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I ISSN 0102-9924

p A c u l d A d E (JE CÍÊNCÍAS ECOINÔMÍCAS CJA U F R C S

/Análise
\ iNSTAbllidAdE FINANCEIRA dos
conômica
^ N O S 9 0 : AIQUMAS iMpliCAÇÕES
PARA AS ECONOMÍAS CAPITAIÍSTAS PERifÉRiCAS
ANCIRÉ C t i s h A E DANÍEIA PRATES

\ AMpliAÇÃo RECENTE dA PARTÍCÍPAÇÃO


EsTRANqEiRA NO SíSTEMA BANCÁRÍO BRASÍIEÍRO
MARÍA CRÍSTÍNA PENÍCIO CJE FREÍTAS

INÍRA-ESTRUTURA dE INÍORMAÇÕES E SiSTEMA


NACÍONAI dE INOVAÇÃO
E D U A R D O D A MOTTA E A L B U Ç U E R P U E

O CUSTO SOCÍAI dos RECURSOS HídRicos EM


BACIAS HidRoqRÁfiCAS INTERNACIÓN Ais: O
CASO dA BACÍA do PARANÁ
J A N D Í R PERRERA D E UMA E

JOSÉ C A R R E R A ' P E R N A N D E Z

PREfERÊNCÍA PEIA LíQUídEZ E ESCOIIHA dE


PORlfÓliO
JOSÉ LUÍS OREÍRO

EfiCÍÊNCÍA, ObjETÍVO E CoORdENAÇÃO dA


PolÍTiCA MACROECONÔMICA NO
PERÍodo: 1974 ' 1979
JOÃO Slcsú

MACROECONOMIA ModERNA: KEYNES E A


ECONOMIA CONTEMPORÂNEA ' RESENUA EdiçÃo
S Í M O N E SílvA D E D E O S OoMEMORATiVA
ANO I

7 90
5 2
SETEMBRO, 1999
ANOS
UNlVERSroADE FEDERAL DO RlO GRANDE DO SuL
Reitora: Prof. Wrana Maria Panizzi
FACULDADE DE CIÊNCLVS ECONÔMICAS
Diretora: Prof. Otilia Beatriz Kroeff Carrion
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS ECONÔMICAS
Diretor: Prof. Femando Ferrari Filho
DEPARTAMENTO DE CIÊNCUS ECONÓMICAS
Chefe: Prof. Luiz Alberto Oliveira Ribeiro de Miranda
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMLV
Coordenador: Prof. Marcelo Savino Portugal
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL
Coordenador: Prof. Carlos Guilherme A, Mielitz Netto
CONSELHO EDITORUL
Achyles B . Costa, Aray M. Feldens, Carlos A. Crusius, Carlos G. A. Mielitz Netto,
Eduardo A. Maldonado Filho, Eduardo P. Ribeiro, Eugênio L a g e m a n n , F e r n a n d o
Ferrari Filho, Gentil Corazza, M a r c e l o S. Portugal, Nali J. S o u z a , Otilia B . K.
Carrion, Paulo A. Spohr, Paulo D . Waquil, Pedro C. D . Fonseca, R o b e r t o C. M o r a e s ,
Ronald Otto Hillbrecht, Stefano Florissi, Eleutério F. S. Prado ( U S P ) , F e r n a n d o H.
B a r b o s a (FGV/RJ), Gustavo Franco (PUC/R.T), J o ã o R. Sansón ( U F S C ) , J o a q u i m P.
Andrade (UnB), Juan H. Moldau (USP), Paul Davidson (LTniv. of Tennessee), Werner
Baer (Univ. of Illinois).
COMISSÃO EDITORLÍL
Eduardo Augusto Maldonado Filho, Fernando Ferrari Filho, Gentil Corazza, Mar-
celo Savino Portugal, Paulo D a b d a b Waquil; Roberto Camps M o r a e s .
EDITOR: Gentil Corazza
EDITOR ADJUNTO: Pedro Silveira Bandeira
SECRETARIA: Laize Espindula.
REVISÃO DE TEXTOS: Vanete Ricacheski.

