenamento e manipulação. OBJETIVO - Avaliar a
qualidade microbiológica do ar, água e ração de um biotério con-
vencional de criação. MÉTODOS - A ração foi triturada e passou
por três diluições e então foi adicionado 1 mL a tubos com caldo
lactosado. Para a água, foram adicionados 100 mL da mesma em um
erlenmeyer contendo caldo lauril. De acordo com os resultados dos
testes da ração e da água, as amostras positivas foram passadas para
os testes de coliformes totais e termotolerantes, e posteriormente
foram sujeitas a testes seletivos para identificação. A metodologia
quantitativa utilizada foi o pour-plate. RESULTADOS - Para a
ração, 80% das amostras foram consideradas positivas para coli-
formes, 40% das amostras foram positivas para coliformes totais e
40% foram positivas para coliformes termotolerantes. Para a água,
100% das amostras foi positiva para coliformes, das mesmas, 67%
foram positivas para coliformes totais e 33% foram positivas para
coliformes termotolerantes. Em todas as amostras de água e ração
foram observadas mais de 1000 unidades formadoras de colônias.
Quanto à potabilidade da água, os resultados revelam que 100% das
amostras estavam impróprias para o consumo. CONCLUSÕES - A
partir dos resultados, sugere-se uma atenção maior ao manuseio e
manejo dos insumos e recomenda-se autoclavação da ração e água,
sugerimos ainda uma pesquisa fisiológica com os próprios animais
do biotério, afim de perceber possíveis impactos a saúde dos mes-
mos. REFERENCIAS -ANDRADE, A., PINTO, S. C., OLIVEIRA,
R. S. Animais de Laboratório: criação e experimentação. Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, p. 388. 2002. BALABAN, N; RASOOLY, A.
Staphylococcal eterotoxins: a review. Int y Food Microbiol, V.61,
P. 1-10, 2000. DOMINGUES, V.O. et al. Contagem de Bactérias
Heterotróficas na Água Para Consumo Humano: Comparação Entre
Duas Metodologias. Saúde, Santa Maria, vol 33, n 1: p 15-19, 2007.
WAGGIE, K. Manual of Microbiologic Monitoring of Labora-
tory Animals. Washington, D.C.: NIH Publication, 1994. WINN
W.JR., ALLEN SD, JANDA WM, KONEMAN EW, PROCOP G,
SCHRECHENBERGER PC, WOODS G. Diagnóstico Microbi-
ológico. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2008.
CEUA: não se aplica.
Suporte Financeiro: não se aplica
Área III 
82 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE INFECÇÃO
INTRACEREBRAL EM CAMUNDONGOS
PARA CONDUÇÃO DE ESTUDOS DE
NEUROPATOGÊNESE CAUSADA PELO
VÍRUS ZIKA
VANESSA ALESSANDRA DE BARROS PORTELA¹;
RAFAEL BORGES ROSA²; CLINTIANO DA SILVA
CURVÊLO²; BÁRBARA NAYANE ROSÁRIO
FERNANDES DE SOUZA¹; CARLOS RALPH BATISTA
LINS²; LINDOMAR JOSÉ PENA²
INTRODUÇÃO - O vírus Zika é um arbovírus do gênero Fla-
vivirus da família Flaviviridae, isolado pela primeira vez a partir
de macacos da espécie Rhesus na floresta Zika em Uganda, no final
da década de 40. O principal vetor relacionado à transmissão é o
Aedes aegypti. Surtos sugeriram uma associação de infecção com
complicações neurológicas e má formação congênita. Estudos em
modelos animais são fundamentais para entender a doença e desen-
volver contramedidas para a epidemia do ZIKV. OBJETIVO - O
objetivo deste trabalho foi desenvolver uma técnica de estudos de
neuropatogênese em camundongos. METODOLOGIA - Foram
utilizados camundongos da linhagem Swiss, neonatos e de 21 dias de
idade. O protocolo anestésico escolhido para os neonatos foi indução
por hipotermia e para os jovens adultos, Xilazina e Cetamina. Após
a indução anestésica, os animais receberam a antissepsia na região
cranial e posteriormente receberam o inoculo de suspensão viral com
o auxílio de seringa de calibre 6 mm x 0,25 mm, sendo os animais
de 21 dias na região temporal, introduzindo a agulha verticalmente
acima da linha média, entre o globo ocular e a orelha e os neonatos
na região cranial denominada bregma. Após a inoculação, os ani-
mais foram acomodados sob a luz de lâmpada incandescente, para
observação e aquecimento até reestabelecimento dos parâmetros
fisiológicos. Três dias pós-infecção, os animais foram eutanasia-
dos e tiveram o cérebro coletado para processamento e avaliação.
Para constatação da infecção cerebral, foi realizada inoculação do
macerado cerebral em células de linhagem Vero e a execução da
RT-PCR, onde foi possível comprovar a eficácia do procedimento
descrito. CONCLUSÃO - Infere-se que a utilização da técnica de
infecção intracerebral em modelo animal nas pesquisas em neu-
ropatogênese é uma metodologia eficaz e permite a condução de
estudos in vivo com o ZIKV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFI-
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R.B., Weaver, S.C. Genetic characterization of Zika virus strains:
geographic expansion of the Asian lineage. PLoS Negl Trop Dis.
