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1. Introdução
A China é, atualmente, o maior parceiro comercial do Brasil, relação que tende a se estreitar
e aumentar exponencialmente, como resultado das barreiras e taxas impostas recentemente pelo
governo norte-americano no comércio internacional com a China. A grande saída, será escoar seus
produtos para cá, e intensificar e diversificar o consumo de produtos brasileiros.
Nos BRICS, Brasil e China têm papel de destaque nesse grupo mais potente e mais
independente do mundo, pois não dependemos de nenhum outro país, nem mesmo dos Estados
Unidos, ainda mais agora, quando os líderes do grupo se reúnem para tentar frear a política
econômica protecionista do atual presidente norte-americano.
O 40º aniversário da política de Reforma e Abertura na China, em 2018, celebra o sucesso
dessa política econômica iniciada em 1978, pelo líder Deng Xiao-Ping, que abriu a China ao capital
estrangeiro. A entrada desse capital, aliado a essa nova estratégia de governança, levou à
transformação da China, colocando o país dentre as potências mundiais que norteiam a economia
do planeta.
O Brasil, assim como eu, veio desvendando os mistérios da China, estreitando laços de
amizade e cooperação, aumentando a admiração pelo seu parceiro do outro lado do mundo, e
construindo uma ponte que leva à amizade, ao progresso e bem estar de todos os nossos cidadãos.
2. Desenvolvimento
Fig. 2 - Por ocasião da sanção da lei que institui o Dia da Imigração Chinesa no Brasil, o presidente
Michel Temer convidou ao Palácio do Planalto o grão-mestre Woo, como reconhecimento por ser
o primeiro imigrante chinês a fixar residência no Distrito Federal. A iniciativa do projeto de lei foi
do deputado Fausto Pinato (PP/SP). A entrevista feita com o mestre Woo pode ser vista em
https://youtu.be/w8jHXAXHfX8 . (foto: fotógrafo oficial do Palácio do Planalto)
A data será comemorado pela primeira vez, neste ano, numa grande festividade em
Brasília, na Praça da Harmonia Universal, no sábado, dia 18 de agosto, com a presença de várias
autoridades, como o grão-mestre de Tai Chi Chuan, Woo Moo-Chong; deputados; professores do
Instituto Confúcio, do Instituto Brasileiro de Cultura da Chinesa, e membros do corpo diplomático
da Embaixada da China.
Fig. 4 - Confraternização no pódium entre as equipes da China e de Hong Kong. (foto do autor)
No Brasil, não só as artes marciais chinesas gozam de grande prestígio, mas principalmente
as práticas voltadas para a saúde, como o Tai Chi Chuan, reconhecido pelo Mistério da Saúde
como Prática Integrativa, sendo o Brasil o único país na América Latina a fazer tal reconhecimento,
seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde.
Em Brasília, o Tai Chi Chuan está solidamente implantado na Secretaria de Saúde do DF,
tendo uma coordenação dessa arte milenar chinesa, sendo os instrutores funcionários públicos
contratados por concurso, ministrando esses exercícios em dezenas de Centros de Saúde.
Ainda, o Ministério da Saúde está implementando o projeto de Academias de Saúde por
todo o país, iniciativa essa lançada em 2011, tendo a Praça da Harmonia Universal sendo escolhida
como um dos polos no Distrito Federal.
Já existem uma grande intercâmbio com o Brasil, tendo vários autores brasileiros sido
traduzidos para o mandarim, dentre eles Jorge Amado, Euclides da Cunha (BERLLUCCI, 2004),
sem falar no grande número de novelas brasileiras que são transmitidas pelas TVs chinesas,
gozando de grande prestígio naquele país.
No Brasil, várias universidades têm a disciplina de língua chinesa (BERLLUCCI, 2004), e
o Instituto Confúcio já faz parte de várias universidades em todo mundo, e também aqui, como na
de Brasília e na UFMG, difundindo a língua e a cultura daquele país.
