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Livro de Resumos

Book of Abstracts
Livro de Resumos
Book of Abstracts
ÍNDICE
TA B L E O F C O N T E N T S

Papers

Page as a studio, fonts as microphones: recording with type .............................. 8


ALEKSI SALOKANNEL

Bonde: From lettering heritage to a multi-width type family .............................. 9


A L VA R O F R A N C A

A evolução do livro e da tipografia com a invenção da imprensa ................ 11


A NA M A R TA F E R R E I R A

Toponímia: tipografia em azulejo ........................................................................................................ 13


ANA SOFIA FÉLIX

Anotações preliminares acerca do desenvolvimento do logotipo


Superman e sua influência no design gráfico de Super-Heróis ...................... 15
BRUNO PORTO | SELMA REGINA OLIVEIR A

A letra desenhada, ritmada ao som do texto. A importância


da plasticidade da letra manuscrita na interpretação
do conteúdo textual de uma edição modernista ................................................................ 17
CRISTIANA RODRIGUES SEREJO

A experiência no ensino da tipografia de uma escola no Porto ..................... 19


DANIEL BR ANDÃO | JOÃO TIAGO SANTOS

Tipografia arquitetônica pelotense: estudo exploratório sobre a


paisagem tipográfica da cidade de Pelotas, no interior do Brasil ................ 21
DANIELA BRISOLAR A

A brief overview of early printing in Brazil ............................................................................ 24


EMERSON ELLER

The sway of cultural identities in urban space – Scriptural


dispositifs as agents in inter/-/national restaurant letterings ......................... 26
I R M I WA C H E N D O R F F

Metodologias para a criação de um tipo de letra Tamil e Malayalam ...... 29


JOANA CORREIA
Levar os pensamentos à letra: a relação das crianças
com a linguagem escrita .................................................................................................................................. 31
J O A N A S I L VA

Brand identity beyond shape.


Ideals and elements of brand identity on tv opening credits ........................... 33
J O Ã O B R A N D Ã O | R I C A R D O P E S TA NA | D A N I E L R A P O S O

Introdução à forma tipográfica – experiência pedagógica


de introdução ao desenho e forma das letras ...................................................................... 35
JORGE BR ANDÃO PEREIR A

O ensino de desenho de letras e caligrafia para arquitetos


na primeira metade do século XX em São Paulo .............................................................. 37
JOSÉ ROBERTO D’ELBOUX

Ensinar (e aprender) tipografia em modo “social network” .............................. 39


LUÍS MOREIR A

Tipografía contracorriente:
la reacción francesa a las lineales neogrotescas ............................................................... 41
MANUEL SESMA

Notações: cadências editoriais ................................................................................................................ 43


MÁRIO JOEL MAIA NOGUEIRA

Os caracteres tipográficos dos cartazes modernistas


da Romaria de Nossa Senhora da Agonia ................................................................................. 45
M A R L E N E A Z E V E D O | A NA F I L O M E NA C U R R A L O | P E D R O FA R I A

Design gráfico da porta pra fora:


projeto de intervenção didática tipográfica em espaços coletivos ............ 47
M AT E U S R U S S O L O

Los ritmos cruzados de Jaugeon: la courante moyenne ......................................... 49


ORIOL MORET

Ultra aesthetic: Extreme lettering and typography


in contemporary poster design ............................................................................................................... 51
PAU L H A R D M A N

The current pace of type design distribution on the web:


changing the rhythmus of contemporary typeface
specimen publication ......................................................................................................................................... 53
P E D R O A M A D O | C A T A R I N A S I L VA

Revival of Letterpress: the Portuguese scenario .............................................................. 55


P E D R O A M A D O | V Í T O R Q U E L H A S | C A T A R I N A S I L VA

Eastern Rhythms / Western Structures: Rise of Iranian Graphic Design ..... 57


P O U YA JA H A N S H A H I
Tipografia e catalogação ortográfica das línguas indígenas brasileiras ...... 59
R A FA E L D I E T Z S C H

A Prática Contemporânea da Impressão Tipográfica ............................................... 62


R A FA E L N E D E R

Kinetic typography – the dynamic nature of type .......................................................... 64


SARA ANTUNES

Tai-Ahom and its typographic implementation ............................................................... 66


SERGIO TRUJILLO

Pedro Cerqueira, “Gordo Letters” – O primeiro [tató]grafo português? ..... 68


SUSANA AZEVED O CARDAL

Posters

Toponímia: tipo de letra em azulejo ................................................................................................. 72


ANA SOFIA FÉLIX

Lusitânia Medium .................................................................................................................................................... 74


ANTÓNIO FONSECA

Oliva: O passado e o presente a marcar o ritmo do futuro ................................... 75


BRUNA FERREIR A

Laquie Type ...................................................................................................................................................................... 77


BRUNA FERREIR A

Gárgula: uma fonte humanista desenvolvida em contexto académico ........ 79


JOANA SANTOS | DANIEL BR ANDÃO

Equilatera ........................................................................................................................................................................... 81
JOÃO GOMES

Caminhos Film Festival .................................................................................................................................... 83


JOSÉ MARIA CUNHA

Parati – Academy Poster ................................................................................................................................. 85


LUY ALBINO

Categorização de Estruturas para Genéricos de Séries de Televisão...... 86


R I C A R D O P E S TA NA | S A R A A N T U N E S

Dezasseis: um projecto tipográfico académico .................................................................. 88


R I C A R D O S I L VA | D A N I E L B R A N D Ã O

Mesh ......................................................................................................................................................................................... 90
TIAGO OLIVEIR A | DANIEL BR ANDÃO
Papers
Page as a studio, fonts as microphones:
recording with type
ALEKSI SALOK ANNEL
Sisin · Finland

A BSTR ACT: Based on my experiences as a typographer, a book


designer, and a musician, I will offer thoughts on the parallels
between designing publications and recording music.
Typography is idealized writing which in turn is idealized talk
which in the end is sound. When you get to learn some basic prin-
ciples of capturing sound, you can approach the page as a space
with acoustics, and make font choices and other design decisions
based on the sound and rhythm of the text you are dealing with.
Thinking fonts as microphones and typographic rhythm in the
same way a drummer handles rhythm in music will offer an
inspiring way for typographers to approach their craft. In the arti-
cle I will present for example ideas of the x-height of fonts and the
form of their brackets related to compression of sound, and the
choice of line height, margins and paper texture and colour
related to acoustics. A reader versed in typography and with an
interest in music will be offered synesthetic connections between
these two areas.

TOP I CS : Graphic & Editorial Design


K E Y WORD S : page, space, sound, rhythm, writing, drumming,
acoustics, fonts, microphones, synesthesia

8 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Bonde: From lettering heritage
to a multi-width type family
A L VA R O F R A N C A
ESDI · Brazil

A BSTR ACT: Feita a partir de uma extensa investigação histórica


acerca dos letreiros usados em bondes do Rio de Janeiro entre
1868 e 1966, “Bonde” é uma família tipográfica que tem como obje-
tivo preservar formas de letra históricas em um formato acessível
às próximas gerações e, mais importantemente, adaptar as for-
mas de letra encontradas em seu contexto original para a sinali-
zação contemporânea, e assim multiplicar as suas possibilidades
de uso.
O projeto da família tipográfica Bonde buscou equilibrar as refe-
rencias históricas e culturalmente ricas encontradas em originais
do século XIX com as muitas exigências tipográficas da sinaliza-
ção contemporânea, adaptando letras encontradas sempre que
necessário.
Utilizando programação, automatização e metodologias de
design paramétrico, o projeto descreverá não apenas o desenho
de uma família de tipos, mas também o desenvolvimento de uma
suite de dez ferramentas programáticas escritas em Python, capa-
zes de testar esses tipos sob um variado espectro de condições de
leitura, permitindo ajustar a família para o seu pleno funciona-
mento em peças de sinalização atuais.
Historicamente, o projeto é um caso valioso pois mostra, através
de um ponto de vista Brasileiro, um caminho possível para se
apreender soluções do passado ao mesmo tempo respeitando as
necessidades da paisagem tipográfica contemporânea, compa-
rando as visões sobre leitura à distância e sinalização de veículos
dos séculos XIX, XX e XXI no processo.
Para a tipografia, o projeto é relevante pois reforça, com exem-
plos detalhados e demonstrações, a ideia de que as ferramentas

9 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


digitais devem se adequar às necessidades de design em um pro-
jeto de tipos, e que a programação é a única maneira de dar ao
desenhista tipos o controle total sobre o seu próprio processo
criativo.
Como conclusão, o projeto apresenta uma família tipográfica
com tipos em nove larguras diferentes, que resgata formas de
letras históricas para a cultura visual carioca, e lhes confere nova
vida ao adaptá-las para o melhor uso contemporâneo em um
amplo espectro de aplicações, que vão desde a página impressa
até o letreiro arquitetônico.

TOP I CS : Typeface Design, History & Education


K E Y WORD S : lettering, tramways, width variation,
font technology, rio de janeiro, history

10 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
A evolução do livro e da tipografia
com a invenção da imprensa
A N A M A R TA F E R R E I R A

A BSTR ACT: O livro como objecto físico tem vindo a evoluir ao


longo da sua história, tanto para responder a necessidades
impostas pelo contexto socio-cultural em que se insere, como
pelas evoluções tecnológicas que permitiam a sua concretiza-
ção. Indiscutivelmente, uma das evoluções mais marcantes
para a sedimentação do livro como objecto cultural (e para a
sua forma actual) foi a invenção da imprensa por Johannes
Gutenberg em c. 1440. Esta forma revolucionária de produzir
textos significou um avanço estrondoso na forma como consu-
mimos conhecimento – pela primeira vez desde a invenção da
escrita era possível produzir material de leitura de forma
rápida e em grandes quantidades. A invenção da imprensa
mudou drasticamente a forma como o leitor abordava o livro e,
consequentemente, a sua relação com o texto em si. Este dei-
xou de ser um objecto único e exclusivo feito manualmente por
um copista.
No entanto, apesar de ser a forma como se compõe os textos
– a tipografia – a grande revolução tecnológica deste período, a
forma tipográfica nos incunábulos manteve-se muito próxima
da sua forma manuscrita. Mas, eventualmente, esta nova rela-
ção do leitor com o livro levou a novos hábitos de leitura, a evo-
luções na forma do livro e na forma tipográfica em si. A inven-
ção do itálico, a evolução da tipografia romana, a própria
simplificação e elegância da composição, como são exemplo os
trabalhos de Aldus Manutius, comprovam a relação simbiótica
entre a evolução do livro e da tipografia.
Neste projecto iremos analisar a evolução formal do livro e
da tipografia no período que antecede e sucede a invenção da
imprensa, e a forma como a produção tipográfica foi crucial

11 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


neste processo. Através de exemplos recolhidos do espólio da
Biblioteca de Mafra, pretendemos apresentar estas temáticas a
um público não especializado através da concretização de um
livro pensado e desenhado para o efeito.

TOP I CS : Graphic & Editorial Design


K E Y WORD S : livro, tipografia, Gutenberg, forma, editorial

12 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Toponímia: tipografia em azulejo
ANA SOFIA FÉLIX
By Com

A BSTR ACT: A presente comunicação pretende mostrar, através


da criação de um tipo de letra e respetiva aplicação, que o design
gráfico e a tipografia podem contribuir para o melhoramento da
comunicação da placa toponímica em azulejo. Ao mesmo tempo,
pretende-se tornar estes suportes de sinalização em objetos com
uma linguagem gráfica contemporânea, sem esquecer a sensação
de familiaridade e conforto e o sentimento tradicionalista que
estes transmitem aos seus leitores portugueses e também estran-
geiros (Félix, 2013).
A azulejaria sempre foi uma parte intrínseca da cultura portu-
guesa. Originalmente numa vertente mais erudita e artística:
ligada às artes decorativas e arquitetura. E 500 anos mais tarde, a
partir do final do século XIX, numa vertente vernacular: como
suporte para peças com um caráter gráfico funcional – letreiros,
anúncios e placas toponímicas (ou placas de rua).
Atualmente, a produção do azulejo em Portugal foca-se na área
artística ou na área da arquitetura, como material de revesti-
mento. Placas toponímicas e letreiros continuam a ser produzi-
dos, geralmente por encomenda.
Assistimos no entanto, a uma pobre manutenção das placas topo-
nímicas em cerâmica e à eventual substituição destas por outras de
materiais e produção mais económicos, em diversas povoações.
Estes novos materiais, como os polímeros, parecem romper com a
paisagem dos centros urbanos portugueses e apresentam muitas
vezes uma performance inferior às suas antecessoras.
A placa toponímica em azulejo continua a ser percebida como
um produto de fabrico artesanal ou manufaturado e o desenho da
letra continua a ser feito de forma artística e empírica por autores
sem ou com muito poucos conhecimentos de tipografia e design

13 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


gráfico. No entanto, com a função de sinalizar e identificar um
lugar, esta peça faz parte do léxico destas duas áreas criativas.
Procurou-se perceber então, de que forma é que o designer e os
princípios do design gráfico e da tipografia podem intervir na
criação e produção da placa toponímica em azulejo.
Para isso, desenvolveu-se um tipo de letra próprio para o uso
em placas toponímicas azulejares: Toponímia. O seu desenvolvi-
mento tem como base conhecimento teórico de conceitos sobre o
desenho da letra e sinalética e sobre o azulejo como material. Foi
ainda efetuada uma análise gráfica e técnica a um conjunto repre-
sentativo de placas toponímicas em azulejo existentes no territó-
rio português. As conclusões desta análise foram fundamentais
para as soluções gráficas apresentadas no projeto: que foi poste-
riormente validado por um painel de peritos em tipografia e atra-
vés de uma fase de prototipagem.
O tipo de letra desenvolvido apropria-se do conceito de modu-
laridade tão característico da tipografia e das propriedades plásti-
cas do seu suporte em azulejo. O seu desenvolvimento promove a
valorização do azulejo de caráter gráfico funcional, tanto no sen-
tido da sua preservação, como no sentido de impulsionar a pro-
dução de novos projetos, continuando a envolver o designer grá-
fico com a indústria cerâmica portuguesa.