2012. 6:1477. Hayes, E.B. Zika virus outside Africa. Emerg Infect
Dis. 2016. 15: 1347–1350. Lima, M. A., Oliveira, F. V. B., & de
Sousa Veras, L. B. Zika vírus: característica da doença e métodos de
diagnóstico. Rev. Ciên. & Sab.-Facema, 2018, 3(4), 754-759. Mlakar
J, Korva M, Tul N, Popovic M, Poljsak-Prijatelj M, Mraz J, Kolenc
M, Resman Rus K, Vesnaver Vipotnik T, Fabjan Vodusek V, Vizjak
A, Pizem J, Petrovec, M., Avsic Zupanc, T. Zika virus associated
with microcephaly. N Engl J Med, 2016, 374: 951–958. Oehler, E.,
Watrin L, Larre P, Leparc-Goffart I, Lastere S, Valour F, Baudouin L,
Mallet H, Musso D, Ghawche F. Zika virus infection complicated by
Guillain-Barre syndrome—case report, French Polynesia, December
2013. Euro Surveill19. 2014. pII. 20720.
 Área III
COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MODELOS DE
INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA Á INSULINA E
OBESIDADE EM RATOS WISTAR
LARISSE NUNES CENTURIÃO; ALESSANDRA
MARIA DE MORAIS; LETÍCIA GOMES DE
OLIVEIRA; DANIELLE MARIA DE OLIVEIRA
ARAGÃO
E-mail do Autor Principal: danielle.aragao@ufjf.edu.br
INTRODUÇÃO - Há evidências de que a ingestão elevada de
frutose e dietas hiperlipídicas são importantes fatores nutricionais
para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT). Para melhor compreensão acerca do papel de cada um
dos elementos envolvidos na fisiopatologia de DCNT, diversos
modelos experimentais são utilizados. OBJETIVO - Comparar
dois modelos de indução de resistência à insulina e obesidade em
ratos machos Wistar, adultos, utilizando como parâmetros a massa
corporal, os consumos de ração e água, além da glicemia de jejum
por um período de seis semanas. MÉTODOS - Após 7 dias de acli-
matização, os animais foram separados em 3 grupos de 5 animais:
Grupos CN (controle negativo), SF (solução de frutose) e DH (dieta
hiperlipídica). Os animais do grupo CN receberam ração comercial
(Nuvital®) e água durante o experimento. No grupo SF, foi acres-
centada solução de frutose 10%; e no grupo DH a dieta comercial
foi substituída por hiperlipídica1. Foram medidos diariamente a
massa corporal e os consumos de água e ração. A glicemia de jejum
foi medida ao final de 6 semana de experimento. RESULTADOS
- A dieta hiperlipídica causou aumentos significativos da massa
corporal, ingestões hídrica e alimentar, além da glicemia de jejum.
Em contrapartida, a administração de frutose, alterou apenas os
consumos de água e ração, não havendo aumentos significativos da
massa corporal e glicemia de jejum. CONCLUSÕES - Apesar de
a literatura caracterizar ambos os modelos experimentais utilizados
como indutores de resistência à insulina e obesidade, o modelo que
mais se assemelha à grande parte da obesidade humana é o modelo de
obesidade exógena, induzida por dieta hiperlipídica. Diante disso, o
modelo de dieta hiperlipídica pode ser uma alternativa para estudos
que avaliem a eficácia de novos medicamentos e até suplementos
alimentares que possam ser utilizados no tratamento e prevenção
de DCNT. REFERÊNCIAS - 1Estadella, et al. Effect of palatable
hyperlipidic diet on lipid metabolism of sedentary and exercised
rats. Nutrition. Vol. 20. Num.2. 2004. p. 218-224.
CEUA: Protocolo 007/2007 (CEUA/UFJF).
Suporte Financeiro: UFJF.
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 83
NOROVÍRUS MURINO (MNV): UM AGENTE
INFECCIOSO PREVALENTE NOS BIOTÉRIOS
BRASILEIROS
DANIELE MASSELLI RODRIGUES DEMOLIN;
JOSÉLIA CRISTINA DE OLIVEIRA MOREIRA;
CLARICE YUKARI MINAGAWA ISSEI; ROVILSON
GILIOLI; MARCUS ALEXANDRE FINZI CORAT
E-mail do Autor Principal: danimaro@unicamp.br
INTRODUÇÃO - Norovírus murino (MNV) é um dos mais re-
centes agentes infecciosos a acometer animais de laboratório. Neste
estudo, avaliamos a ocorrência da infecção por MNV em colônias de
camundongos nas cinco regiões do Brasil, abrangendo 26 biotérios
localizados em universidades, institutos e centros de pesquisa. Um
índice de positividade de 29,96% foi obtido pela detecção de MNV
nas amostras de fezes de camundongos, analisadas pela técnica de
RT-PCR. Pela técnica de imunofluorescência indireta, anticorpos
específicos anti-MNV foram detectados em 26,54% das amostras.