FUNDADOR: Piof. Antônio Carlos Santos Rosa

Os materiais publicados na revista Análise Econômica são da exclusiva responsabilidade dos auto-
res. E permitida a reprodução total ou parcial dos trabalhos, desde que seja citada a fonte. Aceita-se permu-
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Toda correspondência, material para publicação (vide normas na terceira capa), assinaturas e permutas
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Telefones: Oxx (51) 316-3348 e 316-3440 - Fax: Oxx (51) 316-3990
rae@vortex.ufrgs.br
Análise Econômica
Ano 17, n, 32, setembro, 1999 - Porto Alegre
Faculdade de Ciências Econômicas, UFRGS, 1999

Periodicidade semestral, março e setembro.


ISSN 0102-9924
1, Teoria Econômica - Desenvolvimento Regional -
Economia Agrícola - Pesquisa Teórica e Aplicada •
Periódicos. L Brasil.
Faculdade de Ciências Econômicas,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

CDD 330.0.5
CDU 33 (81) (05)
Macroeconomia de inspiração Keynesiana
Simone Silva de Deos'

Apesar do que o título possa sugerir ao leitor desavisado, M a c r o e c o n o m i a


M o d e r n a : K e y n e s e a e c o n o m i a c o n t e m p o r â n e a (Rio de Janeiro, C a m p u s ,
1999) n ã o é, e não pretende ser, u m m a n u a l de m a c r o e c o n o m i a . S e n d o assim,
n ã o se deve buscar n o livro a tradicional seqüência de capítulos que leva os
e s t u d a n t e s de graduação, n o curso de M a c r o e c o n o m i a , da contabilidade naci-
onal, aos diferentes m o d e l o s m a c r o e c o n ô m i c o s . O objetivo básico d o livro,
c o n f o r m e a p o n t a m seus organizadores - Gilberto Tadeu L i m a , João Sicsú e
L u i z F e m a n d o de Paula - é demonstrar a relevância da a b o r d a g e m k e y n e s i a n a /
p ó s - k e y n e s i a n a para a análise d e diversos temas n o âmbito da e c o n o n ü a .
P o d e ser interessante situar o leitor e m potencial a respeito d o debate e m
q u e se insere o livro, dentro d a teoria e c o n ô m i c a . N a literatura d a área, a ex-
p r e s s ã o k e y n e s i a n o s está tradicionalmente associada aos adeptos da c h a m a d a
síntese neoclássica e aos propositores das políticas m a c r o e c o n ô m i c a s q u e de-
r i v a r a m desta e foram muito populares dos anos 5 0 até os 7 0 . A formalização
que foi feita d a Teoria Geral de K e y n e s , q u e ficou amplamente c o n h e c i d a c o m o
m o d e l o I S - L M , acabou t o m a d o - s e o próprio símbolo da síntese neoclássica,
dos " v e l h o s k e y n e s i a n o s " .
Mais recentemente, o grupo de autores conhecidos como novos-keynesianos
fomra o mainstream, o pensamento ortodoxo predominante. A escola surge na
década de 80 e m reação à supremacia monetarista vigente, disputando c o m a eco-
n o m i a novo-clássica o status de corrente principal. Seus esforços são no sentido
de modelar a velha macroeconomia keynesiana atendendo às duas críticas funda-
mentais dos novos-clássicos: a não inclusão de expectativas (raciorrais) e m seus
modelos e a falta de microfundamentos dos mesmos. A preocupação principal da
escola é explicar rigidez de preços e falhas de mercado.
C o n t u d o o conteúdo k e y n e s i a n o p r e d o m i n a n t e neste livro n ã o está dire-
t a m e n t e associado ao que se possa c h a m a r de n o v o ou velho k e y n e s i a n i s m o .
D e fato, várias contribuições aqui reunidas p o d e m ser rotuladas c o m o p ó s -
k e y n e s i a n a s . Estilizadamente, pode-se dizer que esta escola caracteriza-se pela
rejeição d a leitura e interpretação dos "velhos e n o v o s " keynesianos q u a n t o à
existência e às causas do d e s e m p r e g o involurrtário, t e m a central d a Teoria Geral.
O s p ó s - k e y n e s i a n o s resgatam o que K e y n e s c h a m o u de princípio d a d e m a n d a
efetiva, s e g u n d o o qual os níveis de p r o d u ç ã o e e m p r e g o são estabelecidos e m
função d a expectativa de lucro dos empresários. T a m b é m p r e o c u p a m - s e e m
r e c u p e r a r e desenvolver aspectos d a teoria de K e y n e s que estão postos ou p o -
d e m ser inferidos da Teoria Geral, mas têm sido sistematicamente