TOP I CS : Typeface design,


typography in the architectural environment
K E Y WORD S : azulejo, desenho da letra, sinalética

14 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Anotações preliminares acerca
do desenvolvimento do logotipo Superman
e sua influência no design gráfico de Super-Heróis
BRUNO PORTO

SELMA REGINA OLIVEIRA

Universidade de Brasília – UnB · Brazil

A BSTR ACT: Fruto do intenso diálogo produzido pelos meios de


comunicação de massa da indústria estadunidense do início do
século XX, o personagem Super-Homem é desenvolvido entre
1933-1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster sob influência direta das
narrativas e códigos visuais de Aventura e Ficção Científica disse-
minadas nas revistas pulp, no cinema e nas tiras de quadrinhos
(banda desenhada) dos jornais, além de outras manifestações cul-
turais da época como a literatura, o rádio e o circo. A partir de
uma compreensão histórica e editorial, conduziremos um estudo
exploratório sobre o design do icônico logotipo da revista de his-
tórias em quadrinhos Superman, desenvolvido entre 1938-1940
por Joe Shuster e Ira Schnapp e amplamente utilizado no estabe-
lecimento de uma identidade visual em suportes transmidiáticos.
Qual a influência do design de base tipográfica do logotipo Super-
man e do personagem Super-Homem (1939) na construção ima-
gética do gênero Super-Herói? O trabalho será orientado pela
definição de campos e hábitos de Pierre Bourdieu (As regras da
arte. 2ª edição. São Paulo: Cia das Letras, 2002), pelas noções de
identidade visual aplicada aos super-heróis de Peter Coogan
(Superhero: The Secret Origin of a Genre. Monkeybrain, 2006) e
pela argumentação de Barry Barnes (Interests and the growth of
knowledge. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1977) de que as
representações visuais são construídas ativamente sobre conven-
ções disponíveis como recursos de uma cultura ou sub-cultura, e
manipuladas à luz de objetivos e interesses particulares. As cria-
ções gráficas – páginas de histórias em quadrinhos, capas de

15 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


revistas e logotipos – desenvolvidos por Shuster e Schnapp consti-
tuirão o corpus de partida para análisar os aspectos tipográficos
do logotipo Superman, complementados por aplicações do
mesmo e de logotipos derivativos através das décadas de 1950 a
2010. Este artigo conclui que os aspectos visuais estabelecidos
pelo personagem Super-Homem e pelo logotipo Superman se tor-
nam a base para a comunicação visual, respectivamente, de per-
sonagens e produtos que se pretendem pertencentes ao gênero
Super-Herói. Este estudo é parte de uma investigação mais ampla
sobre o estado da arte e as influências visuais das revistas pulp
sobre o design das capas das histórias em quadrinhos, por oca-
sião do surgimento do formato comic book em meados dos anos
1930. Sua contribuição para o campo da Tipografia é estabelecer
esta como elemento de integração das áreas da comunicação,
design editorial e identidade visual neste projeto de caráter semi-
nal para a cultura de massa do século XX.

TOP I CS : graphic & editorial design


K E Y WORD S : imagem, design editorial, logotipo,
cultura de massa, quadrinhos, Superman

16 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
A letra desenhada, ritmada ao som do texto:
A importância da plasticidade da letra
manuscrita na interpretação do conteúdo textual
de uma edição modernista.
CRISTIANA RODRIGUES SEREJO
FBAUL

A BSTR ACT: O interesse, a curiosidade e a pesquisa pessoal em


torno das edições modernistas portuguesas levaram à procura de
exemplos onde a materialização do texto, através de experimen-
talismos no desenho da letra e de experimentalismos nas tecnolo-
gias e materiais empregues, fosse evidente.
O presente artigo tem como objetivo identificar e apresentar
exemplos práticos de grafismos onde a letra manuscrita poderá,
através do ritmo e plasticidade do traço do desenhador, de uma
forma intencional, reforçar a relação formal da letra com o signi-
ficado do texto.
É uma abordagem que pretende ajudar a refletir sobre a cons-
trução do conceito de ritmo aplicado ao design e às artes gráficas
a partir do desenho da letra e da ideia de corpo que ela transporta.
Na investigação apresentada, partindo do pressuposto que a plas-
ticidade e capacidades semânticas de letras manuscritas (lette-
ring) aplicadas numa revista modernista, são uma das bases da
sua identidade gráfica modernista, procurou-se mostrar que o
modo como foram utilizados, para além de visar a enfatização e o
reforço dos conteúdos escritos, se constitui como uma espécie de
‘narrativa paralela’ de idêntico sinal estético. O objeto e os objeti-
vos de investigação levaram à adoção de uma metodologia geral
de estudo de caso, numa abordagem qualitativa de caráter heurís-
tico que se aproxima das preocupações filosóficas sistémicas.
Através da leitura e análise dos originais da revista, identificou-
-se os casos onde os autores e editores recorreram ao desenho
manual, caligráfico e ritmado da letra utilizado numa intenção de

17 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


materializar o conteúdo e contexto textual a que estes títulos se
referem. Foi também, motivo de análise, as tecnologias empre-
gues (de registo e de reprodução) e a influência das mesmas na
plasticidade destas formas textuais.

BI BLI O G R A FI A :

› BERGER, JOHN - Voir le voir. Paris: Éditions Alain Moreau,


1976.  
› BIERUT, MICHAEL [et al.] - Looking Closer 3. New York:
Allworth Press, 1999.  ISBN 1-58115-022-9.
› DRUCKER, JOHANNA - The Visible World – Experimental
typography and modern art, 1909-1923. london: The University
of Chicago Press, Ltd, 1994.  ISBN 0-226-16502-7.
› HELLER, STEVEN - Merz to Emigre and Beyond: Avant-Garde
Magazine Design of the Twentieth Century. London: Phaidon
Press Limited, 2003.  ISBN 0 7148 3927 2.
› HOLLIS, RICHARD - Graphic Design – A concise History.
London: Thames and Hudson Ltd, 1994.  ISBN 0-500-20270-2.
› KANE, JOHN - A type primer. London: Laurence King
Publishing Ltd, 2002.  ISBN 1856692914.
› MEGGS, PHILIP B. - History of Graphic Design. 3ª edição.
New Jersey: John Wiley & Sons, 1998.  ISBN 0-471-29198-6.
› ZAPPATERRA, YOLANDA - Editorial Design. London:
Laurence King Publishing Ltd, 2007.  ISBN 978-1-85669-433-9.

TOP I CS : Graphic & editorial design, History & education


K E Y WORD S : design editorial, modernismo, lettering,
revista Presença, materialidade do texto

18 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
A experiência no ensino da tipografia
de uma escola no Porto
DANIEL BRANDÃO

JOÃO TIAGO SANTOS

Escola Superior Artística do Porto

A BSTR ACT: Neste artigo iremos apresentar o trabalho que tem


vindo a ser desenvolvido no ensino da tipografia numa Instituição
de Ensino Superior privado do Porto. Iremos analisar as metodo-
logias utilizadas na abordagem aos principais conceitos teóricos,
bem como os processos ao nível da prática que têm sido adopta-
dos e constantemente avaliados e adaptados, desde 2010.
Iremos, numa primeira parte do artigo, focar-nos nos resulta-
dos da aplicação das metodologias de ensino, nas unidades curri-
culares de Tipografia, e Design Editorial. No plano curricular da
Licenciatura, estas duas disciplinas aparecem segundo esta
ordem, e têm funcionado como introdução aos princípios básicos
destas duas áreas disciplinares que consideramos fundamentais
na aprendizagem do Design de Comunicação. Porque acredita-
mos na assimilação da teoria através da prática, ao longo de cada
semestre, são lançadas propostas de trabalho que têm como
objectivo fomentar no aluno a pesquisa, a investigação, o dese-
nho, a composição e a partilha ou exposição dos conhecimentos
adquiridos. No entanto, todos os anos deparamo-nos com o PRO -
BLE M A da escassez temporal, que nos tem levado a reduzir as
expectativas em relação aos resultados e concentrar-nos em
objectivos exequíveis e tangíveis.
Numa segunda parte do artigo, iremos debruçar-nos sobre um
conjunto de casos de estudo de projectos de desenho tipográfico
que têm vindo a ser desenvolvidos por alunos finalistas da licen-
ciatura, algo que tem verificado um substancial aumento nos últi-
mos 3 anos. Através de uma breve análise, reconhecemos diversos
factores que poderão ter influenciado este aumento. Entre outros,

19 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


consideramos importante a metodologia aplicada nos semestres
anteriores, que tem vindo a fomentar a partilha pública dos resul-
tados em diferentes contextos reais, tais como a intervenção em
marcadores de tabuleiros na cantina da escola, a instalação tipo-
gráfica em espaço público ou a produção de publicações com a
investigação realizada pelos alunos. Pensamos que estas acções
têm funcionado como bons estímulos para os alunos. Mas, para
além deste factor, temos também as conferências organizadas
pela escola, nas quais são convidados reconhecidos type desig-
ners nacionais e internacionais, que possibilitam o contacto
directo dos alunos com especialistas na área. Por último, outro
factor que consideramos também preponderante na escolha do
tema do desenho tipográfico para projecto final de curso, é a pos-
sibilidade de o aluno desenvolver um projecto extenso e total-
mente integrado. Para além do desenho tipográfico e da investiga-
ção que lhe é associada, o aluno pode ainda desenvolver diversos
suportes de comunicação subjacentes, tais como espécimenes,
cartazes, website e vídeos. Nestes projectos, temos vindo a fomen-
tar o acompanhamento externo por parte de profissionais e espe-
cialistas na área do desenho tipográfico, o que tem levado a um
considerável apuramento dos resultados obtidos.
Esta comunicação terá, portanto, o principal objectivo de par-
tilhar as experiências, resultados e dificuldades do trabalho que
temos vindo a desenvolver, na expectativa de procurar críticas,
recomendações e novas ideias a explorar em caminhos futuros.

TOP I CS : History & Education


K E Y WORD S : Metodologias de ensino, Partilha, Experiências,
Resultados, Caso de estudo

20 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Tipografia arquitetônica pelotense:
estudo exploratório sobre a paisagem tipográfica
da cidade de Pelotas, no interior do Brasil
DANIELA BRISOLARA
IFSul · Brazil

A BSTR ACT: Objectivo


Este artigo apresenta parte do desenvolvimento – concernente
à Tipografia Arquitetônica – da pesquisa “Paisagens tipográfi-
cas pelotenses: estudo exploratório sobre a tipografia no
espaço urbano”. O estudo tem como objetivo investigar as dife-
rentes ocorrências de paisagens tipográficas em determinadas
regiões urbanas da cidade de Pelotas, localizada no interior do
Estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, visando uma
melhor compreensão da tipografia enquanto informação his-
tórica e cultural.

P ROBLE M A : Dentre outros constituintes, Lynch (1997) aponta os


elementos gráficos como formadores da identidade visual, esté-
tica e cultural das cidades, funcionando tanto como indicadores
de fluxos urbanos quanto como “marcos que identificam e
nomeiam pontos da cidade, auxiliando na definição de sua estru-
tura informacional”. (GOUVEIA et al., 2007, p.2). O espaço urbano
é, assim, permeado por letras, números e sinais que constituem
sua ‘paisagem tipográfica’ e que podem ser entendidos como
parte do discurso semiótico e identitário das cidades. Tipografia,
neste contexto, deve ser entendida em sentido amplo, abarcando
diferentes processos de criação e reprodução, em diferentes for-
mas e suportes (GOUVEIA et al., 2007; BAINES & DIXON, 2003).
Mas o que representam as letras perenes existentes no contexto
urbano? É possível evidenciar estilos, valores e identidade? Quais
os métodos de análise dessas formas urbanas?

21 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


M ETOD OLO GI A : A investigação toma por base alguns estudos sobre
as ‘paisagens tipográficas’ que vêm sendo desenvolvidos nos últimos
anos em várias cidades brasileiras, os quais apontam uma série de
métodos para coleta, tratamento e análise de dados concernentes à
tipografia no espaço urbano (FARIAS, GOUVEIA & SOLOMON,
2009; LEAL, 2012), tais como o estabelecimento de rotas e fichas de
pesquisa de campo, engendrando adaptações necessárias ao con-
texto em questão. O presente artigo, a partir da contextualização da
pesquisa, apresenta amostras do levantamento da categoria “Tipo-
grafia Arquitetônica” realizado em região específica, além da adapta-
ção e aperfeiçoamento da ficha de coleta de dados e catalogação.

CON CLU SÃO E CON TRI BU I ÇÃO: A pesquisa justifica-se por sua
relevância histórica e memorial, revelando dados importantes
sobre a configuração visual-(tipo)gráfica do ambiente construído.
Como produto resultante da pesquisa têm-se, em desenvolvi-
mento, a catalogação e análise de parte da ‘paisagem tipográfica
pelotense’, sistematizada em acervo digital, visando a troca e
complementação de informações com outras pesquisas. Os dados
gerados devem permitir a identificação de especificidades cultu-
rais e a comparação de casos em locais e tempos diferentes. A
investigação visa contribuir com o olhar do design sobre esses
elementos constitutivos da paisagem urbana, evidenciando-os,
valorizando-os e propondo sua possível re-significação em outros
contextos projetuais.

RE FE RÊ N CI A S :

› BAINES, Phil & DIXON, Catherine. Signs: lettering in the


environment. London: Collins Design, 2003.
› FARIAS, Priscila Lena; GOUVEIA, Anna P. S.; SOLOMON,
Carlos X. A. Fichas de pesquisa de campo para estudo da
tipografia nominativa na arquitetura carioca. InfoDesign,
v.6, n.2, p. 7-15, 2009.

22 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
› GOUVEIA, Anna Paula Silva; FARIAS, Priscila Lena;
PEREIRA, André Luiz Tavares; & BARREIROS, Gabriela.
Paisagens tipográficas: lendo as letras na cidade. InfoDesign,
v.4, n.1, p. 1-12, 2007.
› LEAL, Roger Langone. Inscrições Tipográficas Nominativas
nos Prédios Históricos da Cidade de Pelotas/RS, Brasil. Anais
do 10o P&D Design. UFMA: São Luís, 2012.
› LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins
Fontes, 1997.

TOP I CS : typography in the architectural environment


K E Y WORD S : tipografia arquitetônica; paisagem urbana;
patrimônio cultural.

23 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


A brief overview of early printing in Brazil
EMERSON ELLER
Brazil

A BSTR ACT: O objetivo desse artigo é apresentar um panorama


dos primeiros impressos brasileiros, levantando questões perti-
nentes à história do impresso e da tipografia no Brasil. A partir da
apresentação de espécimes previamente selecionados, pretende-
-se fazer uma breve análise histórico-crítica, exibindo uma visão
geral dos primeiros anos da imprensa brasileira.
Como sabemos, a tipografia, como tecnologia de impressão se
estabeleceu no Brasil de forma tardia. Somente em 1808, no quarto
século da chegada dos Portugueses, e às vésperas da independên-
cia, o Brasil viria oficialmente utilizar os tipos móveis, já tão popu-
lares no continente europeu e em outros países da América.
Diante disso, percebe-se um esforço de pesquisadores em apon-
tar registros da existência de raros impressos que antecedem a
Imprensa Régia no Rio de Janeiro. Porém, essa atividade tipográ-
fica brasileira, que se passa à margem da história oficial, é marcada
por questões sem respostas e diversas lacunas históricas.
Dentre as referências que abordam as questões supracitadas,
destacam-se os trabalhos dos pesquisadores Lygia da Fonseca
Fernandes da Cunha (1986) e Carlos Rizzini (1945).
Não há dúvidas, porém, de que somente no início do século
XIX, com a mudança da Coroa Portuguesa para o Brasil, começa-
ram a circular de maneira oficial, os primeiros impressos realiza-
dos em território brasileiro.
Obviamente, a censura ainda impedia o desenvolvimento natu-
ral das atividades de impressão, sobretudo da publicação periódica.
Entretanto, nota-se que paralelamente aos documentos oficiais da
Imprensa Nacional, os primeiros periódicos surgiram timidamente,
mas logo se estabeleceram. Dentre eles, destacam-se a Gazeta do
Rio do Janeiro (1808) e Idade d’Ouro (1811), impresso na Bahia.