OBJETIVO - Este trabalho tem por objetivo avaliar a distribuição
da infecção pelo MNV em camundongos mantidos em biotérios
das diferentes regiões geográficas do Brasil. MÉTODOS - No
período de 2011 a 2016, o Laboratório de Controle de Qualidade
Animal do CEMIB/Unicamp, recebeu camundongos de diferentes
linhagens, que foram incluídos no monitoramento sanitário. Vinte
e oito biotérios de Universidades públicas e privadas, das diferentes
regiões foram avaliados. Um total de 584 amostras de fezes foram
analisadas pelas técnicas: RT-PCR e curva de melting. Os ampli-
ficados foram sequenciados e analisados quanto a sua homologia
em comparação com isolados de outros países. Amostras de plasma
de 856 camundongos foram testadas pela Imunofluorescência
Indireta. RESULTADOS - Um total de 26 biotérios de vinte Insti-
tuições brasileiras das diferentes regiões do Brasil foi abrangido.
Um total de 86% dos biotérios testados apresentaram-se positivos.
Tanto biotérios de produção quanto os biotérios de experimentação
contribuíram quase que igualmente para demonstrar a ocorrência
de MNV. A porcentagem de identificação de MNV foi de 27,73%
nos dezoito biotérios de produção de camundongos das diversas
Intituções. Pela técnica sorológica, um total de 219 amostras
apresentaram anticorpos anti-MNV, representando 26,54% das
amostras analisadas. CONCLUSÕES - Este é o primeiro relato da
identificação de norovírus murino circulante entre os biotérios de
produção e experimentação nas instituições das diferentes regiões
geográficas do Brasil.
CEUA: Protocolo n°: 2372-1.
Suporte Financeiro: Não houve.
EFEITOS DA BANHA DE PORCO NO
METABOLISMO CORPORAL DE CAMUNDONGOS
BALB/C
NAYANNE FIOROTTI DA SILVA, ORLANDO
CHIARELLI NETO, YOLANDA CHRISTINA
DE SOUSA LOYOLA, RENATA GATI DALA
BERNADINA*
*E-mail: rgdbernardina@unesc.br
INTRODUÇÃO - A alimentação desempenha função primordi-
al na prevenção e tratamento de patologias. Sua contribuição aponta
requisitos básicos para a promoção e proteção à saúde da população.
Pesquisadores tem investigado sobre a gordura de porco para saúde
humana mas inda há necessidades de mais informações sobre seus
efeitos. OBJETIVO - Objetivo aqui é avaliar o impacto no perfil
bioquímico e massa corporal de camundongos Balb/C submetidos
a dieta com ração suplementada a 7% de banha de porco. ME-
TODOLOGIA - Doze camundongos Balb/C fêmea (Mus musculus)
foram divididos em dois grupos (G1 controle e G2 suplementado).
G1 e G2 ingeriram 450 g semanais de ração pura e suplementada
respectivamente (livre demanda). A quantificação de consumo de
ração, água e massa dos animais foi investigada durante 90 dias.
A eutanásia foi realizada com Tiopental 1mg/0,1mL e a coleta de
sangue realizada pela ocular (xilocaína 2%). Exames laboratoriais
foram realizados em equipamento Bioclim 100 (Brasil). Análise
estatística foi realizada pelo programa Origin 7,0 a p<0,05. RESUL-
TADOS - Animais G2 apresentaram aumento da massa corporal
20% no final do experimento e 10% a mais em relação ao grupo
G1 controle. Exames laboratoriais em mg/mL de G2 mostraram
diminuição em 3x de triacilglicerol sem alterações da concentração
de colesterol na corrente sanguínea em relação a G1. Por outro
lado animais G2 apresentaram aumento de 1,5x na concentração
de glicose sanguínea. Concentração de fosfatase alcalina em G2
foi 2x menor que G1. Não foram encontrados alteração hepáticas
em necropsia dos animais. CONCLUSÃO - Os dados portanto
sugerem que apesar da não alteração da concentração de colesterol
sanguínea, a gordura de porco pode estimular o ganho de peso bem
como aumento da concentração de glicose sanguínea podendo estar
relacionada com a indução da diabetes tipo II.
CEUA: 323899 - UNESC.
Suporte Financeiro: UNESC.
Área III 
84 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
AVALIAÇÃO DOS SINAIS CLÍNICOS DE
MODELO MURINO SWISS WEBSTER NEONATO
INFECTADOS PELO VÍRUS DA ZIKA
MARCIA OLIVEIRA, FÁBIO LIMA MONTEIRO,
LORAINE CAMPANATTI, LUCIENE BRAGA DIAS
E-mail do Autor Principal: marcia.oliveira@fiocruz.br
INTRODUÇÃO - No Brasil, o ZIKV se tornou um problema
de saúde pública, uma vez que o número de infectados teve um
aumento vertiginoso em 2016. A patogênese causada pela infecção
das cepas circulantes no Brasil, ainda é pouco caracterizada. O uso
de modelos animais para estudar a dinâmica da infecção pelo ZIKV
é uma ferramenta valiosa para a geração de conhecimentos sobre a
doença. Camundongos são susceptíveis à infecção pelo ZIKV, mas
pouco se sabe como esse modelo se comporta no desenvolvimento
de testes pré-clínicos de compostos com atividade antiviral. OBJE-
TIVO - Avaliar a dinâmica comportamental do ZIKV, em camun-
dongos neonatos Swiss webster, caracterizando a infecção por três
diferentes cepas, a partir de dados sobre morbidade e mortalidade,
determinando a concentração ideal a partir de quatro concentrações
de partículas virais, visando contribuir com os avanços das pesqui-
sas relacionadas à prevenção e cura. MÉTODOS - Camundongos
(Swiss webster) neonatos com 3 dias de vida, foram inoculados
intraperitonealmente com as concentrações de 103, 104, 105 e 106
PFU das cepas brasileiras (AB e PE) e africana (MR766) do ZIKV.