* Mestre ein Economia pelo lEPE - UFRGS e Doutoranda de lE - UNICAMP


desconsiderados pelos keynesianos ortodoxos. Entre esses, m e r e c e m destaque
a necessidade de colocar a análise e c o n ô m i c a n o v a m e n t e no t e m p o e de incor-
porar, c o m ênfase, a incerteza e a m o e d a . C o n t u d o , n e m todas as contribuições
a q u i r e u n i d a s p o d e m ser e n q u a d r a d a s s o b o r ó t u l o m a i s e s t r i t o d o p ó s -
k e y n e s i a n i s m o , ainda que r e s g a t e m insights originais d e K e y n e s e longe este-
j a m d e u m enquadramento mais ortodoxo.
N ã o sendo u m manual de m a c r o e c o n o m i a , o livro p r e t e n d e ser mais q u e
u m a coletânea d e artigos de "genuína inspiração k e y n e s i a n a " . B u s c a articular
contribuições originárias de diferentes autores e m três partes, correspondentes
a distintas áreas temáticas. A s s i m , n u m a seqüência lógica, a p r i m e i r a trata d e
teoria pura, dos chamados Fundamentos Teóricos dessa " e c o n o m i a keynesiana".
Isto feito, a parte seguinte versa sobre u m t e m a fundamental e q u e c o s t u m a
receber atenção especial e apresenta desenvolvimentos interessantes n o p ó s -
k e y n e s i a n i s m o : Sistema Financeiro, Financiamento e Crescimento. A terceira
e ultima parte trata de Dinâmica Econômica, Políticas Macroeconômicas e
Crises Monetárias. Passemos a u m a avaliação mais detalhada.
O primeiro capítulo, de autoria de Paul D a v i d s o n , faz a crítica à visão
k e y n e s i a n a ortodoxa (aquela que, a propósito, c o s t u m a freqüentar as páginas
dos tradicionais manuais de m a c r o e c o n o m i a ) e a r g u m e n t a p o r q u e seria esta
incompatível c o m a contribuição de K e y n e s . N e s s e sentido, p r o c u r a justificar
a necessidade e relevância da a b o r d a g e m p ó s - k e y n e s i a n a . O capítulo seguinte,
cujo autor é Luiz Antônio de Oliveira L i m a ( F G V - S P ) , a v a n ç a p a r a u m a dis-
c u s s ã o teórica contemporânea, m a t e m a t i c a m e n t e formalizada (e instigada, a
propósito, pela ortodoxia), acerca d a necessidade d e n ü c r o f u n d a m e n t a ç ã o d a
m a c r o e c o n o m i a . Conclui, de forma muito interessante e e m o p o s i ç ã o frontal
ao mainstream, pela necessidade de m a c r o ñ m d a m e n t a r a m i c r o e c o n o m i a . vSe-
g u e - s e a este o terceiro capítulo, de autoria d e D a v i d D e q u e c h ( U N I C A M P ) ,
q u e levanta u m a d a s " b a n d e i r a s " d a escola pós-keynesiana, afirmando q u e a
incerteza, e m oposição à n o ç ã o convencional de risco probabilístico, é u m
e l e m e n t o central e estratural d a e c o n o m i a capitalista.
O q u a r t o c a p í t u l o , d e a u t o r i a d e C a r m e m A p a r e c i d a F e i j ó ( U F F ) , in-
troduz a noção de expectativas, essencial no pensamento que deriva de
Keynes, pois intimamente vinculada à necessidade de tomada de decisões
empresariais - de produção, investimento e financiamento - n u m mundo
d e i n c e r t e z a . A r e f l e x ã o final d e s s a p r i m e i r a p a r t e e s t á n o c a p í t u l o d e n ú -