24 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Em suma, o desenvolvimento tardio da imprensa no Brasil é
repleto de aspectos políticos e marcado por algumas controvér-
sias. Por outro lado, a resistência, o espírito de inquietação e
sobretudo o empreendedorismo assinalado pela capacidade de
improvisação, colaboraram para que, em poucos anos, as diver-
sas províncias brasileiras tivessem acesso à informação através
do objeto impresso.
No âmbito metodológico do trabalho proposto aqui, revelam-
-se o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo em impor-
tantes acervos, tais como, a Biblioteca Nacional do Brasil e a
Biblioteca Nacional de Portugal.
Por se tratar de resultados prévios de uma pesquisa de douto-
ramento em curso, o que se pretende obter de imediato é a propa-
gação do conhecimento acerca da história da imprensa brasileira.
Além disso, busca-se ainda levantar questões sobre aspectos for-
mais dos impressos realizados no Brasil no período em questão,
relacionando-os assim com um contexto internacional.
Para concluir, ressalta-se que apesar de alguns autores terem
abordado o tema, ele ainda é pouco estudado dentro da área aca-
dêmica do design gráfico ou tipográfico. Portanto, esse trabalho
insere-se na proposta da 7ª edição do Encontro de Tipografia por
se apoiar na relevância da história da tipografia, enfocando, para
além do conteúdo verbal, os aspectos formais dos textos.
  
TOP I CS : Graphic & editorial design, History & education
K E Y WORD S : Early Printing; History; Typography;
Brazil; Portugal

25 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


The sway of cultural identities in urban space
– Scriptural dispositifs as agents in inter/-/national
restaurant letterings
I R M I WA C H E N D O R F F
University of Duisburg-Essen / Folkwang University of the Arts
Germany

A BSTR ACT: The objective of my ongoing doctoral research is to


analyse the contribution of multilingual and multi-scriptural
typography in public spaces to acts of identity creation, social
belonging and social recognition.
The research draws from the academic fields of typography,
linguistics and sociology. It is part of an interdisciplinary research
project that investigates the “visual multilingualism” of a specific
European geographic area that is apparent in all forms of text in
public space ranging from traffic signs to commercial displays
and graffiti tags.
Typography in this context is regarded as being a communica-
tive act with a social dimension. Lettering in the urban environ-
ment (as practiced by laypersons and professionals alike) is ana-
lysed as the activity of significant stakeholders in the construction
of social space. My research applies semiotic theories from the
fields of sociolinguistics (Dürscheid/2002, Blommaert/2005,
Spitzmüller/2013), social semiotics (Leeuwen/2005), linguistic
landscape research (Gorter/2006, Järlehed/Jaworski/2015, Scol-
lon/Scollon/2003) and sociology (Lefebvre/1974) to the sign-sys-
tem of typography and the symbolic representation of identity
through graphic vernacular in cityscapes.
At this stage of my research, I will focus on the concept of
“scriptural dispositifs” which is based on the theory of “typo-
graphical dispositifs” developed by Susanne Wehde describing
“highly institutionalized typographic forms with emblematic
function” (Wehde, 2000, pp. 119). I will analyse the concept in

26 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
regard to the emblematic functions of stereotypical lettering in
restaurant typographies, pursuing the following questions:
What scriptural dispositifs are apparent? Do they reference spe-
cific cultural associations? What part do they take in the social
construction of multilingual and multi-scriptural urban envi-
ronments?
In a multi-method approach, the state of the research is based
on quantitatively and qualitatively evaluated empirical data from
a sub-corpus of 25,500 photos of typographic items in a specific
urban district. The data consists of a tagged and geo-referenced
database as well as data from over 40 interviews with restaurant
owners, sign makers, designers and passers-by regarding their
motivations and perceptions. In addition, results from an
eye-tracking test series made on 8 cross-blended items of restau-
rant letterings will be discussed.
Linguistic concepts are analysed with regards to the impact
dimensions and meaning potentials of typographic resources in
urban spaces. Central to my research is how scriptural shapes
construct semiotic meaning, how typography can be thought of
as a sign system, and how scriptural variation can be interpreted
as a communicative act. These approaches can be expanded to
other areas of use (in graphic design) and further developed
through continuous application of linguistic concepts to typo-
graphic theory.
Typographical voices of various origins in multiple languages
and script systems create the visual backbeat of today’s global
urban environments. They play an important part in the symbolic
construction, perception and recognition of the manifold cultures
that create the visible rhythms of cityscapes. My research is a con-
tribution to the young sociolinguistic discipline of linguistic land-
scape research that is concerned with the social dimension of visi-
ble texts in public space. The intention is to enlarge the typographic
field through linguistic concepts as well as the linguistic field

27 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


through typographic analyses. Thoughts on the semantic potential
and social relevance of typographic resources contribute to the
role of typography as a momentous participant in the social con-
struction of a growing multilingual world.

TOP I CS : Typography in the architectural environment,


History & education
K E Y WORD S : scriptural dispositifs, multilingual typography,
linguistic landscape research, social recognition, urban space,
cultural identity

28 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Metodologias para a criação
de um tipo de letra Tamil e Malayalam
JOANA CORREIA
NDISCOVER

A BSTR ACT: OBJ E CTI VO: O presente trabalho pretende demons-


trar a metodologia para uma prática informada de design de tipos
de letra não latinos através de um caso de estudo de um tipo de
letra de desenhado para os sistemas de escrita Tamil e Malayalam.

P ROBLE M A : O mundo globalizado veio trazer novas oportunidades


para as línguas locais e dialectos de participarem no diálogo global.
“Indeed, just as globalization brought a wave of uniformity, it
also underlined the rights of communities to express themselves
in their local languages and dialects, in the script of their tradi-
tions.” (Gerry Leonidas, 2015)
Se previamente os designers estavam preocupados em compreen-
der a estrutura básica dos alfabetos e as suas diferenças agora já
se procura entender as convenções tipográficas e aos mesmo
tempo para entender como diferenciar e hierarquizar a informa-
ção nestes sistemas de escrita não latinos. Neste momento já são
desenhadas famílias tipográficas e não apenas uma fonte de um
único peso.
O presente projecto veio procura contribuir com mais varie-
dade tipográfica para os sistemas de escrita Tamil e Malayalam
que pertencem ao grupo de línguas dravídicas do Sul da Índia. É
uma língua presente no estado Tamil Nadu da Índia, no Sri-Lanka
e comunidades emigrantes em Singapura e Malásia.

M ETOD OLO GI A : A metodologia partiu do estudo do caso apresen-


tado do processo de criação do tipo de letra Tamil e Malayalam
desenhado para ecrã.
Ao iniciar este novo design foi estudada a forma de escrever o
sistema de escrita. Como refere Neelakash Kshetrimayum será

29 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


necessário estudar a escrita para entender as proporções, a anato-
mia, o espaçamento e a forma como as letras se juntam para for-
mar uma palavra.
Através da análise deste estudo foram reunidos os critérios
necessários para atingir a qualidade no type design. Sendo muitos
destes critérios semelhantes aos mesmo usados para o Latin.
Foi realizada a pesquisa de exemplos de outras tipografias
representativas do sistema de escrita. Desta forma o designer con-
seguimos conhecer as possibilidades do design entendendo quais
as partes das letras que podem ser modificadas e quais  as partes
integrais da letra. No momento actual o type design não latino
ainda é bastante conservador.
O caracter colaborativo deste projecto faz parte de uma ten-
dência no mercado do type design global.
As questões técnicas relativas ao software e suporte técnico
foram algo que se foi desenvolvendo ao longo do projecto com
partilha de conhecimento entre parceiros.  

CON CLU SÃO: O caso de estudo debruça-se apenas em dois sistemas


de escrita mas a metodologia utilizada é transversal a outros siste-
mas de escrita. Procurou-se sintetizar e demonstrar a aplicação dos
critérios de qualidade através do caso de estudo, sendo que seria
interessante realizar uma investigação ainda mais vasta com dife-
rentes estilos tipográficos dentro dos mesmos sistemas de escrita.

CON TRI BU I ÇÃO: Trata-se de um tema actual e relevante no pano-


rama da Tipografia global. O facto de que as metodologias são
transversais em muitos dos casos e aplicáveis a outros sistemas de
escrita torna o assunto relevante. Procura-se contribuir com uma
visão prática de aplicação da investigação num projecto real.

TOP I CS : Typeface design


K E Y WORD S : design de tipos de letra, tamil, globalização

30 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Levar os pensamentos à letra: a relação
das crianças com a linguagem escrita
J O A N A S I L VA
Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa

A BSTR ACT: O momento de iniciação escolar não marca já, na


maioria dos casos, o primeiro contacto com a palavra escrita.
Contudo, se a familiarização com as letras começa cedo, a relação
das crianças com a materialidade das palavras só se estabelece e
fundamenta verdadeiramente durante a aprendizagem escolar.
Neste sentido, propõe-se uma investigação focada no primeiro
ano do ensino primário, centrada, mais precisamente, na apren-
dizagem da leitura e da escrita pelo público infantil de uma escola
em Lisboa, que desenvolve um método muito particular de
ensino. Paralelamente, será desenvolvido um projecto prático de
apoio a esse método. Pretende-se clarificar o peso da palavra
escrita, à luz do que foi estudado por outros autores, em confronto
com as perspectivas específicas de alguns profissionais da área da
educação – colocando em evidência a sua relação com o design de
comunicaçãO.
Assume-se a escrita como instrumento do pensamento e
como uma extensão do próprio corpo. Estas premissas impli-
cam que existe uma relação particular das crianças com a escrita
e o modo como escrevem. A problemática que daqui resulta sus-
cita, naturalmente, uma série de questões. Por um lado, a activi-
dade de abstracção, implicada nos actos de ler e de escrever, e
ainda a percepção da forma das letras; por outro, a sua concreti-
zação pelos movimentos/instrumentos necessários à escrita, a
destreza corporal que imprime o sentido e orientação da letra.
Por fim, parece também indispensável efectuar uma reflexão
relativa à afectividade que envolve qualquer aprendizagem
(neste caso, da leitura e da escrita) no desenvolvimento cognitivo
das crianças.

31 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Estas linhas de investigação representam uma abordagem
focada na educação, procurando, contudo, o contributo funda-
mental do desenho de tipos. É, por isso, incontornável o trabalho
desenvolvido por Rosemary Sassoon – tanto o corpo de investiga-
ção que criou individualmente, como o resultante das suas cola-
borações (com Sue Walker, por exemplo). Sassoon dedicou-se
extensivamente à questão do ensino da escrita manual e dese-
nhou também tipos de letra adequados ao público infantil. Por
outro lado, outros autores, embora não focados especificamente
nesse grupo, trataram questões relevantes para o estudo que se
pretende desenvolver, como Gerrit Noordzij, Gerard Unger, ou
mesmo, Robert Bringhurst.
Deste modo, a investigação deverá seguir uma metodologia de
base qualitativa, baseada na recolha e análise crítica de literatura
disponível sobre o tema, bem como na realização de entrevistas a
especialistas da escola primária em causa. O contributo destas
pessoas, com o seu ponto de vista muito particular, deverá lançar
outras luzes sobre o tema. Espera-se confirmar que o artifício da
linguagem visível, muitas vezes dificilmente entendida pelas
crianças, no fundo não é mais do que outro modo de pensar. A sua
compreensão, elucidando, enfim, a relação do público infantil
com a letra e as formas tipográficas, deverá ser particularmente
útil para quem se dedica ao ensino nesta fase crucial e também
para quem desenvolve materiais de comunicação escrita para
crianças, tanto no âmbito da tipografia como em todo o espaço.

TOP I CS : History & Education


K E Y WORD S : aprendizagem, leitura, escrita,
ensino primário, crianças

32 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Brand identity beyond shape. Ideals and
elements of brand identity on tv opening credits.
JOÃO BRANDÃO

R I C A R D O P E S TA N A

DANIEL RAPOSO

CIAUD · FAUL

A BSTR ACT: The television universe is a multibillion dollar indus-


try, where the investment on each project can be massive.
Just like all other major products, TV series need branding,
especially given the fact that most are spread out into seasons
of multiple episodes. Here identity is used to guide the public
into the continuity of the different episodes, and to differenti-
ate them from other series.  Also this a is a highly competitive
market, given the quantity and quality available at the reach of
a finger.
For a successful branding, a clear strategy is needed for these
audio-visual products.
Our study presents an understanding of the different types
of opening credits, establishing a possible classification for
them, and how they are used strategically to uphold brand
identity ideals listed by Alina Weeler: coherence, differentia-
tion, vision, value, meaning, authenticity, durability, commit-
ment, flexibility.
To complete this, it’s important to understand how the
audio-visual medium and its possibilities along with Graphic
Design, typography and Motion Graphics play a part in the
elaboration of these main title sequences and help to establish
not only a brand, but also a “mood” and a visual rhythm for the
entire series.
Their constitutive elements were analysed as well as how, and
in what order, the different identification information of each
episode is presented. Based on the analysis of those elements,

33 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


different typologies or structural models of main title sequences
were identified and that allowed the proposal for their classifica-
tion, from the perspective of structural organisation.