Os animais foram observados diariamente, quanto ao surgimento
de sinais clínicos, ganho de peso e mortalidade. RESULTADOS
- As concentrações de partículas virais 103, 104, 105 e 106 PFU
das cepas MR766, AB e PE foram capazes de provocar infecção
nos camundongos, caracterizada pelos sinais clínicos, taxa de
sobrevivência e curva de peso. CONCLUSÕES - A infecção pelo
ZIKV pelas três cepas induz a perda de peso, mortalidade e inúmeros
sinais clínicos. Demonstramos que 104 PFU é uma concentração
adequada para observação clínica a longo prazo, permitindo avaliar
o curso da doença. A concentração de 105 PFU parece ser mais
eficaz à aplicação de ensaios com fármacos, visto que os animais
desenvolvem a doença de forma aguda.
CEUA: 01200.001568/2013-87 UFRJ.
 Área III
EFICIÊNCIA DO MODELO ANIMAL NAS
ALTERAÇÕES METABÓLICAS INDUZIDAS POR
DIETA
PRISCILA MARQUES ARBEX1; ANA PAULA LELIS
MORAIS1; MARCELLA MARTINS TERRA1; MARTHA
DE OLIVEIRA GUERRA1; VERA MARIA PETERS1
1
Centro de Biologia da Reprodução/CBR - Universidade Federal
de Juiz de Fora/UFJF
E-mail: prisarbex@gmail.com
INTRODUÇÃO – Vários modelos de roedores têm sido utili-
zados para o estudo da obesidade e suas complicações, no entanto,
alguns modelos não representam fatores envolvidos na etiologia
atual da doença, dentre eles a ingestão calórica excessiva. Modelos
animais de obesidade induzida por dieta têm sido muito importantes
por mostrar o papel específico da dieta no desenvolvimento de al-
terações metabólicas. OBJETIVO – Avaliar os efeitos do consumo
de dietas com diferentes proporções de carboidratos e lipídios nos
parâmetros metabólicos de ratas Wistar. MÉTODOS – Ratas Wistar
foram distribuídas em 2 grupos: grupo 1 (n=18) consumiu dieta pa-
drão (Quimtia®) e o grupo 2 (n=17) dieta highfat/highsugar (HFHS-
46% de lipídios e 34% de carboidratos simples - PragSoluções®) do
desmame até a idade adulta (65±5 dias). Semanalmente monitorou-
se peso e consumo alimentar. Foram obtidas medidas biométricas
(massa corporal, comprimento naso-anal). Ao final do experi-
mento os animais foram eutanasiados por ruptura diafragmática
após anestesia com quetamina e xilazina. Foram avaliados peso
do tecido adiposo, fígado, baço e rins e parâmetros bioquímicos
(ALT/AST, colesterol total, HDL, LDL, triacilglicerol, glicose e
creatinina). Análise estatística teste T de Student (P< 0,05) SPSS®
–21. RESULTADOS – Houve aumento de gordura perigonadal e
retroperitoneal nos grupos que receberam dieta HFHS comparados
ao grupo dieta padrão (2,64±0,85g e 1,31±0,50g e 1,97±0,89g e
0,84±0,44g respectivamente p<0,01). Animais do grupo dieta HFHS
tiveram um maior consumo, bem como aumento do peso do baço
(p≤0,05) quando comparados ao grupo dieta padrão. Em relação
aos parâmetros bioquímicos analisados e peso dos demais órgãos,
não foram observadas diferenças significativamente estatísticas.
CONCLUSÕES - O consumo da dieta HFHS foi eficiente para o
aumento da adiposidade nos animais. Porém não foi suficiente em
alterar os principais parâmetros metabólicos, demonstrando não
ser o melhor modelo animal no estudo de desordens metabólicas.
CEUA: 003/2017 – UFJF.
Suporte Financeiro: REDE MINEIRA DE BIOTERISMO E
TOXIFAR / FAPEMIG
 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse 85
PERFIL HEMATOLÓGICO DE GANSOS (ANSER
DOMESTICUS) UTILIZADOS EM PESQUISA
BIOMÉDICA NO INSTITUTO EVANDRO CHAGAS/
SVS/MS
MARINA SETTE CÂMARA BENARRÓS , GILMARA 1
ABREU DA SILVA2, CARLA BAÍA2,LUIZ RICARDO
BERBERT3, GLADYS CORRÊA3, KLENA SARGES
MARRUAZ DA SILVA3
1
Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil 2Instituto Evandro
Chagas/SVS/MS, Ananindeua, Brasil 3Instituto de Ciência e
Tecnologia em Biomodelos/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil
INTRODUÇÃO - Gansos não são usualmente citados como
animais de laboratório, mas fornecem sangue para análises labo-
ratoriais, como hemoaglutinação e inibição de hemoaglutinação
de vírus de aves e mamíferos1,2,3. Por este motivo, são criados pela
Seção de Criação e Produção de Animais Laboratório (SACPA) do
Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS) visando atender demanda
semanal de utilização do sangue desses animais nos laboratórios.