mero cinco, escrito por Fernando Nogueira da Costa ( U N I C A M P ) , que
trata de u m a polêmica interna ao pós-keynesianismo no âmbito da teoria
m o n e t á r i a . D i s c u t e p r e f e r ê n c i a p e l a l i q u i d e z e f o r m a t o d a c u r v a d e oferta
de moeda, questões que dividem os pós-keynesianos e m duas correntes:
fundamentalismo x horizontalismo. O autor advoga, apoiado na teoria do
circuito monetário, u m a possibilidade de compatibilização entre estas.
A segunda p a i t e d o livro trata de Sistema Financeiro, Financiamento e
Crescimento. E s s e s t e m a s , essenciais para a c o m p r e e n s ã o d o funcionamento
das e c o n o m i a s c o n t e m p o r â n e a s - e que, n u m aparente p a r a d o x o , n e m s e m p r e
têm a devida a t e n ç ã o no â m b i t o da teoria e c o n ô m i c a , s o b r e t u d o n o c h a m a d o
mainstream - e n c o n t r a m aqui, sob a égide d o p ó s - k e y n e s i a n i s m o , e s p a ç o pri-
vilegiado. M e r e c e destaque o primeiro capítulo dessa P a r t e II e sexto d o livro,
de autoria de R o g é r i o Studart (UFRJ), q u e discute o papel d a s instituições e
m e r c a d o s financeiros no funcionamento d a s e c o n o m i a s capitalistas, apontan-
do seu caráter crucial. C h a m a m o s atenção, ainda, p a r a a o p o r t u n a discussão
sobre o papel d a p o u p a n ç a m a c r o e c o n ô m i c a para o i n v e s t i m e n t o . O sétimo
capítulo, escrito p o r L u i z F e r n a n d o d e P a u l a ( U E R J - U C A M ) , aprofunda o
m e s m o tema, b u s c a n d o analisar o c o m p o r t a m e n t o d o s b a n c o s e seus efeitos
sobre a oferta d e crédito.
A i n d a nesta s e g u n d a parte, o capítulo seguinte, oitavo d o livro, interrom-
pe a seqüência d e t e m a s d a órbita monetária, c h a m a n d o atenção p a r a outra
q u e s t ã o fundamental para a c o m p r e e n s ã o d a d i n â m i c a d a s e c o n o m i a s capita-
listas — questão q u e é t a m b é m , e m b o a m e d i d a , "rerregada" n o mainstream.
Gilberto Tadeu L i m a ( U N I C A M P ) , seu autor, apresenta u m m o d e l o d e a c u m u -
lação d e capital, c r e s c i m e n t o e distribuição d e renda cuja trajetória é influenci-
ada p o r u m p r o c e s s o e n d ó g e n o de i n o v a ç ã o tecnológica. A compreeirsão d o
conteúdo aqui e x p o s t o exigirá dos leitores familiaridade c o m u m a l i n g u a g e m
m a t e m á t i c a n ã o trivial, u m a v e z que o m o d e l o é f o r m a l m e n t e a p r e s e n t a d o .
O capítulo n o v e , d e autoria de A d r i a n a M o r e i r a A m a d o ( U N B ) , r e t o m a
os t e m a s de e c o n o m i a monetária, m a s dentro de u m a perspectiva d e desenvol-
vimento regional. P r o p õ e u m a análise para o p o u c o discutido p r o c e s s o d e con-
centração bancária n o país, e conclui q u e tal p r o c e s s o p o d e aprofundar as desi-
gualdades regionais. O d é c i m o capítulo, escrito p o r José Luís Oreiro ( I B M E C ) ,
conclui essa parte d o livro. Discute teoricamente os d e t e r m i n a n t e s d a taxa d e