TOP I CS : Graphic & editorial design


Multimedia & digital devices
K E Y WORD S : Graphic Design, Motion Graphics, Motion
Perception, Main Title Sequence, Brand identity, TV

34 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Introdução à forma tipográfica – experiência
pedagógica de introdução ao desenho
e forma das letras
JORGE BRANDÃO PEREIRA
Escola Superior de Design · Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

A BSTR ACT: A presente comunicação apresenta a experiência


pedagógica de introdução ao desenho e forma das letras, concre-
tamente na estratégia de desenvolvimento, implementação e aná-
lise de um exercício de desenvolvimento de experiências visuais,
de sistematização e criatividade, focadas no estudo da forma grá-
fica da letra.
Esta metodologia de ensino-aprendizagem está integrada
numa unidade curricular que constitui o primeiro momento da
formação em metodologia e projeto de Design Gráfico, num curso
de licenciatura no ensino superior público politécnico, concreta-
mente na Escola Superior de Design do Instituto Politécnico do
Cávado e do Ave (IPCA Barcelos).
No seu desenvolvimento prático, através de dois momentos, a
experiência pedagógica pretende dar a aprender a conhecer e
reconhecer o desenho da letra, famílias e suas características.
promovendo a investigação prática da relação entre a forma e a
sua composição e estrutura.
No 1.º momento, após a observação atenta de exemplos apre-
sentados, pretendeu-se promover a experimentação do desenho
de formas tipográficas. Pelo estudo sucessivo, construiu-se um
conhecimento da anatomia e forma da letra e da classificação das
famílias tipográficas. Este momento promoveu também a intro-
dução à discussão sobre conceito associado à forma (tipo)gráfica,
através do esboço visual rápido.
O 2.º momento consistiu no desenho de letras únicas, resultan-
tes da junção (de partes) de tipos. Com esta sistematização, identi-
ficou-se a capacidade expressiva da letra através da sua composi-

35 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


ção, resultando em três novas formas (tipo)gráficas. Este momento
concluiu-se com o desenho final dessas três letras estudadas e
discutidas.
Os registos do processo de análise e desenho foram livres, com
resultados muito diversos, promovendo para a sua implementa-
ção uma metodologia de trabalho acelerado e ágil.
Os resultados consistiram numa abordagem dinâmica e explora-
tória da gramática da tipografia, através dos seus signos iniciais e
as semânticas que se associam ao desenho de letras. Integrada
num percurso global de formação de futuros designers gráficos,
pelo sucesso alcançado nos trabalhos, nas aprendizagens e,
sobretudo, nas metodologias de projecto dos alunos, esta pro-
posta pode ser um interessante contributo para a discussão emer-
gente sobre o ensino do design gráfico e da tipografia.

TOP I CS : Typeface design, History & education


K E Y WORD S : Tipografia, Letras, Ensino do Design Gráfico

36 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
O ensino de desenho de letras e caligrafia
para arquitetos na primeira metade do século XX
em São Paulo.
JOSÉ ROBERTO D’ELBOUX
FAUUSP · Brazil

OBJ ETI VO: Investigar como ocorreu o ensino de desenho de letras


e caligrafia, nos cursos de formação profissional para arquitetos e
desenhistas de arquitetura, durante a primeira metade do século
XX, na cidade de São Paulo.
Esta investigação, insere-se em contexto mais amplo, em uma
tese de doutorado, onde estuda-se o desenho das letras utilizadas
em projetos arquitetônicos, entre as décadas de 1930 e 1950, ali-
nhadas ao estilo Art Déco. Esse estudo, encontra-se amparado em
uma ampla amostra de letras provenientes de projetos realizados
por arquitetos com produção relevante e relacionada ao estilo.

P ROBLE M A : Como começou o relacionamento profissional dos


arquitetos e desenhistas com o mundo das letras? Existiu nos cur-
sos de formação profissional, o ensino do desenho de letras ou
mesmo caligrafia? Em caso afirmativo, de qual maneira e, através
de quais métodos, o assunto era abordado?
Os principais cursos de formação profissional de engenheiros-
-arquitetos no início do século XX em São Paulo, eram os da
Escola Politécnica, iniciado em 1894, e da Escola de Engenharia
do Mackenzie College, de 1917. Havia ainda, o Liceu de Artes e Ofí-
cios de São Paulo, fundado em 1873 e responsável pela formação
técnica de desenhistas e de artífices para a indústria da constru-
ção civil. A bibliografia disponível, não analisa o ensino do dese-
nho de letras nessas instituições de maneira satisfatória, deman-
dando a necessidade de pesquisas documentais em fontes
primárias de informação, como acervos históricos e bibliotecas.

37 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


M ETOD OLO GI A : Estudo de natureza exploratória, adotou-se a
dedução, compreendida como combinação de ideias em sentido
interpretativo, como procedimento geral, valendo-se de diferen-
tes procedimentos de pesquisa como levantamento, pesquisa his-
tórica e análise documental.

CON CLU SÃO: A partir da recuperação de materiais didáticos e tra-


balhos de alunos, concluiu-se que o curso da Politécnica, inspi-
rado no Polytechnikum de Karlsruhe da Alemanha, mesmo com
o enfoque técnico dado ao desenho de letras, propiciou resultados
de certa maneira criativos em comparação ao curso do Macken-
zie College, de orientação Beaux-Arts, moldado a partir do curso
da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, e portanto,
mais afeito a cópias de modelos clássicos.
O Liceu, estava alinhado aos métodos que regiam esse tipo de
instituição, tendo se utilizado, por exemplo, de material desenvol-
vido em 1909, por Marques Leitão, professor da Escola Industrial
Marquês de Pombal de Lisboa.

CON TRI BU I ÇÃO: A utilização das letras como elemento arquitetô-


nico, tem um de seus momentos mais ricos durante esse período, onde
o estilo Art Déco predominou tanto na arquitetura como também nas
artes gráficas. Porém, ainda são escassos, pelo menos a nível local,
estudos sobre a interação entre letras e arquitetura nesse período.
O presente trabalho espera contribuir com informações inédi-
tas sobre o processo de aprendizado desses profissionais, que
mais tarde produziriam trabalhos arquitetônicos relevantes com
a utilização das letras, oferecendo ainda, uma visão da aplicação
dos princípios metodológicos desenvolvidos na Europa e Estados
Unidos na formação profissional brasileira.

TOP I CS : History & Education


K E Y WORD S : ensino, desenho de letras, caligrafia,
letreiro arquitetônico, projeto arquitetônico

38 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Ensinar (e aprender) tipografia
em modo “social network”
LUÍS MOREIRA
Instituto Politécnico de Tomar

A BSTR ACT: Bad typography is what language shouldn’t look like


(adaptação livre a partir de Ellen Lupton)

No livro Thinking with Type, na sua 1.ª edição, Ellen Lupton inter-
rompe o seu discurso com alguma frequência, fazendo chamadas
de atenção para os «crimes tipográficos» (type crimes). O pri-
meiro é ilustrado com palavras expandidas e condensadas artifi-
cialmente e lê-se: “Crime tipográfico: Redimensionamento verti-
cal e horizontal – As proporções das letras foram distorcidas
digitalmente por forma a criar palavras mais largas ou mais
estreitas.” Mais tarde, no website que promove o mesmo livro, em
“Extras”, Lupton publica alguns jogos digitais muito simples,
onde se brinca com os mesmos type crimes.
Estava dado o mote para que o ensino pudesse também ser
feito ao mostrar-se, com ironia, o que não deve ser feito.
A disciplina Ergonomia da Comunicação, da licenciatura em
Design e Tecnologia das Artes Gráficas, do Instituto Politécnico de
Tomar é dada há mais de dez anos, baseando-se essencialmente
no “estudo das condições ideais para que a informação contida
num objeto de design de comunicação seja transmitida do modo
mais eficaz e inequívoco possível”.
A grande maioria das matérias lecionadas envolve, natural-
mente, a tipografia.
Apesar de ser uma disciplina teórica, ela contém informação
útil e que o estudante pode aplicar, quase instantaneamente, nos
seus projetos. Ainda assim, é teoria, e pode tornar-se aborrecida..
Sempre que se pressentia que os alunos começavam a vacilar no
grau de atenção, interrompia-se o discurso e eram mostrados

39 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


dois ou três exemplos de mau design de comunicação. Eram ima-
gens de uma coleção, que o professor vinha fazendo, de exemplos
que encontrava e fotografava. Facilmente se percebeu que a ade-
são dos alunos era total a esta «modalidade»: a de ensinar o que
fazer, mostrando o que não se deve fazer e sustentando teorica-
mente o que se defendia.
Perante esta realidade e com a necessidade de tornar esta prá-
tica mais pública, surgiu um blogue pessoal (design-city.blogspot.
com), em 2009, que tinha um número modesto de seguidores (75),
mas que era alimentado com relativa regularidade (85 publica-
ções em três anos).
Durante o seu terceiro ano de atividade, em 2011, as publica-
ções foram sendo republicadas no facebook pessoal do professor
e as respostas e os comentários aumentaram exponencialmente.
A partir daqui, os alunos criaram, eles próprios, um grupo pri-
vado do facebook denominado “Ergonomia da Comunicação”
(com 400 membros, atualmente) passando, assim, a existir um
espaço de partilha entre professores, alunos, ex-alunos e outros
amigos,  tendo se tornado num espaço bastante vivo e animado,
onde se partilham exemplos do dia-a-dia do design de comunica-
ção, onde se dão umas gargalhadas e onde se aprende com a troca
de experiências.  
Quer-se, deste modo, demonstrar que a partilha de informação
entre professores e estudantes feita de um modo lúdico e partici-
pativo é um modo complementar de ensinar design e tipografia:
as regras e os princípios, as boas práticas, a atenção ao pormenor,
entre tantas outras coisas, e que, sendo feita num suporte de rede
social, fomenta o contraditório e desperta o espírito crítico de
todos os envolvidos.

TOP I CS : História, crítica e ensino da tipografia


K E Y WORD S : Tipografia, Design, Ensino, Redes Sociais, Partilha

40 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Tipografía contracorriente:
la reacción francesa a las lineales neogrotescas
MANUEL SESMA
Universidad Complutense de Madrid · Spain

A BSTR ACT: La historia de la tipografía —como la de cualquier


otra disciplina— no es lineal ni unidireccional, sino un flujo que se
mueve en distintas direcciones y a velocidades variables, en fun-
ción del contexto por el que discurre.
La mayoría de obras que tratan la historia de la tipografía,
muchas de ellas de autores anglosajones, reflejan el periodo que
comprende las dos décadas posteriores a la Segunda Guerra
Mundial dominado prácticamente por los tipos lineales neogro-
tescos. Sin embargo, hubo reacciones contrarias a este predomi-
nio desde posturas fundamentalmente tradicionalistas de las que
raramente se habla.
El principal objetivo de esta investigación es revelar el caso par-
ticular de Francia, donde se produjo una oposición generalizada a
los tipos lineales que dio lugar a distintas manifestaciones en el
campo de la tipografía nacional. Incluso los tipos lineales diseña-
dos por Roger Excoffon, el más afamado y reconocido diseñador
francés de la época, están proyectados desde una concepción pura-
mente francesa, opuesta en muchos sentidos a los tipos neogrotes-
cos que acaparaban el mercado europeo de entonces.
Esta investigación trata por tanto de ubicar la creación y el pen-
samiento tipográficos franceses (que reflejaban parcialmente el
tradicionalismo del reformismo tipográfico británico liderado
por Stanley Morison) dentro de la historia de la tipografía euro-
pea y en un contexto en el que dominaban las propuestas moder-
nas que surgían fundamentalmente desde Suiza.
Dicho pensamiento se ve reflejado no sólo en las creaciones
que lanzaron al mercado las fundiciones tipográficas francesas
durante aquel periodo, sino también en una considerable canti-

41 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


dad de artículos publicados en diversos medios de la prensa espe-
cializada y profesional. Las principales referencias para esta
investigación son los textos aparecidos en las revistas Caractère,
La France Graphique, Techniques Graphiques o Le Courrier Gra-
phique, entre otras. En esta última en particular se publicaron
varios artículos durante tres números consecutivos —entre marzo
y octubre de 1960— que reflejaban perfectamente el ambiente
general francés en su rechazo a las lineales. Tomando como refe-
rencias documentales todos estos textos, esta investigación se
centra así en el análisis crítico de los mismos para tratar de
extraer los porqués de esa posición, a contracorriente de las líneas
marcadas por el diseño moderno suizo, así como revelar cuáles
eran las alternativas a las lineales neogrotescas propuestas por
las fundiciones y los diseñadores franceses.
Si bien esta investigación es un extracto de una tesis doctoral
mucho más amplia, no pretende establecer una comparativa con
otros territorios y contextos europeos de la época, ni siquiera con
otras manifestaciones antimodernas de entonces, sino única-
mente poner de relieve cuál era el ambiente que dio lugar a la
creación tipográfica en Francia durante las décadas de 1950 y
1960. Sus limitaciones surgen por tanto de las fuentes tratadas y
del ámbito nacional al que se circunscribían, aunque estudios
posteriores podrían complementar esta perspectiva, ampliándola
con las relaciones a manifestaciones similares en otros países.

TOP I CS : History & Education


K E Y WORD S : Sans serif typefaces, french traditionalism,
50’s typography

42 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Notações: cadências editoriais.
MÁRIO JOEL MAIA NOGUEIRA

A BSTR ACT: A escrita, enquanto elemento gráfico da lingua-


gem, assume-se como veículo comunicativo e representativo
de entidades sonoras. Enquanto sistema organizado de símbo-
los, signos e instruções, a escrita torna-se num método de nota-
ção, num reflexo visual aproximado de valores auditivos de um
corpo literário. O mesmo acontece no universo musical: a lin-
guagem musical procurou um sistema de tradução gráfica e
visual da especificidade dos seus conteúdos orais: a notação
musical. No contexto da sua evolução histórica, a notação
musical evoluiu a par da notação literária, até que as singulari-
dades da sua linguagem obrigaram à procura de novos elemen-
tos gráficos para maior eficácia na comunicação do sentido e
carácter do seu corpo sonoro. Esta estreita proximidade entre
os dois sistemas é justificada pela inicial tradição do privilégio
da composição vocal, cuja natureza obriga à conjugação entre
elementos textuais e musicais.
A importância da gestão intelectual do espaço de composição
visual do suporte de leitura é transversal aos dois universos em
questão, o que propicia uma possível comparação entre os dois
sistemas de notação — musical e literário — pela perspectiva do
pensamento inerente ao Design Editorial. Assim, de que modo é
que a compreensão das ferramentas intelectuais e conhecimen-
tos gráficos da notação musical proporcionará a formulação e
consolidação de novas soluções visuais no pensamento editorial?
Desde logo compreenderemos uma maior abrangência e uni-
versalidade do exercício do Design Editorial, contrariando a sua
aparente exclusividade e íntima proximidade do meio Tipográ-
fico — o Design Editorial enquanto ferramenta multidisciplinar,
capaz de pensar a eficácia e valor comunicativos de um objecto
gráfico; capaz de compor, organizar e estruturar a totalidade do

43 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


espaço visual e plano perceptivo; acima de tudo: capaz de com-
preender os processos cognitivos que regulam o acto de leitura
— o “gesto do olhar”.
No contexto específico deste artigo, conduziremos o processo
comparativo entre os dois sistemas de notação centrados nas
questões do Tempo, ou seja: a expressão rítmica, cadencial e tem-
poral do conteúdo textual ou sonoro a ser percepcionado. Para
tal, impõem-se a compreensão do pensamento editorial que
dirige as possíveis relações entre os diversos planos de leitura,
consequentes da cuidada criação e manipulação espacial e formal
de micro e macro estruturas nas dimensões visuais do espaço de
leitura. Na compreensão do plano horizontal — na notação musi-
cal o “Tempo é horizontal” — por exemplo, inferiremos um con-
junto de estruturas editoriais passíveis de adaptação ao contexto
da notação literária que, por consequência, conduzirão a uma
emancipação das qualidades expressivas dos seus conteúdos grá-
ficos e textuais, nas relações rítmicas e temporais dos elementos
que os constituem.
Da compreensão das estruturas editoriais de expressão do som
e silêncio; da concretização do contexto temporal no plano hori-
zontal de leitura, até à materialização de um espaço psicológico
editorial através da influência do espaço branco da página,
depreenderemos não somente um novo campo argumentativo
profícuo ao universo intelectual do Design Editorial, como tam-
bém alcançaremos o domínio de novas soluções gráficas, visuais
e tipográficas capazes de potenciar o carácter expressivo de um
determinado conteúdo textual.

