Вы находитесь на странице: 1из 8

Fernando Pessoa

POESIA DO ORTÓNIMO

Fernando António Nogueira Pessoa (ortónimo)

Ortónimo  nome que corresponde ao autor efetivo da obra (o


autor teve existência real).

Poeta, escritor português, considerado como um dos


maiores poetas da língua portuguesas e da literatura universal.
Foi a pessoa mais importante do movimento iniciado com
a revista Orpheu e o nome fundamental do modernismo
português.

Nasceu em Lisboa, no Largo de São Carlos, no dia 13 de


junho de 1888. Após a morte do seu pai e do seu irmão, a sua
mãe casa-se com o cônsul de Portugal em Durban, onde passou
a residir.

O fingimento artístico/poético
Nesta temática, o poeta baseia-se em experiências
vividas, que procura escrever distanciado do sentimento.
A composição de um poeta lírico deve ser feita no
momento da recordação dela e não no momento da emoção.
Pessoa apenas transcreve o que lhe vai na imaginação e não o
real, não sente o que não é real. O leitor é que ao ler, vai sentir
o poema. Para fernqando Pessoa, a poesia é fingimento.
Podemos encontrar este tema em alguns dos seus poemas,
como “Autopsicografia” e “isto.

Na perspetiva de pessoa, a arte poética resulta da


intelectualização das sensações, o que remete para a temática
do fingimento poético. Isto significa que para este poema um
poema e um produto intelectual e, por isso, não acontece no
momento da emoção, mas no mento da recordação. Assim ao
não ser um resultado direto da emoção, mas uma construção
mental da mesma a elaboração de um poema define-se como
um fingimento. Tal significa que o ato poético pode comunicar,
inventada pois a dor real (sentida) continua apenas com o
sujeito que através da sua racionalização a exprime através de
palavras construindo o poema. A dialética
sinceridade/fingimento consciência/inconsciência
sentir/pensar percebe se também com nitidez ao recorrer ao
intersecionismo como tentativa para encontrar a unidade entre
a experiência sensível e inteligência
Fingir é inventar, modelar, contruir, elaborando
mentalmente conceitos que exprimem as emoções ou que quer
comunicar – processo criativo desenvolvido pelo poeta.
Em suma a criação constrói-se através da conciliação e
permanente interação da oposição razão/sentimento.

Na perspetiva pessoana, o poeta e um fingidor, no sentido


em que o ato de escrever não e um ato direto e imediato.
A dor as emoções que são descritas no poema não foram
as sentidas pelo poeta no momento em questão, foram
conceções intelectuais feitas através da análise da situação
vivida. Ou seja, a poesia resulta da memoria, recordação e da
sua reprodução racional, coerente e inteligente. Por isso,
pessoa afirma que o poeta finge todos os sentimentos que
transpõe para o papel porque no mento em que escreve ele já
não esta a sentir o que sentiu no instante a que se refere a
poesia.
Podemos então distinguir 3 dores sentidas
A dor sentida pelo poeta no momento em que acontece
algo, a dor fingida pelo poeta se recorda do mento em que
sofreu a dor sentida e a reproduz no texto, e a dor sentida pelo
leitor quando analisa o poema e interioriza as palavras do
poeta.
E importante frisar que fingimento utiliza-se num
sentimento de representar e um a tentativa de transfigurar o
que se sente naquilo que se escreve, utilizando paralelamente
a imaginação e a intelectualidade. Fingir e inventar, criando
conceitos que exprimam as emções o melhor possível.
Ao poeta cabe-lhe sentir com a imaginação ou seja
transformar a vivencia real numa obra de arte, usufruindo da
imaginação e o pensamento. As emoções são despersonalizadas
e a sinceridade espontânea da lugar a sinceridade intelectual.

1.Autopsicografia:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Análise:

1º Estrofe  o sujeito pórtico refere que a poesia não esta na dor


experimentada, ou sentida realmente, mas no fingimento dela. Ou seja, a
dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida, imaginada,
expressa em linguagem poética, o poeta tem que partir da dor real, a dor
que deveras sente. Para haver poesia não basta sentir a dor real.

2º estrofe  o “eu” poético diz que quem lê sente apenas a ausência da


dor em si mesmo e não a dor presente no poeta. O poeta tem duas dores,
a real e a fingida, mas que lê não tem nenhuma dessas dores – apenas a
ausência de dor em si mesmos. Isto é, o leitor não sente a dor que o poeta
sente, visto que é quem escreve que sente profundamente a dor que o
leva a escrever.