Da mesma forma, diversas universidades chinesas, sobretudo a de Dalian, oferecem cursos
de português para seus alunos, vindos muitos desses recém-formados fazer seu aperfeiçoamento
aqui no Brasil ou em Portugal. Isso traz enormes benefícios a nosso estudantes, pois têm contato
direto com um nativo chinês que está preparado e ávido em transmitir as peculiaridades da sua
cultura e formação acadêmica. Uma dessas interações pode ser apreciada no Instagram em:
https://www.instagram.com/p/BGCd48atUr7/
Em contrapartida, muitos estudantes de Educação Física brasileiros vão para a China para
fazer seu aperfeiçoamento nas artes marciais chinesas, e também vários terapeutas, para cursar
Medicina Tradicional Chinesa.
No campo político, no fim de semana em que se encerra o prazo de entrega deste concurso,
Eu e a China, acontece a 10ª Reunião de Cúpula do BRICS, em Joanesburgo, na África do Sul,
reunindo chefes de Estados do Brasil, Índia, China e África do Sul. Na pauta, assuntos de suma
importância, como a criação do Banco do Brics, com escritório regional em São Paulo, numa
tentativa de não se submeterem às ingerências do Banco Mundial.
Nesse relacionamento, o Brasil exportou para seus parceiros do Brics, só nos 6 primeiros
meses de 2018, o montante de 33,1 bilhões de dólares norte-americanos, segundo o ministério da
Industria, Comercio Exterior e Serviços. E as tendências de incremento desses índices são as mais
venturosas possíveis, principalmente após esse encontro, e , especialmente quando implementadas
as obras da Nova Rota da Seda, na China, projeto que está em fase avançada de concretização.
Fig. 5 - Os homens mais poderosos do mundo, reunidos na 10ª Reunião de Cúpula do BRICS, em
Joanesburgo, África do Sul, no final de julho de 2018. Interessante notar que o líder Xi Jin-Ping
está à frente da bandeira brasileira, enquanto o presidente Temer está à frente da chinesa.
(Foto: AFP disponível em https://br.yahoo.com/financas/noticias/brics-se-unem-guerra-
comercial-trump-211840450--business.html )
3. Considerações finais
A China, cada vez mais fascina aos brasileiros. Se as notícias que antigamente tínhamos
eram de um país frio e distante, essa impressão foi sendo substituída pela de uma nação gigantesca,
berço da escrita, da impressão, da invenção da pólvora, da bússola e berço da Medicina e das Artes
Marciais. Nos dias de hoje, a China lidera a tecnologia, a exploração espacial e a pesquisa
submarina, produz robôs, trens bala e carros de luxo.
A China está revolucionando, interligando o mundo com suas megamáquinas, segundo as
últimas notícias da BBC (2018), na verdade, uma notícia um pouco distorcida sobre o Projeto da
Nova Rota da Seda. Um empreendimento globalizante com vias de escoamento e comércio,
envolvendo 65% da população mundial e dezenas de países, com quatro rotas terrestres, e quatro
ou mais rotas marítimas. Um projeto ambicioso, iniciado em 2013 pelo líder Xi Jin-Ping, como o
nome em chinês 一带一路,literalmente, Um Cinturão, Uma Rota. Há gigantescas obras de
infraestrutura, que acabarão por interligar – por terra ou por mar – 70 países. Para isso, estão sendo
construídas, ferrovias, portos, estradas de acesso, e toda uma rede de logística.
O título sensacionalista da reportagem se refere às máquinas de construção de ferrovias (já
amplamente divulgadas no WhatsApp) e às máquinas de perfurar túneis. Vale a pena salientar, que
a maior parte desse trabalho é feita com a utilização de aço brasileiro. Para se ter uma ideia da
magnitude do projeto, em 2014, a China criou o Fundo Rota da Seda, disponibilizando para tal o
valor de 40 bilhões de dólares americanos, para financiar a maior plataforma econômica de
cooperação mundial, segundo Jinchen (2016).