TOP I CS : Graphic & editorial design


K E Y WORD S : Música, Design Editorial, Tipografia,
Percepção, Andamento, Ritmo, Espaço Branco

44 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Os caracteres tipográficos dos cartazes
modernistas da Romaria de Nossa Senhora
da Agonia
MARLENE AZEVEDO
Instituto Politécnico de Viana do Castelo

A BSTR ACT: O presente artigo analisa a tipografia impressa nos


cartazes dos anos 30, 40 e 50 do século XX, de uma das maiores
romarias a nível nacional: Romaria da Nossa Senhora da Agonia
realizada em Viana do Castelo, Norte de Portugal.
O cartaz apresenta-se como objeto de estudo do design, devido ao
seu valor icónico e etnográfico tanto para as Festas da Cidade de Viana
do Castelo bem como para a região do Alto-Minho e de Portugal.
Para além dos símbolos, ícones e imagens representados nos
cartazes, a tipografia surge como um elemento gráfico demons-
trando os tipos de letra utilizados nas respetivas décadas.
Numa primeira fase pretende-se recolher os cartazes descons-
truindo a tipografia como  um elemento isolado.
De seguida, surge uma analise à tipografia como “ (…) uma
forma de linguagem visual (…).” ( BRINGHURST, 1946 p.17)   
Nesta abordagem visual aos cartazes destaca-se a existência de
uma diversidade tipográfica ao longo destas três décadas bem
como na singularidade de cada cartaz. Esta utilização de vários
estilos de letra torna os cartazes em suportes de extrema relevân-
cia pois são a prova viva de um “(…) discurso visual eclético, mui-
tas vezes reforçado pela variação de tamanhos diferentes e pela
utilização da cor.” (BARBOSA, 2011 p.243)
É esta diversificação que se pretende analisar caracterizando
os vários estilos tipográficos presentes em cada cartaz, bem como
o corpo da letra se é serifada ou sem serifa, as cores predominan-
tes e a sua legibilidade, entre outros.
Visto que a tipografia se insere numa época importante do
desenvolvimento gráfico em Portugal bem como do modernismo

45 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


português, vamos estudar o processo tipográfico existente, ou
seja, apontar o método e como a tipografia era desenvolvida e
impressa nessa época, abordando por exemplo a profissão bem
como a relevância do desenhador litógrafo em Portugal na era
modernista. (FRAGOSO, 2012)
Pretende-se com este trabalho salvaguardar a história tipográfica
em Portugal ao longo destes 30 anos, percebendo as dificuldades
sentidas nesta área bem como a influência que a mesma possa ter
tido no resultado final dos cartazes.  

BI BLI O G R A FI A :

› BRINGHURST, R. (1946). The elements of typographic style.


Canada: Hartley and Mark, publishers.
› FRAGOSO, A.M. (2009). Formas e Expressões da
Comunicação Visual em Portugal: Contributo para o estudo
da cultura visual do século XX, através das publicações
periódicas. (Tese de Doutoramento). Faculdade de
Arquitetura- Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa:
Portugal.
› BARBOSA, H.M. (2011). Uma história do design do cartaz
português do século XVII ao século XX. (TESE DE
Doutoramento).Universidade de Aveiro: Departamento
de Comunicação e Arte. Aveiro: Portugal.

TOP I CS : Graphic & Editorial Design


K E Y WORD S : Design, Tipografia, Comunicação Visual,
Etnografia, Romaria, Técnicas de Impressão.

46 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Design gráfico da porta pra fora:
projeto de intervenção didática tipográfica
em espaços coletivos
M AT E U S R U S S O L O
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” · UNESP
Brazil

A BSTR ACT: The didactic typographic intervention project sought


to rethink the traditional urban space though the designer as a
development agent. Starting with the Project classes, that intro-
duced the traditional ways in which a designer relates to the city,
and the Typography classes that have shown calligraphy both in
its illustration aspect and in its ability to adapt itself to the graphic
space, the Project developed itself in order to expand the medi-
ums for urban design.
The interdisciplinary work converged the subjects into a pro-
ject that tried to bring playful, provoking modifications out of the
classroom, in order to generate debates and positive interactions
in public spaces without visually polluting the areas, using design
and Typography as a means to give voice to the city and to promo-
tea dialogue with the citizens.
In that context, the activities that are inherent to Graphic
Design should and must contribute to amplify the comfort and
the feelings of belonging to the population in the currently forgot-
ten public spaces as a way to promote and to qualify them into
being generators of social wellness.
 “There are various terms for this area of design, that have been
modifying themselves throughout the years, reflecting the
complexity when incorporating new attributes in its performance”
(Velho, 2007), since mobility and accessibility are not isolated
phenomenons and, in the contemporary world, are fully dis-
cussed in the newly-built spaces. The designer as a space modifier
must go beyond the aesthetic aspects, because its work is able to

47 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


bring forward relevant information inside the ambient. Another
important part in research, with the same value as the sustaina-
bilty concept is the idea of creating “Cities for people”, a concept
established by Jan Gehl.
According to Gehl (2015), cities must contain spaces that sup-
port people in more humane, less commercial way so that the
public space is, to the inhabitants, an extension of their homes,
not a parentheses between spaces.
A city that is projected for people must contain less buildings
and paths for private cars and more paths for human traction like
sidewalks, bicycle paths and paths for comfortable public trans-
portation; more living spaces and green spaces, going away from
pollution on the streets and automatically educating the popula-
tion. That means a city projected for people should have more
respect for the people, the human material, and consequently
should generate quality of life and better social benefits in every
meaning.
The proposal for “Design Gráfico da Porta pra Fora” , intro-
duced to the students in Project I, Typography II and Project
Methodology gave them the opportunity to get involved in an
activity that united them on a purpose: rethink the urban space
and act on the proposed change, including the responsibility of
seeking approval with local government in order to do it. The
intention of this essay is to discuss the repercussions of that inter-
vention and from that present possible implications on what a
designer can do in the urban environment.

TOP I CS : Typography in the architectural environment


K E Y WORD S : Typography, urban intervention,
user-centric design

48 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Los ritmos cruzados de Jaugeon:
la courante moyenne
ORIOL MORET
Universitat de Barcelona · Spain

A BSTR ACT: Hacia 1695-1696 se ultimaban las primeras planchas


calcográficas para el Romain du Roi. Presentaban un ejemplo
temprano de alfabeto tipográfico moderno, integral, compuesto
por mayúsculas (Capitales) y minúsculas (courantes), en redondo
(droite) y «cursiva» (penchée), con sus respectivos suplementos.
Por cierta paradoja, y en consonancia con la nomenclatura del
proyecto, «destacaban» las courantes penchées: eran poco más
que una versión inclinada del redondo.
Es bien sabido que tales minúsculas no se considerarían para
la producción tipográfica del alfabeto; se quedarían como mode-
los, ideales, en las planchas. Pero aquella opción, tan simple como
sorprendente —para algunos «revolucionaria»—, fue algo más
que un rarísimo ejercicio formal de equilibrio y ritmo tipográfico.
Así lo debieron creer también los encargados del proyecto —
como Jacques Jaugeon, quien, en su manuscrito de 1704, le dedicó
unas magníficas líneas. El relato de Jaugeon tenía pizcas de cuento
fantástico, donde recomponía el curso de los hechos: rebautizaba
aquellas minúsculas como courante moyenne; se esforzaba por
resumir sus rasgos formales distintivos, asignarle un lugar en el
escenario tipográfico, reservarle unos usos particulares…
Este marco justifica la comunicación presente: revisar la cou-
rante moyenne, en forma y construcción, a través de las palabras de
Jaugeon —porque es ahí, entre los rodeos de sus palabras, donde
surge una visión más íntegra y amplia de su relevancia tipográfica.
Fruto del cruce absoluto —ya no sólo formal, también cronológico
y conceptual—, reunía todos los ingredientes para convertirse en la
propuesta más singular y característica del Romain du Roi.

49 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


TOP I CS : History & Education
K E Y WORD S : courante moyenne, Jacques Jaugeon,
Romain du Roi, tipografía francesa siglo xvii-xviii, Louis XIV

50 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Ultra aesthetic: Extreme lettering and
typography in contemporary poster design
PA U L H A R D M A N
Universidade de Coimbra

A BSTR ACT: The international circuit of poster competitions is


provoking a visual arms race as designers compete to expand the
limits of typography and lettering within a restricted medium. In
musical terminology the word ‘incalzando’ means to get louder
and faster. ‘Incalzando typography’ could be a term used to
describe the work of designers such as Peter Bankov, Chae Byung-
rok, Ari Weinkle, Soojin Lee Survey, Jonas Thessen, Nikodem Prę-
gowski (and others) who are pushing their visual style to ever fur-
ther extremes. This paper provides a survey of the radical edge of
poster design, in which the global community of designers are
competing with each other to stand out and create their own
graphic language in a saturated (in all meanings of the word)
field. Many designers are returning to strategies that were more
common place in the late nineties such as expressive lettering,
distortion, juxtaposition etc. in their typography while others are
using new technology to create increasingly strange letterforms.
It is questionable however, whether much of this design work is
actually communication, or if the visual rhetoric is simply hyper-
bole. Each poster is designed to be louder, faster and more novel
than the poster it stands next to: either on the wall or the tumblr
feed. Although the particular competition may have a political or
social theme, the audience ultimately may be other graphic
designers who are simply interested in the eye candy. This paper
is intended to examine and evaluate this phenomena. Particular
competitions (such as the Golden Bee) will be discussed in terms
of the kind of work they tend to attract and encourage and with
how this relates to their stated aims. It is also important to con-
sider websites that collect and exhibit poster design (such as typo-

51 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


graphicposters.com) since it is in this forum that the finished
work may have the most viewers, it may be therefore that this is
the context for which the posters are ultimately designed. This
paper is will take a critical but positive approach to this area of
design with the intention of celebrating the best of the work, while
taking a sobre look at the situation as a whole in an attempt to
draw conclusions about what this tendency could mean for design
and typography in general. Through examining specific examples
of typographic designs we will identify recurrent tendencies and
genuinely innovative work.

TOP I CS : graphic & editorial design


K E Y WORD S : Typography, Lettering, Expressive, Experimental,
Rhetoric, Posters

52 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
The current pace of type design distribution
on the web: changing the rhythmus of
contemporary typeface specimen publication
PEDRO AMADO
Universidade de Aveiro

C A T A R I N A S I L VA
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave / CEIS20

A BSTR ACT: The main purpose of this paper is to address the


changes imposed to typeface specimens since the birth of the dig-
ital medium. Specimens have taken the form of letterpress printed
sheets, booklets, and books. By the end of the XX century, speci-
mens have used the digital medium in an increasing fashion.
Many, such as the Fontshop Fontbook, have evolved exclusively
into the digital format. Nowadays, digital specimens co-exist with
the printed ones, fulfilling different roles.
This research aims to apprehend the changes that the interac-
tive digital medium enforces on the typeface specimens, influenc-
ing their design, shape and functions.
Printed specimens have long stabilized into a format showcas-
ing a collection of typefaces, or a single font of a foundry—usually
from large companies such as Klingspor, Berthold, Monotype,
ATF, Enschedé or Linotype (de Jong, 2009)—demonstrating its
possibilities and attributes in its traditional printed medium. On
the one hand, the main role of the specimens is to present the
typefaces, both as aesthetic and functional tools. On the the other
hand, specimens have important additional functions, such as to
demonstrate the typeface potential to its fullest, or to convey his-
torical and technical information about their designs.
Even though foundries have issued printed specimens along-
side with their digital fonts in the late XX century (MyFonts, 2003),
from early XXI century on, they started dematerializing them.
Some take advantage of specific features of the digital editorial
medium, such as its potential for interactive mass communica-

53 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


tion on the web, dynamic proofing of fonts, ubiquitous access,
among other. Nevertheless, foundries still issue traditional
printed specimens. Both large companies, such as Adobe or Dal-
ton Maag, and small foundries such as Typotheque, Fontsmith
and even DSType. But they are now fulfilling different, less com-
mercial, more specific and brand-building roles, complementing
their digital counterparts. Nowadays, the printed specimens are
the ones extending or complementing the digital ones, providing
brand equity to the typeface or to the foundry brand.
We will present an analysis of a sample of typeface specimens,
from foundries that have published their books in both traditional
and digital media. Ranging from large to small foundries, from
international and (Portuguese) national origins, from late XX cen-
tury to early XXI century.
The adopted methodology will be grounded on content analy-
sis of the specimens, exploring their role and functions, and com-
paring their formal features. Finally, we also relate the findings to
an inquiry of editorial and typeface designers. We believe that the
change into a faster, broader and interactive digital publication
medium, has forced a dramatic change in the rhythms of the con-
sumption and interaction with the typefaces.
With this research, we expect to achieve two main results.
First, to summarize the current editorial best practices of type-
face design specimen book publication, by analyzing and com-
paring their features and functions. Second, to provide a snapshot
of the Portuguese scenario, represented by a sample of national
type foundries who have published book specimens, framing
them in a larger context of similar sized international foundries.

TOP I CS : Graphic & editorial design,


Multimedia & digital devices, History & education
K E Y WORD S : Type Specimen, Book Design, Web 2.0,
Branding, Type Design

54 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Revival of Letterpress: the Portuguese scenario
PEDRO AMADO
Universidade de Aveiro

VÍTOR QUELHAS
Instituto Politécnico do Porto

C A T A R I N A S I L VA
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

A BSTR ACT: In the lasts decades, we have witnessed a changing


rhythm in the demand for traditional typesetting practices and ser-
vices. A craft that was becoming almost obsolete in the current digi-
tal context, nowadays is attracting a lot of attention from designers,
especially graphic design students, as they are discovering its visual
and material qualities. The main problem is that the information
and the expertise needed to learn this practice is scattered and
scarce. Practical manuals on letterpress are long out of print and
very hard to find. Even when available, the descriptions are difficult
to understand without the context or the help of a professional.
In order to address this problem, the main purpose of this
paper is to present a snapshot of current traditional letterpress
workshops operating in Portugal.
Letterpress can be defined by the use of movable characters, to
set compositions and printing them on assorted media such as
posters or books.
As the active population of traditional letterpress setters and
printers decreases, it is urgent to preserve the cultural heritage of
this specialized practice. It is an international trend, and Portugal
is no exception. The resurgence of this interest is mainly due to
the unique quality that it adds to the final physical output—a time-
less beauty that is impossible to reproduce with digital or offset
printing. This practice also provides a way of understanding the
foundations of type composition and, from there on, modern
Desktop Publishing methods.