3º estrofe  o sujeito poético chama pelo coração. O coração (símbolo da


sensibilidade) é comparado tanto à dor como à emoção: é o coração que
sente, que <entrem a razão>.

Neste poema o sujeito poético fala da teoria do fingimento poético, pois


um poema não traduz aquilo que o poeta sente, mas sim aquilo que o
poeta imagina a partir da recordação do que anteriormente sentiu. O
poeta é, um fingidor que escreve uma emoção fingida, pensada, por isso
fruto da razão, da imaginação e não da emoção sentida pelo coração.
Os leitores não sentem nem a dor/ emoção vivida realmente pelo poeta,
nem a dor/emoção por ele fingida no poema, sentido apenas uma terceira
dor/ emoção por ele fingida, ou seja, qua na sua inteligência é provocado
pelo poema. Assim, a poesia segundo Pessoa, é a intelectualização da
emoção.

Tópicos da aula:

- Não retrata verdadeiramente o que sente

- o 1 verso da 1 estrofe e de caracter universal segundo o lírico. Porque


todo o poeta e um fingidor porque ao escrever controi a imagens poéticas
e não a realidade.

- eu lírico guia-se pela razão abandona as sensações

-começa por afirmar através do titulo que a escrita e comportada por


vários processos em que participam aquele que escreve que pretende
através dessa escrita conhecer-se.

- na segunda estrofe representa agora os vários leitores que participam


na escrita (processo literario). Deste modo a poesia so faz sentido se for
lida e interpretada pelos leitores

- coração – emoções + sentimentos

- razão – intelectualismo (inteligência)

- objetivo é descobrir a identidade através da razão

2.Isto:
Dizem que fingo ou minto
Tudo que escrevo. Não
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
Não uso o coração

Tudo o que sonho ou passo.


O que me falha ou finda
E como que um terraço
Sobre outra coisa é que é linda
Por isso escrevo em meio
Do que não esta ao pé
Livre do meu enteio
Sério do que não é
Sentir? Sinta quem é!

Análsie:

O poeta nega que finge ou mente o que escreve. Justifica que i que faz é
racionalizar os sentimentos (sente com a imaginação), a criatividade e
não usa o coração. Sente-se dominado pelo destino de procurar sempre
algo de mais belo, mas inacessível.
Procura constantemente nunca se satisfazendo com o que procura, mas
vendo sempre naquilo com que se depara um terraço que esconde mais.
Relaciona essa procura com o facto de se querer libertar das sensações-
ao escrever distancia-se delas. Ao escrever, o poeta coloca-se ao nível do
fingimento, do pensamento, da racionalidade.

< Sentir? Sinta quem lê> o leitor esta dominado pela ideia que a origem
dos versos situa-se no sentimento, mas engana-se, pois não isto que as
palavras querem exprimir.

Tópicos da aula:

- Este poema surge como respostas ao poema anteriormente lido


(autopsicografia)

- Não sente o que esta ao dispor dos sentidos, mas sim par além da
realidade

- Sente com a razão

-Nota-se musicalidade na poesia  aliteração dos “s”

- a dicotomia imaginação emoção pretende mostrar que o sujeito poético


recusa que lhe chamem fingido ou mentiroso. Para ele a criação poética
flui vai se desenvolvendo ao sentir coma. Imaginação, não usando a
imaginação. A criação poética só e possível através da emoção
intelectualizada abandonando totalmente a emoção. Conclui-se assim que
a emoção e a imaginação não podem coexistir.
A noção de fingimento artístico desempenha, na obra de Fernando
Pessoa, um importante papel. Acaba por se relacionar com a de
heterónima e está presente sob forma explícita em alguns poemas,
“Autopsicologia” e “Isto”. Diga-se, desde já, que a leitura que se faça
destes poemas não pode ser literal, há nela, porque de poesia se trata,
uma deriva de sentidos que, no entanto, não é suficiente para que se não
possa ver em tais poemas uma arte poética. Há pois, uma multiplicidade
de linguagens poéticas que nem sempre foi devidamente valorizada nas
criticas, sobretudo provenientes dos presencistas, que punham em
questão da autenticidade ou da sinceridade do poeta.
O que esta e questão e sobretudo isto: o fingimento a insinceridade, o
engano, a não-verdade revertem para a obra de arte onde são postos
entre parentese ou suspensos ao visar-se uma objetividade capaz de
anular deviras de natureza puramente subjetiva – o artista não exprime
as suas emoções – o que e conseguido pela opção por uma leitura
dramática, a qual, podendo decorrer da heterónima há de em qualquer
caso conduzir se a expressão verbal a essa objetividade que de acordo
com as poéticas da modernidade e assumida na própria realização do
poema.