Na área da saúde, os ocidentais, tão confiantes em sua medicina, ficam surpresos ao
descobrir uma outra interpretação da fisiologia, do diagnóstico e da terapia, baseada nos princípios
dos Cinco Elementos e nos do Yin e Yang. Descobrem que aquela medicina não é só de agulhas,
mas abarca toda a filosofia do Tao Te Ching, do I Ching, dos escritos de Confúcio, de Su Shi,
envolvendo conceitos tão abstratos como os do Feng Shui, passando pela massagem chinesa e
exercícios de Tai Chi Chuan, fitoterapia e uso dos chás, chegando ao uso de ventosas, de
moxabustão e de agulhas para estimular e desobstruir os canais por onde circulam energias sutis,
invisíveis aos olhos, mas tão bem documentadas na China, por mais de 4 mil anos de estudo.
E quanto a mim, que não acreditava nessas “crendices”, tornei-me entusiasta dos métodos
de cura do Tai Chi e da Medicina Chinesa, ainda mais agora, quando tecnologias ocidentais
confirmam todos aqueles conceitos milenares, das modulações de proteínas ao controle de ondas
cerebrais, possibilitando curas que nossa medicina ocidental – tão cheia de soberba – ainda não
alcança (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2004).
Mais que isso, na antiguidade, o médico chinês tinha a obrigação de cuidar do bem estar
físico e mental da comunidade – por isso utilizava práticas preventivas e de promoção de saúde
como o Feng Shui, o Chi Kung e o Tai Chi Chuan. Na medicina ocidental, a prática de
procedimentos preventivos são dissociados das práticas curativas, só tendo esse antigo conceito
alcançando alguma dimensão de maior relevância, depois da Conferência de Alma Ata, justo no
ano de 1978.
Estudando todo o vasto campo de atuação daqueles médicos tradicionalistas, só nos resta
suspirar: Temos muito o que aprender com os chineses ...
pelo Grupo Internacional de Publicações da China, para poder difundir – ainda mais – a prática
dessa arte em língua portuguesa, idioma tão carente de publicações técnicas nessa área de
conhecimento. E nossa população tão carente dos benefícios para a saúde que essas práticas
poderiam proporcionar.
Desejo a ambos países um intercâmbio cada vez maior e mais frutífero, pois ao dois têm
enorme diversidade cultural a compartilhar.
Auguro que todo esse progresso atingido com as novas políticas do líder Xi Jin-Ping
possam ser traduzidas também num progresso pessoal e espiritual daquela enorme população
chinesa, e que tenha um grande reflexo internacional, e com isso possa contribuir para a paz e
harmonia mundial.
Fig. 6 - Um renomado artista chinês oferecendo uma caligrafia ao autor deste ensaio, por ocasião
da solenidade Portas Abertas, na Embaixada da China, no início de 2018.
4. Referências bibliográficas:
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/07/29/as-megamaquinas-com-as-quais-a-
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http://www.visualbooks.com.br/shop/sumarios/01119.pdf acessado em 20/02/2018.
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Documento disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-06/temer-
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JINCHEN, T. One belt and one road: Connecting China and the world. McKinsey & Co. 2016.
Disponível em: https://www.mckinsey.com/industries/capital-projects-and-infrastructure/
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XINHUA. JU, P.: 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. 2017. Documento
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MEDEIROS, C.A. Notas sobre o Desenvolvimento Econômico Recente na China. São Paulo: IEA-
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YOUTUBE. Brasil ganha Dia da Imigração Chinesa (entrevista com o mestre Woo). 2018.
Documento disponível em https://youtu.be/w8jHXAXHfX8 acessado em 30/07/2018.
WIKIPEDIA (2018) Open door policy. Disponível em https://en.wikipedia.org/wiki/
open_door_policy acessado em 20/02/2018.
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