55 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


This research starts by presenting a list of active Portuguese letter-
press workshops, whether in the form of public workshops, or profes-
sional collaborations. Based on documental sources and on previous
empirical knowledge, we’ve identified a sample of workshops. By
interviewing the professionals in charge, we proceeded with a snow-
ball sampling method to identify additional active workshops.
We’ve conducted online and face-to-face semi-structured inter-
views, divided into four dimensions: workshop/author character-
ization; process of letterpress; education/training; and references.
This had  two purposes: to characterize each workshop, material
and experience they have to share; and to provide education
guidelines based on each studio’s profile to share with students,
professionals and enthusiasts alike.
The analysis of the interviews points to the existence of two
kinds of professionals or workshops interested in preserving the
practice: the original professionals that had formal traditional
typographic training (e.g. Tipografia dos Anjos); and the genera-
tion trained originally as graphic designers (e.g. Tipografia Dias,
or the We Came From Space collective). Despite the generation
gap and different backgrounds, all of them are working together
to preserve this knowledge and practice through beautiful crafts-
manship (e.g. the Manual Prático do Tipógrafo published in 2016).
In sum, more than a revival trend there is currently an active core of
professionals interested in preserving and sharing their lexicon,
knowledge and practices with upcoming generations. With this paper
we expect to contribute with a comprehensive online list of updated
resources, available to all —students, professionals and enthusiasts—,
in order to know where they learn, or share their passion.

TOP I CS : Graphic & editorial design, History & education


K E Y WORD S : letterpress; workshops; cultural heritage;
education; history

56 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Eastern Rhythms / Western Structures:
Rise of Iranian Graphic Design
P O U YA J A H A N S H A H I
Oklahoma State University · United States

A BSTR ACT: The digital typographic era is commonly agreed to


have started during 1980’s and the introduction the Apple Mac-
intosh and the desktop publishing arena. However this influ-
ence was primary focused on the Western and Latin-based
communities, and only recently it has made strides to truly
embrace the Non-Latin realm. Further more the frame work of
metal type ands it’s hostility towards attached-scripts (such as
Arabic script) was ignore causing significant setbacks for such
communities, namely the Middle Eastern design realm.
Different societies have risen to engage this divide with var-
ious outcomes.   Amongst these the Iranian realm of typogra-
phy is perhaps an exemplary path, due to its nuances as well as
its rapid rise in joining the global design community. The pri-
mary technical task of overcoming specific obstacles present in
the tri-forms of Perso-Arabic scripts held back this realm from
joining the digital typographic progress. However on one hand,
by initiating innovation and experimentation in creating a
hybrid genre of traditional Persian calligraphic and Western
typography, and on the other by mastering the nuances of the
Persian culture and ancient heritage, the layers of generations
of Iranian design community have arguably positioned itself as
the avant-garde of graphic design in the region of middle east.
This paper explores the affects of this Technological-Divide
on the Non-Latin typographic arena, and focuses on the evolu-
tionary path of Iranian typography and graphic design. Further
more specific nuances – including the presence of and ancient
culture of poetry and calligraphy, political turmoil, and econom-
ical isolation from the west, as well as the regional yearning for

57 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


the development of a unique national identity has resulted in the
contemporary face of Iranian graphic design as seen by the
global community.

TOP I CS : Typeface design, graphic & editorial design


History & education
K E Y WORD S : Non-Latin, evolution, Persian, Iranian, Arabic,
graphic design, isolation, identity, global, metal type

58 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Tipografia e catalogação ortográfica
das línguas indígenas brasileiras
R A FA E L D I E T Z S C H
Universidade de Brasília · Brazil

A BSTR ACT: Tipografia e catalogação ortográfica das línguas indí-


genas brasileiras

OBJ ETI VO: O presente artigo apresenta-se como continuação da


pesquisa anteriormente realizada para desenvolvimento de fonte
tipográfica que atenda as características das línguas indígenas
brasileiras, e tem como objetivo a realização de um levantamento
mais abrangente do que aquele empreendido em 2012. Com isso,
espera-se uma catalogação sistemática e atualizada das ortogra-
fias destas línguas e, consequentemente, das características tipo-
gráficas das mesmas.

P ROBLE M A : Apesar de oficial, o português não é o único idioma


falado pela população brasileira. Segundo Aryon Rodrigues, cerca
de 181 línguas indígenas são faladas no Brasil e, antes da coloniza-
ção, estima-se que existiram por volta de 1200 línguas diferentes.
Rodrigues afirma que “a singularidade lingüística do Brasil está em
que uma dessas línguas, o português, é hoje extremamente majori-
tária e as demais são todas extremamente minoritárias.”
Uma particularidade notável na ortografia de muitas línguas
indígenas brasileiras é a utilização de caracteres acentuados
pouco comuns (como ĩ ou ũ) ou até mesmo ausentes em grande
parte das fontes tipográficas digitais disponíveis. A ausência des-
tes caracteres específicos em muitas das fontes digitais existentes,
ou a falta de conhecimento de como digitar ou compor estes
caracteres, tem como resultado uma série de inconsistências tipo-
gráficas, que poderiam ser evitadas com o uso de métodos e tec-
nologias apropriadas.

59 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


M ETOD OLO GI A : A metodologia desta fase inicial da pesquisa, rea-
lizada nos acervos localizados em Brasília, Brasil, consiste princi-
palmente na coleta e análise de livros e documentos impressos.
Esta etapa da pesquisa, em andamento, é essencial para a com-
preensão do atual estado das ortografias das línguas brasileiras,
bem como da estabilidade das ortografias já constituídas.
Sendo assim, para cada publicação ou documento, toma-se
nota sobre os dados bibliográficos, além de se fotografar uma
amostra de cada incidência de diacrítico naquele determinado
idioma. Para isso, foram criadas tabelas para inclusão dos dados
sobre a ortografia de cada língua. Grosso modo, as tabelas são for-
madas por duas variáveis: no eixo vertical estão listados os nomes
das línguas, e no horizontal, as ocorrências de diacríticos.

CON CLU SÃO: Um dos poucos trabalhos sobre características tipo-


gráficas de línguas indígenas brasileiras, além de um artigo de
Kollontai Diniz (2007), é a própria dissertação de mestrado deste
autor (2012), que concentrou-se na análise de fontes primárias
(livros e outros impressos, coletados entre 2011 e 2012) e das carac-
terísticas técnicas das fontes tipográficas digitais utilizadas nestes
impressos. Na dissertação descreveu-se, em linhas gerais, o qua-
dro tecnológico das publicações em línguas indígenas à época,
demonstrando problemas na utilização de alguns caracteres
acentuados, suas possíveis causas, e algumas direções para solu-
ção desses problemas. Neste artigo, compreende-se de que
maneira o levantamento de dados de pesquisa, bem como sua
aplicação, na forma de customização e otimização de fontes tipo-
gráficas já existentes, poderá trazer benefícios para as comunida-
des indígenas.

CON TRI BU I ÇÃO: Com esse levantamento, acredita-se que será


possível detectar a grande maioria das ocorrências de diacríticos
(e outras particularidades tipográficas) e elaborar uma documen-

60 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
tação mais consistente para o futuro desenvolvimento de fontes
digitais e publicações para os idiomas indígenas, já que a pesquisa
de 2012 indica apenas linhas gerais para desenvolvimento dessas
fontes digitais e publicações.

TOP I CS : Typeface design, graphic & editorial design


K E Y WORD S : tipografia, linguas indigenas brasileiras,
typography, type design, Brazilian indigenous languages

61 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


A Prática Contemporânea
da Impressão Tipográfica
R A FA E L N E D E R
Universidade FUMEC e Centro Universitário SENAC/SP · Brazil

A BSTR ACT: A presente comunicação, tem como tema a prática


contemporânea da impressão tipográfica no design gráfico brasi-
leiro. Embora comercialmente obsoleta percebe-se, a partir dos
anos 1990 e 2000, um resgate significativo dessa tecnologia por
meio de uma parcela significativa de designers que a utilizam
como um diferencial de produção para seus projetos. Para a
escolha do corpus da pesquisa, observaram-se diferentes crité-
rios. Além da abrangência geográfica restrita ao território brasi-
leiro, buscou-se avaliar a constância e a relevância da produção
de cada profissional ou grupo estudado. Sendo que esses profis-
sionais deveriam, obrigatoriamente, ter um envolvimento direto
com os aspectos projetuais e produtivos dos projetos. Assim,
além de serem os responsáveis pela criação de seus projetos grá-
ficos, esses designers deveriam ser os impressores e/ou responsá-
veis pela composição das matrizes de impressão. Inicialmente
foram identificados treze grupos, distribuídos em diferentes
estados, e dos quais oito foram analisados. Por se tratar de uma
pesquisa exploratória e de caráter qualitativo, para sua conclu-
são foi necessária a combinação de diferentes métodos e ferra-
mentas, dos quais destaca-se a utilização da metodologia da His-
tória Oral para a coleta e análise dos dados. A adoção dessa
ferramenta se justifica pela necessidade de se registrar as dife-
rentes visões individuais do tempo presente, formalizando-as em
documentos que, por sua vez, permitem a identificação de temas
relevantes por meio de eventuais entrecruzamentos de informa-
ções. Ao todo foram registradas cerca de oito horas de depoimen-
tos o que permitiu uma melhor compreensão do fenômeno e a
identificação de temas relevantes. Mais do que um revivalismo

62 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
romântico, percebeu-se nessa prática uma consonância com
outras manifestações do design gráfico na contemporaneidade
uma vez que o fenômeno se vale de uma estratégia pluralista
onde diferentes questões e aspectos se misturam reinventando a
impressão tipográfica.

TOP I CS : Graphic & editorial design, history & education


K E Y WORD S : Letterpress, Impressão Tipográfica,
Design Gráfico, História Oral, Brasil

63 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Kinetic typography – the dynamic nature of type
SARA ANTUNES
Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa

A BSTR ACT: Important as they were in their time, for bringing


innovation and positive revolutions to human societies, the days
of the appearance of handwriting or even the invention of the
press seem to be as distant from our digital world as the ancient
cave drawings and rock painting.
Every one of those inventions or creations will always remain
in the history of humankind – we do not pretend to forget their
significance. Those were giant steps that helped our communica-
tion to evolve along millenniums.
The intent of this study is to stress the way typography has
developed since Gutenberg invented movable type. We could say
that, at the time, typography had a truly ‘static’ nature. Apart from
considering that using those ´movable’ pieces of metal was
already same association of movement, the fact is that the result-
ing typography were merely static lines of text. However, this
static nature was somewhat rocked when, in different ways and
with different purposes, motion was applied to type.
Several designations are used to this ‘type in motion’, such as
moving typography, dynamic typography, or even temporal
typography; there is also the theory that the most correct term
should be fluid typography, to include some kind of metamorpho-
sis that letters may suffer even without changing its position over
time, in relation to a frame of reference. It all relates to what con-
cept of motion we use. Nonetheless, one of the most commonly
used term is kinetic typography.
Even disagreeing about designations, most authors will not
question that adding motion to text significantly improves its
capabilities and effects. Several even affirm that it may help con-
veying emotions, thus enriching viewers’ experience. This power-

64 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
ful capability should create sufficient interest and motivation in
the design community, inspiring designer’s appetite in learning
how to manipulate it correctly.
A full understanding of the relationships between type, motion
and emotions empower us with tools that ‘static text’ cannot pro-
vide. It is important to know the origin and characteristics of
typography itself and why, at some point of its evolution, adding
motion was experimented; to understand motion, not only the
physics concept and definitions but why it has become more and
more important to us; we also need to learn the basics about emo-
tions to understand its link to motion, and the effects obtained
when adding motion to type.
As it is predictable and inevitable that in our everyday world an
increasing amount of integrative technologies and immersive
environments will be always present, the role and importance of
kinetic typography cannot be overstressed. Not being aware of its
existence and basic notions, to include common uses, main
advantages and last but not least its limitations, would constitute
an impairment to any designer, and that is the reason of this study.

TOP I CS : Graphic & editorial design


K E Y WORD S : Typography, Static, Motion, Emotions, Kinetic
typography

65 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Tai-Ahom and its typographic implementation
SERGIO TRUJILLO
Enigma Design · Mexico

A BSTR ACT: The Tai-Ahom script was used by the rulers of the
Indian state of Assam for almost six centuries. It fell into disuse as
the consequence of multiple social, cultural, religious, and politi-
cal circumstances that took place during the rule of the Ahom
kingdom. Starting from the early stages of its demise, continuous
efforts to preserve both the Tai-Ahom script and language have
been made, culminating in the on-going Ahom revival movement.
However, there have been very few attempts to translate this writ-
ing system into type, and they all fail to address the typographic
needs of the Tai-Ahom script. This work aims to reevaluate the
typographic implementation of the Tai-Ahom script; taking his-
torical, cultural, and technological considerations into account. It
analyses the letterforms found within the manuscript tradition
and compares them with the existing typographic renditions. A
type design proposal is presented with the intention to better rep-
resent the script, and to serve as the foundation for future research
endeavours. Further design efforts are urgent for the Tai-Ahom
script to develop a true typographic evolution detached from the
influence of the Latin model, and for the Ahom revival moment to
fully accomplish its intended goal.
Given the fact that many of the typographical limitations of the
past have been rendered obsolete, it is now possible to develop
typefaces that both respect the calligraphic heritage of any given
script, and comply with the established typographic conventions.
As a result, typography plays an even greater role not only within
mainstream textual communication, but also within language
preservation. The Tai-Ahom language, which was the court lan-
guage of a kingdom that ruled the Assamese state for over six
hundred years —with political and military power, as well as a

66 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
whole government and priestly caste— might never be spoken
again, but the correct implementation of well-executed vernacu-
lar typography would definitely assist in the revitalisation of the
Ahom culture, and secure the preservation of its written script.
Although the few existing Tai-Ahom typefaces show the burden
of past typemaking and typesetting technologies, they have
shaped the identity of the Ahom community; and future typo-
graphic renditions might help consolidate it.