OBJETIVO - Analisar o perfil hematológico dos gansos mantidos
na SACPA/IEC. MÉTODOS - Foram utilizados 10 exemplares de
gansos (Anser domesticus) da raça Sinaleiro/Chinês, brancos, ma-
chos, adultos (3 a 5 anos), pesando entre 3 a 6.2 kg. Após contenção
física, amostras sanguíneas foram colhidas por venopunção na veia
braquial esquerda. Foram realizados esfregaços sanguíneos corados
por May-Grünwald Giemsa e observados por microscopia óptica.
Foi analisado o total de leucócitos (Lc), basófilos (Bas), eosinófilos
(Eos), monócitos (Mon), linfócitos (Linf) e trombócitos (Tb). As
hemácias (Hm) foram contadas em hemocitômetro. Além disso, tam-
bém foi feita a análise do Volume Globular (VG). RESULTADOS
- Os resultados de médias e DP foram: VG(%)= 35.7 (±5.23); Hm
(x106/ul)= 4.091 (±0.80); Lc (x103/ul)= 2120 (±316.3); Tb(x103/
ul)= 52.1 (±13.02); Heter(x103/ul)= 22.7 (±13.81); Bas(x103/ul)=
22.6 (±8.11); Eos(x103/ul)= 34.9 (±19.74); Mon(x103/ul)= 1.7
(±1.26); Linf (x103/ul)= 18.1 (±9.64). CONCLUSÕES - Os valores
hematológicos encontrados para Anser domesticus na India4 possuem
valores de hemácias e trombrócitos próximos aos encontrados nos
gansos do estudo, mas os valores para heterófilos (↓), linfócitos (↑),
basófilos (↓), monócitos (↑) e VG (↓) divergem significativamente,
sendo também diferentes para hemácias, heterófilos e linfócitos dos
valores encontrados para gansos húngaros5, o que nos leva a concluir
que ambiente e alimentação influenciam diretamente na hematologia
de gansos criados em ambientes domésticos e que, por este motivo,
é importante conhecer o perfil hematológico dos animais de sua
instalação para monitoramento de seu status sanitário.
CEUA: CEUA/IEC 15/2016.
STUDY OF THE INTERFERENCES PRODUCED BY
MVM IN A HUMAN TUMOR DEVELOPMENT IN
IMMUNODEFICIENT MICE
LABORDE JM1; GALOSI CM 2,3; CARBONE C1
1
Laboratory Experimental Animal (LAE); 2Virology, Veterinary
Science Faculty, National University of La Plata; 60 y 118 St,
1900 La Plata, Bs. As, Argentine. 3Commission on Scientific
Research of Bs. As. jmlaborde@fcv.unlp.edu.ar
INTRODUCTION - Among murine viruses present in N:
NIH(S)nu mouse colonies (nude mice) Minute Virus of Mice (MVM),
a Parvoviridae family vírus, shows a high prevalence and represents
a risk since it interferes and in some cases suppresses tumor growth
transplanted in immunodeficient mice. OBJECTIVE -The objective
of this work was to study the interference of MVM contamination
in transplantable tumors in mice. METHOD - A lung adenocar-
cinoma A549 human tumor line transplant and MVM inoculation
wrere performed in N:NIH(S)nu mice. The animals were divided
into four groups. Group A: inoculated with lung adenocarcinoma
human tumor line T-A549 and MVM. Group B: inoculated with
T-A549. Group C: inoculated with MVM. Group D: inoculated
with saline solution (H). Mice were housed in micro-isolators and
daily controls were performed in order to verify tumor growth. For
MVM diagnosis, PCR technique was used. RESULTS - Group
A: two animals developed poor tumor growth and the rest did not
developed inoculated tumor cells. Positive results were obtained for
MVM by PCR. Group B: Tumor development was observed in all
animals. Negative results were found for MVM. Group C: Positive
results were found for MVM in all animals. Group D: No lesions
were observed. Negative results for MVM were obtained in all the
animals. CONCLUSION - The results showed that MVM interferes
in transplanted tumors. MVM is strictly dependent of cell growth
and its proliferation depends of specific oncoproteins that induce
hyperproliferative cellular conditions which stimulate replication
and viral expression. This study and its experimental design was
approved and supervised by The Institutional Animal Care and Use
Committee, Faculty of Veterinary Sciences, National University of
La Plata under the code: Nº 59-1-16 T. REFERÊNCIAS - 1Davis,
K. [internet]. The Experimental Use of Chickens and Other Birds
in Biomedical and Agricultural Research [acesso em jan 2014].
Disponível em: www.farmedanimal.net 2Kurskaia OG, Durymanov
AG, Sharshov KA, Zaikovskaia AV, Shestopalov AM, II’icheva TN.
Hemagglutination inhibition test for retrospective diagnosis of avian
influenza in mammals. Zh Mikrobiol Epidemiol Immunobiol, 2009,
5:75-9. 3Sexton N, Penhale WJ, Plant SL, Pass DA. Use of goose
red blood cells for detection of infection with psittacine beak and
feather disease virus by haemagglutination and haemagglutination
inhibition. Aust Vet Journal, 1994, 71: 10, 345-7. 4Henna H, Khan
AA, Mir MS, Pampori ZA, Ishraq H, Banday MT. Physiological
and haemato-biochemical profiling of domestic geese (Anser anser
domesticus) of Kashmir. Applied Biological Research, 2014, 16:
1, 66-71. 5Toth P, Janan J. Variation in Some Blood Parameters of
Geese Subjected to Feather Gathering. Variation in Some Blood
Parameters of Geese Subjected to Feather Gathering. International
Journal of Poultry Science, 2016, 15, 240-244.