j u r o s , r e s g a t a n d o o debate entre K e y n e s e o s clássicos.
A t e r c e i r a e ú l t i m a p a r t e d o l i v r o t r a t a d e Dinâmica Econômica,
Políticas Macroeconômicas e Crises Monetárias. E dessa dinâmica eco-
nômica e sua inevitável dimensão financeira que versa, a propósito, o
primeiro capítulo dessa parte, décimo primeiro do livro. A g r e g a n d o as
corrtribuições d e Kalecki e Steindl às de K e y n e s , L u i z G o n z a g a Belluzzo
e Júlio Sérgio G o m e s de A l m e i d a ( U N I C A M P ) , seus autores, acrescen-
tam à análise u m novo "eixo", através da introdução da categoria dos
r e n t i s t a s , i n d a g a n d o - s e s o b r e c o m o seu c o m p o r t a m e n t o a f e t a o f u n c i o -
n a m e n t o d a e c o n o m i a . N o final d e s s e c a p í t u l o n o q u a l a c o m p l e x i d a d e
t e ó r i c a é m u i t o m a i s q u e c o m p e n s a d a p e l a r i q u e z a d o s insights ofereci-
dos, p r o p i c i a m u m a o p o r t u n a análise da crise financeira d o E s t a d o , sua
gênese, tensões, limites e conseqüências, para além do imediato.
N o décimo segundo capítulo, de autoria de F e m a n d o Cardim de Carvalho
(UFRJ), passa-se expHcitamente para o âmbito da política econômica. N a introdu-
ção faz-se u m a reflexão importante e oportuna sobre a dimensão política da crítica
vulgar ao keynesianismo. A partir daí, o capítulo tem como objetivo recuperar a
abordagem de política econômica desenvolvida originalmente por Keynes. Con-
clui, sem muita surpresa, que h á u m viés intervencionista nessa abordagem, coe-
rente c o m a anáhse teórica. Ainda no âmbito da política econômica está o capítulo
d e número treze, escrito por João Sicsú (UFF), que trata de u m tema específico
dentro da política monetária. Incorporando u m a temática introduzida originalmente
pelos novos-clássicos, discute a questão d a reputação dos dirigentes do banco
central e seu impacto, via expectativa dos agentes, sobre a eficácia destas políti-
cas.
O d é c i m o quarto capítulo trata d e u m t e m a b e m c o n t e m p o r â n e o : o fenô-
m e n o das crises cambiais. J o a q u i m Pinto d e A n d r a d e e M a r i a L u i z a F a l c ã o
Silva ( U N B ) , seus autores, f a z e m u m a c o m p a r a ç ã o de diferentes abordagens
teóricas p a r a tal f e n ô m e n o . E a interessante, quiçá p r o n ü s s o r a conclusão, é
q u e o mainstream e a a b o r d a g e m p ó s - k e y n e s i a n a t ê m c o n d u z i d o a resultados
m u i t o semelhantes, talvez c o m p l e m e n t a r e s , sobre a questão. A i n d a dentro des-
ta temática das crises financeiras i n t e m a c i o n a i s , o d é c i m o quinto capítulo d o
livro, d e autoria d e F e r n a n d o Ferrari Filho ( U F R G S ) , pretende resgatar as con-
tribuições originais de K e y n e s sobre o tema, n u m m o m e n t o e m q u e se discute
u m a " n o v a arquitetura financeira m u n d i a l " .
O d é c i m o sexto e último capítulo d o livro traz diferenças significativas