TOP I CS : typeface design


K E Y WORD S : Typeface Design, Culture Revival, Technology

67 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Pedro Cerqueira, “Gordo Letters”
– O primeiro [tató]grafo português?
SUSANA AZEVEDO CARDAL
CIAUD · FAUL

A BSTR ACT: O presente artigo surge no âmbito de desenvolvi-


mento de tese de Doutoramento em Design, com principal foco na
tatuagem escrita em Portugal. A expressão “tatógrafo” surgiu a
meio desta investigação, no decorrer do trabalho de campo,
nomeadamente aquando da realização das entrevistas a vinte
tatuadores em dezoito estúdios de tatuagem em território nacio-
nal, com portefólio em tatuagens escritas.
A profissão de tatuador em Portugal, é de igual modo, relativa-
mente recente. Somente no final da década de 90 é que começam
a surgir estúdios de tatuagem, tornando a profissão pública, dei-
xando esta portanto, a clandestinidade. Adquire posicionamento
e legalização no mercado nacional, como área de negócio ao
público. Com a proliferação dos estúdios e o aumento significa-
tivo do número de pessoas tatuadas, que revelam a importância
da respetiva profissão e a relação direta que esta mantém com o
design e com a arte, dá origem a uma nova geração de profissio-
nais, que surgem de seios académicos de nível superior. Esta nova
geração de tatuadores, com idades compreendidas entre os 25-35
anos, é possuidora de graus académicos, como Licenciaturas em
Artes Plásticas e em Design, com maior incidência para o Design
Gráfico.
Pedro Cerqueira (n.1985, Lisboa), mais conhecido como “Gordo
Letters”, é licenciado em Design, pelo IADE e artista plástico auto-
didata. Desde os anos 90 que se dedica à caligrafia e ao lettering.
Foi no graffiti que estabeleceu o seu primeiro contacto com as
letras, na marcação de identificação, designada por «tag». A partir
do tag, Gordo, começou por desenvolver uma caligrafia própria,
com maiores preocupações formais e de maior conteúdo. A cali-

68 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
grafia, o graffiti tag e a tatuagem emergem no desenvolvimento da
sua metodologia de trabalho de expressão artística. A sua ligação
à astrologia, ao ocultismo e a culturas, como egípcia e persa, entre
outras, dão corpo ao lettering por ele criado. O seu objetivo é a
criação de letras inovadoras com carácter abstracto, como refe-
rência visual estimulante ao olhar dos outros, através da mistura
de hand-lettering tradicional com a caligrafia new style. É o único
tatuador em Portugal, que se dedica exclusivamente ao desenho
de caracteres, reproduzindo na pele a manualidade e gestuali-
dade de traço que confere em papel.
O presente artigo procura investigar as origens culturais e a rele-
vância caligráfica do desenho de letras nas tatuagens concebidas
por este tatuador, a partir da inscrição de marcas no corpo humano,
tentando demonstrar nesta comunicação as opções formais e esté-
ticas referentes ao alfabeto por ele criado. A relação “(pa)pele” dos
registos com a utilização da caneta/pincel e máquina de tatuar.
Inicialmente, pretende-se contextualizar , as influências cultu-
rais que estão na base de criação destes caracteres, para um
entendimento de distinção entre estes. Num segundo momento,
incide-se na observação de alguns registos fotográficos captados e
partilhados pelo próprio autor, de alguns dos seus projetos. Para-
lelamente, compara-se algumas semelhanças com a caligrafia
oriunda das suas influências, para um melhor entendimento de
qual o ponto de partida de Gordo, na criação deste alfabeto.
Cruzando o conhecimento técnico e histórico, apresenta-se o
autor e o seu respetivo trabalho, como um contributo para o
design e para arte, na construção prática e teórica do panorama
artístico e criativo atual em Portugal.

TOP I CS : Typeface design, History & education


K E Y WORD S : Tatuagem; Caligrafia/Lettering;
Localização corporal; Portugal.

69 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Posters
Toponímia: tipo de letra em azulejo
ANA SOFIA FÉLIX
By Com

A BSTR ACT: Toponímia é um tipo de letra desenvolvido para sina-


lização toponímica (i.e. dispositivos de sinalização de lugares,
nomeadamente arruamentos) em suporte azulejar; pensado para
um bairro lisboeta.
A sua aplicação pretende melhorar a comunicação destes
dispositivos, atualizando a sua linguagem gráfica sem cortar,
no entanto, com o sentimento tradicionalista português que
estes transmitem aos leitores. Através das metodologias e
conceitos do design gráfico e tipografia, produzir um novo
dispositivo de sinalização/identificação em azulejo, que não
seja percebido de forma negativa apenas como um produto
artesanal ou manufaturado com um desenho da letra empí-
rico e artístico.
O desenvolvimento deste projeto deve-se ao facto de assistir-
mos em diversas povoações a uma pobre manutenção de placas
toponímicas em azulejo e à sua eventual substituição por outras
de materiais mais baratos, que muitas vezes rompem com a pai-
sagem dos centros urbanos portugueses e apresentam uma per-
formance inferior às suas antecessoras.
A nova placa toponímica foi criada com base numa análise grá-
fica e técnica de um conjunto representativo de placas toponími-
cas em azulejo existentes no território português. Foi numa fase
posterior validada por um painel de peritos em tipografia e tes-
tada com um protótipo.
O tipo de letra desenvolvido apropria-se do conceito de
modularidade tão característico da tipografia: aplicando um
caráter por azulejo, à semelhança dos tipos em metal. Explora-
ram-se também as propriedades plásticas da cerâmica, o que
resultou em azulejos com carateres em alto relevo e influen-

72 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
ciou o desenho de todos estes carateres: não possuem cantos
nem quinas, aproveitando as características orgânicas do
material de suporte.
Toponímia é uma família de 4 fonts: Regular, Regular Outline,
Semibold e Semibold Outline. Cada uma composta por 26 letras
maiúsculas mais numerais e alguns carateres de pontuação e
símbolos. O número de carateres possibilita uma proposta econo-
micamente viável: produzir letras em caixa alta e baixa tornaria o
custo de fabrico das placas toponímicas bastante mais elevado e
não tornaria obrigatoriamente a sua leitura mais fácil.
O desenvolvimento deste projeto promove a valorização do
azulejo de caráter gráfico funcional, tanto no sentido da sua pre-
servação, como no sentido de impulsionar a produção de novos
projetos, continuando a envolver o designer gráfico com a indús-
tria cerâmica portuguesa.

TOP I CS : Typeface design,


Typography in the architectural environment
K E Y WORD S : azulejo, desenho da letra, sinalética

73 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Lusitânia Medium
ANTÓNIO FONSECA

A BSTR ACT: Em 1983 a ITT World Directories encomendou a Ladis-


las Mandel a criação de novos caracteres, em exclusivo, para as
suas publicações de listagens telefónicas em diferentes países.
Mandel propôs uma gama de caracteres por país, em função das
suas identidades culturais – Lusitânia para os países latinos (no
qual se incluía Portugal), Nórdica para os países nórdicos e Lineale,
um caracter informal neutro, para a composição de endereços. Por
razões estratégicas empresariais a fonte Lusitânia nunca chegou a
ser terminada, nem utilizada para os fins a que esteve destinada.
O projeto que aqui se apresenta, a digitalização da fonte Lusitâ-
nia Medium de Mandel, decorre de uma investigação no âmbito do
Mestrado em Multimédia da Universidade do Porto (Cultura e
Artes), orientado pelo professor José Carneiro e designer Dino dos
Santos, tendo como principal objetivo relacionar o desenho tipo-
gráfico do Lusitânia com outros desenhos produzidos para uso em
escala reduzida criados especificamente para listagens impressas.
A partir da identificação das características do desenho tipográ-
fico no contexto referido, pretende-se compreender em que medida
o desenho da forma da letra resulta num tipo de letra mais legível.
Num primeiro momento, após uma revisão bibliográfica, estu-
daram-se casos de tipos de letra desenhados para uso em escala
reduzida de modo a identificar as suas características base.
Num segundo momento, realizou-se a digitalização do Lusitânia
e por fim comparou-se a digitalização da fonte Lusitânia com outras
fontes desenvolvidas para o mesmo contexto tipográfico de modo a
perceber qual o contributo do desenho do tipo de letra Lusitânia no
desenvolvimento deste modelo do desenho tipográfico.

TOP I CS : Typeface design


K E Y WORD S : Investigação, Poster, Tipografia,
Desenho de tipos de letra, Lusitânia Medium, Ladislas Mandel

74 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Oliva: O passado e o presente
a marcar o ritmo do futuro
BRUNA FERREIR A

A BSTR ACT: Oliva é um sistema tipográfico contemporâneo que


explora o estilo geométrico sans-serif , com total inspiração na tipo-
grafia da fachada da Oliva, empresa São Joanina, fundada por Antó-
nio José Pinto de Oliveira. Dedicava-se essencialmente às indústrias
da fundição, serralharia, serração, carpintaria mecânica e máquinas
de costura. O re-design da tipografia arquitectónica presente, tem
como objectivo recuperar e resgatar a memória histórica e a identi-
dade da empresa que foi um marco no seu tempo. Pretende-se recu-
perar o património tipográfico, uma vez que a herança cultural de
carácter gráfico tem sofrido muitas mazelas ao longo dos tempos.
Num estilo art-déco, os caracteres têm uma aparência moderna,
requintada, por meio da utilização de diversos recursos gráficos,
uso de ornamentação simplificada e outros artifícios que transmi-
tem sofisticação (terminações em ângulo, linha central mais des-
cida). Simultaneamente, têm forte relação com as formas sóbrias
da Bauhaus. A variação dos pesos pretende acentuar a versatili-
dade da Oliva.
A art déco foi um estilo moderno, que teve a sua principal fase de
produção durante o período do entre-guerras. O momento de
maior expressividade foi no ano 1925, com a “exposition internatio-
nale des arts décoratifs et industriels modernes”, em Paris. Oscilava
entre a euforia da decadência e a catástrofe dos fascismos emer-
gentes, celebrava a ascensão da tecnologia e da velocidade, dei-
xando para trás os graciosos floreados da art nouveau para preferir
formas geométricas. Sem grandes mudanças estruturais, as for-
mas eram simplificadas e geométricas, fazendo referência à esté-
tica da máquina. Portugal adoptou este modernismo tipográfico
entre os loucos anos 20 até finais dos 30, daí existirem dispersos
pelas cidades portuguesas, inúmeros exemplos deste estilo.

75 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


A maioria do trabalho gráfico art déco teve o principal objectivo
estimular as pessoas a uma mudança de atitude. Nesse sentido, é
novamente o passado e o presente a marcar o ritmo do futuro!

TOP I CS : Typeface Design


K E Y WORD S : Geométrica, Dinâmica, Art-Déco, Sans-Serif

76 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Laquie Type
BRUNA FERREIR A

A BSTR ACT: Laquie Type é uma fonte script, começada em 2014,


baseada num lettering e transformada em fonte tipográfica em
2015, com uma variedade de glifos capazes de traduzir a riqueza
caligráfica. Um traço suave e elegante, onde os caracteres fluem
com os próximos e onde todos se unem como uma imagem contí-
nua.
A produção desta fonte tipográfica tem como objectivo levar a
expressividade e o dinamismo da caligrafia (gestual/manual) ao
digital, com uma cobertura dos conceitos/regras tipográficas,
considerando o desenho harmonioso, bem como o refinamento
dos caracteres de modo a existirem alternativas que possam for-
mar uma visão única, como acontece na caligrafia, com uma apa-
rência mais natural e elegante. É fácil avaliar o quão legível uma
fonte é, mas é menos evidente medir como faz as pessoas se senti-
rem. Os caracteres tipográficos / fontes definem o cenário para as
palavras que está prestes a ler. Dando às palavras uma personali-
dade, capaz de levar o observador a confiar ou não nelas. Define a
cena para o qual se vai olhar.
Cada fonte tem uma personalidade que influencia a interpreta-
ção das palavras que lemos, evocando as nossas emoções, visto
que cada tipografia transmite informações supraliminares o que
significa que está dentro do limite da consciência.
A tipografia desencadeia a nossa imaginação, evoca a nossa
emoção, solicita memórias e ligações para todos os nossos senti-
dos. O que torna a fonte fascinante, com um enorme fluído cali-
gráfico são os pequenos detalhes oferecidos pelas alternativas
contextuais, swashes e ligaduras que leva o tipo de letra para um
nível estético superior. Numa linguagem dinâmica e curvilínea, a
fonte é composta por vários caracteres alternativos, de forma a
obter resultados visuais semelhantes ao lettering.

77 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Laquie Type é capaz de produzir composições inconfundivel-
mente elegantes, integrando um ritmo dinâmico em textos curtos
e oferecendo personalidade a cada uma das palavras que constrói.

TOP I CS : Typeface design


K E Y WORD S : Script, elegante, personalidade, emoção,
gestual, natural, fluída, lettering

78 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Gárgula: uma fonte humanista desenvolvida
em contexto académico
JOANA SANTOS

DANIEL BRANDÃO

ESAP

A BSTR ACT: Neste poster iremos apresentar a Gárgula, um pro-


jecto de desenho tipográfico desenvolvido no âmbito académico.
O ponto de partida para o desenvolvimento desta tipografia foram
os manuscritos do Renascimento, tendo sempre em mente o
movimento da caneta caligráfica para definir o traço dos caracte-
res. Como consequência, a Garamond, tipo de letra também deri-
vado dessa forma de escrita à mão, foi utilizada como base para
muitas das proporções dos caracteres, assim como algumas das
terminações.
A Gárgula tem como características principais as variações
pouco perceptíveis entre strokes finos e grossos, assim como seri-
fas grossas e não muito longas e counters largos. Assim como na
Garamond os ascendentes são longos, excedendo um pouco a
altura das capitais e, a altura do x é pequena, ainda que um pouco
maior do que a altura definida na Garamond. Contrariamente ao
stress vertical dos caracteres desta, a Gárgula apresenta um ângulo
mais obtuso e diagonal, imitando o das canetas caligráficas.
O desenho da fonte passou por vários ajustes, para que propor-
cionasse uma fácil e confortável leitura em mancha de texto, não
deixando para trás a sua essência. Foram feitas recorrentes
mudanças na serifa, que começou com um traço demasiado frá-
gil, puramente derivado do movimento feito pela caneta caligrá-
fica, e na qual se baseia todo o traço principal da fonte. Desta pas-
sou a uma serifa mais arredondada e de extremos levantados.
Esta transmitia uma sensação de fonte display e não satisfazia os
objectivos inicialmente propostos. Por isso, foi necessário o ajus-
tamento da serifa por uma terceira vez. Desta vez mantendo os

79 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


extremos arredondados mas menos levantados assim como a
base, conservando na mesma a essência da serifa e proporcio-
nando igualmente uma leitura mais fácil.
Houveram também ajustes nas restantes terminações, nomea-
damente das letras “c”, “e”, “r” e “j”. Um final recto, que surgiu das
experimentações com a caneta caligráfica, foi substituído por um
terminal quase em gota, inspirado nas terminações da Garamond
e que dá um toque mais moderno à fonte.
A Gárgula está ainda em fase de acabamentos, pelo que exis-
tem ainda alguns problemas em termos de legibilidade, nomea-
damente no que diz respeito aos espaçamentos e kerning dos
caracteres. O objectivo é acabar o desenvolvimento desta variante
e avançar com o desenho de mais pesos e estilos da mesma, de
forma a conseguir uma família tipográfica mais completa.