Área III 
86 Genética, Controle Sanitário e Doenças de Interesse
ADVANCES IN RODENT GENOME EDITING
TOOLS AT INSTITUT PASTEUR DE MONTEVIDEO
GERALDINE SCHLAPP*; MARÍA NOEL MEIKLE;
ANAPAULA MULET; MARTINA CRISPO
E-mail: gschlapp@pasteur.edu.uy
INTRODUCTION - Since 2013, CRISPR-Cas systems have
revolutionized the field of genome editing tools allowing precise
genetic modifications in diverse organisms, from bacteria to human
cells. This breakthrough had greater impact on science community
than their predecessor’s zinc-finger nucleases and TALEN mo-
lecular scissors. Previously, we routinely used mouse embryonic
stem (ES) cells approach to generate tailor-made modified mouse
strains. However, ES cell technology is time and effort-consuming,
demanding several months to obtain the desired model. In our unit,
we were able to set up the CRISPR-Cas methodology to be offered
to scientists with great results. OBJECTIVE - To evaluate the
overall efficiency of CRISPR-Cas technology implemented at our
Unit. METHODS - Since 2015 we have produced several genome-
edited mouse lines using CRISPR-Cas. Each project was produced
on an average of three microinjection sessions, using 20 B6D2 F1
or C57BL/6 females as one-cell embryo donor and six B6D2 F1
females as embryo recipients. On average, for each project ~400
zygotes were microinjected into the cytoplasm, with a survival rate
of almost 50%. Survival zygotes were transferred into the oviduct
of pseudopregnant females (25-30 per female). RESULTS - We
obtained an average of 20 born pups of which 10 were genome-
edited, obtaining a 50% of mutation efficiency using CRISPR-Cas
in simple KO models. Moreover, we were able to produce founder
animals (F0) in the first round of embryo transfer. CONCLUSIONS
- Not only CRISPR-Cas methodology enabled us to speed up the
production of genomeedited mouse models when compared to
ES cell technology, but also to promote the 3R´s principles, using
significant less animals to generate the desired models. In addition,
preliminary results from our group show better outcomes when us-
ing zygote electroporation instead of microinjection. We are thus
able to offer a highly efficient and cost-effective service to regional
research community.
 Área III
CINCO ANOS DE AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE
DESEMPENHO JUNTO A REDE ANIMAL QUALITY
NETWORK E O PERFORMANCE EVALUATION
PROGRAM DO ICLAS
JOSÉLIA CRISTINA DE OLIVEIRA MOREIRA
CLARICE YUKARI MINAGAWA ISSEI SILVIO
ROGÉRIO CARDOZO DOS SANTOS EUMA DA
CUNHA RAMOS SILVA JHENIFER ALVES CAMARGO
DANIELE MASSELLI RODRIGUES DEMOLIN
E-mail: jocris@unicamp.br
INTRODUÇÃO - Programas de monitoramento sanitário
eficientes têm sido cada vez mais importantes na área de animais
de laboratório. Neste sentido, o Comitê Internacional de Ciência
de Animais de Laboratório (ICLAS) criou o Animal Quality Net-
work, uma rede formada pelos 20 maiores laboratórios do mundo,
e o Performance Evaluation Program (PEP), que visa auxiliar os
laboratórios na avaliação da sensibilidade e especificidade de seus
métodos de diagnóstico. No Brasil, desde 2013, apenas o Labo-
ratório de Controle de Qualidade Animal e Sanitária (LCQS) do
CEMIB/UNICAMP faz parte deste grupo. OBJETIVO - Avaliar
a participação do LCQS no Performance Evaluation Program, no
período de 2013 a 2017. MÉTODOS – Anualmente o ICLAS envia
20 amostras de diferentes origens para serem identificadas pelos
laboratórios participantes. No LCQS, as amostras bacteriológicas
foram semeadas em meios seletivo-diferenciais e de enriquecimento
e identificadas através de séries bioquímicas ou pelo sistema Api®.
Para os testes sorológicos, foram utilizadas as técnicas de Imunofluo-
rescência Indireta, Inibição da Hemaglutinação, Microglutinação
e ELISA. Com relação aos testes moleculares, a extração do mate-
rial genético foi realizada com os kits QIAamp® DNA ou RNeasy
Mini Kit e primers gênero e espécie específicos foram utilizados
para detecção dos agentes. RESULTADOS – De 2013 a 2017 a
taxa média de acertos de diagnóstico pelo LCQS no Performance
Evaluation Program foi de 85,48%, sendo 89,4% em 2013, 80%
em 2014, 89% em 2015 e 2016 e 80% em 2017, garantindo a
certificação do laboratório. Algumas amostras não foram testadas
porque o diagnóstico para determinados agentes ainda não havia
sido implantado no Laboratório, influenciando assim, nossa taxa de
reprodutibilidade. CONCLUSÕES - A participação no PEP permi-
tiu avaliar a confiabilidade dos métodos de diagnóstico, aprimorar
técnicas e agregar novos agentes ao monitoramento sanitário. Além
disso, assegura o padrão de qualidade internacional dos diagnósticos
fornecidos pelo LCQS.