e m relação aos d e m a i s . Paulo N o g u e i r a Batista Jr. ( F G V - S P ) , seu autor, n ã o
está tratando t e m a s c o n t e m p o r â n e o s d a a g e n d a teórica. A p r e s e n t a e discute as
reflexões e p r o p o s t a s d e K e y n e s sobre a hiperinflação e a estabilização d o
m a r c o a l e m ã o , acontecimentos d o início dos anos 20. C o n t o d o , c o m o coloca
seu autor, o interesse d o capítolo transcende a d i m e n s ã o histórica, pois anteci-
p a e m vários p o n t o s discussões recentes sobre inflação, hiperinflação e p l a n o s
d e e s t a b i l i z a ç ã o . P a r a a l é m d a e x e g e s e p u r a e s i m p l e s , p e l a qual os p ó s -
k e y n e s i a n o s são muitas vezes - e e m a l g u m a s a d e q u a d a m e n t e - criticados,
traz à tona u m a reflexão importante e p o u c o c o n h e c i d a d e K e y n e s .
C o m o o b r a coletiva. M a c r o e c o n o m i a M o d e r n a manifesta vícios e vir-
t u d e s . A s diferentes filiações, p r e o c u p a ç õ e s e linguagens dos autores são per-
ceptíveis n o livro, e m q u e cada capítulo t e m personalidade e estatura própria.
M a s é s e m d ú v i d a relevante e o p o r t u n a a iniciativa d e reunir e disponibilizar a
u m p ú b l i c o m a i o r as contribuições d e importantes e c o n o n ü s t a s brasileiros -
exceção feita ao capítolo inicial, d e autoria d o norte-americano Paul Davidson,
c o n s i d e r a d o o g r a n d e expoente d a escola. A o b r a d e m o n s t r a o vigor, a amplitu-
d e e, e m alguns casos m a i s explicitamente, a qualidade e originalidade d a p r o -
d u ç ã o acadêmica nacional, que n ã o d e v e p e r m a n e c e r confinada às revistas
científicas de circulação restrita. E é u m a oportunidade p a r a refletirmos, u m a
v e z m a i s , sobre a p r o d u ç ã o d o m é s t i c a d e teoria, inclusive d a teoria pura, q u e é
sistematicamente posta e m dúvida. A i n d a q u e , n u m aparente contra-senso, a
bibliografia referida p e l a grande maioria dos autores deste livro p o u c o cite
seus " p a r c e i r o s " brasileiros, q u e j á h á a l g u m t e m p o p r o d u z e m trabalhos de
qualidade n a área.
P o r tudo isso, o livro é r e c o m e n d á v e l a todos que p r e t e n d a m a m a d u r e c e r
suas reflexões e m e c o n o m i a . M a s q u e n ã o se espere u m a "leitura fácil", p o i s o
leitor se defrontará c o m trabalhos cuja l i n g u a g e m n e m s e m p r e é i m e d i a t a m e n -
te acessível. D e outro lado, a possibilidade d e acesso deste leitor às controvér-
sias teóricas presentes n o livro p o d e ajudá-lo a refletir sobre as dificuldades d e
fazer teoria e compreender, assim, que a ciência é u m processo e m aberto, d o
qual o debate é parte irrevogável. S e n d o assim, a palavra final sempre estará
p o r ser dita. A l é m d o q u e , e p a r a o b e m d a ciência e c o n ô m i c a , é urgente que
esse debate seja mais pluralista. C o m isso q u e r e m o s dizer q u e todas as contri-
b u i ç õ e s heterodoxas d e q u a l i d a d e são b e m - v i n d a s e oportunas.

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