O fingimento artístico esta intrínseco em toda a obra poética de Pessoa


ortónimo

- Despersonalização do poeta fingidor que fala e se identifica com a


própria criação poética

- Um poema não acontece “no momento da emoção”, mas resulta da sua


recordação

- Intelectualização das emoções e dos sentimentos (derivam de uma


construção) para exprimir a arte, sendo que a imaginação predomina
nesta fase de fingimento poético

- A própria poesia é sempre o resultado da primeira trajetória intelectual


e nunca a passagem direta da emoção para o texto.

- para o poeta tudo é intelecto, tudo é pensado, a emoção nunca é pura.


O pensamento e a sensibilidade são conceitos fundamentais na ortonímia,
o poeta brinca intelectualmente com as emoções, levando-as ao nível da
arte poética. O poema resulta, então, de algo intelectualizado e pensado.

E transmitido pelo ortónimo que a produção artística não deve ser


emitida, pois, alem de o poema ter uma estrutura formal desorganizada,
iria transmitir sentimentos imediatos, o que acabaria por não
corresponder à realidade. Devido a isso isto, este, aposta na ideia de que
é necessário que, por parte do poeta, haja uma racionalização dos
sentimentos. Tomemos como exemplo a ideia de um poeta que está
magoado porque a sua amada partiu. Este não poderá escrever
imediatamente. Deve pensar a dor que sente e, posteriormente, escreve-
la. Em vez de dizer “estava desolado, quero morrer” ...
Origina-se, então, a dor fingida (pensada):
Existem 3 níveis:

A dor sentida: dor vivida no imediato, dor não racionalizada


A dor pensada: dor refletida, omentos mais tarde, após o acontecimento
que a originou
Perceção do leitor e relação á dor: dor sentida por parte do leitor, ao ler o
que o poeta escreve, tendo em conta as suas vivências.

As dores sentidas e pensada caracterizam a produção artística; e a recção


do leitor em relação a dor transmitida no poema constitui a receção.
Conclui-se então que a poesia, para pessoa ortónimo é a intelectualização
dos sentimentos e emoções.

A DOR DE PENSAR

Pessoa sente-se condenado a ser lucido, a ter de pensar, considera que o


pensamento provoca a dor, teoria que alicerça a temática da dor de
pensar. Na sequencia da mesma o poeta inveja aqueles que são
inconscientes e que não se despertam para a atividade de pensar como
uma “pobre ceifeira”, que “canta como se tivesse mais razoes para cantar
que a vida”, ou como um “gato que brinca na rua” e apenas segue o seu
instinto.

Assim o poeta inveja a felicidade alheia porque esta e inatingível para


ele, uma vez que e baseada em princípios que sente nunca poder alcançar
a inconsciência, a irracionalidade uma vez que o pensamento e uma
atividade que se apodera de maneira persistente e implacável de pessoa,
provocando o sofrimento e condicionando a sua felicidade. Impedido de
ser feliz devido a lucidez procura a realização do paradoxo de ter uma
consciência inconsciente. O poeta deseja ser inconsciente mas não abdica
da sua consciência pois ao apelar a ceifeira “poder ser tu, sendo eu!/ter a
tua alegre inconsciência/ E a consciência disso!” manifesta a sua vontade
de conciliar ideias inconciliáveis.
Em suma, a dor de pensar que o autor diz sentir provem de uma
intelectualização das sensações a qual o poeta pode escapar, como ser
consciente e lucido que é.

A dor de pensar

Gato que brincas na rua


Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais


Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,


Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Pessoa vive em constante conflito interior. Tendo consciência de que é


um homem racional de mais ele deseja arduamente pensar menos ser
mais inconsciente, aproveitar a vidassem questionar. Mas como na
realidade tem uma necessidade permanente de se questionar, de
pensar, de intelectualizar toda e qualquer situação, ele sente-se
frustrado

Podemos então falar de uma dualidade inconsciência/ consciência e


sentir/ pensar

Pessoa inveja o gato que e feliz na sai ingenuidade respondendo


simplesmente a instintos.

Pessoa inveja uma ceifeira simples porque ela canta so porque lhe
apetece, alegremente

Ele nunca conseguira ter estas reações de abstração para com o


pensamento porque insatisfação e a dúvida acerca da importância da
racionalidade são constantes. Ele deseja ser inconsciente tendo
consciência disso. Como isso e muito inconcebível cada vez a dor de
pensar e maior.

Вам также может понравиться