CEUA: 3747-1.
Suporte Financeiro: Educorp - Escola de Educação Corporativa
da Unicamp.
 INSTRUÇÕES AOS AUTORES
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
Os artigos devem ser redigidos na ortografia oficial,
em uma só face, utilizando o programa Word, em es-
paço duplo, em folhas formato A4 (21 cm x 29,7 cm),
com fonte tamanho 12, com margens de 3 cm em cada
um dos lados e numeradas em algarismos arábicos no
canto inferior direito da folha.
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colocado: Artigo RESBCAL. Ele deverá ser anexado
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Todos os trabalhos submetidos para publicação
deverão estar acompanhados do Certificado de Apro-
vação do Projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
instituição à qual estão vinculados os autores.
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apresentar conformidade com os princípios previstos
na Lei 11.794 e pelo Conselho Nacional de Cuidado
na Experimentação Animal (CONCEA) para trabalhos
produzidos no Brasil; previstos na Convenção Euro-
peia para a Proteção dos Animais Vertebrados Utiliza-
dos para Fins Experimentais e Outros Fins Científicos
e seus anexos, para artigos de origem internacional.
Se o desenho experimental ou a metodologia do
trabalho apresentado levantar preocupação com a ética
ou o bem-estar, o Conselho Editorial fará uma análise
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as diretrizes nacionais e internacionais adotadas.
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vista, breve comunicação, seção memórias:
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possam ser replicados ou generalizados. Devem
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texto pode ser apresentado em português ou inglês;
b) revisão: Artigos de Revisão dispensam resumo es-
truturado. Tamanho máximo: 15 páginas, podendo
conter figuras, tabelas ou gráficos. Ponto de vista:
esta seção tem por objetivo receber artigos que con-
tenham opiniões de autores a respeito de assuntos
polêmicos e de interesse para a ciência em animais
de laboratório. O texto pode ser apresentado em
português ou inglês;
c) breve comunicação: Caso original estudado de
relevância com aproximadamente 1.500 palavras,
incluindo resumo com não menos que 200 palavras.
O texto pode ser apresentado em português ou inglês;
d) seção memórias: relatos sobre a memória da área.
Serão convidados os autores para comporem essa
seção. O texto pode ser apresentado em português
ou inglês.
Paginação
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(cada lauda = 1.250 caracteres sem espaço), incluindo-
-se as referências – seguir normas de publicação.
Folha de Rosto (Identificação)
a) título e subtítulo – em português e inglês;
b) nome e sobrenome de cada autor; filiação a qual
instituição pertence;
c) nome do departamento onde o trabalho foi realiza-
do;
d) nome e endereço eletrônico do autor para corres-
pondência;
e) se foi baseado em Tese, indicar o título, ano e ins-
tituição onde foi apresentada;
f) se foi apresentado em reunião científica, indicar o
evento, local e data de realização;
g) se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio,
nome do agente financeiro e o número do processo;
h) agradecimentos:
- contribuições (assessoria científica, coleta e
dados, revisão crítica da pesquisa),
- instituições (apoio econômico, material e ou-
tros).
Estrutura do Texto
Introdução: deve ser curta, definindo o problema
estudado sintetizando sua importância.
Material e Métodos: deve conter os critérios de
amostragem e a descrição, breve e clara, dos métodos
usados, que permita a compreensão e repetição do
trabalho. Processo e Técnicas já publicados devem
ser referidos, por citação, a menos que tenham sido
modificados. Relatar informações detalhadas sobre os
animais e suas condições de criação e manutenção; a
eutanásia dos animais deve ser coerente com recomen-
dações contidas nos Guias de Cuidados nacionais e
internacionais reconhecidos oficialmente.
Resultados: deve se limitar a descrever os resul-
tados encontrados sem incluir interpretações/compa-
rações.
Discussão: deve começar apreciando as limitações
do estudo, seguida da comparação com a literatura
e a interpretação dos autores, extraindo conclusões,
indicando novos caminhos para pesquisa.
Conclusão: para os artigos originais. Deve ser
fundamentada pela discussão feita sobre os resultados
obtidos.
Resumo e Palavras-Chave
a) português e inglês (até 250 palavras). Deverá
conter objetivo, métodos, resultados e conclusões.
Os trabalhos enviados em língua portuguesa terão
resumo em língua inglesa e vice-versa;
b) descritores (usar o vocabulário): Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS) - http://decs.bvs.br/.
Ilustrações (figuras, quadros, fotografias, desenhos,
gráficos, entre outros)
As ilustrações deverão vir logo após as referências
(numeradas em ordem consecutiva ao longo do texto);
Legendas à parte.
Deverão ser apresentadas, priorizando a compre-
ensão do texto e dos dados. As figuras deverão ser
originais em formato jpeg com tamanho 7 cm de
largura por 9,5 cm de altura ou 170 pixels de largura
por 269 pixels de altura com até 250 Kb. As letras e
símbolos devem estar na legenda. As legendas das
ilustrações devem permitir sua perfeita compreensão,
independentemente do texto.