TOP I CS : Typeface design


K E Y WORD S : gárgula, serifa humanista, texto manuscrito

80 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Equilatera
JOÃO GOMES
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

A BSTR ACT: Assumidamente inspirada, numa fase inicial, na


fonte Colmeia (a minha primeira fonte modular), e de construção
geométrica, composta por triângulos equiláteros rigidamente
assentes numa grelha isométrica, a família Equilatera depressa
cresceu muito para além do alfabeto humanista da primeira fonte
a ser desenvolvida, a Romana.
A progressão lógica que a maior granularidade e resolução
decorrentes da utilização de módulos menores permitiu foi a cria-
ção de variantes condensadas mais flexíveis (como termo de com-
paração, os módulos em cunha de hexágono utilizados na fonte
Colmeia apenas permitiam a criação de maiúsculas e algarismos
condensados, através de um complicado jogo de sobreposições) e,
por meio da subtracção selectiva de alguns módulos e o acrescento
de patilhas, o desenvolvimento de uma variante Textura Quadrata.
Levando o conceito a expoentes mais inusitados de flexibilidade, a
rotação da grelha isométrica permitiu criar duas variantes oblíquas,
uma com inclinação positiva e outra com inclinação negativa, por
enquanto ainda restringidas às minúsculas mas de carácter altamente
versátil, isto é, utilizáveis tanto na sua forma original com a linha-base
horizontal, como com as suas linhas-base rodadas por forma a que se
comportem como itálicas verticais assentes em linhas-base oblíquas
ascendentes e descendentes, como ainda com as mesmas linhas-base
rodadas na direcção inversa por forma a que se transformem num
trompe l’oeil de projecção isométrica num plano horizontal.
No que diz respeito às métricas horizontais, estas decorrem
directamente da dimensão do módulo, sendo sempre iguais à sua
largura ou a metade da mesma, pelo que os membros da família,
especialmente os condensados, apresentam sempre um ritmo
bastante regular e oferecem várias possibilidades de alinhamen-

81 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


tos verticais ou de integração em ilustração geométrica em grelha
isométrica com grande facilidade.
No que toca a ferramentas avançadas de composição, alguns
dos membros da família suportam já ligaduras e alternativas con-
textuais OpenType, como é o caso da Textura Quadrata, e estas
virão a ser usadas, em conjunção com ou em alternativa à criação
de membros adicionais, no sentido de oferecer um maior leque de
alternativas estilísticas, seguindo o preceito de utilizar as mesmas
formas-esqueleto em fontes com e sem patilha (Majoor, 2004).
Outras das influências que levaram à criação deste projecto e
suportaram a sua evolução na direcção que ora se apresenta, e
com o mais rigoroso respeito pelos preceitos caligráficos que
regem silenciosamente o desenho de fontes convencionais, foram
os princípios subjacentes ao modelo caligráfico Foundational
Hand de Edward Johnston (Johnston, 1971) e a teoria de escrita de
Gerrit Noordzij (Noordzij, 2005) e, seguindo estes mesmos princí-
pios e metodologia, os próximos passos serão a internacionaliza-
ção completa de todos os membros latinos existentes da família,
assim como a sua complementação com outros sistemas de
escrita, como sejam o alfabeto grego e o abjad árabe.

BI BLI O G R A FI A :

› Johnston, E. (1971). Formal Penmanship and other papers.


(H. Child, Ed.). London: Lund Humphries.
› Majoor, M. (2004). My Type Design Philosophy. Consultado
a 30/04/2016 em https://www.typotheque.com/articles/
my_type_design_philosophy
› Noordzij, G. (2005). The stroke: theory of writing.
London: Hyphen Press.

TOP I CS : Typeface design


K E Y WORD S : Sistemas Tipográficos, Tipografia Modular,
Isometria, Foundational Hand, Blackletter

82 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Caminhos Film Festival
JOSÉ MARIA CUNHA

A BSTR ACT: For more than two decades, Caminhos makes Coim-
bra the capital of portuguese cinema every year. For its 19th edi-
tion, there was a need and desire to expand the number and the
diversity of submitted films. Therefore, a fresh visual identity was
developed in line with the many ways — in portuguese, caminhos
— the festival brings to play. The campaign successfully increased
the festival audience numbers, offering a rich and diverse cultural
program relevant to various areas of the arts and film.
The visual identity is dynamic across all its use. The constant
use of one same typography but with different content (like invi-
tation, program, schedule, press, guest, or anything that needed
to be written), makes for an expressive language committed to the
festival various media.
The concept of Caminhos — ways — achieves its dynamic iden-
tity through a number of arrows that go with the overall geometry
of the custom typography. So the concept of Cinema, and diver-
sity, is represented with a selection of five different common
aspect ratios in film: 3:2, 4:3, 16:9, 2.40:1 and 5:3. From the many
formats analyzed, these five stood out from the group as the best
mixture of proportions.
Since proportions, i.e. the ratio between width and height, are
the major differentiator and key identifier of each aspect ratio,
some were flipped and scaled to boost apart even more that set of
selected formats.
The different styles were engineered on a increment that doub-
led on each iteration, so that the next style’s height has twice the
distance value of the previous style.
Every same letter exists in five different aspects ratios, that
define the boundaries in which each letter of the alphabet is geo-
metrically drawn. Those five styles make the full bespoke typeface

83 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


developed for this project: Caminhos Format. The orthogonal
geometric principles were perfect to fit in each glyph, echoing
Architype by Theo Van Doesburg. The goal was to conceive a lan-
guage capable of being dynamic and true to the festival’s ambi-
tions.

TOP I CS : Graphic & Editorial Design


K E Y WORD S : Design; Branding; Identity; Dynamic;
Bespoke; Typeface; Typography

84 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
Parati – Academy Poster
LUY ALBINO
Universidade Anhembi Morumbi
Brazil

A BSTR ACT: A Parati Sans é um projeto tipográfico que representa


o histórico da minha família. Sou pescador de formação e estudo
Design gráfico na Anhembi Morumbi, onde fiz amigos, workshops
e sou voluntário em uma oficina tipográfica. Na produção de car-
tazes e cartões de visita, aprendemos sobre a composição de texto
nas ramas, sabendo usar os espaços em branco a nosso favor. A
partir do projeto interdisciplinar formei um grupo para a produ-
ção de um editorial de fotografia das manifestações tipográficas
espalhadas na cidade de São Paulo, buscamos espaços urbanos
onde a tipografia agisse como arte, comunicação e expressão.
Dividimos as tarefas e focamos naquelas em que mais nos identi-
ficamos. Gostei de trabalhar com tipografia e embarquei na ideia
de produzir a minha própria fonte. Durante a produção dos dese-
nhos aprendi como seguir e quebrar regras. Com o auxílio de pro-
fessores mestres em tipografia a fonte foi tomando forma. Ela
será usada no Trabalho de Conclusão de Curso aplicada em um
livro e em peças secundárias, como zines, embalagens e cartazes.
A sua principal característica é o bojo, possui baixo contraste e
alguns destaques entre as letras K, R as hastes A,V. b, u não pos-
suem haste de apoio, A,V,W possuem hastes retas e semicurvas e
as incisões dos bojos estão em 40º. Ela pode ser usada em forma
titular e em textos menores mais extensos. A fonte está ligada à
cultura de Paraty onde nasci e cresci e está sendo usada atual-
mente na tabela de preços da peixaria da minha família.

TOP I CS : Typeface Design


K E Y WORD S : Tipografia Parati Sans-Serif Regular Academy

85 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Categorização de Estruturas
para Genéricos de Séries de Televisão
R I C A R D O P E S TA N A

SARA ANTUNES

Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa

A BSTR ACT: Este estudo debruçou-se sobre um objecto de gra-


fismo animado muito presente no dia a dia do consumidor televi-
sivo, mas também muitas vezes ignorado por este: o genérico de
série de televisão. Sendo um objecto de grafismo animado extre-
mamente complexo, e dados os montantes normalmente envolvi-
dos na produção de uma série, torna-se importante procurar uma
melhor compreensão destes objectos gráficos, bem como identifi-
car diferentes modos de apresentar o mesmo tipo de informação
dentro de uma narrativa a que pode não pertencer.
Analisando do ponto de vista do designer gráfico os inúmeros
elementos dos genéricos das séries de televisão, perguntou-se se
seria possível identificar diferentes tipologias de genéricos no
que respeita aos vários modos de sequenciar os créditos — ele-
mentos de identificação dos intervenientes na série e que, por
norma, são apresentados apenas com recurso a tipografia — e o
título — muitas vezes exibido sob a forma de logótipo. Mas é pre-
ciso também ter em conta que existe uma especificidade impor-
tante neste tipo de projectos de comunicação gráfica, já que a
sua actuação se verifica não só no espaço, como também no
tempo. Para procurar responder a esta questão, fez-se uma reco-
lha de um número elevado de séries de televisão e visualizados
os seus genéricos, o que permitiu identificar várias tipologias.
Foi assim possível construir um modelo esquemático classifica-
tivo dos diferentes tipos de sequências (temporais) de apresenta-
ção dos principais elementos tipográficos – os créditos e o título
– com base na sua organização estrutural, que se apresenta
neste trabalho.

86 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
TOP I CS : Multimedia & Digital Devices, History & Education
K E Y WORD S : Design Gráfico, Grafismo Animado, Genérico,
Séries de Televisão, Tipografia

87 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Dezasseis: um projecto tipográfico académico

R I C A R D O S I L VA

DANIEL BRANDÃO

IPCA – Escola Superior de Design

Abstract: Dezasseis é uma fonte desenvolvida no âmbito acadé-


mico cuja ambição era conseguir um desenho consistente e fun-
cional e que se adaptasse da melhor forma possível ao contexto e
meio em que fosse inserida.
Esta tipografia teve como principal inspiração fontes geométri-
cas como a ITC Century Gothic de Herb Lubalin, a Futura de Paul
Renner ou a Gotham de Tobias Frere-Jones, assim como inspira-
ções de fontes humanistas tais como a Thesis de Lucas de Groot.
Antes de começar a desenhar, foi feito um estudo de tipografias
clássicas e icónicas como a Akzidenz-Grotesk de Hermann Ber-
thold e a Helvetica de Max Miedinger, de forma a melhor enten-
der as diferenças subtis entre tipografias assim como compreen-
der a construção geral e linhas de desenho de uma tipografia.
O conceito principal do projecto parte de uma necessidade de
construção de uma tipografia que representasse um estilo bas-
tante pessoal.
O desenho dos caracteres parte das características manuais e
traços de desenho, únicas a cada pessoa. Estes foram fundamen-
tais na implementação de pequenos apontamentos que conferem
vida e identidade à tipografia. Após o amadurecimento dos esbo-
ços, o trabalho evoluiu para o digital.
O processo de desenho foi feito tendo sempre em conta a uni-
dade, ou seja, ajustando o desenho de cada letra de forma a que
este se enquadrasse da melhor maneira no aspecto global.
Felizmente, e como parte integrante do exercício, o trabalho
teve o acompanhamento não só do docente, mas também de um
reconhecido type designer português e de um entusiasta da tipo-

88 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
grafia. Este acompanhamento revelou ser um aspecto fulcral no
desenvolvimento da fonte pois foram apontados defeitos que
levaram ao aperfeiçoamento do aspecto final da tipografia.
O resultado final é uma tipografia geométrica com claras
influências humanistas, que se insere no momento contemporâ-
neo de desenho tipográfico. É uma tipografia com um peso carre-
gado (semibold), com pouco contraste de hastes que obtêm resul-
tados interessantes em cartazes, destaques, títulos e em todas as
aplicações que necessitem de uma fonte forte e apelativa.
Futuramente é objectivo completar o mapa de caracteres assim
como uma família de pesos que permita uma maior flexibilidade
no uso em diferentes tipos de suportes de comunicação.

TOP I CS : Typeface Design


K E Y WORD S : tipografia geométrica, sans serif, semibold, display

89 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Mesh
TIAGO OLIVEIRA

DANIEL BRANDÃO

Escola Superior Artística do Porto

A BSTR ACT: Mesh é uma tipografia modular desenvolvida no


âmbito de projecto final de licenciatura, com um teor experimental
e baseada em elementos geométricos. Tem como objectivo princi-
pal ser utilizada como display, sobretudo em títulos de posters e em
suportes multimédia, existindo apenas em versão caixa alta.
O trabalho surgiu a partir da ideia de criar um tipo de letra
experimental utilizando apenas formas geométricas, linhas e
símbolos. As tipografias que mais inspiraram este projecto foram
a GEOM de Danilo Gusmão Silveira e a Illusive de Petros Afshar,
pelas suas formas geométricas e espessura das linhas, bem como
pela coerência do desenho de cada letra. Com os primeiros dese-
nhos percebeu-se que o caminho a seguir seria o de trabalhar a
construção e desconstrução dos caracteres. Pretendeu-se então
reproduzir o impacto visual do betão armado usado na estrutura
de um edifício e aplicá-lo no desenho da fonte.
Foram criados 3 módulos, ou regras, que devem estar sempre
presentes: 3 linhas paralelas, replicando a imagem das barras de
aço; o uso de manchas ou blocos, que transmite o peso e a estabi-
lidade do betão; e, por fim, um “X” que representa as forças que
estão sempre presentes e que não são visíveis, tal como a gravi-
dade, e que desafiam o equilíbrio em qualquer construção.
Na criação dos caracteres foi utilizada uma grelha que serviu
de base para o desenho que se iniciava pela construção das linhas
paralelas. Aos poucos foi-se desconstruindo cada linha e adicio-
nando formas geométricas com preenchimento de forma a criar
um grande contraste entre os dois elementos. O “X” é utilizado de
diversas formas, substituindo uma barra, na ligação da haste com
a perna, ou no centro da espinha, conforme o desenho de cada

90 7. º E N C O N T R O D E T I P O G R A F I A
letra ou algarismo. Houve alguma dificuldade na decisão da
espessura das linhas, bem como no espaço entre dois diferentes
módulos.
Embora este projecto esteja ainda em desenvolvimento, acredi-
ta-se ter atingido coerência gráfica no desenho de todos os carac-
teres finalizados até ao momento. Existem ainda a trabalhar alte-
rações no kerning e outros espaçamentos, sendo este o maior
constrangimento deste projecto até ao momento. No futuro, pre-
tende-se ainda fazer uma animação tipográfica de apresentação,
bem como o espécimen da fonte, de modo a demonstrar o seu
maior potencial na aplicação em composições gráficas. Após a
conclusão do âmbito académico deste projecto, está planeado
também o desenvolvimento e a publicação desta fonte, em dife-
rentes versões e pesos, bem como a modelação e animação 3D de
alguns caracteres.

TOP I CS : Typeface Design


K E Y WORD S : tipografia, modular, experimental,
construção, geometria

91 LI V RO DE R ESU MOS · BOOK OF A BST R AC TS


Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa

25 | 26 Novembro 2016

C O M I S S ÃO E X E C U T I VA

Elisabete Rolo [FA-UL]


erolo@fa.ulisboa.pt

Fernando Moreira da Silva [FA-UL]


dasilva@fa.ulisboa.pt

Teresa Olazabal Cabral [FA-UL]


teresaoc@fa.ulisboa.pt

http://7et.fa.ulisboa.pt

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