As ilustrações deverão ser numeradas separadamen-
te, usando algarismo arábico, na ordem de aparecimento
no texto. Cada ilustração deverá conter o seu respectivo
número e estrutura em discussão, indicada com seta.
Tabelas
As tabelas também devem ser incluídas no mesmo
arquivo, logo após as referências (numeradas em ordem
consecutiva ao longo do texto) devem ter título breve.
As legendas das tabelas devem permitir sua perfeita
compreensão, independentemente do texto.
As tabelas deverão ser numeradas separadamente,
usando algarismo arábico, na ordem de aparecimento
no texto. Cada tabela deverá conter o seu respectivo
número e estrutura em discussão, indicada com seta.
Obs: não usar traços horizontais ou verticais internos.
Unidades
Seguir as normas do Instituto Nacional de Metro-
logia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)
no endereço eletrônico: www.inmetro.gov.br.
Abreviaturas e Siglas
a) forma padrão da língua portuguesa e inglesa;
b) não usar no título e no resumo.
Agradecimentos ver Folha de Rosto
A quem colaborou de modo significativo na reali-
zação do artigo, devem vir antes das referências.
Citações no Texto
Para citação no texto, utilizar o sistema numérico
remetendo à lista de referências ao final do trabalho.
A indicação da fonte é feita por uma numeração única
e consecutiva, em algarismos arábicos, situada pouco
acima da linha do texto em sobrescrito, após a pontu-
ação que encerra a citação.
Exemplo:
“Os animais de laboratório são definidos por di-
ferentes espécies que são mantidas, ou criadas, em
viveiros como cobaias, chamados biotério”1. Podem
ser coelhos, ratos, hamsters, entre outros.
Quando for necessário citar o autor, indicar apenas
o autor e o número da citação.
Exemplo:
Para Mendes2 esses animais são de extrema impor-
tância para a ciência.
Referências (Vancouver)
a) a elaboração da lista de referências é feita pelo sis-
tema numérico na mesma ordem em que aparecem
no texto;
b) o título do periódico deverá ter seu nome abreviado
de acordo com a List of Journals Index in Index
Medicus: acessar o endereço eletrônico: http://
www.ncbi.nlm.nih.gov/nlmcatalog/journals;
c) devem ser citados todos os autores, quando até seis;
acima deste número, citam-se os seis primeiros
seguidos de et al., separados por vírgula (,).
Exemplos:
1 Silva EM, Pereira AS, Santos AA, Mendonça
RM, Mendes AL, Arruda LJ.
2 Santos AA, Arruda LJ, Couto LP, Mendes AL,
Viana BP, Rocha RS, et al.
d) a exatidão das referências é de responsabilidade
dos autores.
Para exemplos de referências que não forem con-
templadas nestas instruções, acessar o International
Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) no
endereço http://www.icmje.org.
Exemplos:
Artigo de Periódico
Sans-Coma V, Carmen Fernández M, Fernández B,
Durán AC, Anderson RH, Arqué JM. Genetically alike
Syrian hamsters display both bifoliate and trifoliate
aortic valves. J Anat. 2012 Jan;220(1):92-101. doi:
10.1111/j.1469-7580.2011.01440.x.
Datta S, Adak R, Chakraborty P, Haldar AK, Bhat-
tacharjee S, Chakraborty A, et al. Radio-attenuated
leishmanial parasites as immunoprophylactic agent
against experimental murine visceral leishmaniasis.
Exp Parasitol. 2012 Jan;130(1):39-47.
Livro
Mesmo Autor da Obra no Todo
Hawk CT, Leary SL, Morris TH. Formulary for
laboratory animals. 3rd ed. Oxford: Blackwell;
2005. 203 p.
Autor distinto da obra no todo
Phillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and stroke.
In: Laragh JH, Brener BM, editors. Hypertension:
pathophysiology, diagnosis and management. 2nd ed.
New York: Raven Press; 1995. p. 655-8.
Dissertações/Teses
Leite DP. Padrão de prescrição para pacientes
pediátricos hospitalizados: uma abordagem farmacoe-
pidemiológica [dissertação]. Campinas: Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas;
1998.
Dissertações/Teses on-line
Chaguri LCAG. Estudo de um sistema de análise
de preferências climáticas para animais convencionais
de laboratório por tecnologia de ventilação microam-
biental e avaliações biológicas. I. Avaliação da efici-
ência de um protótipo, para o estudo de parâmetros
ambientais, resultados parciais verificados em ratos
(Rattus norvegicus). [tese na Internet]. São Paulo
(Brasil): Universidade de São Paulo, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia; 2009 [citado 22
fev. 2011]. 109 p. Disponível em: http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-07122009-
113246/pt-br.php.
Trabalho Apresentado em Evento
Costa MSD. Aspectos éticos relacionados à infra-
estrutura de biotérios em universidades públicas. 28ª.
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica; 3-6 set. 2011; Águas de Lindoia, BR.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Pesquisa Odonto-
lógica; 2011. Resumo PE024.
Trabalho de evento publicado em periódico
Costa MSD. Aspectos éticos relacionados à in-
fraestrutura de biotérios em universidades públicas.
Apresentado à 28ª. Reunião Anual da Sociedade Bra-
sileira de Pesquisa Odontológica; 3-6 set. 2011; Águas
de Lindoia, BR. Anais. (Braz Oral Res. 2011;25:57.
Resumo PE024.